O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador corrupção. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador corrupção. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Carta Capital e o Departamento de Propinas da Odebrecht - Alguma explicacao Mino Carta?

Um jornal, uma revista, um periódico, dedicado ao grande público, vive normalmente de publicidade, de assinaturas, de venda no varejo para simpatizantes e curiosos, ou de doações de ricos mecenas, que gostam de se promover, ou até fazer benfeitorias não identificadas.
Uma outra categoria, revistas científicas, ou publicações acadêmicas, podem receber verbas públicas ou apoio de entidades de fomento, mas esse tipo de ajuda raramente se traduz em propaganda do ou para o apoiador, ou submissão a interesses que não a do conselho editorial do veículo, e de toda forma cada colaboração publicada submete-se à revisão crítica de pareceristas anônimos, que julgam e avaliam a qualidade do material.
Em qual categoria entrariam as matérias da Carta Capital, beneficiadas por essas "doações" do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, ou seja, do Departamento de Propinas, como é vulgarmente conhecido esse "serviço" de boas intenções e de operações paralelas da companhia mais corrupta do Brasil? Como Mister Capital, aliás Mino Carta, explicaria que o seu jornal, manifesta e visivelmente empenhado na defesa e na promoção do governo companheiro se revela agora um recipiendário de dinheiro roubado do povo brasileiro, através de fraudes, fralcatruas, superfaturamento, desvios, roubos deliberados, enfim, ações criminosas?
Os editores, segundo a matéria do Globo, "negam a participação de Mantega na operação e dizem que não sabiam que o dinheiro havia saído do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht."
Ingênuos inocentes, trapalhões ignorantes, ou indivíduos de má-fé?
Paulo Roberto de Almeida

Odebrecht emprestou verba à ‘Carta Capital’ a pedido de Mantega
Financiamentos no valor de R$ 3,5 milhões foram feitos pelo departamento de propinas da empreiteira
por Guilherme Amado
O Globo, 13/12/2016 

O jornalista Mino Carta no Sem Censura, da TV Brasil

BRASÍLIA — A Construtora Norberto Odebrecht fez dois empréstimos para a Editora Confiança, responsável pela revista “Carta Capital”, no valor total de R$ 3,5 milhões, entre 2007 e 2009, a pedido do então ministro da Fazenda, Guido Mantega. A operação foi feita pelo Setor de Operações Estruturadas, o departamento da empreiteira que geria as propinas pagas. As informações constam de um dos anexos da delação premiada do executivo Paulo Cesena, que presidia até o mês passado a Odebrecht Transport, mas foi, antes disso, diretor financeiro da construtora.

Cerca de 85% do empréstimo já teriam sido quitados pela editora, de acordo com Cesena, por meio de eventos que tiveram o patrocínio da Odebrecht.

Cesena disse que recebeu a ordem de fazer um aporte de recursos para a Editora Confiança, em 2007, diretamente de Marcelo Odebrecht, então presidente da holding e atualmente preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e também delator da Lava-Jato

“Marcelo Odebrecht me chamou para uma reunião em sua sala, no escritório em São Paulo, e me informou que a companhia faria um aporte de recursos para apoiar financeiramente a revista ‘Carta Capital’, a qual passava por dificuldades financeiras. Marcelo me narrou que esse apoio era um pedido de Guido Mantega, então ministro da Fazenda”, afirmou Cesena à Lava-Jato.

Em seguida, o delator disse ter entendido que se tratava de algo de interesse do PT.

“Entendi que esse aporte financeiro tinha por finalidade atender a uma solicitação do governo federal/Partido dos Trabalhadores, pois essa revista era editada por pessoas ligadas ao partido”, afirmou.

Marcelo Odebrecht também pediu a Cesena que contribuísse com a revista para que eles organizassem suas finanças e concebessem um plano de negócios sustentável. Marcelo temia que pudessem vir novos pedidos de dinheiro.

O presidente da holding teria orientado Cesena a procurar o jornalista Mino Carta, diretor de redação da publicação, e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, consultor editorial da “Carta”, para que fosse negociado o apoio financeiro.

A primeira reunião, no segundo semestre de 2007, ocorreu na sede da editora, na capital paulista. Cesena disse terem participado do encontro Mino Carta, Belluzzo e a diretora administrativa da editora, Manuela Carta. Nessa conversa, Cesena afirmou terem sido mencionados apenas pontos relacionados ao plano de negócios da revista e iniciativas para aumentar as vendas.

Nos encontros posteriores, apenas com Manuela, Cesena comunicou-lhe que o empréstimo seria de R$ 3 milhões, por meio de um mútuo (empréstimo feito entre duas pessoas jurídicas), a ser pago em três anos, e que seriam cobrados juros à taxa de Certificado de Depósito Interbancário (CDI), acrescidos de 2% ao ano.

Cesena afirmou que a operação foi feita por meio do Setor de Operações Estruturadas, comandado por Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, também delator na Lava-Jato. Embora tenha afirmado que não saberia detalhar, Cesena disse ter a informação de que “a operação e o pagamento à ‘Carta Capital’ se deu na forma de mútuo oriundo do caixa dois da Construtora Norberto Odebrecht”.

O segundo empréstimo teria ocorrido em 2009, solicitado por Belluzzo, desta vez no valor de R$ 500 mil. Novamente, após receber autorização de Marcelo Odebrecht, o apoio financeiro foi feito por meio do departamento da propina.

A Editora Confiança já teria honrado R$ 3 milhões da dívida, por meio de patrocínios que a Odebrecht deu a eventos da “Carta Capital” de 2010 a 2012.

“Em uma das reuniões que tive com Manuela Carta, a mesma apresentou-me o planejamento de eventos que a editora iria promover e questionou-me acerca do interesse em patrociná-los e que usaria esses recursos para amortizar o mútuo”.

Entre as provas, Cesena entregou e-mails, planilhas demonstrando a alocação de recursos e notas fiscais mostrando o patrocínio aos eventos da “Carta”.

Manuela Carta diz que o delator se expressou mal e que não houve empréstimo, mas um acordo de publicidade que previa um adiantamento de verbas. Segundo ela, tudo já foi quitado, com páginas de publicidade e o patrocínio da Odebrecht a eventos. Ela citou o apoio da empreiteira aos encontros chamados “Diálogos Capitais” e “Fórum Brasil”, e a um encontro com a presença do economista Paul Krugman.

— Temos tudo contabilizado — disse Manuela.

Belluzzo diz que procurou Marcelo Odebrecht e que foi firmado um acordo financeiro:

— Estávamos numa situação difícil e fizemos um mútuo que carregamos no nosso balanço por muito tempo, porque a revista estava precisando de financiamento. Está tudo no balanço da empresa, não tem nada escondido — disse ele.

Depois, segundo ele, foi negociado que o pagamento seria feito por meio de páginas de publicidade na revista. Manuela e Beluzzo negam a participação de Mantega na operação e dizem que não sabiam que o dinheiro havia saído do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.
http://oglobo.globo.com/brasil/odebrecht-emprestou-verba-carta-capital-pedido-de-mantega-20635961#ixzz4SkYbo2dI

domingo, 18 de setembro de 2016

Eduardo Dutra Aydos pedia o impeachment de Lula desde 2006: livro disponivel

Dez anos antes que se consumasse a tão esperada, necessária e indispensável extirpação do poder central da gangue de meliantes políticos chefiada pelo grande mafioso que aparece na capa desse livro, Eduardo Dutra Aydos corajosamente já denunciava os crimes cometidos pela quadrilha, que infelizmente ainda não foi eliminada da vida pública do país, tendo sido apenas apeada do comando do Estado. Enquanto os quadrilheiros não gozarem de merecidas e longas férias em prisões do Estado, a democracia no Brasil corre perigo, assim como os cofres de quaisquer instituições pública e privadas, tal a sanha criminosa do bando de delinquentes políticos (e bandidos comuns, também). 


Não conhecia esse livro, que agora passo a ler, depois de ter percorrido a apresentação de Augusto de Franco e o prefácio de José Giusti Tavares, e que recomendo a todos os interessados na vida política do Brasil. Foram dez longos anos, desde o alerta inicial sobre os crimes perpetrados pela maior organização criminosa que já assaltou o Estado e a nação, período delongado pela ineficácia, covardia e inépcia dos partidos ditos de oposição (vergonhosamente auto-castrados), fase sombria na vida da nação, mas cujos elementos de corrupção e de impunidade, aliás presentes no título deste livro, foram pioneiramente desvendados, denunciados e até preparados, de modo claro e correto, para impeachment por este corajoso gaúcho democrata. 
O fato de termos tido de suportar uma década inteira de desmandos, mais corrupção e inúmeros crimes da gangue de trapaceiros que se esconde sob a bandeira de um partido totalitário só agregou ao quadro de Grande Destruição perpetrados pelos celerados, tempo que lhes permitiu deformar ainda mais as instituições, infiltrar aliados e sabujos nas mais altas esferas da administração, e continuar roubando quase impunemente. 
Além dos crimes comuns, a quadrilha procedeu ao desmantelamento da ética pública no país, provocando uma onda de corrupção jamais vista em todas as esferas e níveis da federação, já que o exemplo vinha de cima. Foram tempos muito tristes para o país, que teriam sido abreviados se as instituições públicas e os partidos políticos (meio) decentes tivessem lido estas páginas e tomado as providências que se impunham. Vamos terminar a obra de extirpação dos criminosos do poder, aposentando-os também da vida política e levando-os ao lugar que lhes pertence: a cadeia.

