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sábado, 2 de novembro de 2013

Esquerda Caviar: a praga que frequenta nossas faculdades, e o governo -resenha do livro de Rodrigo Constantino

Reproduzo, do blog de Rodrigo Constantino, esta matéria sobre seu mais recente livro, que infelizmente ainda não li.
Antes de sair do Brasil, ainda participei do lançamento em Brasília, de seu livro precedente: Privatize Já!, que recomendo obviamente.
Paulo Roberto de Almeida


02/11/2013
 às 9:35 \ Cultura

O bico do tentilhão: resenha de “Esquerda Caviar”

Uma nova resenha de Esquerda Caviar feita por André Assi Barreto no site “O bico do tentilhão”:
Antes de analisar o mais recente livro de Constantino, vale saudar o trabalho da editora Record (maior grupo editorial do país). Ao que parece, o público conservador (que é mais vasto do que imaginam muitos) tem agora uma editora disposta a lhe servir de bons livros: o também recente sucesso de vendas ‘O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota’ de Olavo de Carvalho, além de títulos essenciais para os interessados pelo debate político: ‘Fascismo de Esquerda’ de Jonah Goldberg e ‘O País dos Petralhas I e II’ de Reinaldo Azevedo. Também deve ser exaltada a figura de Carlos Andreazza nessa guinada à direita dos últimos títulos da Record.
O mais recente e sem dúvida melhor livro de Rodrigo, Esquerda Caviar, segue um estilo que MUITO me agrada: a precisão documental que muitas vezes só encontro em autores americanos ao elencar fatos de diversas ordens. Rodrigo faz um raio-X praticamente completo do esquerdista caviar: origens, postura, exemplos, justificativa, quem são, onde estão e tudo mais que há direito. Aquele espécime que adora o socialismo, desde que para os outros…
O estilo dessa obra de Constantino segue o de suas outras: claro e objetivo. É leitura extremamente informativa, para ser esgotado com rapidez, já que a prosa flui com naturalidade.
Vale comentar dois aspectos acerca da obra de Constantino, adendos ou coisas que podem passar desapercebidas ao leitor mais desatento:
A primeira é certa incapacidade (ou seria desonestidade?) de alguns de observarem o real problema exposto. Não espere que um esquerdista admita que comete uma contradição logo de cara, tampouco que ele se importe em cometê-la (como já tive a oportunidade de comentar, devido ao horizonte dialético da mentalidade esquerdista, uma contradição não é vista como um pecado intelectual irrepreensível, mas até mesmo como combustível para que se siga em frente, propagando e agindo sob a tutela do erro).
Muitos esquerdistas, por motivos diversos, não veem problema em defender o socialismo e servir-se dos recursos abastados que o capitalismo lhe proveu ou que apenas ele pode prover (“ser de esquerda não é fazer voto de pobreza” disse Sakamoto certa vez). Contudo, resta a pergunta: como o sujeito, dado seu referencial teórico (o socialismo), pode condenar o acúmulo de riqueza, pois segundo ele, “a ‘mais-valia’ é roubo” e condenar o método pelo qual qualquer um pode chegar à riqueza (o capitalismo de livre mercado) e deleitar-se com vinhos caros, viagens chiques e produtos eletrônicos oriundos de empresas “exploradoras” que “destroem o meio ambiente”?
Para quem conhece alguns desse tipo, como eu, Esquerda caviar é uma metralhadora, elenca praticamente TODOS os que incorrem nessa contradição sem piedade: dos ídolos tradicionais da esquerda, como Fidel e Che (com seus Adidas e Rolex) aos novos meninos de apartamento que consideram ser de esquerda como o novo cool, como Wagner Moura e Leonardo di Caprio.
Nunca espere que um esquerdista reconheça sua contradição; é da natureza de seu raciocínio que não o faça, é da natureza de seu raciocínio que ao chegar numa conclusão contraditória, não reveja as premissas e abandone o argumento caso confirme-se o caráter contraditório da ideia. Contudo, para mentalidades sãs, a obra de Constantino segue sendo um manual de consulta dessa impostura de diversas celebridades, heróis e políticos esquerdistas.
A segunda seria se essa condição, do esquerdista caviar, representa apenas um cinismo consciente, como indicamos acima, ou uma consequência imediata e inevitável da postura socialista, sendo o exemplo maior disso o relato da elite formada pelos porcos, logo a após a revolução ocorrida na Animal Farm, como relata George Orwell. Não apenas “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”, mas dentro do esquema socialista, é preciso que uns sejam “mais iguais” que outros, servindo-se das benesses capitalistas, enquanto deseja “o básico para todos” para os demais mortais.
A despeito desses dois detalhes, Esquerda Caviar segue sendo tanto um compêndio documental dos “filhos de Marx numa eterna transa promíscua com a Coca Cola”, quanto um manual para infernizar aquele seu amigo (ainda é seu amigo?) melancia, relativista cultural, natureba xiita ou simpatizante do islamismo militante (todas variantes do esquerdismo caviar, pois nenhum outro sistema político-econômico fez e pode fazer mais pelo ambiente e pela cultura). Não perca tempo, compre e leia (se morar em alguma cidade da rota de divulgação da obra, vá pegar um autógrafo)!
André Assi Barreto comigo no lançamento

