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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

BRICS: ingenuos acham que China se dobra a acertos no grupo - servicosna OMC

A China não renegou emergentes. Ela apenas cuidou dos seus próprios interesses, sem maiores considerações grupais, essas coisas de países emergentes, em desenvolvimento, contra a agenda dos ricos essas bobagens...
Apenas ingênuos acham que a China vai submeter suas conveniências econômicas nacionais ao que pensam outros países, em quaisquer foros, contextos ou assuntos, sobretudo quando se trata de matérias nas quais ela atua apenas e tão somente com pragmatismo, sem qualquer consideração ideológica, como podem ter outras burocracias nacionais afastadas das necessidades de seus empresários ou da própria população.
Ela tampouco vai deixar o G20 comercial, onde também defende seus interesses (defensivos, no caso, e contra os interesses do Brasil), independentemente do que possam pensar outros (ou os mesmos ingênuos de sempre) e dos propósitos proclamados do grupo.
Os outros que se acomodem...
Sem sorrisos amarelos, desta vez.
Paulo Roberto de Almeida

China renega emergentes em acordo comercial
Por Assis Moreira | De Genebra
Valor Econômico18/10/2013

O pedido de adesão da China a uma negociação liderada pelos Estados Unidos para acelerar a liberalização no comércio internacional de serviços provocou reação conjunta de Brasil, Índia e África do Sul junto aos chineses para tentar preservar uma coordenação entre os grandes emergentes, conforme o Valor apurou.

Esses quatro países formam informalmente o chamado Bics na Organização Mundial do Comércio (OMC). Juntos, podem ter mais peso nas negociações multilaterais de comércio e por tabela na governança global, ante certas posições de nações desenvolvidas.

Mas a decisão chinesa de pedir para entrar na negociação plurilateral (de adesão opcional) do chamado Trade In Services Agreement (Tisa; Acordo sobre Comércio de Serviços) enfraquece os que estão fora da negociação, caso de Brasil, Índia e vários outros emergentes.

Essa negociação do Tisa foi lançada em 2012 pelos EUA em resposta ao impasse nas negociações multilaterais (com participação de todos os membros da OMC) da Rodada Doha. Na ocasião, Pequim e outros grandes emergentes denunciaram que a iniciativa comandada pelos Estados Unidos diminuiria as chances para um acordo na Rodada Doha e afetaria o próprio sistema multilateral.

Daí a surpresa dos parceiros quando, neste mês, Pequim pediu para entrar na negociação limitada nesse segmento do comércio global que somou US$ 4 trilhões no ano passado, e que antes rejeitava firmemente.

A ideia é os participantes do Tisa se comprometerem já de entrada com a melhor abertura que ofereceram até agora em qualquer outro acordo. A partir daí, eventualmente ampliar as ofertas de acesso ao mercado entre seus participantes no setor que inclui serviços financeiros, de telecomunicações, transportes, construção, turismo, distribuição, movimento de profissionais e outros.

Nesse cenário, os Bics fizeram uma reunião discreta nesta semana em Genebra para entender porque os chineses mudaram repentinamente de posição. Normalmente o grupo dos grandes emergentes é o Brics, que inclui a Rússia. Só que Moscou entrou recentemente na OMC, tem tido participação pouco expressiva e não demonstrou maior interesse em ações em grupo na entidade global de comércio, até agora.

Conforme diferentes fontes, na reunião dos Bics no nível de embaixadores, os parceiros lamentaram que os chineses não tenham informado antes a seus parceiros do movimento em direção à negociação de serviços. Sobretudo os indianos disseram aos chineses que será muito difícil que os EUA deixem Pequim entrar no Tisa.

A decisão será essencialmente do Congresso americano, num prazo de 90 dias, e deve vir com muitas condições. Os americanos querem evitar que Pequim repita o que fez ao entrar no Acordo de Tecnologia de Informação (ITA, na sigla em inglês). Ao invés de liberalizar, no ritmo esperado por americanos e europeus, os chineses apareceram com uma lista grande de produtos considerados sensíveis que precisavam de proteção.

Os parceiros manifestaram o interesse de continuar a coordenação que vinham tendo até agora nas negociações na OMC. Pediram para Pequim manter-se com eles pelo fortalecimento do sistema multilateral, ao invés de iniciativas plurilaterais (de adesão opcional), onde a margem de barganhas é bem mais limitada.

