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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Educacao: a deformacao da verdade pelos companheiros - Guilherme Fiuza

Os companheiros embotaram e continuam embotando as mentes dos mais jovens.
Junto com a gigantesca corrupção que consolidaram no setor público, privado, e nas ONGs, em tudo, o fechamento das mentes pela propaganda mentirosa constitui a pior herança maldita dos companheiros.
Pior: seus efeitos são longos, contínuos e permanentes.
Paulo Roberto de Almeida

Os companheiros privatizaram a verdade
GUILHERME FIUZA
REVISTA ÉPOCA, novembro 16, 2014

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA ESTÁ EMPESTEADA DO VÍRUS IDEOLÓGICO QUE PROSTITUI A VERDADE

Teste de história para o 3" ano do ensino médio, numa escola particular do Rio de Janeiro bem colocada no ranking acadêmico:

"O presidente eleito (FHC) governou o Brasil por dois mandatos, iniciando a consolidação da política neoliberal no país, principiada pelos presidentes Collor e Itamar Franco. Sobre os dois mandatos (1995-2002), pode-se afirmar que se caracterizam:

e) pelo limitado crescimento econômico; privatização das empresas estatais; diminuição do tamanho do Estado; e apagão energético, que levou ao racionamento e ao aumento do custo da energia.

A alternativa "e", acima, é a resposta correta, segundo o professor que aplicou o teste. 
As quatro alternativas erradas são recheadas de bondades sociais, naturalmente identificadas pelos isentos elaboradores do teste com os governos do PT - muito distantes das maldades neoliberais de FHC. É muito grave o que acontece no Brasil. Um arrastão que mistura má-fé e credulidade empreende uma lavagem cerebral no país.
Vamos repetir o termo, para destacá-lo da frase anterior, que ficou um pouco longa:lavagem cerebral.
O exemplo acima é um retrato triste, vergonhoso, do que se passa nas bases da civilização brasileira. A transmissão do conhecimento no Brasil está empesteada pelo vírus ideológico - aquele que sabota a cultura e prostitui a verdade. Nada, absolutamente nada, pode ser mais grave para uma civilização. A quebra da confiança no saber destrói uma sociedade. Quando os monstros nazistas e comunistas foram pegos na mentira, o flagelo social já estava consumado - com a complacência da coletividade.
O PT caminha para 16 anos no poder. Engana-se quem vê inflação e recessão como os piores produtos de uma gestão desonesta. O pior produto é o envenenamento das instituições - gradual, sorrateiro, letal. O brasileiro, esse ser dócil, acha que o julgamento do mensalão foi um filme de época. Recusa-se a perceber que aquele golpe (submeter o patrimônio público a interesses partidários) se aprofunda há 12 anos. O PT montou uma diretoria na Petrobras para a sucção bilionária do dinheiro do contribuinte. Qual é o grande escudo para mais esse assalto?
É a lavagem cerebral. O Brasil engole o assalto petista porque está embriagado dos clichês de bondade, associados aos heróis da vagabundagem. Eles são administrativamente desastrosos e contam com grande elenco de pilantras condenados, mas pelo menos não são "neoliberais de direita". É esse o truque tosco do teste escolar aqui citado.
O que é uma "política neoliberal", prezados mestres da panfletagem? Por acaso vocês se referem à abertura econômica do país, com o avanço de prosperidade dela advindo? Claro que não. Vocês citaram "neoliberal" como um palavrão, cuspido pelo filho do Brasil num desses palanques em que ele mora. Vocês não têm nem uma pontinha de vergonha de resumir os anos FHC a um "limitado crescimento econômico" - tendo sido esse o governo que deu ao Brasil uma moeda de verdade?
Não, Ok. Vocês não têm vergonha de nada. Nem de escrever que, nesse período, se deu "a privatização das empresas estatais". Como assim? Todas? Acrescentem ao menos: com exceção de empresas como Petrobras, Correios e Banco do Brasil, que permaneceram públicas para que os companheiros pudessem fazer nelas seus negócios privados. Vocês também poderiam, prezados mestres da educação brasileira, escrever que FHC privatizou a telefonia agonizante e, assim, melhorou a vida dos pobres. Não, desculpem: os pobres pertencem a vocês, e a seus patrões petistas. "Privatização das empresas estatais" - mais um palavrão ideológico, cuspido nos ouvidos de estudantes adolescentes. Prezados professores: vocês são uns covardes.
Nem merece retificação a referência ao "apagão" - que só aconteceu nas suas mentes obscuras. O que vocês devem admirar é a mentira progressista das tarifas de energia e gasolina, que finge dar ao consumidor o que rouba do contribuinte. Ou os truques da contabilidade criativa e do adestramento de dados no Ipea e no IBGE.
O país é hoje comido por dentro. Só passará no vestibular se responder a uma questão, antes de qualquer outra: Dilma sabia ou não sabia do petrolão? Tapem os ouvidos, prezados lavadores de cérebros.

sábado, 6 de setembro de 2014

Educacao piora, como era de se esperar sob os companheiros

Eles não são responsáveis por tudo o que acontece de ruim na educação brasileira, obviamente, só pelo que acontece de pior, pois a metodologia companheira, o conjunto da obra, vai sempre nos levar cada vez mais para o fundo.
Paulo Roberto de Almeida 
Por Bianca Bibiano e Jadyr Pavão Júnior
VEJA.com, 5/09/2014

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação, divulgou na tarde desta sexta-feira os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos a 2013. O Ideb mede a qualidade do ensino nos ciclos fundamental (1º a 9º ano) e médio de escolas públicas e privadas de todo o Brasil.

