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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Chávez tenta dar a volta por cima...

Ainda tenho que escrever uma carta de agradecimento a El Profesor al revés.
Ele alimenta este blog com suas, como direi?, histrionices...
Sempre presente, geralmente não pelas boas razões...
Paulo Roberto de Almeida

FARSA CHAVISTA!
Cesar Maia, 10.08.2010

1. Hoje, Chávez vai a Bogotá se encontrar com o presidente Santos, que assumiu semana passada. De um lado, em seu estilo burlesco, escolheu o dia 10 de agosto. Em 10 de agosto de 1819, Bolívar entrou triunfante em Bogotá após triunfar na Batalha de Boyacá, em 7 de agosto de 1819.

2. Essa visita-fraude tem o objetivo de desviar a atenção para o flagrante dado pelo exército colombiano nos acampamentos da narcoguerrilha FARC em território venezuelano sob a cobertura de Chávez. Chávez desmentiu, rompeu as relações com a Colômbia. Mas as provas são tão irrefutáveis, com vídeos e fotos, que o histriônico Chávez mudou de tática. Condenou os sequestros das FARCs, propôs acordo de paz e agora vai à Bogotá tentar demonstrar que é bonzinho.

3. Escolheu o dia 10 de agosto para retornar à Caracas e fazer uma visita ao esqueleto de Bolívar, que exumou. E continuar a farsa. Só os distraídos entram nessa.

sábado, 31 de julho de 2010

Guerra de Venezuela contra Colombia?: no lo creo, pero nunca se sabe...

O texto abaixo, de um jornalista venezuelano, pode ter sido escrito com intenções de "burla", de comicidade, mas ele tem toda uma parte séria, antes de alinhar as tropas chavistas que iriam ao combate contra os perversos e vendidos colombianos, que o transforma em registro histórico das incontáveis vezes em que o caudilho histriônico de Caracas declarou rotas as relações entre os dois países, retirando seu "embaixador" de Bogotá, interrompendo relações comerciais entre os dois países (e com isso provocando enormes prejuízos aos agentes privados, às populações, ao seu próprio país), deslocando tropas para a fronteira comum, etc. A última vez foi quando as forças armadas da Colômbia efetuaram a famosa operação nas bases das FARC no Equador, junto à fronteira colombiana, provocando, como se sabe, a santa ira e a justa indignação de nossa diplomacia, sempre tão disposta, pronta, aguerrida quando se trata de condenar qualquer violação dos princípios da soberania territorial e da não-intervenção. Nossa diplomacia exigiu desculpas imediatas da Colômbia e armou uma operação na Unasul para condenar o gesto da Colômbia (mas em nenhum momento reclamou das forças armadas venezuelas agrupadas na fronteira com a Colômbia, como se isso fosse absolutamente normal).
Ditadores em perda de apoio político, ameaçados de derrota, são imprevisíveis, sobretudo ditadores desse tipo, que não hesitam nos gestos mais tresloucados, para evitar o que agora parece ser inevitável: a queda, a derrota, o exílio (se não a morte).
Tudo parece comédia, no texto do jornalista, até que se transforme em tragédia...
Paulo Roberto de Almeida

El próximo paso: declarar la guerra
Francisco Rivero Valera
El Universal (Caraca), Viernes, 30 de julio, 2010

Declarar la guerra a Colombia puede ser la idea catastrófica que está dando vueltas y revueltas en la cabeza de Chávez. Sería para matar dos pájaros de un tiro: suspender las elecciones de Septiembre y evitar, en consecuencia, la derrota inminente y mortal de su proyecto político. De paso, utilizaría la guerra como recurso para crear un falso nacionalismo en vista del fracaso de sus extremas cortinas de humo lanzadas últimamente al país con los honores simbólicos a Manuelita Sáenz y la exhumación de los restos de Simón Bolívar. Le importa un comino, por supuesto, la vida de 28 millones de venezolanos y de 45 millones de colombianos, hermanos bolivarianos por historia, por consanguinidad, por cultura, religión, idioma, geografía, genética y otras características indisolubles. Lo importante sería salirse con la suya para implantar su delirante proyecto político por las malas o por las malas.

