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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Brasil: um gigante com uma bola de ferro nos pés...

Semelhante à imagem clássica daqueles prisioneiros de uniforme listrado e uma imensa bola de ferro atada nos pés, o Brasil se arrasta penosamente em direção à modernidade.
Os prisioneiros são os empresários, ou todos aqueles que pretenderiam trabalhar e criar riqueza.
A bola de ferro tem dono, proprietário, fabricante e controlador: o governo, com seu manancial burocrático, com sua carga de impostos, com sua ineficiência proverbial, enfim, um feitor analfabeto, que pouco entende de economia, mas que pretende ditar regras para os pobres prisioneiros que somos todos nós.
De fato é assim: políticos em geral são incultos em matéria econômica, e os companheiros no governo têm os preconceitos típicos dos que se acreditam desenvolvimentistas, mas que são apenas keynesianos de botequim, rústicos como todos esses universitários que saem de cursos despreparados.
Esse é o Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

O investimento emperrado

19 de fevereiro de 2013 | 2h 09

Editorial O Estado de S.Paulo
Com vento a favor, otimismo e muito empenho, governo e setor privado voltarão a investir em máquinas, equipamentos, edificações e infraestrutura, neste ano, algo próximo de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a nova projeção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Se tudo correr bem, a capacidade produtiva ficará um pouco maior e tecnicamente mais atualizada e a economia nacional ganhará alguma eficiência. Apesar desse esforço, o País ainda ficará muito atrás das economias dinâmicas da Ásia, onde o investimento geralmente supera com folga a marca de 30% do PIB e se aproxima, nos casos mais notáveis, de 40%. Além disso, taxas entre 25% e 30% vêm-se tornando comuns na América Latina, graças a uma boa combinação de poupança interna e captação de recursos externos. No ano passado a política de investimentos fracassou, mais uma vez, apesar do alarde sobre o avanço dos programas oficiais e da liberação de recursos do Tesouro para os bancos controlados pela União. No terceiro trimestre, o total investido ficou em 18,7% do PIB, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com alguma pequena melhora nos três meses finais, dificilmente o cenário terá ficado muito diferente.
O valor investido entre 2013 e 2016 será 28,9% maior que o aplicado entre 2008 e 2011, segundo projeção do BNDES. Os números de 2012 ficaram fora da comparação. A maior parcela dos novos investimentos (R$ 1,03 trilhão) será destinada à indústria, de acordo com as projeções, e ficará 22% acima da contabilizada entre 2008 e 2011. O segundo maior valor (R$ 489 bilhões) será aplicado na infraestrutura, mas a expansão, de 36,2%, será bem mais acentuada. O total previsto para serviços (R$ 217 bilhões) também terá um aumento considerável de 36,7%.
Ao estabelecer suas estimativas, os técnicos do banco levaram em conta as consultas dirigidas à instituição e as novas aprovações de projetos. Os cálculos podem parecer, portanto, bem fundamentados, mas com certeza incluem uma dose razoável de otimismo quanto à eficiência do setor público e à disposição dos empresários privados.
A ação do governo é duplamente importante para a evolução dos investimentos. Primeiro, porque o próprio setor público é responsável por uma grande parcela da formação de capital fixo, por meio de projetos de infraestrutura realizados diretamente ou em parceria com o setor privado. E a ineficiência do governo tanto na realização de investimentos quanto na mobilização de recursos privados é notória. Segundo, porque a ação governamental dificulta a ação das empresas, com excesso de burocracia, tributação mal orientada e sinais pouco claros a respeito dos rumos de sua política.
Mesmo os incentivos são em geral medidas de efeito limitado, por serem mal dirigidos e pouco articulados com ações amplas de política econômica. Estímulos temporários e parciais ao consumo são um exemplo de ineficiência: favorecem as vendas durante algum tempo, mas são insuficientes para gerar confiança na evolução dos negócios a médio prazo. O sistema tributário continua ruim, mesmo com algumas desonerações parciais, e é um dos vários fatores determinantes da baixa produtividade geral da economia.
Pequenos aumentos na taxa de investimento, isto é, na relação entre o valor investido e o PIB, serão celebrados pelo governo a cada ano como vitórias, mas pouco afetarão a capacidade de crescimento do País.
Os técnicos do governo fariam bem se refletissem um pouco mais sobre os dados do próprio BNDES. No ano passado, o banco desembolsou R$ 156 bilhões. Descontada a inflação, esse valor foi 5,4% maior que o de 2011, um resultado aparentemente positivo. Mas, pelo mesmo critério, o dinheiro desembolsado em 2012 foi menor que os totais liberados em 2009 (R$ 164 bilhões) e 2010 (R$ 190 bilhões).
Em todos esses anos o Tesouro transferiu grandes somas ao BNDES para financiar projetos empresariais, mas o resultado global foi um fiasco indisfarçável. Será muito fácil, e errado, atribuir o problema à crise externa. Um pouco de autocrítica, para variar, será muito saudável.

