O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador corte de cargos e de estatais. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador corte de cargos e de estatais. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Governo: e a prometida reducao de cargos e de gastos? - Congresso Em Foco

Líder de Temer na Câmara nega aparelhamento do Estado e afirma que número de cargos de confiança será reduzido
Congresso em Foco, 17/10/2016

Seis meses após ter chegado ao Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer ainda não cumpriu a promessa de reduzir os cargos no governo federal. Levantamento feito pelo jornal O Globo no Portal da Transparência mostra que o total de cargos de confiança e funções gratificadas aumentou nos meses de governo interino. Passou de 107.121, em maio, para 108.514 em 31 de agosto. A data marca a cassação do mandato da ex-presidente Dilma e a última atualização do banco de dados do portal. O aparelhamento do Estado era uma das principais críticas feitas pela antiga oposição – hoje no bloco de apoio a Temer – à gestão petista.

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão atribui o aumento ao processo de reformulação das equipes do novo governo, com remanejamentos, demissões e contratações. No último dia 10, uma lei federal extinguiu 10,4 mil cargos de chefia no governo federal que podiam ser ocupados por qualquer pessoa indicada e os substituiu por gratificações que só podem ser dadas a funcionários públicos de carreira.

O governo Temer estima uma economia anual de R$ 632,3 milhões com a eliminação desses cargos chamados de Direção e Assessoramento Superiores (DAS). Mas o alívio para os cofres públicos será menor devido à criação das gratificações, batizadas de Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE), que preveem um gasto de R$ 379,4 milhões. Na prática, ressalta oGlobo, a alteração provocará uma economia anual de R$ 252,9 milhões.

O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), nega que o governo Temer esteja promovendo um “aparelhamento” do Estado. “Esse número de cargos vai diminuir com certeza. Não sei precisar para quanto, mas vai diminuir. Até porque quando o governo apresenta uma PEC (241) que limita gastos públicos, o próprio governo tem que dar o exemplo. E está dando exemplo deixando a máquina funcionando dentro das suas necessidades, sem apadrinhamento, sem cabide de emprego”, declarou ao jornal.

De acordo com o Globo, os aliados de Temer começaram a ocupar cargos de chefia antes mesmo da conclusão do processo de impeachment, em substituição a petistas. As negociações começaram por volta do dia 17 de abril, quando a Câmara aceitou a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Big IF: there will be a double dip recession?

Essa é a pergunta, não de um, mas de vários milhões, mais propriamente de bilhões de dólares, talvez mais de um trilhão...
Em todo caso, a China ainda está crescendo, embora tenha um bocado de bolhas (imobiliária, de crédito, outras) acumulando aqui e ali...
Vamos ver se a economia mundial se ajeita, ou se mergulhamos outra vez no desespero.
Alguns países estão fazendo o seu homework, como o Reino Unido, cortando gastos e controlando déficit. Nem todo mundo pode dizer a mesma coisa...
Paulo Roberto de Almeida

Don't Rule Out a Double Dip Recession
By CHRISTOPHER WOOD
The Wall Street Journal, May 24, 2010

In addition to Europe's woes, we have slower growth in China and a decline in bank lending and the velocity of money in the U.S.

World financial markets reacted bearishly to Germany's surprise announcement last week banning "naked" short-selling of euro-zone government debt, derivatives and some financial stocks. Short selling is considered naked when it involves the sale of an asset that isn't owned by the seller and isn't borrowed to cover the position while it's held. The news disturbed investors because of the unilateral nature of Germany's action. It's also seen as a potential prelude to other antimarket actions from Germany, or for that matter the U.S. and other Western nations, where the political backlash against free markets continues.

Also causing anxiety is the ominous rise in recent weeks in the three-month London interbank offered rate (Libor), the rate the most creditworthy banks charge each other for loans. This could result in yet another European credit crisis with banks becoming increasingly unwilling to lend to each other because of the interconnected holdings of "junk" European government debt. Bank for International Settlements (BIS) data shows that European bank exposure to sovereign debt in Portugal, Italy, Ireland, Greece and Spain totalled $2.8 trillion at the end of last year, accounting for 89% of international banks' total exposure to those countries.

View Full Image
AP100521046522
Associated Press
AP100521046522
AP100521046522

Moving beyond Europe, a further negative for investors to contend with has been China's current tightening cycle; most particularly a machine-gun burst of antispeculation measures in the past two months aimed at its booming residential property market. China's leadership, worried by growing social concerns about unaffordable apartment prices, will want to see official confirmation that both residential property transactions and residential property prices are falling, as indeed is now the case. Transaction volumes are down more than 50% from the levels reached in the first half of April. Prices will soon follow.

An easing in policy toward housing by Beijing is unlikely until the end of the third quarter, though an earlier U-turn on policy is plausible in the event of a complete blowup in Europe. For this would reactivate Beijing's concerns about its business abroad. When the green light is turned on again, whenever that may be, all the empirical evidence suggests that this will translate into renewed demand for residential properties—as was also the case at the beginning of 2009, which was the last time the policy was reversed.

China's woes have served to aggravate the concerns of investors who are already negatively focused on Europe, where the Greek crisis has revealed the critical fault line of the euro-zone—namely the difficulty of having monetary union without political union.

Meanwhile, the fundamental trend in the West remains profoundly deflationary. Last week the U.S. government reported that the country's core consumer price index (CPI) inflation rate slid in April to its lowest level in 44 years.

