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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Politica economica neoliberal companheira: se renderam os aloprados... - Cristiano Romero (Valor)


Isso que dá ficar brincando de aprendiz de feiticeiro. Depois é preciso chamar profissionais para limpar o estrago.
Paulo Roberto de Almeida

Dilma deu autonomia a Joaquim Levy
Cristiano Romero
Valor Econômico, 26/11/2014

Joaquim Levy ficou surpreso positivamente com a liberdade oferecida pela presidente Dilma Rousseff para a sua gestão à frente do Ministério da Fazenda. Ela não impôs condições ao futuro ministro. Deu-lhe garantias e reconheceu que a política econômica precisa passar por um "bom ajuste". A conversa animou Levy, que retorna oito anos depois à Fazenda, onde, sob o comando de Antonio Palocci, ajudou a promover, entre 2003 e 2006, o maior ajuste fiscal já realizado no país.

Primeiro nome convidado pela presidente, Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, estava disposto a assumir o cargo que há mais de oito anos é ocupado por Guido Mantega. Antes de ser convidado e vendo seu nome circular na imprensa, o executivo dizia a quem lhe perguntasse que não poderia aceitar o convite.

Dilma telefonou para Trabuco na quarta-feira da semana passada, depois de acertar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que faria o convite. O presidente do Bradesco ficou feliz com a oferta e consultou imediatamente seu superior hierárquico - Lázaro Brandão, presidente do conselho de administração do banco. Para seu desgosto, Brandão reagiu mal à convocação.

Nelson Barbosa deve surpreender à direita, diz aliado

Foi assim que Trabuco se sentiu: convocado pela presidente da República. "Se for para valer, não dá para dizer não", comentou ele com os mais íntimos antes de ser chamado por Dilma. Como Brandão não gostou da investida, Trabuco sugeriu ao Palácio do Planalto que ele participasse da conversa com a presidente. E assim foi: os dois principais integrantes da cúpula do Bradesco se reuniram com Dilma, em Brasília, no fim da tarde de quarta-feira.

Durante o encontro, Lázaro Brandão explicou que Trabuco não poderia deixar a diretoria executiva do banco neste momento. Ato contínuo, indicou outro subordinado seu para a Fazenda: Joaquim Levy, presidente da Bradesco Asset Management (Bram).

O nome do ex-secretário do Tesouro  já havia circulado como uma possibilidade para o Ministério da Fazenda durante a campanha eleitoral. Seus principais defensores foram o ex-presidente Lula e Palocci, seu antigo chefe. Na ocasião, Dilma não ficou muito entusiasmada.

A presidente conhece Levy desde o primeiro mandato de Lula (2003-2006). Levy foi um secretário do Tesouro marcante, na linha de Murilo Portugal, que ganhou a alcunha de "Dr. No" (título e personagem do primeiro filme da série James Bond) por ter conduzido a instituição, nas gestões dos presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, com grande austeridade.

No governo Lula, Levy era odiado pela maioria dos ministros. Os petistas nutriam especial rejeição por ele. Consideravam-no "neoliberal". Mas o então secretário era adorado por Lula e mantinha boas relações com a então ministra Dilma. Em 2007, quando ele já havia deixado o Tesouro, Lula o indicou ao governador Sérgio Cabral (PMDB) para comandar as contas do governo fluminense.

No exercício daquela função, Levy foi o maior adversário da mudança, patrocinada por Lula e Dilma, do regime de exploração de petróleo no Brasil - de concessão para partilha. Foi ele quem deu argumentos a Cabral para tentar convencer Lula a desistir da alteração, principalmente, das regras de distribuição de royalties do petróleo, uma vez que, no regime anterior, o Rio, como maior produtor, era o principal beneficiário.

A concordância de Dilma em convidar Levy mostra sinais importantes para seu segundo mandato. A presidente estaria convencida, dada a gravidade das contas públicas e da proximidade de uma severa crise econômica caso nada seja feito, de que precisa mudar seu estilo centralizador na área econômica. "Ela percebeu que é melhor dar autonomia à equipe econômica", comentou um aliado.

Na entrevista que deu a oito jornalistas pouco depois da eleição, Dilma falou como ministra da Fazenda. Disse o que precisa ser feito e o que não pode ser feito antes mesmo de escolher e anunciar o nome do novo ministro. E repetiu o mantra que enfraqueceu sua atual equipe, especialmente, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini.

"Nós vamos fazer uma política de inflação que leva em conta o fato também de que nós não vamos desempregar neste país. Ponha isso na cabeça", disse Dilma na entrevista. Um jornalista lembrou que essa (o emprego) é uma variável que independe do governo. "Você é que acha", reagiu a presidente. Na conversa com Levy, ela mudou inteiramente o tom, segundo apurou o titular desta coluna.

