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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Quais são as nossas verdadeiras ameaças? - Paulo Roberto de Almeida

Quais são as nossas verdadeiras ameaças?

Paulo Roberto de Almeida

Uma das tragédias da nossa época, da nossa conjuntura histórica, não é exatamente o fato de estarmos enfrentando uma pandemia que vai provavelmente causar mais perdas econômicas, mais miséria e pobreza, do que propriamente perda de vidas humanas, certamente não na proporção da Peste Negra do século XIV, ou na da “gripe espanhola” (americana), com seus milhões de mortos, logo ao final da Grande Guerra.
A Grande Depressão que ela pode ainda causar, a retração da globalização e o desemprego já evidente talvez sejam maiores do que a “mãe de todas as crises”, a Grande Depressão dos anos 1930.
Mas estas perdas, em vidas humanas, e os retrocessos econômicos, talvez não sejam os piores desafios dos nossos tempos, que algumas mentes tresloucadas querem ver como sendo a “decadência do Ocidente”, elegendo então uma cavalgadura como o Trump como o suposto “salvador do Ocidente”, o que é uma impostura monumental, e não apenas teórica, ou histórica, mas também simplesmente factual.
Uma das nossas maiores tragédias é o fato que essa hipotética decadência — se ela existe, de fato — não é causada por nenhuma preeminência agressiva” da China ou de outros alegados competidores desse Ocidente supostamente em declínio, por causa de uma imaginária “concorrência desleal” ou de outras práticas maliciosas dessas potências ascendentes.
As verdadeiras causas residem na estagnação dos impulsos produtivos, dos esforços inovadores, de um estadismo esclarecido, na opção por um retorno sobre si mesmos, em uma reversão mercantilista, instintos protecionistas, mas sobretudo na volta de velhas tendências nacionalistas, nos extremismos medíocres consolidados sob a forma de demagogia política e de populismo econômico, tanto de esquerda, quanto de direita, em especial de extrema-direita.
Acresce que os novos líderes surgidos dessa nova “revolta das massas” são, via de regra, extremamente ignorantes e, com poucas exceções, singularmente estúpidos, como é o caso dos dois presidentes dos maiores países do hemisfério ocidental (além de estúpidos, mesquinhos e perversos, nestes casos).
À diferença das animosidades entre os impérios centrais e o confronto com as democracias ocidentais, que causaram a Grande Guerra, e em contraste com o expansionismo militarista dos Estados fascistas, que precipitou o mundo na voragem da Segunda Guerra Mundial, o atual processo de declínio — muito relativo — das potências ocidentais, em face do gigante asiático, por elas considerado como um “desafiante estratégico”, não tem nada a ver com qualquer “ocupação de espaços” antes exclusivamente ocidentais, no comércio, nas finanças, na tecnologia, nos investimentos, na influência política ou ideológica, soft power ou qualquer outro desafio desse tipo.
Nem haverá uma alegada repetição da última fantasmagoria de acadêmicos liberais das melhores universidades americanas convertidos à paranoia dos generais do Pentágono, a tão temida (talvez até desejada) “armadilha de Tucídides”, como não se cansa de repetir Graham Allison, o autor do mais celebrado “The Essence of Decision”, sobre a crise dos mísseis soviéticos em Cuba, que quase levou as duas superpotências “to the brink”.
A decadência “ocidental” — se ela existe, o que eu não acredito — é auto-infligida, made at home, e deriva justamente da burrice nacionalista dos seus dirigentes.
Os Estados Unidos de Trump mergulharam nessa espiral do declínio, provavelmente o Brasil de Bolsonaro também, assim como uma meia dúzia de outros países que fizeram a bobagem de votar por demagogos ignorantes e populistas totalmente despreparados para enfrentar os desafios da (e contrários à) globalização. Esses países vão recuar, absoluta ou relativamente, até que surjam estadistas capazes de libertá-los da “armadilha da burrice” à qual foram conduzidos por eleitores ignorantes e suscetíveis de se deixarem enganar por demagogos e gurus tresloucados.


Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 5/06/2020

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

UNILA: democratismo anti-academico defendido por Professora: aberto o debate

Como eu tivesse postado aqui uma petição de professores contrários ao democratismo demagógico praticado na UNILA (mais uma das criações companheiras, feitas com objetivos companheiros), uma professora dessa universidade (ainda que bizarra quanto ao conceito), vem a público defender o critério paritário adotado naquela instituição.
Não tenho nenhum problema em apresentar aqui pontos de vista contrários aos meus, apenas reafirmando que sou contra essa demagogia barata.
Universidade deve ter critérios acadêmicos, o que inclui o mérito e a disposição de seu corpo permanente (professores) em tomar decisões do interesse da instituição como um todo em caráter mais ou menos permanente, o que não deveria, e não deve incluir funcionários e alunos, que ali estão para atender seus interesses de emprego ou de estudo, temporário.
O democratismo demagógico está destruindo as instituições brasileiras de ensino, e é contra isso que eu me posiciono.
Em lugar de uni-la, se me permitem o trocadilho, os demagogos estão dividindo a instituição.
Com a palavra quem é a favor.
Paulo Roberto de Almeida

