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quarta-feira, 4 de maio de 2022

Concurso do Itamaraty: minha contribuição à preparação dos candidatos: cronologias, apresentações, listas de livros

Preparação dos candidatos à carreira diplomática: 

subsídios de Paulo Roberto de Almeida

Ao longo de décadas, sem fazer parte do "mercado de preparatórios", tenho colaborado voluntariamente, ainda que ocasionalmente, com o processo de preparação e estudos dos candidatos à carreira diplomático, seja por meio de textos, artigos e livros (mas sempre alerto aos incautos que minhas posições nem sempre coincidem com as da diplomacia oficial do governo e sequer do Itamaraty), seja por meio de aulas, palestras, conferências e "aparições" em eventos de terceiros, sempre a convite, jamais procurado por mim. Foi o caso recentemente, e recolho aqui alguns dos meus registros nesse sentido, a convite do grupo Ubique: 


4144. “Política internacional, contexto regional e diplomacia brasileira, acompanhada de listagem seletiva da produção acadêmica em relações internacionais e em política externa do Brasil, de 1985 a 2022”, Brasília, 4 maio 2022, 33 p. Atualização do trabalho 4030, quadro sintético cronológico de eventos mundiais, regionais e da política externa brasileira, e da produção intelectual no período, elaborado com base no trabalho n. 2723 (de 1954 a 2014) e atualizado até maio de 2022. Postado na plataforma Academia.edu (link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida/Published-Works-by-Year-(lists)).


4103. “Evolução da Política Externa do Brasil, de 1945 a 2018: material suplementar”, Brasília, 13 março 2022, 1 p. + anexos. Material de base informativo constante das cronologias preparadas sobre a política internacional, o contexto regional e diplomacia brasileira, acompanhada de listagem seletiva da produção acadêmica em relações internacionais e em política externa do Brasil, no período de 1945 a 2022”, para servir como subsídio aos alunos do Curso Ubique, em palestra no dia 15/04, online. Enviado a Paulo Fernando Pinheiro Machado. (informado acima)


4126. “Livros de diplomatas e de terceiros sobre temas da diplomacia brasileira”, Curitiba, 5 abril 2022, 6 p. Relação de meus livros que compilam resenhas dos livros de diplomatas e não diplomatas sobre política externa e diplomacia brasileira, com uma lista suplementar de meus livros sobre os mesmos temas. Oferecida a candidatos à carreira diplomática. Encaminhada ao Curso Preparatório CACD e ao Curso Ubique. (abaixo)


4129. “Grandes etapas da política externa brasileira desde 1945”, São Paulo, 13 abril 2022, 20 slides. Apresentação reproduzindo o texto dos trabalhos 4103 e 4106, com completação dada pelos anexos enviados. Divulgado na plataforma Academia.edu (https://www.academia.edu/76375339/4129_Grandes_etapas_da_politica_externa_brasileira_desde_1945_Palestra_Curso_Ubique_2022_); informado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/04/grandes-etapas-da-politica-externa.html). Vídeo disponível no canal do curso Ubique no YouTube (link: https://www.youtube.com/watch?v=xpMbR6cQxWo).

 

4130. “Questões Curso Ubique”, São Paulo, 14 abril 2022, 6 p. Respostas a questões suplementares apresentadas no curso da palestra no Curso Ubique (trabalho n. 4129), não respondidas no momento e enviadas ulteriormente, mas enviadas aos organizadores e tornadas disponíveis no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2022/04/grandes-etapas-da-politica-externa.html). Ajustes em determinadas questões para separar posturas pessoais das posições oficiais da diplomacia brasileira.


4033. “Bibliografia diplomática cronológica, 1945-2022: Relações internacionais, relações exteriores, política externa, história diplomática e diplomacia do Brasil: um guia de leituras”, Brasília, 2 dezembro 2021, 26 p. Atualização e complementação dos trabalhos 3630 e 4030, contendo uma relação linear dos livros mais importantes publicados no período. Divulgado Academia.edu (link: https://www.academia.edu/62920113/4033_Bibliografia_diplomática_cronológica_1945_2022_2021_); anunciado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/12/bibliografia-diplomatica-cronologica.html).


3630. “Relações internacionais, relações exteriores, política externa, história diplomática e diplomacia do Brasil, 75 anos de livros e leituras: um guia bibliográfico cronológico, 1945-2020”, Brasília, 11 abril 2020, 22 p. Guia parcial e incompleto da bibliografia em formato de livros, brasileiros e estrangeiros, sobre as temáticas do título; divulgado em caráter preliminar na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42707131/Bibliografia_Diplomatica_Cronologica_1945-2020 e https://www.academia.edu/s/135002abe2), e apresentado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/04/uma-cronologia-diplomatica-75-anos-de.html); disponível no Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/340619058_Bibliografia_Diplomatica_Brasileira_formato_cronologico_1945_a_2020). Revisão ampliada em 3/12/2020.


Livros de diplomatas e de terceiros sobre temas da diplomacia brasileira

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Relação de livros publicados, em formatos diversos, vários livremente disponíveis.

  

Apresento na lista abaixo a relação de todos os volumes que compus, em anos anteriores, compilando minhas resenhas de livros de diplomatas e de não diplomatas sobre os temas afetos à política externa, à diplomacia e às relações internacionais do Brasil. A primeira obra da lista, “Prata da Casa”, de 2014, deveria ter sido publicada pela própria Funag, mas como houve uma tentativa de censura a uma das resenhas – no caso crítica à diplomacia do ex-presidente Lula – eu objetei à tal poda, o que me levou a publicar eu mesmo o livro então composto, por acaso extremamente volumoso. Os demais volumes constituem precisamente variações dessa primeira obra, separando livros de diplomatas e de não diplomatas, assim como compondo uma relação repartida tematicamente. Desde então, efetuei outras resenhas, mas ainda não as integrei a nenhum dos volumes, o que vou fazer oportunamente. Na sequência, apresento uma relação dos meus próprios livros que possuem conexão com os mesmos temas, vários deles livremente disponíveis.

 

Obras compilando resenhas de livros: 

 

Prata da Casa: os livros dos diplomatas, Hartford, 11 novembro 2013, 691 p. Compilação das resenhas mais importantes de livros de diplomatas e acadêmicos de livros da área, com Prefácio, Introdução, Índice Alfabético de Autores e Livros e demais informações de expediente. Edição de Autor; Versão de: 16/07/2014, 663 p.; disponível na página pessoal da plataforma Academia.edu, link: https://www.academia.edu/5763121/Prata_da_Casa_os_livros_dos_diplomatas_Edicao_de_Autor_2014_

 

Polindo a Prata da Casa: mini-resenhas de livros de diplomatas; Hartford, 16 outubro 2014, 124 p. Nova edição resumida do Prata da Casa, restruturada em partes e contando apenas as mini-resenhas preparadas para o Boletim ADB. Serviu de base para publicação em formato Kindle (Amazon Digital Services: Kindle edition, 2014, 151 p. 484 KB; ASIN: B00OL05KYG; DOI: 10.13140/2.1.4630.4325; disponível na Amazon; link: http://www.amazon.com/dp/B00OL05KYG; e na plataforma Academia.edu; link: https://www.academia.edu/8815100/23_Polindo_a_Prata_da_Casa_mini-resenhas_de_livros_de_diplomatas_2014_). Prefácio e Sumário disponíveis no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/10/mini-resenhas-de-livros-de-diplomatas.html). 

 

Codex Diplomaticus Brasiliensis: livros de diplomatas brasileiros, Hartford, 2 novembro 2014, 326 p. Livro digital, em edição de autor, composto de resenhas de livros de diplomatas, já publicadas no Prata da Casa. Tornado disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9084111/24_Codex_Diplomaticus_Brasiliensis_livros_de_diplomatas_brasileiros_2014_) e em formato Kindle (1118 KB; 444 p.; ASIN: B00P6261X2; link: http://www.amazon.com/dp/B00P6261X2); Researchgate.net (DOI: 10.13140/2.1.2008.9927).

 

Rompendo Fronteiras: a Academia pensa a Diplomacia, Hartford, 4 novembro 2014, 414 p. Livro de resenhas de não-diplomatas, completando os dois anteriores na série de três derivados do Prata da Casa. Editado em formato Kindle (1202 KB, ASIN: B00P8JHT8Y; link: http://www.amazon.com/dp/B00P8JHT8Y). Disponível na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/9108147/25_Rompendo_Fronteiras_a_academia_pensa_a_diplomacia_2014_). Researchgate.net (DOI: 10.13140/2.1.4106.1447). Informado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/11/rompendo-fronteiras-academia-pensa.html).

 

 

Outros livros de Paulo Roberto de Almeida: 

 

Sumários dos livros do ciclo do bolsolavismo diplomático: 

       Link: https://www.academia.edu/48857809/Relações_Exteriores_Pol%C3%ADtica_Externa_e_Diplomacia_Brasileira_livros_de_Paulo_Roberto_de_Almeida_maio_2021_

 

Apogeu e demolição da política externa: itinerários da diplomacia brasileira (Curitiba: Appris, 2021, 291 p.; ISBN: 978-65-250-1634-4). Informação no link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/06/apogeu-e-demolicao-da-politica-externa_18.html

 

O Itamaraty Sequestrado: a destruição da diplomacia pelo bolsolavismo2018-2021 (Brasília, 1-9 maio 2021, 114 p.; ISBN: 978-65-00-22215-9; blog Diplomatizzando; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2021/05/o-itamaraty-sob-ataque-2018-2021.html).

 

O Itamaraty num labirinto de sombras: ensaios de política externa e de diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, 2020, 225 p.), Brasília, 1 junho 2020, 225 p. Publicado (sem índice) em 11/06/2020; Edição Kindle: 204 p.; 1302 KB; ASIN: B08B17X5C1; ISBN: 978-65-00-05968-7; disponível no link: https://www.amazon.com/-/pt/dp/B08B17X5C1/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=ÅMÅŽÕÑ&dchild=1&keywords=O+Itamaraty+num+labirinto+de+sombras&qid=1591845003&s=digital-text&sr=1-1).

 

Uma certa ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira, Brasília, 7 setembro 2020, 169 p. Livro sobre a diplomacia, incorporando o Programa Renascença, do Instituto Diplomacia para Democracia, do diplomata Antonio Cottas Freitas. Anunciado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/09/uma-certa-ideia-do-itamaraty_7.html). Academia.edu (link: https://www.academia.edu/44037693/Uma_certa_ideia_do_Itamaraty_A_reconstrucao_da_politica_externa_e_a_restauracao_da_diplomacia_brasileira_2020_); Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/344158917_Uma_certa_ideia_do_Itamaraty_A_reconstrucao_da_politica_externa_e_a_restauracao_da_diplomacia_brasileira_Brasilia_Diplomatizzando_2020_169_p).

 

Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty, Boa Vista: Editora da UFRR, 2019, 165 p., Coleção “Comunicação e Políticas Públicas”, vol. 42; ISBN: 978-85-8288-201-6 (livro impresso); ISBN: 978-85-8288-202-3 (livro eletrônico; disponível nos links: https://docs.wixstatic.com/ugd/6e2800_3e88aadf851b4b2ba4b54c6707fd9086.pdf e do Google Books: https://books.google.com.br/books?id=tvqjDwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl= pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false). Incorporado à plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/39882114/Miseria_da_diplomacia_a_destruicao_da_inteligencia_no_Itamaraty_Ed._UFRR_2019_) e a Research Gate (https://www.researchgate.net/publication/334593501_Miseria_da_diplomacia_a_destruicao_da_inteligencia_no_Itamaraty). Anunciado no blog Diplomatizzando (https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/07/miseria-da-diplomacia-edicao-da- ufrr.html). 

 

Miséria da diplomacia: a destruição da inteligência no Itamaraty, Brasília: Edição do autor, 2019, 184 p., ISBN: 978-65-901103-0-5. Incorporado à plataforma Academia.edu (link para o miolo do livro: https://www.academia.edu/40000881/A_Destruicao_da_Inteligencia_no_Itamaraty_Edição_do_Autor_2019_) e a Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/334450922_Miseria_da_diplomacia_a_destruicao_da_Inteligencia_no_Itamaraty_2019). 

 

Contra a corrente: Ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil (2014-2018) (Curitiba: Appris, 2019, 247 p.; ISBN: 978-85-473-2798-9); apresentação na página da editora (link: https://www.editoraappris.com.br/produto/2835-contra-a-corrente-ensaios- contrarianistas-sobre-as-relaes-internacionais-do-brasil-2014-2018). Expediente postado no blog Diplomatizzando (11/02/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/02/contra-corrente-ensaios- contrarianistas.html). Apresentação postada na plataforma Academia.edu (links: http://www.academia.edu/38338893/ContraCorrenteShort.pdf https://www.academia.edu/38338893/Contra_a_Corrente_ensaios_contrarianistas_sobre_as_RI_do_Brasil_2014-2018_2019_).

 

Nunca Antes na Diplomacia...: A política externa brasileira em tempos não convencionais (Curitiba: Appris, 2014, p. 289; ISBN: 978-85-8192-429-8); Blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/07/nunca-antes-na-diplomacia-todos-os.html). 

 

A ordem econômica mundial e a América Latina: ensaios sobre dois séculos de história econômica; Edição Kindle, 2020; 363 p.; 2029 KB; ASIN: B08CCFDVM2; ISBN: 978-65-00-05967-0; Info blog Diplomatizzando (link: https://www.academia.edu/43494964/A_ordem_economica_mundial_e_a_America_Latina_ensaios_sobre_dois_seculos_de_historia_economica_2020_). 

 

O Mercosul e o regionalismo latino-americano: ensaios selecionados, 1989-2020; Edição Kindle, 2020; 453 p.; 1567 KB; ASIN: B08BNHJRQ4; ISBN: 978-65-00-05970-0; Info blog Diplomatizzando (23/06/2020; links: links: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/06/o-mercosul-e-o-regionalismo-latino.html) e https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/06/o-mercosul-e-o-regionalismo-latino_23.html). 

 

Um contrarianista na academia: ensaios céticos em torno da cultura universitária, 2020, 363 p. Apresentação sumária no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/03/meu-proximo-livro-um-contrarianista-na.html); Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42265476/Um_contrarianista_na_academia_ensaios_c%C3%A9ticos_em_torno_da_cultura_universit%C3%A1ria); Edição Kindle (ASIN: ASIN: B08668WQGL; ISBN: 978-65-00-06751-4; link: https://www.amazon.com/-/pt/dp/B08668WQGL/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=Paulo+Roberto+de+Almeida&qid=1584737696&s=digital-text&sr=1-1). 

 

Marxismo e socialismo no Brasil e no mundo: trajetória de duas parábolas da era contemporânea; 2019; Edição em Kindle; ASIN: B082YRTKCH. ISBN: 978-65-00-05969-4; Disponível nas plataformas Academia.edu (link: https://www.academia.edu/41255795/Marxismo_e_Socialismo_2019_) e Research Gate (link: https://www.researchgate.net/publication/337874789_Marxismo_e_Socialismo_trajetoria_de_duas_parabolas_na_era_contemporanea_2019). 

 

Contra a corrente: Ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil (2014-2018) (Curitiba: Appris, 2019, 247 p.; ISBN: 978-85-473-2798-9); Disponível na página da editora (link: https://www.editoraappris.com.br/produto/2835-contra-a-corrente-ensaios- contrarianistas-sobre-as-relaes-internacionais-do-brasil-2014-2018). Info blog Diplomatizzando (11/02/2019; link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/02/contra-corrente-ensaios- contrarianistas.html), plataforma Academia.edu (links: http://www.academia.edu/38338893/ContraCorrenteShort.pdf https://www.academia.edu/38338893/Contra_a_Corrente_ensaios_contrarianistas_sobre_as_RI_do_Brasil_2014-2018_2019_). 

 

Pontes para o mundo no Brasil: minhas interações com a RBPI, Edição Kindle, 2019, 481 p.; ASIN: B08336ZRVS; ISBN: 978-65-00-06769-9. Info blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/12/ontes-para-o-mundo-no-brasil- minhas.html) e Academia.edu (link: https://www.academia.edu/41447612/Pontes_para_o_mundo_no_Brasil_minhas_interacoes_com_a_RBPI_2019_). 

 

Vivendo com Livros: uma loucura gentil, Brasília, Edição de Autor, 2019, 265 p. Edição Kindle; ASIN: B0838DLFL2; ISBN: 978-65-00-06750-7. Info blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/12/vivendo- com-livros-uma-loucura-gentil.html). 

 

Um contrarianista no limbo: artigos em Via Política, 2006-2009, Brasília, Edição de Autor, 2019, 240 p.; Edição Kindle; ASIN: B083611SC6; ISBN: 978-65-00-06752-1Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/12/um-contrarianista-no-limbo-artigos- em.html). plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/41459572/Um_contrarianista_no_limbo_artigos_em_Via_Politica_2019_). 

 

Minhas colaborações a uma biblioteca eletrônica: contribuições a periódicos do sistema SciELO, 2019, 300 p. Edição Kindle, ASIN: B08356YQ6S; ISBN: 978-65-00-06768-2Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/12/minhas-contribuicoes-periodicos-do.html); plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/41459945/Minhas_colaborações_a_uma_biblioteca_eletronica_contribuicoes_a_periodicos_do_sistema_SciELO_2019_). 

 

O panorama visto em Mundorama: ensaios irreverentes e não autorizados, 2019, 477 p.; edição em Kindle, ASIN: B082ZNHCCJISBN: 978-65-00-06753-8. Divulgado via Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/12/o-panorama-visto-em-mundorama-livro-em.html) e em Academia.edu (link: https://www.academia.edu/41447822/O_panorama_visto_em_Mundorama_ensaios_irreverentes_e_nao-autorizados_2019_). 

