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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Se você votou por um governo trapalhão, está inteiramente contemplado - Carlos Brickmann, Paulo Roberto de Almeida

Aposto que ninguém previa esse tipo de confusão. Nenhum astrólogo, nenhum adivinho, nenhum analista político sério poderia sequer imaginar o que está acontecendo no Brasil.
Não que as coisas me tenham surpreendido absolutamente. Já no primeiro semestre de 2018, ao acompanhar a "irresistível ascensão de Arturo Ui" – desculpe Bertolt Brecht –, eu senti que teríamos gente medíocre no governo e, mesmo falando com a fração mais inteligente dos engajados na campanha (a equipe econômica), eu recusei absolutamente qualquer colaboração com o "exército de Brancaleone" que se estava formando – desculpe Mario Monicelli –, argumentando que já tinha candidato e que eu não era, nem pretendia ser eleitor do capitão.

Mas, desafio qualquer pessoa neste nosso planeta redondinho – os terraplanistas não contam, pois eles acreditam em qualquer estupidez – a provar que já estavam antecipando a ENORME CONFUSÃO que seria o governo do dito capitão.
Não estou falando de mediocridade, que isso eu, e dezenas de outros analistas, podíamos facilmente prever, antecipar, apostar, assegurar. Com um líder medíocre, era de se esperar um governo medíocre, com as exceções de praxe, como a dita equipe econômica (para a qual recusei minha colaboração) e mais dois ou três, no máximo.
Estou falando de CONFUSÃO, e da grossa. Essa ninguém estava esperando.
E 95% da confusão é causada pelo próprio capitão, o pior inimigo do seu governo.
Claro, existem vários outros paspalhos, que me eximo de mencionar, além do que já está explícito nesta saborosa crônica do exímio jornalista Carlos Brickmann.
Prometo escrever um ensaio, um panfleto, uma novela, um tijolão sobre as maravilhosas confusões da Bolsofamiglia e associados unidos. Claro, elas merecem um escritor do quilate de Mário Vargas Llosa, para reconstruir todo o sabor das cenas épicas a que já assistimos até aqui, qualidade de que careço para expressar em páginas imortais toda a epopeia dos Bolsonaros brancaleônicos. Mas, tenho o registro dos episódios mais memoráveis.
Carlos Brickmann oferece aqui uma síntese parcial, e preliminar, da novela das confusões.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 20 de novembro de 2019

UM DIA, TALVEZ QUEM SABE

COLUNA CARLOS BRICKMANN


EDIÇÃO DOS JORNAIS DE QUARTA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 2019

A reforma da Previdência está aí, o megaleilão do pré-sal não foi lá essas coisas mas se realizou, discretamente há privatizações andando, a inflação está baixa, os juros (oficiais) nunca foram tão reduzidos. Há até um ou outro tímido indício de recuperação econômica – pequena, pequena, mas melhor do que zero. Cadê a avalanche de investimentos estrangeiros que, dizia o ministro Paulo Guedes, esperava ansiosa essas medidas para inundar o país?

Pelo jeito, faltou apenas uma coisinha: combinar com os investidores do Exterior. Pois, ao contrário do que se imaginava, de janeiro até agora o que houve foi desinvestimento: quase US$ 50 bilhões deixaram o Brasil. Parte pela situação internacional – para o cidadão americano de classe média baixa que aplica suas economias em fundos, Bolívia, Venezuela, Argentina, Chile e Brasil é tudo mais ou menos a mesma coisa, latinos – e crises nos países vizinhos os levam a desconfiar do Brasil. Fora isso, é mais fácil e seguro por dinheiro nos Estados Unidos, onde a economia vem crescendo.

Mas parte é culpa brasileira: essa coisa bolsonariana de crise permanente não anima os investidores, e eventos como o crescimento da área derrubada da Amazônia fazem surgir temores de represálias que podem prejudicar o agronegócio e a mineração, pontos fortes do Brasil. O investidor tem outras oportunidades. E, entre suas características, adora a tranquilidade. Como achá-la por aqui?

Pois é

A literatura econômica ensinou ao ministro Paulo Guedes que, preparado o terreno para recebê-los, os investimentos fluem. E ele acreditou.

Brigando com fatos

Diante do derrame de petróleo em costas brasileiras – a responsabilidade não é de Bolsonaro – nosso Governo correu para parecer culpado. Acusou o Greenpeace, acusou um navio grego, sem comprovar nada, exceto que não tem ideia do que houve. Aí surge um tal secretário da Pesca e diz que peixe é inteligente: foge do petróleo e não se contamina. Cresce o desmatamento na Amazônia, e o Governo põe a culpa até na Noruega. Mas, diante das palavras oficiais contra a os defesa do meio-ambiente, os delinquentes se animaram e ampliaram as atividades ilegais. Só agora o Governo promete reprimir ilegalidades. Teve de recuar. É duro brigar com fatos – eles vencem.

Escondendo o bom

Na briga com os fatos, o Governo ocultou uma boa notícia: com a redução das despesas públicas e o aumento da arrecadação, os recursos orçamentários que tinham sido bloqueados foram liberados. Ou seja, na gestão econômica, sem envolvimentos políticos, o Governo vai bem. Mas quem presta atenção em notícias como essa, quando Bolsonaro e antigos aliados trocam insultos?

Proibido para menores

O texto que se segue transcreve, sem modificações, um debate do ministro da Educação, Abraham Weintraub, pelo Twitter, com gente que o criticou. Sua Excelência lembrava favoravelmente a Monarquia, e um crítico disse: “Se voltarmos à Monarquia, certamente você será nomeado bobo da corte!”. Weintraub: “Uma pena, prefiro cuidar dos estábulos, ficaria mais perto da égua sarnenta e desdentada da sua mãe”. Em seguida, outra pessoa reagiu: “Andando na rua encontrei seu bom senso. Ele mandou lembranças e disse que está com saudades!” Weintraub: “Que bom, agora continue procurando pelo seu pai...”

