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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Leis de imigracao restritivas nos EUA: prejudicando a economia americana

Broken Borders
Government, Foreign-Born Workers, and the U.S. Economy

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20 pages, 2 MB 
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Printed Report
20 pages, 8.5x11"
Price: $10.00
 

The U.S. government interferes with the market for foreign laborers by restricting the number and mix of immigrants and setting tight quantitative limits on foreign-born guest workers. This has created a mismatch between the demand for foreign workers from U.S. businesses and their supply, directly leading to the illegal immigration situation we confront today. The current system inefficiently limits the gains that our economy could achieve from employing larger numbers of foreign workers, and it disproportionately harms small U.S. businesses. The economic fears associated with increased guest workers or immigrants are unfounded. The current Senate immigration reform proposal would be a marginal improvement but does not go far enough. Red Card, an alternative guest worker proposal, would better coordinate labor markets. Ultimately, an immigration market free from government limitations and interference would be the most efficient solution.

Benjamin Powell is a Senior Fellow at The Independent Institute, Director of the Free Market Institute at Texas Tech University, and former President of the Association of Private Enterprise Education. Dr. Powell received his Ph.D. in economics from George Mason University. He has been Assistant Professor of Economics at San Jose State University, Associate Professor of Economics at Suffolk University, a Fellow with the Mercatus Center's Global Prosperity Initiative, and a Visiting Research Fellow with the American Institute for Economic Research. He is also the editor of the Independent Institute books, Housing America: Building out of Crisis and Making Poor Nations Rich.
Zachary Gochenour is a Research Fellow at The Independent Institute and a Fellow in the Department of Economics at George Mason University. His articles have been published in such scholarly journals as The Independent Review and The Review of Austrian Economics, and his popular articles have appeared in the Economic Bulletin (American Institute for Economic Research), Reason, and The Conference Board Report.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Brasileiros no mundo: resta saber em qual ! - Rui Martins

Golpe do Itamaraty nos emigrantes

Direto da Redação, 6/8/2013 18:21
Falta criatividade ? Os Conselhos de Cidadania de emigrantes, agora ressuscitados, foram criados no governo FHC.
Falta criatividade ? Os Conselhos de Cidadania de emigrantes, agora ressuscitados, foram criados no governo FHC.
Prometo que não vou continuar batendo na mesma tecla, pois pelo jeito nada vai mudar. Ou a presidenta Dilma não quer ouvir ou os reclamos dos emigrantes não chegam a transpor as paredes de sua torre de marfim.
Porém, antes de aceitar a evidência dos limites da democracia e do meu fracasso em sensibilizar alguém do governo, gostaria de propor uma rápida questão sobre o significado dos emigrantes.
Vejamos – existem milhares e mesmo milhões de brasileiros dispersos pelo mundo. A maioria nos EUA, seguindo-se o Paraguai, os países europeus e o Japão.
Esse pessoal, geralmente com a mania de vestir camisetas verde-amarelas, faz parte da população brasileira ou já foram excluídos e conservam o passaporte como um simples documento de viagem ?
Se já não fazem parte da população brasileira, entendo terem sido entregues aos consulados e seus diplomatas, para poderem renovar o passaporte, registrarem o casamento, os filhos, se divorciarem e enviarem atestados de óbitos ou participarem da partilha de heranças deixadas pela família no Brasil.
Entendo haver um Conselho de Cidadania para esses emigrantes com meia-nacionalidade irem discutir com os diplomatas locais a festa do 7 de setembro (neste ano, a festa será no 9 de setembro por ter caído num sábado, dia de descanso sagrado nos consulados), a cor disto, a data daquilo, mas nunca o total da subvenção distribuída pelo Consulado a esta ou aquela iniciativa proposta por uma associação filantrópica, religiosa ou de comunicação.
Existe uma prestação de contas mensal ou anual dos Consulados, transparente, publicada no Portal de cada região? Para se saber quanto se gastou nisto ou naquilo, se houve concorrência pública, ou essas informações são enviadas apenas para o Itamaraty ?
O chamado Conselho de Cidadãos tem acesso a essas informações ? Pode influir na escolha do pianista ou violonista convidado para uma soirée musical e saber qual foi o caché pago ? Pode saber qual o orçamento previsto para as atividades locais do Consulado especificando as verbas de representação deste ou daquele membro do pessoal ?
Se pode, está na hora de se tornar tudo isso público, se não for em editais publicados na mídia emigrante pelo menos no Portal local e no Quadro de Avisos afixado na sala de espera para os emigrantes.
Se isso não é da competência ou da alçada do Conselho de Cidadãos, seria bom se perguntar qual a utilidade de um conselho de limitadas opções e alternativas, incapaz de tomar decisões, tal como o conselho maior, o CRBE, entidade sem verba para funcionar, sem autonomia e totalmente sujeita ao bem querer do Itamaraty. Um Conselho de Representantes que representa, não se sabe bem quem, pois seus membros foram eleitos com menos de 0,02% da população emigrante.
Qual a finalidade desse Conselho ? Depois da ineficácia do CRBE nos últimos dois anos, justamente por falta de verba e por não poder tomar decisões, a conclusão não pode ser outra – o CRBE tem a finalidade de fazer parte do mundo do faz de conta, porque com ou sem CRBE, nada muda, o Itamaraty aplica a política por ele julgada necessária aos emigrantes.
Cabe ao Itamaraty cuidar do Portal Consular, inscrever ou não as informações de associações emigrantes existentes pelo mundo, nenhuma delas tem a senha para inserir a menor notícia ou informação. O mesmo se aplicando aos portais consulares locais. Ou seja, os membros dos Conselhos de Cidadania participam de uma ópera-bufa, cuja música e cujo libreto são compostos, segundo a criatividade dos diplomatas locais.
Mas voltemos à pergunta inicial – os emigrantes fazem parte da população brasileira ? Se fazem, porque não são considerados como cidadãos emancipados com direito a decidirem eles próprios e a terem representantes parlamentares, como os menores Estados brasileiros ?
Por que o Brasil não segue o exemplo de outros países, experientes em questão de emigração, que reconhecem seus emigrantes como parte integrante da população e lhes dão possibilidades de decisão e de representação no Parlamento ?
É uma lástima, e pior ainda perceber o contentamento de tantos membros de Conselhos de Cidadania por poderem tomar café com os diplomatas e não serem mais tratados como desconhecidos nos guichês dos Consulados. Esaú se vendeu também por um prato de lentilhas.
(Publicado originalmente no site Direto da Redação)
Rui Martins, jornalista, escritor, correspondente em Genebra.