Paralelos com o Meridiano 47: Ensaios Longitudinais e de Ampla Latitude, 2019, 398 p.; Edição Kindle (ASIN: B082Z756JH). Anunciada no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/12/paralelos-com-o-meridiano-47-ensaios.html) e na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/41460298/Paralelos_com_o_Meridiano_47_Ensaios_Longitudinais_e_de_Ampla_Latitude_2019_). 

 

Volta ao Mundo em 25 Ensaios: Relações Internacionais e Economia Mundial, Brasília, 2018, 110 p.; Edição Kindle, 2018; ASIN: B07BCRM1YF; link: https://www.amazon.com/dp/B07BCRM1YF); Blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2018/03/volta-ao-mundo-em-25-ensaios-prefacio.html). Relação de Originais n. 2712. Publicados n. 1275.

 

Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização; Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2010, 281 p. ISBN: 978-85-375-0875-6; disponível em Academia.edu: link: https://www.academia.edu/42313006/Globalizando_ensaios_sobre_a_globalizacao_e_a_antiglobalizacao_2011_

 

O Estudo das Relações internacionais do Brasil, Brasília, 24 de agosto de 2006. LGE Editora, 2006; ISBN: 85-7328-271-2; disponível na plataforma Academia.edu, link: https://www.academia.edu/42674261/O_Estudo_das_Relacoes_internacionais_do_Brasil_um_dialogo_entre_a_diplomacia_e_a_academia_2006_https://www.academia.edu/42674262/O_Estudo_das_Relacoes_internacionais_do_Brasil_Quadros_Analiticos_Horizontais

 

Os primeiros anos do século XXI: relações internacionais contemporâneas. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2002; ISBN: 85-219-0435-5; disponível na plataforma Academia.edu; link: https://www.academia.edu/42283521/Os_Primeiros_Anos_do_Seculo_XXI_o_Brasil_e_as_relações_internacionais_contemporaneas_2002_

 

O estudo das relações internacionais do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade São Marcos, 1999, 300 p.; ISBN: 85-86022-23-3; Divulgado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/03/o-estudo-das-relacoes-internacionais-do.html); na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/42301157/O_estudo_das_relacoes_internacionais_do_Brasil_1999_ e, para as tabelas: https://www.academia.edu/42301158/Tabelas_Estat%C3%ADsticas_e_Quadros_Anal%C3%ADticos_O_Estudo_RI_Br_).

 

Mercosul: fundamentos e perspectivas. São Paulo: LTr, 1998, 160 p. ISBN: 85-7322-548-3; disponível na plataforma Academia.edu, link: https://www.academia.edu/42290608/Mercosul_fundamentos_e_perspectivas_1998_

 

O Mercosul no contexto regional e internacional. São Paulo: Edições Aduaneiras, 1993, 204 p.; disponível na plataforma Academia.edu; link: https://www.academia.edu/42007009/O_Mercosul_no_Contexto_Regional_e_Internacional_1993_

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4126: 5 abril 2022, 6 p.


quinta-feira, 14 de abril de 2022

Grandes etapas da política externa brasileira desde 1945: apresentação-palestra para o curso Ubique - Paulo Roberto de Almeida

GRANDES ETAPAS DA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA DESDE 1945 

Nesta quarta-feira, 13/04/2022, efetuei palestra para candidatos à carreira diplomática, como abaixo registrado, com o PP reproduzido em formato pdf já divulgado.

A palestra pode ser acessada no YT: https://www.youtube.com/watch?v=xpMbR6cQxWo

4129. “Grandes etapas da política externa brasileira desde 1945”, São Paulo, 13 abril 2022, 20 slides. Apresentação reproduzindo o texto dos trabalhos 4103 e 4106, com completação dada pelos anexos enviados. Divulgado na plataforma Academia.edu (https://www.academia.edu/76375339/4129_Grandes_etapas_da_politica_externa_brasileira_desde_1945_Palestra_Curso_Ubique_2022_).

Várias perguntas adicionais ficaram sem resposta no momento da palestra, que ultrapassou, ao que parece, 2hs, o que fiz neste complemento de informação a partir das perguntas enviadas ao final do evento.

Questões colocadas por alunos do Curso Ubique

  

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com) 

 

No dia 13 de abril, prejudicado por uma conexão muito precária de internet, a partir de um hotel de passagem no estado de S. Paulo, a caminho de Brasília, fiz uma palestra para alunos inscritos no curso Ubique, candidatos à carreira diplomática. A despeito das condições péssimas de conexão (falei praticamente sem vídeo, depois me conectei por celular, com problemas de sonorização e novamente por computador, mas sem vídeo), creio que consegui transmitir o essencial de meus argumentos numa palestra entrecortada por interrupções, com a ajuda dos coordenadores do Curso Ubique, a quem cumprimento na pessoa de meu colega diplomata e amigo Paulo Fernando Pinheiro Machado. Aproveito para informar que coloquei minha apresentação utilizada na palestra oral na plataforma Academia.edu (no link: https://www.academia.edu/76375339/4129_Grandes_etapas_da_politica_externa_brasileira_desde_1945_Palestra_Curso_Ubique_2022_). Nessa apresentação eu listei o material suplementar, informativo, documental e bibliográfico, que ofereci previamente aos alunos, constando de cronologias sobre a política internacional, sobre o contexto regional e a diplomacia brasileira, acompanhada de listagem seletiva da produção acadêmica em relações internacionais e em política externa do Brasil, no período de 1945 a 2022, ademais de uma relação completa dos livros publicados pela Funag (muitos já disponíveis livremente).

A despeito de ter respondido inúmeras perguntas oralmente no tempo que se seguiu à palestra inicial – o que poderá ser conferido pelo vídeo do evento, a despeito das diversas imperfeições da gravação, por culpa de minha conexão – faltou tempo para responder a todas elas, tendo eu solicitado a transcrição daqueles que permaneceram sem comentários. Tendo recebido estas poucas questões, vou tentar responder concisamente a cada uma delas, para poder atender aos alunos que não foram contemplados com respostas minhas às suas demandas. Havendo outros poderia igualmente responder.

 

Gabriel Perez: 

1. Embaixador, poderia falar um pouco, por favor, sobre a política externa do Brasil com a China, Rússia e EUA e se o Brasil conseguirá ficar no muro, tentando agradar a gregos e troianos?

 

PRA: Não creio que ajudaria muito os candidatos à carreira diplomática se eu transmitisse a minha opinião pessoal sobre essa questão, pois tenho uma postura muito firme a esse respeito, aliás embasada nas tradições diplomáticas brasileiras.

Posso, em contrapartida, repetir as alegações oficiais que devem ser “repetidas”, como bons alunos enquadrados na versão oficial, sobre o que responder, se questões desse teor vierem a ser objeto de questionamento no concurso.

O que vale, como posição oficial da diplomacia brasileira, são os pronunciamentos e discursos feitos pelos representantes brasileiros no Conselho de Segurança, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, e convido TODOS os candidatos a lerem esses pronunciamentos oficiais, integralmente, tal como disponíveis no site do Itamaraty, e a se guiarem pelos conceitos e cada umas das justificativas ali registrados. Os países membros da comunidade internacional, não se guiam pelas declarações do presidente, feitas de maneira informal a seus admiradores congregados nas cercanias do Palácio da Alvorada, uma vez que tais declarações NÃO EXPRESSAM a posição oficial do governo. O mundo e os meios de comunicações devem se pautar pelas declarações oficiais contidas nos pronunciamentos e notas que o Brasil formulou oficialmente na ONU. O que foi dito no cercadinho da Alvorada não é oficial.

Basicamente o que o Brasil vem dizendo é essencialmente o seguinte. O Brasil “lamenta as hostilidades” e vem incessantemente instando as “partes em conflito a cessarem as hostilidades”, assim como disse que qualquer solução para o conflito passa pela “consideração das preocupações de segurança de todas as partes”. O Brasil aderiu às declarações submetidas e apoiadas pela grande maioria dos membros da ONU, mas se absteve de aderir às sanções anunciadas e aplicadas por parte da comunidade internacional, pelo fato de terem sido adotadas e implementadas unilateralmente, à revelia de uma decisão formal a esse respeito pelo CSNU e também se posicionou contrariamente ao fornecimento de armas à Ucrânia. As justificativas fornecidas foram as de que as sanções não resolveriam nada e só provocariam o agravamento da crise mundial trazida pela guerra e pelas próprias sanções; o fornecimento de armas à Ucrânia, por sua vez, “provocariam mais mortes e mais sofrimentos na população civil”.

Essencialmente, portanto, o Brasil continuou do lado do Direito Internacional, ao mesmo tempo em que não seguiu diretamente e expressamente os métodos utilizados pelos EUA e pela UE, que foram insistentes numa tomada de posição mais vigorosa do Brasil, pelo fato de se pautar exclusivamente por regras de consenso por parte da comunidade internacional, que neste caso se revelaram impossíveis de serem adotadas.

 

Estes são os dados da questão, tal como oficialmente expressos nas instâncias da ONU e alguns de seus órgãos, como o Conselho de Direitos Humanos, por exemplo. Se ouso expressar uma opinião própria sobre o assunto, diria que se a trata de um sutil distanciamento em relação ao que vem sendo dito, de maneira praticamente informal, por responsáveis políticos que já se manifestaram sobre a questão, através da imprensa, por exemplo. Palavras ou declarações de “solidariedade”, depois de “imparcialidade”, ou de “neutralidade”, quando não de “equilíbrio”, podem ter sido expressas com o objetivo de não causar fricções das relações do Brasil com quaisquer partes no conflito ou países mais vocais nesta grave questão. Daí a oposição a determinadas medidas mais duras – sanções, fornecimento de armas, expulsão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos – ou a abstenção em determinadas votações. A China, por exemplo, está observando uma discreta postura de apoio à Rússia, mas se abstendo em quase todas as votações feitas no âmbito da ONU.

Em outras oportunidades já expressei mais claramente minha posição em relação ao conflito, que foram divulgadas em meu blog Diplomatizzando, mas que valem apenas como postura pessoal, não convergente necessariamente com as posições oficiais do governo brasileiro ou do Itamaraty.

 

2. Embaixador, o suicídio de Vargas pode ter relação com a pressão dos EUA na política interna do Brasil?

 

PRA: Não, absolutamente. O segundo governo Vargas (1951-54) foi bastante positivo para os EUA, pois o Brasil assinou um Acordo de Assistência Militar bilateral e apoiou os EUA na maior parte das votações da ONU. Mas, o governo Vargas recusou participar da “operação de paz” na Coreia, aprovada por Resolução do CSNU (por cochilo da URSS, que estava sabotando o Conselho, depois que a China de Mao (RPC) não tomou o lugar da ROC, de Chiang Kai-Shek, recém deslocado a Taiwan.

Tanto o suicídio de Vargas, quanto o golpe de 1964 foram típicas crises civil-militares (mais induzidas pelos políticos do que pelos militares) que tiveram sua dinâmica própria, e totalmente nacionais, independentemente dos enfrentamentos globais no quadro da Guerra Fria. Os EUA faziam e fazem pressão quando governos adotam posturas que prejudicam os interesses globais dos EUA e os negócios de suas corporações. Fora isso, eles podem se acomodar com governo direitistas, esquerdistas, centristas, ditaduras de todas as cores, desde que os sacrossantos interesses de segurança e de negócios dos EUA não sejam comprometidos por medidas concretas adotadas por governos. Nesse caso, eles podem fazer pressões discretas ou abertas, dependendo do tipo de interlocutor com que lidam.

 

3. Embaixador, sabemos que daqui a algum tempo a China será a maior economia do mundo. Como o Brasil pode evoluir a ponto de ser menor protecionista e ter possível vantagem neste cenário?

 

PRA: O problema do Brasil é apenas um: vender o mais possível e ter saldos superavitários na balança comercial, condição essencial para um país que tem um déficit crônico na balança de serviços, e assim garantir um mínimo de equilíbrio nas transações correntes. O Brasil é protecionista desde praticamente o nascimento do Estado independente, sendo apenas constrangido pela “tarifa inglesa” saída do tratado comercial de 1810, feita por Portugal e prolongada na independência por pressão inglesa. Desde 1844, somos os mais protecionistas do planeta, tendo sido superados apenas pela Alemanha nazista nos anos 1930 e mais recentemente pela Índia e alguns outros países pobres. O problema da política comercial protecionista está entranhado na mentalidade das elites, e atualmente vem sendo sustentada pela nossa perda de competitividade dado o nível elevado de tributação existente no plano produtivo interno. Isso é um efeito de um Estado extorsivo, pois que dominado por elites atrasadas, um estamento político patrimonialista, corporações de Estado extremamente vorazes na sua sanha prebendalista e de um sistema de redistribuição de renda contra os criadores de riqueza e a favor dos rentistas que vivem do Estado, no Estado e dentro do Estado.

A China consegue ser competitiva no Brasil mesmo a despeito da proteção tarifária e da postura defensiva contra seus produtos – a maior parte dos processos antidumping aplicados pelo sistema de defesa comercial do Brasil é contra a China, e por motivos totalmente protecionista –, pois que ela tem o que o Brasil não tem: baixa carga fiscal, bom ambiente de negócios, inovação contínua, rede comercial extensa e outros atributos que a tornam uma das maiores, senão a maior das, economias de mercado do mundo. Não é só o Brasil que tem uma posição subordinada no comércio bilateral com a China, mas quase todos os demais países também. Quem dá as cartas na relação comercial é a China: ela importa o que quer, quanto quer, e muitas vezes impõe as condições de fornecimento e preço.

 

4. Embaixador, o não assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, sendo o Brasil o 6º membro na criação deste e recebendo como consolo abertura das assembleias, deixa claro que não somos relevantes?

 

PRA: O Brasil NUNCA foi relevante e foram poucos os episódios nos quais o Brasil contou para alguma coisa relevante no mundo: fornecedor de produtos relevantes, sim, mas não exclusivamente, e sua essencialidade só se revelou em períodos de guerra, por rompimento das linhas de suprimento em outros continentes. Tivemos um bom papel no teatro italiano da Segunda Guerra, mas nada que os americanos não tivessem podido resolver, com algum sacrifício adicional de homens, armas e tempo. Na Guerra Fria, não contamos para quase nada, a não ser, justamente, por não apresentar algum foco de insegurança estratégica para os EUA e os ocidentais de maneira geral. Até ajudamos um pouco, ao “neutralizar” alguns regimes esquerdistas na região (Bolívia, Chile, e alguns outros). 

Eugênio Vargas Garcia tem um livro sobre o “6. Membro permanente”, mas isso não estava seriamente na mesa de negociações. Roosevelt queria diminuir o peso do colonialismo europeu, e não via a França com bons olhos, mas não creio que o Brasil teria passado no teste da capacitação militar para alguma necessidade de projeção externa em caso de necessidade.

 

Bruno Lima: 

1. Embaixador, o Senhor pensa que a guerra na Ucrânia fortalece ou enfraquece a balança de poder mundial atual? Poderá haver o fim da Pax americana nessa atual conjuntura ou o fortalecimento da mesma?

 

PRA: Difícil dizer agora: depende das sanções e da nova postura anti-Rússia dos ocidentais ter condições de estrangulá-la economicamente a ponto de convertê-la antes do tempo em colônia econômica da China. Nunca existe uma balança fixa de poder, pois isso depende de estadistas e da dinâmica econômica de cada um dos grandes atores. No momento, estamos num fluxo de processos econômicos cujos contornos definitivos ainda não foram determinados. Uma coisa é certa: a Ucrânia se afastará da Rússia, vai aderir à UE em alguns anos, mas será um Estado falido durante muitos anos, dependendo de muito apoio financeiro para ser reconstruída. Se a Finlândia e a Suécia aderirem à OTAN, podem surgir novos dados para essa futura balança de poder, mas muito também depende da China. 

A Pax Americana vinha se enfraquecendo, mas não se pode excluir uma nova retomada de seu antigo vigor, com somas gigantescas sendo desviadas para investimentos militares, o que vai atrasar mais um pouco o crescimento dos países pobres, que poderiam estar muito melhor numa Chimerica, numa complementaridade natural China-EUA, o que agora parece difícil.

 

Marina Oliveira: 

1. Acredito que um dos maiores desafios da OCDE poderá ser a sustentabilidade. Isso poderá ocorrer?

 

PRA: Sim, já é, o que significa novos investimentos nessa busca do Santo Graal da sustentabilidade. Assim, como muito se fez, no passado, pelo controle da população nos países pobres, muito se fará agora, em prol da sustentabilidade, o que não vai alterar de maneira decisiva a posição e o bem-estar dos países mais pobres, que não possuem tecnologia para honrar os compromissos com essa nova obsessão mundial. Eles vão recolher mais recursos para sustentar florestas do que recebiam antes para ajuda alimentar e assistência social aos seus pobres. O mundo não é necessariamente mais racional; apenas atende a preocupações que estão na agenda das grandes economias. A OCDE será um dos vetores dessa nova obsessão, que é positiva em si, mas não muda o panorama mundial do não-desenvolvimento em grande parte da humanidade. 

 

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 1430: 14 abril 2022, 6 p.

 

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Carreira Diplomatica: uma postagem de sucesso, com 160 comentários; UAU!

Parece que vivemos perdidos num oceano de blogs concorrentes e, de vez em quando, somos relembrados das coisas simples da vida: o que fazer da vida, justamente, estudar ou não, para entrar na carreira diplomática, mesmo quando a vida já avançou um pouco (pois é, junto com os impostos, os anos são impiedosos...).
Isso a propósito de mais uma consulta que me chegou hoje numa das postagens possivelmente de maior "sucesso" deste blog, esta aqui:

quinta-feira, 21 de maio de 2009

1112) Carreira Diplomatica: respondendo a um questionario

- See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/05/1112-carreira-diplomatica-respondendo.html#sthash.oAJZ82Ls.dpuf
http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/05/1112-carreira-diplomatica-respondendo.html

Fui tentar responder, e tive de deslizar o marcador da direita durante vários minutos para chegar ao final, até descobrir que o post recebeu 160 comentários (um pouco menos da metade, os meus, em resposta às perguntas curiosas, bizarras, repetidas, impertinentes, inteligentes, engraçadas, apoiadoras, simplesmente ingênuas, dos muitos comentaristas que se apresentaram).
Bem, quem tiver paciência e curiosidade pode descer até o final.
Sempre se pode aprender alguma coisa com as experiências dos outros, mesmo as minhas, não exatamente típicas ou exemplares...