Mais surpreendente do que ser ministro é cuidar da Educação.


sexta-feira, 29 de março de 2019

MEC: a confusao se aprofunda (FSP)

Confesso que nem sei o que comentar – como sempre faço ao início da transcrição de cada matéria aqui selecionada para postagem –, pois a confusão reinante no MEC é de tal ordem que supera minha capacidade de dizer qualquer coisa.
Apenas transcrevo a matéria da FSP desta sexta-feira 29/03/2019:

Vélez retoma presença olavista no MEC, e ala militar busca reconquistar espaço
Folha de S. Paulo, 29/03/2019

Em busca de se manter no cargo, o ministro Ricardo Vélez Rodriguez reforçou a presença do grupo mais ideológico em seu gabinete. Nomeou nesta quinta-feira (28) como assessores o economista Murilo Resende, aluno do escritor Olavo de Carvalho, e o professor Ricardo Costa, que mantém trânsito com olavistas. Nesta quinta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) admitiu que Vélez "tem problemas" por ser "novo no assunto" e que não teria "o tato político" necessário para o posto. A saída do ministro seria uma questão de tempo. O nome mais forte até agora é do senador ​Izalci Lucas (PSDB-DF), que tem apoio do bloco cristão desde o ano passado. O senador esteve nesta tarde no Palácio do Planalto. Resende assume posto similar ao desocupado por alunos de Olavo no início de março, fato que desencadeou a crise atual de disputas no MEC. Ao atingir olavistas dentro do MEC, o ministro passou a ser atacado e teve de demitir auxiliares próximos para atender a pressão que chegou até Bolsonaro.
Nomeado em janeiro para uma diretoria do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) responsável pelo Enem, Resende não chegou a ficar no cargo após má repercussão. No entanto, ele não saiu do MEC: desde então era assessor da Secretaria de Educação Superior e despachava em sala dentro do Inep. Defensor das ideias do movimento Escola Sem Partido e crítico da "ideologia de gênero", termo nunca usado por educadores, Resende chegou a chamar os professores brasileiros de "manipuladores" que não querem "estudar de verdade" ao participar de uma audiência pública do Ministério Público Federal de Goiás em 2016. Ricardo Costa foi nomeado como assessor especial do ministro. Professor da Universidade Federal do Espírito Santo e estudioso da idade média, Costa é admirador de Olavo. A crise atual expôs as disputas entre os grupos de militares, de técnicos e ideológicos, como seguidores de Olavo, considerado o guru da nova direita no país. Nos ataques, olavistas como Silvio Grimaldo (que era assessor do MEC e saiu no início do mês ao não aceitar mudar de cargo), atacaram diretamente os militares por uma suposta perseguição a eles.
Por outro lado, a ala militar em torno da cúpula do governo busca retomar espaços no MEC. Além de tentar emplacar o ministro, o grupo quer levar adiante os planos traçados antes da chegada de Vélez. Ao assumir, Vélez preteriu as pessoas que estavam nas discussões sobre educação havia meses. Primeiro ele descartou o cientista político Antonio Testa, indicado até então para secretaria-executiva, cargo número 2 da pasta. 
O coordenador da transição, tenente-coronel Paulo Roberto, também não foi aproveitado no MEC —está atualmente na Casa Civil. A saída de ambos desarticulou a transição e é o embrião da paralisia que acomete o MEC desde janeiro. Testa, por exemplo, participou de todas as reuniões com a gestão anterior do ministério. O time que tocava as discussões de educação antes da posse era coordenado por militares. Três integrantes desse grupo ficaram em órgãos ligados à pasta: o professor Carlos Alberto Decotelli, como presidente do FNDE (Fundo de Desenvolvimento da Educação), o general Oswaldo Ferreira, na Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), e Marcus Vinicius Rodrigues, no Inep. Marcus Vinicius Rodrigues acabou demitido nesta semana após a suspensão, depois revogada, da avaliação de alfabetização. Em entrevista à Folha, ele criticou o ministro e ressaltou que a definição do cancelamento da prova veio do secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, outro aluno de Olavo e poupado pelo ministro no episódio.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Bric, Brics, bric-a-brac: russos dispoem do grupo a seu bel prazer... (Bloomberg)

Que gracinha: os russos não gostam do nome, e querem ampliar o grupo, para algo bem maior.
Que tal "Bric-à-Brac"?
Paulo Roberto de Almeida

BRICS
Rússia pede ampliação do Brics e novo nome
Em Moscou, diplomatas veem adesão de novos membros em até 2 anos
POR BLOOMBERG NEWS, 20/05/2015

Aceitar a África do Sul foi a parte fácil. O Brics, clube dos mercados emergentes que deve sua existência ao então economista do Goldman Sachs Group Inc. que cunhou a sigla para designar o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China, busca uma expansão maior. E qualquer ideia para rebatizá-lo é bem-vinda, ao menos para os russos.
— Pode levar um ano ou dois, mas este é um processo absolutamente inevitável. Muitos países querem entrar no grupo, grandes economias em desenvolvimento — afirmou Vadim Lukov, vice-representante da Rússia no bloco.
A Rússia receberá, em julho, a sexta cúpula anual da organização, cuja importância é crescente em Moscou num momento em que o presidente Vladimir Putin trava a maior batalha contra os Estados Unidos e a Europa desde a Guerra Fria devido ao conflito na Ucrânia, que já dura um ano.
Na cúpula do ano passado, no Brasil, o Brics chegou a um acordo para criar um banco de desenvolvimento com US$ 50 bilhões para rivalizar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, além de criar uma reserva cambial de US$ 100 bilhões. A Rússia está promovendo a criação de uma rede de rating do Brics para contrabalançar os relatórios de crédito das americanas Standard and Poor’s e Moody’s Investors Service, segundo Lukov “escancaradamente politizados”, e também uma associação energética.

BANCO COM US$ 50 BI
O Brics evoluiu em relação ao termo cunhado para os quatro membros originais em 2001 pelo então economista do Goldman Sachs, Jim O’Neill, para descrever o peso crescente dos maiores mercados emergentes na economia global. Em 2011, a África do Sul se juntou ao clube para dar uma representação geográfica mais ampla ao Brics — mas embora atualmente haja uma moratória para a admissão de novos membros, a melhor hora de pensar na expansão será quando as novas estruturas financeiras estiverem em operação, avaliou Lukov. Segundo ele, o banco de desenvolvimento tem um capital separado de US$ 50 bilhões para alocar e está disposto a admitir qualquer país que compartilhe os valores do Brics.
A Grécia poderia ser um deles. A possível entrada do membro da União Europeia no banco do Brics está em discussão, mas isso não ocorreria antes da cúpula de julho, disse à agência RIA Novosti o vice-ministro das Finanças russo, Sergei Storchak.
Como ficaria o nome da organização com novos membros?
— Vou pensar a respeito. Pense você também — sugeriu Lukov.

