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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Nem o Banco Central, nem o governo definem a taxa de juros, mas sim o credor - Ricardo Bergamini

 Nem o Banco Central, nem o governo definem a taxa de juros, mas sim o credor

Ricardo Bergamini

 

Preados Senhores

 

Abaixo provas cabais e irrefutáveis da afirmação do preâmbulo, senão vejamos:

 

1 - Em 2020, o governo promoveu o “OSCAR DE EFEITOS ESPECIAIS” e manteve a TAXA SELIC em 2,00% ao ano, mas os credores, de forma soberana, rolaram a dívida do governo ao custo de 8,37% ao ano. Tendo sido o IPCA de 4,52% ao ano, o ganho real dos investidores foi de 3,85% ao ano.  

 

- Em 2020, 57,74% do mercado de crédito - R$ 2.319,9 bilhões (31,31% do PIB) - com recursos livres com juro médio de 25,5% ao ano. 

 

2 - Em 2022, o governo manteve a TAXA SELIC em 13,75% ao ano, mas os credores, de forma soberana, rolaram a dívida do governo ao custo de 10,21% ao ano. Tendo sido o IPCA de 5,79% ao ano o ganho real dos investidores foi de 4,42% ao ano.  

 

- Em 2022, 59,61% do mercado de crédito - R$ 3.175,0 bilhões (32,3% do PIB) - com recursos livres com juro médio de 42,0 % ao ano. 

 

Cabe destacar que de 2011/2018 governos (DILMA/TEMER) a taxa média de ganho real dos investidores foi de 5,93% ao ano.

 

O que não se debate no Brasil é a diferença entre os juros pagos pelo governo na rolagem da sua dívida e o pago pelo mercado de crédito livre. 

 

- Em 2020, o governo pagou 8,37% ao ano e o mercado 25,5% ao ano.

 

- Em 2022, o governo pagou 10,21% ao ano e o mercado 42,0% ao ano.

 

 

 

Fonte - ME

 

Diferença entre juros SELIC e juros de longo prazo – ME

 

Base: dezembro de 2022

Ano

1

2

3

4

5

6

7

2011

2.600,7

4.376,4

59,44

11,00

12,83

6,50

6,33

2012

2.887,4

4.814,8

59,97

7,25

11,55

5,84

5,71

2013

3.059,6

5.331,6

57,39

10,00

11,32

5,91

5,41

2014

3.392,8

5.778,9

58,71

11,75

11,84

6,41

5,43

2015

4.055,7

5.995,8

67,64

14,25

16,07

10,67

5,40

2016

4.635,7

6.269,3

73,94

13,75

12,02

6,29

5,73

2017

5.218,8

6.583,3

79,27

7,00

10,29

2,95

7,34

2018

5.671,4

7.004,1

80,97

6,50

9,86

3,75

6,11

2019

6.137,6

7.256,9

84,58

4,50

8,71

4,31

4,40

2020

6.998,6

7.445,7

94,00

2,00

8,37

4,52

3,85

2021

7.643,0

8.599,8

88,87

9,25

8,91

10,06

-1,15

20/22

8.106,8

9.784,8

82,85

13,75

10,21

5,79

4,42

Legenda: 1 – Estoque da dívida da União - R$ Bilhões; 2 – Valor do PIB em R$ bilhões; 

3 – Dívida % do PIB; 4 - Taxa SELIC % ao ano; 5 - Custo de rolagem da dívida % ao ano;

6 - IPCA% ao ano; 7 - Ganho real do investidor % ao ano. 

 

Com base nas informações acima colocadas podemos afirmar que o debate de juros no Brasil é um manicômio amplo, geral e irrestrito.

 

Que Deus tenha piedade da abissal escuridão e ignorância reinante no Brasil (Ricardo Bergamini)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Eleicoes 2014: vitoria de Marina afastara' a volta do PT em 2018 - Paulo Marcos (via Ricardo Setti)

Não tenho certeza de que o cenário seja assim tão favorável a uma política econômica tendencialmente liberal pós-Marina e pós-caos lulo-petralha, que virá com ela também, pois ela terá de governar com essa "direita" mencionada pelo leitor Paulo Marcos; na verdade, o que teremos, como mais provável, será a consagração do "peemedebismo" na política brasileira.
Em todo caso, concordo com o que ele não diz explicitamente: será uma contenção parcial da associação mafiosa atualmente no poder. Mas eles vão continuar perturbando, e impedindo o Brasil de avançar, se já não fosse o ecologismo-criacionismo-evangelismo que aparece no horizonte.
Paulo Roberto de Almeida 