Gostaria apenas de relembrar aos curiosos que eu NÃO me dedico a cursos preparatórios, não tenho a pretensão de deter alguma competência nessa área, e que poucos dos meus livros são voltados para isso, pois estão concentrados numa discussão de questões relevantes da política internacional, das relações econômicas internacionais em especial, e um pouco à política externa do Brasil. Simplesmente não pretendo refletir a política externa oficial, sequer a oficiosa, como existe de vez em quando...
Mas, eles podem servir para uma discussão (inteligente, suponho) de todas essas questões.
Meu site tem uma seção de dicas (não atualizadas) sobre a carreira diplomático e o concurso do Itamaraty, mas confesso que não sou a melhor fonte de informação nesse terreno.
Este meu blog é apenas um divertimento pessoal, com motivação para o registro de informações e análises, nada mais do que isso...
Em todo caso, boa sorte nos estudos, a todos.

Paulo Roberto de Almeida
Hartford, 2 de Fevereiro de 2014.

domingo, 5 de agosto de 2012

Concurso Barao do Rio Branco (MRE-ABL): contemplados


ABL e Itamaraty divulgam resultado do concurso de redação em homenagem ao centenário de morte do Barão do Rio Branco
A Academia Brasileira de Letras e o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), por intermédio da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), acabam de divulgar oficialmente a relação dos dez vencedores do “Concurso de Redação Barão do Rio Branco – 100 anos”, que se insere na celebração do primeiro centenário de morte de José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco. A cerimônia de premiação está prevista para o dia 28 de agosto, na sede da ABL, no Rio de Janeiro. O Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário de Morte do Barão do Rio Branco é o Acadêmico e diplomata Alberto da Costa e Silva.
Os vencedores foram: Bruno de Gouvêa Marti Ferrão, Colégio Pedro II (Unidade Humaitá II), Rio de Janeiro; Lílian Morais Leite, CE – José de Anchieta, Maranhão; Arthur Almeida Campanha, Escola Estadual do Ensino Médio Professor José Veiga da Silva, Espírito Santo; Robson Lousa dos Santos, Instituto Federal de Goiás – Campus Uruaçu, Goiás; Beatriz Pêgo Damasceno, Colégio Pedro II (Tijuca), Rio de Janeiro; Patrícia Camargo de Sousa, Colégio Objetivo, Rondônia; João Lucas Ismael, Colégio Atenas, Minas Gerais; Maristela Cristina Gomes, Escola Estadual Marquês de Sapucaí, Minas Gerais; Devid Richer Araújo Coelho, Colégio Estadual Miguel Couto, Rio de Janeiro; e Aléxia Duarte Torres, Escola Estadual do Ensino Médio Professor José Veiga da Silva, Espírito Santo.
O objetivo do concurso foi o de avaliar a capacidade de expressão escrita e o conhecimento dos estudantes sobre a vida e a obra de Rio Branco, Patrono da Diplomacia Brasileira. Cada um dos ganhadores, alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, regularmente matriculados em escola reconhecida, receberá o prêmio de R$ 2mil, a ser depositado na conta bancária fornecida quando da inscrição, em nome do beneficiário. O concurso foi aberto a estudantes de todos os estados brasileiros, e o candidato podia participar com apenas uma redação. A Fundação Alexandre de Gusmão arcará com os custos das passagens aéreas dos autores premiados, bem como de hospedagem. Aos que são menores de idade serão fornecidas passagem em classe econômica e hospedagem para um acompanhante.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Carreira diplomatica: respondendo a questoes de candidatos

Neste meu post, creio que já repetido duas vezes: 

1112) Carreira Diplomatica: respondendo a um questionario



QUINTA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2009


http://diplomatizzando.blogspot.com/2009/05/1112-carreira-diplomatica-respondendo.html


tenho acumulados 120 comentários, a maior parte, na verdade, perguntas e dúvidas de candidatos que tenho procurado responder no ato, para satisfazer a curiosidade de alguns, reduzir a angústia de outros, tentar acalmar os mais aflitos de outra parte, enfim, trazendo conforto, compaixão e uma palavra de apoio espiritual aos candidatos ao reino dos céus (OK, OK, a carreira não é tão perfeita assim, nem eu sou assistente de profeta). Tudo isso é brincadeira.


Mas, como muitas perguntas se repetem, e como muita gente não se dá sequer ao trabalho de consultar o meu site, que tem uma seção só de dicas para a carreira: 



  • Carreira diplomática: algumas dicas
  • Profissionalização em RI e mercados



  • (que ainda que defasada no tempo ainda é essencialmente válida), resolvi postar aqui todos os comentários feitos ao longo do tempo, para deleite de alguns e maior desespero de outros...
    Acho que deixei de responder algumas consultas e deve ter sido por impossibilidade material (viajando, trabalho acumulado, confusão pessoal, whatever), e por isso quem se julgou ignorado pode refazer a sua pergunta.
    Mas eu recomendaria que antes o incauto procurasse ler tudo o que existe aqui neste blog e no meu site (ambos têm instrumentos de busca, e com palavras chave é possível chegar a muita coisa útil e inútil acumulada desde os últimos anos que venho fazendo este trabalho voluntário de acalmar os aflitos e consolar os desesperados.
    Em todo caso, desejo a todos bons estudos, como sempre faço, invariavelmente, para qualquer circunstância da vida, para qualquer aflição, doença, surto de loucura...
    Divirtam-se com as perguntas de alguns malucos, sem qualquer maldade, claro. Sempre rimos das agruras dos outros, sempre quando a desgraça não nos atinge...
    Perdão a todos pelas palavras pouco amenas, boa distração e ótima leitura...
    Paulo Roberto de Almeida 

    120 comentários:

    André disse...
    Realmente muito instrutivas as dicas... e perigosas, sobretudo a quem deseja que sua vontade seja obedecida somente em função da autoridade de que é ocasionalmente revestida, e não em função do conhecimento objetivo de causa em que se baseia.
    Bety Bückér disse...
    achei este blog por acaso,no meio de uma pesquisa se sirvo para o serviço diplomático, sou meio autodidata e me peguei estudando história do Brasil em pleno sábado a tarde quando a maioria das mulheres brasileiras estão no cabelereiro,e como você disse meu maior defeito é - não tenho nenhum respeito pela hierarquia ou pela autoridade - não gosto muito desta estória de chefe,sub-chefe e todos os chefes acima e abaixo, isto pode ser um empecilho real, e como voce não tenho pretensões de carreira visto já estar na casa dos 50 anos, mas estou interessada em prestar concurso para a diplomacia, voce acha meu perfil por demais anarquista ?
    Dalto Filho disse...
    Muito bom seu blog.
    Acho que minha real vocação é o serviço diplomático, apesar de cursar Medicina.
    Se não for pedir muito. você poderia me informar em que pontos a carreira médica se aproxima da diplomática?!
    Pretendo terminar o curso que estou fazendo diecionar meus estudos mais para área da Saúde Pública.
    Parabéns pela seu percurso profissional. Há muito na sua história daquilo que almejo alançar no futuro.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Dalto,
    Medicina e diplomacia possuem poucos pontos em comum. Nos exames de ingresso possivelmente nenhum, a nao ser o conhecimento de Portugues e de Ingles. Na profissao, apenas a analogia de se usar o bisturi para dissecar problemas complicados, que necessitam uma abordagem anatomica, digamos assim, mas não deve ter muito terreno comum.
    Saude pública é importante eestá na agenda internacional, mas nem sempre se pode trabalhar onde se deseja. Diplomata é um generalista, nao um especialista, mas acho importante que tenhamos um perfil diversificado, incorporando engenheiros, médicos, matematicos, etc.
    Janaina disse...
    Tenho 18 anos, faço direito e desde sempre sou encantada pela carreira diplomatica. Lendo o post , então, me deu mais vontade ainda. Faltam alguns anos pra eu tomar uma decisão efetiva de carreira, mas a diplomatica ganha pouco a pouco o meu coração. Vou começar a visualiza-la mais como um objetivo a seguir. Já que tenho muito caminho a trilhar.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Acho que fiquei devendo algumas respostas ou comentários aos comentários, aqui postados.
    A Betty eu diria que o problema não está em ser anarquista, pois isto não vai ser objeto de questionamento no ingresso, nem depois. A questão está em que você teria de estudar muito, agora, para poder aspirar algum sucesso nos exames de ingresso, e depois não terá nenhuma possibilidade de carreira, por causa da idade. Se trata de um fato, não de uma opinião.
    Para a Janaina, eu diria que se você pretende entrar, o tempo de decisão é agora mesmo, sem esperar mais nada. A preparação é muito exigente, e você tem de comecar agora lendo todos os livros, do contrpário, se for começar a estudar apenas no final do curso de graduação, poucas chances terá, a menos que estude exatamente as matérias exigidas no concurso...
    talesosorio disse...
    Oi. Eu tenho 36 anos e meu sonho é ser diplomata. Pergunto se há alguma possibilidade promissora na carreira, estando eu com essa idade? Eu tenho possibilidade de chegar ao ultimo posto? Muito obrigado.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Tales Osorio,
    Acredito que 36 anos seja um pouco tarde para uma carreira satisfatoria, pois voce poderia ter problemas de promocao e acabar tendo se de aposentar como Primeiro Secretario ou Conselheiro. Em todo caso, nao se trata de um impedimento absoluto, voce pode sempre tentar entrar e comecar a carreira, sabendo que poderá sofrer algum constrangimento por ter, provavelmente, chefes mais jovens do que voce.
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Almeida
    Fernanda Gauss disse...
    Olá, a todos que se interessam um dia se tornar um diplomata com eu também almejo,
    Achei bem interessante saber um pouco mais sobre a carreira que me facina a muitos anos,minha ligação com a carreira se deu através de minha vivência na Europa aos 19 anos,antes disso aos 16 anos, já havia estabelecido convivência nos EUA, onde minha aventura pelo mundo começava.
    O caso é que eu sempre fui mulher de mudanças , me acostumei com diversas culturas e conviver com instabilidades, diversas vezes na adolescência tive que conviver com a instabilidade da relação de meus pais,que me fizeram começar do zero as relações sociais em lugares diferentes.
    A vivência na Europa CH, se deu por meio de uma oportunidade onde durante 2 anos, aprendi a me diciplinar, e a seguir objetivos na vida,como também a oportunidade de aprender outros idiomas,regressei de volta para o Brasil,onde atualmente passo a passo me preparo para o teste do Barro Branco, em alguns meses estarei formada em Comércio exterior, onde durante o período de ensino obtive a respostas que eu sempre procurei em minha vida, sim eu sim tenho tudo haver com relações internacionais.Espero que como eu todos tenham essa mesma certeza,isso dá um significado a vida,isso é um caminho imenso para realização de um sonho, não importa idade, classe social, credo nem cor,essa é a razão de viver.
    MarK Santto disse...
    Excelente blog.

    Paulo R. de Almeida,

    Junto-me à turma das idades avançadas para a carreira – 29 anos. Tive o privilégio de dedicar somente aos estudos. Graduei-me Matemática e Administração. Obtive o título de mestre em Estatística e Economia. Neste momento, defendo tese de doutorado. A carreira diplomática é um atalho...
    Rafael disse...
    Dr. Paulo,

    Sou formado em Ciências Sociais e desde o início da faculdade venho sonhando na carreira diplomática não só por causa da prática profissional mas também pelo formação generalista e a proximidade com áreas acadêmicas. Acontece que eu nunca comecei a estudar de fato para o concurso porque me angustia a idéia de não poder dar a mim e aos meus furutos filhos a satisfação de serem criados próximos da família aqui no Rio. Por isso te pergunto sobre algo que descobri há pouco tempo: qual a possibilidade e em quanto tempo mais ou menos, o diplomata, depois do curso de formação, pode ir trabalhar num escritório de representação regional? Existe um limite de tempo para esses locais de trabalho? E qual a diferença de trabalho nesses locais para Brasília?

    Muito obrigado.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Rafael,
    Acho melhor voce desistir de ser diplomata. A carreira significa passar praticamente dois terços do periodo no exterior e apenas um terco no Brasil, em Brasilia. Se voce pretende ficar com a familia no Rio, melhor nem começar, pois sua carreira seria prejudicada, para nao dizer impossivel, pois precisamos ter tempo de exterior para ser promovidos.
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Dr, Paulo

    Belo blog e grande pessoa você mostra ser,Parabéns
    Não perguntarei se tenho o perfil ou não para ser um diplomata,pois serei um.Sei que a preparação é muito exigente
    tenho 23 anos.E vou começar a estudar agora, ler todos os livros que é preciso, para ter uma boa preparação. Isso durante quatro anos, que também será o tempo para me formar. Mas queria saber se nesse tempo as matérias mudam ou existe uma tradição nos livros ,ou algo do tipo, tendo risco de estudar matéria já ultapassada devido o tempo que vou me preparar.
    O que esta no guia do estudante seria muito parecido nos próximos anos? ou muda muita coisa. Estudarei todos os dias, mas o que gostaria de saber é como começar , ou melhor com quais livros?
    Depois de me prepara entrarei em uma escola preparatória aqui em São Paulo, para reforçar todo o aprendizado. Eum planejamento que vai levar tempo e muito esforço, Agora só preciso de uma direção rapida. O sr. poderia me aconselhar algo?
    Cordialmente,
    Renato Nery de Melo Oliveira
    Paulo R. de Almeida disse...
    Renato,
    Os exames de ingresso seguem um mesmo padrao basico, com mudancas pontuais a cada ano, com enfases diversas, dependendo dos professores e diplomatas que preparam as questoes. Mas se requer sempre o mesmo tratamento amplo das materias fundamentais que estao na base da selecao? Portugues (que precisa ser perfeito), Ingles excelente, e muito bom conhecimento de Historia Mundial e do Brasil, Economia, Geografia, Direito e bastante coisa sobre a diplomacia brasileira e suas posicoes dentro da materia relacoes internacionais.
    Comece lendo os grandes classicos das ciencias sociais no Brasil e a boa literatura.
    Depois faca um cursinho preparatorio, pois parece que eles se tornaram obrigatorios.
    Paulo Roberto de Almeida
    Ademir B. Castorino - Janaina Rodrigues disse...
    O QUE FAÇO COM A MINHA CABEÇA?

    Caro Paulo, já que você fez o blog então vamos conversar.
    Sou Ademir, Geógrafo, 28 anos, portador de deficiência física, técnico do DNIT e interessado na diplomacia.
    Não sou bom de português, estudei o básico de inglês e espanhol, tenho facilidade nas demais diciplinas, menos na economia, mas posso estudar.
    Sou esforçado, mesmo tendo estudado na escola pública e tendo lido o primeiro ( de capa a capa) livro as 18 anos.
    Uma dúvida cruél me incomoda, seria velho demais? O fato de ter estudado pouco e na escola pública não me da base para postular uma vaga? Vou perder tempo e dinheiro?
    Tenho medo de fazer uso das cotas para PNE e ser discriminado.
    Tenho medo de investir, medo.... a diplomacia me parece grande, enorme para um filho de pais analfabetos.
    Diga me caro Paulo, fale de suas impressões sobre mim. Diga me o que faço com a minha cabeça quando penso na diplomacia. Ajude-me a aceitar a impossibilidade dessa realização ou investir nela com toda a inteligência que tenho.
    Você é um homem importante, muita gente o ler e o ouve, tem boa formação e logo tem boa carreira, diga se posso ser um aluno seu, um colega seu....
    Aguardo suas decisivas considerações.
    Ademir
    Paulo R. de Almeida disse...
    Ademir,
    Vou ser muito sincero e franco -- o que é uma redundância -- com você. Pelo que você me descreve, você não está preparado para passar no concurso. Não digo para ser diplomata, e sequer pela deficiência física, que pode representar uma dificuldade adicional, mas não representa um impedimento absoluto às vontades muito fortes.
    Se você realmente sente que tem vocação para a diplomacia, se voce quer, pretende, deseja, aspira a ser diplomata, eu diria que você deveria se preparar. Sua idade -- 28, mas supondo que você só consiga entrar em dois ou três anos -- não constitui tampouco um impedimento fundamental.
    Ninguém, nunca, perdeu tempo, ou se prejudicou por estudar e por perseguir os seus sonhos, desde que os procedimentos adotados sejam razoáveis em termos de dedicação aos estudos, em tempo e dinheiro.
    Mas devo também registrar, pela descrição que você me faz do seu estado de despreparo, que suas chances são mínimas num concurso notoriamente muito exigente (mesmo levando-se em conta a cota para deficientes físicos, que se traduz, ao que parece, em facilidades relativas).
    Pessoalmente, eu diria que você deveria estudar e se preparar, ainda que eu reconheça que você tem enormes lacunas de formação, e que pelo background familiar você se atrasou em seus estudos.
    Eu também venho de uma família muito modesta, com avós analfabetos, mas tive a chance de residir ao lado de uma biblioteca infantil, onde passei toda a minha infância e primeira adolescencia lendo e estudando. Eu estava preparado, portanto, o que sinto não é o seu caso.
    Mas, estude, tente uma vez, e talvez outra, para você não dizer que não tentou.
    Meus melhores votos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Thiago Hansen disse...
    Dr Paulo,

    Tudo bem com o sr.?
    Estou acompanhando seu blog e gostaria de parabeniza-lo pela iniciativa.
    Gostaria da opinião do senhor sobre a possibilidade do meu ingresso na diplomacia.
    Tenho 20 anos, estudo Direito e História na Universidade Estadual do Norte do Paraná. Morei alguns meses nos Estados Unidos, e de certa maneira, domino o inglês.
    Estudo firme, e pelo que li no Guia de Estudos do Instituto Rio Branco, já li uma boa parte da bibliografia sugerida para História.
    Entretanto, não tenho leituras profundas em economia (mais especificamente em microeconomia).