domingo, 24 de agosto de 2014

Eleicoes 2014: comunistas anacronicos acham Marina Silva neoliberal

Está no site do Portal Vermelho, e deve-se descontar as deformações próprias a um pessoalzinho que ainda acha que o melhor modelo era o da China de Mao.
Não é verdade que a candidata seja neoliberal, longe disso. Ela é apenas uma política e agora quer atrair votos de todas as tendências, descontentes com o poste do partido totalitário e não dispostos a aceitar a modesta social-democracia do candidato tucano.
Mas fica o recado: será a próxima ladainha dos mafiosos contra a nova desafiante da soberana, que, ela mesma (o poste) é muito mais pior, como diria o chefe dos mafiosos, do que se imagina.
Paulo Roberto de Almeida 
Portal Vermelho, 21 de agosto de 2014 - 11h32 

Marina abre o jogo e se afirma como candidata neoliberal



Em sua primeira entrevista depois da oficialização de sua candidatura à Presidência da República, nesta quarta-feira (20), em substituição ao candidato Eduardo Campos (PSB), Marina Silva (Rede Sustentabilidade) fez jus à empolgação do sistema financeiro e da direita neoliberal, mostrando a metamorfose de seu ideário político que se adapta aos interesses antinacionais.



Agência Brasil
Candidata do PSB-Rede-PPS prometeu "vantangens competitivas" ao agronegócio.Candidata do PSB-Rede-PPS prometeu "vantangens competitivas" ao agronegócio.
Durante toda a entrevista, a candidata repetiu a cartilha de medidas estabelecidas pelos economistas do sistema financeiro, inclusive para o agronegócio. Marina, que antes fazia críticas ferrenhas ao modo de produção do setor, afirma agora que este será também um “polo da sua campanha”.

Distante do combate ao latifúndio e seus laços com o capital estrangeiro, Marina revelou a sua real bandeira quando assume o compromisso com o setor de “avançar nas vantagens comparativas que temos, transformando-as em vantagens competitivas”. Questionada se faria mudanças no novo Código Florestal, contra o qual se posicionou na época da votação no Congresso, Marina agora defende a sua “implementação”.

Aliás, a aproximação com o agronegócio, tão criticado por Marina e a sua Rede de Sustentabilidade, é nítida com a escolha de seu vice, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) que tem trânsito entre as empresas do setor, que são os principais doadores de sua campanha.

Copiar base econômica de FHC

Marina reafirmou o compromisso com o receituário econômico de ajustes com o sistema de metas de inflação, câmbio flutuante e autonomia do Banco Central, fazendo questão de elogiar a política econômica do governo de FHC. Por outro lado, criticou a presidenta Dilma Rousseff dizendo que o governo precisa ter uma “base política que dê credibilidade para os investimentos”.

As afirmações de Marina mostram a quem o seu plano de governo serve e confirmam que a euforia dos especuladores internacionais (além de tucanos) com a sua candidatura não foi à toa. Na terça-feira (19), o banco americano Brown Brothers Harriman (BBH) divulgou “relatório” em que afirma que a eventual eleição de Marina é muita positiva “para os mercados”. Gurus econômicos de Aécio também manifestaram sua alegria com a entrada de Marina na disputa por conta da identidade dos tucanos com sua a política econômica.

Aliás, para acompanhar o coro alarmista, seguindo o exemplo da campanha do tucano Aécio Neves na questão inflacionária, Marina lançou a “ameaça do apagão” dizendo que é uma ameaça existente desde 2002. No entanto, a candidata tratou logo de dizer que irá resolver o problema, mas não é algo “que se faça da noite para o dia”.

Da Redação do Portal Vermelho, Dayane Santos

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mercosul? Ai, ai, ai! Por que fizeram isso com o Paraguai?

Taí, foram tripudiar sobre o pequenino Paraguai, ele agora sapateia, com razão.
E se por acaso ele desprezar o Mercosul, solicitar sua adesão à Aliança do Pacífico, e oferecer-se para hospedar uma bela base americana, daquelas inclusive com porta-aviões e tudo o mais, e passar a incomodar os seus vizinhos do Foro de São Paulo?
Pra que, santo deus, para que...
Paulo Roberto de Almeida

Presidente eleito do Paraguai rejeita voltar a Mercosul liderado por Caracas

Ariel Palacios e João Villaverde - ENVIADOS ESPECIAIS / MONTEVIDÉU
O Estado de S.Paulo, 12/07/2012

Horacio Cartes, que assume a presidência paraguaia no dia 15 de agosto, diz que a adesão da Venezuela ao bloco foi ilegal; cúpula dos países-membros, realizada em Montevidéu, levantou a suspensão imposta a Assunção após a destituição de Lugo, em 2012.

O presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, rejeitou nesta sexta-feira se reintegrar ao Mercosul em agosto, sob a alegação de que a entrega da presidência rotativa do bloco à Venezuela contraria tratados internacionais firmados pelos sócios fundadores - além do Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai.
A Venezuela ingressou no Mercosul após a suspensão de Assunção, causada pela destituição sumária do então presidente Fernando Lugo, em junho de 2012.
"As características jurídicas do ingresso de Venezuela como membro pleno do Mercosul não correspondem às normas legais", afirmou Cartes, num comunicado.
A resposta paraguaia se deu logo depois de o líder venezuelano, Nicolás Maduro, tornar-se presidente do Mercosul e anunciar o retorno dos paraguaios para 15 de agosto.
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, tinha afirmado pouco antes que Maduro contava "com o apoio" do Brasil e dos sócios do Mercosul para enfrentar "a empreitada" que o bloco tem pela frente nos próximos seis meses.
Entre esses desafios, estão a resposta às denúncias de espionagem dos países da região por parte dos EUA e a volta do Paraguai.
Antes do anúncio do paraguaio, Dilma afirmara que os presidentes do Mercosul estariam presentes na posse de Cartes, em agosto.
A presidente afirmou que "o Paraguai e os paraguaios são parte fundamental dos destinos do Mercosul". E argumentou que o Mercosul nunca "retaliou" o Paraguai na área econômica e comercial. "Por isso temos uma base real para que o Paraguai possa voltar ao Mercosul", disse.
Os quatro países emitiram um comunicado no qual consideram que o Paraguai cumprirá os requisitos estabelecidos no Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático a partir da data na qual Cartes, eleito em abril, tomará posse o empresário Horacio Cartes, eleito presidente em abril.
O Paraguai foi suspenso há um ano em razão do impeachment de Lugo aplicado pelo Congresso em Assunção. No entender dos demais membros do bloco, o processo violou o direito de defesa de Lugo.
Bolívia
O chanceler Luis Almagro, do Uruguai, sustentou que o Mercosul está avançando na adesão da Bolívia como sócio pleno do bloco.
Segundo Almagro, a Bolívia contará com um cronograma de quatro anos para implementar sua integração ao bloco, que seria oficializada a partir de 2017.
O presidente do Uruguai, José Mujica, anfitrião da cúpula, afirmou que "este projeto não está encerrado, pois pretende se espalhar pela América". Ontem, durante a cúpula, a Guiana e o Suriname foram declarados "Estados associados".
Mujica definiu o Mercosul como "um processo com falhas, erros e irritações, embora com sucessos".