Outro sinal importante é que Dilma pretendia nomear Nelson Barbosa para a Fazenda, mas não o fez. Ex-secretário-executivo daquele ministério, Barbosa se aproximou da presidente no segundo mandato de Lula, ao defender ideias como a redução do superávit primário das contas públicas para estimular o crescimento econômico. "Desenvolvimentista" como Dilma, ele se tornou o economista mais ligado a ela.

A nomeação para o Ministério do Planejamento pode sugerir a ideia de que Barbosa, com o apoio tácito da presidente, fará um contraponto à esperada gestão conservadora de Levy na Fazenda. Quem conhece Brasília sustenta, entretanto, que não há como isso ocorrer graças à proeminência da Fazenda, ao contrário do que se observava no passado - de fato, nos governos militares os ministros do Planejamento eram bastante fortes.

Nem quando Palocci comandou a Fazenda e Mantega, o Planejamento, houve essa dicotomia. O primeiro a não permiti-la foi o então presidente Lula.

Dilma teria nomeado Nelson Barbosa, nas palavras de um interlocutor privilegiado, para "não desagradar a gregos e troianos". De fato, os petistas não gostaram nem um pouco da nomeação de Levy para a Fazenda e muito menos de Kátia Abreu para a Agricultura. Mas é bom que eles saibam que quem conhece Barbosa na nova fase assegura: "O 'Nelsão' vai surpreender à direita. Em assuntos fiscais, ele está bem conservador".

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Politica economica: do neoliberalismo lulista ao intervencionismo dilmista - Cristiano Romero

As lições de Lula que Dilma não seguiu
Cristiano Romero
Valor Econômico, 20/11/2013

Cristiano Romero é editor-executivo e escreve às quartas-feiras

O ex-presidente Lula tem muito a ensinar à sucessora, Dilma Rousseff. Quando assumiu, Lula encontrou a inflação girando em torno de 20% em 12 meses. Muitos asseveram que o IPCA chegou a esse patamar por culpa do próprio Lula - sua perspectiva de chegada ao poder teria assustado investidores e provocado fuga de capitais, pressionando o dólar e os preços. Talvez seja difícil desmentir esses fatos, mas não importa: uma vez no poder, Lula fez o que precisava para conquistar credibilidade e debelar a carestia.
O que se viu no primeiro mandato do ex-presidente (2003-2006) foi uma aposta firme na estabilização. Contra a vontade de seu partido, Lula deu autonomia operacional ao BC (para manejar a taxa de juros e gerenciar o regime de metas), aumentou significativamente o superávit primário das contas públicas (para diminuir a dívida pública como proporção do PIB) e deixou o câmbio flutuar.
A rigor, com uma única exceção - a acumulação de reservas a partir de janeiro de 2004 -, a gestão macroeconômica de Lula não divergia em nada da de Fernando Henrique Cardoso. E isso foi bom para o país e para o próprio Lula.
Os resultados da austeridade logo apareceram. O IPCA recuou de 12,5% em 2002 (último ano de FHC) para 3,1% em 2006 (último ano do Lula 1). No mesmo período, a dívida líquida do setor público caiu de 60,6% para 47,3% do PIB e o déficit público recuou de 4,4% para 3,6% do PIB (em 2003, atingira 5,2% do PIB).
Lula cumpriu o que prometera na "Carta aos Brasileiros", lançada em meados de 2002, durante a campanha eleitoral, com o objetivo de acalmar investidores e eleitores. Seu primeiro mandato não foi só de sacrifícios, como alegavam muitos petistas. Entre 2003 e 2006, já como resultado das boas políticas, o PIB acelerou o passo de um crescimento anual de 1,1% para outro de 4%.
Nos anos seguintes, todos os indicadores, com exceção da inflação, melhoraram ainda mais. Em 2010, último ano de governo, Lula entregou o país com relação dívida/PIB de 39,2%; déficit público de 2,5% do PIB e crescimento econômico de 7,5%, melhor desempenho em 24 anos. A inflação subiu para 5,9%, mas não saiu de controle.
O escândalo do mensalão, em 2005, debilitou politicamente o governo, mas não impediu que Lula se recuperasse no ano seguinte e ganhasse a reeleição. Sentindo-se em dívida com a esquerda, que o apoiou firmemente no pior momento do governo, principalmente os sindicatos, Lula decidiu fazer inflexões na ortodoxia que abraçara no início do mandato.
É possível resumi-las a duas decisões: a adoção de uma política de correção do salário mínimo, com reajustes bem superiores à variação da inflação; e a concessão de aumentos salariais generosos ao funcionalismo público. Apesar disso, Lula manteve os níveis anteriores de superávit primário.
Com as quedas de José Dirceu e Antonio Palocci, Lula entregou a Casa Civil a Dilma Rousseff. No segundo mandato, sob influência da então ministra, colocou o investimento público no centro da agenda. Ainda assim, manteve a autonomia do BC e as linhas gerais da política adotada em 2003. Em 2008, já deflagrada a crise mundial, autorizou o aumento do superávit primário.
A crise justificou, para Lula, a necessidade de uma nova inflexão. Mais uma vez, ele manteve a responsabilidade monetária, mas, desta vez, tendo uma justificativa plausível (a economia entrou em recessão em 2009), diminuiu o superávit primário. No momento seguinte, cometeu um erro, que foi manter os estímulos fiscais quando a atividade econômica já havia se recuperado. A preocupação era eleger a sucessora.
Claramente, os anos Lula despertaram o espírito animal dos empresários. Confiantes na ideia de que o governo não romperia contratos e de que manteria a inflação sob controle, além da solvência das contas públicas e externas, os empreendedores foram às ruas em busca da farta mão de obra que estava desempregada. Em consequência disso, a taxa de desemprego média anual recuou, entre 2003 e 2010, de 11,7% para 6,7%.
Um sinal de que a confiança na economia foi restaurada está refletida na taxa de investimento. Como mostra o gráfico abaixo, ela acelerou à medida que Lula foi colocando a casa em ordem; recuou durante a crise, mas voltou a subir no pós-crise, só voltando a cair na atual gestão.
Instalada no poder, Dilma repetiu o Lula 1 nos primeiros meses. Depois, sob a justificativa de recrudescimento da crise mundial, mudou tudo. Adotou meta de juro (2% reais para 2014), tolerou inflação mais alta, restringiu a entrada de capitais, administrou o câmbio, congelou o preço da gasolina, reduziu o superávit primário, promoveu desonerações tributárias seletivas, fixou taxas de retorno de investimentos privados em concessões, propôs mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal para permitir o aumento do endividamento dos entes federados, entre outras medidas.