Missão da OMC no Brasil avaliará se País é protecionista

O Estado de S. Paulo, 21 de fevereiro de 2013
JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE - Agencia Estado
GENEBRA - Uma missão da Organização Mundial do Comércio (OMC) desembarca no próximo fim de semana no Brasil para examinar a política comercial da presidente Dilma Rousseff, numa ação que colocará em evidência as medidas consideradas como protecionistas por parte do governo.
A investigação da OMC tem como objetivo preparar um informe sobre a situação do Brasil, que será apresentado aos demais integrantes do órgão, no fim de junho, em Genebra. Na ocasião, governos de todo o mundo poderão questionar as práticas comerciais do Brasil.
A revisão da política brasileira é realizada pela OMC a cada quatro anos e serve como uma espécie de sabatina para apontar os desafios e as medidas que poderiam ser consideradas como irregulares.
Em 2009, por exemplo, governos de todo o mundo enviaram mais de 530 perguntas ao Itamaraty e parte dos ataques se referiam à elevação de tarifas no Brasil. A média de impostos passou de 10,4% para 11,5% entre 2005 e 2009, diante da elevação de tarifas de importação para têxteis de calçados.
Em 2004, a OMC sugeriu que o Brasil acelerasse a liberalização de seu mercado para crescer a taxas mais altas. Desde então, o que ocorreu foi o contrário, segundo os governos que enviaram questões ao Itamaraty.
Agora, técnicos da OMC vão se debruçar nas leis criadas pelo Brasil, nos últimos meses, consideradas por países ricos como protecionistas. Isso inclui a elevação de impostos de importação e a isenção de impostos para empresas que fabriquem seus produtos dentro do mercado brasileiro. Outro ponto que a OMC deve avaliar é o impacto da valorização do real nas importações, além do peso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (BNDES) e de subsídios locais para a produção.
Nos últimos meses, governos como o dos EUA, Europa, Coreia do Sul, México e Japão foram críticos à posição do Brasil no comércio internacional, denunciando uma escalada de tarifas e barreiras.
Segundo diplomatas em Brasília, não seria uma surpresa se a OMC lidar com alguns desses casos em reuniões que vai manter com o Itamaraty, com o Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior e com o Ministério da Fazenda a partir de segunda-feira.
Diplomático, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, tem evitado fazer críticas diretas ao Brasil. Mas vem insistindo que "o protecionismo não garante proteções" e alertando que a elevação de tarifas pode ser prejudicial para a economia importadora.

Campanha
O comportamento do governo brasileiro também já aterrissou na campanha para a disputa do cargo máximo da OMC. O candidato mexicano, Hermínio Blanco, atacou diretamente algumas das propostas brasileiras, acusando Brasília de protecionismo.
"Temos de manter a OMC como uma organização que defenda o comércio", disse. O candidato ainda criticou a decisão do Brasil de suspender o acordo automotivo com o México. "O acordo foi útil para gerar empregos e sua suspensão só mostra como é importante que, em eventuais acordos futuros, teremos de prever mecanismos de solução de disputa para que governos pensem duas vezes se querem sair de um tratado."
Diante da imagem do Brasil, o próprio candidato brasileiro para a liderança da OMC, Roberto Azevedo, optou por se distanciar da posição comercial do governo de Dilma Rousseff, insistindo que, se for eleito, defenderá a visão do conjunto de países.
Para o exame da OMC, porém, o Brasil já está com suas respostas prontas. A elevação de tarifas não foi feita de forma irregular, já que o imposto cobrado ainda está dentro das margens permitidas ao País. Além disso, o Itamaraty deixará claro que os demais países não têm do que se queixar: desde a elevação das taxas, as importações continuaram crescendo e que, portanto, as novas barreiras não eram proibitivas. O governo mostrará que as importações crescem a um ritmo superior às exportações nos últimos meses.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Brasileiros gastadores: americanos agradecem (também: US$ 6 bi !!!)