Pero, la declaración de guerra ya no sería una sorpresa porque desde hace más de 6 años Chávez está intercambiando plomo verbal con Uribe, como juego de ping pong. Recordemos el 14 de Enero del 2005, Chávez anunció la ruptura de relaciones comerciales con Colombia por la captura de Rodrigo Granda, canciller de las FARC; el 25 de Noviembre del 2007,anunció la congelación de las relaciones por la suspensión colombiana de Chávez como mediador en la liberación de rehenes de las FARC; el 2 de marzo del 2008, Chávez ordenó la movilización de diez batallones hacia la frontera en protesta por la incursión colombiana contra un campamento de las FARC en Ecuador, con muerte de su líder Raúl Reyes; el 22 de febrero del 2010 Chávez y Uribe tuvieron un fuerte encontronazo en México, en la cumbre de Río, con piropos literarios incluidos como: sea varón, de Uribe, y váyase p'al carajo, de Chávez. La lista es interminable. Lo último fue el jueves 22 de Julio del 2010, con la ruptura de relaciones diplomáticas en rechazo a las supuestas evidencias colombianas presentadas en la OEA sobre la permanencia de los líderes guerrilleros de la FARC en Venezuela. La evidencia es clara: las FARC y alguien más son el problema.

Pero, tampoco sería sorpresa si Chávez aparece por enésima vez en cadena nacional para decir que ha decidido simplemente declarar la guerra sin tomar en cuenta la opinión de este pueblo manipulado. Y, a lo mejor, en su acostumbrada verborrea, hasta dirá algo sobre la alineación de sus fuerzas.
E imagino que ordenará: al frente Aristóbulo, Jaua, Rafael y Diosdado dirigiendo a los chavistas radicales del PSUV, esos mismos que dicen que entregarán la vida por su máximo líder; después los utilitys de este gobierno: los trabajadores de Pdvsa, pero sin franela roja porque resultarían muy evidentes en las zonas de combate.
En la cuarta línea irá el voluntariado obligado de las instituciones públicas, empleados que prefieren entregar la vida antes que perder sus puestos de trabajo; luego algunos compatriotas campesinos con machetes, palos, escobas y escupiendo chimó para acatar las órdenes del comandante.
Al final, como fuerzas de apoyo en retaguardia, los 10 batallones que Chávez ordenó movilizar el 2 de Marzo del 2008, con una pancarta: tardamos pero no olvidamos. Mientras tanto, las FARC estarán como zamuros, observando el desarrollo de los acontecimientos, listos para saltar y pescar en río revuelto.
Que Dios y la Virgen nos protejan. Amén.

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Aliás, deixou de ser piada, para se converter em realidade, como se deduz da matéria abaixo, um dia depois da que foi acima transcrita:

31/07/2010
Chávez manda soldados para fronteira com a Colômbia
BBC30/07/10

Venezuela – Subindo o tom da crise com a Colômbia, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta sexta-feira o movimento de tropas para a fronteira entre os dois países, acusou o governo colombiano de ter invadido o espaço aéreo venezuelano e admitiu ter revisado “planos de guerra” para um eventual conflito.

Chávez disse que um helicóptero colombiano permaneceu durante “cinco minutos” no espaço aéreo venezuelano, na zona fronteiriça entre os Estados de Zulia e Tachira.

O líder venezuelano acusou o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de querer envolver a Venezuela no conflito armado colombiano.

“Há umas três noites, eu dizia ao vice-presidente (Elias Jaua). ‘Que tristeza me dá, confesso, estar revisando planos de guerra”, afirmou Chavez em declarações via telefone ao canal estatal de TV.

Paz
Chávez disse que a “política de guerra” de Uribe “penetrou” território venezuelano em referência a internacionalização do conflito armado colombiano.

“Por isso a imperiosa necessidade de que retomemos a paz (…) mas com o novo governo da Colômbia, não com este, cheio de ódio”, afirmou.

O presidente venezuelano disse as Forças Armadas estão em alerta e que foram enviadas tropas a extensa fronteira, de mais de 2 mil km, “para defender a soberania” do país.

