O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Revista Historia e Economia: chamada de artigos

Chamada de artigos Revista História e Economia
A Revista interdisciplinar História e Economia é uma publicação semestral impressa do Instituto de  História e Economia. A proposta do Conselho, formado por professores da USP, UFF, Unicamp e outras importantes universidades, quando criou o Instituto, foi resgatar e incentivar uma parte da nossa pesquisa pouco privilegiada nos centros acadêmicos, como a História Comparativa, a História Econômica e a História Política.  Receberemos artigos até o dia 15 de novembro de 2012.  Os artigos serão publicados no  v. 11, 2 º semestre de 2012. Os artigos devem ter no mínimo 20 páginas e ser enviados para o e-mail revistahistoriaeconomia@gmail.com
A Revista dedica-se à publicação de trabalhos nas áreas de Economia, História Econômica, História Financeira, e História das Idéias Econômicas. Publicamos somente textos originais, aceitando em casos especiais, a publicação simultânea em revista estrangeira. Recebemos artigos em português, inglês, espanhol ou francês.
Os artigos poderão ser referentes a quaisquer países ou regiões. Todos os artigos serão publicados no idioma em que foram escritos.

Conselho Editorial da Revista História e Economia
Adalton Franciozo Diniz (Faculdade Cásper Líbero/PUC- SP)
André Villela (EPGE/FGV)
Antônio Penalves Rocha (USP)
Carlos Eduardo Carvalho (PUC/SP)
Carlos Gabriel Guimarães (UFF)
Flavio Saes (USP)
Gail Triner (Rutgers University)
Jaime Reis (ICS - Universidade de Lisboa)
John Schulz (BBS)
John K. Thornton (Boston University)
Jonathan B. Wight (University of Richmond)
José Luis Cardoso (ICS – Universidade de Lisboa)
Marcos Cintra (Unicamp)
Pedro Carvalho de Mello (ESALQ)
Renato Leite Marcondes (USP/Ribeirão Preto)
Ricardo Feijó (USP/Ribeirão Preto)
Steven Topik (University of California Irvine)
Vitoria Saddi (INSPER)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O maior tirano da humanidade: Mao Tse-tung

Este post é dedicado a um leitor, obviamente anônimo, que acha que o ex-Partido Comunista da finada União Soviética era de "esquerda". 
Uau! Ele chama partidos totalitários, e reacionários, como sendo de "esquerda". Não havia nada mais conservador, reacionário, arcaico, e anti-esquerda do que o PCUS. Ele era a favor do imobilismo desde Stalin, pelo menos, ou seja, durante setenta anos. Como pode ser de esquerda um partido conservador e imobilista?
Mao Tsé-tung era outro reacionário, embora anárquico. Certamente não era de esquerda. Era apenas... maoista. Ele foi, provavelmente, o homem que mais matou outros homens (e mulheres e crianças), muito mais que Stalin e bem mais do que Hitler.
Foi um dos grandes tiranos da história humana conhecida, como se pode constatar pelo texto abaixo.
Paulo Roberto de Almeida 

Sábado, 25 de agosto de 2012

:: Maria João Marques

                        Como, para mim, denunciar os crimes do comunismo é sempre uma atividade meritória e prazenteira, aqui vos deixo uma sugestão de leitura: Mao's Great Famine de Frank Dikotter.
            Quase acabado de sair do prelo, faz uso de muitas fontes originais, sobretudo guardadas nas sedes partidárias estaduais (as centrais estão ainda vedadas a olhos curiosos), para nos dar um retrato já muito aprofundado desse movimento de radical coletivização da agricultura (sempre um grande desígnio comunista) chamado Grande Salto A Frente que inevitavelmente (e como sucede com todos os movimentos de coletivização da agricultura) matou de fome, pelo menos, 45 milhões de chineses (números de Dikotter).
            Apesar do tema pesado, o livro está bem escrito e permite uma leitura fluída. E, sendo um livro de história de um acadêmico renomado, é também uma viagem ao absurdo e não se consegue ler sem esboçar uns tantos sorrisos de incredulidade. A adoção de métodos agrícolas não científicos, mas ideológicos (porque as adotadas pelos camponeses e testadas pelo tempo eram ‘métodos direitistas’ indignos de um país socialista) que levaram a uma quebra importante na produção agrícola.                                                                                                           As fundições nas traseiras que permitiriam que a China produzisse mais aço do que a Grã-Bretanha em quinze anos (e, depois, em três ou quatro), que consumiu todos os produtos metálicos das zonas rurais, incluindo as ferramentas agrícolas (oops!), desviou milhões de camponeses dos trabalhos nos campos para as fundições e que terminou com quebra abrupta na produção agrícola e produziu toneladas de aço de má qualidade não usável. As colossais obras de irrigação feitas às pressas e em locais errados que findaram abandonadas ou com efeitos contrários aos inicialmente planeados, com destaque para a barragem que iria tirar o lodo ao Rio Amarelo, mas que levou a que o lodo fosse duplicado.  Um regime comunista, a usar os camponeses como trabalho escravo (sem comida, sem horas de descanso, sem acomodações adequadas ao clima, sem cuidados médicos, com espancamentos, com humilhações públicas…) nas obras de irrigação, nas comunas agrícolas ou nas fundições, acabou matando, por esta via, milhões de camponeses.
                        As sucessivas rodadas de expurgos, que puniram, sobretudo os quadros do PCC (Partido Comunista Chinês), que tentavam proteger as populações dos efeitos das políticas do “Grande Salto A Frente e aqueles que denunciavam a existência de fome generalizada, quando o topo do politiburo do PCC considerava a situação “excelente” e as mortes ocorridas ‘uma lição de valor’, destacando-se o expurgado ministro da defesa Peng Dehuai (que morreria, ainda como castigo por ter falado verdade em 1959, durante a revolução cultural).
            A proteção da imagem internacional da China, doando toneladas de alimentos a países como a Albânia enquanto nos campos a fome matava a eito vinha sempre em decorrência das “sábias” citações de Mao Tsé Tung, ora questionando sobre que destino daria aos excedentes que o GSF produziria, ora exortando os camponeses chineses (famintos) a tornarem-se vegetarianos para que se pudesse exportar a carne chinesa, ora afirmando que “mais valia que metade da população morresse para que a outra metade tivesse a sua porção de comida”.
            Os elaborados esquemas que levaram à criação de um complexo mercado de sucessivas trocas diretas, etc., etc., etc.. E, claro, as mortes. Está tudo no livro de Dikotter, que recomendo vivamente. 
Título e Texto: Maria João MarquesO Insurgente
Mao’s Great Famine

