O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador resistência intelectual. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador resistência intelectual. Mostrar todas as postagens

sábado, 19 de setembro de 2020

Mini-reflexão sobre a “ideologia” atualmente em construção no Itamaraty bolsolavista - Paulo Roberto de Almeida

 Mini-reflexão sobre a “ideologia” atualmente em construção no Itamaraty bolsolavista

Paulo Roberto de Almeida


Já estou no meu terceiro livro — Uma Certa Ideia do Itamaraty: a reconstrução da política externa e a restauração da diplomacia brasileira (2020) — de reflexões e provocações sobre o estado atual de “desinteligência” sobre o que vem se passando na área das relações internacionais do Brasil, e isso tanto num sentido prático (ou seja, do exercício concreto de nossas relações exteriores), quanto no sentido “ideológico”, isto é, das “ideias” (se por acaso existem) que possam estar atrás dessas ações.

Quando eu acrescentei, em meados de 2019, um subtítulo ao meu primeiro livro da era do bolsonarismo na esfera diplomática — cujo título, Miséria da diplomacia, era apenas uma provocação marxista contra a situação prevalecente na política externa do Brasil —, falando da destruição da inteligência no Itamaraty, isso tinha apenas um sentido metafórico, pois eu estava querendo alertar para esse desafio apresentado à nossa capacidade de sermos, os diplomatas profissionais, suficientemente resistentes ao besteirol dominante, expresso num sem número de declarações bizarras sobre nossa interface externa, emanadas tanto do presidente completamente ignorante nessa área, quanto de alguns conselheiros amadores metidos a “guardiões” da política externa oficial (entre eles o tosco filho 03 do presidente, que não tem ideia de quem seja Henry Kissinger, mas que ainda assim é tido como “chanceler de fato”), e de forma mais surpreendente ainda pelo próprio “chanceler acidental” (que tem, sim, alguma ideia do que seja política externa, mas que teve de construir uma falsa identidade artificial de “fiel olavista da tropa”, para ser aceito pelos donos do poder, mas que é apenas um terceiro ou quarto escalão no processo decisório em sua área ministerial).

Mas constato agora que não se trata apenas de palavras ao vento, de tentativas canhestras de legitimação ao que vem sendo praticado nas relações exteriores do Brasil, e que existe, sim, uma obra de destruição em curso, deliberada, sistemática, abrangente. 

Creio que, até mais do que às posturas do Brasil em matéria de política externa — que é, em parte, apenas uma reação à agenda existente das relações internacionais, que é objetiva, externa ao Brasil —, essa obra de destruição maciça de nossas tradições e padrões de trabalho do Itamaraty, se dirige diretamente às próprias mentalidades, às concepções dos diplomatas, a tudo aquilo que eles aprenderam ao longo de sua trajetória de estudos preparatórios para o concurso do Instituto Rio Branco, suas aulas outrora de boa qualidade naquela academia diplomática — que já foi de graduação, virou Mestrado em Diplomacia (entre 2001 e 2011), e que hoje não se sabe exatamente o que é —, assim como toda a experiência adquirida no exercício concreto da atividade diplomática, em instâncias bilaterais, em foros regionais e em organizações multilaterais (atualmente desprezadas por serem “globalistas”), tudo isso está sendo objeto da obra destruidora empreendida   no Brasil desde o início de 2019, aparentemente com grande “êxito” no Meio Ambiente, mas com igual furor na diplomacia e na política externa.

As “palestras” promovidas pela Funag, seus convidados “especiais”, os pronunciamentos patéticos do chanceler acidental, as invectivas ignorantes dos assessores ineptos do presidente despreparado em qualquer assunto internacional, tudo isso demonstra que existe, sim, cabalmente, um projeto deliberado de construir uma nova “ideologia” no Itamaraty, uma tentativa canhestra de moldar a mentalidade dos diplomatas no sentido apontado nas loucuras regularmente expelidas em vídeos e tuites aloprados do guru destrambelhado que serve de “conselheiro político superior” (?!?!) dos novos bárbaros que ocupam atualmente o poder no Brasil. 

Sim, estes são tempos de destruição insana de um grande patrimônio construído ao longo de quase 200 anos de história nacional, o que não se fará sem a minha resistência intelectual, sem a minha denúncia, sem a minha oposição à obra destruidora atualmente em curso.