Leiam o livro neste link.
 

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Uniceub (Brasilia) promove encontro e dialogos sobre corrupcao - 10/08/2016

O UniCEUB receberá grandes nomes do Direito para a palestra Democracia, corrupção e justiça: diálogos para um país melhor, a ser realizada na próxima quarta-feira, 10 de agosto.

Confira a lista dos palestrantes:

• Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do IDCON;
• Professora Susan Rose-Ackerman, da Universidade de Yale;
• Procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF);
• Professor Oscar Vilhena, da Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP);
• Juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba;
• Ministro Carlos Ayres Britto, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do CBEC - Centro Brasileiro de Estudos Constitucionais.

O evento, que ocorrerá no auditório Elza Moreira Lopes para convidados, será transmitido ao vivo, a partir das 9 horas. Você poderá acompanhar a transmissão simultânea das seguintes formas:

Canal do UniCEUB no YouTube;
• Auditório do Bloco 1, campus da Asa Norte;
• Auditório do Bloco 2, campus da Asa Norte;
• Auditório da Biblioteca, campus da Asa Norte;
• Auditório do Bloco 8, campus da Asa Norte;
• Sala 3018, Bloco 3 do campus da Asa Norte;
• Auditório do campus II de Taguatinga.

Realização: Instituto de Diálogos Constitucionais - IDCON
Uniceub, Brasília, DF

domingo, 7 de agosto de 2016

Corrupcao: chanceler Serra aparece em denuncia de caixa 2 - Congresso em Foco, FSP

Odebrecht diz que Serra recebeu R$ 23 milhões via caixa dois
CONGRESSO EM FOCO | 07/08/2016 09:36

Durante negociações de acordo de delação premiada, executivos da empreiteira disseram que parte do dinheiro foi depositada no Brasil e outra parte em contas no exterior. Ministro nega e diz que sua campanha foi conduzida em acordo com a legislação eleitoral
Esta é a primeira vez que o ministro aparece como parte do esquema de corrupção

O ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB), é um dos alvos das revelações feitas por executivos da Odebrecht no processo de negociação de acordo de delação premiada. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o senador licenciado recebeu R$ 23 milhões da construtora via caixa dois para a campanha de 2010, quando o tucano disputou a Presidência da República.

Segundo as informações fornecidas por funcionários da empresa aos procuradores da força-tarefa e da Procuradoria-Geral da República, os repasses foram depositados no Brasil e em contas no exterior. Para embasar a acusação, a Odebrecht promete apresentar extratos bancários de pagamentos realizados fora do país que tinham como destinatária final a campanha de Serra.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a construtora doou R$ 2,4 milhões para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República de Serra, em 2010. Portanto, se as acusações forem comprovadas, o ministro teria recebido ao todo R$ 25,4 milhões em doações de campanha Odebrecht, sendo R$ 23 milhões via caixa dois.

Esta é a primeira vez em que José Serra aparece como parte do esquema de corrupção. Fora isso, o nome do tucano apareceu na lista apreendida pela Polícia Federal na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, durante a Operação Acarajé. O documento menciona centenas de políticos que receberam doações da empresa.

Nesta etapa de negociação do acordo de delação premiada, os executivos da empreiteira informaram ainda que o ministro era tratado pelos apelidos de “careca” e “vizinho” nos documentos da Odebrecht.

Segundo a reportagem, Serra também será envolvido em outra denúncia por parte dos funcionários da empresa, relacionada ao recebimento de propina no período em que foi governador de São Paulo (entre 2007 e 2010). Segundo os denunciantes, o dinheiro entregue a intermediários do tucano é referente à construção do trecho sul do Rodoanel Mário Covas.

Em nota, José Serra afirmou que sua campanha em 2010 foi conduzida em acordo com a legislação eleitoral em vigor, e que as finanças de sua disputa pelo Palácio do Planalto eram de responsabilidade do partido, o PSDB. Sobre o suposto recebimento de propina enquanto estava à frente do governo de São Paulo, o ministro classificou como “absurda” a acusação. ”Até porque a empresa em questão já participava da obra quando assumi o governo do Estado”, completou.

Leia a reportagem completa no jornal Folha de S.Paulo

Mais sobre Operação Lava Jato

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Modesto Carvalhosa dispara contra os aliados da corrupcao, os que querem parar a Lava Jato

A declaração de guerra contra a Lava Jato

Modesto Carvalhosa*
Como nos alertou o editorial do Estado de 18 de junho, foi declarada guerra à Lava Jato, sob o comando do notório Eliseu Padilha.
Não é de hoje que os corruptos profissionais da política, que infestam este país, por força da longa dominação lulopetista, estão a conspirar contra a Operação Lava Jato. A partir de dezembro de 2014 as primeiras manifestações públicas apareceram, como aquela célebre declaração de Dilma Rousseff – ao diplomar-se perante o TSE – a favor das empreiteiras do cartel da Petrobrás, que, segunda ela, deveriam ser poupadas de qualquer sanção, sob o pretexto de manutenção de empregos. Típico crime de responsabilidade, por prevaricação e favorecimento (art. 85, VII da Constituição federal).
Essa declaração oficial da presidente ora afastada contrariou, ademais, o fundamental princípio constante do art. 5.º do Tratado da OCDE (do qual se origina a nossa Lei Anticorrupção, de 2013): os Estados signatários não podem invocar o argumento de danos à atividade econômica para deixar de punir as empresas corruptas.
E, com efeito, essa política de acobertamento dos crimes de corrupção praticados pelas empreiteiras foi sistematicamente implementada pelo governo petista, na medida em que manteve todos os contratos por elas firmados com a União, notadamente no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), certamente o maior antro de corrupção do planeta Terra.
E promoveu, ademais, o governo afastado uma insidiosa e firme legalização da corrupção empresarial, por meio da “regulamentação” da Lei Anticorrupção (Decreto n.º 8.420, de 2015) e de portarias da Controladoria-Geral da União (CGU), culminando com a hedionda Medida Provisória (MP) n.º 703, de 18/12/2015. Este mostrengo permitia às empreiteiras corruptas, mediante a adoção de um arremedo de “programa de compliance”, firmar um “acordo de leniência”, ou seja, de perdão, para, assim, continuarem contratando com a União, Estados, municípios e, óbvio, com as empresas estatais.
Além disso, a MP dilmista dispensava o ressarcimento dos danos causados ao Estado em virtude das práticas corruptivas, levantadas na Lava Jato, sendo, em consequência, extintos os (22) processos promovidos pelo Ministério Público contra as empreiteiras do cartel da Petrobrás.
Essa MP n.º 703 – verdadeiro corpo de delito – foi rejeitada pelo Congresso, por decurso de prazo, pois nenhum parlamentar ousou colocar suas mãos em tão escabrosa iniciativa do governo lulopetista.
Mas não é que agora – pasmem – o novo titular da CGU, ora denominado Ministério da Transparência, senhor Torquato Jardim, deseja ressuscitar essa malfadada iniciativa pro corrupcione, mediante nova medida provisória ou projeto de lei, com a conhecida fórmula acobertadora do crime: basta às empreiteiras corruptas adotarem internamente o milagroso “regime de compliance” (?!) para que voltem definitivamente ao mundo maravilhoso dos contratos fraudulentos com o governo, tendo, ainda, como prêmio do bom comportamento prometido, a extinção imediata de todos os processos judiciais promovidos pelo Ministério Público, visando à devolução integral das dezenas de bilhões que roubaram dos cofres do Estado.
O céu é o limite. Para tanto, o senhor Torquato reuniu altos funcionários de três ministérios para diluir, evidentemente, a sua responsabilidade funcional por tão explícito favorecimento às empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato. Ao assim agir, o titular da Transparência (?!) está cometendo crime de improbidade administrativa, ao ferir escancaradamente os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade (art. 37 da Constituição federal).
Mas a coisa feia não para por aí. Agora, centenas de políticos, com mandatos e cargos administrativos, atuais ou passados, estão sendo apontados por seus comparsas do crime e, com isso, investigados, indiciados, denunciados e processados, o que é absolutamente inadmissível, na visão deles, como muito bem apontou o estupendo editorial do jornal O Estado de S. Paulo.
E não somente estão eles pessoalmente nas malhas da lei, mas também as suas beneméritas agremiações políticas ameaçadas de autodissolução – como ocorreu na Itália ao tempo da Operação Mani Pulite – ou de dissolução judicial, como preveem as nossas Leis Eleitorais e a Lei Anticorrupção (art. 19, III).
Daí o grito de guerra do indefectível Eliseu Padilha, dando materialidade à obstrução de Justiça cogitada nos edificantes diálogos entre o delator Sérgio Machado e os estadistas Sarney, Renan e Jucá.
Ou a Operação Lava Jato para, fica onde está e cessam a partir de agora os seus trabalhos, ou haverá uma medida drástica – uma lei (?!) – dissolvendo a força-tarefa e extinguindo os processos de investigação e judiciais em curso, sob o fundamento de “abuso de poder” da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça Federal alocada em Curitiba.
A advertência do portentoso Padilha é explícita: a Lava Jato deve ser encerrada, sob pena – pasmem, mais uma vez – de ocorrer um vácuo de poder. O raciocínio é típico dos malfeitores que dominam a nossa vida política. Se nós, corruptos – que formamos a maioria do Congresso –, formos condenados, não haverá mais República, pois nós somos a dita cuja! Somos insubstituíveis! A Operação Lava Jato, pois, quer destruir a República e assumir, ela própria, o poder.
Por isso os políticos corruptos clamam por uma medida de força que leve à substituição do poder da lei pelo poder do crime.
Essa campanha desabusada demanda uma reação urgente, uma mobilização ampla da cidadania brasileira para impedir que se perca o principal patrimônio institucional e moral que resultou da corrupção sistêmica do lulopetismo: a nossa Operação Lava Jato, reconhecida no mundo todo e que, diariamente, resgata a nossa dignidade de brasileiros. Pelo visto, precisamos voltar às ruas, e muito breve.