Algumas iniciativas foram revertidas, mas é inegável: trata-se de um padrão de gestão inteiramente distinto do adotado por Lula. Os resultados, pífios, mostram que as mudanças aplacaram o espírito animal. O investimento caiu e o desempenho do PIB piorou (contando com 2,5% em 2013, em três anos a média de crescimento terá sido de 2%, menos da metade da do período Lula). A confiança desapareceu.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Licoes de Politica Economica, licoes de Historia Economica - Professora Dilma

Depois das excelentes lições de Política Econômica (e de Economia Política) que tivemos, na semana anterior, mostrando cabalmente a esses incultos, temerosos e incompetentes europeus, como se pode, muito facilmente, vencer uma crise sem entrar em recessão, sem aumentar o desemprego, sem criar sofrimentos inúteis para uma população desejosa de sempre mais prosperidade, graças aos fundos públicos -- que como se sabe são sempre inesgotáveis, e fáceis de serem mobilizados, bastando dar ordens às autoridades tributárias para aumentar a arrecadação -- e que, graças à sapiência acumulada dos brasileiros em matéria de produtividade, de competitividade e de eficiência nos serviços públicos -- que, como todo mundo sabe, no Brasil, são realmente excelentes, não deixando nada a desejar aos melhores países do mundo, aos mais avançados bastiões da social-democracia europeia, benemérita e generosa, aliás melhores ainda do que naqueles países escandinavos frios --, depois de todas essas maravilhas apregoadas a gregos e goianos -- inclusive pelo ex-presidente, que como todo mundo também sabe não é doutor honoris causa (por uma carrada de universidades, e ainda virão mais) por nada, e sim por uma sapiência comprovada em matéria de gestão econômica e excelência administrativa em todos os domínios conhecidos das ciências da gestão, e da falação -- depois de tudo isso, e como se não bastasse, temos agora a nossa nova professora, cultíssima, PhD em várias coisas, dando aulas de História Econômica, para maior gáudio dos ignorantes (que somos nós, claro), que desconheciam por completo que o FMI -- uma entidade sempre perversa, amiga da recessão e da pobreza --, naqueles tempos obscuros do neoliberalismo, tinha ordenado ao Brasil interromper completamente os investimentos quando da crise da dívida externa nos anos 1980 e das crises financeiras dos anos 1990, tudo isso, obviamente, apenas para causar maior sofrimento aos brasileiros, que não tinham ainda conhecido os méritos, as vantagens e a generosidade da política econômica que veio a ser aplicada a partir de 2003, que como todo mundo também sabe, abandonou os cânones estreitos do neoliberalismo e da subserviência aos especuladores de Wall Street e aos monetaristas do FMI, para finalmente, tchan, tchan, tchan, para maior glória dos brasileiros, finalmente, enveredou pelo crescimento, pela distribuição, pelo aumento dos salários e das rendas, e das pensões das viúvas abandonadas, e dos políticos aposentados, e dos sem-terra, dos sem-teto, dos sem-emprego, dos sem-sindicatos, dos sem-vergonhas, enfim de todos aqueles que colaboram e, justamente, passaram a se beneficiar da generosidade governamental e da magnanimidade presidencial.
Ufa! Desculpem pela frase longuíssima, sem ponto no meio, a la Saramago, mas é que eu precisava, eu tinha de dar esse testemunho pessoal sobre como nós, simples brasileiros, cidadãos pagadores de impostos -- enfim, um pouco altos, mas nada nesta vida é de graça, não é mesmo, como dizia aquele americano, como é mesmo o nome dele?, there is no free lunch in this life, and in the other life also -- como nós somos felizes e realizados de contar com professores tão preclaros, tão sapientes em matéria econômica -- e em todas as demais matérias também -- que estão sempre nos ensinando, aproveitando, no meio do caminho, para corrigir a História, essa madrasta sempre enganosa, pois nos queriam fazer acreditar que tínhamos entrado em crise por nossa própria culpa, quando a culpa, comprovada, sempre foi do FMI, que nos obrigou, contra a nossa vontade, a interromper investimentos, diminuir gastos governamentais, cortas despesas inúteis, tudo isso só para nos ver sofrer, para nos diminuir, para chutar a escada que nos levaria ao mesmo desenvolvimento dos países avançados -- vejam vocês, algo que eles jamais poderiam aceitar, como eles iriam permitir que nós fossemos igualmente prósperos, e os igualassem em riqueza e consumo, eles tinham de nos manter na pobreza, para melhor nos explorar -- enfim, tudo de mau que sempre foi cometido contra os pobres nesta terra maravilhosa, e que só agora, finalmente, podemos lograr avançar, com esses professores maravilhosos que nos governam.
Ufa, uma segunda vez! Desculpem essa nova frase longuíssima, mas é que eu não pude resistir aos encantos de mais uma aula magnífica, que vai aqui reproduzida para melhor colaborar com o conhecimento de vocês.
Como escrito no alto deste blog, ele é pelas ideias inteligentes. O que de mais inteligente pode haver senão estas sábias palavras que agora vocês podem ler?
Paulo Roberto de Almeida 