Estou hoje (depois de treze anos e meio de ostracismo, sob aquilo que já chamei de “lulopetismo diplomático”) novamente reduzido ao meu “quilombo de resistência intelectual”, mas totalmente consciente de que muita gente, dentro e fora do Itamaraty, partilha de meu sentimento de horror e rejeição contra o que se passa atualmente no Itamaraty, temporariamente dominado pelos novos bárbaros da “diplomacia bolsolavista”. 

Reconstruiremos o Itamaraty e a política externa!


Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 19/09/2020

sábado, 5 de setembro de 2020

Grupo de diplomatas propõe política externa pós-Bolsonaro - Carolina Marins (UOL)

Eu nunca chamaria os diplomatas que rejeitam a atual política externa, do governo Bolsonaro, de "desalentados". Ao contrário, se trata de resistentes à subissão da diplomacia bolsolavista ao governo Trump, suas posturas antidiplomáticas em praticamente todas as vertentes da agenda internacional, multilateral, regional e bilateral. 
Esse trabalho de resistência vai continuar.
Eu mesmo pretendo lançar mais um livro proximamente.
Paulo Roberto de Almeida

"Desalentados", grupo de diplomatas propõe política externa pós-Bolsonaro

Carolina Marins
Do UOL, em São Paulo
05/09/2020 04h00


Os atritos entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outros líderes mundiais, o alinhamento aos EUA e a maneira como o governo tem lidado com a Amazônia e a pandemia de covid-19 têm deixado um grupo de diplomatas preocupado com a reputação do país no exterior. Por isso, lançarão na próxima semana um documento com sugestões para "reconstruir" a política externa após o fim do atual governo.
Na próxima terça-feira (8), às 15h, os ex-embaixadores Celso Amorim e Rubens Ricupero, que não participaram da construção do documento, mas interpretam a iniciativa como uma forma de demonstrar "desalento" com o momento atual vivido pelo Itamaraty, participam de debate virtual para o lançamento da carta de metas. A mediação será da professora Suhayla Khalil, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, e a transmissão ocorrerá pelo YouTube, Facebook e no UOL.
"Isso reflete um momento de tremendo desencanto com o que está ocorrendo na política externa", opina o ex-chanceler Celso Amorim em entrevista ao UOL. "A gente tem visto outros diplomatas veteranos que estão todos muito chocados com os rumos que o Brasil tem tomado. Eu acho que isso chegou aos jovens diplomatas também. Os jovens estão muito desalentados."
Antonio Cottas, diplomata licenciado que idealizou o projeto, explica que o documento reúne sugestões de outros diplomatas, servidores públicos e especialistas na área de relações internacionais para "recuperar" a reputação do Itamaraty. "O primeiro projeto público de uma política externa pós-bolsonarista parte da constatação de graves danos à reputação e aos interesses do Brasil causados pelo atual governo", diz a nota de divulgação do evento.
"Já passado um ano e meio, o governo não tem sido capaz de apresentar resultados concretos. Pelo contrário, tem colocado o Brasil em grandes dificuldades com países parceiros", afirma Cottas.
"Esse pessoal de agora fez uma mudança radical no organograma logo no começo do mandato. Isso causou uma dor de cabeça enorme para um monte de gente, para o funcionamento do ministério, e obteve resultados muito duvidosos. Muitas pessoas estão se sentindo constrangidas em defender algumas políticas desse governo e estão preferindo ir para postos ou designações um pouco mais 'low profile'".
Entre os descontentamentos, o diplomata aponta o alinhamento automático aos Estados Unidos, defendido pelo presidente brasileiro. Segundo ele, o comportamento do país arranha a imagem até mesmo aos olhos dos EUA.