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Republica Tresloucada do Brasil - Editorial Estadao

O editorial do Estadão pode até tocar numa questão real, e ela não se reduz ao Executivo: os maiores responsáveis pelos poderes do Estado no Brasil estão despreparados para exercer suas funções, seja porque não possuem atributos intrínsecos para isso, seja porque cedem à pressão das ruas ao menor sinal de descontentamento popular, seja porque ficam dando entrevistas à imprensa comentando como se fossem triviais, e dando opiniões pessoais, sobre questões institucionais da mais alta gravidade para o funcionamento do Estado e da própria sociedade.
Como o cidadão eleitor saberá quais são as regras em vigor para o próximo escrutínio se cada uma dessas cabeças tem uma opinião sobre o sistema político? Como o capitalista -- nacional ou estrangeiro -- vai tomar a decisão de fazer investimentos, se as autoridades, quaisquer autoridades, podem, de um simples traço, mudar as condições de remuneração, ou de tributação de suas respectivas atividades. Como vamos nos defender das minorias organizadas, algumas das quais pretendem coisas absolutamente antidemocráticas?
Não se trata apenas de despreparo, em certos casos: mas de uma agenda consciente de monopolização do poder. E sabemos de onde vem o perigo: das velhas forças totalitárias que sempre pretenderam outra coisa que não uma democracia de mercado para o Brasil. Elas ganham no quanto pior melhor e na disseminação da confusão. Inclusive porque sempre tem um messiânico salvacionista à espreita para voltar com toda a sua demagogia populista.
Paulo Roberto de Almeida

O despreparo confirmado

Editorial O Estado de S. Paulo, 26/06/2013

Custa crer que a presidente Dilma Rousseff tenha falado sério quando propôs um "plebiscito popular" - existe outro? - para a convocação de uma Assembleia Constituinte, sem a participação dos atuais legisladores, com a incumbência exclusiva de fazer a reforma política. Essa foi a principal enormidade que apresentou na reunião de emergência da segunda-feira com os 27 governadores e 26 prefeitos de capitais, convocada para a presidente mostrar serviço à rua. Ela também pediu pactos nacionais para, entre outras coisas, tipificar a "corrupção dolosa" - existe outra? - como crime hediondo e pela responsabilidade fiscal para conter a inflação. Eis um faz de conta: ninguém contribuiu tanto para desmoralizar esse princípio do que o atual governo com a "contabilidade criativa" a que recorre para tapar os seus desmandos fiscais.
A ideia da Constituinte exclusiva - que teria sido soprada para a presidente pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador do Ceará, Cid Gomes - foi defendida pelo então presidente Lula na campanha reeleitoral de 2006, para exorcizar o mensalão denunciado no ano anterior. É um delírio político e jurídico. Chegue como chegar a respectiva proposta ao Legislativo, são remotas as chances de ser aprovada. É mais fácil Dilma se transformar da noite para o dia numa chefe de governo afável, pronta a ouvir e a respeitar os seus subordinados do que os congressistas entregarem de mão beijada a terceiras pessoas a atribuição, esta sim de sua alçada exclusiva, de aprovar mudanças na legislação eleitoral e partidária. E, raciocinando por absurdo, se o fizerem, a lei que vier a ser sancionada pela presidente deverá ser abatida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Plebiscitos e referendos o Congresso tem a prerrogativa de convocar - desde que os seus propósitos não colidam com a Constituição. O conceito de Constituinte exclusiva simplesmente inexiste na Carta de 1988. Uma assembleia do gênero não poderia ter o seu âmbito circunscrito de antemão. Nomeado por Dilma, o novo ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que toma posse hoje, escreveu em 2010 que "ninguém pode convocar um Poder Constituinte e estabelecer previamente a (sua) agenda". De resto, "não há absolutamente nada" na Constituição que impeça a reforma política. No mínimo, portanto, a Constituinte dilmista é uma falsa solução para um problema verdadeiro - a crônica relutância dos políticos em mexer nas regras sob as quais fizeram carreira.
O debate sobre o assunto data de 1993. Mas só na legislatura iniciada 10 anos depois a questão avançou. Uma comissão especial aprovou, com o endosso do PT, a proposta de seu relator, deputado Ronaldo Caiado, do então PFL, pelo financiamento público exclusivo das campanhas e o voto em listas fechadas para deputados e vereadores. A proposta, afinal, não vingou. Hoje, o que se tem é o projeto do deputado Henrique Fontana, do PT gaúcho. O texto conserva o financiamento público e o voto em lista, porém "flexível" em vez de fechada. O que tem de melhor é a extinção das coligações partidárias em eleições proporcionais, o que permite aos partidos nanicos vender aos maiores o seu tempo no horário de propaganda em troca de vagas na chapa comum. O ponto é que a reforma política não é um antídoto contra a corrupção.
Aplica-se, a respeito, o comentário do criminalista Antônio Cláudio Ma-riz de Oliveira sobre o segundo desatino da presidente - o de querer enquadrar a corrupção como crime hediondo. "A lei penal não inibe a prática de qualquer crime, especialmente de corrupção", observa Mariz. "Acabar com a corrupção ou reduzi-la depende de mudança ética. Depende da classe política e da própria sociedade." O pretendido enquadramento, para ele, é "medida demagógica, sem nenhum alcance prático". A verdade, ao fim e ao cabo, é que seria ingênuo esperar de Dilma que tivesse chamado governadores e prefeitos para uma conversa objetiva e conse-quente - em vez de brindá-los com "qualquer nota". Pouco antes, Dilma havia recebido os líderes do MPL, que pregam o transporte gratuito. À saída, uma deles, Mayara Vivian, foi ao nervo do problema. "A Presidência", resumiu, "é completamente despreparada."

My God: agora sim o Brasil vai afundar na confusao mental e no caos institucional...