Blog de Ricardo Setti, 27/08/2014
 às 14:00 \ Política & Cia

Post do Leitor: “Por que acho que o melhor para o Brasil é a vitória de Marina”

(Foto: Dida Sampaio/AE)
“Marina tem DNA petralha, ela e muitos ‘cumpanheiros’ da cúpula do PT são cobras do mesmo ninho e de longa data — se a bomba explodir entre eles, melhor”, opina o leitor Paulo Marcos (Foto: Dida Sampaio/AE)
Texto do leitor Paulo Marcos
Post do LeitorAo acessar a coluna do Setti, algo que faço frequentemente com muito gosto, e ler sobre a enquete em curso sobre quem os leitores acham que irá para o segundo turno da eleição presidencial, fiquei refletindo sobre o assunto e cheguei à conclusão que o melhor para o Brasil em médio prazo será a vitória da candidata Marina Silva.
Digo isso por sabermos que, inevitavelmente, o próximo governo, de quem quer que seja, terá de tomar medidas impopulares, provavelmente conviver com um período de economia recessiva, cortar gastos, extinguir ministérios (acabando com muitas boquinhas de forma direta e indireta), acabar com muitos cargos comissionados, cortar verbas para ONGs, etc.
Os preços de energia elétrica e combustíveis estão represados faz um bom tempo e terão de ser reajustados, o que possivelmente acarretará em mais inflação, aumento da taxa de juros, falta de oferta de crédito no mercado e por aí vai.
Se imaginarmos um cenário sem o PT como oposição e toda sua rede de influência , que vai desde o ambiente político, passando pelo jornalístico (a grande maioria deste meio é composto de esquerdistas) e até o  universitário (as universidades públicas são verdadeiros criadouros de zumbis da ideologia comuno-socialista), o Aécio seria a melhor escolha.
Porém, no quadro atual, com uma bomba relógio prestes a explodir nas mãos do próximo governo, creio que farão da gestão do Aécio Neves um verdadeiro inferno — as forças sindicais promoverão todo tipo de greve e entrave, os movimentos sociais promoverão todo tipo de baderna, invasões e confrontos… Em suma, o PT e seus asseclas tocarão fogo neste país! E, cá para nós, o PSDB e o Aécio não têm tido e não terão pulso firme para bater de frente com a rede petralha (…).
E sabe o que vai acontecer, com uma população em sua maioria composta de gente ignorante financeiramente falando e muito ingênua no sentido político? Vão engolir a falácia que será disseminada pela rede petralha de que o PSDB destruiu o país, que são neoliberais, privateiros, defendem interesses internacionais e bla bla bla!
Com isso corremos o grande risco de o PT voltar novamente em 2018 e enterrar de vez qualquer possibilidade de se surgir uma corrente política nova e realmente viável para o Brasil. Esse é o meu maior temor!
Sendo Marina Silva a próxima presidente, não correremos este risco, além de termos a vantagem de tirar o PT de dentro das engrenagens da máquina do Estado, desaparelhando diversos setores e ainda por cima dando um freio no cronograma bolivariano do Foro de São Paulo em curso no país.
Marina tem DNA petralha, ela e muitos ‘cumpanheiros’ da cúpula do PT são cobras do mesmo ninho e de longa data — se a bomba explodir entre eles, melhor!
Acho que será um trauma tão grande que sepultará de vez a aventura socialista/populista no Brasil e abrirá o caminho para novas correntes políticas mais à direita (coisa que praticamente não existe hoje, salvo raras exceções), que defendam, sem constrangimento, a diminuição do Estado a sua menor presença na vida do cidadão, o liberalismo econômico, os valores da família, uma reforma tributária justa, as liberdades individuais, etc.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O "tissuname" de dinheiro e uma pergunta para idiotas

Bem, "tissuname" é como certos jornalistas que costumam falar na TV se referem ao fenômeno bem conhecido, e dramático, de fato, incontrolável, para qualquer padrão de defesa civil.
A presidente, na Alemanha, se referiu ao tsunami de dinheiro, ou seja, a pletora de recursos financeiros, que estariam, segundo ela, afluindo para o Brasil e causando uma indevida valorização do real.
Daí o governo ser obrigado a tomar medidas de taxação de "aplicações especulativas", de controle de capitais, e ameaçar com "outras medidas cambiais", como sempre aventa certo ministro confuso da área econômica.
Abaixo vou postar um texto extremamente crítico do economista Kleber Pires, que fica, como eu, absolutamente estupefato com o festival de bobagens que costuma emanar de certos meios, que possuem um conhecimento precário de economia, e estão sempre buscando bodes expiatórios nos outros, sobretudo nos estrangeiros, em lugar de olhar para o próprio rabo, e corrigir as mazelas internas do Brasil.
Só vou fazer uma pergunta singela, dessas bem idiotas, para idiotas, e não preciso de nenhuma resposta: 