No entanto, o representante chinês não abriu a boca no encontro dos Bics. Se a tentativa era de convencer Pequim a desistir de sua adesão, não funcionou, nota um observador na cena comercial.

Isso significa também que a China não vai sair de nenhum grupo - nem do G-20 agrícola, nem dos Bics nem de qualquer outro. Joga em todos os tabuleiros onde pode alavancar suas posições.

Pequim tem planos de aumentar suas exportações de serviços. O país foi o quinto maior exportador no setor em 2012, com US$ 190 bilhões, e o terceiro maior importador, com US$ 281 bilhões. A Índia foi o sexto maior exportador, com US$ 149 bilhões, e o sétimo maior importador, com US$ 125 bilhões. O Brasil exportou US$ 38 bilhões e importou quase o dobro.

Sem a China ao lado deles, aumentou o risco de isolamento de Brasil, Índia e África do Sul na área de serviços. Podem ficar de fora do desenho inclusive das regras num dos setores mais dinâmicos da economia mundial. A negociação do Tisa terá impacto inevitável mais tarde em qualquer acordo global de serviços com todos os membros da OMC.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

OMC: Protecionismo comercial brasileiro em servicos, abertura da China

Desde os anos 1980, o Brasil recusa, persistentemente, qualquer abertura em serviços. Com isso, perde mercados no mundo e mantém nefastos cartéis domésticos num mercado interno protegido e prejudicial aos brasileiros.
Paulo Roberto de Almeida

China adere e Brasil se isola na negociação de serviços

Por Assis Moreira | De Genebra

Valor Econômico, 24/09/2013


A China quer entrar nas negociações de um acordo liderado pelos Estados Unidos para liberalização mais acelerada no setor de serviços. A decisão de Pequim, que surpreendeu os americanos e outros parceiros na cena comercial, poderá deixar o Brasil isolado nas discussões do comércio internacional de serviços, que movimenta US$ 4 trilhões por ano e é um dos mais dinâmicos da economia mundial.
Washington lançou o "Trade In Services Agreement" (Tisa) em 2012, em resposta ao impasse nas negociações da Rodada Doha. Aderiram às discussões a União Europeia (28 países), Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Hong Kong, Islândia, Israel, Japão, Liechtenstein, México, Nova Zelândia, Noruega, Paquistão, Panamá, Paraguai, Peru, Coreia do Sul, Suíça, Taiwan e Turquia. Até recentemente, os grandes emergentes, como China, Brasil e Índia, se recusavam a fazer parte do Tisa, argumentando que isso diminuiria as chances de acordo na Rodada Doha.
As discussões no Tisa foram centradas, inicialmente, na atualização das regras existentes do Acordo de Serviços. EUA e Japão submeteram as primeiras ofertas de acesso aos mercados, impulsionando assim compromissos efetivos de mais liberalização dos participantes.
A China deu agora uma reviravolta, aparentemente reconhecendo a importância do setor. Projeta tornar-se grande investidor estrangeiro direto também nesse segmento. Além disso, mesmo se houver acordo limitado em Bali, a negociação de Doha ainda pode demorar muito. Por isso, os chineses buscaram americanos e europeus para aderir a essa negociação plurilateral (com numero limitado de participantes).
Os americanos mostram-se cautelosos. É que a China aderiu também ao Acordo de Tecnologia da Informação (ITA, na sigla em inglês) e desde então impediu qualquer avanço.
Assim, apesar do interesse no gigantesco mercado chinês, os EUA vão segurar por um momento a entrada da China até ter garantias de que Pequim assumirá compromissos de liberalização. De outro lado, a China não quer entrar colocando já de saída suas cartas na mesa.
Enquanto o Brasil recusa a negociação em serviços, mais países estão se movendo em busca de acordos em setores com enorme potencial de negócios.
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Brasil e OMC