Bem, os americanos estão muito contentes e pedem mais:
Please, please, keep pouring your money into our vaults; better, into our pockets, our bank accounts. 
Please, do not stop, keep coming to DisneyWorld, and stop by our shoppings, our malls, our condos, and buy, buy everything, anything you can carry, and, please, make Florida your home, stay for a while, forever, our condos are very cheap nowadays.
You can speak Portuguese, we have learned to speak Cubanese, we'll learn Brazilianese all together...


Realmente, o Brasil é a salvação da América, como alguns dizem (menos os companheiros, que continuam ridiculamente se referindo ao "imperialismo estadunidense", assim mesmo), mas desconfio que esses 5.000 dólares por pessoa seja uma média que envolve muito dinheiro sujo, ilegal, lavado nos EUA...
Bem, mais trabalho para o agente da Receita estacionado em Miami (embora eu desconfie que ele também anda investindo nos EUA; sabem como é, o Brasil anda muito caro, melhor colocar seu dinheiro em paragens mais amenas).
Paulo Roberto de Almeida 


Los brasileños eligen Estados Unidos para comprar
EVA SÁIZ Washington
El País, 9/04/2012

Con 5.900 millones de dólares (4.500 millones de euros) desembolsados en Estados Unidos en 2010, los brasileños son los extranjeros que más gastan en ese país, casi 5.000 dólares por persona, según datos del Departamento de Comercio estadounidense. Barack Obama tendrá muy presente el creciente peso de Brasil en la economía de EE UU cuando este lunes reciba a su presidenta, Dilma Rousseff, en la Casa Blanca.

Mientras EE UU y Europa luchan contra la recesión, Brasil disfruta de una situación boyante. Es la sexta economía del mundo y la segunda del continente americano, por detrás de EE UU. Su clase media –a la que han accedido 30 millones de brasileños desde 2003- gana entre 1.610 y 6.940 reales –moneda brasileña- al mes (entre 674 y 3.000 euros) y 20 de sus 192 millones de habitantes es millonario, el 10% de la población.

Con 5.900 millones de dólares desembolsados en en 2010, los brasileños son los extranjeros que más gastan en EE UU, casi 5.000 dólares por persona
Los brasileños quieren comprar y con un real fuerte –un dólar vale 1,82 reales- prefieren salir al extranjero a consumir. El Banco Central de Brasil, su máxima autoridad monetaria, estima que en 2011 sus habitantes gastaron más de 20.000 millones de dólares en viajes internacionales, un 22% más que en 2010.

Sus principales destinos en EE UU son Miami y Nueva York. Lo que más demandan es artículos de lujo, lo último en tecnología y la visita a parques temáticos. Conscientes de que los brasileños no gastarán generosamente si no se sienten como en casa, los comerciantes estadounidenses han contratado a trabajadores que sepan portugués para atenderlos. Hay compañías que organizan tours de compras por centros comerciales en los que se habla su lengua. En 2001 Disney World batió el récord de visitantes de ese país y ya ha contratado a medio centenar de trabajadores lusoparlantes. SeaWorld Orlando ha creado una página web en portugués y ofrece clases de ese idioma a sus empleados.

El real también ha contribuido a resucitar el mercado inmobiliario de Miami. “Los brasileños han comprado el 10% de las viviendas del sur de Florida”, explican desde la Embajada de Brasil en EE UU para EL PAÍS. La fiebre inversora del país ha ayudado a expandir otros negocios relacionados con la venta de casas. Muchas agencias inmobiliarias además de apartamentos ofrecen desde expertos para decorarlas hasta asesoramiento financiero.