    Penso em fazer mestrado na área de Direitos Humanos na USP, e somente após o término deste, ou quiçá de um doutorado, prestar a prova da Diplomacia.

    O sr. considera besteira fazer pós-graduação antes do ingresso na carreira ou uma atitude correta?

    Obrigado desde então,

    Thiago Hansen
    Paulo R. de Almeida disse...
    Thiago,
    Minha opiniao é a de que voce deve tentar o exame de ingresso no Itamaraty ainda antes de concluir o curso de graduacao, para conhecer, treinar, saber onde estao seus pontos fortes e fracos. Depois, nao espere a pos para tentar novamente. Continue estudando e tentando, e faca o mestrado paralelamente.
    Paulo Roberto de Almeida
    Daniel disse...
    Exmº. Dr.Paulo Roberto de Almeida,
    Primeiramente gostaria de prestar congratulações e respeito por vossa biografia, de fato inspiradora, acredito que para todos nós aspirantes à carreira diplomática.
    Tenho 31 anos, sou odontólogo, professor auxiliar de uma Universidade pública no Rio de Janeiro e dou início, no atual momento, ao doutorado em minha área.
    Entretanto, a carreira diplomática sempre me foi no mínimo instigante e exatamente pela curiosidade e pela compulsão literária, sinto-me impelido a enveredar-me por este caminho de evolução intelectual, profissional e humano. Acerca deste
    último campo, me chamou muito à atenção o lado humanista da profissão, o de servir aos brasileiros, não somente ao Estado.
    Tendo-se em vista as desigualdades sociais de nosso país, como a carreira diplomática pode ajudar a aliviar as claras deficiências de desenvolvimento humano em nosso país? Pelo que devemos primar em nossas carreiras para transformar crescimento do Estado, muitas vezes fomentado pela atividade diplomática, em consequente desenvolvimento humano?

    Cordialmente,
    Daniel G. Moscoso
    Paulo R. de Almeida disse...
    Excelentes perguntas, Daniel, que eu mesmo gostaria de responder agora, se tivesse tempo e capacidade (acho que tenho alguma).
    Respondendo rapidamente de forma sintética, eu diria que o papel do diplomata no desenvolvimento brasileiro é claramente acessório, pois nenhum, REPITO NENHUM, dos grandes problemas brasileiros tem a ver com o cenário internacional, ou muito superficialmente.
    Todos os nossos problemas -- falta de educação de qualidade, corrupção, políticas públicas inadequadas, baixo investimento em C&T, instituições governamentais deficientes, déficit previdenciário, baixo investimento, baixa poupança, pequena abertura a comércio internacional e investimentos diretos estrangeiros -- todas essas deficiências são "made in Brazil", nossos próprios pecados, e tem de ser resolvidos aqui mesmo. Mas acredito que isso vai demorar um pouco.
    O diplomata, como cidadão, pode ajudar um pouco, expondo o que fizeram de certo (e de errado) outros países, e porque alguns deram certo e outros deram errado.
    Nós fizemos meio certo em muitas coisas, e muito errado em outras, como em educação, por exemplo.
    Mas, isso não é algo que o diplomata possa resolver, não é mesmo?
    Paulo Roberto de Almeida
    PS.: Vou me dedicar a responder a esse seu questionamento em algum trabalho futuro.
    Obrigado por formular a questão.
    João disse...
    Olá Sr. Paulo.
    Tenho 23 anos, sou formado em Administração Hoteleira e pretendo iniciar meus estudos para ingressar na carreira diplomática no início de 2010. Neste princípio, sinto-me um tanto confuso no que diz respeito ao que fazer, por onde começar. Como pretendo dedicar, no mínimo, os próximos dois anos de minha vida apenas aos estudos, estou a procura de um curso preparatório que responda a todas as questões as quais hoje desconheço. O Sr. poderia indicar-me algum?
    Buscando informações encontrei seu blog e gostaria muito de ter a sua opinião. Dois anos, "integrais", são o suficiente? Como já disse, pretendo dedicar-me apenas a isso.
    Acho que o sonho e a força de vontade são o princípio, mas infelizmente não bastam.
    Aguardo suas colocações com ansiedade.

    Grato.

    Atenciosamente.

    João Dornelles
    Anônimo disse...
    Boa tarde, Sr. Paulo Almeida

    Bem, tenho 17 anos. Sempre tive muita facilidade com as matérias de humanas como História,Geografia e Português. Aprendo línguas estrangeiras com extrema facilidade, sou fluente em Inglês e Francês.
    Por causa dessa paixão pelo estudo das línguas e culturas, decidi prestar Letras na USP. Porém, a carreira diplomática muito tem me cativado - assim como a muitos outros.
    Gostaria de saber qual curso de graduação seria o mais apropriado para obter êxito nessa carreira. Relações Internacionais, Ciências Sociais, ou até mesmo a combinação de uma dessas com Letras?
    Muito obrigada pela atenção,
    Caroline Gonsalves
    Caroline Gonsalves disse...
    Boa tarde, Sr. Paulo Almeida.

    Bem, tenho 17 anos. Sempre tive muita facilidade e gosto pelas matérias de humanas, tais como Português, História e Geografia. Línguas estrangeiras são meu grande hobby, falo francês e inglês fluentemente.
    Exatamente por esse apreço pelas línguas e culturas estrangeiras, optei pelo curso de Letras na Usp no vestibular desse ano. Porém, a carreira diplomática muito tem me atraído - assim como a muitos outros.
    Gostaria de saber qual o curso de graduação é o mais adequado para seguir a carreira diplomática. Seria interessante, além de ter tal graduação, ser letrada?
    Muito obrigada!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Caroline Gonsalves,
    Nao sei bem o qeu voce quis dizer com letrada. A unica coisa de que voce precisa para se tornar diplomata é um diploma de QUALQUER curso superior reconhecido pelo MEC. O resto é com voce, ou seja, o estudo de todas as materias que constam do edital de concurso, o que já é um imenso esforço de leitura.
    Mas, voce tem tempo. Comece agora a ler e quando voce terminar a Faculdade voce ja estará pronta para ingressar na carreira.
    Agora eu hesito em lhe indicar um curso. Pode ser que o de RI seja o mais adaptado para os exames de entrada, mas nao tenho certeza, pois voce precisa pensar em ter uma profissao normal, antes de se tornar diplomata, pois pode demorar o seu ingresso, tendo em vista que o concurso é muito concorrido.
    Voce pode fazer direito, economia, administracao, letras, enfim, aquilo que lhe der mais prazer e oportunidades no mercado, ao mesmo tempo em que estuda as materias do concurso. Pode ser que na sua cidade exista um bom curso de RI, numa boa Faculdade, mas nao sei.
    Bons estudos.
    PRA
    Kênia Pinheiro disse...
    Boa Tarde, Sr. Paulo Almeida.
    Bom, Tenho 17 anos. Sempre gostei de matérias como, História, Geografia (Geopolítica) e Português.
    Línguas estrangeiras, conhecimento sobre outras culturas, assuntos políticos e econômicos é de grande atração para mim.
    Eu gostaria de saber o que um profissional formado em Comércio Exterior faria como diplomata?
    Não se tem tempo para cursos (fora os de aperfeiçoamento da carreira),
    Esportes ou Dança?

    Obrigada!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Kenia,
    O profissional formado em Comércio Exterior, como qualquer outro profissional formado em qualquer outro curso de graducao reconhecido pelo MEC, faria como diplomata o que qualquer outro diplomata faz: trabalhar no MRE e nos postos no exterior, segundo funções e atribuições típicas da carreira. Ou seja, trata-se de um servidor do Estado, do serviço público federal, como vários outros, um burocrata federal, mas que tem essa particularidade de trabalhar no exterior por periodos determinados, geralmente 3 + 3 anos (em dois postos no exterior) e um periodo variável, de 2 a 3 anos, em Brasília.
    Dentro da carreira existem dois cursos de aperfeiçoamento, para promoção, mas você pode fazer qualquer curso extra, fora da carreira, desde que não atrapalhe as funções profissionais: dança, pintura, linguas, mestrado e doutorado, não fazer nada...
    PRA
    JoãoP disse...
    Caro Professor Paulo,

    Escrevo-lhe porque pressinto que, com sua ajuda, eu possa obter resposta a uma pergunta sobre a carreira diplomática que me deixa, já há algum tempo, apreensivo. Vamos lá.

    Para que o senhor possa compreender melhor o motivo de minha preocupação, apresento minha situação. Tenho 25 anos, nível superior completo e um forte desejo - para muitos injustificável - de ingressar no Itamaraty. Minha lucidez me indica, no entanto, que, iniciando minha preparação para o concurso neste momento, serei aprovado dentro de dois ou três anos. E tenho receio de que o ingresso na carreira com cerca de 28 anos me comprometa no que diz respeito ao meu futuro profissional.

    Isto porque percebo que há, de certo modo, um limite de idade implícito para aprovação no concurso de admissão, tendo em conta que o candidato aprovado pretenda ascender de maneira satisfatória e plena na carreira. Suponho, por exemplo, que um sujeito de 35 anos que seja aprovado no concurso dificilmente alcance o ápice da carreira, em termos hierárquicos.

    A questão que me atormenta é, então e por fim, a seguinte: qual idade - ou faixa etária - poderia ser apontada como tal limite?

    Ademais, bajulações à parte, comento que seu espaço na rede muito me impressionou, tanto por conta da qualidade dos textos e das opinões quanto por conta da nobreza da iniciativa de divulgar aos interessados dados sobre a carreira.

    Muito agradeço pela ajuda e pela atenção.

    Até.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Joao P,
    Acredito que se possa entrar no Itamaraty ate 32 ou 33 anos, embora a progressao possa tornar-se mais lenta a partir de agora, com tantos novos entrantes.
    Eu mesmo ingresse cim 28 anos completos e tive uma trajetoria normal ate ministro de segunda classe, e poderia ter sido embaixador 5 ou 6 anos atras, embora por razoes basicamente politicas eu nao tenha sido promovido, pelas mesmas razoes que voce vê em meus escritos.
    Você se comportando bem, conserva intactas as suas chances...
    Vitória S. Moreira disse...
    Dr Paulo,
    Tenho 17 anos e estou cursando o ensino médio. Ainda não me decidi completamente pela carreira diplomática, mas já tenho certeza de que quero fazer um curso de Relações Internacionais, por isso, tenho feito o PAS (Programa de Avaliação Seriada) da UnB, para, no futuro, poder cursar essa universidade. Tenho, porém, uma imensa vontade de estudar nos Estados Unidos e já até entrei em contato com agências que possam intermediar e me auxiliar durante o processo, inclusive já até vi uma universidade do meu agrado (University of Washington). Porém, tenho duas dúvidas: a primeira é se, por acaso, eu me decidir pela carreira diplomática, será vantajoso ter estudado fora? A segunda é a mesma dúvida, só que numa situação mais genérica: o Sr. acha que é realmente vantajoso estudar nos EUA em relação às universidades brasileiras (no curso de Relações Internacionais)?
    Desde já agradeço a resposta.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Vitoria,
    Sempre é bom estudar fora do Brasil, sobretudo em ingles, para voce ficar com a lingua totalmente dominada, mas eu nao recomendaria fazer todo o curso superior fora, pois voce vai precisar estudar muito mais coisas do Brasil, se pretende ingressar na carreira diplomatica. Assim, recomendo que voce estude um periodo fora, seis meses ou um ano, mas faça o essencial de seus estudos de graduação aqui no Brasil, para poder se preparar de maneira adequada, inclusive fazendo algum cursinho preparatorio.
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Olá. Eu estudei na Escola Americana de Brasília e tenho o diploma técnico de tradutora intérprete. Sempre foi uma profissão que eu admirei. Sou formada em pedagogia, sou funcionária pública e tenho interesse em ser diplomata. Gostaria de saber como é o horário de trabalho dos diplomatas. Vocês trabalham no horário comercial de 8:00 às 18:00? E o horário é maleável? Vocês podem entrar às 10:00 e sair às 20:00 se quiserem? Os jantares e reuniões informais nos finais de semana para tratar de negócios são computados como horas trabalhadas ou não? Fico feliz que o senhor responda as perguntas de pessoas interessadas na carreira diplomática. Obrigada pela ajuda e consideração. Um abraço da Daniela.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Daniela,
    Suas perguntas s'ao fora do comum, mas vamos lá.
    1) Horario oficial de trabalho na Secretaria de Estado: de 9hs a 13hs, e de 15hs a 19hs, mas dependendo da área de trabalho, pode se sair mais tarde (e entrar mais tarde também): geralmente nos Gabinetes isso ocorre.
    Temos muito trabalho (e viagens) em fins de semana, assim que a carga total de trabalho pode ser bem mais pesada do que o de um funcionário de outros setores (acabo de voltar da China, para onde viajei num sábado, 28.11.2009, demorei para me recompor com a diferença de 11hs; e voltei ontem, cansadíssimo).
    Não existe NENHUMA hora extra computada por jantares, recepções ou viagens em fins de semana: só ganhamos o salário, ponto, todo o resto não é pago.
    Ou seja, trabalhamos muito mais que funcionários "normais" e ganhamos proporcionalmente menos, posto que simplesmente não existe esse conceito de horas extras ou compensações por viagens e tempo gasto em atividades diplomáticas extra-horário de trabalho. Existe certa tolerância, por isso mesmo, quando se chega as 10hs ou 11hs na manha seguinte a uma dada atividade extra na noite anterior.
    Espero ter satisfeito sua curiosidade.
    Paulo Roberto de Almeida
    margareth morais disse...
    Dr.Paulo, sua informações me são muito oportunas. Tenho interesse na carreira diplomática e gostaria de saber quais seriam exatamente as atribuições de um 3° secretário (primeiro nível de carreira). Se puder esclarecer, agradeço.
    Anônimo disse...
    Olá. Primeiramente eu gostaria de agradecer por você ter respondido a minha pergunta. Eu tenho mais algumas dúvidas.

    Você havia me dito que os diplomatas têm muito trabalho (e viagens) nos finais da semana. E quantos finais de semana por mês você têm que trabalhar? Quantas vezes por mês você viaja para fora do Brasil?

    As remoções são direcionadas para postos separados entre as categorias A, B e C e D. O diplomata pode escolher o local para onde deseja ir morar? Se o diplomata quiser trabalhar em Sydney, na Australia, ele pode fazer essa escolha?

    Imagino que você esteja na Conferência de Copenhague em inúmeras reuniões com autoridades estrangeiras. Sei que seu tempo é precioso, mas quando tiver um tempinho agradeço se responder minhas perguntas. Admiro a sua carreira diplomática e tenho curiosidade sobre o dia a dia dos diplomatas. Atenciosamente Daniela.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Daniela,
    Sinto muito. Estou com minha central de respostas temporariamente desativada, por excesso de trabalho, e excesso de perguntas.
    Tente de novo em janeiro. Pode ser que eu tenha conseguido terminar minhas obrigacoes...
    Paulo Roberto de Almeida
    Dionathan disse...
    Prazer!!!
    Moro em Santa Cruz do Sul uma cidades de porte médio do interior do Rio Grande do Sul, tenho 15 anos.
    Estou interessado em fazer a graduação em Relações Internacionais em uma universidade federal possilvelmente a UFRGS ou UFSM, contudo, sou proveniente de escola pública e de certo modo noto que grande parte das admissões nesses concursos os alunos são provenintes de escolas particulares como por exemplo o Itamaraty...
    O fato de eu provir de escola pública é algum tipo de impencilho?
    Há também tenho outra dúvida, o serviço militar(não me refiro ao alistamento) é obrigatório para passar no concurso? Quanto tempo?
    E apenas mais uma dúvida que condições físicas de saúde são essas que o Itamaraty exige?
    Certo de vosa compreensão aguardo as respotas...
    Obrigado
    Obs.: Adorei seeu blog
    Dionathan disse...
    Prazer!!!
    Sou de Santa Cruz do Sul uma cidade de médio porte do interior do Rio Grande do Sul, vou fazer 16 anos em abril.
    Tenho interesse na área diplomática e pretendo cursar Relações Internacionais numa universidade federal...
    Tenho algumas dúvidas que se não pedir demais gostaria que o senhor respondesse:
    * O fato de eu provir de escola pública me prejudica de alguma forma?
    * Tenho ter serviço militar obrigatoriamente (não me refiro ao alistamento ao serviço propriamente dito)?
    * Que condições de saúde são essas que o Itamaraty se refere?

    Certo de vossa compreensão aguardo as respostas.
    Obigado

    Obs.: Adorei seu blog
    Paulo R. de Almeida disse...
    Dionathan,
    Nenhuma escola publica representa um impedimento absoluto ao que você pretende ser mais tarde na vida, em termos de carreira acadêmica ou trajetória profissional nos mercados.
    Mas, claro, você precisa ter perfeita consciência de que o ensino numa escola pública apresenta deficiências enormes, que você terá de suprir por seus próprios meios estudando de forma autodidata.
    Aliás, você pode ter certeza também que o ensino numa escola privada não é de muito melhor qualidade. Os professores, com muito poucas exceções (que são as escolas privadas de altíssimo nivel, e portanto muito caras, e situadas apenas nas grandes capitais) não são muito melhores do que aqueles que ensinam nas escolas públicas, pois a mediocrização do ensino no Brasil é geral, atingindo inclusive as universidades.
    Você pode escolher um curso de RI para se preparar depois para o concurso da carreira diplomática, mas sinceramente eu não recomendo. Acho esses cursos muito fracos e não preparam para uma profissão "normal", o que quer dizer tradicionais no mercado (direito, administração, economia, etc).
    Recomendaria a você, em qualquer hipótese, fazendo ou não curso de RI ou outro, se preparar por conta própria, lendo e estudando todas as matérias do concurso do Rio Branco de maneira autônoma e individual.
    Estude muito, pois você vai precisar ter um excelente nível de conhecimentos se pretende se tornar um diplomata.
    Boa sorte nos estudos, felicidades em sua vida pessoal.
    Paulo Roberto de Almeida
    Louise disse...
    Chegamos ao ano de 2010 e acredito que o futuro da diplomacia e das relações internacionais no Brasil se modificou desde o texto ''As relações internacionais como oportunidade profissional'' onde o senhor responde a todas as duvidas dos jovens que pretendem cursar RI.