“Não vão nos levar sob chantagem a uma guerra, a uma guerra que não e nossa, é melhor dizemos¨vamos bucar o caminho da paz”, afirmou Chávez ao anunciar o movimento de tropas, o primeiro desde o inicio da crise com a Colômbia.

Denúncia
O conflito binacional teve início há uma semana, quando Bogotá apresentou ao Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) supostas provas sobre a presença de guerrilheiros das Farc e do ELN na Venezuela.

Em seguida, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, qualificou de mentirosas as acusações e rompeu relações diplomáticas com a Colômbia.

Para Chávez, as acusações são parte de uma “desculpa” para justificar uma intervenção armada da Colômbia em seu país, que a seu ver, conta com o apoio dos Estados Unidos.

domingo, 25 de julho de 2010

A tensao Venezuela-Colombia e a diplomacia brasileira

Sem comentários, duas matérias sobre o assunto do momento. Leitores inteligentes sabem tirar suas conclusões...

A nova bravata de Chávez
Editorial - O Estado de S.Paulo
24 de julho de 2010

Diante das evidências contundentes sobre a presença de 1.500 guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano, apresentadas à Organização dos Estados Americanos (OEA), o presidente Hugo Chávez reagiu na sua típica maneira destemperada: invocando a "dignidade" nacional, rompeu relações diplomáticas com o governo de Bogotá e ordenou às Forças Armadas que entrassem em "alerta máximo" na fronteira entre os dois países.

A dignidade da Venezuela estaria mais bem servida se, em primeiro lugar, tivesse um dirigente que não se comportasse como um histrião. Mas Chávez armou o cenário para o anúncio da ruptura com a participação, que acabou sendo ridícula, de seu "correligionário" argentino Diego Maradona, que com ar estuporado ouviu a catadupa de impropérios que dirigiu ao presidente colombiano Álvaro Uribe. Essa foi a resposta às provas exibidas na OEA de que continua dando guarida ao bando de narcotraficantes em que se transformaram as antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que desgraçaram a nação vizinha antes de serem acuadas pela tenaz política de segurança adotada por Uribe.

"A Venezuela deveria romper relações com as gangues que sequestram, matam e traficam drogas, e não com um governo legalmente constituído", comentou o embaixador colombiano na OEA, Luis Alfonso Hoyos. Foi na sede da OEA, em Washington, que os representantes colombianos exibiram vídeos, mapas e fotos aéreas indicando a localização dos acampamentos das Farc e do Exército de Libertação Nacional (ELN).

"São ao menos 87 estruturas completamente armadas em território venezuelano", descreveu Hoyos. Os acampamentos "continuam se consolidando". Nas regiões do país onde se instalaram, geralmente em locais fronteiriços, os farquistas não se conduzem como se estivessem batendo em retirada ou apenas se reagrupando. Controlam com mão de ferro as desafortunadas populações, a ponto de lhes impor o toque de recolher a cada dia.

Foi essa realidade que a Colômbia buscou descortinar na reunião de emergência da OEA, convocada a seu pedido. Além disso, representantes de Bogotá exortaram Chávez a permitir que observadores estrangeiros visitassem as áreas onde se situam os santuários das Farc. Para surpresa de ninguém, a Venezuela se recusou a fazê-lo, o que dá a devida dimensão a suas tentativas de desmentir fatos que constituem uma clara violação das normas da Carta da OEA sobre a convivência pacífica dos países do Hemisfério.

A bravata do rompimento vem sendo, em geral, interpretada como a reencenação do velho truque da transmutação do agressor em vítima. A plateia a que o caudilho se dirige é a população venezuelana. Já se apontou neste espaço a urgência de Chávez em fabricar inimigos internos (a imprensa, a Igreja, o empresariado) e externos (o "Império" e a Colômbia) para mascarar o estado pré-falimentar a que as suas políticas "bolivarianas" reduziram a economia nacional, em recessão pelo segundo ano consecutivo. Ele teme o troco do povo nas eleições legislativas de setembro.