Rubens Barbosa


Rubens Barbosa é presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp

Pelo trigésima segunda vez, realizou-se no Rio de Janeiro o encontro nacional dos exportadores (Enaex). O maior e mais importante evento de comércio exterior j no Brasil, como em muitas outras vezes, não contou com os principais responsáveis pelo setor no Governo federal, frustrando cerca de 500 participantes, empresários e interessados.
Participei, representando a Fiesp, de painel sobre o multilateralismo, com ênfase nas negociações comerciais e no encontro ministerial da OMC em Bali, em dezembro.
Com o fracasso das negociações multilaterais da Rodada de Doha, a Organização Mundial de Comércio (OMC) está paralisada. Com 159 membros, a OMC mantém uma estrutura superada e um processo decisório difícil de formar consensos, que tem de ser aperfeiçoado.
No encontro ministerial de Bali em dezembro, os países membros tentarão retomar o processo negociador da Rodada de Doha, mas encontrarão dificuldades pela baixa prioridade que os EUA e a Europa atribuem, no momento, à retomada dos entendimentos. Estão sobre a mesa acordos de facilitação de comércio, de segurança alimentar, acordo plurilateral de serviços e isenções tarifárias para os países de menor desenvolvimento relativo. Caso não seja possível retomar os entendimentos sobre a Rodada de Doha, o novo diretor da OMC, o brasileiro Roberto Azevedo, terá de concentrar-se em uma agenda reformulada para ser discutida pós-Bali.
Um dos grandes desafios da OMC para o próximo ano será a forma como serão tratadas as inúmeras regras que estão sendo incorporadas aos acordos de livre comércio de última geração: mega acordos como o acordo dos EUA com países asiáticos, o acordo entre os EUA e Europa e dezenas de bilaterais. Esses acordos incorporam as formas modernas de comércio representadas peia integração das cadeias produtivas e tratam de competição, serviços, propriedade intelectual, compras governamentais, investimentos, barreiras sanitárias, meio ambiente e regras trabalhistas. Desse modo, a OMC, que busca a liberalização comercial pela redução das barreiras tarifárias e não tarifárias na fronteira, está fora das negociações para a implementação de regras de última geração que interferem com políticas dentro do território dos países.
O Brasil está em desvantagem nessa discussão pelo seu isolamento nas negociações dos acordos comerciais, pela distância das cadeias produtivas globais e pela vulnerabilidade do seu setor externo.
Fiz duas sugestões sobre o que fazer diante dos grandes desafios interno e externo do comércio exterior brasileiro:
* definir uma nova estratégia de negociação comercial externa que inclua o aprofundamento dos acordos regionais no âmbito da Aladi e acordos com os países desenvolvidos, que possam aportar inovações tecnológicas e integrar as empresas brasileiras nas cadeias produtivas, como o acordo com a União Europeia (se necessário, desvinculado dos parceiros do Mercosul);
* modificação na estrutura decisória do comércio exterior para elevar o nível burocrático de seu tratamento com a criação da função de presidente da Camex, subordinado diretamente ao presidente da Republica.

sábado, 15 de junho de 2013

Governo tributa processo produtivo (burramente) - CNI

Tributar importação de serviços "atrasa" indústria, aponta CNI
Por Tainara Machado | De São Paulo
Valor Econômico, 14/06/2013