Os dados revelam que há estagnação nas duas etapas. Nos anos finais do fundamental e no médio, todos os indicadores gerais ficaram abaixo das metas previstas: isso inclui as médias nacional e das redes públicas (estaduais e municipais) e privadas. A exceção foi registrada nos anos iniciais do ensino fundamental, em que a única constatação negativa ficou na rede privada, que não atingiu a meta estabelecida (confira os dados nos gráficos abaixo).
O Ideb tem dupla função. Por um lado, avalia (em uma escala de 0 a 10) a qualidade da educação que já é oferecida. Por outro, propõe metas que escolas e redes de ensino devem atingir até 2021. As metas, contudo, são modestíssimas. O Ideb prevê, por exemplo, que o conceito médio nos primeiros anos do ensino fundamental atinja só em 2021 a nota 6 — correspondente, segundo cálculo do Inep, à média alcançada em 2003 pelos alunos de nações desenvolvidas noPisa, mais importante avaliação educacional do planeta. Ou seja, se o brasileiro médio chegar a esse patamar em 2021, estará quase duas décadas atrasado.
Dentro das limitações desse cenário, o Ideb 2013 confirmou tendências dos anos anteriores. Na média, o ensino avança vagarosamente, em geral atingindo metas propostas ao país e redes de ensino. Outra tendência clara é o rebaixamento das médias a cada ciclo escolar. Assim, as notas do 5º ano são superiores às do 9º, que, por sua vez, superam as do ensino médio. “De maneira geral, o Brasil está se organizando no ensino primário. Depois disso, no segundo ciclo, quando exige-se mais sofisticação, professores mais preparados, estamos patinando”, diz Ilona Becskeházy, mestre e consultora em educação, sobre a tendência já delineada em anos anteriores.
“A melhora nas notas do ensino fundamental se deve, em primeiro lugar, à própria existência do índice. As escolas estão cada vez mais conscientes da importância das avaliações nacionais e preocupadas em não ter uma pontuação ruim. Há Estados como Minas Gerais em que a nota é divulgada na porta da escola: ninguém quer passar vergonha”, diz Claudio de Moura Castro, especialista em educação e colunista de VEJA. “Se observarmos os dados detalhadamente, contudo, veremos que as iniciativas para melhorar a qualidade do ensino e aumentar a aprovação são pulverizadas. Ou seja, nem todo mundo está avançando.”
Atraso nas notas
Neste ano, a divulgação dos dados do Ideb demorou mais do que em edições anteriores. Em 2010, os dados relativos a 2009 foram publicados no dia 1º de julho; em 2012, os números relativos a 2011 saíram no dia 14 de agosto.

Reportagem do jornal O Globo publicada na quarta-feira afirmou que o governo federal havia retido os dados na Casa Civil por razões eleitorais: um eventual resultado ruim no Ideb poderia afetar campanhas aliadas. MEC, Inep e Casa Civil se pronunciaram sobre a reportagem. Por meio de notas de conteúdo semelhante, negaram que a divulgação dos dados tivesse sido retardada deliberadamente.
O ministro da Educação, José Henrique Paim, afirmou que o atraso na divulgação dos dados foi provocado pelo aumento no número de recursos apresentados por Estados e municípios — que pediam revisão de suas notas. “Tivemos um conjunto muito grande de recursos, 30% a mais (do que em 2012). Nós queremos ter toda a segurança para divulgar esses números”, disse.
IDEB 1
iDEB 2iDEB 3

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Educacao brasileira: Pensadora promete se esforcar para merecer o titulo

Mais um pouco, com mais ou menos três livros, ela poderá voltar e dizer:
-- Oi gente! Agora eu já sou uma pensadora.
Paulo Roberto de Almeida 

Professor defende questão com a 'grande pensadora' Valesca Popozuda

Docente diz que usou pergunta da prova para chamar a atenção da imprensa

Professor de filosofia chama Valesca Popozuda de "grande pensadora contemporânea" em prova do ensino médio
Professor de filosofia chama funkeira Valesca Popozuda de "grande pensadora contemporânea" em prova do ensino médio (Reprodução/Facebook)
Uma prova de filosofia do Centro de Ensino Médio 3 de Taguatinga, no Distrito Federal, rodou a internet esta noite. No teste, o professor Antônio Kubitschek questiona os alunos sobre o que diz a "grande pensadora contemporânea" Valesca Popozuda em sua música "Beijinho no Ombro", hit de funk lançando há três meses.

