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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Primeira companheira tenta fazer do papa um cabo eleitoral - Editorial Estadao

Seria apenas ridículo, se não fosse triste, ao recepcionar um dirigente estrangeiro, qualquer estrangeiro, mas sendo o papa acaba sendo patético...
Certas coisas os companheiros não percebem.
Alguém aí deve saber a razão...
Paulo Roberto de Almeida

O papa e o palanque de Dilma

Editorial O Estado de S.Paulo, 24 de julho de 2013
Fiel à ideia, por ela mesma proclamada, de que em campanha eleitoral é permitido fazer "o diabo", a presidente Dilma Rousseff transformou seu encontro protocolar com o papa Francisco num ato de palanque. Esse comportamento condiz perfeitamente com um governo fundado em artimanhas marqueteiras e disposto a fazer de tudo para recuperar a popularidade perdida.
Em lugar de dirigir algumas palavras de boas-vindas ao papa e desejar-lhe sucesso na Jornada Mundial da Juventude, Dilma fez um discurso mais longo que o do próprio pontífice, o que já foi, em si, um despropósito. Em seu pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff empenhou-se não em recepcionar o papa, mas em explorar a figura do pontífice para fazer o elogio dos governos lulopetistas e reafirmar sua missão quase mística de salvar os miseráveis de todo o mundo.
"O Brasil muito se orgulha de ter alcançado extraordinários resultados nos últimos dez anos na redução da pobreza, na superação da miséria e na garantia da segurança alimentar à nossa população", discursou Dilma, reafirmando o evangelho petista segundo o qual só houve avanços sociais "nos últimos dez anos" e que, antes disso, só havia trevas.
Investida da condição de missionária, Dilma destacou também que seu governo "tem buscado apoiar a disseminação das experiências brasileiras em outros países", como o Bolsa Família, o programa assistencialista que deveria ser apenas temporário, mas que vai se perpetuando graças à incapacidade do governo de criar condições para que seus beneficiários possam dele abrir mão.
Em seguida, a presidente achou adequado convidar Francisco a integrar uma "ampla aliança global de combate à fome e à pobreza, uma aliança de solidariedade, uma aliança de cooperação e humanitarismo", naturalmente liderada pelo messianismo lulista.
A título de dar razão à voz dos jovens que saíram às ruas em protestos, Dilma tornou a dizer que as manifestações foram o efeito da melhoria de vida dos brasileiros, pois "inclusão social provoca cobrança de mais inclusão social, qualidade de vida desperta anseios por mais qualidade de vida". E então a presidente e candidata à reeleição fez escancaradas promessas de campanha: "Para nós, todos os avanços que conquistamos são só um começo. Nossa estratégia de desenvolvimento sempre vai exigir mais, tal como querem todos os brasileiros e todas as brasileiras. Exigem de nós aceleração e aprofundamento das mudanças que iniciamos há dez anos". Só faltou entregar um santinho a Francisco e pedir-lhe voto.
O contraste com o sereno discurso do papa acentuou ainda mais o deslocamento da fala eleitoreira de Dilma. Em seu rápido pronunciamento, Francisco não fez menção aos protestos nas ruas nem a questões políticas, preferindo dirigir-se aos jovens e deixando claro que sua visita tem caráter eminentemente religioso. Ele disse que a juventude é "a janela pela qual o futuro entra no mundo" e cobrou de sua geração que dê aos jovens condições para seu pleno desenvolvimento intelectual, material e moral.
"Não trago nem ouro nem prata", disse Francisco, repetindo fala de São Pedro, o primeiro papa, para enfatizar o despojamento de seu papado e a necessidade de retomar a essência dos valores espirituais. Segundo o Vaticano, essa mensagem norteará os discursos de Francisco sobre temas políticos, nos quais refutará "a opressão de interesses egoístas".
Em outras oportunidades, quando ainda era o cardeal Jorge Mario Bergoglio, o papa já criticou a substituição da política pela mera propaganda. "Endeusamos a estatística e o marketing", disse Bergoglio, no que poderia ser uma descrição dos governos lulopetistas. Para ele, "seria necessário distinguir entre a Política com P maiúsculo e a política com P minúsculo".
Como Francisco deve ter percebido logo em seu primeiro dia no Brasil, é longo o caminho para o resgate da política como atividade nobre, para, em suas palavras, acentuar valores "sem se imiscuir na pequenez da política partidária".

sábado, 6 de novembro de 2010

Assalto a mao armada (com as urnas), primeiro contra as empresas...

Este assalto é contra as empresas, que estão sendo achacadas para cobrir o rombo de uma campanha milionária. O outro assalto, contra os cidadãos em geral, e também contra as empresas, vai vir logo mais, sob a forma de restabelecimento da CPMF.
Alguém tem alguma dúvida de que as tropas de assalto do novo fascismo não vão aparecer em seus tanques mafiosos roubando cidadãos e empresas?
Que as empresas não digam que não sabiam dos métodos: eles já foram empregados em outras campanhas eleitorais; estão sempre sendo aperfeiçoados...
Paulo Roberto de Almeida

Carta do Coordenador financeiro da Campanha Dilma Presidente 2010

Brasília, 04 de Novembro de 2010.

Prezad (…)

Dilma Rousseff foi eleita Presidente da República, a primeira mulher na história do Brasil. Sua vitória representa uma opção dos eleitores pela continuidade do governo Lula, que criou 14 milhões de novos empregos formais, tirou 28 milhões de pessoas da pobreza e promoveu a ascensão de 36 milhões para a classe média. O Brasil tem hoje destacada posição de liderança internacional e enfrentou com sucesso a grave crise de 2008.
Neste momento em que nos preparamos para uma nova etapa de desenvolvimento econômico e social do Brasil, estou contatando o senhor e sua empresa em nome da Presidente Dilma Rousseff. O segundo turno da campanha eleitoral gerou novas despesas especialmente, com materiais de divulgação, que estamos buscando saldar ainda neste mês de novembro, de acordo com as normas da arrecadação eleitoral. Muitos empresários brasileiros já contribuíram, optando por exercer esse direito facultado pela lei eleitoral, que deixa o financiamento das campanhas a cargo das empresas, principalmente, e dos cidadãos.
A participação de sua empresa nesta eleição, como estabelece a lei brasileira, será muito bem vinda. Buscamos nesta eleição ampliar o número de empresas engajadas nessa prática de cidadania corporativa. Dentro deste espírito, tenho prazer de convidar sua empresa a dar uma contribuição para a campanha de Dilma Rousseff. A doação deve ser feita por meio de depósito (DOC ou TED), diretamente na conta da campanha. Mais informações e as instruções para depósito e emissão do recibo podem ser solicitadas por email ou por meio de contato com nosso Comitê Financeiro no telefone abaixo.

Obrigado e um abraço,
José de Filippi Jr., ex-prefeito de Diadema-SP, deputado federal eleito pelo PT-SP.
Coordenador financeiro da Campanha Dilma Presidente 2010.

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Se ouso terminar com uma piada cubana, muito apropriada ao caso em questão, ela se refere à "participação voluntária" de todos os cidadãos, até escolares, na "zafra", o corte anual de cana, já que eles não tem nem máquinas nem tratores e precisam mesmo de braços.
Como dizem os cubanos:

La participación es voluntaria, pero la voluntad es obrigatória...