O totalitarismo mediatico dos companheiros amestrados - Demetrio Magnoli

Alguns são totalitários sem sequer desconfiar, e servem aos companheiros totalitários mesmo sem o querer, e sem ter consciência disso. Apenas aprenderam, nas medíocres faculdades de jornalismo que frequentaram, que essas são as posições corretas, as "progressistas", que por acaso também são as do Comitê Central do pensamento único dos companheiros totalitários que hoje dominam o país.
Eles se mantém no poder graça aos aos milhões de eleitores ignaros que os sustentam e graças a esses divulgadores ainda mais ignaros, mas amestrados, como denunciado neste artigo do Magnoli.
Não o farão contudo com a minha passividade ou omissão.
Como este blog sempre defende a inteligência e a honestidade intelectual, está sempre aberto a esse tipo de denúncia contra os fraudadores do pensamento e os mentirosos do totalitarismo político.
Paulo Roberto de Almeida
O Pensador Coletivo
DEMÉTRIO MAGNOLI
Folha de S.Paulo, 2/11/2013
O Pensador Coletivo é uma máquina regida pela lógica da eficiência, não pela ética do intercâmbio de ideias
Você sabe o que é MAV? Inventada no 4º Congresso do PT, em 2011, a sigla significa Militância em Ambientes Virtuais. São núcleos de militantes treinados para operar na internet, em publicações e redes sociais, segundo orientações partidárias. A ordem é fabricar correntes volumosas de opinião articuladas em torno dos assuntos do momento. Um centro político define pautas, escolhe alvos e escreve uma coleção de frases básicas. Os militantes as difundem, com variações pequenas, multiplicando suas vozes pela produção em massa de pseudônimos. No fim do arco-íris, um Pensador Coletivo fala a mesma coisa em todos os lugares, fazendo-se passar por multidões de indivíduos anônimos. Você pode não saber o que é MAV, mas ele conversa com você todos os dias.
O Pensador Coletivo se preocupa imensamente com a crítica ao governo. Os sistemas políticos pluralistas estão sustentados pelo elogio da dissonância: a crítica é benéfica para o governo porque descortina problemas que não seriam enxergados num regime monolítico. O Pensador Coletivo não concorda com esse princípio democrático: seu imperativo é rebater a crítica imediatamente, evitando que o vírus da dúvida se espalhe pelo tecido social. Uma tática preferencial é acusar o crítico de estar a serviço de interesses de malévolos terceiros: um partido adversário, "a mídia", "a burguesia", os EUA ou tudo isso junto. É que, por sua própria natureza, o Pensador Coletivo não crê na hipótese de existência da opinião individual.
O Pensador Coletivo abomina argumentos específicos. Seu centro político não tem tempo para refletir sobre textos críticos e formular réplicas substanciais. Os militantes difusores não têm a sofisticação intelectual indispensável para refrasear sentenças complexas. Você está diante do Pensador Coletivo quando se depara com fórmulas genéricas exibidas como refutações de argumentos específicos. O uso dos termos "elitista", "preconceituoso" e "privatizante", assim como suas variantes, é um forte indício de que seu interlocutor não é um indivíduo, mas o Pensador Coletivo.
O Pensador Coletivo interpreta o debate público como uma guerra. "A guerra de guerrilha na internet é a informação e a contrainformação", explica o deputado André Vargas, um chefe do MAV. No seu mundo ideal, os dissidentes seriam enxotados da praça pública. Como, no mundo real, eles circulam por aí, a alternativa é pregar-lhes o rótulo de "inimigos do povo". Você provavelmente conversa com o Pensador Coletivo quando, no lugar de uma resposta argumentada, encontra qualificativos desairosos dirigidos contra o autor de uma crítica cujo conteúdo é ignorado. "Direitista", "reacionário" e "racista" são as ofensas do manual, mas existem outras. Um expediente comum é adicionar ao impropério a acusação de que o crítico "dissemina o ódio".
O Pensador Coletivo é uma máquina política regida pela lógica da eficiência, não pela ética do intercâmbio de ideias. Por isso, ele nunca se deixa intimidar pela exigência de consistência argumentativa. Suzana Singer seguiu a cartilha do Pensador Coletivo ao rotular o colunista Reinaldo Azevedo como um "rottweiler feroz" para, na sequência, solicitar candidamente um "bom nível de conversa". Nesse passo, trocou a função de ombudsman da Folha pela de Censora de Opinião. Contudo, ela não pertence ao MAV. Os procedimentos do Pensador Coletivo estão disponíveis nas latas de lixo de nossa vida pública: mimetizá-los é, apenas, uma questão de gosto.
Existem similares ao MAV em outros partidos? O conceito do Pensador Coletivo ajusta-se melhor às correntes políticas que se acreditam possuidoras da chave da porta do Futuro. Mas, na era da internet, e na hora de uma campanha eleitoral, o invento será copiado. Pense nisso pelo lado bom: identificar robôs de opinião é um joguinho que tem a sua graça.