Na prova de múltiplas escolhas, os alunos deveriam completar o trecho da música que diz "se bater de frente..." com as seguintes opções: A) "É só tiro, porrada e bomba"; B) "É só beijinho no ombro"; C) "É recalque" ou D)"É vida longa". Para aqueles que não conhecem o funk, a resposta é a letra A.

Segundo  Kubitschek, responsável pela prova, a pergunta foi colocada no contexto de um debate em sala de aula sobre a formação moral da sociedade e sobre a construção de valores. "Discutimos em sala que a escola só aparece na mídia em contextos ruins. Há 20 dias fizemos uma exposição de fotos e nenhum veículo de comunicação deu atenção. Eu decidi colocar uma questão como essa na prova esperando a repercussão nas redes sociais e na imprensa", afirmou em entrevista à rádio CBN.

Ainda segundo o docente, o uso do termo "grande pensadora" não foi colocado entre aspas na prova porque ele acredita que a funkeira tem influência sobre a sociedade. "Por que não posso chamar a Valesca de pensadora? Qualquer pessoa que consiga construir um conceito é um filósofo. A todo momento em que você abre sites e revistas de fofocas, aparece que fulano 'deu beijinho no ombro'. Ela acabou criando um conceito. Se ela influencia a sociedade com o que ela pensa, eu a considero sim uma pensadora".
Leia também:
Valesca Popozuda vai lançar documentário sobre a carreira
Entrevista Valesca Popozuda: ‘Não tenho inimigas. Nem amigas’


Em sua página no Facebook, Valesca comentou o fato de ter sido citada como grande pensadora. "Eu acho uma bobagem isso tudo, se ele tivesse colocado um trecho de qualquer música de MPB, ou até mesmo de qualquer outro gênero musical que não fosse o funk, talvez não tivesse provocado esse problema", declarou a funkeira.

Leia ainda: "Encino": alunos de escola pública do DF recebem uniforme com erro de grafia
Valesca disse ainda: "O que me espanta mesmo é todo mundo se preocupar com uma única questão da prova sem analisar os termos por trás disso tudo. E se o professor colocou a questão dentro do contexto da matéria? Eu fiquei foi bem honrada, tanto pela pergunta quanto com o titulo de pensadora. Mas isso eu vou ter que recusar porque é um titulo muito forte e eu ainda não me sinto pronta pra isso." Ao fim do post, a cantora ainda ironizou: "Vou ali ler um Machado de Assis e treinar para, quem sabe, um dia conseguir ser uma pensadora de elite!”

Kubitschek diz concordar com a afirmação da funkeira. "Eu concordo com ela. E digo mais: se fosse uma música do MC Catra [outro funkeiro] não teria gerado polêmica, porque ele não é mulher. A sociedade não vê a mulher como um ser pensante. Essa ação mobilizou muitas pessoas para o debate sobre o papel da escola e esse era meu intuito.”

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Educação do Distrito Federal não comentou os fatos.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

O que nos distingue das especies animais ou de certa "popozuda"? (estou falando de um livro...)

Sempre recebo, quase diariamente (daily@delanceyplace.com), extratos selecionados de livros recentemente publicados através do site Delancey Place, que todo mundo pode assinar (www.delanceyplace.com).
Pois bem, o livro selecionado nesta quarta-feira, 9 de Abril de 2014, é um sobre o surgimento da linguagem e sobre como esse fator nos permitiu, melhor dito, permitiu a certos hominídeos, nos distinguir dos demais espécies de primatas superiores, adquirindo uma alavanca e uma ferramenta poderosa para estabelecer a cooperação entre membros da mesma espécie, para defesa conjunta contra predadores e, portanto, conquista do meio ambiente e seleção natural em direção de um futuro de sobrevivência e progresso.
Eu disse progresso?
Sim, mas esta é uma palavra iluminista que não precisa ser dominante o tempo todo.
Em alguns casos pode haver retrocesso, ou involução, como observado no recente caso de uma prova de colégio em Brasília, onde um professor, que não honra seu nome de família (de um ex-presidente, o que justamente construiu Brasília, aliás contra o orçamento, e sem orçamento), propôs como questão algo relacionada ao caráter de grande pensadora do Brasil, quem sabe da Humanidade, certa representante da espécie que deve sua sobrevivência na selva atual de predadores de mercado mais a certos atributos físicos do que propriamente a sua capacidade cognitiva ou dons de linguagem. Acho que me fiz entender.
Mas, o que mais me choca não é a "popozuda" em questão, ou mesmo o professor primário que colocou uma questão indecente, e incompreensível para primatas superiores, a alunos inocentes da mesma espécie.
O que me chocou, sobremaneira, foi o "debate" que se seguiu, inclusive televisionado ou rádio-difundido. O que ouvi, ou li, de representantes de uma outra espécie superior, a de supostos acadêmicos do terceiro ciclo (ou o que passa por isso), foi a defesa feita desse professor primata por universitários primatas, que tampouco parecem dominar adequadamente os dons da linguagem adquiridos por nossos ancestrais 200 ou 300 mil anos atrás.
Foi a confirmação definitiva de que eu necessitava para continuar assegurando que a educação brasileira não corre nenhum risco de melhorar, e que ela só pode continuar alegremente seu caminho para o brejo.
Como diria alguém, que país é este?
Que futuro pode ter um país que tem primatas não superiores no ensino superior?
Paulo Roberto de Almeida