Sel Guanaes

20 minutos atrás (editada)  -  Compartilhada publicamente
 
Sou professora da UNILA desde a sua fundação, fui membro durante os 2 primeiros anos de sua existência do Conselho Superior Universitário, que com base no princípio da autonomia administrativa conferida pela Constituição tem composição paritária, e posso garantir ao Sr., como docente, que o Conselho Superior da UNILA trabalhou muito bem durante esses dois anos, não faltando com respeito às distintas competências, inclusive àquelas que são de natureza didático-científica e pertinentes ao corpo docente, tendo aprovado ao longo desses 2 anos diversos documentos institucionais, inúmeros cursos de graduação e de pós, cursos reconhecidos pelo MEC com excelentes notas, e documentos aprovados pela CGU e AGU com absoluta transparência e dentro dos trâmites administrativos, o que nos leva a concluir, portanto, que a composição paritária do Conselho não trouxe nenhum impacto negativo e/ou demérito à esta Universidade e o único problema indissolúvel que a universidade enfrenta atualmente é a judicialização dos seus atos e documentos fundantes. Felizmente, essa não é uma mera posição pessoal e tendenciosa, mas de uma ampla maioria da universidade, que recentemente foi legitimada também pela defesa da Procuradoria Geral da União/MEC (https://drive.google.com/file/d/0B0U6YWysHy4KbUpIY1FsSmUyS1E/view?pli=1), que deixa claro, com todas as letras frias da LEI, que a composição paritária do CONSUN não trouxe nenhum dano à universidade e que a mesma tem autonomia administrativa para decidir sobre suas instâncias gestoras, e que, exatamente ao contrário, é a Ação Civil, que criminaliza e pede supressão do Conselho paritário através de uma intervenção judicial, dita improcedente, é que estaria provocando "danos irreversíveis" à Universidade, danos que são cuidadosamente elencados pelo Procurador da União e que tem repercussão negativa em toda a região e comunidade local. Como o Sr. se sentiu no direito de publicar algo sobre uma comunidade acadêmica e um projeto universitário que desconhece completamente, me sinto na liberdade de solicitar ao Sr., já que a universidade foi exposta de maneira negativa e equivocada no seu blog, que publique também a defesa da União. Acho no mínimo ético e coerente, sobretudo quando a "legalidade" é o argumento central aqui e tem servido de retórica, quando convém, a interesses particulares e de cunho político-partidário que em nada contribuem para a elevação e a excelência da universidade brasileira, menos ainda para o estabelecimento de uma efetiva democracia. Por fim, nós acreditamos Sr. Paulo Roberto, que os dilemas internos se resolvem politicamente e intelectualmente junto à comunidade interna, com base no debate de ideias e na defesa de projetos que estejam legalmente amparados, como o nosso está. Fora desse âmbito, qualquer ação e manifestação é alheia, arbitrária e irresponsável, não tendo em vista o bem comum e nem o zelo pelos principios constitucionais.
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Encerro (PRA): Nenhum dos argumentos da professor me convenceu quanto aos supostos méritos da representação paritária, e continuo contrário a ela.
Mas o debate está aberto.
Paulo Roberto de Almeida 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Bolivia: demagogia economica presidencial deve acirrar inflacao e causar quebra de empresas

Bolivia Economía

En campaña, Evo aumenta los salarios

evo morales decreto salarios
El presidente de Bolivia, Evo Morales, firma un decreto para que el Estado y el sector privado paguen doble aguinaldo a sus trabajadores cada vez que el PIB crezca un 4,5 %
Infolatam
La Paz, 21 noviembre 2013
Por FERNANDO MOLINA

Evo Moralescandidato a una segunda reelección, sorprendió a propios y extraños con una medida que pocos dudan en calificar como parte de su arsenal de campaña: duplicó el aguinaldo o salario navideño de los empleados del Estado y del sector privado formal.
La lógica de la medida, llamada “Esfuerzo por Bolivia”, es la siguiente: cada vez que el país supere un crecimiento del 4,5 por ciento del PIB, los trabajadores “en blanco”, es decir, legales, recibirán dos sueldos adicionales a fin de año, cuando lo normal era que obtuvieran uno. En 2013 la economía boliviana superó el citado guarismo, por lo que el beneficio debe concretarse hasta el 31 de diciembre.
El regalo navideño de Evo sólo llegará al 30 por ciento de la población económicamente activa, ya que el resto trabaja por su cuenta o en negocios informales que por definición quedan fuera de los alcances de las mejorías laborales.
Las críticas no se hicieron esperar: la Cámara de Industria rechazó la decisión por “inconsulta”,”política” y porque convierte un hecho temporal (el crecimiento causado por el alza de los precios de los productos que el país exporta) en un derecho laboral permanente. Este pronunciamiento representa la preocupación de los medianos y pequeños empresarios que obviamente no previeron que deberían pagar una planilla adicional a sus obligaciones normales.
Otra crítica que se esgrimió de inmediato fue la de “incoherencia” en la política económica, ya que en los últimos meses el Banco Central estuvo vendiendo bonos para retirar liquidez de la economía a fin de evitar un incremento de la inflación, que hasta ahora ha sido de 7,5 por ciento anual, con tendencia a subir. A contrapelo de estas prevenciones, la duplicación del aguinaldo, tomando en cuenta solamente al sector público, inyectará en la economía el equivalente a 3.000 millones de dólares.
La oposición habla de “demagogia”, “populismo” y de “injusticia”, porque se usa el mismo rasero (el crecimiento económico) para empresas grandes y pequeñas, rentables y deficitarias, y porque el bono extra no beneficiará al mayoritario sector informal.
Algunos analistas, sin embargo, creen que la medida consolidará el favor (y, en algunos sectores, el fervor) popular hacia Morales y su partido, haciendo más dificil de lo que ya era su derrota electoral en 2014.
Sin embargo, la decisión romperá la alianza tácita que se había sellado en el último tiempo entre los empresarios y el Gobierno, y enajenará de éste a ciertos sectores de clase media que veían a Morales como un dirigente más responsable en materia económica que Chavez-Maduro y los Kirchner.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Demagogia governamental se estende ao transporte aereo: subsidios para passagens de aviao