    Pois bem, tenho 17 anos e esse ano pretendo prestar para uma faculdade pública (USP ou UNB) em busca da formação em RI, mas focada para a diplomacia. É o que tomo como ambição para o meu futuro desde os 15 anos. Sempre fui auto ditada e não tenho dificuldades em relação a estudo e leitura, muito pelo contrário, tomo isso como um hobbie. Minha principal preocupação é na verdade o tempo médio que levaria para a minha formação intelectual a nivel de concorrer a uma vaga no Itamaraty ( e o tempo que eventualmente não haveria ''mercado'' para mim ) e se esse ramo, o da diplomacia, tras ainda algum tipo de preconceito em relação a mulher em papeis de poder.

    Se puder tirar minhas duvidas, agradeço desde já.
    Louise.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Louise,
    Você já tem um nome, por assim dizer, internacional, e talvez isso facilite o seu ingresso na diplomacia. Meus cumprimentos por manter esse objetivo desde os 15 anos, ou seja, há dois anos, e se percebo bem, você vai continuar se preparando de forma intensa durante todo o seu curso de graduação em RI. Meus parabéns e eu diria que você deve fazer isso mesmo. Não confie em seus professores, que muitas vezes são preguiçosos, e continue autodidata. Faça um programa de leitura e de estudos dirigidos, calcado no Guia de Estudos e leia três vezes mais do que a lista ali recomendada, pois você vai precisar de toda leitura para ingressar logo na primeira vez.
    Pelo que eu vejo de seu Português ainda falho, você vai precisar se aperfeiçoar seriamente em várias matérias. O tempo médio não existe, pois algumas pessoas passam o tempo vendo bobagens na TV e outras aproveitam para estudar: você escolhe o tempo de formação, mas se quiser ter sucesso comece a ler desde já, e treine muita redação também, pois é necessário.
    Quando você entrar, já estará em tempo de uma mulher ser chanceler, ou seja, ser ministra das relações exteriores. Aliás, já estaria em tempo, mas a política brasileira ainda é muito machista... Creio que o Itamaraty já não tem muito preconceito nesse terreno, embora possa haver alguma condescendência e talvez mesmo um pouco de demagogia a esse respeito.
    Boa sorte nos estudos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Olá!

    Sou Matheus, tenho 22 anos, terminarei a faculdade de Ciências Contábeis em 2011. Por enquanto não falo outro idioma além do português, mas pretendo iniciar curso de inglês e francês depois de concluir a faculdade e, mais adiante, aprender espanhol(por motivos pessoais não posso fazê-los ao mesmo tempo). Gostaria de parabenizá-lo pela sua trajetória e pelo seu blog. Minha dúvida: é necessário falar, compreender, escrever e ler os três idiomas em nível avançado para ingressar na carreira diplomática?

    Codialmente,

    Matheus F.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Matheus,
    É preciso saber Ingles muito bem, mas muuuuiiito bem, e uma outra lingua, Frnces, Espanhol (ou outras, veja os editais) razoavelmente bem...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Boa tarde,
    Primeiramente gostaria de dar parabéns pelo seu ótimo e esclarecedor blog.
    Gostaria de lhe perguntar se eu teria condições de concorrer a uma vaga no IRB com estas qualificações: tenho 30 anos, sou bacharel em ciência política, morei 4 anos no exterior mas não possuo qualquer certificado de proeficiência apesar de falar e escrever em inglês e alemâo. Tenho alguma chance?
    Desde já lhe sou grato pela atenção.
    Chiarel
    jose disse...
    Prezado Paulo Roberto de Almeida

    Meu nome é José ,sou servidor público(RFB) e professor de História da rede pública de ensino.Cursei Ciências Sociais na UFAM,mas não concluí a graduação.Atualmente, sou estudante de Filosofia(UNISUL),francês e inglês,e,desde os 14 anos(isso já faz algum tempo), aspirava seguir a carreira diplomática.Por diversas razões tive que adiar tal objetivo.
    Porém,de uns tempos para cá,o desejo voltou,e de forma intensa,quase que vocacional;um sentimento forte,ardente,uma convicção de que "é isso!".Logo deparei-me com uma concreta realidade:o desafio.O problema é que o tempo passou.Hoje tenho 35 anos,considerado velho para os padrões de admissão.Confesso que o fator TEMPO é o que menos importa para mim,pois o que me move não é um desejo de promoção,reconhecimento ou escalada dentro da estrutura da carreira,mas a experiência e a satisfação da realização de uma meta,um objetivo e algo que realmente me dá prazer:o diálogo,o debate,a reflexão crítica e aprofundada dos temas de relevância para o país,respirar o mesmo ar e beber na mesma fonte de tantos intelectuais e que ,pela simples razão de estarmos juntos,seria tremendamente satisfatório para mim.Reconheço a longa estrada e peço algumas orientações acerca da melhor estratégia para atravessá-la.Estou me programando para o concurso de 2015,estudando como autodidata,fazendo cursos das matérias específicas e guardando recursos para um período de estudos no exterior.Confesso que ao ler alguns comentários sobre a questão da idade fiquei um pouco apreensivo.Gostaria de saber sua opinião sobre esta questão (Idade-vou estar com 40 anos em 2015) e sugestões sobre estratégias para admissão no concurso.
    Reitero minha admiração pelo homem e pensador Paulo Roberto de Almeida.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Com perdao da expressao, dois coelhos de uma vez so (estou viajando no exterior e sem tempo ou conexoes para responder adequadamente),
    Primeiro o Chiarel,
    Nao é preciso ter certificado nenhum de nenhuma língua, apenas o diploma universitario. As linguas se precisa apenas saber, ingles muito bem, uma outra razoavelmente bem. Voce tem chance, desde que saiba muito bem o resto do programa, o que não é facil.
    Boa sorte nos estudos.

    Agora o José.
    Nao entendo porque apenas em 2015: isso é falta de confiança em si mesmo. Acho que você deveria estudar intensamente para tentar entrar antes, se possivel no ano que vem, fazendo cursinho e se preparando adequadamente, a menos que voce nao tenha diploma de graduacao.
    Acho que 40 anos inviabiliza uma carreira "normal", mas se seu objetivo é apenas entrar, então vá em frente, entre e seja feliz.
    Paulo Roberto de Almeida
    Glauciane Carvalho disse...
    Prezado José,
    eu peço desculpas pela minha intervenção em sua conversa com o mestre Paulo Roberto, contudo, foi impossível não me comover com seus comentários. Eu gostaria de lhe dar algumas sugestões:
    1) - pegue o edital do concurso no site do MRE o link é este http://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/IRBr/pt-br/file/Edital_abertura_CACD_2010_publicado_no_DOU(1).pdf

    2 ) - faça um cronograma com metas de leitura diária, semanal, mensal e semestral.

    2 ) - Faça o fichamento dos livros (pode ser em fichas cartonadas ou no computador mesmo, não importa)

    3 ) - Tire uma hora diariamente para reler os fichamentos.

    4 ) - Não sei o tempo que dispõe, mas seja obssessivo, leia compulsivamente.

    5 ) - Não veja mais televisão.

    6 ) - Largue a família e amigos (durante um tempo apenas)

    7) - E não tenha medo daqueles que tem doutoramento ou pós-doutoramento. Por um único motivo: eles tem doutoramento em um assunto específico e não em todos que caem na prova, portanto, as chances são quase isonômicas.
    Por exemplo, você pode concorrer com pessoas com doutoramento em linguística; que estudou na Sorbonne; que estudou inglês nos EUA e assim por diante. Se esta mesma pessoa não dominar Direito e Economia, ela não passa.
    Isto significa, que as chances são iguais para todos, pois ninguém tem domínio absoluto de todas as disciplinas que caem nesta prova.

    8) - Valorize o seu conhecimento e não se importe com a idade, até por que a atual gestão do Itamaraty nos mostra que muita coisa pode mudar no futuro em relação à carreira. [Só não sei se digo felizmente ou infelizmente]
    Comece a estudar "ontem", pois se sente que tem vocação verá que valerá a pena.
    9 ) - Só faça um preparatório como o curso Clio e outros quando tiver lido bastante, pois do contrário, apenas jogará dinheiro fora.

    Um conselho: Só não se iluda achando que na carreira todos são intelectuais como o mestre Paulo Roberto.
    Quem derá que fosse assim !
    Marília C. Ferreira disse...
    Sr. Paulo R. de Almeida,

    Muito oportuno este blog. Admiro sua dedicação e destreza em responder a cada uma das dúvidas aqui apresentadas.

    Divido duas paixões: a pesquisa e a diplomacia. É possível conciliar os dois?

    Eis a minha atual situação: ingressei no curso de RI, mas me transferi para História. Não me arrependo de ter "nadado contra a corrente" de expectativas a meu respeito, a História me permite uma visão abrangente não apenas da formação da nossa Nação, como também do mundo. Além do mais, foi ali que descobri a paixão pela pesquisa: tenho dois projetos, um a ser submetido esse ano ao Probic, que já possui aprovação da coordenação do curso (aprovação em expectativas, devo dizer) e outro que pretendo desenvolver após o retorno às RI. Além das pesquisas, me propus a escrever e publicar artigos acadêmicos; um já foi submetido, inclusive, ao Congresso Acadêmico da Defesa Nacional. Admito: sou aprendiz ainda, mas com capacidade de progredir sem maiores dificuldades. Tais planos de desenvolvimento de pesquisas e publicações de artigos são o resultado daquilo que sinto prazer em fazer: estudar, ler, pesquisar e escrever. E não tenho o intuito de dedicar minha vida à algo que não me traria tal satisfação. Como o Sr. é o primeiro diplomata com quem tenho contato, é possível, pois, desenvolver pesquisas e estudos na área diplomática e da política externa em geral, paralelamente ao ingresso à carreira em si?

    E, como tantos, também me preocupei com o fator 'idade'. Finalizarei a graduação em História com 24 anos e RI com 25, no mais tardar, 26 anos. Porém devo dizer que no momento me dedico a acentuar meus pontos fortes na área de humanas, enquanto que, noções de Economia e Direito, deixarei para que o curso de RI me complemente.

    Obrigada.
    Atenciosamente,
    Marília C. Ferreira
    Paulo R. de Almeida disse...
    Marilia,
    É possível, sim, conciliar, diplomacia e pesquisa e o exemplo mais evidente disso é o historiado Evaldo Cabral de Mello, possivelmente o maior historiador ativo do Brasil, que, aliás, nunca foi acadêmico, mas sempre fez pesquisa, enquanto diplomata. Eu mesmo faço a mesma coisa e não me arrependo, mas sempre há certo stress pessoal e funcional, talvez familiar, pois a carreira é muito exigente em termos de trabalhos, recepções, etc.
    Por outro lado, você está na idade perfeita para se preparar e entrar...
    Vá em frente.
    Paulo Roberto de Almeida
    Wilson disse...
    Muito obrigado por fazer um blog excelente como esse, que me fez refletir sobre a carreira diplomática (a qual pretendo seguir).
    Meu nome é Wilson, tenho 15 anos e, há pouco mais de um ano, tenho interesse em cursar direito e, ao fim deste, diplomacia. Tenho procurado dicas em inúmeros sites sobre como tornar-se um diplomata, porém nenhum foi tão satisfatório como este. Gostaria, se não for muito abuso, que o senhor pudesse me passar algumas dicas sobre o curso, como estudar etc.

    Agradeço desde já.
    Henrique disse...
    Sr. Paulo R. de Almeida,

    Me identifiquei muito com o Sr. Sempre disponível para responder todas as perguntas.

    Estou me preparando para prestar o concurso. Já fiz muitas pesquisas sobre a carreira, entretanto, ainda não encontrei ninguém que me esclarecesse sobre a frequencia das mudanças de residência. Quais os critérios utilizados para decidir quem irá para qual posto? O diplomata tem algum controle sobre isso? É possível ele não ir? Qual o nível de estabilidade que ele pode obter em cada cidade? Pergunto isso pois possuo dependentes e não seria interessante pra eles viver cada ano em uma parte do mundo, mas manter uma certa "permanência" em cada local.

    Desde já agradeço, um forte abraço.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Henrique,
    Não vou responder a suas questões, por duas razões muito simples.
    1) Se você deseja ser diplomata, deveria saber que não é para ficar parado no mesmo lugar muito tempo. Ou você aceita o fato de ser nômade, ou nunca será um bom diplomata.
    2) Concentre-se primeiro na tarefa de entrar na carreira, depois você se preocupa com o que vem depois.
    Paulo R. de Almeida
    Luana disse...
    Há tempos leio tanto o seu blog como a página oficial,para mim é referência obrigatória,já fiz em 2006 uma prova do CACD,da bibliografia básica muitos livros principalmente na área de história já tinha lido, a verdade que só eu fiz para analisar o meu desempenho,não tinha muito tempo nem dinheiro para pagar um curso preparatório,enfim depois do resultado,começei a me convencer que necessitava de um mestrado,mas como eu queria estudar na Inglaterra só havia um jeito, bolsas de estudos,acabei sendo convencida de ir na França e visitar as universidades,ganhei a passagem fui nas férias, confesso que queria Inglaterra,pesquisei sobre universidades francesas na área de mestrado em turismo Sorbonne, Poitiers e Avignon, chegando na França fui convencida pelo departamento internacional da universidade de Avignon de fazer mestrado em desenvolvimento cultural por se adequar mais ao meu perfil (embora eu seja formada em turismo),eu realmente gostei da grade curricular do curso e tive uma péssima impressão da Université Paris I (Sorbonne)...Depois dessa viagem fiquei mais seis meses no Brasil e arquitetando um plano: ou conseguir bolsa ou trabalhar em um navio de cruzeiros para então pagar o curso de francês e depois o mestrado,a verdade é que passei dois anos viajando pelo mundo,voltei para o Brasil julho passado, a experiência que mais influenciou para almejar uma carreira diplomática (e ainda influencia) foi em 2004 ter sido escolhida como líder juvenil pela Unesco Chair Institute da Universidade de Connecticut em um programa para líderes juvenis na área de direitos humanos, com direito a conferência na universidade e visita a ONU.O que me passa na cabeça é que creio que tenho capacidade de passar no exame do CACD ( mas por comodismo não dei o melhor de mim),mas agora estou com 27 anos me mudando para a europa,com planos de realmente fazer meu mestrado e voltar e tentar o Itamaraty,creio que possa desenvolver uma técnica de estudo que me possibilite este efeito estudando lá e só vindo para o Brasil para fazer o exame (espero que ...bom que no atual governo os números de vagas não diminua), sinceramente a minha dúvida é mais pela idade ,digamos que se houver exames ano que vem vou ingressar com 28,29 anos...neste caso não deveria olhar também com bons olhos as agências da Onu como possibilidade? (Sim eu estou confusa não quero mais trabalhar em nada direcionado ao turismo estou saturada).
    Agradeço todas as informações passadas!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Luana,
    Vá para a Europa, faça seu mestrado e ao mesmo tempo estude para o concurso e prepare-se adequadamente para o ingresso na carreira. Eu ingressei na carreira com 28 anos completos, e acho que ate os 32 ou 33 ainda é aceitável em termos de carreira.
    Não pense que você vai conseguir uma excelente posição em agências da ONU logo de início: aquilo é um dinossauro burocrático, com todas as deformações do apadrinhamento e da proteção.
    Você pode, inclusive, tentar fazer o concurso no meio do mestrado, e se passar, abandona o mestrado e continua no Brasil.
    Estude e divirta-se na Europa...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Ola Dr. Paulo,

    Tenho 27 anos, inglês fluente - morei 3 anos no Canadá, espanhol avançado, estou estudando francês e sou bacharel em Geografia. Começei a minha preparação para o CACD e gostaria de saber até que idade eu poderia tentar ingressar tendo plenas condições de sucesso carreira. Obrigada,

    Camille
    Paulo R. de Almeida disse...
    Camille,
    Creio que voce pode ter uma carreira normal entrando até os 35 anos, mas isso vai depender muito do fluxo da carreira nos proximos anos, ou duas decadas, pois as regras podem sempre variar um pouco, como expulsorias, etc.
    Paulo R Almeida
    Marcela disse...
    Dr. Paulo,

    há alguns anos venho acompanhando o seu blog(ou melhor, os seus blogs), pois o desejo de seguir a carreira diplomática volta e meia aparece.
    Tenho 22 anos e estou terminando meus estudos na Faculdade de Direito, mas acredito que minha paixão por "ajudar as pessoas e o mundo" só será suprimida se eu me tornar diplomata.
    No entanto, minha única e maior angústia é apenas uma: como conciliar a carreira diplomática com a vida familiar? É possível manter um casamento sem que o outro cônjuge tenha que abdicar da carreira dele para seguir comigo nas missões internacionais?No meu caso, meu namorado é advogado e almeja fazer um concurso público futuramente.Acredito que isso facilite, estou correta?
    E a criação dos filhos?
    Por fim, pela experiência do senhor, como é a vida de uma mulher nessa profissão?