Se os motivos de Chávez são claros, os de Uribe suscitam controvérsias. Segundo uma versão, ele teria resolvido levar o venezuelano ao pelourinho a duas semanas da transmissão do poder ao sucessor Juan Manoel Santos, o ex-ministro a quem apoiou na campanha, para sabotar a sua anunciada política de distensão com a Venezuela. Mais convincente, talvez, parece ser a hipótese de que, tendo só agora reunido as condições para denunciar a proteção chavista às Farc, Uribe quis fechar um ciclo no contencioso bilateral e deixar o campo livre para Santos fazer nova política na matéria.

De seu lado, o governo brasileiro, que até há pouco preferia se envolver nos conflitos do Oriente Médio em vez de se voltar para tensões na vizinhança, mais do que depressa anunciou a intenção de agir como mediador entre Colômbia e Venezuela. Antes tarde do que nunca, seria o caso de dizer, se a oferta já não estivesse contaminada pelas manifestas simpatias do presidente Lula e do seu entorno pelo autocrata venezuelano.

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Lula diz 'estranhar' denúncia de Uribe contra a Venezuela
BBC Brasil, 24 de julho de 2010

Presidente afirma que denúncia feita a poucos dias de fim de mandato causou estranhamento.

Em suas primeiras declarações públicas a respeito da crise entre Venezuela e Colômbia desde que os dois países romperam relações diplomáticas, na última quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou "estranhar" o fato de o governo colombiano ter apresentado as denúncias contra Caracas a poucos dias do fim do mandato de Álvaro Uribe.

"O que eu, na verdade, estranhei é que faltam poucos dias para o companheiro Uribe deixar a Presidência da República. (...) Os sinais estavam andando tudo bem, até que o presidente Uribe resolve fazer uma denúncia na OEA (Organização dos Estados Americanos) contra a Venezuela", disse Lula durante uma entrevista coletiva em Caetés, Pernambuco, nesta sexta-feira.

Uribe deixa a Presidência da Colômbia no próximo dia 7 de agosto. Na última quinta-feira, no entanto, seu governo apresentou à OEA uma denúncia de que haveria membros de grupos guerrilheiros colombianos abrigados na Venezuela, o que fez com que presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciasse o rompimento das relações entre os dois países.

Durante a coletiva desta sexta-feira, Lula afirmou que pretende discutir a crise na região com os líderes de Colômbia e Venezuela durante visitas a Caracas, no próximo dia 6, e a Bogotá, no dia 7.

"São dois países que dependem um do outro(...), dois países (que) poderão ir para frente com muito mais facilidade se eles estabelecerem uma programação de construir a paz definitiva entre eles", disse.

Negociações
O Brasil tem trabalhado para que a crise entre os dois países seja solucionada no âmbito da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e gestões neste sentido já estão sendo feitas pelo organismo.

Segundo uma fonte do Palácio do Planalto ouvida pela BBC Brasil, a avaliação é de que o grupo, criado por uma iniciativa do Brasil, "está mais próximo à realidade regional" do que outros fóruns, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), que inclui ainda América Central, além de México, Estados Unidos e Canadá.

A estratégia do governo brasileiro tem sido a de atuar nos bastidores, evitando assim qualquer comentário mais contundente sobre a disputa diplomática.

O objetivo é ganhar tempo até que o presidente Lula fale pessoalmente com Chávez e com Uribe.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Chavez: "EUA responsáveis pela tensao" - Agencia Bolivariana de Informaciones

Presidente Chávez responsabilizó a EEUU por tensiones
Agencia Bolivariana de Informaciones, lunes 19 de julio, 2010

Uribe ha sido criticado con fuerza por su posición hacia Caracas

El presidente venezolano Hugo Chávez vinculó la "doctrina imperial estadounidense" con la nueva disputa con amenaza de ruptura de relaciones que mantiene desde esta semana con el gobierno de su homólogo colombiano, Álvaro Uribe.

En su columna "Las líneas de Chávez", el Presidente recordó que "las irresponsables declaraciones de parte del Gobierno de Colombia que, de nuevo, insiste en relacionarnos con la guerrilla", lo obligaron a anunciar "una posible ruptura de relaciones", destacó Efe.

Ello, "si continúa la locura que se ha apoderado de la Casa de Nariño, siguiendo el guión imperial", sostuvo.

El gobernante dijo que su par de Estados Unidos, Barack Obama, "está demostrando ser, en las palabras y en los hechos, la segunda administración (de George) Bush: sigue la misma línea belicista y la misma estrategia de dominación imperial".