                        “Between 1958 and 1962, China lived through tragedy on an epic scale. The “Great Leap Forward” – conceived by Mao so that China could drive industrial output ahead of Great Britain and achieve autonomy from the might of the neighboring USSR – led to a catastrophic famine resulting in the death of between 36 and 55 million people.
            “Three years of natural disasters”: it is in these terms that the Chinese Communist Party today justifies this terrible outcome. But the tragedy was masked by an official lie, because while China was starving to death, the grain stores were full.
            Based on previously unheard testimony by survivors, rare archive footage, secret documents and interviews with the leading historians on this catastrophe, this film provides, for the first time, an insight into the folly of the “Great Leap Forward”.
            It examines the mechanisms and political decisions that led to famine, stripping away the incredible secrecy surrounding the campaign, and exposing the lie which continues even today as to who was responsible, and the true human cost”.

Venezuela no Mercosul: e a imprensa, de fora?


PRESS FREEDOM GROUP: VENEZUELA MEDIA UNDER ASSAULT

Aug 29, 10:50 AM EDT


CARACAS, Venezuela (AP) -- The Committee to Protect Journalists said in a new report Wednesday that Venezuelan President Hugo Chavez's government has used threats and a barrage of restrictive measures to gradually weaken the country's private news media.
The New York-based press freedom group said restrictions have come through harassment of critical journalists as well as fines and other measures to penalize coverage of sensitive subjects.
The group's report cited a $2.2 million fine against TV channel Globovision for its coverage of a deadly prison uprising last year. It also condemned an injunction issued earlier this year calling for journalists to base reports about water contamination on hard data, specifically requiring a "truthful technical report backed by a competent institution."
That measure came after reports in Venezuelan newspapers about complaints of contaminated drinking water, and after an oil spill that fouled the Guarapiche River in eastern Venezuela.
"The injunction on water reporting is only the latest addition to a minefield of legislative changes and presidential decrees put forth by Chavez's administration to restrict the independent media," CPJ said in its report. "Through its massive state media presence and its use of censorship, legal harassment, and administrative sanctions, the Chavez government sets clear limits on public dissent."
The group said such measures have led to censorship and a dearth of in-depth coverage about some key issues ahead of Venezuela's Oct. 7 presidential election. It also said access to information that should be public has increasingly been restricted, and that journalists from critical Venezuelan news organizations such as Globovision often are excluded from news conferences.
There was no immediate reaction from the Venezuelan government to the report. Chavez has repeatedly said that the government respects press freedom, while also strongly criticizing private media that he says campaign against him.
Chavez on Tuesday accused his opponents of using the media for political purposes to take advantage of last weekend's deadly refinery explosion, which killed dozens and set off debate about safety measures within the oil industry.
"They have a well thought-out strategy that we shouldn't underestimate," Chavez said in a television Cabinet meeting.
Joel Simon, CPJ's executive director, said past government measures against critical media outlets are likely to have an impact as Venezuelan journalists report on the disaster because some may be concerned about reprisals for aggressive reporting.
"The legal environment that exists now is journalists always have to worry whether reporting, even nuts-and-bolts reporting about issues that have broad impact for the public, things like crime, things like public safety, whether there could be government action and legal action as a result of that reporting," Simon said in a telephone interview from New York. "And that's simply unacceptable, particularly in the context of a political campaign."
----
Ian James on Twitter: HTTP://TWITTER.COM/IANJAMESAP

Tranca em porta arrombada: greve de funcionarios publicos

Na verdade, não apenas se deve proibir greve de quem trabalha com segurança, mas sobretudo se deve terminar com a estabilidade de funcionários públicos.


Governo prepara lei de greve para setor público
Por Fernando Exman | De Brasília
Valor Econômico, 28.8.2012, pág. A1 e A7

Diante da crise provocada pela paralisação de muitas categorias do funcionalismo, a presidente Dilma Rousseff tomou a decisão política de tentar aprovar uma lei que regulamente as greves no setor público. A investida deve começar depois que as negociações sobre o reajuste salarial dos servidores forem concluídas e do envio da proposta de lei orçamentária para 2013 ao Congresso.
A iniciativa enfrentará novas resistências das centrais sindicais e parlamentares de partidos da base aliada ligados aos trabalhadores. O Executivo, entretanto, deve contar com o apoio da oposição no Congresso. E aposta na rejeição da população às greves para obter o respaldo da opinião pública e levar a ideia adiante.
Apesar da sinalização de Dilma, a proposta do Executivo ainda está em fase de elaboração. Num movimento para pacificar entendimentos da Justiça e uniformizar a legislação existente sobre o assunto, a ideia do governo é proibir paralisações de categorias armadas e garantir que serviços essenciais à população sejam mantidos pelo menos por uma parcela dos servidores responsáveis pela execução dessas atividades.
A lista de serviços considerados essenciais pelo governo abrange 24 áreas. Pelo projeto, os servidores terão de manter em funcionamento a distribuição de energia elétrica e gás, o abastecimento de água, as telecomunicações, a inspeção agropecuária, a arrecadação, o controle de fronteiras e do tráfego aéreo e a inspeção de estabelecimentos industriais e comerciais.
A presidente quer regulamentar o corte do ponto dos grevistas, assim como incluir no projeto a possibilidade de substituição dos grevistas por outros trabalhadores. Essa última medida já está prevista em decreto editado recentemente. "Tem que ter uma lei. Do jeito que está hoje o sujeito acha que pode ficar 60 dias em greve e acha absurdo o governo cortar o ponto", comentou uma autoridade do governo. "Se os servidores tiverem só direitos e não deveres, aí fica difícil".