    Obrigado, desde já, pela paciência e gentileza em responder meus questionamentos.

    Marcela
    Marcela disse...
    Dr. Paulo,

    há alguns anos venho acompanhando o seu blog(ou melhor, os seus blogs), pois o desejo de seguir a carreira diplomática volta e meia aparece.
    Tenho 22 anos e estou terminando meus estudos na Faculdade de Direito, mas acredito que minha paixão por "ajudar as pessoas e o mundo" só será suprimida se eu me tornar diplomata.
    No entanto, minha única e maior angústia é apenas uma: como conciliar a carreira diplomática com a vida familiar? É possível manter um casamento sem que o outro cônjuge tenha que abdicar da carreira dele para seguir comigo nas missões internacionais?No meu caso, meu namorado é advogado e almeja fazer um concurso público futuramente.Acredito que isso facilite, estou correta?
    E a criação dos filhos?
    Por fim, pela experiência do senhor, como é a vida de uma mulher nessa profissão?

    Obrigado, desde já, pela paciência e gentileza em responder meus questionamentos.

    Marcela
    Paulo R. de Almeida disse...
    Marcela,
    Grato pelo contato. Eu sempre recebo os comentarios nos blogs ou no site, mas nem sempre tenho tempo de responder. Agora, por exemplo, estou em viagem pela China.
    Mas vejamos se posso ajuda-la.
    Comeco dizendo que voce nao deve "suprimir" a sua paixao, pelo menos esse tipo de paixao, e sim promove-la em quaisquer circunstancias, sendo diplomata ou nao...
    No plano da familia, a carreira impoe, sim, alguns constrangimentos, a menos que ambos sejam diplomatas e possam conciliar obrigacoes de carreira com os deveres familiares.
    Veja o meu caso: minha mulher, antes de ser minha mulher, era economista, trabalhando no Itamaraty, em projeto temporario. Nos casamos e logo fui removido para o exterior, ela ainda gravida. É evidente que ela teve de abandonar sua carreira de economista, pois que acabamos ficando seis anos no exterior, filho pequeno etc. Torno-se historiadora, mas tambem teve a carreira interrompida todas as vezes em que fui removido e partimos ao exterior. Dependendo do conjuge, pode ser stressante ou mesmo frustrante, mas tem alguns que aproveitam para fazer aquilo que realmente desejam fazer: hobbies artisticos, literarios, simples turismo cultural, etc.
    Quanto aos filhos, nao se preocupe, eles sao muito mais fortes e flexiveis do que se imagina. Meu filho fala sete linguas, com as constantes mudancas de escola que teve de fazer. Creio que os filhos se beneficiam enormemente desse nomadismo.
    Em qualquer coisa, alias, tudo depende do espirito das pessoas, como elas organizam sua vida, como recebem as mudancas, como se adaptam aos lugares, as pessoas, as linguas.
    No nosso caso, sempre foi tudo muito bem, a despeito de postos de sacrificio e de problemas eventuais.
    Acredito que seus temores nao sao justificados, mas se voce se tornar diplomata, seu marido seria obrigado a pedir licenca para acompanha-la. Estando no servico publico federal, isso nao é problema: é concedido automaticamente, ainda que sem vencimentos. Mas o salario no exterior dá amplamente para viver bem, desde que não se cometam loucuras residenciais ou de mordomias...
    Cordialmente.
    ----------------
    Paulo Roberto Almeida
    Anônimo disse...
    Paulo, tirando a parte do incentivo,no sentido puro da palavra, o que você teria a dizer para alguém que,pelo que se ouve, se acha ligeiramente incapaz de passar num concurso como esse.
    Amo geografia,história línguas mas eu ainda acho que me falta algo.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Ultimo Anônimo,
    Se a pessoa se sente incapaz, mas tem vontade, tempo e condicoes (digamos, menos de 30 anos) para tentar, entao eu diria que, se a vontade é efetiva, ela deveria tentar se tornar capaz, o que se consegue simplesmente estudando.
    O concurso é reconhecidamente difícil, mas não se trata de algo impossível ou sobrehumano. Nada que muito estudo não consiga resolver.
    Portanto, eu recomendaria estudo, pois isso serve para qualquer coisa na vida.
    Pode até não resultar em um diplomata, mas certamente vai resultar em uma pessoa melhor preparada para muita coisa na vida.
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Paulo Roberto, venho já há algum tempo seguindo seu site e blog, com respectivas publicações e comentários dos leitores.

    Confesso que fico admirado com suas dicas acerca da carreira diplomática, tirando quase todas as dúvidas de quem tem algum interesse em seguir a carreira.

    Vamos ao meu caso em específico: Fiquei muitos anos sem estudar, pois acabei dedicando minha vida ao serviço público, deixando de lado meu crescimento pessoal.

    Embora tardiamente, dei início a um curso de inglês (já estou no nível avançado). Tenho 33 anos, e darei início ao curso de Administração na UFRGS agora em agosto. Ao longo destes cinco anos, pretendo concluir o inglês, reforçar meu espanhol, e dar início a um curso de francês.

    Meus planos são de prestar o concurso para diplomacia, tão logo termine a faculdade. Sei que serei um pouco velho aos 38 anos, mas estou pronto para enfrentar esse desafio.

    Tenho algumas dúvidas:

    1) Gostaria de saber até que nível de ascenção funcional tenho condições de chegar, começando com a idade de 38 anos.

    2) Outra dúvida é em relação ao subsídio inicial, de aproximadamente R$12.400,00, se há mais algum valor a ser adicionado como auxílio moradia, etc...

    3) Durante o Mestrado no Instituto Rio Branco, o servidor tem direito a todas as vantagens do cargo, ou é tratado como um estudante?

    Minha dúvida, é pelo fato de que sou casado e tenho uma filha, mas minha esposa apoia meus planos de dedicar grande parte do meu tempo no aprendizado de idiomas, na graduação, na leitura prévia de todas as obras indicadas e do que for preciso para isso.

    Nos encontramos daqui a cinco anos no Itamaraty. Pode ter certeza disso.

    Grande abraço!

    Mendes
    Paulo R. de Almeida disse...
    Mendes,

    1) Gostaria de saber até que nível de ascenção funcional tenho condições de chegar, começando com a idade de 38 anos.
    Ascensao é com s, não com ç. Acho que voce entrando com 38 nao passaria de Primeiro Secretario antes de entrar no Quadro Especial, e provavelmente se aposentaria nessa condição. Acho muito tarde para fazer uma carreira satisfatoria.

    2) Outra dúvida é em relação ao subsídio inicial, de aproximadamente R$12.400,00, se há mais algum valor a ser adicionado como auxílio moradia, etc...
    Nao tem outro subsido a nao ser o familiar e transporte, talvez alimentacao, pequenos. Moradia nao creio que se consiga, pois existem muitos diplomatas para os imoveis disponiveis agora. Voce teria de alugar no mercado, o que em Brasilia significa precos mais altos. Se sua esposa trabalhar sria mais facil, do contrario vai viver apertado, porque escolas privadas tambem sao caras em Brasilia.

    3) Durante o Mestrado no Instituto Rio Branco, o servidor tem direito a todas as vantagens do cargo, ou é tratado como um estudante?
    Ja entra como Terceiro Secretario, mas hierarquia existe e a disciplina tambem. Vai ser tratado como Terceiro Secretario, com algum paternalismo associado.
    Anônimo disse...
    Bom dia Paulo Roberto.

    Continuando, talvez seria tarde para uma carreira satisfatória, mas melhor do que uma carreira medíocre em uma estatal que não valoriza seus funcionários, que é minha situação atual.

    Desculpe, mas tenho mais duas dúvidas:

    Então o funcionário pode trabalhar até que idade sem pensar em aposentadoria, para que possa usufruir de toda a ascensão na carreira?

    O que significa "entrar no Quadro Especial? Depois de entrar, não há mais crescimento na carreira?

    Atenciosamente

    Mendes
    Paulo R. de Almeida disse...
    Mendes,
    O Quadro Especial, vulgarmente chamado canil, é o "encosto" para onde vão os diplomatas que ultrapassaram certa idade em sua categoria. Nao me interessei nunca por questoes administrativas, mas creio que deve ser 45 para Terceiro, 48 para Segundo e 50 para Primeiro Secretario, depois 55 para Conselheiro, 60 para Ministro de Segunda e 65 para Ministro de Primeira (Embaixador), ainda que a aposentadoria compulsoria seja aos 70 anos, conforme a Constituição.
    Depois de entrar no QE pode haver progressao, mas muito lenta e depende de vagas.
    Enfim, acho que voce nao deve se preocupar com essas coisas e sim em estudar para entrar.
    Mas nao pense que o Itamaraty seja muito diferente de uma estatal. Se trata de uma espécie de Vaticano, uma Santa Casa, se voce quiser...com todos os atributos do genero...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Paulo Roberto,

    Realmente, o que me incomoda de verdade nas estatais é a progressão não por merecimento, mas sim exclusivamente por questões políticas. Pessoas completamente despreparadas e sem formação alguma acabam sendo chefes de administradores.

    Isso acontece nos Correios, na Petrobrás, no Banco do Brasil, entre inúmeras fundações, autarquias, Sociedades Anônimas, etc.

    Ao menos, parece que na carreira diplomática há menos política envolvida.

    Agradeço pelo esclarecimento às minhas dúvidas.

    Darei continuidade aos meus estudos...

    Grande abraço!

    Mendes
    Paulo R. de Almeida disse...
    Ilusao achar que na carreira diplomatica decisoes quanto a promocao, remocao, designação para funções são isentas de vieses politicos e até pessoais.
    Pessoas são humanas, ao que parece, em qualquer lugar, época e circunstância...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Boa noite Paulo.
    Sempre me interessei pela carreira diplomática.
    No entanto, após formar-me em direito, talvez por uma necessidade imediata, estudei para as carreiras jurídicas. Desde 2004 sou procurador federal.
    Embora estável no serviço público e com uma boa remuneração, sinto que falta algo para minha realização profissional , talvez porque gosto muito de línguas, política, história e economia.
    Vendo o seu blog, pensei em tentar novamente realizar esse sonho. Porém, embora com inglês avançado e já tendo lido alguns livros da bibliografia básica do concurso por prazer (como história e os livros obrigatórios de português) estou com 34 anos.
    Acha que ainda há tempo de tentar e ter uma carreira completa?

    Obrigado pela atenção.

    Alexandre.
    Anônimo disse...
    Prezado Paulo,

    Sou analista judiciário há cinco anos, tempo esse suficiente para que eu percebesse que não me realizaria profissionalmente na área jurídica.
    Diante disso, passei a buscar informações sobre outras carreiras e me deparei com o seu blog.
    Desde então, cresce em mim o interesse pela carreira diplomática.
    Meu inglês é básico e acabei de completar 31 anos de idade; entretanto, tenho um bom conhecimento da língua portuguesa, facilidade na redação e interpretação de textos, aproximadamente quatro horas de tempo livre para estudo por dia, possibilidade de arcar com os custos de um bom cursinho e viagens ao exterior para aprimoramento de línguas estrangeiras.
    Ainda há tempo de perseguir essa carreira? Se sim, qual deveria ser o primeiro passo nos meus estudos?
    Desde já muito agradecida.

    Valéria
    Paulo R. de Almeida disse...
    Valeria, Alexandre,
    31 anos ainda está bem, mas 34 já está quase no limite para uma carreira bem sucedida, pois a progressão é lenta e não se pode esperar cumprir todas as etapas intermediarias ate o pico da carreira, ministro de primeira ou embaixador.
    Deve-se comecar pelo habitual: ver o Guia de Estudos, mapear as fortalezas e fraquezas e comecar a estudar seriamente, eventualmente investindo em cursinho, mas os colegas sempre serao bem mais jovens...
    Paulo Roberto de Almeida
    Maura disse...
    Então, quem já passou dos 50, melhor não aspirar à diplomacia? Um 3º secretário faz exatamente o quê? Obrigada.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Maura,
    Quem ja passou dos cinquenta não tem nenhuma chance de progredir na carreira diplomatica por imposicao de limites de idade em cada classe. Nem vale a pena tentar.
    Quanto ao que faz um terceiro, um segundo ou qualquer outro diplomata, voce leia o que ja escrevi em meu site: www.pralmeida.org
    Paulo Roberto de Almeida
    Nathany Miguel disse...
    Primeiramente, tenho 19 anos e irei agora para o 4º semestre de Relações Internacionais numa universidade particular com bolsa integral do Prouni – estudei Fundamental em escola pública e o Médio em particular com bolsa integral. Considero muito fraco o ensino, e é gritante a necessidade de uma graduação clássica para ingressar em RI, de qualquer forma devo concluir o curso. Meu inglês está razoável e já planejei viajar nas férias de julho do ano que vem para Liverpool pela universidade para aperfeiçoa-lo.

    Aos 16 anos ganhei uma viagem à Brasilia no Concurso de pesquisa cientifica promovido pelo IBECC/UNESCO/CNPq na área de História, sou apaixonada por pesquisa, mas infelizmente não posso me dedicar totalmente, já que não posso deixar de trabalhar (trabalho desde os 15, tempo integral).

    O fato é que estou em dúvida se após a graduação me dedico no Concurso ou inicio um mestrado, ou até mesmo viajo para fora. Sei das minhas limitações quanto ao tempo de dedicação de estudo posto que trabalho em período integral, mas sou extremamente dedica, autodidata, leio muito (não só por necessidade acadêmica, mas por prazer, literatura me consome), professores já me indicaram tentar uma graduação tradicional numa universidade pública (CS, Economia, etc.), outros me incentivam terminar RI e decidir depois.

    Se puder, gostaria de dicas para o meu caso.

    *seu currículo é de provocar suspiros em nós, aspirantes.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Nathany,
    Meu curriculo, com 19 anos, nao devia ser muito diferente do seu, talvez até pior, pois nunca tive bolsa, e trabalhei desde muito cedo na vida, desde muuuiiiito cedo.
    Pelo menos, em minha epoca, a escola publica ainda era risonha e franca, ou seja, de boa qualidade. Infelizmente, sei que NINGUEM, que estude apenas em escola publica, hoje, tem qualquer chance, provavelmente nenhuma, de ter alguma chance na vida, justamente, a não ser que a pessoa seja como eu sempre fui: um rato de biblioteca. Aprendi a ler na tardia idade de 7 anos, mas nunca parei de ler, em toda a minha vida, assim que pude ingressar na carreira de modo relativamente tranquilo, mas isso um pouco mais tarde, apenas com 27 anos. So comecei a construir curriculo depois disso.
    Entendo que voce vai ter muitas dificuldades, mas se voce acredita e tem vontade, vá em frente: durma pouco, leia no onibus (se der), leia o tempo todo e tenha uma formação autodidata, como eu tive. Hoje em dia se pode formar na internet, uma chance que eu nao tive, por simplesmente nao existir.
    Nao tenho dicas especiais para voce, a nao ser ler o tempo tido, e anotar, se possivel, o que ler, mas se nao der, apenas leia.
    Você conseguirá, pois ainda tem dois ou tres anos pela frente...
    Boa sorte nos estudos.
    Paulo Roberto de Almeida
    paulo disse...
    Olá, meu nome é Paulo e moro em Natal/RN. Tenho umas dúvidas acerca do concurso para MRE / terceiro - secretario. Tomo remédios controlados( antipsicóticos) mas mesmo assim gostaria de fazer o concurso para Diplomacia. Há algum impedimento? Ou posso participar do concurso sem nehuma preocupação? Tenho que me inscrever como deficiente na hora da inscrição do concurso?
    Paulo R. de Almeida disse...
    Paulo,
    Nao existe nenhum impedimento a que voce faça o concurso tomando remédios, inclusive porque ninguém sabe disso no momento da inscrição.
    Nao sei se o que você tem pode ser classificado como deficiência, caso no qual você teria essa inscrição especial e talvez alguma facilidade que eu tampouco sei dizer qual seria.
    Acredito que voce deva consultar o proprio Instituto Rio Branco sobre isso. Creio que deficiência é mais de tipo motora, ou física, do que algum disfunção de comportamento que não afete o raciocínio e a intelegibilidade.
    Paulo Roberto de Almeida
    Danielli disse...
    Olá doutor Paulo Roberto, como vai?

    Sou advogada, tenho 27 anos, pós graduada em direito civil. Apesar de atuar na área em que me especializei, há algum tempo venho acalentando a idéia de tentar o concurso da diplomacia. Venho de uma família pobre do interior, mas sempre tive interesse em estudar. Cresci frequentando a biblioteca municipal, lendo os clássicos, amando a história mundial e do Brasil, a geografia, a gramática, a literatura. Interesso-me profundamente pelos assuntos ligados à política internacional, e sempre me atualizo com jornais e revistas. Meu tema de monografia na graduação, inclusive, foi uma análise sobre o protocolo de Quioto e o aquecimento global, pois sempre gostei de direito internacional, especialmente os debates ligados ao ramo ambiental.

    Penso ter alguma condição de, ao menos, pensar em fazer a prova da diplomacia. Contudo, possuo um inglês elementar, consigo ler alguns textos mas escrevo pouco. O mesmo com o italiano. Mas confesso não saber espanhol e francês.

    Com toda a sua experiência, especialmente como professor, o senhor acha que tenho condições de fazer essa prova futuramente?