*Modesto Carvalhosa é jurista e autor, entre outros livros, de 'Considerações Sobre a Lei Anticorrupção das Pessoas Jurídicas' e 'O Livro Negro da Corrupção'

domingo, 29 de maio de 2016

Diplomacia corrompida: a face escondida do Quai d'Orsay - livro de Vincent Jauvert

Uma surpresa, mas não de todo surpreendente. Um ministério que todo mundo admirava, de repente sacudido por revelações terríveis.
Paulo Roberto de Almeida

Présentation
C’est le ministère le plus prestigieux de la République – le gardien de la « grandeur » de la France.
Pourtant, malgré les apparences, le Quai d’Orsay est aujourd’hui à la dérive. Quels sont les vrais privilèges de la nomenklatura diplomatique? Jusqu’où les petits arrangements entre amis gangrènent-ils l’institution ? Pourquoi le Quai vit-il désormais aux crochets de grands groupes privés ?
Comment Laurent Fabius en a-t-il fait une machine à sa propre gloire ?
Grâce à une centaine de témoignages et à de nombreux documents confidentiels, La Face cachée du Quai d’Orsay révèle les secrets inavouables de ce haut lieu de pouvoir qui traverse la plus grande crise de son histoire : l’impunité dont jouissent encore les ambassadeurs malgré les scandales qui s’accumulent; le montant de leurs revenus réels, que l’Administration s’emploie toujours à taire ; l’étendue des malversations qui règnent dans certains consulats ; la puissance d’un réseau de hauts diplomates, surnommé « la secte », qui dans l’ombre influence les choix de la France ; ou encore la présence de bases d’écoutes clandestines de la DGSE sur les toits de certaines ambassades… Après deux ans d’enquête, Vincent Jauvert lève le voile sur les coulisses du ministère des Affaires étrangères.

Table
La Face cachée du quai d’Orsay
Vincent Jauvert

Avant-propos
1 – Un scandale étouffé
Le compte personnel de l’ambassadeur
Les deux lettres de l’intendant
« Il est flamboyant, je suis gris »
Dîner d’État à l’Élysée
2 – Linge sale
Gratter sur tout
La tricherie continue
Un pédophile impuni
Allusions « malsaines »
Épouses tyranniques
3 – Les Mickey d’Orsay
Confondre Thaïlande et Taiwan...
Écrire deux SMS en même temps
Le cas Bernard K.
« Ministre à contretemps »
Un pacte secret avec la CFDT ?
Le désastre MAM
Son ami Ben Ali
« Ils sont nuls, archinuls »
Juppé, « statue du commandeur »
4 – 14-Juillet à Damas
Un « bébé Kouchner »
Le coup de main de Tlass
Les exigences des mécènes syriens
« Des balles en caoutchouc ! »...
5 – Sarkozy, Hollande et eux
Rébellions en série
La conjuration des socialistes
Aux bons soins de Hollande
6 – Fabius Imperator
La devise de Caligula
Une brune aux yeux d’acier
Le clan
La guerre contre Bercy
La COP21 et l’Histoire
7 – La question taboue
Indemnités secrètes
« Fouille-merde »
29 000 euros net par mois
8 – À vendre, bijoux de famille
Arrangement entre amis
« Sérieuses défaillances »
Une frénésie de vente
Opération Park Avenue
Encore le Qatar
Abel Lanzac fait de la résistance
Et Albertine apparut...
Places de ciné, cours de langue...
9 – Privatisation cachée
Sponsors pour garden-party
« Cracher du cash »
La culture sous l’emprise de Total
Le business des cours de français
10 – Gay d’Orsay
Un lobby ?
Le combat de Jacques Villemain
L’affaire Stefanini
11 – Trafics chez les Saoud
Biture contre culture
Scandales aux visas
12 – La panique des mâles
Ces rares féministes
Madame l’ambassadrice
La loi qui effraie les mâles
Aucune femme à New York
Machisme quand tu nous tiens
13 – Bourses vides et poches percées
Fabius contre Hidalgo
Unicef, HCR, PAM... une honte française
Le coût du siège au Conseil de sécurité
14 – Ambassadeurs à louer
Les « ripoux de la diplomatie »
Les offres du « parrain du capitalisme »
Le « dignitaire » contre-attaque
Les bonnes affaires de « Diplomator »
Retour à la case « Quai »
15 – Dans le couloir de la mort
« Ambassadeurs sur étagère »
Les recasés de la promotion Voltaire
Ambassadeurs « fanto-thématiques »
Mission impossible
Recaser les copains
Un nouveau concept fumeux
16 – La secte
« Néoconservateur » ?
« Très secret Rubis »
« Une famille, un clan, une église »
Thérèse, la pasionaria
Bombarder l’Iran
Hollande, Fabius et la secte
Le coup de gueule de Fabius
17 – Fausses barbes et grandes oreilles
Stations d’écoutes clandestines
Des mouchards secrets
Monsieur le deuxième conseiller
Les révélations du Bottin diplomatique
Couvertures « épaisses »
« Moustaches » contre diplos
L’Afrique toujours chasse gardée
Cousseran, l’homme clé
Rattacher la DGSE au Quai ?
À la recherche des signaux faibles
18 – Après Charlie...
Hollande le Saoudien
Le pacte immoral
Vérités cachées sur les Saoud
L’été pourri du roi Salman
Trois nuances de vert

Épilogue
Remerciements


LA FACE CACHÉE DU QUAI D’ORSAY
Vincent JAUVERT
C'est le ministère le plus prestigieux de la République – le gardien de la « grandeur » de la France. Pourtant, malgré les apparences, le Quai d'Orsay est aujourd'hui à la dérive. 
Quels sont les vrais privilèges de la nomenklatura diplomatique ? Jusqu'ou les petits arrangements entre amis gangrènent-ils l'institution ? Pourquoi le Quai vit-il désormais aux crochets de grands groupes privés ? Comment Laurent Fabius en a-t-il fait une machine à sa propre gloire ?
Grâce à une centaine de témoignages et à de nombreux documents confidentiels, La Face cachée du Quai d'Orsay révèle les secrets inavouables de ce haut lieu de pouvoir qui traverse la plus grande crise de son histoire : l'impunité dont jouissent encore les ambassadeurs malgré les scandales qui s'accumulent ; le montant de leurs revenus réels, que l'Administration s'emploie toujours à taire ; l'étendue des malversations qui règnent dans certains consulats ; la puissance d'un réseau de hauts diplomates, surnommé « la secte », qui dans l'ombre influence les choix de la France ; ou encore la présence de bases d'écoutes clandestines de la DGSE sur les toits de certaines ambassades... Après deux ans d'enquête, Vincent Jauvert lève le voile sur les coulisses du ministère des Affaires étrangères.


Grand reporter à L'Obs depuis 1995, Vincent Jauvert est réputé pour ses révélations sur la diplomatie et le l'espionnage français.























 © Éditions Robert Laffont, S.A., Paris, 2016
En couverture : © Eye Ubiquitous / UIG via Getty Images
ISBN numérique : 9782221157312



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

PF quebra sigilo bancario de ‘Lula’ e revela operacoes milionarias com empreiteiras (Pensa Brasil)

Blog Pensa Brasil, 13/10/2015 (http://pensabrasil.com/caiu-o-primeiro-tombo-pf-quebra-sigilo-bancario-de-lula-e-revela-operacoes-milionarias-com-empreiteiras/)

PF quebra sigilo bancário de ‘Lula’ e revela operações milionárias com empreiteiras

O Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) enviou à Polícia Federal e aos integrantes da força-tarefa paranaense, dados estarrecedores sobre a movimentação financeira milionária da LILS, empresa de palestras do ex-presidente Lula.