Dilma critica FMI e países desenvolvidos no combate à crise

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

Folha online, 13/10/2011
A presidente Dilma Rousseff (PT) criticou nesta quinta-feira (13) a "ingerência do FMI [Fundo Monetário Internacional]" sobre os investimentos do governo brasileiro durante os anos 1980 e 1990, quando o Brasil vivia uma crise econômica.
"Nós sabemos o quanto nós perdemos de oportunidades nas duas décadas em que estivemos sob a ingerência do FMI", declarou.
Dilma também comparou a situação de então com a atual crise dos países europeus e dos EUA.
"O Brasil passou por um momento muito difícil em 1982, com a crise da dívida soberana. A Europa passa por algo similar."
Para Dilma, falta "uma convicção política uniforme" aos líderes internacionais sobre como lidar com a atual crise econômica. "Nós já vimos uma parte desse filme. Nós sabemos o que é a supervisão do FMI. Nós sabemos o que é proibir que o país faça investimentos."
A presidente criticou a limitação dos investimentos federais imposta pelo FMI, e disse que o Brasil só voltou a crescer quando começou a investir e a incluir mais pessoas na classe média.
"É isso que nos torna fortes; esse mercado interno da proporção que nós temos."
INFLAÇÃO
Dilma disse que o Brasil irá resistir à crise econômica porque tem "bancos fortes, uma política fiscal consolidada e reservas internacionais".
A presidente afirmou que o país deve continuar "olhando a inflação com um olho e o crescimento com o outro".

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um neoliberalismo canhestro, defeituoso, envergonhado: governo do PT

Quando eu escrevi, ainda antes das eleições do 2002, mas já prevendo a eleição de Lula, que o governo do PT seria neoliberal, ouvi protestos e xingamentos daqueles setores que vocês imaginam, ou seja, a quase totalidade da academia brasileira. Saiu no meu livro A Grande Mudança (escrito antes das eleições, mas publicado logo em seguida).
Novo embate se deu em torno dos mesmos conceitos: foi no encontro da Anpocs, em Caxambu, em outubro de 2003. Cheguei até a ser vaiado, o que me confirmou nas minhas previsões: o PT seria mesmo neoliberal, e teria problemas com os malucos da academia.