Paraisos fiscais internos: entre a sadia competicao e a delinquencia: ocaso de Delaware (NYT)

The New York Times

Delaware, Den of Thieves?


OUTSIDE of crimes of passion, criminal activity is typically motivated by greed.
As a special agent for the Treasury Department, I investigated financial crimes like money laundering and terrorism financing. I trained foreign police forces to “follow the money” and track the flow of capital across borders.
During these training sessions, I’d often hear this: “My agency has a financial crimes investigation. The money trail leads to the American state of Delaware. We can’t get any information and don’t know what to do. We are going to have to close our investigation. Can you help?"
The question embarrassed me. There was nothing I could do.
In the years I was assigned to Treasury’s Financial Crimes Enforcement Network, or Fincen, I observed many formal requests for assistance having to do with companies associated with Delaware, Nevada or Wyoming. These states have a tawdry image: they have become nearly synonymous with underground financing, tax evasion and other bad deeds facilitated by anonymous shell companies — or by companies lacking information on their “beneficial owners,” the person or entity that actually controls the company, not the (often meaningless) name under which the company is registered.
Our State and Treasury Departments routinely identify countries that are havens for financial crimes. But, whether because of shortsightedness or hypocrisy, we overlook the financial crimes that are abetted in our own country by lax state laws. While the problem is concentrated in Delaware, there has been a “race to the bottom” by other states that have enacted corporate secrecy laws to try to attract incorporation fees.
The Financial Action Task Force, an international body that sets standards for the fight against money laundering, terrorist financing and other threats to the international financial system, has repeatedly criticized America for failing to comply with a guideline requiring the disclosure of beneficial ownership information. The Organization for Economic Cooperation and Development, with which the task force is affiliated, has championed international standards for financial transparency, but cannot compel compliance.
Watchdog groups like the Organized Crime and Corruption Reporting Project, Global Financial Integrity and Global Witness say that anonymous companies registered in the United States have become the vehicle of choice for drug dealers, organized criminals and corrupt politicians to evade taxes and launder illicit funds. A study by researchers at Brigham Young University, the University of Texas and Griffith University in Australia concluded that America was the second easiest country, after Kenya, in which to incorporate a shell company.
Domestic law enforcement agencies are as stymied as foreign ones. In one case I worked on, American investigators had to give up their examination of a Nevada-based corporation that had received more than 3,700 suspicious wire transfers totaling $81 million over two years. The case did not result in prosecution because the investigators could not definitively identify the owners.
Anonymous corporations are not only favored tools of criminals, but they also facilitate corruption, particularly in the developing world. A recent World Bank study found that the United States was the favored destination for corrupt foreign politicians opening phantom companies to conceal their ill-gotten gains.
Last month, Representatives Maxine Waters of California and Carolyn B. Maloney of New York, the top Democrats on the House Financial Services Committee, introduced legislation that would require United States corporations to disclose to the Treasury Department their beneficial owners. On Thursday, Prime Minister David Cameron of Britain went even further, announcing that a planned national registry of companies’ true owners would be open to the public, not just to law enforcement authorities.
The proposal enjoys support from law enforcement experts like Dennis M. Lormel, who led the F.B.I.’s efforts against terrorism financing after 9/11, and the former Manhattan district attorney Robert M. Morgenthau (and his successor, Cyrus R. Vance Jr.).
While officials in Delaware, Wyoming and Nevada talk about their corporate “traditions,” I am unimpressed. Business incorporation fees have accounted for as much as a quarter of Delaware’s general revenues. It’s no surprise that officials in Dover and Wilmington want to protect their state’s status as a corporate registry, but if that means facilitating criminal activity, their stance is a form of willful blindness. America must require uniform corporate-registration practices if it is to persuade other nations to cooperate in the fight against financial crimes.
John A. Cassara, a former special agent for the Treasury Department, is the author, most recently, of a novel, “Demons of Gadara.”