O comeco do fim: decretado o fim do PCUS


On This Day: August 29

The New York Times, August 28, 2012, 2:28 PM
On Aug. 29, 1991, the Supreme Soviet, the parliament of the U.S.S.R., suspended all activities of the Communist Party, bringing an end to the institution.


Site Guide
Feedback
Job Opportunities


On This Day

Read the full text of The Times article or other headlines from the day.
 Buy a Reproduction
Front Page Image

Soviets Bar Communist Party Activities; Republics Press Search for a New Order



Coup Role Inquiry
Ukrainian-Russian Pact Seeks Ways to Insure Economic Survival
By SERGE SCHMEMANN
Special to THE NEW YORK TIMES

RELATED HEADLINESAfter the Breakup: E Pluribus... What?: Former Soviet Republics Will Need Each Other, at Least for a Time
Apparatchik to Nationalist: Ukrainian's Fancy Footwork
Direct Aid to Republics
OTHER HEADLINESCrash Prompts M.T.A. to Impose Random Drug and Alcohol Testing
Health Units Defy U.S. on Aids Rules: Patients' Risk From Workers With Virus Is Called Nil
Zone of Brain Linked to Men's Sexual Orientation
Moscow, Aug. 29 -- After three hours of anguished debate, the Soviet Parliament voted today to suspend all activities of the Communist Party pending an investigation of its role in the coup. It was an action that confirmed the demise of the old regime even as the search quickened for new forms of association and order.
The fate of the party was already sealed before Parliament's vote. Individual republics had closed its offices and seized its vast properties and funds and President Mikhail S. Gorbachev had quit as its General Secretary and had called on the leadership to step down.
But Parliament was the only national institution with the formal powers to act against the entire organization, and its decision served to confirm the indictment already passed by the people.
Republics Take Action
While Parliament settled scores with the past, newly unfettered leaders of the republics searched for interim arrangements to prevent chaotic disintegration.
A Russian-Ukrainian agreement reached in Kiev in the early morning after hurriedly arranged negotiations declared it imperative to prevent the 'uncontrolled disintegration' of the Soviet Union and to insure its economic survival and security.
The communique seemed to establish a model for interim agreements among the republics to safeguard the fundamental ties forged over decades as the tight central controls and Communist-dominated institutions of rule crumbled in the aftermath of the failed coup. [The text of the Russian-Ukrainian statement and excerpts from the Soviet Parliament's debate are on pages A11 and A12.]
Talks With Kazakh Chief
From the negotiations in Kiev, the Russian delegation, led by Vice President Aleksandr Rutskoi, flew to Kazakhstan for similar talks with President Nursultan Nazarbayev, a republic leader who has demonstrated considerable authority in Central Asian and national councils.
The day's developments reflected multiple efforts to fill the political void, to assert local authority and to prevent chaos. If the actions often conflicted and even sometimes put the republics at odds, the underlying search 10 days after the coup attempt still seemed to be for an orderly transition to a new and yet undefined association of self-governed states.
In Parliament, Mayor Anatoly A. Sobchak of Leningrad, who has emerged as a leading advocate of maintaining some form of union and who led a parliamentary delegation that monitored the talks in Kiev, declared that 'the former union has ceased to exist, and there is no return to it.'
And over the Russian radio, Boris N. Yeltsin, the President of the Russian federated republic, whose heroism during the coup attempt and assertion of Russian power in its aftermath have kept him in the eye of the storm, declared that the center must hold.
'We are maintaining constant contact with President Gorbachev and republican leaders and we are coordinating our actions,' he declared in a statement evidently intended to soothe secessionist passions. 'I want to state firmly that the collapse of the center is not tantamount to a collapse of the country, let alone Russia.
'I stress, the union center must exist, but there must be a sharp cut in the number of its staff and in the cost of maintaining it.'
The center itself worked to regroup. Parliament approved Mr. Gorbachev's proposal to include leaders of nine republics in an expanded Security Council and was expected to approve his nomination of several prominent reformers.
Mr. Gorbachev said the new council would serve as a transitional authority during the reorganization of the union. 'Now, however, life demands action,' he said.
Interim Government Meets
The interim government under Ivan S. Silayev also met today and discussed urgent measures to stabilize the economy and maintain foreign trade and food supplies.
The suspension of the Communist Party by Parliament followed a wrenching debate over what constituted responsibility for the coup. That debate has weaved through the televised proceedings of the legislature since it convened Monday.
Parliament itself has been accused by Mr. Yeltsin and others of complicity through silence, and its debates have been filled with attempts to justify and explain the behavior of various deputies and officials.
The 535-member Parliament is expected to conclude by dissolving itself and clearing the way for the full 2,500-member Congress of Peoples' Deputies to name a new legislature when it convenes Sept. 2. The Congress is constitutionally the highest authority in the Soviet Union.
Debate on Party's Fate
The sharpest debates over the fate of the party focused on an article in the draft resolution that called on the Supreme Court to decide whether to close down the party altogether.
Behind it was the question of whether the entire party as an institution was an integral part of the old system that tried to thwart change through the coup attempt and so must be swept away, or, as Mr. Gorbachev and other deputies argued, that at its base it was a reformable organization of well-meaning 'workers and peasants.'
Born of the utopian Marxism of the last century, the Bolshevik party formed by Lenin was never meant for a democratic role in a multi-party system. Rather, it was meant to be the vanguard of the working class in the struggle against 'class oppressors' and to be the chosen elite in the shaping of a new order.