Se os juros no Brasil estivessem sendo arbitrados pelo mercado, como diversos outros preços básicos da economia, em lugar de serem fixados administrativamente pelo governo, e se o governo não se esforçasse tanto para captar recursos privados, os juros seriam tão altos quanto são atualmente?


Pronto, não precisa responder, e não espero um tsunami de comentários disparatados...
Paulo Roberto de Almeida 



Por Klauber Cristofen Pires
Libertatum, 08 Mar 2012 11:17 AM PST

Ao ter usado da expressão de efeitocom bons resultados políticos – o tsunami de dólares - DilmaRoussef deve ter dado uma piscadela e um sorrisinho de esgueira àsua colega alemã...

As recentes reclamações junto àchanceler alemã Angela Merkel de que o Brasil está sofrendo umtsunami de moeda estrangeira, proferidas pela “presidenta” DilmaRoussef, e depois papagaiadas para a mídia pelo restante de suaequipe econômica remeteram minha memória quase como queautomaticamente a outro momento histórico semelhante, para ser maispreciso, em 1999, em que os protagonistas no governo eram o entãopresidente Fernando Henrique Cardoso e seu ministro da Fazenda, PedroMalan.
Naquele ano, o Brasil encontrava-seextremamente dependente de recursos externos para fazer face à suagigantesca dívida pública interna e externa, de modo que decretouum aumento da taxa básica de juros para a estratosférica marca de45%! E lá se via o Sr Pedro Malan, com a cara brilhando de tantoóleo de peroba: “- esta medida é uma resposta para osespeculadores!”
Se é incrível como a linguagem políticaconsegue inverter a fama do mocinho e do bandido, mais fantásticoainda é não aprendermos nada com nossa própria e sofrida história.Afirmo isto porque praticamente nada encontrei na imprensa quedesmascarasse tamanho ato de lesa-pátria, qual seja, o enganocoletivo a que o governo submete a nação neste campo. Pelocontrário, esta age como um alegre cachorrinho a correr serelepepara buscar os releases que o governo atira quais fossembiscoitos ou suas bolinhas de estimação.
Muita gente leiga e honesta deve estarpensando como a entrada de moeda no país pode nos fazer mal, e muitagente leiga e desonesta deve estar repetindo as besteiras que assistenos telejornais para seus amigos como se conhecedor do assunto fosse. Vamos as fatos, de forma simples, para que qualquer pessoa entenda:a verdade é somente uma: o governo brasileiro oferece taxas de jurosmuito maiores do que as praticadas por países de economia maissadia, de modo que se torna atrativo emprestar-lhe dinheiro. Emoutras palavras, o governo brasileiro está difamando justamenteaqueles que lhes dão crédito.
Agora, leitor, responda: se um indivíduoque está atolado até o pescoço de dívidas por ter se entregado aojogo de azar se dirige até o agiota e consegue convencê-lo de lheconceder mais um empréstimo – desta vez a uma taxa de juros bemmais alta, justamente por causa do alto risco que o sujeitorepresenta – será moralmente admissível xingar e culpar esteúltimo?
É certo sim, que há em curso umaexpansão monetária mundial, mas neste campo o Brasil se comportacomo o sujeito sujo falando do mal-lavado, vez que o padrão-ouro foiabandonado há muito tempo.
Sob o regime do padrão-ouro e das taxasde juros funcionando pelo próprio mercado para a calibragem dos seusinvestimentos - e não como instrumento de financiamento daprodigalidade estatal e manipulação macroeconômica no consumo,nada destas coisas teria lugar. O ouro poderia entrar ou sair poisseria uma moeda internacional, e seu uso seria destinado aoinvestimento, e não à despesa inflacionária.
Portanto, digníssimos leitores, não sedeixem enrolar pelo economês brasiliense. Tudo isto não passa demalabarismos com a finalidade de aquietar o público. Já passa dahora de formarmos um público mais exigente que não se deixeengabelar, ainda que a mídia tradicional abdique da importância doseu papel.