Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
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domingo, 12 de janeiro de 2014
Quem pode ser judeu? Pergunta complicada, resposta mais ainda - The Economist
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Nazistas ladroes: obras roubadas, confiscadas de judeus (Le Monde)
sábado, 7 de setembro de 2013
Judeus iranianos? Sim, existem - Washington Post
A brief video introduction to Iran’s Jewish community (yes, really!)
terça-feira, 25 de junho de 2013
Aristides Souza Mendes: o homem que salvou judeus e desobedeceu a Salazar
Leiam a matéria do Mundo Português, neste link:
http://www.mundoportugues.org/uploads/ed-digital/28jun/bra/mp/files/assets/downloads/publication.pdf
sábado, 6 de abril de 2013
Emigracao de judeus: um dos sinais de decadencia nacional...
Os judeus ibéricos foram para os Países Baixos, Inglaterra, França, e lá prosperaram e deram grandes contribuições a essas nações.
Portugal e Espanha afundaram no retrocesso, na contra-Reforma, no obscurantismo. Bem feito.
Agora parece que a Venezuela segue o mesmo caminho, para não falar da Argentina...
Paulo Roberto de Almeida
Venezuela: quase dois terços da comunidade judaica sairam do País
Osias Wurman
Rua Judaica, 4 de abril de 2013
Durante a última década, milhares de judeus venezuelanos foram para a Flórida, impulsionados para outros países pela alta taxa de criminalidade e o crescente antissemitismo em grande resultado das constantes e duras críticas de Chávez contra Israel e a proximidade e aliança com o iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Na década de 1990 cerca de 25.000 judeus viviam na Venezuela – e atualmente este número está reduzido para apenas 9.000, de acordo com a CAIV, o grupo que representa os judeus venezuelanos.
"Não é possível dizer se daqui a 10 anos somente ficarão metade, mas neste momento a tendência é diminuir, o que é muito preocupante para nós como comunidade", disse Efraim Lapscher, vice-presidente da CAIV.
Porém muitos judeus estão determinados a ficar na Venezuela, pois lá têm negócios, tem um sentimento de pertencer à cultura do país e uma impressionante variedade de instituições judaicas meticulosamente construídas ao longo de décadas. No entanto, a crescente incerteza após a morte de Chávez no mês passado, poderá ocasionar para que mais deixem o país para se juntarem aos seus amigos e famílias que vivem no exterior, muitos deles na Flórida.
Apenas três horas de avião separam Caracas de Miami, que tem um clima semelhante, o espanhol é uma língua amplamente falada e é o lar de uma grande comunidade judaica, o que tornou o local o favorito entre os judeus venezuelanos à procura de um novo começo.
Flórida pode ser o destino preferencial dos judeus venezuelanos, muitos dos quais viviam em Caracas, mas não é de modo algum o único. Pequenas comunidades de judeus venezuelanos exilados foram formadas no Panamá, Colômbia, Costa Rica e Guatemala - países de língua espanhola, com pequenas, mas robustas populações judaicas.
E claro muitos foram para Israel. De acordo com a Agência Judaica 1.290 venezuelanos foram morar no Estado judeu desde 1999, número que não inclui os judeus venezuelanos que já eram cidadãos israelenses antes de se mudarem. Um funcionário da Agência disse que o número de judeus desta última categoria é "considerável".
E alguns judeus venezuelanos conseguiram obter sucessos significativos em seus países de adoção.
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Reportagem completa:
Era Pós-Chávez, e os Judeus da Venezuela
SunnyIsles Beach, na Flórida (JTA) - Sentado em uma cafeteria Starbucks nesta pequena cidade ao norte de Miami Beach, Paul Hariton relembra a noite dramática em 2002, quando ele e sua esposa decidiram a deixar a Venezuela na qual nasceram.
O líder esquerdista Hugo Chávez, tinha recém voltado ao poder após um golpe fracassado contra ele, e os Haritons temiam as consequências políticas.
"Pensamos que ele não voltaria", disse Hariton, de 56 anos. "Foi quando voltávamos de uma grande manifestação da oposição no centro da cidade, onde várias pessoas levaram tiros, incluindo um membro da comunidade. Uma menina foi baleada na cabeça, e felizmente sobreviveu".