It evolved under Stalin and his successors into a vast and privileged network of institutions that controlled all facets of Soviet life and numbered 19 million members. Even with its powers trimmed by Mr. Gorbachev's perestroika, the party continued to exert a powerful brake on any efforts to change the system, and Mr. Gorbachev himself continued to merge the powers of the presidency and party leadership until after the coup, when he finally resigned as General Secretary.
'We are talking about the liquidation, not of a party, because the Communist Party has long ceased to be a party, but about a super-state structure, parallel to the structures of power which it illegally usurped,' one deputy argued.
Jobs of Thousands Affected
But others pleaded against the dismantling of a structure that still provided employment for thousands and held the loyalty of millions.
'Think of the 150,000 people from the party apparatus who are going to lose their jobs,' another deputy said. 'They are our voters, they will come to us tomorrow and will ask, what are you doing there?'
In the argument that finally tilted the debate, Roy A. Medvedev, the historian and former dissident who returned under Mr. Gorbachev to a prominent position in the Communist Party, declared that liquidating the party would only repeat its own errors. 'We cannot liquidate the Communist Party because in people's minds the word liquidation is associated with such facts as liquidation of the Cossacks, kulaks,' he said. 'It meant either arrest or murder or deportation.'
In the end, Parliament voted against the article, leaving open the possibility that the party could return in some social-democratic form. But it adopted the balance of the resolution suspending the activities of the party throughout the territory of the Soviet Union, instructing the Interior Ministry to take custody of the party's property and archives and ordering the state prosecutor to open an investigation into its role in the coup.
Vote on Party Is 283 to 29
Even if not threatened with liquidation, the party of Lenin had been relegated to the dustbin of history. The vote was 283 to 29, with 52 abstentions -- the highest number of 'nays' and abstentions so far in the session.
On the economic front, it was a measure of the general recognition in all 15 republics that they faced uniformly serious economic trials in the months to come that representatives of all 15 attended the first organizational meeting of the Committee for the Management of the National Economy, the acting government formed under Mr. Silayev, the Russian Premier.
According to the Interfax news agency, the meeting was told that the climatic conditions in the country were the worst in a decade and that only 25 million tons of grain of the 85 million ordered had been delivered to the state, evidently because collective farms were hoarding in anticipation of higher prices. The committee also heard that supplies of coal and oil were at 80 percent of the norm as the cold months approached.
Plans for the Military
Attention also focused on the military. Both Mr. Yeltsin and the new Defense Minister, Yevgeny I. Shaposhnikov, declared that the military must remain centrally controlled regardless of the form the country takes.
'Whatever the destiny of the union -- and most likely, in my view, it will be preserved, maybe not in the same form as now, but perhaps along some kind of socio-economic lines -- I just cannot imagine our army being composed of several armies located on the territories of sovereign republics,' Marshal Shaposhnikov said.
He also said there was and is no cause for concern about the Soviet Union's vast nuclear arsenal. 'Those who now have their finger on the nuclear button are those who are supposed to,' he said.
Among the day's other major developments, the Supreme Soviet voted to lift parliamentary immunity from its former Speaker, Anatoly I. Lukyanov, a longtime friend of Mr. Gorbachev and who had repeatedly denied accusations that he supported the coup at least by failing to condemn it in time and to summon Parliament. The move cleared the way for Mr. Lukyanov to be interrogated and possibly charged, and Tass reported that soon after, his offices were searched.
Prosecutor General Resigns
The official who made the motion against Mr. Lukyanov, Prosecutor General Nikolai Turbin, then announced his own resignation. Mr. Turbin was in China during the coup, but he accepted responsibility for the inaction of his office.
For many, the most promising development of the day was the joint Russian-Ukrainian communique, which lifted some of the tensions raised by the Ukraine's declaration of independence on Saturday and Mr. Yeltsin's subsequent warning that borders between the republics would have to be 'reviewed.'
The accord may serve as a prototype for cooperation among the republics on key economic and military issues during the search for a new relationship.
The program called for the setting up of temporary structures involving all 15 republics to prepare an economic agreement, to form a collective security system and to take no unilateral actions on military-strategic issues, to avoid measures which would create frictions among republics, to recognize existing borders among republics, to conduct a coordinated policy of radical economic reform and to confirm their adherence to the Soviet Union's international obligations.
The new search for cooperation was also evident in Moscow as Mr. Yeltsin, who had issued decrees encroaching on central powers, drew back. He withdrew decrees that had imposed Russian controls over Soviet foreign transactions, including those in foreign exchange and precious metals, after foreign bankers expressed concerns.
Among the crucial questions for the immediate future is whether Western governments will be prepared to come to Moscow's aid this winter. That question is likely to be at the heart of his meetings with Soviet and republic leaders when Prime Minister John Major of Britain arrives Sunday. He will be the first major Western leader to visit Moscow since the failed coup.
Possibly the most tangible sign of Mr. Yeltsin's new moderation was the announcement that Pravda, the mouthpiece of the party, would reappear as an 'independent social-political newspaper of civic consensus.'