A tributação sobre a importação de serviços é um dos fatores que dificulta a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor e afasta empresas de investimentos em pesquisa e tecnologia. Essas são as conclusões de um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) entregue esta semana ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e obtido pelo Valor.
A carga tributária sobre a importação de serviços é de no mínimo 41,1% sobre o valor da operação, mas pode chegar a 51,3% em alguns casos, de acordo com confederação. Para a CNI, a alta carga sobre importação de serviços é resultado não só dos seis tributos que incidem sobre as operações, entre os quais o mais importante é a cobrança de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), mas também da sistemática de cálculo, com cobranças cruzadas e interpretações divergentes das normas.
Para a CNI, os altos custos tributários têm impacto sobre as condições de competitividade, sobre o aproveitamento de oportunidades para o desenvolvimento de projetos conjuntos com empresas estrangeiras e sobre a incorporação de tecnologia por empresas brasileiras em diversos tipos de situação. "É como se o sistema tributário não tivesse a capacidade de entender a nova forma de organização das cadeias produtivas globais", afirma José Augusto Coelho Fernandes, diretor de políticas e estratégia da CNI.
A CNI chama atenção para o fato de que o setor de serviços não apenas tem maior peso na economia do país, representando cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB), como influencia de forma "decisiva" a composição dos custos da indústria. "Há cada vez mais interdependência entre a manufatura e serviços", afirma o órgão.
Com base em dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os economistas Jorge Arbache e Victor Burns chegaram à conclusão que cerca de um quarto (23,1%) de todo o custo da produção da indústria do Brasil entre 2007 e 2009 é explicado pela aquisição de serviços.
A relevância desses custos é ainda mais evidente quando se analisa seu impacto sobre o valor agregado, ou seja, sobre a parcela que a indústria efetivamente transformou da produção. Nesse caso, representam 54,1% do consumo intermediário no valor adicionado na indústria total, e 56,5% na indústria de transformação. Esse valor é mais alto em setores intensivos em tecnologia ou com grande expressão exportadora, como produtos químicos, metalurgia e equipamentos de informática.
Os serviços, afirma o estudo, "tornaram-se parte muito relevante não apenas do custo total das empresas, mas principalmente do valor das exportações das manufaturas em geral e daquelas de mais alta tecnologia". A produtividade do setor de serviços, portanto, também afeta a capacidade de competição da indústria doméstica, afirma Fernandes.
O debate ganhou relevância a partir de encontros do Conselho de Investimentos e Tributação Brasil-Europa, liderado nacionalmente pela CNI, que identificaram na tributação de serviços um impasse para aprofundamento dos negócios entre países.
Para reforçar o argumento, o estudo da CNI cita casos de cinco empresas brasileiras para as quais a tributação da importação de serviços implica perda de competitividade do produto no exterior, ou mesmo o abandono de projetos por causa dos custos envolvidos.
Um dos casos é de uma empresa produtora de aeronaves, cuja principal atividade é a exportação de bens. Ao vender um avião, a companhia se compromete a fornecer uma série de serviços, como treinamentos técnicos dos pilotos e da tripulação. São serviços que só podem ser contratados no exterior, por causa da localização do comprador, e que acabam sendo incorporados aos custos na formação do preço final da mercadoria. Pelos cálculos da empresa, o IRRF sobre importações de serviços onera em 1,1% o preço do produto final, enquanto a carga tributária total eleva em 2,4% o preço.
Para uma empresa produtora de ônibus, obrigada a prover garantias, manutenção ou troca de peças nos ônibus vendidos, o custo da importação de serviços é em média de 3% do custo do produto vendido (CPV) sobre o custo de produção. Também é apresentado um caso, na área de softwares, em que a carga tributária inviabilizou parcerias com uma empresa argentina e uma multinacional, e portanto, a realização de operações de exportação de serviços de uma empresa a partir do Brasil.
Segundo a CNI, são seis as distorções encontradas na tributação das importações desses serviços: a inclusão de tributos na base de cálculo de outros impostos; não aplicação pela Receita Federal de tratados destinados a evitar a dupla tributação de lucro das empresas; incidência da Cide-Remessas ao exterior sobre importação de serviços técnicos, que não implicam transferência de tecnologia; não dedução das despesas incorridas na importação de serviços que implicam transferência de tecnologia; e, por último, não concessão de isenção do IOF-Câmbio, ao contrário do que ocorre para bens.

Entre as sugestões que constam no estudo, a CNI recomenda que a base de cálculos para a aplicação de cada um dos impostos seja o valor efetivamente remetido ao exterior para pagar pela importação dos serviços e que as remessas ao exterior para pagamento por contratos de serviços sem transferência de tecnologia sigam as disposições relativas ao "lucro das empresas" presentes nos tratados destinados a evitar a dupla tributação. Segundo Fernandes, na próxima semana representantes da CNI devem se reunir com a Receita Federal para discutir essas proposições.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

The unstavable beast: a armadilha dos servicos publicos - Kenneth Rogoff

The unstavable beast
Kenneth Rogoff
Project Syndicate, January 3, 2013

CAMBRIDGE – As the world watches the United States grapple with its fiscal future, the contours of the battle reflect larger social and philosophical divisions that are likely to play out in various guises around the world in the coming decades. There has been much discussion of how to cut government spending, but too little attention has been devoted to how to make government spending more effective. And yet, without more creative approaches to providing government services, their cost will continue to rise inexorably over time.