domingo, 21 de abril de 2013

Hispanic imigrants in the USA: the new Italians - David Leonhardt (NYT)


CAPITAL IDEAS

Hispanics, the New Italians

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THE German immigrants of the 19th century were so devoted to their native language that Americans wondered if the new arrivals would ever assimilate. The Irish who followed were said to be too devoted to a foreign pope to embrace American democracy.
Multimedia
Many Italians not only were Roman Catholic but also returned home for the winter, when construction work here slowed. The Chinese and Jews, skeptics argued, were of an entirely different race than many successful immigrants who came before them.
With the arrival of millions of Latinos in recent decades, there have been multiple reasons to wonder if they would assimilate and thrive — including legitimate economic issues that go well beyond ethnic stereotypes. Unlike previous generations of immigrants, today’s can remain in daily telephone and video contact with their homeland. And unlike those in the past, today’s immigrants face legal obstacles, and their pathway to a middle-class life involves college tuition. A decade ago, the political scientist Samuel P. Huntington described the newfound issues with assimilation as simply the “Hispanic challenge.”
Yet as the Senate begins to debate a major immigration bill, we already know a great deal about how Latinos are faring with that challenge: they’re meeting it, by and large. Whatever Washington does in coming months, a wealth of data suggests that Latinos, who make up fully half of the immigration wave of the past century, are already following the classic pattern for American immigrants.
They have arrived in this country in great numbers, most of them poor, ill educated and, in important respects, different from native-born Americans. The children of immigrants, however, become richer and better educated than their parents and overwhelmingly speak English. The grandchildren look ever more American.
“These fears about immigrants have been voiced many times in American history, and they’ve never proven true,” Alan M. Kraut, a history professor at American University, in Washington, told me. “It doesn’t happen immediately, but everything with Latinos points to a very typical pattern of integration in American life in a generation or two.”
Immigrant Latino households have a median income that trails the national median by $24,000 (or more than 40 percent). Among second-generation Latino households, the gap is only $10,000, according to a recent Pew Research Center report. Similarly, only 7 percent of Latino immigrants marry someone of a different ethnicity; a whopping 26 percent of the second generation does. “It’s a very reassuring set of metrics,” said Paul Taylor, the Pew center’s executive vice president.
Even one alarming trend among the children of Latino immigrants highlights their increased American-ness: younger Latinos are having more children outside marriage than their parents did, just as whites and African-Americans are.
If anything, these snapshots of today’s different generations tend to understate immigrants’ progress. Over the last several decades, Mexico and other Latin-American countries sending migrants here, like El Salvador, have also become richer and more educated. As a result, the immigrants of the past — and, by extension, their children and grandchildren — started out even further behind than today’s newcomers.
To gauge the progress of an immigrant group, the ideal comparison is not between the second and third generations in 2013 and the first generation in 2013; it is between the later generations and their actual parents and grandparents. James P. Smith, an economist at the RAND Corporation, has done such complex, longitudinal work and finds that the trajectory of Latinos most closely resembles that of Italians, who also arrived with comparatively little education.
FOR decades, the average Latino immigrant has had slightly more than a junior-high school education. An average child of a Latino immigrant today completes high school and attends almost one year of college. A typical grandchild attends more college, Mr. Smith found. In the last decade alone, according to the Pew study, the number of Latinos graduating from college hasroughly doubled, to more than 250,000.
Latino immigrants, of course, still trail other groups in a number of metrics, including education and income. And there is no guarantee that they or their descendants will close the gaps completely.
They have advantages that previous immigrant waves did not, starting with a national culture less accepting of discrimination than in the past. But they also face new obstacles. Perhaps most important, earlier groups of immigrants were not breaking the law by living in this country.
For the myriad ways that the country accepts illegal immigrants as part of society, their status still brings enormous disadvantages that inhibit climbing the economic ladder. Parents without legal status are less willing to become involved in their children’s schools. They are less willing than legal workers to ask for a raise or to leave one job for another that brings more opportunity. They are less easily able to start a business.
Whether you consider those costs too small or too large for people who enter the country without permission, the bipartisan bill introduced in the Senate last week would clearly reduce them. Long before they won citizenship — which would take years — many of today’s 11 million illegal immigrants would be able to lawfully register as residents.
“The change would be very significant for them, and it would happen immediately after they register,” said Doris M. Meissner, a former commissioner of the Immigration and Naturalization Service who is now at the Migration Policy Institute. “They would no longer be clandestine.”
The Senate bill is a long way from becoming law. The most probable outcome seems to be a bill that will help many recent immigrants, either substantially or modestly. No matter what, the overall direction for the modern wave of American immigrants is unlikely to change.
The notion of a unique “Hispanic challenge” is not wrong. But neither was the notion of a unique Italian challenge, Chinese challenge or Jewish challenge.
To be an impoverished immigrant who does not speak English and has few labor-market skills is not easy. Over time, the specific challenges — legal, cultural and educational — have changed. Yet the core parts of the story have not, including its trajectory.
David Leonhardt is the Washington bureau chief of The New York Times.