As origens da inflacao monetaria nos EUA - Joseph Salerno

Mises daily, on November 2, 2013

In this selection from chapter 19 ofReassessing the Presidency (newly available as an ebook from the Mises Store), Joseph Salerno examines one example of how the Federal Reserve and U.S. presidents work together to expand the size and scope of government.

... It was not ultimately budget deficits that allowed Kennedy to initiate the corporatist planning and militarization of the U.S. economy that bore first fruit in the emergence of the American welfare-warfare state during Johnson’s Great Society and culminated in Nixon’s fascist New Economic Policy. The policy that facilitated Johnson’s simultaneous financing of extravagant expenditures on welfare programs and the military adventure in Vietnam and made conditions ripe for Nixon's imposition of wage and price controls was not newfangled functional finance but old-fashioned monetary inflation. As the historian of macroeconomic policy, Kenneth Weiher, has pointed out, it was not the much-vaunted “fiscal revolution” but the overlooked “monetary revolution” that took place during the Kennedy administration which turned out to be the predominant influence on the economic events of the 1960s and 1970s. As Weiher stated: “There was a revolution all right, but the most important change occurred at the Federal Reserve; however, 10 years passed before more than a handful of people caught on to what was happening.”
In the three years of the Kennedy administration the growth of the money supply as measured by M2 averaged about 8 percent per year. If we take the eleven prior years going back to 1950, the rate of growth of M2 averaged 3.6 percent per year; if we go back four more years, to the first postwar year of 1946, the average annual rate of M2 growth over the fifteen-year period drops to 3.3 percent.
There were basically two reasons why the role of monetary policy tended to be so grossly underplayed in the economic histories of this period. The first was that the new economists themselves, as unreconstructed Keynesians, uniformly denigrated the potency of monetary policy while touting the effectiveness of fiscal policy. Thus the Kennedy tax-cut bill, which did not even take effect until 1964, receives the lion’s share of the credit for stimulating the recovery from the 1960-1961 recession. Second, because most economists since the 1930s, including and especially those of Keynesian orientation, identified inflation with increases in the price level, and interpreted the 1.2-percent average annual rate of increase of the CPI during the period 1961-1963 as evidence of the absence of inflation ...
Despite the negligible increase in the CPI, however, the effects of the rapid, and initially unanticipated, monetary inflation were visible in credit markets as real interest rates trended steadily downward throughout the decade. Unfortunately, both Keynesian and central bank orthodoxies of the 1960s focused on the nominal interest rate as an important indicator of the degree of ease or restraint of monetary policy, making no allowance for the effect of inflationary expectations on the nominal interest rate. Consequently, neither the new economists nor the monetary authorities believed that monetary policy was “unduly” expansionary because short-term nominal interest rates rose from 1961 to 1963. Indeed, the new economists were quite pleased with monetary policy during this period, an attitude typified in Seymour Harris’s observation that “the [Federal Reserve] board provided the country with a reasonably easy money policy ...”
Given that monetary policy was indeed grossly inflationary during the Kennedy years, what accounts for the sudden and radical shift in Federal Reserve policy from the moderate inflationism under the Eisenhower administration? The answer is Kennedy and his new economists, who conducted a relentless and incessant campaign for easy money from the very beginning of his administration. This campaign took the form of repeated public utterances on the part of the president and his economic advisers, as well as direct presidential pressure on William McChesney Martin, who was chairman of the Fed under Eisenhower and continued in that position until 1970.