"Vamos ter uma política externa sensata. Nada de alinhamento automático e submissão aos Estados Unidos. Primeiro porque eles não respeitam isso. Para um país com as dimensões do Brasil, não tem como você se alinhar a uma grande potência. Fora que isso é constrangedor e humilhante", diz.
"Isso não é um alinhamento. Alinhamento foi na época do Castelo Branco, do Juracy Magalhães. Isso é submissão", concorda Amorim. "Nas grandes questões globais, que o Brasil não teria um grande interesse, ele seguia os Estados Unidos. Agora não. Mesmo em coisas importantes. Por exemplo, o Brasil tinha um candidato ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Os EUA, rompendo com uma tradição de 60 anos, lançam um candidato e o Brasil solta uma nota elogiando. Isso aí não tem paralelo", exemplifica.
A questão ambiental é outro ponto citado pelos diplomatas que afeta, inclusive, o acordo Mercosul-União Europeia, celebrado pelo governo. Países europeus se mostram inseguros de firmar o acordo após o episódio das queimadas na floresta Amazônica, negadas pelo presidente. O próprio vice-presidente Hamilton Mourão já disse que vê o acordando "naufragando".
"Eu creio que nem os europeus, nem o Mercosul deseja propriamente liquidar a possibilidade de que o acordo venha a existir no futuro. Mas ele está condicionado a que haja uma mudança real na política de meio ambiente do Brasil", diz Rubens Ricupero, que também foi ministro do meio ambiente durante o governo Itamar Franco.
"Quem criou o problema foi o Brasil, porque o acordo estava indo muito bem. A Alemanha tinha interesse em levar adiante, mas o que aconteceu na Amazônia, evidentemente, paralisou tudo. E já houve dois parlamentos, o da Holanda e o da Irlanda, que votaram resoluções contrárias ao acordo", completa.
"O governo todo festejou o acordo Mercosul-União Europeia. O próprio chanceler festejou porque estávamos negociando há vinte anos. Depois, tudo o que o Brasil fez foi para sabotar o acordo. Brigou com a França. Brigou com a Alemanha. Tratam de mudança climática de maneira vexatória que nos expõe no mundo inteiro. Tudo isso torna o acordo impossível", opina Amorim.
Segundo os embaixadores, o histórico pragmatismo do Itamaraty, que antes tornava o Brasil um país amigável para participar de inúmeras discussões sensíveis da política internacional, se perdeu com a chegada da ideologia encampada por Bolsonaro, em especial em temas de direitos humanos, desmatamento e saúde. Com a pandemia de covid-19 e a consolidação do país como epicentro da doença, a reputação foi novamente afetada.
"Já tínhamos uma imagem péssima por muitas razões", diz Ricupero. "O fato de que o presidente faz apologia da ditadura e da tortura; que tem essa atitude hostil à política de gênero; o problema dos povos indígenas; os incêndios da Amazônia. E agora em cima de tudo isso, é o país percebido como o pior do mundo no combate à pandemia. Nenhum país do mundo mudou três vezes de ministro da Saúde em plena pandemia. E agora, como se não faltasse ainda, essa declaração sobre a vacina, que é a única esperança que se tem agora."
O ex-embaixador diz que recuperar a reputação pode ser um processo lento. "Ainda que daqui dois, três anos se tenha outro governo e uma política externa muito superior à atual, as pessoas no exterior vão sempre lembrar deste momento de mergulho e vão dizer 'que confiança nós podemos ter um país que teve oscilações tão grandes?'".
Ambos os embaixadores enfatizam que leram o documento a ser divulgado e não concordam necessariamente com todos os pontos, mas consideram importante a ação. "Eu fico com muita admiração pela coragem desses jovens. Entendo que muitos deles provavelmente estão em serviço ativo", completa Amorim.

RELACIONADAS

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Resistir é preciso - Editorial, O Estado de S. Paulo