Será que o brasileiro não percebe que esse subsídio que o governo pretende dar para passagens aéreas vai mesmo sair do seu próprio bolso, de todos os bolsos, mesmo dos daqueles que não viajam e nunca viajarão de avião?
Será que os brasileiros não percebem que se trata de demagogia das mais escandalosas, que representa mais intervencionismo estatal na vida econômica do país e que vai significar uma distorção ainda maior do já deformado do ambiente de negócios no Brasil?
Mais ainda: se trata de uma porta aberta à corrupção, toda vez, cada vez que uma medida especial de subsídio governamental é introduzida para qualquer coisa, por qualquer motivo. Parece até que o governo está convidando as empresas a fraudarem os registros de passageiros, para ganhar um pouco mais do maná governamental.
Ou seja, as pessoas são néscias, os políticos são coniventes com a demagogia e esse governo anti-mercado vai continuar destruindo a economia de mercado no Brasil?
O Brasil está condenado a virar um país socialista? Sem querer?
Paulo Roberto de Almeida

Governo quer passagem aérea com preço de ônibus

  • Empresas terão subsídio para operar rotas regionais em 270 aeroportos do país
  • O Globo, 1/12/2013

BRASÍLIA - Para estimular os voos em 270 aeroportos de pequeno e médio portes do país, que serão turbinados com o programa da aviação regional, o governo quer oferecer aos passageiros bilhetes por preços semelhante às passagens de ônibus. Para isso, será oferecido um subsídio às empresas que quiserem operar rotas, ligando cidades menores aos grandes centros. Segundo o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, antecipou ao GLOBO, a proposta prevê subsídios diferenciados por região, segundo a renda dos moradores e os preços das passagens rodoviárias, que variam entre os estados. Já está certo que o governo vai subsidiar até metade dos assentos da aeronave, no limite de 60 assentos.

Aeroporto de Cabo Frio será beneficiado
Foto: Márcio Alves / Márcio Alves/22-11-2012- A companhia vai receber o subsídio, tendo como referência o preço que ela estiver cobrando do passageiro - explicou Moreira Franco.
O ministro disse que, além de facilitar o acesso da população ao transporte aéreo, como é caso de moradores da região da Amazônia, por exemplo, o estímulo à aviação regional será positivo ao abastecer os grandes hubs (aeroportos que funcionam como centro de distribuição de rotas). Hoje, há cinco pequenas empresas que operam rotas regionais e atendem a 21 municípios, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). São Trip, Passaredo, Sete, Brava (NHT) e Map Linhas Aéreas.
O governo ainda não dispõe de projeções de preços com a adoção dos subsídios, mas um levantamento nos sites da empresas aéreas e de transporte rodoviário mostra que há um enorme discrepância nas tarifas. Uma passagem aérea (ida e volta) entre Belo Horizonte e Ipatinga (separadas por 220 quilômetros) custa entre R$ 270 e R$ 880, fora a taxa de embarque. De ônibus, a viagem sai por R$ 106. Para ir de avião de Juiz de Fora ao Rio, o passageiro precisa desembolsar entre R$ 502 e R$ 707, incluindo a volta; se for de ônibus vai pagar R$ 168. A distância entre as duas cidades é de apenas 179 quilômetros.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Matematica elementar: a Republica da meia entrada

Vejamos:


O Estatuto da Juventude foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira, com dois vetos ao texto. Foi mantida a meia-entrada para estudantes e jovens de baixa renda até o total de 40% dos ingressos disponíveis para o evento.

Se é até 40% dos ingressos disponíveis, é possível que os 40% representem bem mais das vendas efetivas, se todas as cadeiras pagas não forem preenchidas.
Isso é que se chama bondade com o bolso alheio...
Paulo Roberto de Almeida