E no dia seguinte os Haritons estavam na Flórida, e onze anos depois, eles ainda lá estão."Para os meus filhos foi muito bom", afirmou Hariton. "Meu filho mais velho está na faculdade de Medicina, minha filha acabou de se formar e está trabalhando num banco. E o meu filho mais novo de 17 anos está se preparando para entrar na universidade".
Durante a última década, milhares de judeus venezuelanos seguiram o mesmo caminho, impulsionados para outros países pela alta taxa de criminalidade e o crescente antissemitismo em grande resultado das constantes e duras críticas de Chávez contra Israel e a proximidade e aliança com o iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
Na década de 1990 cerca de 25.000 judeus viviam na Venezuela – e atualmente este número está reduzido para apenas 9.000, de acordo com a CAIV, o grupo que representa os judeus venezuelanos. "Não é possível dizer se daqui a 10 anos somente ficarão metade, mas neste momento a tendência é diminuir, o que é muito preocupante para nós como comunidade", disse Efraim Lapscher, vice-presidente da CAIV.
Porém muitos judeus estão determinados a ficar na Venezuela, pois lá têm negócios, tem um sentimento de pertencer à cultura do país e uma impressionante variedade de instituições judaicas meticulosamente construídas ao longo de décadas. No entanto, a crescente incerteza após a morte de Chávez no mês passado, poderá ocasionar para que mais deixem o país para se juntarem aos seus amigos e famílias que vivem no exterior, muitos deles na Flórida.
Apenas três horas de avião separam Caracas de Miami, que tem um clima semelhante, o espanhol é uma língua amplamente falada e é o lar de uma grande comunidade judaica, o que tornou o local o favorito entre os judeus venezuelanos à procura de um novo começo.
Muitos dos recém-chegados se associaram ao Centro Comunitário Judaico Michael-Ann Russel, em North Miami Beach, que é bastante parecido com a Hebraica, existente em Caracas. Embora não tendo os cenários que rodeiam a Hebraica –principalmente por causa da sua localização no exuberante sopé da montanha Ávila - as quadras de tênis, piscina, os prédios bem conservados e o descontraído estilo de vida são bastante semelhantes.
"E lá existem muito mais coisas e não apenas para o esporte", disse Ariel Bentata, judeu que veio da Venezuela e é presidente do CCJ. "Agora se tornou um local de encontro, de reunião, e isso é uma grande mudança, pois foi algo que os judeus venezuelanos trouxeram da Hebraica".
Na verdade, os Caraquenhos encontram muitos rostos familiares por aqui. O Rabino Pynchas Brener foi o rabino chefe da principal sinagoga ashkenazide Caracas por 44 anos até quando se aposentou há dois anos quando já tinha quase 80 anos.
"Eu poderia ter ficado por mais três anos", disse Brener. "Mas eu não quis, basicamente por causa da tremenda insegurança pessoal [em Caracas], e eu já tenho oito dos meus nove netos vivendo aqui. É por isso que eu vim".
Flórida pode ser o destino preferencial dos judeus venezuelanos, muitos dos quais viviam em Caracas, mas não é de modo algum o único. Pequenas comunidades de judeus venezuelanos exilados foram formadas no Panamá, Colômbia, Costa Rica e Guatemala - países de língua espanhola, com pequenas, mas robustas populações judaicas.
E claro muitos foram para Israel. De acordo com a Agência Judaica 1.290 venezuelanos foram morar no Estado judeu desde 1999, número que não inclui os judeus venezuelanos que já eram cidadãos israelenses antes de se mudarem. Um funcionário da Agência disse que o número de judeus desta última categoria é "considerável".
E alguns judeus venezuelanos conseguiram obter sucessos significativos em seus países de adoção.
O cineasta venezuelano Jonathan Jakubowicz está trabalhando em um filme estrelado por Rober De Niro e Gael Garcia Bernal. Michel Kreiselfaz parte da equipe de efeitos especiais que ganhou um Oscar pelo "A Vida de Pi". Moisés Naim, ex-ministro de desenvolvimento da Venezuela, é agora um associado sênior do ‘Carnegie Endowment for International Peace’ em Washington e colunista respeitado do jornal espanhol El Pais.