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Paraguay en el Mercosur: entrevista al embajador en Montevideo

Uruguay: Entrevista a Embajador paraguayo

Felipe Caorsi


Hace dos días fui a la Embajada de la Republica del Paraguay en Uruguay a entrevistar al embajador Interino Don Ricardo Caballero Aquino. La idea era saber su opinión sobre los últimos actos políticos en la región que involucraban a su país.
Me encontré con una persona muy preparada que había integrado delegaciones en distintos países, incluido Los EEUU.
Felipe Caorsi- ¿Por qué cree usted que la decisión del Parlamento paraguayo es legítima al deponer mediante “juicio político” al expresidente Fernando Lugo?
Ricardo Caballero Franco-Primeramente querría  decirle que el nombre correcto es “voto de censura” y es un mecanismo que existe en nuestra constitución. El Paraguay ha vivido muchos años de dictaduras y por esa razón se eligió tener una constitución que si bien es presidencialista tiene aspectos parlamentarios como este. En el proceso mencionado Lugo tuvo que presentarse al Parlamento y defender su continuidad en la Presidencia del país. El resultado fue demoledor, 120 parlamentarios en contra y solo 5 a favor de su continuidad. Lugo estuvo una semana buscando acuerdos y finalmente entro al parlamento donde tuvo dos días más para hacer su defensa. Recordemos que Fernando Lugo apareció en la política en el año 2006 y nunca tuvo partido político propio. Algunos creen que no estaba preparado para gobernar. Tanto así que impuso un secretario de intermediario entre el, su vicepresidente y el resto del Gobierno. Era un hombre sin preparación y de difícil acceso.
FC – ¿Por qué cree usted que el Parlamento paraguayo nunca aprobó el ingreso de Venezuela como socio pleno del Mercosur?
RCA – Sin dudas un factor importante fue la agresividad del Presidente venezolano al declarar “le doy al parlamento paraguayo hasta el 30  de octubre para que lo apruebe”. Se podrá imaginar que los partidos mayoritarios, el Colorado y el Liberal, vieron esto como una intromisión y una amenaza. La presencia cada vez mayor de militares en la embajada venezolana en Paraguay y el carácter militarista de su Presidente también  contribuyó a que no se aprobara.
FC- El Presidente Chavez y el dirigente Tupamaro Julio Marenales han declarado que hubo pedido de “coimas” por parte de los Parlamentarios paraguayos al gobierno venezolano para que se apruebe la entrada. ¿Qué me puede decir de esto?
RCA – Sabemos que hubo ofrecimiento de dinero por parte de una persona muy allegada al Presidente Chavez a nuestros Parlamentarios. Sabemos como era la operativa de entrada de ese dinero si era aceptado y también sabemos que unos pocos parlamentarios estuvieron tentados a tomar el dinero. Lo cierto es que no ocurrió y que la iniciativa corrupta de la que se habla no fue nunca planteada por nuestros parlamentarios. No se pidió coima para aprobar nada. Sino ya se hubiera aprobado, sabemos que Chavez no  tiene problema en repartir dinero a sus “socios ideológicos”.
FC-¿Qué opina de la decisión de suspender a Paraguay del Mercour tomada por Argentina, Brasil y Uruguay en Mendoza?
RCA – Le voy a confesar que nos ha dolido mucho. Paraguay es el único país del Mercosur que tiene balanza comercial negativa con sus otros tres socios. Eso muestra que nuestro país si respeta “el libre transito de bienes y personas” en el Mercado Común del Sur. Cuando Argentina bloqueó los puentes que unía a Uruguay fuimos nosotros los que pedimos que se tratara en el Mercosur hasta que el Presidente Lula (Brasil) lo vetó en su momento. Los funcionarios paraguayos en cierto modo hemos sido tratados como “leprosos”, todo comenzó cuando Cristina Fernández retiro su embajador de Asunción. No nos reconocen ninguno de nuestros socios, aunque seamos los mismos funcionarios que hace dos meses. Nobleza obliga, debo reconocer que el Presidente Mujica fue el primero en anunciar que “no habría sanciones económicas”, lo cual fue agradecido inmediatamente por el Presidente Franco. Las sanciones económicas del Mercosur y especialmente de la OEA castigarían al pueblo. Se cortarían préstamos del BID y del BM dedicados a educación por ejemplo.
FC – La suspensión del Mercosur rige hasta el año próximo. ¿Evalúa el Gobierno paraguayo retirarse del bloque?
RCA – El Presidente Franco fue bien claro: “Soy un Presidente de transición no puedo tomar esa decisión tan importante para mi país”. Paraguay es un país sin salida al mar, tenemos la necesidad imperiosa de buscar alianzas, más ahora que la política argentina frente a nuestros puertos es cada vez más hostil.
FC- Entre las alianzas que busca su Gobierno, ¿no se ha pensado en seguir el camino de Chile, Colombia y Perú?, o sea firmar un TLC con los EEUU. Quizás la coyuntura política regional le pueda abrir puertas en el país más poderoso del planeta.
RCA – Alemania, Francia, el Reino Unido y Canadá fueron los primeros países en reconocer nuestro gobierno actual y se han puesto a disposición. Nosotros vemos en Taiwán un aliado importante y sabemos que debemos de aumentar nuestras relaciones con ese país a través del Pacifico. Creemos que a mediano y largo plazo nuestro futuro comercial pasa por ahí. Un acercamiento a Perú, Chile, Colombia y también México. Queremos irnos del Populismo. Nosotros no tenemos censura, tenemos una economía abierta, donde circulan todas las monedas sin restricciones para el ciudadano. Estamos abiertos a los cambios tecnológicos, nuestro IVA es del 10% y respetamos las leyes internacionales a la hora de recibir y cuidar inversiones extranjeras.
FC – Una vez vencido el plazo de suspensión de Paraguay en el Mercosur, ¿ustedes reconocerían a Venezuela como miembro pleno del bloque?
RCA – Miré eso es algo muy delicado. El hecho esta consumado, el mundo entero dice que Venezuela entro por una ventana al Mercosur. El reconocimiento político paraguayo  va a requerir negociaciones de ambos gobiernos. Nuestro país entra en período electoral entre diciembre (2012) y abril (2013). Sin lugar a dudas las negociaciones deberán de darse de aquí a diciembre de este año. Si no se hace es muy difícil que el nuevo gobierno reconozca a Venezuela como “socio”, usted tiene que comprender que el pueblo paraguayo esta muy indignado por lo sucedido y no votaría jamás a un gobierno que reconociera a Venezuela como “socio” sin más. Debe de haber un acuerdo político nacional para que el nuevp gobierno lo reconozca.
FC - ¿cómo ve a la clase política y el pueblo uruguayo con respecto a estos sucesos?
RCA – Los expresidentes Sanguinetti, Batlle y Lacalle pusieron paños fríos e incluso favorecieron la llegada de parlamentarios paraguayos a Uruguay. Cosa que el gobierno primeramente prohibió y que luego no pudo evitar. Lacalle Pou fue quien coordino las reuniones de los parlamentarios de ambos países. El pueblo uruguayo fue muy solidario, le reconozco que me emociono ver balconeras con la bandera de mi país en los edificios y toda clase de manifestaciones en las redes sociales. Todo comenzó aquí, ustedes fueron los primeros dentro del Mercosur en solidarizarse con nosotros.
FC – ¿Hubo algún país fuera del Mercosur que le haya extrañado el no reconocimiento de su Gobierno?
Si, el presidente Raúl Castro declaró que “Cuba no reconocía ningún Presidente que no fuera elegido por la mayoría popular”. ¿Sabe usted que país es el que comerciaba más con Cuba en 1960?: La España de Franco, un régimen anticomunista. La URSS le mandaba a Cuba en esa época tanques para despejar la nieve. Como verá lo político no siempre tiene tanto peso en las relaciones comerciales.