De acordo com o documento, Lula faturou apenas através da LILS cerca de R$ 27 milhões, desde que ele deixou a presidência da República. Destes, boa parte do dinheiro veio de empreiteiras investigadas na Lava Jato, como Odebrecht (R$ 2,8 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 1,5 milhão) e OAS (R$ 1,4 milhão).
Lula é milionário. É o ex-presidente mais rico em toda a história do País.
Essa é apenas uma pequena amostra da movimentação financeira do ex-presidente. Os dados são referentes apenas a conta bancária da LILS e apontam a a destinação de parte dos recursos. De acordo com o relatório, a LILS aplicou R$ 12,9 milhões, fez um plano de previdência privada no valor de R$ 5 milhões, recolheu R$ 3 milhões em impostos e fez transferências de R$ 4,3 milhões.
Após as revelações de sua conta milionária, Lula entrou em pânico e passou toda a noite em claro. Fez dezenas de ligações durante a madrugada e conseguiu marcar uma reunião de emergência com a presidente Dilma Rousseff na manhã deste sábado. Os dois se encontraram a sós, sem a presença de assessores ou testemunhas.
A assessoria de imprensa do Planalto assim como a do ex-presidente Lula não repassaram informações sobre o conteúdo da conversa reservada.
Fontes : Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e Polícia Federal. Valores referentes apenas à LILS, empresa de Lula. Há ainda outros milhões doados por empreiteiras ao Instituto Lula, que não teve o sigilo quebrado. Lula terá que depor em inquérito da Operação Lava Jato.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

BNDES: a mao invisivel da corrupcao na America Latina - Brio Watchdog


Estarrecedor, como diria alguém...
Um trabalho de dois anos com 17 pessoas (jornalistas, advogados, cientistas politicos).
Paulo Roberto de Almeida

Por Brio Watchdog

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está na boca do povo, mesmo que pouca gente saiba muito sobre ele. Nos protestos pelas ruas do Brasil, no Congresso Nacional, na selva amazônica do Peru ou nas terras baixas da Bolívia, em Buenos Aires ou nas reuniões das maiores empresas nacionais e estrangeiras, o dinheiro que sai dos cofres de um dos mais importantes financiadores do mundo está na pauta. Todos querem saber o que acontece com as verbas do contribuinte brasileiro usadas para bancar projetos em outros países. 
Para jogar luz no assunto, BRIO convidou 17 profissionais — entre repórteres, fotógrafos, infografistas e cineastas — na Argentina, Bolívia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela, países nos quais foi possível levantar documentos e dados de interesse público, em meio a uma cultura de sigilo. Engenheiros, advogados, diplomatas, economistas, cientistas políticos, antropólogos, entre outros, foram convidados para analisar os dados. Uma equipe de filmagens viajou mais de 9.000 quilômetros para registrar o trabalho dos jornalistas e especialistas.
Nas próximas páginas, as descobertas são relatadas em seis capítulos, um para cada país. Primeira constatação. Alguns dos projetos com financiamento do BNDES seguem primeiro critérios políticos, mas não levam em conta estudos sobre custos, impactos sociais e ambientais. Na definição de um documento do Itamaraty obtido por BRIO por meio da Lei de Acesso à Informação: "Conviria revisar cuidadosamente os parâmetros para a aprovação dos financiamentos".
Na Argentina, o BNDES financiou 85% da compra de 20 aviões da Embraer pela Austral, uma subsidiária da Aerolineas Argentinas. Foi um negócio de mais de US$ 700 milhões. Ocorre que, mesmo antes de o contrato ser assinado, funcionários do governo argentino apresentaram indícios de sobrepreços. Pilotos chegaram a se reunir com o então ministro do Planejamento para apresentar algumas planilhas de custos. Ouviram como resposta: "É um acordo entre Lula e Cristina".
Hoje, o contrato é investigado, sob suspeitas de superfaturamento, pela Justiça da Argentina, pelo FBI e pelo Departamento de Estado Norte-Americano. Segundo os investigadores, uma empresa de consultoria foi usada para receber propina. Há suspeitas de pagamentos no Brasil. Como provam documentos revelados por BRIO, também existem indícios de propina para um ex-ministro dos Transportes e um assessor informal do governo argentino. Foi esse assessor fantasma, que nunca foi oficialmente nomeado para nenhum cargo no governo, quem negociou com o BNDES.
Quando os interesses políticos desconsideram os critérios técnicos, os financiamentos do BNDES se envolvem em polêmica.
Na Venezuela, BRIO descobriu que o governo brasileiro tratou de uma mudança da lei local para garantir o aumento de endividamento e de financiamentos. Como escreveu um funcionário brasileiro em documento que agora se torna público: "As empresas reconhecem que, para a realização desses investimentos, tem sido fundamental o bom momento que se atravessa no plano político bilateral, impulsionado pela estreita relação entre os Presidentes".
Uma das obras com financiamento é considerada fundamental para resolver a crise de transportes na capital venezuelana. Trata-se da Linha 5 do metrô de Caracas, que teve seu orçamento aumentado em três vezes o valor inicial e está seis anos atrasada.
Não se trata de demonizar a política, necessária na definição de projetos e de políticas públicas. Mas regras claras e transparentes são necessárias justamente para que critérios técnicos sejam seguidos na aplicação dos recursos.
Como definem os cientistas políticos Gretchen Helmke e Steven Levitsky: instituições são regras e procedimentos que estruturam interações sociais ao restringir e incentivar comportamentos. Essas instituições podem ser formais, comunicadas por escrito ou leis, ou informais, muitas vezes criando comportamentos não oficiais. Na América Latina, não é raro que as instituições informais se sobreponham às formais.
Projetos financiados com dinheiro brasileiro também geraram crises diplomáticas e afetaram a imagem de empresas nacionais. É muito conhecida a história de como o governo do Equador expulsou a construtora Odebrecht e abriu uma disputa jurídica contra o BNDES em uma corte internacional, por conta de problemas em uma hidrelétrica financiada pelo banco. O que não se sabia foi como isso tudo se resolveu.
Após um pagamento de milhões de dólares por parte da Odebrecht, um acordo foi assinado para que todas as investigações envolvendo diretores brasileiros fossem engavetadas, assim como o caso envolvendo o BNDES em uma corte arbitral de questões comerciais. Nesse caso, dinheiro privado foi utilizado para ajudar o banco público. A construtora exigiu o fim da disputa entre o Equador e o BNDES como uma das condições para realizar o pagamento milionário. Ocorre que a Odebrecht é a maior beneficiária dos empréstimos do BNDES no exterior. Entre 2007 e 2014, a empresa ficou com 70% de todos os financiamentos desse tipo.
Por fim, são as populações mais vulneráveis justamente as mais afetadas. No Equador, milhares de famílias ficaram sem água e viram suas atividades econômicas sumirem. Na Bolívia, os índios que se opuseram ao projeto financiado pelo Brasil — que contrariava a própria Constituição Nacional — foram agredidos pela polícia, em um marco da democracia boliviana sob o presidente Evo Morales.
No Peru, uma rodovia serviu para turbinar o tráfico de drogas e contrabando de ouro, além de ser alvo de críticas por problemas ambientais. De acordo com diferentes organizações locais, parte da obra foi financiada pelo BNDES. Depois de anos de questionamentos, o banco negou ter financiado a obra. Os financiamentos no país vão para as empresas investigadas no Brasil. Documentos inéditos mostram suspeitas de pagamentos de propinas a políticos peruanos.
O fato é que os desembolsos fizeram parte de uma estratégia do governo federal, iniciada sob o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Entre 2001 e 2010 houve um salto nos financiamentos para empresas brasileiras atuarem no exterior. Ao mesmo tempo em que o governo apoiou a internacionalização de grandes empresas, o Brasil tinha o objetivo de fortalecer os países da América do Sul e sua relação com o mundo, o que seria feito por meio de uma infraestrutura mais eficiente. 
Um maior grau de transparência pode ajudar a melhorar a imagem das empresas brasileiras e do BNDES, afetada nos últimos anos na América Latina, o que abriu espaço para a concorrência, especialmente da China. Diz o economista Dante Sica, o mais reconhecido brasilianista da Argentina: "Nosso principal erro, em matéria de países, é que enfrentamos a erupção da China de maneiras separadas e com agendas individuais, e isso também tem que ser tema de debate".
No dia 2 de junho, o banco começou a divulgar dados sobre os financiamentos feitos no exterior. A partir de agora, haverá informações sobre os projetos, valores envolvidos, garantias e número de anos até o pagamento. A decisão coincide com esta investigação, iniciada por BRIO em 26/03/2013. Diz o pedido feito naquela data, por meio da Lei de Acesso à informação: “Solicita-se cópia ou acesso à tabela de financiamentos para exportação entre 2006 e 2013, separado por país de destino, empresa que recebeu o financiamento, valor do financiamento, ano da assinatura do contrato e projeto financiado”. As informações divulgadas agora são muito semelhantes.
Nesses dois anos, o BNDES e o governo brasileiros se esforçaram para manter as informações sob sigilo, mesmo que técnicos do próprio governo defendessem a divulgação dos dados, sob alegação de que o dinheiro é público e, portanto, o acesso a eles é garantido pela Constituição (nada muito diferente do que ocorre nos Estados Unidos, por exemplo, segundo o documento). Mesmo assim, um conselho dos principais ministros do governo Dilma Rousseff (como Casa Civil e Justiça) se reuniu para garantir o sigilo das operações. Sete assinaram o documento.
O passo dado pelo BNDES é importante e louvável. Nem todos os dados foram divulgados, mas o banco se propõe a atualizar as informações. Mesmo assim, ainda existem dúvidas. Dados publicados pelo BNDES divergiam dos financiamentos informados oficialmente pelo governo venezuelano, por exemplo. É o caso da Linha 5 do metrô de Caracas, investigada neste trabalho. A diferença entre os valores oficiais do financiamento divulgados pelo Brasil e pelo país vizinho chegava a quase US$ 150 milhões. O BNDES alterou a informação no site.
Coordenado por Fernando Mello, cofundador de BRIO, Matheus Leitão, e na parte de vídeos, pela Olé Produções, este projeto tem o apoio da fundação Open Society. As respostas completas do banco e das empresas estão no último capítulo, além de estarem nos capítulos específicos de cada país. Para conhecer todos os resultados da investigação, a história começa a seguir. Basta se cadastrar no site.