domingo, 23 de setembro de 2012

Fabio Koifman e a politica da imigracao no Brasil - Livro

O mesmo historiador que escreveu Dom Quixote nas Trevas, sobre o papel do Embaixador Souza Dantas no salvamento de judeus perseguidos pelo nazismo na França, comparece agora com outro livro sobre o mesmo período, mas enfocando o regime restritivo de concessão de vistos para candidatos à imigração no Brasil.
Estou esperando para ler
Paulo Roberto de Almeida

Imigrante ideal: O Ministério da Justiça e a entrada de estrangeiros no Brasil (1941-1945)
Autor:Fábio Koifman
ISBN:8520010261
Gênero:Ciências Sociais
Páginas:446
Formato:16 x 23 cm
Editora:Civilização Brasileira
Preço:R$ 49,90


Até a década de 1930, a imigração era considerada indispensável ao Brasil, para suprir a carência de mão de obra e ajudar no processo de povoamento do território de dimensão continental. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial a política migratória mudaria, seguindo a tendência que vinha dos Estados Unidos de tentar restringir a entrada de estrangeiros, principalmente de idosos e deficientes, sob a argumentação de que era fundamental promover a “eugenia de nossa gente a saúde do nosso povo”. O governo assumiu uma política nacionalista de controle, que resultou num sistema autoritário repleto de preconceitos étnicos, religiosos e culturais, permitindo que parte de seus altos funcionários se tornassem verdadeiros “porteiros do país”.
Koifmann, nesta obra amplamente documentada e de pesquisa exemplar, traz a público o que se passou no Brasil da ditadura de Vargas, revelando detalhes a respeito da natureza sombria do Estado Novo.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Relatos da Imigracao Alema no Brasil, sec. XIX

Cartas e relatos do início da imigração alemã ao Brasil


É difícil imaginar como era a vida dos imigrantes que desbravaram as matas virgens da região sul do Brasil a partir de 1824. Nesse sentido, para mostrar esses momentos, o jornalista e escritor Felipe Kuhn Braun traz, em seu quarto livro, Cartas e Relatos de Imigrantes Alemães, publicação do autor, importantes testemunhos de época na forma primária e direta de cartas e relatos escritos pelos imigrantes alemães no decorrer do século XIX.