Bem, preciso me redimir: pensei que o PT fosse ser neoliberal de verdade, assumindo os ônus e bonus das novas posições. Não imaginei que eles continuariam trapalhões, fraudadores e mentirosos. Praticam o neoliberalismo desbragadamente, mas o fazem de modo incompleto, deformado, tentando enganar os incautos, que são muitos como se sabe.
Eles continuam praticando o neoliberalismo sem convicção. Mas, afirmo e reafirmo: vai chegar o dia em que eles vão sair do armário e se assumir pelo que são: neoliberais.
Paulo Roberto de Almeida

Governo discute privatização de federalizadas
Por Josette Goulart
Valor Econômico, 22/08/2011

A possibilidade de privatização de alguns ativos do setor elétrico começa a se tornar uma opção viável e a ser estudada dentro do governo federal. O alto escalão já considera essa a melhor alternativa para as distribuidoras federalizadas que atuam em seis Estados do Norte e Nordeste do país, que estão hoje sob o guarda-chuva da Eletrobras. Mesmo petistas de carteirinha, em cargos estratégicos no setor elétrico, já aceitam a ideia e inclusive a defendem.

O Valor esteve com seis fontes importantes na Eletrobras, na Agência Nacional de Energia Elétrica e no Ministério de Minas e Energia. Todos dizem a mesma coisa: "sim, a privatização é possível". Esse, admitem, seria o caminho para melhorar a qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras Amazonas Energia, Boa Vista Energia, Eletroacre, Ceron (Rondônia), Cepisa (Piauí) e Ceal (Alagoas).

A pecha da "privatização" é o maior obstáculo - por ser político - a ser superado e por isso ainda nenhum estudo formal foi solicitado. Mas se no governo de Luiz Inácio Lula da Silva qualquer discussão sobre o assunto era terminantemente proibida, desde que a presidente Dilma Rousseff apoiou e determinou o programa de concessão dos aeroportos a postura entre os colaboradores da presidente no setor elétrico mudou.

A ideia circula por várias instâncias e conversas com executivos de importantes fundos de pensão já foram travadas

Diversas soluções estão sendo vislumbradas para se fugir dessa questão política. Entre elas, uma das preferidas é a de tratar a privatização como uma "parceria público e privada", ou seja, vender o controle mas deixar a Eletrobras como sócia - a exemplo do modelo dos aeroportos em que a estatal Infraero será sócia dos investidores privados.

A ideia circula por várias instâncias e até conversas informais com executivos de importantes fundos de pensão já foram travadas para se saber o interesse nesse tipo de negócio. Os fundos se interessam, mas o modelo de negócios a ser definido seria fundamental, pois eventualmente envolveria a abertura de capital dessas empresas. Fora dos fundos de pensão, há também interesse. Comprar empresas como a Cepisa, que atua no Piauí, sempre foi um desejo declarado, por exemplo, da Equatorial Energia, que hoje é dona da Cemar (Maranhão), vizinha à Cepisa, e que ainda não conseguiu expandir sua atuação no setor elétrico.

Se a decisão for levada adiante e, principalmente, aceita politicamente, a expectativa do setor privado é de que a privatização comece a ser aceita também dentro de governos estaduais que têm hoje distribuidoras de energia com sérias dificuldades econômico-financeiras ou problemas com qualidade do serviço. Entre os exemplos estão a CEB, que enfrenta os problemas de anos sem investimentos que culminaram com queda na qualidade dos serviços.

A Celg, que atua em Goiás, também enfrenta problemas e busca um sócio para capitalizar a empresa que está altamente endividada, mas tem sido difícil conseguir sócios sem entregar o controle. A empresa de distribuição de Goiás precisa apresentar um plano de recuperação para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e evitar um processo de caducidade da concessão, em que o Estado poderia perder o direito de operar a companhia. As eleições em Goiás, entretanto, foram marcadas pelas promessas de não se privatizar ativos.

O fim das concessões a partir de 2015 também pode ser usado como caminho para se buscar uma alternativa à privatização. Em entrevista publicada na semana passada pelo Valor, o diretor da Aneel, Julião Coelho, propôs que o governo permita a possibilidade de prorrogação desde que a agência tenha a prerrogativa de analisar, com base em critérios objetivos de qualidade e capacidade financeira, aqueles que podem permanecer com a concessão. Com isso, as empresas em dificuldades poderiam ter seus controladores alterados em novos processos de licitação e os atuais donos receberiam indenização pelos investimentos que realizaram e não foram amortizados.

Toda essa discussão em torno de privatização começou a se fazer necessária depois que a administração da Eletrobras começou a perceber que seus esforços para melhorar a qualidade de suas distribuidoras não surtiram efeitos. São seis as concessionárias que há anos sangram o caixa da empresa. Desde 2008, só em conversão de dívidas em capital, as distribuidoras já consumiram cerca de R$ 5 bilhões da estatal, sem contar volume parecido que foi investido ao longo dos últimos dez anos. Mesmo assim, os prejuízos têm sido constantes e os índices de qualidade e perdas não estão a contento. A mais problemática é a Amazonas Energia, que tem sob seu atendimento toda a indústria da Zona Franca de Manaus.