quarta-feira, 29 de abril de 2015

Corrupcao no Brasil: sempre vencendo a "justica"; Petralhabras respira aliviada

Blogueiros falastrões - geralmente mais ligados às letras que ao Direito - ressaltam a constitucionalidade da decisão do STF de liberar da prisão preventiva os empreiteiros do petrolão, que a PGR denomina de "organização criminosa". Ora, não seria de se esperar do Supremo nada, digamos, contrário à Constituição, que ele próprio nem sempre seguiu, como demonstra Marco Antônio Villa no livro A História das Constituições Brasileiras.

A interpretação dos ministros do STF pendeu para o cumprimento estrito da lei. A decisão foi por 3 a 2. Apenas um voto de Minerva decidiu, o de Gilmar Mendes. Se a minoria da turma 2 do STF tomou posição contrária é porque entendeu que a gravidade política, social e econômica em que vive o país, imerso na corrupção petista, apresenta risco institucional, já que a "organização criminosa" age dentro do governo e de suas empresas. Bom juiz é aquele que sabe pesar os danos de sua decisão - e que, portanto, na interpretação da lei, nem sempre pode ser tão literal.

Importante lembrar, também, que a prisão preventiva dos réus, na esfera em que atua o juiz federal Sérgio Moro, tem sido fundamental para o aggiornamento que ele trouxe ao Direito brasileiro através da delação premiada - que desbaratou quadrilhas em vários países. Os corruptos, por certo, são radicalmente contra, dentro e fora do governo. Nada de "seguir o dinheiro".

Por último, cabe a pergunta: a quem aproveita tal decisão (Cui prodest, segundo o latim)? Obviamente, aos corruptos, começando pelos próprios empreiteiros presos e os políticos envolvidos, além de Lula, amigo do chefe do Clube do Bilhão, Ricardo Pessoa, que estava se dispondo à delação premiada.

Agora, com prisão domiciliar, é duvidoso que ele prossiga as negociações - sem contar que estará mais sujeito às pressões dos figurões que temem o petrolão: ele já bate às portas dos poderosos. Afinal, basta "seguir o dinheiro".

Diante disso tudo, a conclusão é óbvia: a decisão do STF foi, na verdade, um tiro no pé de Sérgio Moro e dos investigadores da Operação Lava Jato.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Brasil: corrupcao e desorganizacao, bem maiores do que o imaginado - Diogo Mainardi (O Antagonista)

Apenas transcrevendo, não sem um enorme sentimento de desconforto com a degradação moral em que parece ter entrado nosso país, pelas instituições que justamente defenderiam defender a legalidade e a justiça.
Paulo Roberto de Almeida

A guerra suja da PF (1)
Diogo Mainardi / site O Antagonista
Brasil 21.04.15

A disputa entre a Procuradoria-Geral da República e os delegados da Polícia Federal, que resultou na suspensão temporária dos depoimentos dos políticos envolvidos na Operação Lava Jato, não é uma "guerra de vaidades", como escreveram jornalistas desinformados.
Assim como tantos outros neste país infeliz, é um embate entre o certo e o errado; entre o honesto e o desonesto; entre o Bem e o Mal, se quisermos ser épicos.
Quem primeiro soou o alerta foi o jornalista Claudio Tognolli, no seu blog. O Antagonista, que sempre esteve ao lado dos procuradores, leu com estupor o que Claudio Tognolli apurou e publicou. Fomos, então, ouvir nossas próprias fontes, não por desconfiança do jornalista -- um excelente repórter investigativo --, mas porque queríamos tentar ir um pouco além na verdade horripilante.
Antes de mais nada, elas confirmaram o que Claudio Tognolli publicou:
a) Os delegados federais da Lava Jato estão empenhados, muito além do que seria razoável, na aprovação de um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que dá autonomia funcional, administrativa e financeira à PF. Uma vez aprovada a PEC, os delegados seriam os máximos dirigentes de um "Quarto Poder" na República, completamente independente da Justiça.
b) Para a aprovação dessa PEC, o presidente da Associação dos Delegados de Polícia Federal, Marcos Leôncio estava no gabinete do senador petista Humberto Costa, investigado pela Lava Jato, quando o ministro Teori Zavascki atendeu o pedido de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, para que os depoimentos dos políticos fossem suspensos.
c) Marcos Leôncio também fez lobby com dois investigados pela Lava Jato: os deputados Eduardo Cunha, do PMDB, presidente da Câmara, e Arthur Lira, do PP, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, encarregada de levar adiante ou não a PEC que interessa aos delegados da PF. Cunha e Lira também são investigados pela Lava Jato.
O que foi prometido a esses políticos? Mais no próximo post.

A guerra suja da PF (2)
Brasil 21.04.15
O jornalista Claudio Tognolli publicou que os delegados federais da Lava Jato ofereceram ao senador petista Humberto Costa ouvi-lo sem a presença de procuradores e com perguntas entregues antecipadamente.
Pois bem, O Antagonista apurou que a mesma maracutaia foi oferecida aos deputados Eduardo Cunha, do PMDB, e Arthur Lira, do PP.
Diante dessas informações, Rodrigo Janot, acertadamente, pediu a suspensão temporária dos depoimentos.

A guerra suja da PF (3)
Brasil 21.04.15 17:17
O jornalista Claudio Tognolli publicou que os delegados da Lava Jato seguraram as informações sobre o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, durante a campanha eleitoral. Em troca do silêncio, arrancaram de Dilma Rousseff a assinatura da medida provisória que lhes garante privilégios nas promoções de carreira, em detrimento dos agentes e peritos da própria corporação.
Dilma Rousseff vendeu a ideia de que, assim, o seu governo fortalecia a PF, mas na verdade ela foi chantageada.
O Antagonista apurou que Dilma Rousseff não foi a primeira ocupante do Palácio do Planalto a sofrer achaque.
Ao balcanizar a PF desde o escândalo do mensalão, o PT criou um monstro. E esse monstro perdeu o freio. De acordo com um dos relatos ouvidos pelo Antagonista, delegados federais têm em seu poder diálogos de Lula, obtidos por meio de escutas telefônicas, que mostram sem nenhuma sombra de dúvida o papel do ex-presidente no esquema do mensalão.

A guerra suja da PF (4)
Brasil 21.04.15 18:16
Delegados da PF e representantes da associação que defende os interesses desse pessoal aproveitam-se da má fama de Rodrigo Janot, criada por jornalistas, para dizer que a interrupção dos depoimentos dos políticos da Lava Jato foi uma manobra do procurador-geral da República para atrapalhar as investigações. Que os delegados da Lava Jato que tentaram ouvir os políticos envolvidos, sem o conhecimento dos procuradores, queriam apenas acelerar o processo.
Balela.
O que Rodrigo Janot impediu foi que se replicasse na Lava Jato um modelo adotado sob o desgoverno do PT: o achaque sistemático de políticos, não importa o partido. O modelo pode ser resumido da seguinte forma, segundo as fontes do Antagonista: a prova aparece, negocia-se com o interessado, extrai-se a prova do inquérito, a prova é destruída.
"A coisa atingiu tal ponto ao longo dos últimos anos, que foi criada na PF um Departamento de Inquéritos Especiais, ao qual só alguns poucos têm acesso. Ali são guardados os inquéritos usados para achaque. O Departamento de Inquéritos Especiais é uma central do achaque", disse uma respeitada autoridade ao Antagonista.

A guerra suja da PF (5)
Brasil 21.04.15 18:53
No final da década passada, a Polícia Federal adquiriu maletas que, se localizadas próximas do alvo a ser investigado, podem realizar interceptações telefônicas. Isso elimina a necessidade de fazer escutas ambientais ou solicitar a operadoras que grampeiem telefones.
Agentes da PF relatam que, oficialmente, cinco maletas foram importadas. No entanto, vieram mais duas "de brinde" -- que nunca foram tombadas. Por quê?