"Nuestras preocupaciones aumentan, alcanzando signos de alarma" al constatar que esa estrategia con respecto a Venezuela arrancó "al finalizar el mes pasado" con unas declaraciones del secretario de Estado adjunto de EEUU para Latinoamérica, el funcionario de origen chileno Arturo Valenzuela.

Éste aseguró que "la relación más difícil" para Washington es con Venezuela, a lo que se sumaron, añadió Chávez, "las permanentes y falaces acusaciones de organismos de la administración Obama sobre nuestros supuestos nexos con el narcotráfico internacional".

Políticos colombianos arreciaron el domingo sus críticas contra el presidente Uribe por el manejo de la crisis con Venezuela, a cuatro días de que la Organización de Estados Americanos (OEA) debata el asunto y a tres semanas de que Juan Manuel Santos asuma el poder con una "mirada distinta" hacia Caracas.

"Uribe agitador"
El ex presidente Ernesto Samper (1994-1998) dijo que el mandato de Uribe representa "una de las épocas más siniestras" de la diplomacia nacional y que el jefe de Estado busca afectar al futuro gobierno, al "agitar nuevamente" las denuncias de que líderes guerrilleros se esconden en Venezuela.

Según Samper, Uribe pretende "ponerle más palos en la rueda" y "montar una carga de profundidad" contra Santos, ex ministro de Defensa del gobierno saliente y quien asumirá el poder el 7 de agosto con el deseo de normalizar las relaciones con Caracas.

Añadió Samper al diario El Tiempo que el "aislamiento", "peleas" o "relaciones distantes" de Bogotá con Nicaragua, Cuba, Venezuela, Ecuador, Bolivia, Argentina y Brasil se deben a que Uribe convirtió "la política de seguridad democrática en política exterior".

El Tiempo, del que Santos fue subdirector, señaló ayer en un editorial que "fuera de que resulta inusual que a escasas tres semanas de dejar la Casa de Nariño el inquilino de la misma (Uribe) le ponga palos en la rueda al presidente electo, no deja de llamar la atención que el episodio ocurra entre Uribe y quien se supone es su legítimo heredero".

Las críticas de Samper se sumaron a las formuladas por la presidenta del Comité de Paz del Senado colombiano, Gloria Ramírez, y el dirigente opositor Carlos Lozano, quienes coincidieron en "lamentar" que Uribe haya reactivado las "viejas" denuncias contra Venezuela, a días de que Santos asuma el poder y a través de la prensa y el Ministerio de Defensa, y no de la Cancillería.

domingo, 18 de abril de 2010

2029) Tribulacoes da nova diplomacia financeira do Brasil...

Criando problemas onde eles não existiam. A demissão pelo representante brasileiro no FMI, com laivos de humilhação (ordem de evacuar os locais em 24 horas, por exemplo), da representante colombiana no FMI (que não deve sua nomeação a ele, e sim ao governo colombiano), foi mais uma demonstração de arrogância e inabilidade de Paulo Nogueira Batista Jr.
Se a Colômbia se retirar do grupo brasileiro e aderir a um outro, o Brasil poderá perder a cadeira que exibe no Board. Mais um exemplo daquela velha lei das "consequências involuntárias", que certas pessoas não se lembram que existe...
Paulo Roberto de Almeida

O realismo mágico do PT no FMI
Veja, 21 de abril de 2010

REALISMO MÁGICO DO PT
NO FMI O economista Paulo Nogueira Batista Júnior foi nomeado, em 2007, diretor executivo e representante brasileiro no Fundo Monetário Internacional (FMI). Descrente do capitalismo e alinhado à ala mais atrasada do PT, ele é um estranho no ninho em Washington. Há dois meses, abriu um conflito diplomático com a Colômbia, país que divide com o Brasil e um grupo de outras economias menores uma cadeira no diretório do Fundo. Nogueira Batista demitiu a representante colombiana, María Inés Agudelo, alegando escassez de qualificações profissionais para o posto. Rodrigo Botero, ex-ministro da Fazenda da Colômbia e experiente analista da política latino-americana, revela que a demissão foi motivada pelo choque de visões a respeito de política econômica. "O fato é que Agudelo defendia políticas como as que são adotadas no Brasil com sucesso desde os anos 90", afirma Botero. "Mandar a Washington um representante que execra a própria política econômica de seu país é uma manifestação clara do realismo mágico latino-americano por parte do governo brasileiro." De Boston, onde vive, Botero conversou com o editor Giuliano Guandalini.