Venezuela no Mercosul: Paraguai rejeita

Como diria o cartunista e filósofo francês Sempé: "Tout se complique..."

Paraguai: Franco ratificará rejeição do Senado ao ingresso da Venezuela no Mercosul

Infolatam/EFE, 28/08/2012
Las claves
  • O presidente anunciou que transformará em lei a decisão "soberana" do Senado do Paraguai, aprovada na quinta-feira passada. A Venezuela entrou oficialmente no Mercosul em 31 de julho, em decisão conjunta da Argentina, Brasil e Uruguai, que suspenderam o Paraguai do bloco em 29 de junho.
O presidente do Paraguai, Federico Franco, anunciou nesta segunda-feira que transformará em lei a rejeição do Senado de seu país à entrada da Venezuelano Mercosul por uma questão de “lógica e coerência” e ressaltou que a decisão dos outros integrantes do bloco de autorizar o ingresso do novo membro foi “viciada”.
“Não apenas fomos marginalizados do Mercosul, mas foi tomada a decisão de permitir a entrada da Venezuela, o que vai contra o estabelecido no próprio Tratado do Mercosul, que em uma de suas cláusulas estabelece unanimidade para aprovar a presença de novos membros plenos”, afirmou Franco a uma rádio de Assunção.
O presidente anunciou que transformará em lei a decisão “soberana” do Senado do Paraguai, aprovada na quinta-feira passada. A Venezuela entrou oficialmente no Mercosul em 31 de julho, em decisão conjunta da Argentina, Brasil e Uruguai, que suspenderam o Paraguai do bloco em 29 de junho.
Franco era o vice-presidente do país até que em 22 de junho assumiu como chefe de estado em substituição de Fernando Lugo, destituído do poder após um julgamento político no Senado, ação considerada como uma ruptura democrática pelos pelos três sócios do Paraguai no Mercosul.
O governante disse ainda que sem a participação de seu país, a decisão do Mercosul ”está viciada de objetivos e forma”. Franco enviou ao Parlamento o pedido de análise da entrada daVenezuela no Mercosul no mesmo dia em que os presidentes da Argentina, Brasil e Uruguai oficializaram a entrada do país no bloco.
A adesão da Venezuela foi estipulada em 2006 e aprovada pelos parlamentos da Argentina, Brasil e Uruguai, mas foi rejeitada pelo Senado paraguaio.

Intelectuais e o nazismo: Otto Maria Carpeaux

Recebi, via email, o link para este outro blog que publica matérias relativas à vida cultural: ArtLivros.
O nazismo, como seus êmulos autoritários em outras partes do mundo, em outras épocas, sempre perseguiu intelectuais independentes.
Por aqui só temos uma pequena amostra do que ainda pode vir...
 Apenas postando o que me parece relevante, de um ponto de vista cultural.
Neste link: http://artlivros.wordpress.com/2012/08/26/herancas-da-segunda-guerra-i-parte-diplomatas-brasileiros-e-sua-atuacao-na-ajuda-aos-judeus/
Paulo Roberto de Almeida 

Heranças da segunda guerra – I parte – Diplomatas Brasileiros e sua atuação na ajuda aos Judeus.

