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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

A China quer ser tratada de igual para igual pelos EUA: conversa dos dois chanceleres

 Politics

CGTN,

13:12, 23-Dec-2022

Wang Yi says China, U.S. should find 'the right way' to get along in talk with Blinken
Updated 20:03, 23-Dec-2022
CGTN

China and the United States should follow the direction set by the two heads of state to explore the right way for the two sides to get along with each other as two major countries, and make due efforts for the well-being of their people and world peace and stability, Chinese State Councilor and Foreign Minister Wang Yi said during a phone conversation Friday with U.S. Secretary of State Antony Blinken.

The phone conversation was made at the U.S. side's request.

Last month, Chinese President Xi Jinping and U.S. President Joe Biden met in Bali, Wang said, which provided strategic guidance for steering bilateral relations out of grave difficulties and back to a healthy and stable track, sending a positive signal to the outside world. Wang is also a member of the Political Bureau of the Communist Party of China (CPC) Central Committee.

The teams on both sides have carried out a series of contacts in accordance with the consensus of the two heads of state, which are generally beneficial, Wang said.

However, it must be noted that the United States should not engage in dialogue and containment at the same time, neither should it talk cooperation, but stab China simultaneously, he said.

This is not reasonable competition, but irrational suppression. It is not meant to properly manage disputes, but to intensify conflicts. In fact, it is still the old practice of unilateral bullying, Wang said.

This did not work for China in the past, nor will it work in the future, he said, adding that China will continue to resolutely defend its sovereignty, security and development interests.

The United States must pay attention to China's legitimate concerns, stop containing and suppressing China's development, especially not constantly challenge China's red line in a "salami-slicing" way, Wang said.

Wang stressed that the two sides should focus on translating the consensus reached by the two heads of state in their Bali meeting into practical policies and concrete actions.

Noting that the recent meeting between senior diplomats of the two countries in the Chinese city of Langfang was in-depth and constructive, Wang called on both sides to step up consultations on the guiding principles for China-U.S. relations, advance dialogues at various levels and in various fields in an orderly manner, and resolve specific issues between the two countries through joint working groups.

The New Year should have a new outlook, Wang said, adding that it is the hope of people in both countries and around the world that China-U.S. relations will stabilize and improve.

A zero-sum mindset will only lead to mutual attrition and head-on collision between the two major countries, Wang said, noting that what is right and what is wrong is all too clear.

For his part, Blinken said the United States is willing to discuss with China the guiding principles for bilateral relations, manage the relationship in a responsible manner, and carry out cooperation in areas that meet the common interests of both sides.

The United States continues to pursue the one-China policy and does not support "Taiwan independence," he said.

The United States lauds China's leadership and its role as the presidency of the 15th meeting of the Conference of the Parties (COP) to the UN Convention on Biological Diversity to promote an ambitious framework for biodiversity conservation, Blinken said, adding that he looks forward to the United States and China working together to promote the implementation of the framework.

Wang said that China will continue to follow Xi Jinping's Thought on Ecological Civilization, strive to build a community of life between man and nature, and is willing to join hands with all parties to safeguard the only planet we live on together.

The two sides also exchanged views on the Ukraine issue. Wang emphasized that China has always stood on the side of peace, of the purposes of the UN Charter, and of the international society to promote peace and talks. China will continue to play a constructive role in resolving the crisis in China's own way, Wang said.

(With input from Xinhua)


quinta-feira, 21 de março de 2019

Política externa brasileira: quem é o verdadeiro chanceler? (FSP)