This Fleeting World
David Christian

Today's selection -- from This Fleeting World by David Christian. We have always grasped to define what characteristic it is, if anything, that distinguishes humans so markedly from other species. Attempted answers to this question have included our use of tools, our brain size, our bipedalism, but as our study of other species has become more sophisticated, those answers have proven inadequate. Our current answer is our use of symbolic language. The first evidence of this characteristic is from 200,000 to 300,000 years ago -- which may be the point at which the species of humans as we know them began to emerge:

"At the moment, the most powerful marker, the feature that distinguishes our species most decisively from closely related species, appears to be symbolic language. Many animals can communicate with each other and share information in rudimentary ways. But humans are the only creatures who can communicate using symbolic language: a system of arbitrary symbols that can be linked by formal grammars to create a nearly limitless variety of precise utterances. Symbolic language greatly enhanced the precision of human communication and the range of ideas that humans can exchange. Symbolic language allowed people for the first time to talk about entities that were not immediately present (including experiences and events in the past and future) as well as entities whose existence was not certain (such as souls, demons, and dreams). 

"The result of this sudden increase in the precision, efficiency, and range of human communication systems was that people could share much more of what they learned with others; thus, knowledge began to accumulate more rapidly than it was lost. Instead of dying with each person or generation, the insights of individuals could be preserved for future generations. 

"As a result, each generation inherited the accumulated knowledge of previous generations, and, as this store of knowledge grew, later generations could use it to adapt to their environment in new ways. Unlike all other living species on Earth, whose behaviors change in significant ways only when the genetic makeup of the entire species changes, humans can change their behaviors significantly without waiting for their genes to change. This cumulative process of 'collective learning' explains the exceptional ability of humans to adapt to changing environments and changing circumstances. It also explains the unique dynamism of human history. In human history culture has overtaken natural selection as the primary motor of change. 

The 'Florisbad Skull' classified as Homo helmei

"These conclusions suggest that we should seek the beginnings of human history not only in the anatomical details of early human remains, but also in any evidence that hints at the presence of symbolic language and the accumulation of technical skills. [Archeological] findings ... link the earliest evidence of symbolic activity (including hints of the grinding of pigments for use in body painting) and of significant changes in stone tool technologies with the appearance of a new species known as 'Homo helmei,' The remains of this species are so close to those of modern women and men that we may eventually have to classify them with our own species, Homo sapiens. The earliest anatomical, technological, and cultural evidence for these changes appears in Africa between 200,000 and 300,000 years ago." 

quinta-feira, 20 de março de 2014

Educacao no Brasil: nao tem nenhum risco de melhorar - Editorial Estadao

Como sempre digo, sou relativamente pessimista quanto à economia brasileira: creio que continuaremos crescendo a taxas medícores, fruto de um Estado extorsivo, de uma poupança pífia, de constrangimentos burocráticos e regulatórios que só permitem uma taxa de investimentos extremamente reduzida, incompatível, portanto, com uma taxa mais vigorosa de crescimento.
Mas, no que se refere à educação, em todos os níveis, sou ABSOLUTMENTE pessimista, e digo mais: não só não existe nenhum risco de melhorar, como vamos continuar piorando indefinidamente, pois os erros acumulados, e os equívocos que ainda vão ser feitos, são muito grandes, e prometedores, de mais mediocridade, de mais rebaixamento de padrões, de mais deterioração na (má) qualidade do ensino.
Além das "saúvas freireanas" que infestam o MEC e os cursos de pedagogia, todas homenageando o nosso maior idiota nacional, e patrono da (des)educação brasileira, temos todas as bobagens cometidas pelos companheiros nesses doze anos de idiotice aplicada, e o comportamento nocivo das máfias sindicais de professores, que não estão interessados em mérito, apenas em isonomia bem remunereada.
Repito: não existe nenhum risco de melhorar. Só vai piorar...
Pobres crianças, pobre Brasil...
Paulo Roberto de Almeida