O periodo da 2ª guerra mundial influenciou e influencia a humanidade em todos os campos. Da estratégia militar ao romance. Do teatro ao comportamento. Tudo parece transparecer o periodo turbulento que deixou profundas feridas na civilização ocidental. Não se pode mensurar as perdas e a carnificina lançada em razão de “ismos” e escolhas raciais. Mas há um lado pouco conhecido deste periodo. O lado oculto das batalhas diplomáticas em prol do salvamento ou da aniquilação dos Judeus. Há herois e crapulas que lucraram com a vida humana…é bem verdade. Porém, se não houvesse um acordo entre o Vaticano e o Brasil, para receber Judeus alemães convertidos ao cristianismo, não teriamos recebido em nossas plagas o vienense Otto Karpfen; filho de pai judeu e mãe católica. Compartilhou sua vida intelectual com figuras como Kafka, Arnold Zweig e outros frequentadores do café romanisches. Um humanista na Berlim dos anos 20. Interessado por assuntos distintos e idiomas. Amargurado, como Kafka, pelos rumos tomados na Europa pós 1ª guerra. Entendendo e antevendo a desgraça que se abateria sobre a Europa, em 1939, ficou sabendo da cota para judeus imigrantes celebrado entre o Vaticano e o Brasil. Decidido, resolveu apresentar-se ao vice-cônsul brasileiro na cidade de Antuérpia. Neste mesmo ano, 1939, casou-se  com uma cantora lírica austriaca e converteu-se ao catolicismo. E foi através  da ajuda de Octaviano Augusto Machado de Oliveira, que servia na cidade desde 1933, que Carpeaux vislumbrou uma chance de sobrevivência em meio a loucura que precipitava a Europa para a destruição. A atitude humanista do Cônsul garantiu ao jovem Otto e sua esposa Helene um visto para o Brasil. Quando cruzavam o oceano houve a invasão da Polonia e as declarações de guerra da Inglaterra e França à Alemanha. Ao chegar no Brasil adotou o nome católico “Maria” e mudou seu sobrenome germânico “Karpfen” para o frances “Carpeaux”. Há pouco reconhecimento ao trabalho dos diplomatas brasileiros no periodo pré 2ª guerra. Mas graças ao trabalho do cônsul Octaviano o Brasil recebeu e ganhou a herança intelectual de Carpeaux.
M.N (26/08/2012)

O modo corrupto de producao no Brasil - Denis Lerrer Rosenfield


Os companheiros adoram o marxismo, de modo religioso, quase fundamentalista. Companheiros gramscianos (mesmo os que não têm a menor ideia do que seja isso, que nunca leram Gramsci ou qualquer outro teórico marxista) são os que transmitem os fabulosos conhecimentos aos alunos do fabuloso sistema educacional brasileiro. As aulas -- eu sei, porque já fui assim, mas nunca fui "religioso" -- costumam ser recheadas de conceitos como processo histórico, modo de produção, exploração, dominação e outras coisas do gênero.
De acordo com suas concepções, eles montaram um modo inventivo de produção de poder político, para manter o monopólio de seu partido neobolchevique sobre as instituições. Os companheiros montaram a mais fabulosa máquina de corrupção, de extorsão e de intimidação de que se tem notícia no Brasil desde tempos imemoriais, ou seja, nunca antes no Brasil se assistiu a tal máquina de poder colocada inteiramente a serviço da vocação totalitária daqueles que pretendem manter controle estrito sobre esse mesmo poder. 
Os companheiros sempre poderão alegar que a corrupção, sobretudo a corrupção política, sempre existiu no Brasil. Isso é verdade. Ela sempre existiu.
Mas existe aqui uma diferença fundamental. Nos velhos tempos da corrupção política normal, políticos, e seus agentes, roubavam artesanalmente, se ouso empregar a mesma terminologia. Estávamos então num "modo de produção pré-capitalista", em termos de corrupção política.
O que os companheiros fizeram, desde que chegaram ao poder, foi passar a um modo superior de produção da corrupção política, agora em escala industrial, sistêmica, disseminada, organizada, quase socialista, se ouso dizer.
Os companheiros transformaram a corrupção política numa etapa superior do desenvolvimento das forças produtivas corruptas que eles controlam, como nenhum outro partido conseguiu fazer anteriormente no Brasil.
Sem dúvida que se trata de um sistema eficiente, provado, experimentado, resiliente. Eles conseguiram comprar quase todos: antigos e novos corruptos, velhacos do sistema político brasileiro, coronéis, oligarcas e caudilhos regionais, grandes burgueses, acadêmicos gramscianos, aliados na "mídia", movimentos sociais (vendidos, como muitas ONGGs), enfim quase todos.
Só não conseguiram comprar as consciências daqueles que resistem, ainda e sempre, aos seus desmandos políticos, a suas patifarias desavergonhadas, a seu sistema totalitário, senão de fato, pelo menos em intenção. 
Enquanto houver resistência, eles não vão triunfar, ainda que isto custe uma longa travessia do deserto, sofrimentos e isolamento para os que resistem.
A verdade sempre triunfa ao final, mesmo que isso demore um tempo penosamente longo, e que isso custe muito trabalho aos que resistem.
Este blog pode ser classificado como um quilombo de resistência intelectual. Eu sempre denunciarei os crimes dos companheiros, seus atentados à liberdade e suas tentativas de controle dos meios de comunicação, suas ameaças canhestras (aqui mesmo) e essa vocação totalitária de comprar e moldar consciências.
Pode funcionar durante algum tempo, mas um dia acaba...
Paulo Roberto de Almeida 
A piada, os marcianos e as instituições
Denis Lerrer Rosenfield
O Estado de S.Paulo, 27/08/2012