Minha pequena introdução a esta importante matéria: 
Obrigado a engolir o protagonismo do "chanceler de fato", o "chanceler acidental", diz que se sentiu representado pela presença do Bolsokid no encontro reservado com Trump. Não é verdade que, não estando o Secretário de Estado, o chanceler brasileiro tampouco poderia estar, não é verdade. TODOS os encontros de cúpula têm a presença de um note-taker, que pode ser o chanceler, o embaixador, qualquer um. Essa coisa de encontro a dois (Trump-Putin, Trump-Kim) isso é ANTI-DIPLOMÁTICO, alguém precisa fazer o registro do que é dito e acertado. Portanto, o chanceler brasileiro, ou o embaixador Sérgio Amaral DEVERIAM estar no encontro entre Bolsonaro e Trump. Essa mania de diplomacia familiar, ou diplomacia twiteira, é profundamente IRREGULAR e INDESEJÁVEL!
Não foi o Itamaraty que ficou incomodado com isso, e sim o chanceler acidental. O Itamaraty ficou, sim, profundamente irritado com as ofensas da família Bolsonaro aos brasileiros honestos que trabalham duramente nos EUA para ganhar a vida, e só foram para lá porque políticos como esses negam aos brasileiros oportunidades de crescimento e de emprego dignas. É uma vergonha o que disseram os dois da foto sobre essa comunidade especialmente trabalhadora nos EUA, que aliás votou maciçamente pelo capitão. Acho que terá sido a primeira e última vez.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 21 de março de 2019

Protagonismo de Eduardo Bolsonaro nos EUA incomoda Itamaraty
O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara tem atuado como chanceler informal
Marina Dias
Washington
Folha de S.Paulo, 21.mar.2019 às 2h00

protagonismo de Eduardo Bolsonaro durante a viagem presidencial aos EUAincomodou o Itamaraty e forçou uma reação em série —da chancelaria e do próprio deputado— para tentar conter uma possível nova crise no governo.
Em Washington, o filho do presidente Jair Bolsonaro quebrou protocolos na Casa Branca e foi um dos articuladores da primeira visita bilateral do pai, o que acabou por ofuscar o papel do chanceler Ernesto Araújo.
Como uma espécie de chanceler informal, Eduardo participou da reunião reservadaentre Bolsonaro e o presidente americano, Donald Trump, na terça-feira (19) na Casa Branca.
Ele articulou ainda a visita do líder brasileiro à sede da CIA, a agência de inteligência dos EUA, onde se encontrou com a diretora Gina Haspel.
Sua presença no Salão Oval causou surpresa entre membros do governo e do Itamaraty e fez o deputado divulgar mensagem em rede social para dizer que aquilo “não se tratava de uma competição” e que todos os seus passos na área internacional são dados sob a orientação de Araújo —ausente no encontro.
Na quarta (20), assim que desembarcou no Brasil, foi a vez do chanceler baixar a temperatura. Ele convocou a imprensa para defender sua atuação à frente do Itamaraty e dizer que foi sim importante para os resultados alcançados na viagem.
Araújo disse ainda que tem “uma visão extremamente coincidente” com a de Eduardo sobre a relação com os EUA e a posição do Brasil no mundo. “Nós fazemos parte da mesma equipe. O deputado me ajudou muito na construção dessa parceria”, disse.
Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo foi um dos fiadores da indicação de Araújo para o Itamaraty, mas atua em paralelo quando o assunto é política externa.
Suas declarações sobre determinados temas, como imigrantes por exemplo, causaram polêmica recentemente, refletindo um comportamento menos diplomático do que o esperado. Ele disse que os brasileiros ilegais são “uma vergonha” para o país.
A retórica anti-imigração é alinhada à de Trump, de quem Eduardo é admirador.
O filho de Bolsonaro disse que foi a convite do presidente americano que participou da reunião privada na Casa Branca —de praxe, o encontro envolve apenas os presidentes e os intérpretes, quando necessário.
Antes da reunião, Eduardo era o único acompanhante do brasileiro durante o primeiro encontro dos líderes. Já do lado americano, estavam presentes o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, e Kim Brier, do Departamento de Estado dos EUA.
Trump fez deferências públicas a Eduardo, ao dizer que o deputado fazia um “trabalho fantástico”. O deputado tem atuado para se aproximar de Washington desde o fim do ano, após as eleições. 
Na ocasião, encontrou-se com autoridades como Jared Kushner, conselheiro-sênior e genro de Trump, além de lideranças conservadoras.
Além da CIA e do Salão Oval, Eduardo cumpriu agendas paralelas à do pai ao lado de Filipe Martins, assessor para assuntos internacionais do Planalto.
Araújo, por sua vez, disse que não estava prevista sua presença no Salão Oval, assim como não estava presente o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Nos bastidores, porém, o chanceler se irritou na frente de outros ministros por causa da participação de Eduardo no encontro privado.
Segundo pessoas descreveram à Folha, Araújo ficou especialmente irritado após ler o blog da jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo, que afirmou que o Itamaraty saiu rebaixado com a ida do filho de Bolsonaro ao encontro. Se Araújo tivesse “alguma fibra”, ela escreveu, pediria para deixar o cargo.
O Itamaraty reforçou que, após a bilateral, houve reunião ampliada com todos os ministros que estavam na comitiva, incluindo Araújo.
Já no Brasil, o chanceler disse que achou excelente a participação de Eduardo no encontro reservado porque ele reforça o alinhamento entre ambos. “Eu me senti distinguido pela participação do deputado, ele comunga das mesmas ideias que eu”, concluiu.





quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Brasil-Bolivia: Ex-chanceleres se dividem sobre a postura de Saboia

Ex-chanceleres se dividem sobre a postura de Saboia

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO
Folha de S.Paulo, 28/08/2013
Ato grave de insubordinação ou escolha louvável diante de uma "situação-limite"?
Mesmo diplomatas mais experientes e ex-chanceleres se dividem quanto à decisão do então encarregado de negócios da embaixada em La Paz, Eduardo Saboia, de trazer, à revelia de Brasília, o senador Roger Pinto, que estava asilado na representação para o país havia 15 meses.
Para Celso Lafer, chanceler por duas vezes --em 1992 e entre 2001 e 2002--, é preciso avaliar a ação de Saboia diante do que se havia instaurado na embaixada.
"O que ele sentiu é que cabia a ele assumir as responsabilidades, não se ver burocraticamente cumprindo ordens ou deixando de tomar uma atitude que, na sua avaliação, poderia ter consequências graves", opina.
Rubens Ricupero, que foi embaixador em Washington, considera que Saboia agiu "até de uma maneira nobre" e que há "valores que se sobrepõem à hierarquia funcional".
"É raro no Itamaraty funcionários que agem pela consciência", afirma Ricupero.
Para Rubens Barbosa, também ex-embaixador em Washington, foi uma atitude "insólita" pela quebra da hierarquia. "Foi uma atitude arriscada que deu certo."
O ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia, porém, classifica o ato como "total insubordinação". "Se no Exército, no Itamaraty ou numa grande empresa cada um fizer o que tem vontade, vira uma bagunça."
Lampreia acredita que a decisão da presidente Dilma Rousseff de dispensar o chanceler Antonio Patriota após o episódio se justifica. "A presidente só vir a saber de uma situação grave como essa mais de 20 horas depois, há algo de errado aí."
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Membro de comissão criticada por Saboia desiste de investigá-lo

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

O embaixador Clemente de Lima Baena Soares, chefe do Departamento da América do Sul do Itamaraty, desistiu de participar da comissão que investigará a conduta do colega Eduardo Saboia --responsável por trazer o senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil sem aval do ministério.
O motivo alegado foi "ter interesse direto ou indireto" no tema. Soares fazia parte da comissão Brasil-Bolívia criada para discutir o caso do senador --grupo que teve seu trabalho criticado por Saboia.
Patriota se disse responsável pela saída de senador da Bolívia
Senador poderá ir ao Uruguai antes de obter refúgio no Brasil
Ex-chanceleres se dividem sobre a postura de Saboia

Em entrevista à Folha anteontem, o ex-encarregado de negócios da embaixada em La Paz disse que a negociação com a Bolívia, por meio da comissão, era um "faz de conta". "Tenho os e-mails das pessoas dizendo 'a gente sabe que é um faz de conta, eles fingem que negociam e a gente finge que acredita'", disse.
Procurado pela reportagem, Saboia não quis se pronunciar sobre a indicação de Soares para investigá-lo. A comissão de sindicância determinará sua punição.
A embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, diretora do Departamento de Organismos Internacionais, também se recusou a investigar Saboia, mas suas razões não estavam claras até ontem. Ela e Soares tinham sido indicados pelo corregedor do ministério, Heraldo Póvoas de Arruda.
Horas depois de terem os nomes publicados no Diário Oficial, declararam-se "impedidos" de participar.
Segundo o Itamaraty, o corregedor nomeará uma nova comissão "tão logo possível". O assessor-especial da Controladoria-Geral da União Dionísio Carvalhedo Barbosa deve seguir presidindo o grupo.
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28/08/2013 - 03h20