Os que me conhecem sabem que não sou religioso. Não tenho absolutamente nada contra as religiões em geral, embora possa ter contra uma ou outra em particular, aquelas obscurantistas e fundamentalistas, exclusivistas, intolerantes (mas isso é mais da prática do que dos fundamentos).
Sou irreligioso, portanto. Mas acredito, me desculpem os agnósticos, que, agora, só Deus salva o Brasil da loucura que tomou conta de todas as esferas, horizontais e verticais, das instituições federais, estaduais, municipais, executivas, legislativas, judiciárias, de esquerda, de direita, de centro, de cima para baixo (fui claro?).
Não acredito, realmente, que isso esteja acontecendo no Brasil.
As pessoas enlouqueceram, ou já eram assim e ainda não tínhamos percebido?
My God, repito, o Brasil vai muito mal, mentalmente falando, e isso vai repercutir em todas as áreas do país, sobretudo na economia, na política, nas instituições, no simples convívio social.
Achávamos que estávamos ao abrigo das loucuras bolivarianas, e talvez sim, pois já não temos caudilhos como os pobres irmãos regionais. Temos coisa pior: uma categoria inteira de dirigentes sem noção do que seja uma república. Nosso bolivarianismo por enquanto é apenas um bovarismo inconsequente, e acho que nada disso vai dar certo. Mas pode ser que algumas coisas passem, e aí o Brasil vai ficar pior, muito pior.
Paulo Roberto de Almeida

Planalto decide enviar proposta de plebiscito ao Congresso
Gabriel Castro
VEJA.com, 26/06/2013

A presidente Dilma Rousseff decidiu na noite desta terça-feira que vai enviar ao Congresso uma proposta de plebiscito para que a população decida sobre os pontos centrais da reforma política – inclusive a respeito de temas que exigem mudança constitucional. A ideia de uma Assembleia Constituinte foi descartada definitivamente. A resistência do Congresso e as críticas de juristas levaram o governo a tomar a decisão. A informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto na noite desta terça-feira. Ainda nesta semana, a presidente deve receber líderes partidários da base e da oposição para definir os temas a ser colocados em votação.
O governo, que até agora assistira impassível à paralisia do debate sobre a reforma política no Congresso, passou a ter pressa: quer que as mudanças sejam aprovadas até o fim de setembro, a tempo de valer para já nas eleições de 2014. “O objetivo é a brevidade, porque qualquer mudança legal se faz sempre até um ano antes da vigência de qualquer eleição. Nós temos que fazer isso com bastante objetividade, e vamos encaminhar o mais rápido possível ao presidente da Câmara e do Senado a proposta do Executivo para a realização do plebiscito”, afirmou nesta terça-feira o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, que tem atuado como articulador e conselheiro político da presidente.
O governo vai procurar a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, para avaliar os prazos necessários à realização da consulta popular. “Nós não temos tempo hábil para realizar uma Constituinte”, admitiu Mercadante. Nesta segunda-feira, o governo havia anunciado a convocação de um plebiscito para que a população decidisse sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para realizar a reforma política. Depois, na manhã desta terça-feira, veio o recuo: a presidente passou a ver com simpatia a proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que propunha um plebiscito para que a população decidisse diretamente sobre eventuais mudanças na legislação – mas, para simplificar o processo, tema que exigissem mudanças na Constituição, como a adoção do voto distrital, ficariam de fora.
No fim do dia, depois de se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa – que acha imprescindível a colocação de temas constitucionais em pauta – e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Dilma bateu o martelo e optou pelo modelo anunciado por Mercadante.

Reunião
A decisão de manter o plebiscito foi tomada em uma reunião entre Dilma e os presidentes do Senado e da Câmara. Agora, em vez de se convocar uma constituinte para a votação da reforma política, o que é altamente contestável juridicamente, os parlamentares utilizariam o resultado colhido no plebiscito para elaborar projetos de lei e emendas constitucionais que possam levar à reformulação do sistema político nacional.
“Tratamos a questão da reforma política como foco de todos nós, e a ideia proposta pelo vice Michel Temer, com nosso apoio e concordância da presidência da República, é que façamos um plebiscito em questões pontuais da reforma política. A presidente vai propor os pontos que ela considera, segundo sua ótica, importantes. Nós acrescentaríamos os nossos e se faz um plebiscito em torno da reforma política”, relatou o presidente da Câmara.
De acordo com Alves, o TSE seria responsável por realizar campanhas educativas para esclarecer o eleitorado sobre as principais possibilidades de mudança nas regras eleitorais. “Haveria uma campanha pelo TSE esclarecedora e, após a manifestação popular, nós traríamos a esta casa e elaboraríamos rapidamente um projeto de reforma política. Dilma não só concordou como apoiou”, disse ele.

Mais cedo, Michel Temer voltou a afirmar que a convocação de uma constituinte exclusiva para votar a reforma política seria “inviável”. “Para a solução atual não se faz necessário uma constituinte. O que se faz necessário é consultar o povo. O povo vai dizer qual a reforma política que quer, se voto distrital, se voto em lista, se financiamento público. E depois o Congresso tem que ser obediente à decisão”, opinou o vice-presidente.

domingo, 28 de abril de 2013

Confusao Sem Fronteiras, sem coordenacao, sem direcao, sem visao - Assim e' se lhe parece...

Parece que as improvisações do governo começam a causar problemas. Afinal de contas, não é fácil mandar milhares de estudantes para o exterior, e depois deixá-los sem condições de estudar...
Paulo Roberto de Almeida

Notícias de 24/04/2013

PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS

Folha de S. Paulo – Mercadante nega problemas em programa de bolsas 

Ministro da Educação criticou 'pessimismo' sobre o Ciência sem Fronteiras e anunciou que programa atingiu 41.133 bolsas no exterior

DE BRASÍLIA

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) disse ontem que os bolsistas no exterior que estão sendo migrados para o programa Ciência sem Fronteiras abrirão espaço orçamentário para alunos de ciências humanas, que hoje não são contemplados pelo programa.
Ele negou que haja maquiagem de dados e afirmou que os estudantes migrados "sempre estiveram" no programa, mas não explicou como se dava esse processo.
A Folha revelou anteontem que o governo vinha computando no Ciência sem Fronteiras os bolsistas regulares da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que não tinham se inscrito ou passado no programa, há pelo menos um mês e meio --o MEC depois confirmou que a prática acontecia desde 2011.
Na sexta-feira (19), a Capes informou os bolsistas de seus programas regulares que eles seriam migrados se estivessem dentro de certos critérios.
Segundo Mercadante, as condições do Ciência sem Fronteiras são "muito melhores" por concederem benefícios como subsídio para cursos de idiomas e compra de computadores.
Questionado por que apenas na semana passada os alunos foram informados da migração, disse que somente os estudantes de pós-doutorado foram comunicados.
"Era uma resposta a ações judiciais de alunos de pós-doutorado, que também queriam direito à verba para laptop e curso de inglês", disse.
Ocorre que, como a Folha mostrou, foram alunos de doutorado que receberam o comunicado. Questionado novamente, Mercadante só negou o fato e passou a criticar o que chama de "certo problema de pessimismo no país" sobre o programa.
Mercadante disse ainda que "não há possibilidade de dupla contagem" nos programas. "Nós temos os CPFs e GPSs de onde eles estão."
Ele anunciou também novas 17.282 bolsas de estudos no exterior e disse que o programa chegou a 41.133 bolsas concedidas desde 2011.
Afirmou ainda que o governo limitará neste semestre a ida de estudantes a Portugal para incentivar os bolsistas a aprimorar o inglês. 