Es escollo del visado

En 2010, 1,2 millones de brasileños visitaron EE UU. En 2011 el pedido de visados aumentó un 40%. Solo en los tres primeros meses de 2012 se han expedido 269.637 permisos, un 56% más que en el mismo periodo del año pasado, según datos de la Embajada de EE UU en Brasil.

Consciente del peso del turismo en la economía estadounidense, la Casa Blanca ha agilizado los trámites para que los brasileños puedan obtener sus visados. Desde 2010, éste ha pasado a tener una validez de 10 años y el permiso para turistas se ha ampliado a cinco.

Solo en los tres primeros meses de 2012 se han expedido 269.637 permisos, un 56% más que en el mismo periodo del año pasado
En enero, Obama anunció su plan para impulsar el turismo que prevé reducir hasta un máximo de tres, las semanas para concertar una entrevista desde que se solicita el visado y eliminar la entrevista previa para renovarlo. Las medidas ya se notan en Brasil, donde el plazo para obtener el visado se ha reducido de 50 a 32 días en el consulado de Sao Paulo y a siete en los de Recife y Brasilia, indica en un correo electrónico Adrian Alexandri, asesor de la Asociación Brasileña de Operadores de Turismo.

El Gobierno estadounidense también estudia eliminar la obligación de visado para turistas de determinadas naciones, como China o Brasil. Hasta ahora solo 36 países, España incluido, tienen un acuerdo al respecto con EE UU. La Cámara de Comercio de Florida y otros lobbys están presionando para que Obama acelere su decisión en el caso de Brasil, ya que es el Estado más beneficiado por la nueva riqueza del país. En los primeros nueve meses de 2011, los más de un millón de brasileños que visitaron Florida se dejaron 1.600 millones de dólares.

“Seguimos en conversaciones con EE UU, pero el hecho de que organizaciones estadounidenses presionen para eliminar la necesidad de visado es una ayuda enorme”, señalan en la Embajada brasileña en Washington.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Maravilhas orcamentarias brasileiras: execucao perfeita de gastos imperfeitos...

Investimentos continuam a ser uma tragedia econômica brasileira.
O Brasil quer crescer na base do consumo e do crédito. Vai dar errado...
Paulo Roberto de Almeida 

Gastos com previdência pública superam investimentos
CRISTIANE JUNGBLUT
O Globo, 30/01/2012