    Desculpe tomar seu tempo, sei que é precioso. Mas é que seu comentário tem para mim grande valia. Será através dele que decidirei o caminho a traçar. Obrigada.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Danielli,
    Não tenho certeza de ter respondido a esta sua mensagem pessoal, pois estava viajando e terminando trabalhos. Se não fiz, faço-o agora.
    Se você tem muitas e boas leituras, a despeito de não ter tido um ambiente familiar dos mais favoráveis a uma boa formação, como a maior parte dos candidatos (que são, presumivelmente, de classe média e alta), você já tem um bom começo, pois a carga de leituras, as referências culturais acumuladas ao longo da vida são importantes numa prova de redação.
    Mas, você antes precisa passar no teste inicial, que é uma coleção enfadonha de interpretações subjetivas e outros tantos dados objetivos, que só se adquire lendo os textos "certos", aqueles selecionados na bibliografia oficial (antigamente era diferente, a criatividade pessoal, a capacidade de raciocínio eram mais valorizados, agora virou uma coisa mecânica). Você precisaria aperfeiçoar tremendamente o seu inglês, o que não é difícil, basta dedicação, algumas horas por semana, se possível 1h por dia. Teria de ter outra língua, de preferência espanhol, o que tampouco é dificil.
    Fazendo isso, voce tem e deve fazer a prova ja no ano que vem, para testar seus conhecimentos. Talvez não entre imediatamente, mas saberá o que tem de aperfeiçoar.
    Paulo R Almeida
    Deíse disse...
    Olá, estudo Direito em uma universidade estadual. Apesar de sempre gostar do curso de Relações Internacionais, por ter passado imediatamente no curso de Direito resolvi cursá-lo.
    Porém, tendo em vista não desistir de um 'sonho' antigo, agora, no meio do ano, prestei Relações Internacionais e passei, em uma faculdade federal(de outro estado)que está iniciando o curso agora(eles estão no segundo ano de curso, quarta turma).
    Gostaria de saber qual seria uma melhor opção pra mim no momento, para que no futuro eu tenha mais chances de iniciar a carreira diplomática.
    Agradeço desde já a ajuda.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Deise,
    Os cursos de relações internacionais costumam ser fraquinhos e não levar a grandes perspectivas no mercado de trabalho, pela indefinição geral de curriculos e especializações. Você não pode partir do pressuposto de que se tornará diplomata em seguida. Muitos diplomatas tem as formações as mais diversas.
    Eu recomendaria que você fique em Direito, como profissão, e se dedique paralelamente e seriamente aos estudos para ingressar na diplomacia.
    Paulo Roberto de Almeida
    Bruna disse...
    Olá. Como vai? Tenho 22 anos e estou no último semestre do curso de Direito. Tenho muito interesse na área diplomática. Adoro Direito Internacional. Sempre fui apaixonada por inglês e sempre tive muita facilidade com o português. Porém, quanto a história e geografia, só tenho o background do que estudei no Ensino Médio, que foi muito bem feito. Estudei numa escola exigente e dei o meu melhor. Quanto a Economia e Ciências Políticas, tenho uma base muito superficial. Quanto a francês e espanhol, nunca estudei essas matérias. Pretendo passar em outro concurso antes de estudar para o Instituto Rio Branco,pois devido especialmente à minha falta de conhecimento nessas últimas matérias, penso que levará algum tempo até a minha aprovação no concurso para admissão à carreira diplomática.
    O que o senhor acha ?
    Paulo R. de Almeida disse...
    Bruna,
    Eu acho que se voce tem intencao de passar no concurso do Itamaraty, independentemente de se sentir ou nao preparada para ingressar agora, você deveria se inscrever e fazer as provas, as que passar, e até onde der. Será uma maneira de já ir se familiarizando com o estilo de questoes demandadas em provas desse tipo, experiencia para saber administrar o tempo, constatar quais suas fortalezas e fraquezas, alem dessas agora percebidas ou intuidas, ou seja, eu acho que voce nao perde nada em ir tentando sempre quando puder. Estude muito agora para o proximo concurso, que abre no comeco de 2011, e tente sua chance.
    Boa sorte nos estudos.
    Paulo R. Almeida
    Gabriela disse...
    Olá, estou no 2º ano do Ensino Médio e já me decidi por seguir a carreira diplomática. Faço cursos de inglês, espanhol e francês e sempre tive maior facilidade para a área de humanas. Porém estou em dúvida entre os cursos de RI ou Direito, ambos na USP. Qual seria o mais recomendado para o CACD?
    Obrigada, e parabéns pelo seu trabalho!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Gabriela,
    O mais indicado, com certeza, é o curso de RI, o que não quer dizer que seja o melhor, seja intrinsecamente, em termos de qualidades e méritos próprios, seja em termos de mercados e oportunidades de trabalho.
    Um curso mais tradicional como o de Direito talvez ofereça maiores oportunidades de trabalho, até que você consiga entrar no MRE. O concurso do Itamaraty é muito exigente.
    Claro, se voce comecar a estudar desde já, e estudar por sua própria conta, sem esperar nada de faculdades e cursinhos, você já estará bem mais preparada para esse concurso.
    Boa sorte nos estudos.
    Paulo R Almeida
    Bruno disse...
    Este comentário foi removido por um administrador do blog.
    Bruno disse...
    Dr. Paulo Roberto,

    Tenho algumas dúvidas sobre a carreira da diplomacia, entretanto gostaria antes de descrever um pouco o meu perfil para o senhor.

    Tenho 21 anos e estou entrando no 4º ano de Direito da Universidade Federal da Paraíba. Não obstante faltarem apenas 4 semestres para eu me formar, a cada dia que passa acho o Direito mais e mais entediante. Por mais que à época de prestar o vestibular a idéia de ser advogado parecesse muito empolgante, hoje em dia não consigo me imaginar passando o resto da vida meramente decorando artigos de códigos e repetindo mecanicamente conceitos doutrinários arbitrários e puramente retóricos. Exceto por Filosofia do Direito (a única disciplina jurídica que realmente desperta algum interesse em mim), desde que entrei na universidade meu grande prazer acadêmico tem sido unicamente estudar Economia por conta própria – tenho uma grande base de micro e teoria dos jogos, sendo o meu maior foco atualmente em institutional economics.

    Acredito que tenho uma forte vocação acadêmica: além de teoria econômica, leio muito lógica, fenomenologia, filosofia da ciência em geral e epistemologia das ciências sociais; e sempre gostei de estudar novas línguas estrangeiras, sobretudo para ter acesso a bibliografias mais diversificadas (leio em inglês, alemão e holandês). Contudo, o ambiente universitário da minha cidade e adjacências não é nada propício para se fazer pesquisa nas áreas que me atraem (aqui só tem desconstrucionistas, adeptos da hermenêutica filosófica e sociólogos no estilo frankfurtiano, pessoas perto das quais considero exercer a advocacia um mal menor).

    Levando em consideração os posts que pude ler do senhor neste blog acerca de sua carreira, sinto-me tentado a acreditar que a diplomacia seria uma boa alternativa para mim na medida em que não apenas me permitiria seguir meu lado acadêmico sem instabilidades econômicas como também me estimularia ao máximo a desenvolvê-lo e ainda aplicá-lo cotidianamente no exercício da profissão.

    Tendo explicado esse meu background, pergunto ao senhor:

    - O CACD é realmente tão inacessível quanto parece e todos dizem que ele é?

    - É utópico acreditar que, se eu me concentrar na matéria do concurso pelos próximos 2 anos, passarei no exame tão logo eu termine a faculdade?

    Embora eu acredite que seja possível passar em qualquer concurso com a quantidade certa de tempo e dedicação, não gostaria de ser um estorvo para meus pais por anos a fio para conseguir realizar esse objetivo, somente vivendo de mesadas e produzindo apenas sonhos.

    É quase um dilema do prisioneiro: se eu priorizar os estudos diplomáticos e não for aprovado no concurso, dificilmente terei condições técnicas de advogar em área alguma após a graduação; se eu priorizar os estudos jurídicos, aí é que dificilmente serei aprovado mesmo. Por conta disso, acabo ficando nesse “chove, não molha” e não me motivo para investir a sério em nenhuma das duas coisas.

    Por último, tenho ainda mais uma dúvida, a qual não tenho certeza se o senhor poderá me esclarecer. Em um eventual Mestrado em Diplomacia, alguma coisa do meu conhecimento em teoria dos jogos (que é basicamente matemática pura combinada com axiomas de Economia para modelar escolhas e comportamento estratégico) poderia ser aproveitada? Ou a carreira no Itamaraty só permitiria abordagens mais "clássicas"?

    Muito obrigado desde já.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Bruno,
    O CACD é difícil, mas não inacessível, tanto que TODAS as vagas abertas tem sido preenchidas nos últimos anos, o que nem sempre era o caso nos concursos passados, com vagas sobrando (pois os exames de entrada eram mais rigorosos e a seleção pessoal de uma banca impiedosa cortava muita gente boa, por achar que não tinham vocação para a diplomacia).
    Hoje ficou muito mecanico, com aquelas perguntas previsiveis que as pessoas que fizeram os cursinhos preparatorios acertam quase todas. Sobra o conhecimento perfeito de Português, literatura inclusive, o domínio do Ingles, e uma boa redação em algumas areas setoriais, como fatores decisivos.
    Se voce se concentrar na MECANICA do concurso nos proximos dois anos e tiver uma boa cultura geral, como voce tem, voce passa, mas tem de ter os macetes do concurso, que geralmente um cursinho dá.
    Acho que você deveria estudar para a advocacia, que é o que lhe vai dar dinheiro enquanto voce nao passar, e se preparar ao mesmo tempo para o concurso do IRBr.
    Esqueça por enquanto o curso do Rio branco, esqueça a carreira e o que vai fazer nos dois, e se concentre unicamente no concurso. Depois você se preocupa com o que é secundário por enquanto.
    Nem no Rio Branco, nem na carreira você vai precisar, infelizmente, de teoria dos jogos: eles estão muito aquém disso.
    Repito: forme-se advogado, estude para o concurso. Você ainda é muito jovem, e pode entrar tranquilamente com 24 ou 28 anos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Marcus Oliveira disse...
    Dr. Paulo Roberto,

    Bom Dia! Acabo de ler sobre o questionário feito ao senhor por uma aluna do curso de administração e me identifiquei demais com suas respostas, muito parecido comigo, pois sou um cara que não respeito hierarquias também, sou meio anarquico e gosto de tomar minhas decisões por mim próprio. Também fico meio que indignado com todos os acontecimentos recentes no Brasil, sobretudo no que diz respeito a impunidade e a corrupção.
    Além disso, eu agora tenho mais certeza ainda que essa é a carreira que quero seguir, tenho determinação, vontade e além de tudo gosto de estudar, sobretudo temas de economia, relações internacionais e línguas estrangeiras.
    Falando sobre línguas estrangeiras, eu tenho vontade após eu passar no concurso estudar sete línguas estrangeiras, que são além do inglês, espanhol e francês, o alemão, italiano, russo e chinês, tenho um sonho de falar como nativo todas essas línguas, acredito que me servirá na carreira e sobretudo é algo como realização pessoal como o senhor mesmo disse que estuda por isso também. Eu tenho a curiosidade de saber quantas línguas o senhor fala e se acredita ser possível alguém falar como nativo sete línguas estrangeiras como pretendo e se o senhor conhecer alguém como tal.
    Preciso lhe agradecer pois todo dia que leio seu bog eu ganho mais força ainda para seguir em direção a essa tão sonhada caminhada que ainda "efetivamente" nem comecei, considerando que estou no 7º semestre em administração com ênfase em comércio exterior, onde começarei "efetivamente" no ano que vem.
    Ficaria muito grato pela honra de uma resposta do senhor.

    Grato,

    Marcus Oliveira.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Marcus,
    Nao se preocupe agora com tantas linguas e sim com as materias, em seu conjunto, que voce precisa saber muito bem para poder entrar. Vc precisa ser otimo em Português, em Inglês e saber razoavelmente bem uma uma outra lingua, para fins de classificação. Mas precisa saber muito bem historia, geografia, economia, etc.
    Primeiro entre, e depois voce estuda sete linguas. Alias, o numero de linguas que meu filho fala, por ter morado ou estudado em sete linguas.
    Eu so falo quatro ou cinco...
    Rockdrigo disse...
    Rodrigo
    Sr. Paulo, o senhor já deve estar exausto de auxiliar jovens que tem como meta principal a carreira diplomática, e percebo que já tirou dúvidas em varias áreas, embora prefira focar no concurso.Eu poderia ser mais um desses jovens??
    Tenho 16 anos, e me dedico á carreira diplomática desde os 11 anos, tendo como uma meta principal, embora tenha mantido uma relação de ''amor e ódio'' com ela durante esses últimos anos, devido aos comentários gerais sobre a impossibilidade de passar no concurso, mas prefiro não pensar dessa forma.
    Já falo inglês e francês fluentemente, e gostaria de aprender espanhol durante a faculdade, mas estou um pouco em duvida com relação á faculdade.
    Sempre pensei em R.I., mas vejo que você, por exemplo, não gosta muito do curso de R.I., afirmando que são ''fraquinhos'' em geral, e que não fornecem possibilidades de empregos..
    Penso em R.I. devido a semelhança da grade curricular com as materias que caem no CACD...
    Qual você acha que seria a melhor preparação para alguem que está na minha situação, ainda se rpeparando para ingressar em alguma universidade, e totalmente focalizado no CACD, disposto a passar anos estudando ininterruptamente para o concurso?
    Grato desde já!
    Paulo R. de Almeida disse...
    Caro Rodrigo,
    Voce tem razao: a interface é essa mesma, de curso de RI. Faça o curso, pois você já sabe o que tem de aprender e o fará sozinho, sem depender de professores e apostilas.
    Você já é um diplomata, apenas só falta entrar, mas isso é um detalhe para voce.
    Paulo Roberto de Almeida
    Rockdrigo disse...
    Sr. Paulo, sou eu mais uma vez! Mas desta para agradecer sua gentileza e suas palavras animadoras, que foram muito importantes para mim.
    Muito obrigado!
    Anônimo disse...
    Saudações Dr. Almeida,
    Primeiramente, me sinto obrigado a expressar a euforia em degustar cada palavra que o Sr. emprega em seus artigos. Tardiamente, encontrei seus blogs, no entanto, tenho muito tempo livre para compensar o perdido. Bem, tenho 16 anos e sonho com a carreira diplomática desde o início de 2009. Desde então, comecei a me esforçar neste objetivo; hoje, possuo inglês avançado e espanhol intermediário. Minha paixão abrupta por línguas, culturas, enfim, pela "novidade" em si não me deixa outra opção. Definitivamente, não consigo me imaginar em outra profissão. Sou estudante do 3º ano em escola pública federal. Tenho acumulado certas conquistas nesta área: já viajei ao Uruguai (onde me encontrei com o Ex-ministro Celso Amorim), a Colômbia, e a vários estados do país participando de eventos importantes. Ademais apresentações, contato-lhe pois pretendo cursar UnB, e estou entre os cursos de Direito, RI e Ciência POlítica. As minhas inquietações referentes: Direito, acredito ser um curso muito específico, apesar das posteriores pós-graduações que poderiam ser feitas na área de RI, Direito Internacional ou outras; RI, acredito ser um curso fantástico, que proporciona muitas expectativas em relação a fazer intercâmbios durante a graduação e na área de estudo; Ciência Política, também é um curso fantástico e, pelo que vi na grade curricular, é o curso, dentre esses três, que mais é flexível, podendo cursar várias matérias opcionas e adicionais de interessa diplomático.
    Contudo, peço desculpas pelo meu português, caso haja algum erro. Espero que tenha sido claro. E reafirmo minha admiração pelo diplomata que o Sr. é.
    Cordialmente, Cassiano Santana.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Cassiano,
    Você me parece nem orientado e sobretudo bem decidido, desde já. Creio, assim, que você já É diplomata, só faltando os detalhes de terminar a graduação e passar no concurso.
    Mas, refreie esse seu entusiasmo pelos cursos universitários, pois por melhor que eles sejam, nunca vão lhe dar tudo o que você precisa em termos de preparação adequada.
    Faça um desses cursos, embora eu não recomendo muito RI que acho fraquinhos em geral (mas não na UnB, que tem bons cursos, certamente), mas dependa sobretudo de você mesmo.
    Estude sozinho e se prepare de forma autodidata, pois não já nada melhor do que tratar de sua própria formação, lendo os livros.
    Existe pouca coisa fora dos livros que os professores podem lhe ensinar e provavelmente nada que eles possam lhe ensinar que você não encontra na internet. Assim que faça você mesmo o seu curso de formação, em qualquer área, lendo livros e buscando na internet o que você quer saber.
    O diploma é só um canudo, um certificado, e certamente você precisa dessa coisa para se candidatar em concursos, mas ele não vale absolutamente nada em termos de conhecimento se você não estudar por sua própria conta.
    Confie em você mesmo, e bons estudos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Dhry* disse...
    Dr. Paulo,
    Muito válido foi ler suas postagens tanto pelo conhecimento como pela sabedoria.
    Cursei Direito, advogo no momento e trabalhei 18 anos na Secretaria da Segurança em SP. Depois cursei pós em Relações Internacionais e encontrei o que procurava, unir o Direito às relações internacionais.
    Tenho 39 anos, marido e filho e a vida estabilizada no que diz respeito à constituição de família e apoio familiar.
    Pelos comentários, fiquei receosa da idade para prestar o exame, contudo, internamente é algo que me cala muito fundo.
    Estou construindo um blog. O Sr. poderia dar sua opinião?
    Grata,
    Adriana
    www.adrianaferserol.blogspot.com
    Anônimo disse...
    dr paulo
    primeiramente eu quero lhe parabenizar pelo blog, que me foi muito útil e esclarecedor.
    A dúvida que tenho é de quanto tempo o senhor acha que eu precisaria de estudo para ter um nível avançado, ou pelo menos necessário para passar no concurso, nos idiomas francês e espanhol, sendo que estudaria os dois ao mesmo tempo. O sr acha que três anos de estudo nos dois, seria o suficiente?
    grato,