Any service-intensive industry faces the same challenges. Back in the 1960’s, the economists William Baumol and William Bowen wrote about the “cost disease” that plagues these industries. The example they famously used was that of a Mozart string quartet, which requires the same number of musicians and instruments in modern times as it did in the nineteenth century. Similarly, it takes about the same amount of time for a teacher to grade a paper as it did 100 years ago. Good plumbers cost a small fortune, because here, too, the technology has evolved very slowly.

Why does slow productivity growth translate into high costs? The problem is that service industries ultimately have to compete for workers in the same national labor pool as sectors with fast productivity growth, such as finance, manufacturing, and information technology. Even though the pools of workers may be somewhat segmented, there is enough overlap that it forces service-intensive industries to pay higher wages, at least in the long run.

The government, of course, is the consummate service-intensive sector. Government employees include teachers, policemen, trash collectors, and military personnel.

Modern schools look a lot more like those of 50 years ago than do modern manufacturing plants. And, while military innovation has been spectacular, it is still very labor-intensive. If people want the same level of government services relative to other things that they consume, government spending will take up a larger and larger share of national output over time.

Indeed, not only has government spending been rising as a share of income; so, too, has spending across many service sectors. Today, the service sector, including the government, accounts for more than 70% of national income in most advanced economies.

Agriculture, which in the 1800’s accounted for more than half of national income, has shrunk to just a few percent. Manufacturing employment, which accounted for perhaps a third of jobs or more before World War II, has shrunk dramatically. In the US, for example, the manufacturing sector employs less than 10% of all workers. So, even as economic conservatives demand spending cuts, there are strong forces pushing in the other direction.

Admittedly, the problem is worse in the government sector, where productivity growth is much slower even than in other service industries. Whereas this might reflect the particular mix of services that governments are asked to provide, that can hardly be the whole story.

Surely, part of the problem is that governments use employment not just to provide services, but also to make implicit transfers. Moreover, government agencies operate in many areas in which they face little competition – and thus little pressure to innovate.

Why not bring greater private-sector involvement, or at least competition, into government? Education, where the power of modern disruptive technologies has barely been felt, would be a good place to start. Sophisticated computer programs are becoming quite good at grading middle-school essays, if not quite up to the standards of top teachers.

Infrastructure is another obvious place to expand private-sector involvement. Once upon a time, for example, it was widely believed that drivers on privately operated roads would constantly be waiting to pay tolls. Modern transponders and automatic payment systems, however, have made that a non-issue.

But one should not presume that a shift to greater private-sector provision of services is a panacea. There would still be a need for regulation, especially where monopoly or near-monopoly is involved. And there would still be a need to decide how to balance efficiency and equity in the provision of services. Education is clearly an area in which any country has a strong national interest in providing a level playing field.

As US President in the 1980’s, the conservative icon Ronald Reagan described his approach to fiscal policy as “starve the beast”: cutting taxes will eventually force people to accept less government spending. In many ways, his approach was a great success. But government spending has continued to grow, because voters still want the services that government provides. Today, it is clear that reining in government also means finding ways to shape incentives so that innovation in government keeps pace with innovation in other service sectors.

Without more ideas about how to innovate in the provision of government services, battles such as one sees playing out in the US today can only become worse, as voters are increasingly asked to pay more for less. Politicians can and will promise to do a better job, but they cannot succeed unless we identify ways to boost government services’ efficiency and productivity.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Pra Frente Brasil!: primeiro no mundo em nomenclatura de servicos

O funcionário em questão, do MDIC, se declara orgulhoso pelo fato de que o Brasil se converteu no primeiro país no mundo a dispor de um sistema integrado para o tratamento do comércio de serviços, como dispõe hoje do Siscomex.
Pode ser que sejamos realmente pioneiros e avançados.
Não acredito, entretanto, que os demais países sejam atrasados e que eles possam depender do know-how brasileiro para implementar seus respectivos sistemas nacionais, que poderão, ou não, espelhar-se no sistema brasileiro.
Acredito, mais, na capacidade reguladora brasileira para fins especificamente fiscais, ou, se desejarem, para fins "extrativos", ou extorsivos...
Paulo Roberto de Almeida 



Posted: 16 Dec 2011 08:03 AM PST
Finalmente o Brasil deu um enorme passo, pois se tornou o 1º país do mundo a criar uma Nomenclatura de Serviços, suas Notas Explicativas, e um Sistema Eletrônico para controlar, sistematizar e reunir informações sobre o comércio exterior de serviços (“exportação e importação de serviços”). Isto foi feito através da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, publicada no dia 15/12/2011.