Resistir é preciso
Editorial, O Estado de S. Paulo, 27/05/2020

O presidente Jair Bolsonaro sente-se cada vez mais à vontade para revelar à Nação suas intenções autoritárias. A bem da verdade, decoro e respeito à ordem constitucional jamais foram traços do caráter do mau militar e do deputado medíocre. Por que haveriam de ser do presidente da República? O elevado cargo que ora ocupa não mudou a personalidade de Bolsonaro; foi ele quem rebaixou a Presidência para acomodá-la à sua estreiteza moral, cívica e intelectual. Como se vê em suas palavras e atitudes, se Bolsonaro tem na cabeça alguma ideia de como conduzir o País, é certo que não o levará a bom porto. E basta assistir à inacreditável reunião ministerial trazida a público por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para perceber que a eventual ilegalidade dos meios para a consecução de seus fins não passa de desprezível detalhe.
O melhor que pode acontecer ao País nesta encruzilhada da História é que as perigosas intenções do presidente permaneçam onde estão, ou seja, no plano das intenções. Isto só será possível se as instituições se mantiverem firmes e resistirem com coragem e espírito público às desabridas pressões do atual chefe do Poder Executivo. É hora de as Forças Armadas, o Congresso, o STF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a imprensa profissional exercerem suas atribuições republicanas sem desviar um milímetro das prerrogativas que a Constituição lhes confere. Não é fácil, mas resistir é preciso.
Contando com o estímulo de Jair Bolsonaro, o bando de celerados que o apoiam e batem ponto nas redondezas dos Palácios do Planalto e da Alvorada recrudesceu os ataques aos jornalistas que cobrem a Presidência. Tão virulentos foram esses ataques que os mais importantes veículos de comunicação do País decidiram suspender a cobertura jornalística naqueles locais. Longe de se tratar de “recuo” ou de simples “manifesto” da imprensa contra o governo, a decisão visa à proteção da integridade física dos jornalistas, que só está sob risco porque o cidadão Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), não exerce a contento o seu dever de garantir a incolumidade de todos os que estão em áreas de segurança nacional. As agressões sofridas pelo fotógrafo Dida Sampaio, do Estado, e por jornalistas da Folha de S.Paulo e da TV Bandeirantes ilustram bem do que os camisas pardas do bolsonarismo são capazes.
Mas as ameaças à liberdade de imprensa não se dão apenas pela coação física e pelo assédio moral praticados contra os jornalistas de campo. William Bonner, editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo, tem sido vítima de chantagens e fraudes por meio do uso de dados pessoais de seu filho. De um número telefônico com prefixo 61 (Brasília), o jornalista recebeu mensagens com dados fiscais sigilosos seus e de sua família. O objetivo dessas ações, obviamente, é tolher o livre exercício da profissão. Não se sabe a autoria dos crimes, mas não se ouviu uma só palavra de repúdio de Jair Bolsonaro ou de qualquer membro de seu governo ao ato vergonhoso e covarde. É com tais vícios morais que os bolsonaristas e seus inocentes úteis se associam?
Como a imprensa, o Congresso, a PGR e o STF, entre outras instituições de Estado, têm sido constrangidos por Bolsonaro a afrouxar a independência e os controles constitucionais que regem o sistema de freios e contrapesos. O desassombro dos avanços autocráticos do presidente é tal que faz crer que ele realmente se vê como um ungido para governar o País como melhor lhe aprouver, devendo satisfações apenas a seus caprichos. Não é hora de tibieza. A resposta das instituições deve ser à altura das ameaças. Ao tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que “não há volta no caminho da estabilidade institucional e democrática”. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que “prudência não pode ser confundida com hesitação”, enfatizando que a “preservação da democracia” não será descuidada pela Casa das Leis.
As forças vitais do País deveriam estar inteiramente voltadas para a tarefa de salvar o maior número de vidas possível em meio à pandemia. Desafortunadamente, o Brasil hoje tem de lutar pela vida e pela liberdade a um só tempo. Mas se é assim, à luta, pois.

sábado, 1 de junho de 2019

A inovação e seus descontentes: livro sobre a resistência às inovações - Calestous Juma

Este livro trata de um fenômeno muito comum nas sociedades, e não apenas em relação às inovações tecnológicas. Existem dezenas, senão centenas, de luddistas intelectuais, pessoas que resistem aos novos processos e inovações em outras áreas que não as inovações tecnológicas.
Conheço alguém que é contra o climatismo, o comercialismo, o globalismo, e que estaria melhor na Idade Média, com os templários e cruzados, lutando depois contra o Iluminismo e outras ideias que perturbaram aquele mundinho de subserviência teológica.
Uma frase do psicólogo suíço Jung, transcrita em sua introdução, amplia o caso, justamente:
"New ideas are not only the enemy of old ones; they also appear often in an extremely unacceptable form."
Carl Gustav Jung
Parece que a resistência intelectual a novas ideias é ainda pior do que a resistência a novos produtos e serviços, que vão contra protecionismos estabelecidos. O Brasil é campeão nessa esfera, nas duas...
Paulo Roberto de Almeida

Innovation and its Enemies: Why people resist new technologies
Calestous Juma
  • Hardcover: 432 pages
  • Publisher: Oxford University Press; 1 edition (July 7, 2016)
  • Language: English
  • ISBN-10: 0190467037
  • ISBN-13: 978-0190467036

The rise of artificial intelligence has rekindled a long-standing debate regarding the impact of technology on employment. This is just one of many areas where exponential advances in technology signal both hope and fear, leading to public controversy. This book shows that many debates over new technologies are framed in the context of risks to moral values, human health, and environmental safety. But it argues that behind these legitimate concerns often lie deeper, but unacknowledged, socioeconomic considerations. Technological tensions are often heightened by perceptions that the benefits of new technologies will accrue only to small sections of society while the risks will be more widely distributed. Similarly, innovations that threaten to alter cultural identities tend to generate intense social concern. As such, societies that exhibit great economic and political inequities are likely to experience heightened technological controversies.