"Na maior parte vieram as pessoas mais idealistas ou com parentes aqui", disse Maor Melul, de 37 anos, um engenheiro de computação que se mudou em janeiro para Israel vindo de Caracas. "As pessoas que têm bastante dinheiro vão para Miami. E, geralmente, os que foram para o Panamá e Costa Rica estão esperando para voltar para a Venezuela se as coisas lá melhorarem".
Melul se apaixonou por Tel Aviv quando lá permaneceu em uma estadia anterior. A maioria dos seus amigos em Israel é do Brasil, mas se as pessoas o confundem com um brasileiro, ele é rápido em corrigi-los.
"No meu quarto tenho uma boneca de barro indígena com as cores da bandeira da Venezuela e as estrelas", disse ele. "Na minha mesa de jantar eu tenho uma bandeira venezuelana. E, claro, há o time de futebol venezuelano. Eu usava a camiseta do time quando fiz aliá. Gosto de mostrar as suas cores, que são as venezuelanas".
Na maior parte do tempo, Melul não mais se sente separado do lugar que ele havia chamado de lar por décadas. A maioria da sua família e amigos morreu ou emigrou. Apenas ocasionalmente ele sente uma nostalgia, como quando ele olha para álbuns com fotos antigas."Eu olho para fotos de coqueiros e o mar, e penso como eu gostaria de lá estar agora", disse ele. "Mas já não dá mais".
Hariton acredita a maioria dos judeus venezuelanos não voltarão, mesmo se as coisas lá melhorarem. Eles já estão adaptados aos seus novos lares, disse ele, e só de vez em quando se lembram do seu país de nascimento. "Tenho saudades do que eu tinha, mas que agora não estão mais lá", disse Hariton. "A comunidade e o país que tínhamos não estão mais lá".
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Herança cultural judaico-alemã no mundo
CULTURA | Deutsche Welle, 26.10.2011
Projeto de pesquisa resgata herança cultural judaico-alemã em todo o mundo
Revisão: Augusto Valente
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Diplomatas colaboracionistas: tempos miseraveis...
Estou me referindo aos tempos sombrios do nazismo, e a colaboração que a ele prestaram, inclusive na nefanda política de exterminação de judeus, por diplomatas alemãos do III Reich.
Paulo Roberto de Almeida
REPORTAJE: NAZISMO
La oscura diplomacia del Tercer Reich
LAURA LUCCHINI
El País, 02/01/2011
Un nuevo libro implica a los embajadores de la Alemania nazi en las deportaciones y la eliminación de judíos. El mito del distanciamiento de los diplomáticos del Reich se derrumba
La historia reciente de Alemania es una fuente inagotable de sorpresas. La última la ha provocado un libro que derriba el mito sobre la supuesta oposición silenciosa que el Ministerio de Exteriores mantuvo frente al ideario nazi. Das Amt und Die Vergangenheit (El ministerio y el pasado), ediciones Blessing, redactado por una comisión de historiadores guiada por el profesor Eckart Conze, describe a los diplomáticos del Reich como una "organización criminal". La conclusión es contundente: "Los diplomáticos estaban al tanto de la política contra los judíos y tomaron parte activa en ella. (...) La cooperación en el exterminio en masa era una de las áreas de actividad del ministerio en toda Europa".
El canciller Willy Brandt trabajó con Ernst Achenbach, ex oficial del Führer encargado de rastrear judíos en Francia
Pero no solo eso. Después de 1945, el Ministerio de Exteriores de la República Federal ocultó a los ex criminales nazis. Sucedió entre 1951 y 1955, etapa en la que Konrad Adenauer era canciller. Adenauer permitió que ex miembros del NSDAP (Partido Nacionalsocialista Obrero Alemán) se quedaran en el equipo ministerial como diplomáticos, que ocuparon puestos en las Embajadas de países árabes o latinoamericanos, donde era difícil que tuvieran que enfrentarse a ninguna persecución. Las cosas no cambiaron con Willy Brandt. A pesar de haber sido un firme opositor a Hitler, Brandt, una vez elegido canciller, siguió trabajando con Ernst Achenbach, ex oficial del Führer encargado de rastrear judíos en la Francis ocupada. Fue Joschka Eischer, al frente del Ministerio de Exteriores, quien creó en 2005 una comisión para investigar hasta qué fecha el departamento había ocultado su pasado nazi. Hasta la llegada de Fischer, muchos documentos habían permanecido secretos.