Patriota se disse responsável pela saída de senador da Bolívia


FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
Tão logo soube que o senador boliviano Roger Pinto Molina entrara no Brasil, Dilma Rousseff quis saber quem fora o responsável pela operação que abriu uma crise no Ministério das Relações Exteriores e derrubou o chanceler Antonio Patriota.
Foi o chanceler quem disse à presidente, por telefone, que o boliviano havia entrado no país. A Folha apurou que Dilma e Patriota se falaram no sábado. O tom da conversa entre os dois teria sido tenso.
Senador poderá ir ao Uruguai antes de obter refúgio no Brasil
Ex-chanceleres se dividem sobre a postura de Saboia
Membro de comissão criticada por Saboia desiste de investigá-lo

Patriota estava no aeroporto de Guarulhos (SP), prestes a embarcar para a Finlândia, e, segundo relatos, parecia incomodado. Fez vários telefonemas e avisou que poderia ter de voltar para Brasília.
Uma das ligações foi para um funcionário do Itamaraty, que confirmou que o senador havia entrado no país após passar 455 dias na embaixada em La Paz.
Patriota teria demonstrado surpresa e apreensão com a notícia. Imediatamente pediu a um assessor para que o colocasse em contato com a presidente. A primeira tentativa, contudo, foi frustrada.
Ele telefonou então para o chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, informando que acabara de saber da retirada do senador oposicionista.
Na conversa, teria dito que havia sido uma decisão de um funcionário da embaixada devido às condições de saúde do senador. Prometeu que providências seriam tomadas pelo governo brasileiro.
Em seguida, Patriota falou com Dilma. Apesar de afirmar que a condição de saúde do senador era séria, disse que a decisão não fora tomada em Brasília.
Dilma quis saber quem planejara a operação. Patriota apontou o encarregado de negócios, Eduardo Saboia, mas se responsabilizou pela retirada do oposicionista, uma vez que havia sido ele que indicara Saboia para o cargo.
Patriota voltou então à capital federal.
No dia seguinte, o Itamaraty divulgou nota citando Saboia e anunciando que uma investigação interna seria aberta para apurar o caso.
Na segunda-feira, Patriota deixou o cargo e foi indicado para representar o Brasil na ONU. O senado precisará sabatiná-lo.

terça-feira, 6 de julho de 2010

EUA-Unasul: "ei, voce ai: empreste a bola, mas nao queremos voce no jogo"

Deixa ver se eu entendi direito: meninos birrentos do quarteirão mais pobre querem a bonita bola de futebol do garoto rico do outro quarteirão, mas não querem que ele participe do jogo, apenas empreste a bola, e não fique se metendo no jogo...
Acho que é um pouco isso, mas vai tentar entender...
Paulo Roberto de Almeida

Chanceleres da Unasul analisam diálogo com os EUA
Nejme Joma
AFP, 06/07/2010

QUITO - Os chanceleres da Unasul analisarão na quinta-feira, em Quito, uma forma de diálogo do bloco com os Estados Unidos, informou a chancelaria equatoriana nesta terça-feira, no momento em que o acordo militar americano com a Colômbia ainda sofre críticas por parte de vários países sul-americanos.

O conselho de chanceleres da União das Nações Unidos Sul-americanas (Unasul) se reunirá de maneira extraordinária para tratar de vários pontos da agenda regional como o diálogo político com os Estados Unidos, afirmou a chancelaria.

Venezuela, Equador e Bolívia rejeitam o acordo militar entre militar entre Estados Unidos e Colômbia assinado em 30 de outubro de 2009, através do qual as tropas americanas podem utilizar bases colombianas para lutar contra o narcotráfico e o terrorismo.

Além disso, os chanceleres receberão um relatório da secretaria técnica sobre o apoio do organismo ao Haiti pelo terremoto de janeiro e outro sobre a presidência pro témpore, que prepara a transferência do cargo à Guiana em agosto.