Apesar das injeções de capital em anos anteriores nas distribuidoras, os balanços publicados em 2011 pela Eletrobras apresentaram um dado preocupante. Até o primeiro trimestre, o passivo de curto prazo estava a descoberto em R$ 750 milhões. Situação que levou os auditores privados da empresa a descreverem, pela primeira vez em suas notas de balanço, que há dúvidas sobre a continuidade operacional dessas companhias. O então diretor presidente das distribuidoras, Pedro Hosken, quando esse passivo se apresentou pela primeira vez, afirmou que, sendo essas empresas públicas, só no longo prazo seria possível resolver o problema. Mas a Eletrobras já administra a situação dessas companhias há mais de dez anos.

O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, diz que a empresa está empenhada em fazer investimentos para melhorar a qualidade dos serviços. Neste ano, vai investir R$ 897 milhões nas empresas e, entre 2012 e 2014, mais de R$ 1,1 bilhão.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Neoliberalismo condenado pelo PT na Camara: My God, eles ainda estão combatendo o neoliberalismo?

Puxa vida: não bastaram os oito anos de combate renitente, constante, violento contra o neoliberalismo, e ainda precisa mais?
Já não conseguiram extirpar de vez esse câncer do cenário nacional, não conseguiram limpá-lo das consciências, eliminá-lo das políticas públicas?
Que tanto esse pessoal combate o neoliberalismo?
Não é muita vela para pouco defunto?
Bater em cachorro morto?
Acho que os petistas têm algum problema psicológico com o neoliberalismo: deve ser inveja...
Paulo Roberto de Almeida

PT divulga documento sobre crise internacional e condena neoliberalismo
Informe da Liderança do PT na CD, 10/08/2011

Resolução Política do Diretório Nacional do PT, aprovada em reunião da última sexta-feira (5), trata, dentre outros temas, da crise internacional que atinge os Estados Unidos e o mundo capitalista. “A crise, cujos desdobramentos ainda precisam ser mais bem conhecidos, está associada ao ideário e ao programa neoliberal que, em linhas gerais, nos últimos 40 anos construiu hegemonia preconizando a redução do papel do Estado na economia...”, diz trecho do texto.

Na nota o PT expressa sua solidariedade aos jovens, aos trabalhadores, aos migrantes e a todos os setores que combatem o neoliberalismo e “repudia o nacionalismo de extrema direita, que mostrou sua verdadeira face no atentado ocorrido recentemente na Noruega”.

No Brasil, continua a nota, os defensores do neoliberalismo são setores da oposição, da mídia e dos setores do grande capital, especialmente o financeiro. “Desde 2003 o Brasil vem percorrendo outro caminho. Com crescimento econômico, controle da inflação, geração de empregos, distribuição de renda, ampliação do acesso e do direito a políticas sociais de qualidade ampliou-se o mercado interno de massas, com o alargamento dos espaços de participação social e da própria democracia”, diz o texto, lembrando ainda a projeção favorável do Brasil no mundo a partir do Governo Lula.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Navios desenvolvimentistas; jangadas neoliberais; concorrencia predatoria estrangeira

Então ficamos assim: foram as políticas neoliberais que destruiram a indústria naval brasileira, não o caos econômico criado no final do regime militar brasileiro e redemocratização economicamente errática que se seguiu, com hiper-inflação, descalabro fiscal do Estado, déficits orçamentários, crise econômica e todos os males que foram penosamente reparados e superados pela política "neoliberal" da era FHC, políticas de ajsute que foram preservadas pelo governo petista que se seguiu. Agora, finalmente, essa indústria está sendo salva, e a Petrobrás, e todos os demais compradores potenciais, estão adquirindo navios brasileiros muito melhores e mais baratos do que os concorrentes estrangeiros. Ainda bem que sabemos preservar o dinheiro do povo...

Ficamos assim, também: a implosão da Alca trouxe enormes benefícios ao Brasil, que passou a dispor de bons e generosos acordos com a União Européia, que faz tudo para facilitar a nossa vida e os progressos da integração regional, ao contrário do império perverso, que só queria dominar a América Latina e implodir o Mercosul. Pode-se também agradecer aos dirigentes os enormes progressos do Mercosul, que vem sendo a cada dia fortalecido pelas excelentes políticas generosas da Argentina...

Ficamos, finalmente, assim, as políticas desenvolvimentistas do lulo-petismo fortaleceram enormemente as indústrias brasileiras, que são pujantes, competitivas e poderosas, exportando cada vez mais para os quatro cantos do mundo, sobretudo para o nosso parceiro especial e aliado estratégico, a China. Isso devemos agradecer ao governo Lula: ao não praticar uma política neoliberal, e sim uma política de defesa da soberania nacional, ele reforçou o potencial competitivo das indústrias brasileiras no plano internacional, que nunca exportaram tanto, a um câmbio tão favorável, ganhando espaços nos mercados externos e preservando, como deve ser, o mercado nacional para os produtores nacionais, salvando-os, ademais, da concorrência predatória dos malvados do exterior...