A greve do professorado

20 de março de 2014 | 2h 08

Editorial O Estado de S.Paulo
Um mês depois do início do ano letivo, os professores das redes estaduais e municipais de ensino fundamental e servidores técnico-administrativos da área de educação pública declararam uma greve nacional de três dias, com o objetivo de "chamar a atenção" para suas reivindicações. Eles pedem melhores condições de trabalho, reestruturação da carreira, jornada de 30 horas semanais, cumprimento da lei do piso salarial, concessão de auxílio-alimentação, aumento de matrículas em cursos noturnos, votação imediata do Plano Nacional de Educação, destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública e investimento dos royalties de petróleo na valorização de suas categorias.
A adesão dos professores à suspensão das atividades didáticas, iniciada na segunda-feira, variou conforme os Estados. Em alguns, a greve se limitou às capitais. Em outros, ela atingiu escolas do interior. Os problemas causados, no entanto, foram os mesmos de sempre. Os alunos ficaram sem aulas e o cronograma das aulas foi desrespeitado, pondo em risco o planejamento de 2014 - ano em que o calendário escolar já prevê vários feriados, por causa dos jogos da Copa.
Em 2013, as greves de professores afetaram mais de 1,5 milhão de alunos da rede pública de ensino fundamental. Foi um ano marcado por longas paralisações, com destaque para o Rio de Janeiro, que teve 56 dias de greve, e Mato Grosso, com 52.
Algumas reivindicações são antigas e procedentes. É o caso do piso salarial nacional do magistério público. Apesar de a lei que o instituiu ter entrado em vigor em julho de 2008, até hoje - quase seis anos depois - vários Estados continuam descumprindo-a, alegando que não dispõem de recursos próprios e que não recebem repasses federais suficientes para arcar com os gastos de custeio de suas redes escolares.
É também o caso do Plano Nacional de Educação, que estabelece metas e estratégias para melhorar o ensino no País. Apesar de ter sido elaborado para vigorar entre 2011 e 2020, o governo só o enviou para o Congresso nos últimos 15 dias de 201o.
Além desse atraso, o Plano ficou parado em algumas comissões técnicas. Quando tramitou, foi desfigurado no Senado, atendendo a interesses paroquiais da base governista e eleitoreiros da presidente Dilma Rousseff. Como não há previsão de votação, o Plano corre o risco de ser aprovado quando seu prazo de validade já estiver praticamente no fim.
Outros pleitos dos professores e dos servidores técnico-administrativos, contudo, são demagógicos. É esse o caso, por exemplo, da reivindicação de "gestão democrática" de escolas públicas - pretensão que, se acolhida, liquidaria com o princípio do mérito no ambiente escolar. É o caso, também, do pedido de aumento dos investimentos em educação pública, com a destinação de 10% do PIB e dos royalties do petróleo. Há vários anos o Brasil já investe no setor porcentuais próximos ou equivalentes dos destinados pelos países desenvolvidos para seus sistemas de ensino. E, como mostram estudos e levantamentos de conceituados organismos multilaterais, o problema da educação - principalmente a falta de qualidade da rede pública de ensino básico - decorre de incompetência administrativa e falta de empenho das autoridades, e não de escassez de recursos.
Independentemente da procedência ou do caráter demagógicos das reivindicações, a greve também tem um componente político, decorrente das mudanças ocorridas nas entidades sindicais do professorado e dos servidores técnico-administrativos da área de educação. Durante décadas, elas estiveram próximas da CUT e do PT. Mas, nos últimos anos, algumas se vincularam a pequenos partidos de extrema esquerda, como o PSOL e o PSTU.
A recorrência das paralisações de professores e servidores é o resultado de uma equação cujos elementos são conhecidos: inépcia administrativa, interesses corporativos e oportunismo eleiçoeiro. Quem perde com isso são os estudantes, como sempre.

sábado, 7 de setembro de 2013

Educacao nao precisa de mais dinheiro, e sim de gestao competente

Estudo do próprio governo desafia folclore em torno da necessidade de “mais dinheiro para a educação”
25/07/2013 - Redacao Midia@Mais
O problema é o governo. Tire a grana da mão dele que tudo melhora. Coloque mais dinheiro na mão dele e a miséria será perpetuada.
É fácil repetir jargões vazios sem comprometimento com a realidade dos fatos. Um dos passatempos favoritos do “brasileiro consciente” é, sempre que aparentemente algo não está funcionando, pedir mais dinheiro público como “investimento no setor”. Agora os próprios técnicos do Tesouro Nacional admitem: de nada adianta aumentar o “dinheiro para a educação pública”, quando pelo menos 40% dos valores acabam desperdiçados ou desviados pela máquina corrupta.
Naercio Menezes Filho, economista especializado em Educação e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), afirma que mais dinheiro para a Educação não significa necessariamente melhoria da qualidade do ensino. Ele elogiou a rede pública de Sobral, no Ceará, que conseguiu avançar no Ideb com um ligeiro acréscimo de recursos:
— A gestão é tão importante quanto o volume de recursos — disse Naercio.
O economista está provavelmente equivocado neste detalhe: a gestão deve ser mais importante que o volume de recursos, especialmente quando consideramos que governos lidam com um dinheiro que não é seu, uma parcela da riqueza da sociedade que eles mesmos são incapazes de gerar.
O fato é que, brevemente, veremos mais adolescentes de cabeça vazia segurando cartolinas pedindo “mais verbas para a educação”, pedido que, caso atendido, somente aumentará o desperdício e o montante destinado à corrupção. Segundo a análise do Tesouro Nacional, “os recursos disponíveis são mais do que suficientes para o cumprimento das metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Logo, o problema dos municípios seria a má gestão e não a falta de dinheiro.”
Ou seja: o problema é o governo. Tire a grana da mão dele que tudo melhora. Coloque mais dinheiro na mão dele e a miséria será perpetuada. Simples assim.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O avanco da "inguinoranssia" no Brasil, gracas ao MEC - Reinaldo Azevedo