    Matheus
    Léo Rubens disse...
    Dr. Almeida,
    Há algum tempo venho acompanhando seu blog, lendo os posts, comentários, dicas e etc. Somente agora tomei coragem de fazer uma pergunta bem específica publicamente. Para preservar um pouco minha intimidade, tomei a liberdade de usar um codinome.
    Sou servidor municipal há 5 anos e sempre muito curioso em diversos assuntos relacionados a área da diplomacia, mas não necessariamente específicos do concurso. Tenho conhecimento em idiomas: inglês, francês e italiano. Inclusive já lecionei o primeiro em uma escola de idiomas. Já estive dois meses na Itália também. Porém, minha situação é, acredito, delicada. Sou soropositivo há 3 anos e ano passado iniciei o tratamento com os remédios pouco antes de minha viagem à Itália. Apesar de hoje em dia essa doença ser crônica e controlável, ainda há muito preconceito e pergunto: ela seria um empecilho na carreira de um diplomata (visto que há a necessidade de ser nômade, como o Sr. mencionou)? Acha que meu tratamento pode ser prejudicado por essa constante mudança de países/regiões? Tenho interesse na profissão, mas sou um realista e também completo 30 anos este ano, quase na idade limite para uma carreira satisfatória. Qual a sua opinião?
    Parabéns pelo trabalho e principalmente a atenção em que responde às questões, o que me deixou mais a vontade para exprimir esta dúvida.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Leo Rubens,
    Não tenho certeza sobre se ainda são conduzidos exames médicos na fase final do concurso e para a admissão oficial. No meu tempo havia inclusive testes psicológicos, daqueles bem idiotas, e muitos eram bombardeados nessa fase, por revelarem sabe-se lá qual traço esquizóide. Em outros tempos havia também uma banca terrível, onde pontificava um famoso "deer hunter", zeloso guardião da pureza heterossexual do MRE. Deve ter falhado várias vezes, pois a nossa fauna é variada.
    Não creio que existam problemas e imagino que uma discriminação desse tipo seja inconstitucional.
    Existem na carreira, abertamente ou veladamente, vários soropositivos. Alguns morreram, mas isso foi bem no início, quando a informação era deficiente. Eu conheço pelo menos dois que sobrevivem há quase duas décadas na base do coquetel de remédios habituais. O conhecimento médico assegura uma vida quase normal, como você deve saber.
    Não creio que o nomadismo da carreira afete o tratamento, pois os procedimentos hoje são bem conhecidos.
    Preconceito sempre haverá, pois seres humanos são assim, mas acredito que você pode realizar uma carreira quase normal se ingressar com base em seus resultados intelectuais.
    Eu lhe desejo dedicação nos estudos e boa sorte nos exames.
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Olá Dr. Paulo
    Tenho 14 anos e a pouco tempo li seu blog, estou interessada em ser diplomata mas tenho algumas duvidas, gostaria de saber se a Matemática é uma matéria de muito peso para quem quer ser diplomata, pois tenho dificuldade nesta matéria,mas em contrapartida gosto muito de inglês inclusive faço curso além de gostar de viajar e não ter problema em ficar longe da família por um longo tempo. E só mais uma curiosidade gostaria de saber se diplomata tem férias?
    Anônimo disse...
    Olá Dr. Paulo
    Tenho 14 anos e a pouco tempo li seu blog, estou interessada em ser diplomata mas tenho algumas duvidas, gostaria de saber se a Matemática é uma matéria de muito peso para quem quer ser diplomata, pois tenho dificuldade nesta matéria,mas em contrapartida gosto muito de inglês inclusive faço curso além de gostar de viajar e não ter problema em ficar longe da família por um longo tempo.
    Grata desde já.
    Geovanna
    Paulo R. de Almeida disse...
    Geovanna,
    Voce fez nem em escrever e em manifestar a intenção de se tornar diplomata desde os 14 anos. Acho que você tomou a decisão correta, no tempo certo. Se você começar a se preparar desde já, poderá ser uma diplomata desde sua formação universitária, a condição que leia os livros da bibliografia e que estude de maneira adequada de aqui até lá, digamos pelos próximos seis ou sete anos.
    Matemática não é uma disciplina exigida nos concursos de entrada, mas economia sim. Para você ter um conhecimento e compreensão adequados de economia, você precisa saber um pouco de matemática, e eu recomendaria que você fizesse um esforço nessa matéria, pois se trata de uma importante área de conhecimento, aliás bastante instrumental para a sua vida, e não apenas para uma boa compreensão da economia.
    Tenha uma boa cultura clássica, ou seja, humanidades, mas também não despreze a matemática e a economia, inclusive estatística.
    Bons estudos, futura diplomata.
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Boa Noite Dr. Paulo
    Muito obrigada por responder minha pergunta, pois eu realmente estava preocupada, sei que a Matemática é muito importante para a vida, não desprezo a matéria, mas procuro focar nos meus pontos fortes, e a Matemática não é um deles.
    Geovanna
    Paulo R. de Almeida disse...
    Geovanna,
    Tudo bem que a Matemática não seja o seu ponto forte, mas acredite, tente gostar, ou fazer, mesmo não gostando. Eu também não gostava, e deixei de lado, antes mesmo da sua idade, e me arrependi muito depois. Queria ser economista, mas não consegui, pois justamente não dominava o instrumental matemático, e isso faz uma ENORME diferença quando precisamos projetar taxas de crescimento, ou elaborar alguma correlação econômica mais complexa.
    Na vida diplomática, também, saber matemática pode nos ajudar em alguma negociação econômica ou comercial.
    Portanto, estude as matérias que você gosta com gosto, e a Matemática mesmo sem gosto.
    Você estará melhor preparada e será uma melhor diplomata.
    Cordialmente,
    Paulo Roberto de Almeida
    cecília disse...
    oi Sr. Paulo.
    Primeiro quero vir parabenizar o senhor pelo seu blog.
    Tenho 19 anos e estou cursando Ciências Sociais, diga-se de passagem ADORO ciência politica, por este motivo escolhi o curso.
    Bom sem mais delongas, tenho duas dúvidas: Primeiro, devo trocar o curso para Relações Internacionais, pois lá terei aulas de economia e direito?
    Segunda: Interfere na banca avaliadora do concurso, se eu tiver dupla nacionalidade?
    Obrigada pela atenção.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Cecilia,
    Voce pode ter dupla nacionalidade sem problema.
    QUanto ao curso, so vale a pena trocar se ele for bom, do contrario fique onde está e estude em paralelo.
    Anônimo disse...
    Sr. Paulo,

    Gostaria de saber a sua opinião: penso em começar a estudar para a carreira diplomática, contudo, tenho 31 anos. Seria tarde demais ingressar na carreira com 34, 35 anos? Há algum tipo de constrangimento, em decorrência da idade?
    Muito obrigada,
    Laura.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Laura,
    Nao, não é muito tarde, mas não deveria tardar muito além de 33 ou 35 anos...
    O único constrangimento seria ter um chefe mais jovem que você, mas isso é o de menos.
    Paulo Roberto de Almeida
    Pedro Henrique Nahid disse...
    Dr. Paulo,
    Gostaria de saber se no período no qual o diplomata trabalha no exterior existe a possibilidade de vir ao Brasil, além do período de férias. Pergunto isso pois apesar de sempre viajar muito não tenho condições de ficar sem manter contato pessoal com meus familiares. Não vejo problema em trabalhar fora do país, porém gostaria de saber se há alguma brexa para que o diplomata passe alguns dias no Brasil e, caso possível, quantas vezes esses períodos são concedidos por ano.
    Muito obrigado,

    Pedro Henrique
    Paulo R. de Almeida disse...
    Pedro Henrique,
    Se voce não tem condicções de ficar sem manter contato pessoal com familiares, entao talvez fosse o caso de nem pensar em carreira diplomatica, que é essencialmente nômade, e por vezes em condicoes adversas.
    Diplomata tem um mes de ferias por ano, como muitos outros, (menos juizes, claro). que deve ser suficiente para visitar qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo;
    Paulo Roberto de Almeida
    Pedro Henrique Nahid disse...
    Dr. Paulo,
    Lhe fiz essa pergunta porque ouvi de alguns amigos que o diplomata conseguiria uma semana a cada dois meses para vir ao Brasil. Isso não procede, certo? Além disso, vi em alguma legislação que quanto trabalhar em um país de categoria C ou D, o diplomata disporia de 2 meses de férias, além dessas semanas a cada dois meses.
    Me desculpe o incômodo, mas essa é minha única dúvida para ingressar na carreia diplomática.
    Muitíssimo obrigado,

    Pedro Henrique Nahid,
    Paulo R. de Almeida disse...
    Pedro Henrique,
    Brecha se escreve com ch.
    Postos de sacrificio dão direito a saídas periódicas, que você pode usar como quiser.
    Não tenho certeza quanto a prazos, mas pode ser.
    Então você sabe melhor do que eu, e poderá aproveitar essas brechas para vir visitar sua família no Brasil a cada vez.
    Mas antes você precisa entrar na carreira, e depois pedir posto de sacrifício, para poder ter brechas...
    Boa sorte.
    Diogo disse...
    Gostaria de saber se é permitido ao diplomata investir na bolsa de valores.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Diogo,
    Voce pode tudo o que voce quiser com o seu dinheiro, até doar para o Itamaraty, só não pode roubar o Itamaraty...
    Paulo Roberto de Almeida
    Caio H. Adams Soares disse...
    Serei franco com você, Paulo. A tempos eu procuro um blog assim. Cheguei a agendar um horário com o diretor do meu curso para ver se, juntos, não achávamos algum tipo de instrução voltada a carreira diplomática (ele é um amor de pessoa. Me ajudou, deliberadamente, com muitas das minha indagações quanto a formação profissional) e, desde o site do Curso Clio até o formulário oficial do Itamaraty, eu não encontrei orientação melhor do que a que você nos disponibilizou (me perdoe pelo período longo, as vezes penso que isso já é uma mania).

    Desde criança, meu sonho é a carreira diplomática. Primeiramente, pela facilidade e conforto que a carreira oferece, apesar de que apenas uma pessoa muito vivida, sábia, que já tenho obtido um controle notável sobre o próprio ego não sinta-se atraída por moradia, custos e transporte pagos pelo governo. Porém, Paulo, desde os últimos anos, eu não consigo mais olhar para os lados sem ver algumas coisas que me dão arrepios na espinha. Nosso mundo, hoje em dia, é construído de tal maneira que a hipocrisia e a ignorância não são apenas mascaradas, como também aceitas e, até, incentivadas. Eu vou aos shoppings daqui de Curitiba, praia, baladas, bares e shows como a maioria do resto dos brasileiros de 18 anos, me divirto muitas vezes, pelo menos ao meu ver, muito mais do que os meus amigos (talvez porque eu não beba, dou graças a Deus pela centelha de bom senso que me resta nessas noites) mas eu não consigo imaginar uma vida na qual os alicerces sejam apenas esses. O mundo vive para fingir que se diverte, enquanto o próprio cai por terra a cada dia, de todas as maneiras (ecologicamente, politicamente, socialmente, economicamente e por aí vai).

    Mas Paulo, por favor não me entenda como pessimista, minha maior paixão nesse mundo é a felicidade, até a curtição, mas além dela, a paz de espírito, o conhecimento e, acima de tudo, o amor. O que eu quero, no futuro, é poder passar isso ao máximo de gente possível, especialmente para quem precisa (grupo que cada dia me parece mais aumentar em PG de razão elevada ao cubo). E é aí que entra a diplomacia. Eu vejo essa carreira, da minha humilde e limitada perspectiva, como a ligação entre uma carreira política de extrema satisfação profissional; a possibilidade de viajar o mundo e aprender ao máximo sobre tudo e de todos; e, por fim, a chance de me envolver em ações sociais, o máximo que eu conseguir. Eu gostaria de saber se estou certo no meu ponto de vista, além de outra pergunta que me tem me incomodado muito nos últimos meses: Eu tenho verdadeira paixão pela faculdade de Medicina, não pela profissão em si, mas pelo conhecimento que o curso proporciona. Você acredita que seja possível cursar Medicina (como já foi apontado lá em cima, porém meio que fora desse contexto) e, desde já e até a realização do CACD, estudar as matérias que a prova de ingresso exige? Eu não tenho problemas com esforço, já sou fluente em inglês e espanhol, amo de paixão todas as áreas do conhecimento, em especial exatas e humanas. Caso seja algo que beire o impossível, ou simplesmente não recomendável, eu não teria problemas em seguir educação em Relações Internacionais ou até Direito. Me perdoe pelo texto longo, mas você pode me dar uma ideia?

    Abraços e obrigado pela atenção, como já dito acima, parabéns pela incrível pessoa que você mostra ser.
    Paulo R. de Almeida disse...
    Caio Adams,
    Temos poucos medicos na carreira, e isso é muito ruim. Creio que você faria muito bem se fosse médico e ao mesmo tempo diplomata. Estude Medicina, e ao mesmo tempo se prepare para a diplomacia estudando paralelamente.
    Siga seu coração e seus interesses. Faça as duas coisas...
    Paulo Roberto de Almeida
    Rodrigo Magno disse...
    Caro Paulo,

    Pretendo fazer o curso de Ciências Sociais - Ciências Políticas. Gostaria de sua opinião sincera quanto as chances de passar no concurso do Itamaraty com essa formação, pois entendo que se fizer esse curso, terei posteriormente que me dedicar aos estudos de Direito e outras matérias que não estão na grade curricular.

    Desde já grato,

    Rodrigo Magno
    Marina Pompermayer disse...
    Sr. Paulo
    Primeiramente quero parabenizar o senhor pelo blog, ele é muito interessante.
    Ainda sou bem jovem, tenho apenas 12 anos, mas de uma coisa tenho certeza, vou ser Diplomata. Me esforço bastante para ser uma boa aluna, sempre estudo e gosto bastante de questionar sobre certos assuntos. E apesar de várias pessoas falarem que não tenho chances, e que precisa ser uma pessoa superdotada para ser diplomata, eu não ligo, sempre me esforço e tento alcançar os meus objetivos.
    Tenho uma dúvida: Qual dos cursos é o melhor para prestar quando se quer fazer diplomacia, Relações Internacionais ou Direito?
    O Senhor poderia dar sua opinião?
    Grata,
    Marina
    Paulo R. de Almeida disse...
    Marina Pompermayer,
    Meus cumprimentos por já saber, aos 12 anos, o que você quer ser quando "crescer", ou quando se formar.
    Isso lhe dá uma ENORME vantagem que essas pessoas, derrotistas, ou pessimistas, não podem ter: certeza sobre seus próprios desejos, projetos, vocação.
    Meus parabéns, inclusive porque você terá todo o tempo do mundo para se preparar adequadamente, de maneira sistemática, metódica, independente, e poderá desmentir aqueles que acham que para ser diplomata é preciso ser superdotado.
    De forma nenhuma, qualquer pessoa pode ser diplomata, desde que passe no concurso. E NENHUM concurso é impossível para quem está preparado, simples assim.
    Eu até tenho encontrado diplomatas bem ruinzinhos, e me pergunto como é que eles conseguiram entrar: deve ser uma mistura de decoreba e de sorte.
    Você não precisa nem de uma, nem de outra: basta estudar, desde já, as matérias do concurso. Assim, quando você terminar a graduação poderá entrar diretamente.
    Faça um curso que lhe dê satisfação, mas tenha certeza de que são todos medíocres, e que você precisará estudar sozinha, e se preparar sozinha para o concurso. RI possui a maior interface com o concurso, mas os cursos costumam ser piores do que os demais, tradicionais, como Direito ou Economia.
    Em todo caso, confie apenas em você mesma, desde já.
    Boa sorte.
    Paulo Roberto de Almeida
    Paulo R. de Almeida disse...
    Marina Pompermayer,
    Meus cumprimentos por já saber, aos 12 anos, o que você quer ser quando "crescer", ou quando se formar.
    Isso lhe dá uma ENORME vantagem que essas pessoas, derrotistas, ou pessimistas, não podem ter: certeza sobre seus próprios desejos, projetos, vocação.
    Meus parabéns, inclusive porque você terá todo o tempo do mundo para se preparar adequadamente, de maneira sistemática, metódica, independente, e poderá desmentir aqueles que acham que para ser diplomata é preciso ser superdotado.
    De forma nenhuma, qualquer pessoa pode ser diplomata, desde que passe no concurso. E NENHUM concurso é impossível para quem está preparado, simples assim.
    Eu até tenho encontrado diplomatas bem ruinzinhos, e me pergunto como é que eles conseguiram entrar: deve ser uma mistura de decoreba e de sorte.
    Você não precisa nem de uma, nem de outra: basta estudar, desde já, as matérias do concurso. Assim, quando você terminar a graduação poderá entrar diretamente.
    Faça um curso que lhe dê satisfação, mas tenha certeza de que são todos medíocres, e que você precisará estudar sozinha, e se preparar sozinha para o concurso. RI possui a maior interface com o concurso, mas os cursos costumam ser piores do que os demais, tradicionais, como Direito ou Economia.
    Em todo caso, confie apenas em você mesma, desde já.
    Boa sorte.
    Paulo Roberto de Almeida
    Paulo R. de Almeida disse...
    Rodrigo Magno,
    Os cursos, como eu sempre digo, são muito ruins, todos eles. Estude por sua própria conta.
    Tudo é possível estudar sozinho.
    Mas escolha uma graduação que o sustente enquanto você não entrar.
    RI costuma ter um mercado muito restrito...
    Paulo Roberto de Almeida
    Anônimo disse...
    Olá, Paulo. Tenho 30 anos, sou formada em Letras, e curso meu primeiro ano de mestrado. Falo inglês e francês e sou apaixonada por história. Sou professora civil, concursada de uma instituição militar de ensino superior. Antes de ler seu blog, pensava mudar o rumo de minha carreira e tentar a diplomacia. No entanto, percebo agora que minha idade já não é mais adequada. No entanto, gostaria de pedir informações sobre as carreira de oficial e assistente de chancelaria. Quais os atributos necessários para essas carreiras? Há problemas com a idade nessas posições também?
    Grata pela atenção,
    Márcia