Ufa: ainda bem que temos dirigentes tão preclaros, avisados, inteligentes, nacionalistas, soberanos.
Imaginem se não fosse assim...
Paulo Roberto de Almeida

Política
Lula reencontra militares e defende Jobim
Maurício Thuswohl
Rede Brasil Atual, 30/07/2011

Lula aproveitou palestra a militares para apoiar Jobim e reafirmar a amizade com Dilma Rousseff

Rio de Janeiro – Diante de um auditório lotado por autoridades civis e militares, além de oficiais das três forças armadas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva travou na sexta-feira (29) seu primeiro contato oficial com as lideranças militares do país desde que deixou o posto máximo da República, há sete meses. Acompanhado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e pelos três ministros militares - general Enzo Peri (Exército), almirante Júlio de Moura Neto (Marinha) e brigadeiro Juniti Saito (Aeronáutica) -, Lula foi recebido na Escola Superior de Guerra (ESG) em ambiente amistoso, fez diversas menções elogiosas às Forças Armadas e teve sua palestra, sobre “o Brasil do futuro”, diversas vezes interrompida por aplausos.

Alvo de todas as atenções por conta da polêmica amplificada nos últimos dias pela grande imprensa após ter declarado voto no tucano José Serra nas últimas eleições presidenciais, o ministro Jobim não tocou no assunto, mas teve em Lula um defensor. Na saída da palestra, quando indagado se o episódio causaria mal-estar entre o ministro e a presidente Dilma Rousseff, Lula retrucou: “E quem disse que a gente tem que governar só com quem vota na gente? Um presidente tem que governar com os melhores. A gente não pode fazer política achando que quem não votou na gente é pior do que quem votou”.

Provocado por jornalistas que perguntaram se o apoio a Jobim poderia contrariar a presidenta Dilma, que estaria incomodada com o ministro da Defesa, Lula respondeu com uma crítica à oposição: “Antes das eleições, diziam que a Dilma era um poste, não tinha experiência, não fazia política, etc. Depois que ela ganhou, eles se autodeterminaram amigos dela. E eu, inimigo. É claro que eu e Dilma somos diferentes, mas vocês sabem onde nós somos iguais? Somos iguais na afinidade ideológica e no compromisso programático com o desenvolvimento do nosso país. Não adianta tentarem criar intriga entre nós, porque no dia em que eu tiver uma divergência com a Dilma, ela estará certa”.

Minutos antes, durante a palestra, Lula já havia elogiado Jobim, a quem se referiu como companheiro pela condução do processo de elaboração da Estratégia Nacional de Defesa, aprovada durante seu governo. O clima entre os interlocutores era ameno, e o primeiro afago de Lula na platéia majoritariamente militar veio com um elogio ao ex-presidente Ernesto Geisel, penúltimo presidente-general durante a ditadura, “por sua ousadia ao investir em infraestrutura durante os anos setenta”. Lula, entretanto, observou que foi exatamente nesta época que a dívida externa brasileira em dólar cresceu consideravelmente.

Dirigindo-se ao comandante da Marinha, Lula lembrou que a indústria naval brasileira chegou a ser a segunda maior do mundo, mas foi sucateada no período neoliberal: “Em 2002, quando fui eleito, a indústria naval brasileira, que chegou a ter 50 mil trabalhadores nos anos setenta, tinha somente 1,9 mil trabalhadores. Travamos uma luta política para provar que era possível recuperar a indústria naval e, oito anos depois, voltamos a ter mais de 50 mil trabalhadores atuando em estaleiros espalhados por diversos estados do Brasil”, disse.

O ex-presidente reafirmou que o fortalecimento das Forças Armadas é um aspecto fundamental dentro do projeto político trilhado pelo Brasil nesses últimos oito anos e meio: “Quando eu cheguei no governo, o Batalhão de Engenharia do nosso Exército não tinha sequer uma betoneira. Hoje, está tão preparado que algumas empreiteiras já estão com medo. Os submarinos da Marinha e os helicópteros da Aeronáutica também estão perto de virar realidade. A gente não quer as Forças Armadas fazendo política, mas também não as quer subalternas e desacreditadas. Queremos Forças Armadas bem treinadas, preparadas, equipadas e respeitadas”.