Déficit do Regime Próprio de Previdência Pública se aproximou dos R$ 60 bilhões

Os investimentos previstos no Orçamento da União têm ficado abaixo dos gastos com o Regime de Previdência dos servidores públicos (civis e militares) e de outras despesas obrigatórias. Em 2011, o déficit do Regime Próprio de Previdência Pública se aproximou dos R$ 60 bilhões — segundo os últimos dados ainda não anunciados oficialmente pela Previdência —, contra os R$ 47,5 bilhões dos investimentos.
Os dados finalizados de 2010 já mostravam esse fenômeno, com um déficit previdenciário de R$ 51,2 bilhões, contra R$ 47,1 bilhões em investimentos.
 O primeiro ano do governo da presidente Dilma Rousseff mostrou uma estagnação nos investimentos, com uma variação de apenas R$ 394 milhões em termos nominais.
O governo reconheceu, no balanço do Tesouro, que os investimentos ficaram aquém do esperado. Até novembro, havia uma queda mais acentuada, mas no final do ano houve uma aceleração nos pagamentos. Em seu primeiro ano de mandato, Dilma não conseguiu potencializar os investimentos novos. Para 2012, o desafio de da presidente será retomar o ritmo de novos investimentos e escapar da armadilha de ficar presa ao pagamento de despesas herdadas de anos anteriores — os chamados “restos a pagar”.
Os dados da Previdência para 2011 estão sendo finalizados, mas o rombo ficará quase R$ 4 bilhões além dos R$ 56 bilhões previstos pelo ministro da Previdência, Garibaldi Alves. Segundo os técnicos, a variação será pequena, podendo ficar um pouco abaixo dos R$ 60 bilhões. As cifras reforçam a preocupação do governo em aprovar, com urgência, o projeto que cria o Regime Complementar de Previdência Pública da União, no Congresso desde 2007.
O déficit do regime da previdência pública representava, já em 2010, 1,4% do PIB, enquanto os investimentos fecharam aquele ano significando 1,28% do PIB. Se as projeções de 2011 forem confirmadas esta semana, o déficit terá evoluído para 1,5%, enquanto os investimentos ficaram estagnados, num patamar de 1,16% do PIB (estimado pelo Tesouro na última sexta-feira em R$ 4,13 trilhões).
Em contrapartida, os investimentos em 2011 foram maiores do que o rombo do INSS, o regime geral da Previdência. Em 2011, o déficit do INSS ficou em R$ 35,5 bilhões.
Denúncias afetaram obras
Denúncias de irregularidades em órgãos como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o corte de gastos recorde de R$ 50,6 bilhões afetaram as obras no primeiro ano do governo Dilma. Mais uma vez, o chamado “orçamento paralelo” — formado pelos “restos a pagar” de anos anteriores — levou vantagem e dominou os pagamentos.
De 2010 para 2011, caiu o volume de investimentos de dinheiro do orçamento do ano e aumentou a dependência dos “restos a pagar”. Segundo os últimos dados disponibilizados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal, por meio do sistema Siga Brasil, a execução dos investimentos diretos (o chamado GnD4) em obras foi de R$ 42,2 bilhões em 2011, contra R$ 44,9 bilhões em 2010, ou queda de 6,4%. Dos R$ 42,2 bilhões gastos em 2011, segundo o o Siafi, R$ 25,3 bilhões eram referentes a “restos a pagar”.
No geral, segundo o Tesouro, o investimento do governo federal ficou em R$ 47,5 bilhões, mas essa conta leva em consideração parte dos investimentos financeiros.
O problema já aparecia em 2010, quando, dos R$ 44,9 bilhões gastos em investimentos, R$ 21,7 bilhões foram do orçamento do ano e R$ 23,2 bilhões — novamente a maioria — de pagamentos herdados.
A dependência das obras, principalmente as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em relação aos chamados “restos a pagar” é tanta que o Planejamento já assumiu o discurso de que não existem pagamentos atrasados, argumentando que as obras estão em constante execução.
Especialista em finanças públicas, o economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, apontou uma redução dos investimentos de 2010 para 2011, em relação ao PIB. Mas considerou positivo o desempenho do primeiro ano da presidente Dilma, lembrando que ela assumiu depois de um ano eleitoral, quando, tradicionalmente, os gastos são inflados. Para Felipe Salto, o governo deve prestar atenção à questão dos “restos a pagar”:
— Houve queda em relação ao PIB, de 1,28% para 1,16% do PIB, mas isso era esperado. Ainda assim, é o melhor primeiro ano de mandato dos últimos governos. O importante é que, dos R$ 47,5 bilhões em investimentos, a maior parte foi de restos a pagar, ou seja, não tem dinheiro novo, obra nova, no primeiro ano do governo Dilma. Mas foi um ano bom.
Para a professora do Coppead/UFRJ Margarida Gutierrez, especialista em orçamento, o grande problema da execução orçamentária consiste mesmo nos “restos a pagar”.
— Esse volume é uma forma de aumentar o superávit primário do ano, mas compromete o orçamento do ano seguinte. É preciso uma política mais transparente sobre os gastos, os empenhos. É um orçamento paralelo.
Para se ter uma ideia, como só foram gastos R$ 16,8 bilhões dos 48,8 bilhões empenhados em 2011, cerca de R$ 32 bilhões se transformaram em “restos a pagar”, volume que sobe para cerca de R$ 57 bilhões quando incluídos esse tipo de pagamento de anos anteriores. Segundo dados da Comissão Mista de Orçamento (CMO), há cerca de R$ 25 bilhões de anos anteriores no estoque dos investimentos.
A presidente Dilma, ressaltaram os especialistas, fez um esforço para reduzir o estoque, aumentando o pagamento de “restos a pagar”. Segundo levantamento de Felipe Salto, o estoque é de R$ 140 bilhões. Outros dados indicam R$ 120 bilhões. Só de 2010, ela herdará R$ 38 bilhões em pagamentos atrasados

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

BNDES construindo o imperialismo brasileiro na America do Sul...