O INCIDENTE
"A destituição de María Inés Agudelo por Nogueira Batista viola o acordo de cavalheiros que existe há pelo menos quatro décadas entre o Brasil e a Colômbia. Nunca houve antes um incidente como esse. Nogueira Batista alega que ele, como diretor executivo da cadeira, teve amparo institucional ao demitir Agudelo. Foi o rompimento com uma prática saudável de convivência em que se cultiva a tolerância, com o respeito a profissionais nomeados por outros países. O Brasil adotou a atitude de tratar o incidente como uma questão exclusiva do ministro da Fazenda, Guido Mantega, responsável pela indicação de Nogueira Batista. Mas esse incidente afeta diretamente as relações bilaterais entre os países. Não estamos diante de uma questão meramente burocrática. O Planalto e o Itamaraty devem compreender que a grosseria de Nogueira Batista não colabora em nada para a boa vontade de outros países em relação à política internacional brasileira."

O CONFLITO
"Nogueira Batista não pode invocar o argumento de incompetência para destituir a colombiana. Agudelo possui mais credenciais acadêmicas que Nogueira Batista. As diferenças de Batista com Agudelo se devem a concepções incompatíveis sobre política econômica. Não é segredo para ninguém que Batista é crítico de uma política econômica que tenha um regime de metas de inflação, que empregue a flexibilidade cambial e que persiga metas de superávit fiscal primário. Esses são, em essência, os fundamentos da política econômica colombiana. São princípios que Agudelo, como representante de seu país, era obrigada a defender no FMI. Seria inconcebível que a Colômbia permitisse que um detrator de sua política econômica interviesse nas discussões do Fundo. Agora, se bem entendo, as políticas mencionadas são as mesmas que vêm sendo aplicadas com sucesso no Brasil desde os anos 90. Mandar a Washington um representante que execra a política econômica de seu próprio país é uma manifestação clara do realismo mágico latino-americano por parte do governo brasileiro. Mas isso é problema brasileiro, que não concerne à Colômbia."

RELAÇÕES ESTREMECIDAS "As relações entre Colômbia e Brasil, no FMI, foram tradicionalmente cordiais, baseadas no respeito mútuo. A afronta de Nogueira Batista constitui um desrespeito, um insulto. O governo colombiano notificou o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, de que Nogueira Batista não está autorizado a interferir em assuntos relacionados à Colômbia. A manutenção da harmonia nas relações requer que o Brasil reconheça a validade do acordo de cavalheiros que acaba de ser violentado e ofereça garantias de que aceita restabelecer a situação que imperava antes da chegada de Nogueira Batista ao FMI."

DIPLOMACIA BRASILEIRA
"Existem aspectos desconcertantes na diplomacia brasileira na América Latina. Dou três exemplos recentes. Primeiro, ter declarado que Hugo Chávez é o melhor presidente que a Venezuela teve em 100 anos. Segundo, ter equiparado o preso político e mártir da ditadura cubana Orlando Zapata, falecido na prisão depois de uma greve de fome, a um delinquente comum. Isso é uma indecência, uma obscenidade. O terceiro foi permitir que a Embaixada do Brasil em Honduras servisse de palco para a ópera-bufa encenada por Manuel Zelaya. Além de revelarem falta de profissionalismo diplomático, esses episódios contribuem para a percepção de que a política regional tem um viés a favor do chavismo. Minha impressão é que essa aparente esquizofrenia tem uma explicação em função das tensões no interior do PT. Lula teve de repudiar a plataforma de seu partido e adotar uma política econômica ortodoxa. Esse alinhamento exigiu que Lula apaziguasse o descontentamento da extrema esquerda do PT. Como prêmio de consolação, delegou a gestão das relações latino-americanas a personagens como Marco Aurélio Garcia e seus seguidores."