Drawing from nearly 600 years of technology history, Innovation and Its Enemies identifies the tension between the need for innovation and the pressure to maintain continuity, social order, and stability as one of today's biggest policy challenges. It reveals the extent to which modern technological controversies grow out of distrust in public and private institutions. Using detailed case studies of coffee, the printing press, margarine, farm mechanization, electricity, mechanical refrigeration, recorded music, transgenic crops, and transgenic animals, it shows how new technologies emerge, take root, and create new institutional ecologies that favor their establishment in the marketplace. The book uses these lessons from history to contextualize contemporary debates surrounding technologies such as artificial intelligence, online learning, 3D printing, gene editing, robotics, drones, and renewable energy. It ultimately makes the case for shifting greater responsibility to public leaders to work with scientists, engineers, and entrepreneurs to manage technological change, make associated institutional adjustments, and expand public engagement on scientific and technological matters.

About the Author

Calestous Juma, a national of Kenya, is an internationally-recognized authority on the role of science, technology and innovation in economic development. He is Professor of the Practice of International Development and Director of the Science, Technology, and Globalization Project at Harvard Kennedy School. He directs the Agricultural Innovation in Africa Project funded by the Bill and Melinda Gates Foundation and serves as Faculty Chair of Harvard's Innovation for Economic Development executive program. Juma is a former Executive Secretary of the UN Convention on Biological Diversity and Founding Director of the African Centre for Technology Studies in Nairobi. He was Chancellor of the University of Guyana and has been elected to several scientific academies including the Royal Society of London, the US National Academy of Sciences, the Academy of Sciences for the Developing World, the UK Royal Academy of Engineering and the African Academy of Sciences.

Editorial Reviews
Review

"A leading scholar of innovation, Juma looks at the past 600 years of economic history to explain how and why incumbents, and society more broadly, resist technological disruption The book enriches an often one-sided debate in which innovation is seen as the ultimate source of prosperity: something to promote and accept no matter what."
-- Foreign Affairs 

"Not many academic books could credibly be called good nightstand reading. Harvard professor Calestous Juma's Innovation and Its Enemies can, in part because of its use of entertaining stories and anecdotes to illustrate ideas concerning innovation. These stories will prompt many readers to reflect on what they think they know about how innovation occurs and how the resulting advances are accepted."
-- Regulation Magazine


"Fittingly titled Innovation and Its Enemies, the book charts a fascinating new history of emerging technologies and the social opposition they ignite."
-- Issues in Science and Technology


"Timely and insightful."
-- Joel Mokyr, EH.Net


"It takes one of the leading lights on innovation - Calestous Juma - to truly understand the forces that oppose it. Just as technologic change is reaching peak velocity, this extraordinary work provides a systematic, scholarly, and surgical dissection of what can hold us back."
-- Eric Topol, author of The Patient Will See You Now


"An insightful book that addresses one of the paradoxes of our time, namely why generations that have benefited so much from innovation are so resistant to it. Drawing on a fascinating diversity of historical examples - coffee, electricity, refrigeration, farm mechanization, genetic modification - Professor Juma discusses how innovation occurs, the role of experts and why skepticism and confusion are often inevitable. A must-read for everyone involved in technology development and policy."
-- Louise O. Fresco, President of Wageningen University and Research Centre, The Netherlands


"An outstanding treatise on how new technologies are created and why they are so often not initially accepted by society. lInnovation and Its Enemies is filled with wonderful stories that go through innovations ranging from cell phones to coffee to the light bulb. I loved reading it."
-- Robert Langer, David H. Koch Institute Professor, Massachusetts Institute of Technology