Calma, imperialismo aqui no sentido hobsoniano, ou luxemburguiano, ou seja, exportação de capitais...



Brasileño BNDES acelera desembolsos para obras en America Latina
Por Esteban Israel
Reuters, 27/09/2011

SAO PAULO - El estatal Banco Nacional de Desarrollo (BNDES) de Brasil aumentará en un 26,6 por ciento interanual sus desembolsos en América Latina hasta 870 millones en el 2011, dijo el martes una ejecutiva de la entidad, consolidándose como el cheque en blanco de la expansión de las constructoras brasileñas en la región.
Con un cartera de crédito tres veces mayor a la del Banco Mundial, el BNDES ha financiado la participación de empresas brasileñas en obras de infraestructura desde el metro de Caracas hasta gasoductos en Argentina e hidroeléctricas en Perú y República Dominicana.
"Podemos hablar de una tendencia creciente en el número de proyectos y operaciones de apoyo a la exportación y también de una diversificación de los destinos", dijo a Reuters la superintendente de Comercio Exterior del BNDES, Luciane Machado.
"El año pasado el valor de los desembolsos (en proyectos de infraestructura en América Latina) fue de 687 millones de dólares, este año estamos proyectando 870 millones y el año que viene, basado en el crecimiento de la cartera, esperamos estar en el orden de los 1.000 millones", añadió en una entrevista telefónica desde las oficinas del banco en Río de Janeiro.
Convertido en una herramienta de política exterior del Gobierno brasileño, el BNDES financia exportaciones de bienes y servicios a tasas preferenciales en torno al 7 por ciento. Los desembolsos del banco en América Latina han crecido sostenidamente en la última década a tasas de dos e incluso tres dígitos.
Pero el BNDES ha sido criticado por prestar dinero a tasas que algunos consideran subsidiadas y que ofrecen ventajas competitivas a constructoras brasileñas como Odebrecht, OAS o Camargo Correa. Machado dice que es una acusación sin fundamentos.
"Rechazamos tajantemente la afirmación de que ofrecemos con tasas subsidiadas. Trabajamos con tasas internacionales de referencia y lo único que queremos hacer es dar a nuestros exportadores las mismas condiciones de tasas de interés que nuestros competidores para participar en licitaciones", dijo.
Machado dijo que las operaciones internacionales del BNDES no serán afectadas por la decisión de reducir los niveles de operación en Brasil, que busca atraer capital privado inhibido por las condiciones preferenciales de financiamiento ofrecidas por el bano estatal.  
"En el exterior participamos con un porcentaje de las exportaciones brasileñas, nuestro nivel de participación en el todo del proyecto es mucho menor, del orden del 80 o 70 por ciento. Si aplicáramos alguna reducción tal vez comprometiéramos la viabilidad del proyecto", dijo.
"DESEMBOLSOS EXPRESIVOS"
La cartera del BNDES para proyectos de infraestructura en América Latina ronda los 17.200 millones de dólares, el 60 por ciento en proyectos aún no aprobados.
La ejecutiva dijo que el BNDES prevé "desembolsos expresivos" en los próximo años en Argentina, donde el banco está financiando proyectos de generación hidroeléctrica y expansión de gasoductos.
En Venezuela el BNDES está involucrado actualmente en la construcción de un astillero de la petrolera estatal PDVSA y una planta siderúrgica.
En Perú, un país nuevo en la cartera del BNDES, el banco prepara el financiamiento de la hidroeléctrica de Chaglla y de una planta desalinizadora ligada a una mina de fosfato de Bayóvar donde participa la minera brasileña Vale
.
El BNDES financia además la construcción de faraónicas carreteras desde el oeste de Brasil hasta puertos de Perú y Chile en el Pacífico, abriendo una puerta a China para las exportaciones brasileñas. Machado dijo que el banco estudia además nuevos proyectos en Nicaragua y Costa Rica.
"Hemos crecido, pero considerando el conjunto de oportunidades que América Latina ha ofrecido infraestructura, nuestra participación es todavía muy pequeña", dijo.
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(Reporte de Esteban Israel, editado por Gabriela Donoso)