It is also the case that, if the U.S. headline CPI remains flat from May onwards, the year-on-year headline CPI inflation rate will then fall to 1.4% in June and zero by January from 2.2% in April. This trend will reawaken deflationary concerns prompting Federal Reserve Chairman Ben Bernanke to keep interest rates at zero.

Or consider Ireland, which has suffered an astonishing 16 consecutive months of price deflation. The Irish CPI fell by 2.1% year-on-year in April. This deflation action is beginning to make Japan's experience of the past 20 years look like a picnic because Ireland, unlike Japan in the 1990s, remains in fiscal contraction mode. Thus, the Irish government aims to reduce its deficit to 10% of GDP in 2011 and then to 2.9% in 2014 from 14.3% last year

Others in the euro-zone will surely follow. Spain has potentially a huge deflationary cycle to endure given its level of consumer leverage and the degree of anticipated fiscal tightening. Spain's household debt-to-GDP ratio was 83% at the end of 2009, and Spain has to refinance €165 billion of maturing government debt by the end of 2011.

For the moment Spain has only just sunk into outright price deflation. Spanish core CPI, which excludes unprocessed food and energy products, fell by 0.1% year on year in April. This is the first core CPI deflation in Spain since the data series began in August 1986. But the pattern looks set to endure, and this is in a country that already has 20% unemployment.

Meanwhile, in America bank lending continues to decline as does the velocity of money in circulation. If this persists, markets will face worryingly low GDP growth in the U.S. going into 2011. It's this prospect that's begun to be discounted in the recent stock-market correction, which has already seen the S&P 500 give up all its gains for the year. This will sooner or later pave the way for another round of fiscal easing in Washington when both the Obama administration and Congress give up on their current hopes of a normal U.S. recovery.

That political mood swing will again raise the protectionist risk in Washington, with the lightning rod being the Chinese exchange rate. Beijing has been signaling that it will resume incremental appreciation of the renminbi by the middle of this year. But with the renminbi having appreciated by 24% against the euro since late November, China's leaders may be having second thoughts. A trade row between China and the U.S. on top of the growing concerns about a "double dip" in the West is the last thing markets will want to contend with. But they may have to.

Mr. Wood, equity strategist for CLSA Ltd. in Hong Kong, is the author of "The Bubble Economy: Japan's Extraordinary Speculative Boom of the '80s and the Dramatic Bust of the '90s" (Solstice Publishing, 2005).

domingo, 2 de maio de 2010

Teria sido melhor nao ter aumentado a maquina do Estado sem necessidade

A Espanha tem cortado gastos públicos, especialmente empresas estatais e cargos de servidores, o que é uma boa medida. Mas teria sido melhor não ter criado todas essas estatais e esses cargos para não ter de fazer o sacrifício (e a crueldade) de ter de eliminar depois, em momentos de crise.
Enfim, nem todo mundo pensa assim...

Espanha reduz tamanho do Estado para enfrentar crise
Jamil Chade
O Estado de S. Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2010

Governo anuncia redução de 30% do número de estatais; corte de mais de 500 cargos executivos nas empresas públicas e extinção de 32 postos de confiança no governo

GENEBRA - A Espanha reduz em 30% o número de estatais, corta mais de 500 cargos executivos nas empresas públicas e acaba com 32 postos de confiança no governo. As medidas anunciadas nesta sexta-feira, 30, fazem parte de uma tentativa desesperada de reduzir o déficit nas contas públicas. O governo também confirmou que, pela primeira vez desde a entrada da Espanha na zona do euro, mais de 20% da população está desempregada. Em algumas regiões, a taxa de desemprego já chega a 27%.

A Espanha foi a xodó da UE por anos, com crescimento a taxas elevadas, geração de emprego e modernização de sua economia. Mas o país se tornou em uma das maiores vítimas da crise mundial e sua economia ainda não conseguiu superar a recessão. O déficit explodiu e passou de 11% do PIB ao final de 2009. Nesta semana, o país ainda teve seu rating rebaixado, como uma forma de punição do mercado financeiro.

Na sexta, o governo decidiu reagir. Madri anunciou que acabará com 29 empresas públicas, o que levará à redução de 80 executivos e mais de 450 cargos com salários elevados. O número de empresas na qual o governo tem mais de 50% das ações passa então de 106 para apenas 77.

A reestruturação prevê o fim de empresas mercantis, a fusão de 24 companhias, assim como a eliminação da maioria de fundações mantidas pelo Estado.

A reforma também atingiu a máquina do Estado. 32 cargos de alto escalão desapareceram do dia para noite, na esperança de economizar € 16 milhões em salários por ano. No total, o governo reduziu em 10% o número de cargos de alto escalão na estrutura do poder.

A meta do governo é a de reduzir os gastos da máquina pública em € 50 bilhões em três anos. Para isso, precisará cortar 4% do funcionalismo público. Na sexta, os cargos que desapareceram foram de diretores-gerais de departamentos e secretários de ministérios.

Para a vice-presidente do governo espanhol, María Teresa Fernández de la Vega, as medidas tem como meta a eficiência da máquina estatal. "Atuamos com rigos, decisão e responsabilidade. Os cortes significam mais trabalho com menos recursos humanos", disse.

Dados da Organização Internacional do Trabalho revelados pelo Estado há poucos dias apontam que a tendência de corte de funcionários públicos está sendo registrada em toda a Europa.