Sem comentários, ou melhor, com vários. Mesmo aceitando todas as considerações abaixo, uma coisa é certa, certíssima, absolutamente estarrecedora, no Brasil: a realidade, a realidade, lá no fundo, é muito pior, mas muito mais pior (como diria um companheiro), que vocês sequer podem imaginar.
Isso que a gente vê, refletido nos jornais e veículos de comunicação (na mídia, como diriam os companheiros), é apenas um reflexo pálido da ruindade ruim, e piorada, do que é a (des)educação brasileira.
Paulo Roberto de Almeida


Reinaldo Azevedo, 08/05/2013

Mais ou menos com a dedicação com que o entomologista disseca e estuda um inseto, sou um dissecador do estilo petista de governar, entendem? Por certo, aquele especialista não tem gosto por aquelas coisas. Mas alguém precisa fazê-lo, e a ciência como um todo se beneficia com sua dedicação. Esse é mais ou menos o caminho que me leva a dissecar o jeito petista de governar. Vejam, por exemplo, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Ele veio a público para anunciar maior seriedade na na correção das redações do Enem. Então tá. Basta, no entanto, que a gente reflita cinco minutos a respeito para se espantar um tanto.
Já chego lá. Um dos principais absurdos do Enem segue e seguirá intocado: é o fato de a prova de redação valer 50% do exame como um todo. Trata-se de uma grave distorção porque submete o conhecimento objetivo ao juízo de valor. Ainda que as questões do Enem, nas áreas de humanidades e língua portuguesa (eles usam uns nomes modernosos…), sejam ruins de doer (e me dizem que a situação não é muito melhor no que antes se chamava “Ciências Exatas”), ainda assim, persiste um núcleo objetivo de saber. Pois bem. Um único texto redigido pelo candidato (chamo assim porque estamos falando de um megavestibular!) tem o mesmo peso do resto da prova, que abrange as demais disciplinas. Escrever bem é mais importante do que saber matemática, física e química? Eu não acho! Isso é resquício de país que passou pelo beletrismo cretino. Lá vou eu comprar, de novo, uma briga dos diabos, mas não dou a mínima: o Brasil precisa mais de engenheiros que eventualmente troquem o “s” pelo “z” do que de exímios prosélitos que não sabem quanto é 7 vezes 9. E isso quer dizer que, sim, faltam-nos os engenheiros, com ou sem domínio pleno da ortografia. E abundam os prosélitos que não sabem nem a tabuada. Esse peso excessivo da redação é resquício da militância supostamente “humanista” na nossa educação. De resto, os temas propostos são também testes ideológicos. Mil vezes prefiro a companhia dos que sabem matemática à dos idiotas bem-intencionados. Sigamos.
Mercadante, com aquele seu estilão murro na mesa, vem a público para anunciar que, nas redações, não mais serão permitidas inserções estranhas ao tema. Ficaram famosos os casos de candidatos que, no corpo do texto, reproduziram receita de miojo e o hino do Palmeiras. Pergunta de um ser lógico: quer dizer que, antes, elas eram permitidas? O que Mercadante está tentando esconder é outra coisa: é evidente que as redações nem mesmo foram… lidas! E há a hipótese pior: se foram, o avaliador achou que eram inserções aceitáveis! Mas ai do aluno que “desrespeitar os direitos humanos”! Isso pode zerar a prova. O critério permanece. O que é “desrespeito aos direitos humanos”? Ora, é aquilo que o examinador achar que é. No ano passado, o Enem inventou um certo fluxo imigratório para o Brasil “no século 21” (só se haviam consumido 12% do século!!!) e cobrava que os candidatos perorassem a respeito. Pobre daquele que eventualmente defendeu que o país combata a imigração ilegal… Certamente se deu mal por suspeita de xenofobia. Escolas afora, os professores já têm instruído os estudantes a se alinhar sempre à esquerda…
Fui um pouco para a margem. Volto para o leito. Mercadante também afirmou que, a partir de agora, a nota 1.000 só vai para textos que exibam domínio perfeito também do idioma. Ufa! Finalmente, em 2013, o país descobre o que é nota máxima e para que serve. Que bom! No ano passado, redações que traziam coisas como “rasoavel”, “enchergar” e “trousse” mereceram nota máxima. O MEC, então, explicou por quê: “Um texto pode apresentar eventuais erros de grafia, mas pode ser rico em sua organização sintática, revelando um excelente domínio das estruturas da língua portuguesa”. Entendi! Até acho que sim. Mas por que não, então, atribuir, sei lá, 800 pontos, 900 que sejam? Afinal, o domínio da ortografia é uma das “competências” que se exigem, certo? Mas quê! Mereceram foi mil mesmo. Agora Mercadante nos diz que nota máxima é para quem atinge o… máximo! Ufa! Espero que ele não acabe revogando o irrevogável…
“Ué, mas não foi você mesmo que disse preferir o engenheiro com erro de ortografia ao idiota bem-intencionado?” Eu mesmo! Mas quem disse que eu daria nota máxima à redação do tal engenheiro?
O ministro anunciou que haverá maior rigor para contratar corretores e avaliar seu desempenho. Vamos ver. As redações continuarão a ser avaliadas por duas pessoas. Uma discrepância superior a 100 pontos (não mais a 200) ensejará uma terceira correção. Pois é.. As redações que ganharam nota máxima, mesmo com aqueles descalabros, mereceram a mesma consideração de dois corretores…
“Ora, Reinaldo, as providências tomadas tornam a coisa melhor ou pior do que antes?” A resposta é óbvia: “melhor”. Mas também evidenciam a ruindade de antes. Insisto, ademais, que os principais problemas permanecem intocados: a) o peso excessivo que a prova de redação tem no Enem (o que, de resto, cria distorções que impedem uma correta avaliação da eficiência das escolas); b) a ideologização do exame, especialmente da prova de redação.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Educacao companheira: alguns exemplos dos "curços çuperior" - O Globo