"Calestous Juma's book provides a very enjoyable insight into the attitudes of society and individuals to innovation over the centuries. Its highly accessible style provides the reader with great historical nuggets arising from the introduction of coffee and printing through to reactions invoked when margarine and transgenic crops were launched. The conclusions are supported by amazing facts and details-I didn't want to put the book down because there were so many instances when I thought I knew the full story only to find new twists and turns."
-- Sir Christopher Snowden, President and Vice-Chancellor, University of Southampton


"We all know how difficult it can be to accept truly revolutionary innovations. Professor Juma illustrates the difficulties faced by the innovators with a few case histories and provides some guidelines for avoiding many of the difficulties. One strong lesson is that engaging with the consumers, usually the general public, at an early stage is a very good idea. Another clear lesson is that different stakeholders react very differently to innovation, especially when it seems it might seriously disrupt existing businesses or traditional social structures. A must read for anyone who wishes to engage in such disruption themselves."
-- Richard J. Roberts, winner of the Nobel Prize in Physiology or Medicine, and Chief Scientific Officer, New England Biolabs


"We live among so many innovations that we tend to forget that before their acceptance, there tends to be resistance among the public, or by people whose livelihoods are threatened by them. Coffee, printing and refrigeration are among the innovations which have become so widespread that we may be amazed to read about their troubled histories. Other newer innovations, including genetic modification of plants and animals are still in the midst of public scrutiny. Professor Juma's book is a very well-researched account of innovation and its enemies, not to be missed by scholars and the public, both for historical perspectives and readiness for future innovations."
-- Professor Yongyuth Yuthavong, Former Deputy Prime Minister and Minister of Science and Technology, Thailand


"Knowledge is a continuum; thus Mendelian genetics has now given way to molecular genetics. Innovation and Its Enemies gives an excellent account of the continuity of innovation and the impediments faced in getting new ideas accepted. The author has given excellent examples of the conflict between the old and the new in scientific progress. A recent example is genetic modification. This book is a timely one since scientific knowledge is progressing at such a rate that often the new technologies are viewed with suspicion. We owe a deep debt of gratitude to Dr. Calestous Juma for his labor of love for the progress of human wellbeing through scientific innovations."
-- M S Swaminathan, Founder Chairman, M S Swaminathan Research Foundation


"This is a good read and an invaluable reference work for those working on new technologies, especially those needed to meet the grand challenges of the 21st century. Calestous Juma's detailed analysis of how innovations have been accepted or resisted is complete and fascinating. Many view resistance to advances such as GM foods and mobile phones as a modern phenomenon related to recent advances in science. Calestous explains that innovations have in fact been resisted for centuries but goes on to explain how this resistance can, and has been, overcome."
-- Lord Alec Broers, British House of Lords and Former Vice Chancellor of Cambridge University


"Drawing from an insightful study of over 600 years of technological history, Innovation and Its Enemies is an excellent analysis of forces that oppose new innovative products and services like incumbent industries, fear of change and risk, and socioeconomic uncertainties resulting from the perception of benefiting only a few and costing the majority. A must read for entrepreneurs, policy framers and academicians."
-- N. R. Narayana Murthy, Founder, Infosys


"This stimulating history of innovation looks beyond just the obvious successes and failures. Between the high and lows lies a large territory where adoption might go either way and Juma's insight is to see how the appropriate deployment of political capital and a deeper understanding of how the average citizen can confuse hazard and risk can make crucial differences to outcomes. Scientific and political leaders need this book."
-- Ian Blatchford, Director and Chief Executive of the Science Museum Group


"Innovation and Its Enemies is the best book on technology policy of the past decade. Amazing work."
-- Adam Thierer, Georgetown University, and author of Permissionless Innovation


"Superb! Magnificent! A must-read to anyone holding public office. Having overcome obstacles as president of the Dominican Republic in building the metro system of Santo Domingo, I found in Professor Calestous Juma's book useful theoretical insights into the understanding of why resistance occurs when introducing innovation in the public sphere." -- Leonel Fernández, Former President of the Dominican Republic 


July 29, 2016
Format: HardcoverVerified Purchase
Juma's book will go down as one of the decade's most important works on innovation policy. Juma has written a book that is rich in history and insights about the social and economic forces and factors that have, again and again, lead various groups and individuals to oppose technological change. His extensive research documents how "technological controversies often arise from tensions between the need to innovate and the pressure to maintain continuity, social order, and stability" and how this tension is "one of today’s biggest policy challenges."

