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terça-feira, 15 de julho de 2014

70 anos depois de Bretton Woods, Brics querem dar passo atras na multilateralizacao dos pagamentos

Inacreditavel inconsciencia de empresários e despreparo de dirigentes politicos. O comércio internacional requer uma moeda comum, ou então tem de recorrer ao câmbio, com todos os imponderáveis, incertezas, volatilidade e CUSTOS que lhe são inerentemente associados.
Por que é que empresários privados, que na sua interface externa, usam o dólar ou o euro para suas transações, desejariam abandonar essas duas moedas para adotar as nacionais, que ainda assim precisariam da referência a uma das outras duas para que a operação seja completada?
Eu só vejo uma razão: transferir os custos da operação e o risco cambial para o poder público.
E por que os bancos centrais assumiriam esses custos de abrir mais janelas para transações externas e de cobrir eventuais perdas contábeis por flutuações ou manipulações do câmbio?
Eu não vejo NENHUMA razão, só DESVANTAGENS.
E por que dirigentes políticos tomariam esse tipo de decisão, que representaria um INACREDITÁVEL passo atrás, 80 anos atrás, em relação à multilateralização dos pagamentos decidida em Bretton Woods?
Podem ter várias razões: ignorância histórica, estupidez econômica, teimosia ideológica, desejo de confrontar o "imperialismo monetário dos países hegemônicos", infantilidade política, e muitas outras, todas elas ruins do ponto de vista técnico, econômico, financeiro, inclusive no que se refere a compromissos multilaterais assumidos e do ponto de vista simplesmente orçamentário, e até operacional, já que complica a vida de todo mundo.
Vocês escolhem qual a bobagem do dia, mais uma na conta dos companheiros.
Inacreditável esses casamento da estupidez ideológica com a sandice econômica.
Paulo Roberto de Almeida

Setor privado apoia uso de moedas locais

Valor Econômico, 15/07/2014


Representantes do setor privado reunidos ontem na VI Cúpula dos Brics, em Fortaleza, defenderam o uso das moedas locais nas transações entre os países-membros do bloco como forma de baratear os custos dos investimentos. A expectativa é de que a troca direta de moedas possa se materializar por meio do New Development Bank (NDB), nome oficial do banco dos Brics, que deve ser anunciado hoje pelos líderes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Presidente da Marcopolo, fabricante brasileira de carrocerias com grande presença no exterior, Rubens De La Rosa assumiu ontem a presidência rotativa do Conselho Empresarial dos Brics, que conta com cinco empresas de cada país. Segundo ele, o NDB pode ser um instrumento prático para o uso das moedas locais acontecer.
Em entrevista ao Valor na semana passada, o presidente do banco de fomento da Rússia, Vladimir Dimitriev, defendeu que a utilização das moedas locais no âmbito dos Brics fosse acelerada.
Na avaliação do presidente da CNI, Robson Andrade, o banco dos Brics poderá viabilizar o avanço dos investimentos da indústria nacional no exterior. "Para nós, é fundamental que promova financiamento em países como esses e que aceite como garantia a matriz da empresa no Brasil", disse. A troca de moedas está entre as demandas que o fórum dos empresários apresentará aos líderes do bloco.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sete horas para retroceder: Argentina e Brasil andam para tras na integracao

O que se pode destacar nesta curta nota da Agência Brasil, que certamente eludiu, escondeu, disfarçou os embates e contradições entre os dois países? Se não houve nada disso, pior ainda, pois é sinal de ambas presidentes concordam com os retrocessos em matéria de liberalização de comércio e de dirigismo econômico.
Destaco apenas dois curtos trechos, que indicam que as duas concordam em que podem determinar o que devem fazer empresas privadas, e em limitar o comércio bilateral:
1) "Dilma disse que a Vale, que anunciou a retirada de investimento bilionário em potássio na Argentina, "vai encontrar, com o diálogo, o melhor caminho possível com as autoridades" locais."
2) "..novos limites de exportações seriam anunciados".
Mais ainda: "Dilma e Cristina discutiram as exportações de produtos brasileiros, prejudicados por novas medidas cambiais argentinas. As novas regras atingem vários setores, especialmente o agrícola, com a suspensão de licenças automáticas e a criação de cotas de importação, e o automotivo."
Não é uma progresso fantástico?
Paulo Roberto de Almeida

Dura 7 horas reunião de Dilma e Cristina sobre agenda econômica bilateral
 

As presidentas discutiram todos os assuntos da agenda bilateral econômica, que  agora deverão ser aprofundados, em reunião técnica em Montevidéu, no Uruguai.
Dilma disse que a Vale, que anunciou a retirada de investimento bilionário em potássio na Argentina, "vai encontrar, com o diálogo, o melhor caminho possível com as autoridades" locais.
A retirada da Vale de megainvestimento de US$ 6 bilhões, na província de Mendoza, foi um dos temas que geraram mais expectativa com relação à reunião.
O encontro contou com a participação dos ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Antonio Patriota (Relações Exteriores) e de seus pares argentinos, além da secretaria de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, e da presidente da Petrobras, Graça Foster.
O ministro da Agricultura, Norberto Yahuar, disse que houve muitos avanços nos acordos fitossanitários e que novos limites de exportações seriam anunciados.
Dilma reforçou que a resposta às consequências da crise dos países desenvolvidos era a integração.
Estavam em discussão questões econômicas e impasses comerciais, como a possibilidade de venda da unidade da Petrobras no país e investimentos paralisados da Vale. 
Foi o primeiro encontro de Dilma e Cristina após a eleição do presidente do Paraguai, Horacio Cartes. O Paraguai está suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) há dez meses.
As reuniões das presidentas estavam marcadas para o começo de março, mas foram adiadas devido à morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez (em 5 de março). Dilma e Cristina discutiram as exportações de produtos brasileiros, prejudicados por novas medidas cambiais argentinas.
As novas regras atingem vários setores, especialmente o agrícola, com a suspensão de licenças automáticas e a criação de cotas de importação, e o automotivo.
“Nós teremos uma pauta bastante ampla com a Argentina. Nós temos que discutir todas as relações: comerciais, os investimentos, toda a interação entre a economia brasileira e a economia argentina. Nós iremos discutir todos os assuntos”, comentou Dilma. 
Fonte: Agência Brasil