O Globo – Portugal deixa de ser destino do Ciência Sem Fronteiras 

Objetivo é estimular estudantes brasileiros a aprenderem novo idioma
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou ontem que as universidades portuguesas não estarão mais entre as instituições de graduação do programa Ciência Sem Fronteiras. Segundo o ministro, a mudança é temporária, para estimular o aprendizado de outras línguas pelos estudantes, e vale para os editais abertos neste semestre.
- Nós não consideramos neste momento bolsas para Portugal para estimular os alunos na proficiência de outras línguas. Eles têm que enfrentar o desafio da segunda língua - afirmou Mercadante.
De acordo com o ministro, a língua inglesa é uma das prioridades do programa, por isso o MEC pretende aumentar as relações com instituições de ensino dos EUA.
Cerca de 600 estudantes que escolheram Portugal como destino e ainda não optaram por outro país não foram contemplados com a bolsa. Segundo o ministério, esses estudantes farão parte de próximos editais do Ciência Sem Fronteiras, mas ainda não existe data para que o aluno informe sua nova escolha. ( Do G1 )

O Estado de S. Paulo - Sobram bolsas para brasileiros em Harvard e MIT 

As Universidades Harvard, Stanford, Columbia, da Califórnia, o Instituto de Tecnologia de Massacfausetts (MIT) e outras instituições americanas de ponta vão reservar 1,5 mil bolsas de. estudo integral até 2015 para estudantes brasileiros cursarem doutorado completo. As bolsas serão financiadas pelo governo federal, por meio do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF).
Apesar do convênio com as universidades ter sido firmado no ano passado - motivado pela ida da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos em abril de 2012 -, a falta de divulgação da oportunidade levou a Laspau (entidade vinculada à Harvard), que administra a concessão das bolsas, a realizar ontem uma visita ao País.
Trata-se de um acordo histórico, sem precedentes. Os estudantes brasileiros precisam saber que eles podem estudar nas melhores universidades norte-
americanas", disse Angélica Natera, diretora adjunta da Laspau, durante agénda de reuniões comparceiros institucionais em São Paulo.
Mesmo exigindo que os estudantes tenham apenas diploma de graduação nas áreas prioritárias do CsF - Engenharia, Tecnologias e Saúde -, além de bom nível de inglês, pouco mais de cem candidatos foram pré-selecionados até o momento. É prevista neste primeiro ano de acordo a seleção de outros 400 estudantes. As inscrições para início dos estudos em 2014 vão até setembro e podem ser feitas pelo site da Laspau (www.laspau.harvard.edu).
Abaixa demanda pelas bolsas pode ser justificada pelo desconhecimento de muitos estudantes, que tendo apenas diploma de graduação podem se candidatar diretamente para o curso de doutorado. Ou seja, não precisam cursar primeiramente o mestrado. "Geralmente, quem sabe desse detalhe é aquele estudante que teve maior aproximação com pesquisa na graduação, com projetos de iniciação científica, por exemplo. Mas quem não teve muito esse contato desconhece , disse Luana Bonone, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos.
A falta de domínio de inglês é outro entrave às candidaturas. "Até o pós-graduado tem inglês ruim, mas essa deficiência é curável", disse o economista Cláudio Moura Castro, ex-diretor-geral da Capes, uma das agências de fomento federal que administram o CsF.
Solução. E a "cura" pode ser até mensurada, afirma André Marques, diretor da EF Englishtown, especialista em certificação. "Para alcançar o patamar que é exigido pela seleção, o pós-intermediário, o estudante que tem nível básico de inglês, precisaria estudar diariamente por um ano e meio", afirmou.
O esforço para preencher as vagas disponíveis pode aumentar a presença de pesquisadores brasileiros nas melhores universidades do mundo. Isso deve fazer avançar áreas da ciência estratégicas para o País, afirmou Luiz Felipe d"Avila, diretor-presidente do Centro de Liderança Pública (CLP). "Podemos nos desenvolver ainda mais na agroindústria e aviação", disse d"Avila. O CPL pretende implementar uma incubadora nos Estados Unidos para identificar boas ideias dos doutorandos.
"Esperamos com o convênio retomar o envio de pesquisadores brasileiros para fazer o doutorado pleno nos Estados Unidos, algo que ocorria mais intensamente nos anos 1960 e 1970", afirmou o presidente da Capes, Jorge Guimarães.

Alta
312% foi o crescimento do número de mestres e doutores formados em instituições brasileiras, entre 1996 e 2011, segundo centro ligado ao Ministério da Ciência.

O Estado de S. Paulo - País ainda envia poucos estudantes a melhor do mundo


Considerada uma das melhores instituições de ensino do mundo e também a de maior reputação pelos principais rankings internacionais, a Universidade Harvard tinha apenas 75 alunos brasileiros em 2011, segundo registros oficiais da própria instituição.
O número de estudantes do País é infinitamente menor do que a quantidade de alunos chineses, por exemplo. No período, a China tinha mais de 550 estudantes - número próximo à quantidade de canadenses, que concentravam pouco mais de 540 vagas de estrangeiros.
Ao analisar a listagem completa divulgada pela instituição com os 15 países estrangeiros de maior presença na universidade, o Brasil ficou na 14- posição, atrás de Cingapura e México. Desde 2007, a evolução de estudantes brasileiros em Harvard é tímida. Até 2010, foi sempre inferior a 70 alunos. / D.L.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Se eu fosse do Copom, cederia o meu lugar para um economista da UniCamp...