Juma provides many meticulously detailed case studies of how special interests have resisted new technologies and developments throughout the centuries. Those case studies include: coffee and coffeehouses, the printing press, margarine, farm machinery, electricity, mechanical refrigeration, recorded music, transgenic crops, and genetically engineered salmon.

He also explores issues related to the governance of emerging technologies in an era when "the pace of technological innovation is discernibly fast," and is accelerating in an exponential fashion. "The implications of exponential growth will continue to elude political leaders if they persist in operating with linear worldviews," he says. Juma stresses the general need for a flexible approach to policy and wants to see “entrepreneurialism exercised in the public arena” and for “decisive leaders to champion the application of new technologies."

Throughout the text, Juma stresses the symbiotic relationship between risk-taking and progress. "The biggest risk that society faces by adopting approaches that suppress innovation is that they amplify the activities of those who want to preserve the status quo by silencing those arguing for a more open future," he says.

He also points out that the enemies of change will often resort to fear-mongering and deceptive tactics to demonize new technologies. "Opponents of innovation hark back to traditions as if traditions themselves were not inventions at some point in the past." New products or methods of production were repeatedly but wrongly characterized as dangerous simply because they were not supposedly "natural" or "traditional" enough in character. Juma’s case studies powerfully illustrate why that dynamic continues to be a driving force in innovation policy debates and how it has delayed the diffusion of many important new goods and services throughout history.


I highly recommend Prof. Juma's book to all those interested in the study of technological history and innovation policy.

September 11, 2016
Very fun and fascinating read! Each chapter is an accessible history of a particular innovation, and how people fought against it. In showing how strong the opposition was against even mundane innovations like coffee or margarine, as well as major inventions like printing or GMO foods, the author demonstrates how new technology is not a no-brainer. Even in our own time and country, where all things science & technology seem practically worshiped, the author shows how difficult it is to innovate. This is valuable stuff for readers concerned about US competitiveness in science and technology. Or even just for those of us who love some interesting history.

October 1, 2016
A landmark book - revealing, enlightening and inspiring. In an age where political and business leaders are overly excited about the crucial role of innovation there is a lack of consideration of the man-made obstacles and barriers. In a big historical canvas Prof. Calestous Juma shows that innovation is not a question of technology and economics - but a societal challenge with regard to the vested interests of incumbents and the impact of important innovations on the social ecosystem. Grounded in Schumpeter's thinking he drills into amazing historical cases as well as recent and ongoing conflicts around transformative innovations. He tackles even red-hot subjects such as transgenic crops. The recent letter of 110 Nobel Prize Laureates to the Leaders of Greenpeace, the United Nations and Governments around the world (published after Juma's book) in support of life saving GMOs (Golden Rice) is a beacon of the tensions between scientific knowledge, entrenched ideological positions, incumbency interests and the inability of institutions to keep pace with rapid technology developments. It illustrates perfectly the point that Juma makes in his book. Yet he gives us hope with the concept of inclusive innovation and his recommendations in the field of education fostering a broader understanding of science based risk assessment for new technologies and the orchestration of the communication process accompanying it. He concludes with an appeal to the enemies of innovation: "Keeping the future open and experimenting in an inclusive and transparent way is more rewarding than imposing the dictum of old patters".


October 17, 2016
Just the thing for any aspiring technologists, innovators, entrepreneurs, policy advisers/makers or simply anyone who has an interest in innovation.
The book explores resistance to introduction of new technologies. It gives an engaging exploration of the profound historical relationship between science, technology, policy, business and culture, written in a lively style with clear scientific explanations, stories and anecdotes.
By telling the stories of nine innovations, namely, coffee, printing of the Koran, margarine, farm mechanisation, AC electricity, mechanical refrigeration, recorded sound, transgenic crops, and AquaAdvantage salmon, Prof Juma makes us understand 'Why People Resist New Technologies'. He explains that people don't oppose new ideas, rather they oppose the potential of loss, especially of socioeconomic nature.
Further, beyond the disruptive nature of many innovations, the author enlightens on new trends where business models allow for innovation to be more inclusive. This theme is of particular interest to many of us from Africa or of less privileged backgrounds.
By reading this great book, I strongly believe one will become better equipped and better prepared to respond to challenges and concerns that lead to resisting new technologies and innovation, thus, potential being more effective and efficient in affecting or getting things done though business, policies, and other initiatives.