Infelizmente, a maioria das cartas que chegaram aos imigrantes não foram preservadas, ao contrário daquelas que os imigrantes enviaram para a Alemanha. Depois de dez anos de pesquisas, Braun compilou essas cartas para publicação, a fim de preservá-las para as futuras gerações. Por acreditar que só os próprios imigrantes conseguiriam relatar suas vivências com tanta exatidão, descrevendo as dificuldades e o modo de vida daquela época, Felipe decidiu-se pela publicação sistemática dessas cartas, como forma de expressar e comunicar as vivências dos imigrantes.

As primeiras cartas são dos anos iniciais do processo de colonização alemã no sul do país. São cartas trocadas pelas famílias Tatsch, Kayser, Friedrich, Gerhard, Elicker e Franzen. Nas cartas, eles escrevem sobre a saída da Alemanha, a dor e a saudade da despedida, sobre a longa e cansativa viagem de três meses, bem como sobre os falecimentos em alto mar. Também sobre a chegada no Rio de Janeiro e posteriormente no Rio Grande do Sul, sobre a hospedagem na casa da Feitoria em São Leopoldo, sobre o começo dos trabalhos na mata virgem e as dificuldades com os índios. São relatos carregados de palavras e descrições sobre sentimentos como fé e perseverança.



Na segunda parte do livro, estão publicadas cartas do segundo período da imigração, que se iniciou após o término da Revolução Farroupilha. São as cartas dos imigrantes Claeser, Ritter, Schuh e Brill. Os relatos, as narrativas e as memórias são dos imigrantes Mathias Schmitz, Friederika Müller Nienow, Maria Margaretha Schäffer, Heinrich Fauth e Heinrich Georg Bercht. 


Começo na mata virgem. Fotografia  tirada por volta de 1880
Braun dá voz a personagens que ficaram esquecidos, inclusive nos estudos sobre colonização alemã, já que, da maioria desses imigrantes, não há nem fotografias antigas e nem uma grande variedade de documentos.


Georg Heinrich Ritter - cervejeiro da Linha Nova

As cartas complementam os estudos atuais sobre imigração, já que trazem pontos de vista daqueles que foram partícipes de todo esse processo. Juntamente com os escritos dos imigrantes, Braun publica fotografias antigas e desenhos da localidade berço da imigração alemã no Brasil, São Leopoldo, bem como desenhos da despedida dos imigrantes na Alemanha, da viagem para o Brasil e do início da colonização nas Picadas do interior.


Interior dos navios que trouxeram os imigrantes
A seguir, pequenas amostras de relatos escritos pelos imigrantes e publicados por Braun:

"...não deixarei de amar-vos; mesmo quando a morte fechar os meus olhos e meu corpo jazer na sepultura, minha alma não deixará de ser a alma do teu pai..."  
                                                                                                                           Peter Tatsch, em 18 de novembro de 1832



Professor imigrante de sobrenome Dewes e esposa - Picada Cará - Feliz

"..nestes seis anos desde que me despedi de ti, nenhum dia se passou sem que me lembrasse de ti. Então, adeus a ti com tua estimada esposa e filhos; Cristo, o Senhor abençoe e proteja a vós, acompanhe-vos em todos os passos até a vida eterna! Eu sou, até o túmulo, teu irmão leal, de todo o coração".
                                                                                                                                                Johann F. Friedrich, em 1832


Casa do imigrante na Feitoria, onde se instalaram provisoriamente os primeiros imigrantes
"Em vida e na morte, sim, até no túmulo, sou aquele que nunca vos tem esquecido, vosso fiel cunhado. Pelas lágrimas, tenho que terminar e, por isso, eu vos saúdo a todos milhares de vezes. Lembrem-se de mim em vossos corações e representem-me em meu lugar na igreja. Adeus, em constante paz, nunca um mal vos atinja. Eu sou vosso cunhado que vos quer de todo o coração"
                                                                                                                           Mathias Franzen em 27 de agosto de 1832.


Carl Trein - empresário do Vale do Caí, RS

"Meu bisavô ficou morando na sua terra e morreu como um homem relativamente novo, foi enterrado na sua propriedade onde na época ficava o cemitério para os evangélicos. Hoje flores ainda florescem nas sepulturas dos que lá repousam".

                                                                                                                                                                        Juliana Juchum.
Para contatar o autor ou para adquirir o livro, mande um e-mail para  felipe.braun@terra.com.br ou felipe.braun@hotmail.com.
Visite também o site 
www.imigracaoalema.com .

Fonte: o Autor, por e-mail

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pieguice: sentimento bem distribuido na terra...