A culpa não é só dos companheiros, é verdade, mas eles são os mais tolerantes com as "forma popular" de falar, elevando a incompetência ao estado da arte do MEC, que está inteiramente refletido na matéria abaixo.
Paulo Roberto de Almeida

Respostas de formandos no Enade 2012 têm erros de português como 'egnorância' e 'precarea'
Lauro Neto
O Globo, 15/04/2013

Estudantes que estão concluindo ensino superior cometem equívocos grosseiros de ortografia e construção frasal. Inep diz que há rigor na correção
Não é apenas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que os estudantes cometem erros absurdos de ortografia. No Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), alunos que estão se formando no ensino superior cometem desvios tão ou mais graves como "egnorancia", "precarea" e "bule" (bullying).

Esses e outros exemplos foram repassados por uma corretora do Enade 2012, que avaliou concluintes de cursos como Direito, Comunicação Social, Administração, Ciências Econômicas, Relações Internacionais e Psicologia. A professora entregou o material pessoalmente ao GLOBO, mas, por ter assinado contrato de sigilo com o Ministério da Educação (MEC), não pode ser identificada. A docente procurou o jornal depois de ler, também no GLOBO, a reportagem, publicada no dia 18 de março, mostrando que redações que receberam nota 1.000 no Enem tinham erros como "trousse", "enchergar" e "rasoável".

Em dez respostas à segunda questão discursiva, há erros, sobretudo, de estrutura frasal, imprecisão vocabular e fragmentação de sentido. Segundo a professora, mesmo corrigidos equívocos de pontuação, regência, ortografia e concordância, esses textos continuariam errados.

A questão pedia que, a partir da análise de charges e da definição de violência formulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o candidato redigisse um texto sobre a violência atual, contemplando três aspectos: tecnologia e violência (3 pontos); causas e consequências da violência na escola (3 pontos); proposta de solução para a violência na escola (4 pontos).

Um formando escreveu: "A violencia e causada muitas vezes pela falta de cultura e pela egnorancia dos seres humanos, cuja a tecnologia sao duas grandes preocupação para a sociedade, causando violencia nas escolas". Outro estudante respondeu: "Hoje o sistema de segurança publica a inda e muito precarea no Brasil precisa ater mais infraestrutura para a segurança da sociedade em geral".

Um terceiro redigiu: "As escolas tem que orienta e ajuda estas crianças que são violêntas e pratica o bule por enquanto são crianças por que só assim elas terão chacer de melhora e ser uma pessoa melhor e mas calma". Em outra resposta, constava: "Esperamos que com a oportunidade de farias formação academica possa futuramente acabar ou diminuir este comportamnento do sr humano".

- Os critérios são benevolentes, mandam não pesar a mão para manter média 5. Precisa se dar à opinião pública a ideia de que o ensino está melhorando. Mas não está. As faculdades formam profissionais analfabetos funcionais. Esse é o final do filme - diz a corretora.

Em nota, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) rebate com veemência as críticas, afirmando que "são completamente infundadas as suspeições levantadas pela suposta corretora de que ocorreu orientação para 'aliviar' nas correções". De acordo com o órgão, responsável pela aplicação da prova, "isso não acontece, nem aconteceu, no Enade, Enem, ou em qualquer outro exame sob responsabilidade do Inep/MEC". O comunicado esclarece ainda quaisquer erros tão grosseiros como os citados nesta reportagem certamente teriam "baixíssima avaliação".