Certamente Delúbio Soares passará para a História republicana como um cínico e um frasista, pois algumas de suas tiradas tiveram grande repercussão. Assim, ao falar do mensalão, inventou a expressão "recursos não contabilizados", não sem expor um sorriso irônico em suas declarações. Nunca teve o menor pudor em utilizar a linguagem para encobrir todos os seus malfeitos, contando com a impunidade, no futuro. Entre os seus, foi até agraciado com o retorno ao partido, braço-mãe que o acolheu depois de uma encenação de expulsão, apenas retórica, com vista a apaziguar a opinião pública, aterrada, por assim dizer, com o abandono petista da ética na política.
Entre outras considerações de Delúbio, uma encontrou eco bastante grande à época, a de que o "mensalão" em alguns anos viraria "piada de salão". Alguns anos já se passaram e o Supremo Tribunal defronta-se agora com os fatos geradores da "piada" e suas consequências. Seguro de suas posições e de seus apoios, o ex-tesoureiro do PT pretendeu colocar-se como "profeta", anunciando o futuro. Evidentemente, o personagem não tem a estatura dos profetas bíblicos, mas cada sociedade tem os anunciadores do futuro que merece. Mas será que sua profecia se vai realizar?
A "piada" estava alicerçada na alegação - depois difundida por várias lideranças petistas - de que o mensalão não existiu, como se nossa Suprema Corte estivesse agora às voltas com o julgamento de algo inexistente. Como se poderia julgar o inexistente? Seria tal pergunta risível se não estivesse assentada em toda uma campanha de convencimento da opinião pública visando a tornar um fato de desvio de recursos públicos e aparelhamento partidário do Estado, em particular de uma de suas instituições, o Banco do Brasil, num não fato. Ou seja, o irreal seria o fundamento de uma certa concepção partidária, baseada no enfraquecimento sistemático das instituições republicanas e da moralidade pública.
Os advogados de defesa, salvo exceções, adotaram a atitude de marcianos chegando a um planeta desconhecido. Não sabiam de nada do que tinha ocorrido, desconheciam os fatos. Suas defesas apresentaram um conjunto de anjos que não tinham a menor ideia de nada, como se o julgamento do Supremo fosse somente o resultado de um grande equívoco que esses doutos, regiamente pagos, teriam a missão de esclarecer. Abraçaram a concepção da piada, refinada, se é que se pode utilizar esse termo, na formulação de que o mensalão não existiu.
Os réus estariam ali por mera casualidade, fruto provavelmente de uma conjunção astral desfavorável, nada que o tempo e "bons" argumentos não pudessem resolver. E "bons" argumentos seriam precisamente os que demonstrariam a inexistência de crimes, capazes de convencer os ministros de que o mensalão foi uma invenção midiática ou uma tentativa de "golpe de Estado". Ou a maior parte dos advogados vive em Marte ou compartilha o cinismo de Delúbio e seguidores. A piada e a afirmação da inexistência do mensalão pertencem ao planeta deles - esperamos que não ao nosso.
A denúncia do procurador-geral da República, seguida e enriquecida pelo relator, Joaquim Barbosa, e também pelo revisor, Ricardo Lewandowski, permite recolocar a "piada" e as declarações da simples existência de "caixa 2" em seus devidos lugares. Tudo indica, nestes primeiros dias de julgamento, que a "profecia" delubiana não se vai realizar, mostrando um tribunal à altura da defesa das instituições, pois, enfim, é disso mesmo que se trata. Com efeito, as instituições não podem tornar-se uma piada, sob o risco de os risos serem anunciadores de um porvir sombrio.
O relatório do ministro Joaquim Barbosa, extremamente sério, bem argumentado e rico em informações, foi, em linguagem não jurídica, a exposição do mapa do crime, como se falava antigamente em mapa do tesouro, escondido por piratas que assaltavam e agiam à revelia da lei. Seguiu a trilha desses "piratas modernos", que diferem dos antigos por se apresentarem bem vestidos e usarem, alguns, óculos em vez dos tapa-olhos de outrora. Aqueles tinham charme, enquanto os atuais são apenas banais. A vantagem dos antigos, por assim dizer, consistia em mostrar o que eram, que não tinham nada a ocultar, à diferença dos "modernos", que pretendem passar por homens da sociedade, aceitos por suas práticas "criminosas", aliás, "inexistentes".
Os fatos apresentados e demonstrados expõem todo o caminho de desvio de recursos públicos, com dezenas de milhares de faturas falsas, com responsáveis públicos desviando em proveito próprio e de suas agremiações partidárias fundos que pertencem, em última instância, aos contribuintes. Já aparece com nitidez, nesta fase primeira do julgamento, o aparelhamento partidário do Estado no governo Lula, como se as instituições fossem instrumentos carentes de validade e de legitimidade próprias. O risco de tal conduta está em considerar as instituições como meros meios a serviço de finalidades partidárias, que se erigem como primeiras.
O trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e dos ministros do Supremo que até agora se manifestaram permite ver em funcionamento instituições que existem independentemente de governos e partidos. A trilha do tesouro roubado está sendo desvendada, com as primeiras condenações de alguns envolvidos. O mapa foi apresentado. Resta, agora, seguir as pegadas dos que cometeram os atos criminosos.
Nesta altura do julgamento, não será mais possível voltar para a negação dos fatos, para a inexistência do crime. O problema a ser ainda julgado reside nos pés das pegadas, nos agentes que trilharam o caminho do crime. Isto é, cabe agora determinar as responsabilidades individuais, que, elas também, devem ser provadas, sob risco de atentarmos, por outro lado, contra os direitos individuais.
O mapa já foi apresentado, faltam ainda os responsáveis.
* PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS
E-MAIL: DENISROSENFIELD@TERRA.COM.BR