Nada como ter brilhantes assessores econômicos em todos os quadrantes da administração pública, não é mesmo?
Como por exemplo esse pessoal que aprendeu economia com as melhores cabeças da UniCamp, a Maria da Conceição Tavares, por exemplo, aquela que acha que os capitais externos estão sempre conspirando contra os interesses nacionais e que melhor ter uma mão sapiente de algum burocrata estatal, pois os mercados simplesmente não sabem o que fazer, e o que fazem sempre dá errado.
Como é que a gente vivia sem esse pessoal todo antes?
Fazendo bobagem, certamente. Ainda bem que eles apareceram para nos salvar de nós mesmos...
Paulo Roberto de Almeida

Tombini esclarece declaração de Dilma e diz que BC subirá juro se necessário

Em entrevista ao Broadcast, presidente do BC informou que Dilma pediu que ele esclarecesse suas declarações

O EStado de S.Paulo, 27 de março de 2013 | 14h 59
João Caminoto
SÃO PAULO - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em entrevista exclusiva ao Broadcast - serviço de informações financeiras em tempo real da Agência Estado - disse que as declarações da presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira, 27, foram entendidas de forma equivocada. Tombini afirmou que Dilma pediu que o "mal entendido fosse desfeito e que não há tolerância em relação à inflação".
Segundo ele, a presidente solicitou a ele também que reforçasse que, se fosse preciso, os instrumentos de política monetária serão usados. "De inflação fala a equipe econômica. Em relação à política de juros, fala o Banco Central", destacou Tombini, reforçando que esta é a posição da presidente Dilma.
Mais tarde, por meio do blog do Planalto, a presidente disse que "houve interpretações equivocadas" sobre seus comentários a respeito de inflação. "Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo."
Na manhã desta quarta, em encontro de chefes de Estado dos Brics - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - na África do Sul, a presidente Dilma disse que "não acredita em políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico" (veja abaixo a declaração da presidente). As declarações da presidente reduziram as apostas de elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia. As taxas futuras, que já caíam desde a abertura do mercado, acentuaram o movimento imediatamente após as palavras da presidente.
Com as declarações de Dilma, os analistas do mercado financeiro entenderam que o governo acredita que a inflação no Brasil seja algo temporário e que o Banco Central poderá adiar o início do aperto monetário. As palavras de Dilma, na véspera da divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, também foram criticadas por alguns agentes, porque atrapalharia o esforço do presidente do BC, Alexandre Tombini, em ancorar as expectativas do mercado.
Na semana passada, Tombini voltou a alertar que a instituição está atenta à evolução da inflação, e caso necessário, vai agir para coibir sua alta. O presidente do BC retomou o termo "resistência da inflação". "A maior dispersão recentemente observada de aumentos de preços ao consumidor, pressões sazonais e pressões localizadas, entre outros fatores, contribuem para esse quadro de maior resistência", disse.

Mas é só o discurso, a preocupação fica sendo nossa...
PRA

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Macedonia de frutas macroeconomicas - editorial Estadao

Sempre me interroguei sobre a origem da palavra "macedônia", aplicada a salada de frutas, ou a legumes misturados. Deve ser porque a Macedônia histórica, desde antes de Felipe e Alexandre, sempre foi uma mescla de povos e de culturas.
No nosso caso, especificamente se tratando de política econômica, já nem deve ser Macedônia, mas talvez Sérvia, quem sabe Bósnia-Herzegovina, ou até mesmo Kossovo de medidas angelicais, tomadas pelos nossos doutos doutores e outros curandeiros econômicos.
O Brasil correu, no passado, o risco de "balcanização", com as revoltas regionais do período regencial, as tais de cabanagens, sabinadas, farroupilhas e outras pilhas de nervos provinciais e locais. Tivemos até a revolução constitucionalista de 1932, que alguns interpretam como a vontade separatista de S.Paulo. Nada disso foi adiante.
Atualmente, com exceção de alguns gaúchos malucos, ninguém mais pensa desmembrar o Brasil.
Mas sempre tem alguns malucos em Brasília fazendo de tudo para dar a impressão de que vivemos uma salada de frutas em política econômica.
Deve ser por puro acidente...
Paulo Roberto de Almeida

Mantega, juros e credibilidade

16 de fevereiro de 2013 | 2h 08
Editorial O Estado de S.Paulo
 
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a falar sobre o combate à inflação, recomendou a política de juros como principal instrumento e, mais uma vez, condenou o uso do câmbio para a contenção da alta de preços. Em outras condições, especialmente em países onde o Banco Central (BC) dispõe de uma clara autonomia operacional, aqueles comentários seriam considerados meras obviedades e descartados como irrelevantes. No Brasil, no entanto, são recebidos com atenção e chegam a influenciar, como ocorreu ontem, decisões tomadas no mercado de capitais. A atenção dispensada às palavras do ministro, nesse caso, só se justifica, tecnicamente, porque há dúvidas bem fundadas sobre três pontos essenciais para o entendimento e a avaliação da política.
Em primeiro lugar, o BC parece hoje muito menos independente do que havia sido até há dois anos e muito mais sujeito à intervenção, disfarçada ou nem tanto, da Presidência da República. Quem comanda, portanto, as decisões sobre juros?
Em segundo lugar, o próprio governo, em várias ocasiões, confundiu as formas de ação, recorrendo a instrumentos diferentes da política monetária para conter a inflação, ou, mais precisamente, a elevação do índice. O prolongado controle dos preços dos combustíveis é um bom exemplo desse tipo de interferência.
Em terceiro lugar, as autoridades têm demonstrado uma indisfarçável tolerância à inflação, gerando incertezas sobre a meta realmente escolhida. O alvo efetivo será uma taxa anual de 4,5% ou qualquer ponto até o limite de 6,5%? Em mais de uma ocasião a fala das autoridades tem justificado essa dúvida.
A própria meta de 4,5%, mantida há oito anos, é bem mais alta que a de outros países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Esse dado já é um forte indício de tolerância à alta de preços. Além disso, a inflação elevada tem coexistido com baixas taxas de crescimento econômico. Nem a mais comum justificativa - um estímulo adicional à atividade - valeria neste caso.
O ministro Guido Mantega parece consciente de pelo menos algumas dessas dúvidas, quando se põe, como fez ontem, a falar sobre a política anti-inflacionária. Sempre se acende um sinal de alerta no governo, disse ele, quando a inflação anual supera 4,5%. Se isso for verdade, o sinal deve estar aceso há muito tempo. Fica difícil, nesse caso, explicar por que a inflação chegou a 6,5% no fim de 2011 e a 6,15% nos 12 meses terminados em janeiro deste ano.
Se todas as palavras do ministro fossem precisas, seria igualmente difícil dar conta da política de juros. O BC iniciou uma série de cortes no fim de agosto de 2011, manteve essa política durante meses, no ano seguinte, e há algum tempo tem mantido a taxa básica em 7,25%. Oficialmente, dirigentes e técnicos do BC continuam à espera de um recuo "espontâneo" da inflação, isto é, de uma alta menor de preços mesmo sem um aperto monetário. Mas é difícil conciliar também esse dado com a história do sinal de alerta.
O ministro da Fazenda começou a falar sobre inflação, juros e câmbio há algumas semanas, depois de divulgada a inflação de janeiro, de 0,86%. Se o governo insistisse em manter os juros em 7,25%, especulou-se no mercado financeiro, o BC poderia intervir no câmbio para baratear o dólar. Isso afetaria os preços vinculados ao comércio internacional e ajudaria a conter o índice de inflação. Mas o resultado seria ruim para a indústria, porque encareceria os bens exportáveis e favoreceria a importação. Essa tática seria contrária à política de depreciação cambial defendida pelo ministro da Fazenda.
Ao recomendar um combate à inflação baseado nos juros, o ministro Guido Mantega pode estar abrindo caminho para uma nova mudança da política monetária. Essa hipótese foi considerada no mercado financeiro. Mas suas declarações podem ser também uma tentativa de estimular uma alta de juros no mercado, antes mesmo de qualquer decisão de política monetária.
Isso pode ser uma forma de terceirizar, espertamente, as funções do BC. O resultado pode ser também uma confusão maior na sinalização ao mercado, com maior perda de credibilidade para o governo. É esperar para ver.