Segundo o Inep, as correções do Enade 2012 são feitas por bancas constituídas de um professor doutor como presidente e membros com titulação de doutorado ou mestrado, vinculados há, pelo menos, cinco anos a instituições de ensino superior. "São cerca de 500 profissionais do mais alto nível que podem atestar a seriedade do exame e das correções", diz a nota.

De acordo com o órgão, "o rigor das avaliações do Enade se expressa nas medidas de supervisão e regulação adotadas pelo MEC, com base nos indicadores de qualidade como o índice geral de cursos (IGC) e o conceito preliminar de curso (CPC). Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes representa 55% do total". O resultado do Enade não impossibilita que os estudantes se formem, a menos que eles não compareçam à prova.

Pós-doutor em Linguística Aplicada e professor da UFRJ e da Uerj, Jerônimo Rodrigues de Moraes Neto considera gravíssimo o exercício de qualquer profissão sem o conhecimento da língua portuguesa:

- As profissões nas quais esses alunos se formam não geram à sociedade os resultados a que se destinam. Advogado que não entende cliente não consegue, na petição, se fazer entender pelo juiz. Não tem condições de interpor recursos.

Este ano, apenas 10,3% dos 114.763 participantes que prestaram o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram aprovados. É o pior resultado desde que passou a ser aplicado no formato unificado, em 2010. E, como mostrou pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios, erros de português são o principal motivo de reprovação em processos seletivos de estágio. No estudo, que avaliou 7.219 alunos de níveis superior e médio, 28,8% perderam oportunidades por isso. Para corrigir as deficiências, universidades oferecem cursos de reforço. Na opinião de Moraes Neto, esse tipo de curso é excelente, mas o cerne da questão é a formação do professor de Português:

- O ponto crucial reside na formação do professor de Português, que deverá ensinar o aluno a falar, escrever e ler, mediante conhecimento do sistema linguístico da língua portuguesa.

Para a professora Cibele Yahn de Andrade, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp, nivelar o ensino superior é necessário. Mas, para ela, o centro do problema está nos ensinos fundamental e médio.

- Não é possível superar essas deficiências acumuladas, de modo satisfatório, em curto prazo. São habilidades que deveriam ser adquiridas ao longo da vida escolar, na sequência de atividades de leitura e escrita diversificadas e com desafios crescentes.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Educacao no Brasil: parece que eu era muito otimista...

Confesso que fui otimista. Eu achava que em matéria de educação, o Brasil estava andando para trás.
Como eu fui ingênuo.
Não estamos recuando, isso não.
Estamos é caindo no fundo de um abismo inacreditável.
A situação é muito pior, mas muito mais pior, como diria alguém, do que eu, você, todo mundo, queremos acreditar.
Acho que vai ser difícil consertar...
Paulo Roberto de Almeida 

Ensino de matemática e ciências no país é pior do que o da Etiópia
VEJA.com, 11/04/2013

Um relatório do Fórum Econômico Mundial, publicado na quarta-feira, aponta o Brasil como um dos piores países do mundo nos ensinos de matemática e ciências. Entre 144 nações avaliadas, o país aparece na 132ª posição, atrás de Venezuela, Colômbia, Camboja e Etiópia. Outro dado alarmante é a situação do sistema educacional, que alcança o 116º lugar no ranking – atrás de Etiópia, Gana, Índia e Cazaquistão. Os dois indicadores regrediram em relação à edição 2012 do relatório, em que estavam nas 127ª e 115ª posições, respectivamente.

O estudo indica como uma das consequências do ensino deficiente a dificuldade do país para se adaptar ao mundo digital, apesar dos investimentos públicos em infraestrutura e de um certo dinamismo do setor privado. “A qualidade do sistema educacional, aparentemente, não garante às pessoas as habilidades necessárias para uma economia em rápida mudança”, diz o levantamento.

Em comparação com o ano passado, o Brasil subiu apenas da 65ª para a 60ª posição no ranking que mede o preparo das nações para aproveitar as novas tecnologias em favor de seu crescimento. Apesar de ter galgado posições, os autores do relatório destacam que o lugar ocupado pelo país não condiz com sua economia, entre as sete maiores do mundo. Na América Latina, Chile, Panamá, Uruguai e Costa Rica, por exemplo, são considerados mais bem preparados para os novos desafios da era digital.

O número de usuários de internet no Brasil também não chegava ainda a 45%, o que deixa o Brasil na 62.ª posição nesse critério, abaixo da Albânia. Apenas um terço dos brasileiros tem internet em casa. A taxa despenca para apenas 8% se o critério for o número de casas com banda larga. O Brasil não é o único a passar por essa situação. “Os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) enfrentam desafios”, diz o informe.

“O rápido crescimento econômico observado em alguns desses países nos últimos anos poderá ser ameaçado, caso não forem feitos os investimentos certos em infraestruturas, competências humanas e inovação na área das tecnologias da informação”, alerta o relatório.