Fiquei muito feliz em ter sido parte da equipe  que trabalhou na consecução desse sonho.
CesarOlivier Dalston

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Agricultura, industria, servicos - valor agregado e preconceitos bobos

Um leitor deste blog, Felipe Xavier, comentando sobre o post (abaixo) da "economia política da idiotice", formulou-me a seguinte pergunta"

Na sua opinião, professor, existe algum motivo razoável para essa preterição da agricultura em favor da indústria? O Sr. concorda com a visão de que ser um produtor de commodities representa um atraso para o país??

Respondo rapidamente, por falta de tempo, mas recomendo que o Felipe leia mais sobre a repartição setorial da economia -- eu mesmo já escrevi a respeito, em meu livro O Brasil e o Multilateralismo Econômico -- e sobre as noções de valor agregado e de produtividade em economia, que são simples, mas é preciso entender exatamente do que se está falando.

O preconceito contra a agricultura é tão velho quanto a revolução industrial, ou seja, tem mais de 250 anos; isso a despeito do fato que a agricultura movimentou todas as sociedades nos últimos 10 mil anos, continua fazendo seu dever de alimentar a humanidade e contribui também para os equilíbrios ambientais (quando administrada de forma correta, no plano ambiental e ecológico).

Os fisiocratas tinham a agricultura em alta conta, e acham que ela era a verdadeira criadora de riqueza. Não, não é, mas pelo menos eles não cometeram a bobagem de considerar, como Marx, que os serviços era "improdutivos", porque eles supostamente não agregavam valor ao produto (segundo sua concepção totalmente equivocada de basear a extração de mais-valia no ato físico da transformação da mercadoria.

É certo que o crescimento da produtividade apresenta taxas mais altas na indústria do que na agricultura (que é mais lenta a reagor a melhorias nos processos e nos produtos), mas os serviços também são de difícil mensuração metodológica, e nem por isso deixam de representar a maior parte da criação de valor em praticamente todas as sociedades. É certo também que a industria apresenta maiores efeitos em cadeia -- backward and forward linkages -- do que a agricultura, mas isso não é motivo para desprezá-la, ou achar que ela não pode desenvolver um país.

Pode. Não só pode, como o fez, com sociedades que se desenvolveram basicamente sobre a base de uma agricultura de alta produtividade, como a Dinamarca, a Nova Zelândia, a própria Holanda, assim como a Inglaterra de antes da revolução industrial. O Brasil, aliás, é uma prova disso, ainda que de maneira não convencional.
Nossa agricultura foi um setor muito atrasado da economia durante mais de 4 séculos, por deficiências estruturais e outras características que não vem ao caso, agora, explicitar.
Mas é um fato que a agricultura no Brasil tornou-se um setor bastante avançado, com muita agregação de valor, e incorporação plena de insumos e produtos da indústria e dos serviços. É ela praticamente que sustenta nosso saldo de transações correntes, é ela que nos projeta no mundo com tal força que seremos, pela primeira vez em cinco séculos, um país verdadeiramente estratégico, o que NUNCA fomos. E isso não apenas pela agricultura de alimentação, mas também pela produção de combustível de biomassa, os renováveis substituindo os fósseis, tão denegridos nestes tempos de preconceitos contra o aquecimento global...

Ser produtor de commodities não é necessariamente um atraso para o país, se ele possui capacidade "instalada" e vantagens comparativas nessa área. Mas se recomenda -- e qualquer pessoa inteligente diria isto -- que o país abandonne rapidamente as commodities (que possuem pouco valor agregado) e subam na escala tecnológica, para auferir mais renda do comércio internacional.
Assim, em lugar de minério bruto, produtos siderúrgico; em lugar de soja em grãos, alimentos processados; em lugar de carne in natura, cortes finos; em lugar de café em grãos, solúvel e processados, ou cafés especiais. Enfim, a agricultura NÃO tem por que ser atrasada, pois ela não é.
Quem são atrasados são os homens...
Isso dá para mudar...

Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 30.08.2010)