A Polícia Federal do Brasil conta com uma maioria de profissionais abnegados e honestos, entre os quais os agentes que atuam na Operação Lava Jato, fazendo o trabalho de campo. A série que termina aqui não tem como objetivo miná-la. Pelo contrário, deveria servir para fortalecê-la. Mas, como voltamos a ouvir algumas histórias já descritas por Romeu Tuma Jr., no seu "Assassinato de Reputações", a situação está longe de melhorar desde a publicação do livro, em 2013.
Que a PF extirpe dos seus quadros quem mancha a sua reputação, tirando vantagem do conturbado quadro político-institucional vivido pelo país.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Estadao: tres editorais, todos constrangedores

Triste constatar que, quando você abre a página de editoriais do seu jornal favorito, todos eles são sobre mazelas evitáveis, ou aspectos da realidade de um país que nos fazem sentir vergonha de nele viver, e de saber que a correção desses problemas vai ser difícil, por falta de estadistas, de compreensão correta da realidade, de coragem para enfrentar esses problemas.
Por isso mesmo vamos sair todos no dia 12 de abril.
Paulo Roberto de Almeida

Eis os editoriais do velho jornal reacionário:

domingo, 5 de abril de 2015

Corrupcao: dicionario de linguas do PT, e Editorial do Estadao

Cultura inútil nunca é demais, embora a corrupção seja não só demais, como pornográfica, tendo atingido alturas estratosféricas no reinado dos companheiros mafiosos.
Duas postagens numa só cajadada: a palavra corrupto ou corrupção, em várias línguas, e o PT não escapa dessa, nem querendo, e um editorial desse jornal reacionário, da mídia golpista, o nefando órgão da direita não envergonhada, que tanto irrita os companheiros corruptos e totalitários.
Paulo Roberto de Almeida

O jornalista Claudio Tognolli* construiu a frase mais inteligente do ano:

“É IMPOSSÍVEL ESCREVER CORRUPTO SEM PT”

...E não apenas em Português! Vejamos:

Albanês - korruPTuar
Alemão - korruPT
Catalão - corruPTe
Dinamarquês - korruPTe
Espanhol - corruPTo
Esperanto - koruPTi
Galês - corruPTo
Haitiano Creole - corruPT
Holandês - corruPT
Húngaro - korruPT
Inglês - corruPT
Islandês - sPillT
Latim - corruPT
Norueguês - corruPT
Romeno - coruPT
Sueco - corruPT

O PT colaborando para a correta composição de 'CORRUPTO' em 17 ou mais idiomas, um recorde!
* http://en.wikipedia.org/wiki/Claudio_Tognolli

Consequências da corrupção

Editorial O Estado de S.Paulo
04 Abril 2015 | 02h 05 

Com a finalidade de compreender melhor a relação entre corrupção e crescimento econômico - e assim propor estratégias mais eficientes no combate ao crime -, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) promoveu um estudo sobre o impacto da corrupção em quatro setores fundamentais para o desenvolvimento: indústrias de extração, infraestrutura (e serviços públicos), saúde e educação. O foco era analisar como a corrupção distorce o desempenho de cada um desses setores e as consequências dessas distorções para a sociedade.
Em relação às indústrias de extração, que são o principal motor do desenvolvimento de muitos países, o estudo enumera alguns fatores que deixam o setor especialmente vulnerável à corrupção: alto grau de discricionariedade política; frequente confusão entre o interesse público, o dos acionistas e os interesses pessoais; cenário de competição limitada a algumas poucas empresas, ocasionando comportamentos cúmplices; e estruturas financeiras complexas, que dificultam o controle. Segundo o estudo, a corrupção ocorre a partir de negociações enviesadas entre agentes públicos e privados, implicando decisões equivocadas na seleção de empresas e no planejamento de investimentos.
No setor de serviços públicos e infraestrutura, a OCDE considera que a frequente situação de monopólio e a necessidade de regulamentação estatal propiciam muitas ocasiões para abuso de poder e pedidos de suborno. O estudo descobriu falhas similares e constantes em todas as regiões do mundo, que são um convite à corrupção: deficiências de planejamento, descontrole nos gastos e estimativas de demanda inflacionadas.
No setor de saúde, o estudo elencou os seis tipos de abuso mais frequentes: suborno na prestação de serviços médicos, corrupção nos contratos, relações de marketing antiéticas, abuso de poder em cargos de alto escalão, pedidos de reembolso indevidos, além de fraudes e desvios de medicamentos e serviços médicos. Na saúde, a OCDE conclui que a corrupção distorce especialmente as decisões sobre a alocação de recursos públicos.
Ainda que reconheça a existência de estudos macroeconômicos demonstrando uma relação positiva entre investimentos públicos na educação e crescimento econômico, a OCDE não titubeia em afirmar que esse potencial de crescimento é muitas vezes anulado pela corrupção. De acordo com o estudo, a corrupção no setor educacional gera distorções tanto nas grandes decisões de investimento e de orçamento público como nas decisões pontuais (por exemplo, localização das escolas, gestão de recursos humanos, compra e distribuição de material). Para a OCDE, as consequências dos desvios no setor educacional são evidentes: menos professores capacitados, menores níveis de qualificação dos alunos, diminuição da produtividade dos trabalhadores, aumento da desigualdade social, bem como uma diminuição da capacidade de um país desenvolver indústrias competitivas.
De acordo com o estudo, a corrupção pode ser vista como um preço extra informal. Nos quatro setores é evidente o aumento dos custos provocado pela corrupção. A OCDE ressalva, no entanto, que essa visão pode ocultar outra face da corrupção - os efeitos indiretos adicionais, que provocam consequências graves tanto no crescimento econômico quanto no desenvolvimento social, como a redução da pobreza. Não é apenas que os remédios fiquem mais caros, por exemplo. Por causa da corrupção, uma parcela significativa da população pode ficar sem remédio. Nesse sentido, a OCDE vê a corrupção como causa de escassez, além de outros perniciosos efeitos sistêmicos.
O estudo da OCDE é global, mas joga luzes sobre a situação brasileira. Ter uma noção mais nítida das consequências econômicas e sociais da corrupção pode ajudar a anular um discurso que coloca o combate à corrupção praticada por grandes empresas como algo prejudicial à economia nacional, e não como uma necessidade do País e uma exigência da Nação.


sábado, 4 de abril de 2015

Corrupcao: a mais gigantesca escala desde Cabral

Estupefatos: eis como estamos todos.
Nunca Antes na história do Brasil tinhamos tido tanta roubalheira em tão vasta escala. Foge pelo ladrão, se ouso dizer, o volume de dinheiro desviado de TODAS as obras públicas.
Esse é o Brasil companheiro.
Paulo R. Almeida
Jornais e jornalistas vão raspando pelas beiradas. Nada mais adianta, senão a renúncia de Dilma e a erradicação do PT. A República está podre. Com este governo e este partido no poder, não há saída. A única saída é constitucional: impeachment, embora o blogueiro prefira a renúncia de Dilma. Mas não se pode esperar grandeza onde a polícia rasteja no esgoto:

Em um dos primeiros testemunhos prestados sob o regime de delação premiada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, ao Ministério Público e ao juiz Sérgio Moro, ele deixou registrado que o esquema de corrupção montado entre partidos (PT, PP, PMDB, no caso da estatal) e empreiteiras não se resumia à companhia, se espraiara pelos canteiros de grandes obras — usinas hidrelétricas, aeroportos etc.

Agora que as investigações sobre a roubalheira na Petrobras estão mais avançadas, alguns dos mesmos protagonistas do escândalo na estatal passam a falar também da corrupção em outros grandes projetos patrocinados pelo Estado.

Noticiou-se, primeiro, que a hidrelétrica Belo Monte gerara propinas para PT e PMDB — provavelmente lavados como doações “legais” — de 1% do valor do contrato fechado com a Camargo Corrêa. Cada legenda teria levado R$ 51,2 milhões, para a empreiteira ganhar o negócio, segundo o presidente da empresa, Dalton Avancini.

Agora, é a Ferrovia Norte-Sul, obra que se eterniza. O mesmo Avancini, em confissão também sob as normas da delação premiada, relatou a atuação do “clube de empreiteiras”, o mesmo do petrolão, para dividir entre si trechos da obra e o pagamento de propinas: 1% para cada um dos mesmos PT e PMDB; 5%, no caso de aditivos, muito usados para superfaturar ainda mais os contratos.

A história dessa ferrovia, ainda longe de ser completada, é um monumento à incúria do poder público. Lançada no governo Sayney (1985-1990), o projeto ganhou manchetes de denúncias em 87, quando a “Folha de S.Paulo” revelou o conluio entre empreiteiras para dividir 18 lotes da obra. Estavam lá a Camargo, a Odebrecht, Queiroz Galvão, Mendes Jr., entre outras. Ou seja, as de sempre.

Muito tempo depois, em 2012, no governo Dilma, um ex-presidente da Valec, estatal responsável pela construção de ferrovias, José Francisco das Neves, o Juquinha, chegou a ser preso pela Polícia Federal, numa operação de sugestivo nome: Trem Pagador. Juquinha tinha a proteção do PR, “dono” do Ministério dos Transportes desde Lula.