Lula citou os desafios que, segundo ele, as Forças Armadas brasileiras têm pela frente. “O Brasil quer construir a paz na América do Sul, onde temos 16 mil quilômetros de fronteiras. Somos um país que hoje tem preocupação com a Amazônia, com seus oito mil quilômetros de costa marítima, que acaba de descobrir o pré-sal e quer defender a biodiversidade existente em nosso território. Por isso, a Estratégia Nacional de Defesa é extremamente importante para o Brasil que queremos criar para amanhã e depois de amanhã. É um modelo que queremos deixar para os nossos filhos”, disse.
Nova ordem, novos parceiros

As mudanças na política externa brasileira foram também abordadas por Lula na conversa com os militares: “Este país conquistou auto-estima e respeitabilidade, e não quer mais ser inferior a ninguém”. Lula citou um momento marcante de seu início de governo, quando foi ao Fórum Social Mundial em Porto Alegre e de lá saiu diretamente para o Fórum de Davos, como definidor de uma mudança de postura do Brasil. “Pude fazer o mesmo discurso nos dois lugares. Pude falar da fome com a mesma clareza que falei em Porto Alegre, mesmo sabendo que Davos não é lugar para falar de fome, pois todo mundo está de barriga cheia”.

“Naquele momento, vi que tínhamos que mudar a geografia política, econômica e comercial do mundo. Não é possível que os mesmos países que já detinham o poder e a hegemonia das decisões no pós-guerra continuem a ter a mesma atitude até hoje sem levar em conta que, do ponto de vista econômico e do ponto de vista político, o mundo mudou”, continuou o ex-presidente, antes de defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU. “As forças não são mais como eram em 1945, existem outros atores que querem jogar, querem participar, e não estão mais dispostos a serem apenas meros espectadores”, disse.

O novo período que o Brasil quer ver iniciado nas relações multilaterais, segundo Lula, passa necessariamente por uma nova ordem nas relações comerciais do país. “Quando chegamos ao governo, as exportações e importações do Brasil com a África eram de apenas US$ 5 bilhões, e em 2011 chegaremos aos US$ 20 bilhões em comércio com os países africanos. Com a América do Sul, tínhamos um comércio de apenas US$ 15 bilhões, e hoje chegamos a US$ 83 bilhões. Com a Ásia, tínhamos um comércio de US$ 16 bilhões e hoje temos um comércio de USS 112 bilhões”.

O ex-presidente falou especificamente da relação com os países ricos: “Qual a explicação para um país do tamanho do Brasil ficar tão dependente em suas relações econômicas dos Estados Unidos e da Europa? Por quê não procurar estabelecer novas parcerias? Fui muito criticado ao comprar uma briga para acabar com a Alca. Nós não queríamos a Alca porque não era um modelo de integração latino-americano. Era, na verdade, a tentativa de fazer um grande acordo entre os EUA e o Brasil, as duas maiores economias do continente. Não estava prevista na Alca nenhuma benevolência para ajudar os países mais pobres como aconteceu na União Européia. Apanhamos muito, mas vencemos e fortalecemos o Mercosul”.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Santo Deus: o PT virou neoliberal !!! (incrivel: o mundo já não é o mesmo...)

Pois é, vivendo e aprendendo, diria um velho marxista.
Não, não estou me referindo a mim mesmo, mas aos representantes da espécie que ainda sobrevivem no clima inóspito e desértico do cerrado central.
Mas essa da presidente (com "e") anunciar, pela voz do seu grão-vizir, que vão privatizar aeroportos é o desmentido da mentira ao cubo, ou seja, a fraude consumada. Onde vamos parar ?!

Foi preciso muita deterioração dos serviços aeroportuários para que a presidente se rendesse ao óbvio: em face de um governo incompetente, de petistas incapazes, melhor entregar tudo para a iniciativa privada.
Em outros termos, não é por falta de dinheiro que o governo está fazendo isso, ou pelo menos não é apenas por falta de dinheiro. Dinheiro sempre existe, basta remanejar o orçamento, quando se tem ideia exata do que se pretende fazer. É por incompetência mesmo.
Essa gente não deixa por menos: ao enfrentar a menor dificuldade já se rendem ao neoliberalismo assim de graça. Covardes...
Aposto como nem vão dar explicações ou justificativas.
Vão encolher o rabo e escondê-lo entre as pernas, como cachorro humilhado, e sobretudo vão ficar quietos, esperando que a oposição não acrescente sua própria gozação à humilhação pública.
Nisso eles podem contar com a "oposição" (com aspas reforçadas, para justamente denotar algo que não existe, por enquanto); ela é incapaz de sequer dizer o que pensa, quanto mais de interpretar o que não pensam os petistas.
Os petistas deveriam dizer: "Gracias, oposição de araque!"

Enfim, aqui fica o meu conselho: talvez os que sobraram na oposição deveriam chamar os petistas de neoliberais. Mas, pensando bem, talvez não cole mais. Como já foi consagrado no vocabulário político e nas aulas idiotas de acadêmicos abestalhados com o "povo no poder", eles, os da oposição, são os neoliberais, como os petistas nunca se cansaram de acusar.

Os petistas são algo mais elaborado: eles são agora os neo-neoliberais...

Paulo Roberto de Almeida