Todo mundo tem dó dos coitadinhos. Só não se perguntam quem é que vai pagar a conta da caridade.
Alguns anos atrás, escrevi um artigo intitulado interrogativamente:

Estaria aumentando o número de idiotas no mundo? (podem procurar em meu site que está em algum lugar...)

Hoje eu já não perguntaria mais, pois tenho certeza que sim...
Paulo Roberto de Almeida

Não existe almoço de graça
LUIZ FELIPE PONDÉ
Folha de S.Paulo, 27/076/2011

"Bleeding hearts" é como são chamados pelos conservadores esses teenagers da política

A EUROPA ESTÁ em chamas pelo medo da dissolução da União Europeia. No Brasil, os defensores dos direitos dos imigrantes ilegais na Europa ainda se aferram à imagem adolescente de que o continente deve receber "todo mundo", numa conta infinita a ser paga pela colonização.
Não existe almoço de graça, mas tem muita gente, que normalmente não paga o almoço, que não sabe disso ou finge que não sabe.
A atitude é adolescente porque essa gente que grita contra a "direita" europeia (que cresce à medida que os países vão falindo) não pagaria um sanduíche para um estranho, mas acha que os europeus devem pagar comida, casa, hospital e escola até para os ilegais. A recusa em entender isso só piora as coisas.
O que me assusta é como gente grande pode ter sido contaminada por tamanha infantilidade em termos de análise política e social. O filósofo da vaidade, Rousseau (século 18), assim chamado por Burke (também do século 18), crítico dele e da revolução francesa, é muito responsável por esse absurdo, além do velho Marx.
"Bleeding hearts" é como são chamados pelos conservadores americanos esses teenagers da política.
O problema de países como Portugal, Espanha e Grécia é que não se pode ganhar como eles e gastar como franceses e alemães. Uma hora a casa cai.
Recentemente, conversando com um médico brasileiro que ficou um mês trabalhando num hospital importante em Bruxelas, especializado em câncer, fiquei sabendo dos absurdos do sistema de saúde da Bélgica.
A Bélgica deverá acabar em breve por conta do impasse de ser um país que reúne flamengos (etnicamente próximos dos holandeses) e belgas franceses e por isso não consegue formar um governo decente.
Lá, estrangeiros ilegais recebem mais direitos a tratamento médico do que cidadãos belgas. Funcionários belgas do hospital em questão falam disso com grande rancor. Quem aguenta isso?
Tudo bem que a Bélgica, dizem, foi o colonizador mais cruel da África (Joseph Conrad imortalizou a violência da colonização belga do Congo em seu monumental "Coração das Trevas"), mas até onde se pode pagar uma "conta" dessas?
Semelhante é o caso brasileiro e o absurdo do país ficar "sustentando" o Paraguai via Itaipu. Quando o governo brasileiro, por afinidade ideológica com o governo paraguaio, decide que deve aumentar a "contribuição" dada ao Paraguai por Itaipu, quem paga a conta é você através de seu trabalho e de suas agonias cotidianas. Legal, não? Você paga imposto para doar dinheiro para o Fernando Lugo, presidente do Paraguai, posar de "defensor de su pueblo".
Quando acordar de manhã, pense: "Opa, hoje tenho que correr de um lado para o outro pra mandar dinheiro para o Paraguai".
Claro que tem gente que diz que devemos muito ao Paraguai pelo que fizemos lá durante a Guerra do Paraguai, mas até onde essa história é verdadeira? Aconselho a leitura do "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" do Leandro Narloch (Ed. LeYa), para aprender um pouco mais sobre esse mito que destruímos uma nação que marchava para ser um país perfeito sob a batuta de seu ditador Solano Lopez.
Calma, não se trata de ser insensível com o sofrimento dos mais fracos. Sei que o coro dos humilhados e ofendidos gritará, mas não o temo. Trata-se sim de perceber que o mundo não é o que um centro acadêmico pensa que é.
Pensemos numa situação hipotética. Imagine que tivéssemos um número gigantesco de imigrantes de países pobres entre nós. Agora imagine que eles tivessem mais direitos a saúde pública que você, que trabalha como um cão e que paga impostos extorsivos, como é o caso no Brasil e na Europa.
O que você pensaria disso? Você aceitaria sustentar pessoas que se mudam para a sua casa a fim de lá viver às suas custas?
Alguém sempre paga a conta e quando se tenta fechar os olhos à sangria que é bancar o crescimento de imigrantes (ilegais ou não) na Europa, a tendência inevitável é que radicais de direita sejam eleitos.
Quando você se "revoltar" contra isso, doe uma parte da sua grana para a África.