A ampliação do mesmo esquema de corrupção do petrolão a segmentos do PAC tem lógica: afinal, por que o PT e aliados (PMDB, PP...) que patrocinaram o assalto à Petrobras não fariam o mesmo em Belo Monte, na Norte-Sul e assim por diante? Até porque o outro lado, as empreiteiras contratadas, também é o mesmo.

Assim, a matriz da alta corrupção no Brasil envolvendo grandes obras públicas começa a ser desvendada a partir do petrolão. O PT não inventou o assalto aos cofres públicos, é certo, mas foi com ele que a roubalheira atingiria escala industrial, ficaria sistêmica. Como o PT se rendeu ao fisiologismo na montagem dos ministérios de Lula e Dilma e da base parlamentar, o que era artesanal virou ampla e veloz linha de montagem. 

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

E por falar em petroliferas: PDVSA se afunda na lama, tambem, e na incompetencia, tambem...

Ou seja, nada de muito diferente do que se vê por aqui, e talvez até pior.
A PDVSA já chegou a ser a segunda maior empresa do mundo, em termos de reservas petrolífera, e em princípio as da Venezuela superam, ou chegam muito perto das da Arábia Saudita.
Os companheiros bolivarianos conseguiram afundar a companhia, tanto quanto os daqui com a Petrobras.
Impressionante como corruptos, ladrões, incompetentes conseguem estrangular uma fonte de riquezas naturais.
Como se poderia dizer, são reis Midas ao contrário: no que tocaram, transformaram em....
Abaixo, uma pequena nota sobre a situação da PDVSA. Cliquem para aumentar.
Paulo Roberto de Almeida


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Petrobras: companheiros roubaram 1,2 BILHAO de dolares; acha pouco? Deve ser mais, certamente...

Não acredito nesse valor, que é apenas um montante detectado pelo órgão de controle, que me parece meio cego. Deve ser muuuuuuuiiiiiiiiito mais, sobretudo se computarmos o chamado custo-oportunidade  e muitos outros dezenas de milhares, talvez centenas de milhares de reais, que escoaram por outras vias, algumas até formalmente "legais", mas usadas para sobrefaturar, superfatura, megafaturar e qualquer outra coisa usada para roubar.
Como é que as pessoas vão olhar nos olhos dos companheiros?
Peergunto: dá para deixar essa quadrilha de mafiosos no poder?
Paulo Roberto de Almeida

Brasil corrupción

Desvíos en Petrobras suman 1.171 millones dólares según Tribunal de Cuentas

Infolatam/Efe
Brasilia, 11 de noviembre de 2014
Las claves
  • Nardes calificó las irregularidades como "el mayor escándalo investigado" por el Tribunal de Cuentas (TCU) de este país.
  • No obstante, exculpó de responsabilidad a la presidenta brasileña, Dilma Rousseff, que en la época de los hechos era miembro del Consejo de Administración de Petrobras en condición de ministra de Minas y Energía.
Las irregularidades en la petrolera estatal Petrobras que están bajo investigación le costaron a las arcas públicas de Brasil cerca de 3.000 millones de reales (unos 1.171 millones dólares), afirmó el presidente del Tribunal de Cuentas, Augusto Nardes.
Ese cálculo incluye el aumento del precio de forma supuestamente irregular en obras en el Complejo Petroquímico de Río de Janeiro (Comperj) y en las refinerías de Abreu e Lima, en Pernambuco (noreste), Duque de Caxias (Río de Janeiro) y Getulio Vargas (Paraná, sur), además de la compra de una refinería en la ciudad estadounidense de Pasadena (Texas).
En un almuerzo con periodistas brasileños, Nardes calificó las irregularidades como “el mayor escándalo investigado” por el Tribunal de Cuentas (TCU) de este país.
El responsable del TCU dijo que hay “indicios” de que las supuestas irregularidades lleguen a la cifra indicada, aunque matizó que los cálculos todavía tienen que ser estudiados por los magistrados que integran el organismo.
Estas supuestas irregularidades están siendo investigadas en diferentes procesos por la Fiscalía de Río de Janeiro y también por una comisión parlamentaria.
Cerca de la mitad del capital, unos 1.600 millones de reales (cerca de 585 millones de dólares), corresponde a las pérdidas sufridas por la compra de la refinería de Pasadena en 2006, en un proceso que el TCU considera que ya está “comprobado” el sobreprecio pagado por la petrolera.
Petrobras compró la mitad del capital de la refinería de Pasadena por 360 millones de dólares a la empresa belga Astra Oil, que un año antes había pagado 42,5 millones de dólares por la totalidad de la planta.
Debido a una cláusula en el contrato, Petrobras fue forzada a desembolsar otros 820 millones de dólares por la otra mitad del capital.
El pasado julio, el TCU determinó el bloqueo de los bienes de once exdirectores de Petrobras considerados responsables de la compra de la refinería.
No obstante, exculpó de responsabilidad a la presidenta brasileña, Dilma Rousseff, que en la época de los hechos era miembro del Consejo de Administración de Petrobras en condición de ministra de Minas y Energía.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A republiqueta dos companheiros afunda na lama: Petrobras, CPI da Petrobras, Sesi, o que mais?

Certamente que vão aparecer mais casos dessas falcatruas companheiras.
Basta que os funcionários, concursados ou não, que ostentem um pouco de dignidade, ou que estejam horrorizados com o quadro abominável de corrupção, de malversações, de atentados aos bons costumes ou à simples moralidade cidadã, se disponham a denunciar todos os companheiros que estão encostados e que não trabalham, todos os parentes, amigos do rei, protegidos do partido corrupto, todos os sindicalistas mafiosos que se locupletam com dinheiro sem controle.
Aliás, basta que qualquer cidadão, todo brasileiro honrado se conscientize que o reinado da máfia acabou, e que agora queremos construir um país melhor do que essa cloaca que está sendo erigida pelo partido totalitário.
Transcrevo apenas um trecho da matéria reproduzida na íntegra mais abaixo:

Já o repórter Murilo Ramos mostrou que uma das noras de Lula (R$ 13,5 mil por mês), a mulher do mensaleiro João Paulo Cunha (R$ 22 mil) e três outros petistas de carteirinha (mais de R$ 30 mil cada um) foram contratados pelo Sesi depois de 2003, já no governo Lula, não necessariamente para trabalhar. Aliás, nem mesmo para dar expediente como os meros mortais.

Pois é, brasileiros, o seu dinheiro está sendo surripiado em tenebrosas transações.
Quando é que vocês vão reagir?
Eu já estou fazendo a minha parte...
Paulo Roberto de Almeida

Tudo embolado
Eliane Cantanhêde
Folha de S. Paulo, terça-feira, 5 de agosto de 2014

Difícil dizer o que é pior: assessores do governo e das lideranças do governo e do PT no Senado redigindo "gabarito" para fazer da CPI da Petrobras uma farsa, ou o governo Lula transformando o Sesi num antro de pelegos ricos de fazer inveja à ditadura militar.

Uma fita amadora obtida pelo repórter Hugo Marques deixa a CPI, a Petrobras e o governo federal numa posição delicada. Foi Dilma quem acusou a Petrobras de fazer um negócio danoso com a compra da refinaria de Pasadena. Agora é a equipe de Dilma no Congresso e no Planalto que prepara a defesa de Graça Foster, José Sérgio Gabrielli e Nestor Cerveró, providenciando as perguntas da CPI e até as respostas que dariam?!

Se for assim, os servidores, sobretudo o do Planalto, fizeram um serviço de ética questionável, os senadores se prestaram a um papel lamentável, e o que dizer de Foster, Gabrielli e Cerveró? Eles não tinham respostas autônomas? Papagaiaram mentiras?

O mais grave é Cerveró, que assumiu dois papéis nesse teatro: foi acusado por Dilma de fazer um parecer falho e incompleto que a induziu a a erro; e agora é defendido pelo próprio governo de Dilma, que lhe teria enviado um script pronto para... rebater o que a própria presidente da República disse publicamente.

Dedução lógica: os escândalos da Petrobras estão associados aos governos Lula e Dilma e é preciso amenizar seus efeitos na campanha. Só isso explica ligar a máquina do Planalto para salvar até mesmo Cerveró.

Já o repórter Murilo Ramos mostrou que uma das noras de Lula (R$ 13,5 mil por mês), a mulher do mensaleiro João Paulo Cunha (R$ 22 mil) e três outros petistas de carteirinha (mais de R$ 30 mil cada um) foram contratados pelo Sesi depois de 2003, já no governo Lula, não necessariamente para trabalhar. Aliás, nem mesmo para dar expediente como os meros mortais.

O bom da história é que a denúncia partiu de funcionários que levam o Sesi a sério. Se a moda pega...

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Copa-estadios superfaturados: sim, vivemos na Republica Federativa da Mafia...