El estudio fue publicado el mes pasado y al acto de presentación asistieron los últimos responsables de la diplomacia alemana, Fischer, Frank Walter Steinmeier y el actual responsable de esta cartera, Guido Westerwelle, aunque en distintos eventos. Los cables liberados a través de este trabajo se leen como una Wikileaks histórica que involucra a los diplomáticos alemanes en la persecución de los judíos en Serbia, Francia, Suiza, Italia...
Los informes de los enviados del departamento de Exteriores fueron leídos y archivados cuidadosamente por empleados a las órdenes de Constantin Freiherr von Neurath y, más tarde, de Joachim Ribbentrop, titulares de esta cartera durante los Gobiernos de Hitler. Franz Rademacher, "responsable de los judíos", fue enviado en octubre de 1941 a Serbia, donde coordinó deportaciones y ejecuciones en masa. A su vuelta escribió un informe: "Los judíos varones serán fusilados este fin de semana, así que el problema queda solucionado tal y como relata la Embajada en un comunicado". Los costes de su viaje están registrados en un documento como: "Liquidación de judíos en Belgrado". Ulrich von Hassell, embajador en Roma, estaba encantado en 1933 con la nueva etapa antijudía y escribió claramente que quería "ser un luchador activo, es decir, participar" en la eliminación de judíos. Por su parte, Ernst von Weizsäcker, diplomático en Berna, en 1933, anotaba preocupado que "en el exterior falta una comprensión de la acción antijudía, porque quizá la influencia judía no ha manchado todavía sus almas".
La necesidad de iluminar los bajos fondos del Ministerio de Exteriores alemán comenzó con una carta que Marga Hensler, ex traductora del departamento, de 92 años, envió a Joschka Fischer quejándose de un elogioso obituario del diplomático Franz Nüsslein publicado en el año 2003 en una revista oficial. Nüsslein fue cónsul general de Alemania en Barcelona entre 1962 y 1974, y durante la Segunda Guerra Mundial fue fiscal en la Checoslovaquia ocupada, donde firmó miles de sentencias de muerte contra presuntos miembros de la resistencia. Fischer, sorprendido y preocupado por la polémica que había generado la carta de Hensler, decidió poner en pie una comisión de investigación: "Este es el obituario que este señor se merece", dijo. Después de la publicación del libro, Guido Westerwelle mandó una circular a las delegaciones diplomáticas alemanas en el mundo recomendando que descolgaran de las paredes todos los retratos de embajadores germanos anteriores a 1951. Instó también a las embajadas a investigar cualquier acusación de nazismo contra sus antiguos representantes. Estos detalles y el apoyo de tres ministros de Exteriores han elevado el interés del libro a los ojos del público. Y la obra se ha convertido en un superventas en las librerías. Se han vendido 80.000 ejemplares entre noviembre y diciembre pasados. También ha generado un sinnúmero de artículos o entrevistas de otros historiadores que han ido analizando las 880 páginas y 2.000 notas en búsqueda de incongruencias y superficialidades. El asunto está que arde, y la polémica, servida. Hans Mommsen, célebre experto del Tercer Reich, explicó la semana pasada que el libro le causó "horror" y que, en su opinión, está lleno de "errores enormes". Jöhannes Hürter, del Instituto de Historia Contemporánea de Múnich, dijo que no tiene "fundamento". Su colega de Fráncfort Sönke Neitzel dijo que se trata de "pornografía histórica". Se critica en particular la superficialidad y la falta de método científico por mezclar documentos inéditos con otros ya publicados. A pesar de esto, muchos políticos, Fischer y Westerwelle entre ellos, están convencidos de que la obra cambiará para siempre la imagen de la diplomacia alemana. Lo mismo piensan los supervivientes del Holocausto. La actitud de Westerwelle "demuestra que la Alemania actual es muy seria en su intención de confrontarse honesta y dolorosamente con su oscuro pasado", dijo Elan Steinberg, vicepresidente de la Unión Americana de Supervivientes Judíos.