sábado, 31 de março de 2012

Concurso do Itamaraty: confusao na certa (e já sei o que vai dar...)

Lamento terrivelmente, e me solidarizo com os candidatos prejudicados.
Lamento também ter de lhes dar uma triste notícia: conhecendo o serviço público como eu conheço, burocratas jamais vão reconhecer o erro, e vão deixar o prejuízo com os prejudicados.
Esse é o Brasil, esqueceram?
Transcrevo abaixo mensagem muito bem escrita por um candidato, que me foi remetida anonimamente.
Minha solidariedade e meus agradecimentos ao seu autor...
Paulo Roberto de Almeida 



Mensagem enviada pelo formulário de Contato do SITE.
Nome: Anônimo
Cidade: 
Estado: 
Email: xxxxxxxxx@gmail.com
Assunto: Opiniao

Mensagem: Na prova da primeira fase do concurso do IRBr, no último domingo, havia, em vários modelos de provas, entre 1 e 4 questões com alterações na ordem dos itens (a saber, são as questões 7, 8, 15 e 55, mas no site do CESPE, obviamente, a ordem está correta no caderno modelo). Em algumas provas, apenas uma questão tinha problema. Em outras, as quatro estavam problemáticas. Por exemplo, os itens no caderno de provas poderiam estar na ordem “1 4 2 3”, enquanto no gabarito a ordem estava correta, “1 2 3 4”. Além disso, em uma questão de múltipla escolha (questão 24) estavam, em alguns cadernos, constando itens com as letras “a b c a b”, em vez da ordem natural, “a b c d e”.

Pois bem, a confusão aumentou quando os fiscais, após um tempo considerável de prova, começaram a receber reclamações de candidatos que perceberam os erros. Daí em diante, enquanto em algumas salas os fiscais ignoraram o problema, calando-se, em outras eles disseram para preencher de acordo com a ordem da prova; em mais outras salas, diziam para responder de acordo com a ordem no gabarito, enquanto, talvez os piores casos, fiscais asseguravam em outras salas que as questões seriam todas anuladas, e que os candidatos deveriam tranquilizar-se e ignorar aquelas questões. Enfim, instruções contraditórias em cada local, causadas por falta de coordenação do CESPE. Como resultado, houve completa quebra de isonomia do concurso, com claro comprometimento de toda a prova, com alguns candidatos ignorando as questões, enquanto outros desesperaram-se buscando quais questões estariam com erro, e outros tantos sequer sabiam o que se passava – marcando o gabarito de maneir!
a errada, por sua vez. Mais grave ainda, as instruções, por pior que fossem, foram passadas no momento em que vários candidatos já haviam marcado o gabarito definitivo. Isso tudo foi na parte da manhã. Na parte da tarde da prova, os candidatos foram recepcionados com uma mensagem padrão, novamente ambígua, escrita nos quadros de cada sala, a respeito de como proceder caso houvesse mais erros (nessa segunda etapa, “apenas” a questão 55 apresentou problema). Como a mensagem não era clara, vários procuraram os fiscais pedindo maiores explicações e, novamente, as instruções em cada sala foram contraditórias.

Então chegamos à terça-feira, ontem, dia da divulgação do gabarito provisório da primeira fase. Embora tantos candidatos já cogitassem até a possibilidade de anulação do concurso, devido a toda a confusão no dia da prova, o gabarito simplesmente ignorou quase todos os problemas. Apenas a questão problemática de múltipla escolha (24) veio anulada. Todas as outras tiveram gabarito divulgado, como se nada tivesse acontecido. Como se não tivessem dito a vários candidatos que deveriam ter marcado de outra forma. Como se outros tantos não tivessem sido instruídos a ignorar as questões, já que lhes asseguraram que seriam anuladas.

O fato é que, já no dia, alguns candidatos chegaram a protocolar reclamações por escrito no próprio local de prova; outros solicitaram inclusão de relato sobre o problema em ata exarada pelos fiscais. Outros, ainda, estão encaminhando processo judicial.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Tentando entender, e nao entendendo: quem entender, me ajude, por favor...

Recolho, do pronunciamento da presidente na India, esta síntese feita pela imprensa, que traduz realidades que, sinceramente, não consegui entender.
Vejamos: 
Na cúpula dos Brics em Nova Délhi, criticou o que a Europa, os EUA, o Japão e a Inglaterra, sem citá-los, têm feito contra a crise global: as “medidas de austeridade fiscal” e as “políticas expansionistas que ensejam uma guerra cambial e introduzem, no mundo, novas e perversas formas de protecionismo”.


São medidas de austeridade, ou políticas expansionistas? 
Uma coisa não vai com a outra...
E se eles jogam dinheiro no mercado para desvalorizar suas moedas, e se tornarem assim mais pobres, como vão sustentar uma guerra cambial e o protecionismo ao mesmo tempo?
Ainda estou tentando entender...