Uol Notícias, 4/04/2014
O estádio Mané Garrincha, propagandeado pelo governo federal e pelo Distrito Federal como um exemplo de sucesso de público e renda, pode levar até cerca de mil anos para recuperar aos cofres do DF o valor investido na obra. A arena teve um resultado operacional de R$ 1,371 milhão no primeiro ano de funcionamento -- um período em que o estádio recebeu 30 eventos entre jogos e shows, incluindo uma apresentação da cantora norte-americana Beyoncé e a partida de maior renda na história do Campeonato Brasileiro. O custo total da obra é até agora calculado em R$ 1,6 bilhão pelo TC-DF (Tribunal de Contas do Distrito Federal). Neste ritmo o estádio irá levar exatos 1.167 anos para recuperar o que custou. 
Considerada a previsão do tribunal de contas de que o custo chegará a R$ 1,9 bilhão quando todas as obras de sustentabilidade e no entorno do local estiverem concluídas e a taxa de ocupação se mantenha no mínimo como neste primeiro ano -- tido como "um êxito" pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e "um exemplo contra o derrotismo" pelo secretário-executivo da pasta, Luis Fernandes -- o tempo para retorno do investimento chega a 1.385 anos. A conta não considera oscilações nas taxas de câmbio, inflação e outras variantes no período.
O Mané Garrincha em Brasília é o estádio mais caro dentre os 12 construídos ou reformados para a Copa do Mundo, e irá receber sete partidas da competição este ano. Até agora, o local recebeu uma média de um evento a cada duas semanas e meia.
De acordo com o governo do DF, de maio, quando a arena foi inaugurada, até agora, a arrecadação para os cofres públicos com aluguel e taxas de uso do espaço foi de R$ 2,871 milhões. Como a conta de luz e água custou R$ 1,5 milhão ao governo no mesmo período, o Mané Garrincha rendeu R$ 1,371 milhão líquido nos primeiros 11 meses de funcionamento.
Segundo a Secopa-DF (Secretaria Especial da Copa do Mundo do Distrito Federal), na conta não está incluído o custo de manutenção do espaço, já que a construção possui cinco anos de garantia e outros 20 anos para a cobertura. Dos custos também está excluído o que é gasto com pessoal e material de segurança e limpeza.
"Estes serviços são realizados por contrato celebrado pela Secretaria de Planejamento, para atender a diversos órgãos do GDF. Ou seja, não se trata de um contrato exclusivo para atender a arena brasiliense", afirma a Secopa-DF por meio de sua assessoria de imprensa. "É importante destacar que a grande demanda por serviços de limpeza e segurança no estádio ocorre durante os eventos e, portanto, as despesas são de responsabilidade dos organizadores", completa a nota enviada à reportagem.
Assim, se incluirmos o preço fixo de limpeza e segurança e o fato de que daqui a cinco anos a manutenção ficará por conta do governo do DF, o custo operacional deve elevar-se ainda mais. Até o final de 2014, está prevista a inauguração do sistema e captação de energia solar, o que deve baratear a conta de luz.
'Elefante dourado'
No dia 26 de maio, o Mané Garrincha recebeu a partida de maior renda na história do Brasileirão: o jogo entre Santos e Flamengo, despedida de Neymar do time da Baixada Santista, gerou uma arrecadação na bilheteria de R$ 6,9 milhões de acordo com a CBF. Foi também o maior público da edição do campeonato, com 63.501 torcedores. Apesar disso para o dono do estádio de 72 mil lugares, o governo do DF, a renda com o aluguel foi de apenas R$ 4 mil. 
Em 2013, o Mané Garrincha recebeu 10 jogos do Brasileirão e, com eles, também obteve a melhor média de público do campeonato, com cerca de 36 mil pessoas por jogo. Desde inaugurado, o estádio já recebeu 655 mil pessoas ao todo. Foram 24 partidas de futebol -- entre campeonatos Brasileiro e Brasiliense, abertura da Copa das Confederações e um torneio internacional de futebol feminino -- três shows e dois eventos institucionais.
Os números autorizaram o ministro do Esporte a referir-se à arena como "elefante dourado" em entrevistas e pronunciamentos oficiais, para contrapor o sucesso ao temor que o estádio de Brasília se tornasse um "elefante branco".
"Já está consagrado o êxito da reconstrução do Mané Garrincha. Isso é importante para Brasília, e muito mais para o Brasil", afirmou Aldo Rebelo nesta terça-feira (1), durante inspeção da Fifa e do COL (Comitê Organizador Local) no local. "A Copa, para nós, é uma oportunidade de ouro que significa a geração de milhares de empregos", emendou o governador do DF, Agnelo Queiroz. "Sempre que somos questionados sobre elefantes brancos, apresentamos como grande exemplo o Mané Garrincha, contra esse derrotismo", arrematou o secretário-executivo do Ministério do Esporte.
Na ocasião o titular da Secopa-DF, Claudio Monteiro, irritou-se com a pergunta de jornalistas sobre a suspeita do TC-DF de que a obra da arena tenha tido um superfaturamento de pelo menos R$ 400 milhões. "É a turma do fura-bolo, que quer estragar a festa", disse, prometendo que vai responder um a um os questionamentos do órgão de controle.
Contradição
O que existe é uma contradição: enquanto o estádio gera lucros para quem usa o espaço  -- sejam jogos de futebol de times grandes ou shows internacionais -- a arrecadação é baixa para o governo, tendo em vista que conseguiu para os cofres públicos apenas R$ 2,871 milhões em quase um ano, mesmo com todo esse sucesso. Até agosto do ano passado, o aluguel da arena possuía um custo fixo de R$ 4 mil, independentemente do porte do evento.
A partir de então, um decreto assinado pelo governador definiu uma nova tabela de preços. Além dos custos operacionais, quem quiser usar o estádio para um jogo de futebol tem de pagar 15% do valor da renda bruta a título de aluguel. No caso dos clubes fecharem pacotes de quatro ou mais jogos, a taxa cai para 13%. As seleções brasileiras não pagam nada para jogar ali.
O decreto prevê ainda uma tabela de preços para utilização do Mané Garrincha em eventos culturais, religiosos, artísticos, educacionais e recreativos. Para uso apenas do gamado e da arquibancada inferior o aluguel sai por R$ 200 mil. Com a inclusão da área VIP, sobe para R$ 250 mil. Para utilização também dos camarotes o valor é de R$ 300 mil. O custo para uso de todo o estádio é de R$ 500 mil ou 13% da renda bruta do evento, considerado o maior valor entre os dois.
Futuro incerto
Além dos sete jogos da Copa do Mundo, que não geram renda ao governo, e outras seis partidas anunciadas nesta semana pelo titular da Secopa-DF (finais do Candangão, a final da Copa Verde, em abril, Botafogo x Goiás pelo Brasileirão, um jogo da Copa do Brasil e uma partida ainda indefinida), o calendário está indefinido para o Mané Garrincha após a Copa.
De acordo com a Secopa-DF, há conversas para mais partidas do Campeonato Brasileiro e para shows, mas nada concreto. Em 2016 a arena deve receber partidas do futebol olímpico, e em 2019 a Universíade.
No que depender do futebol brasiliense, o estádio só não fica vazio em uma final. "Para abrir o estádio precisa de uma empresa de limpeza com 50 funcionários, e mesmo para usar apenas o anel inferior você precisa de pelo menos 200 brigadistas", diz Regis de Carvalo, gerente de futebol do Brasília, time local.
"A média de um jogo, por baixo, é R$ 60 mil. Numa partida final você até consegue fazer uma renda superior a esse valor. Mas num jogo local entre times do Campeonato Brasiliense você não consegue", diz. A média de público do time no campeonato local foi de 500 pessoas. 
De acordo com a FBF (Federação Brasiliense de Futebol), os ingressos custam de R$ 1 a R$ 20. "Geralmente acabamos com jogos deficitários, isso sem usar o Mané Garrincha", resume a situação Josafá Dantas, presidente da entidade. "Outros campeonatos também têm rendas baixas. E se você comparar nosso futebol com o de outras regiões, ainda somos debutantes. Somos mais novos. Isso não quer dizer que não tenhamos de lutar para melhorar", completa.
'Não se paga a curto prazo'
"Ressaltamos que os resultados financeiros de shows, partidas de futebol e demais eventos realizados no Mané Garrincha não devem ser mensurados tendo em vista tão somente o retorno para a arena. Nem o Estádio Nacional de Brasília nem qualquer outra arena do mundo se paga em curto prazo", diz a assessoria de imprensa da Secopa-DF. "Não se pode aferir a eficiência do estádio se baseando, apenas, na geração de lucro financeiro. O estádio é um instrumento de desenvolvimento econômico e social para todo o Distrito Federal. E já vem demonstrando isso".
Segundo o governo do DF, cada evento no estádio injeta cerca de R$ 12 milhões na economia local e gera pelo menos dois mil empregos. Diz que quando há atividade no local, o faturamento do comércio no entorno da arena aumenta em até 30%. 

A Secopa-DF afirmou, em diversas repostas ao UOL Esporte ao longo do último ano, que prepara um edital de licitação para fazer uma concessão do local à iniciativa privada, mas até agora não há prazo para isso acontecer nem apareceram interessados no projeto.
Veja Também