Kennedy and key members of his administration also doggedly prodded the Fed, both publicly and privately, to ease monetary policy, even threatening to terminate its independent status if it did not acquiesce. As early as his campaign for the presidency, Kennedy expressed his disappointment with the Fed’s tendency to resort to restrictive monetary policy to rein in inflation and his intention to break with such a policy. In April 1962, Kennedy petitioned Congress for a revision of the terms of the Fed chairmanship that would enable each president to nominate a new chairman at the beginning of his term. Heller, Treasury Secretary Dillon, and Treasury Undersecretary Roosa also weighed in with calls for the Fed to ease monetary policy. Despite some initial foot-dragging and repeated caveats that the Fed would only finance real economic growth and not budget deficits, Fed Chairman Martin ultimately capitulated to the insistent demands of Kennedy and the new economists for a cheap-money policy. In fact, in February 1961, the Fed abandoned its long-standing “bills-only doctrine,” which dictated that open market operations be conducted exclusively in the market for short-term securities. In doing so, the Fed was accommodating the administration’s request to reduce long-term interest rates by buying long-term securities while simultaneously selling short-term securities in order to nudge up short-term interest rates. This attempt to artificially twist the interest-rate structure — nicknamed Operation Twist — was devised by the new economists to accomplish two goals: to stimulate domestic business investment and new housing purchases and to discourage the outflow of domestic and encourage the inflow of foreign short-term capital as a means of mitigating the U.S. balance-of-payments deficit. Needless to say, this attempt to have one’s cake and eat it too — to pursue a domestic cheap money policy and to avoid its adverse consequences for the balance of payments — was a failure ...
Our conclusion then is that Kennedy and the new economists succeeded in wringing from the Fed precisely the inflationary monetary policy they desired and that this policy represented a radical break with the monetary policy pursued in the 1950s. This conclusion, which is certainly reflected in the money-supply growth rates cited above, also accords with the perceptions of the new economists themselves. Seymour Harris, long-time Kennedy economic adviser and chief academic consultant to the Kennedy Treasury, made this pellucidly clear in his book on the economic policies of the Kennedy years. Harris concluded that:
In short, monetary policy under Kennedy was much more expansionist than under Eisenhower. ...
Federal Reserve policy in 1961-1963 was not like that of 1952-1960. At the early stages of recovery in the 1950s, the Federal Reserve, overly sensitive to inflationary dangers, aborted recoveries. Whether the explanation was the growing conviction that inflation was no longer a threat, or whether it was an awareness that the Kennedy administration would not tolerate stifling monetary policies, the Federal Reserve made no serious attempts to deflate the economy after 1960. In fact, in 1963 Mr. Martin boasted of the large contributions made to expansion ...
Thus, inflationary monetary policy was the sine qua non for the regime of permanent budget deficits that was initiated in the early 1960s and continued uninterrupted almost to the end of the twentieth century. That private investment was able to continually expand concurrently with sharply increasing government spending on military and other programs was attributable in large measure to the fact that, during the Kennedy years, the Fed was induced to “cooperate” by routinely monetizing the cumulating budget deficits necessary to finance these programs.
Note: The views expressed in Daily Articles on Mises.org are not necessarily those of the Mises Institute.
Joseph Salerno is academic vice president of the Mises Institute, professor of economics at Pace University, and editor of the Quarterly Journal of Austrian Economics. He has been interviewed in the Austrian Economics Newsletter and on Mises.org. Send him mail. See Joseph T. Salerno's article archives.
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Mensagem aos Companheiros, e seus apaniguados - Ciro Bondesan dos Santos

Como eu costumo dizer a meus alunos, ironicamente é verdade, engenheiros produzem patentes. Advogados (e sociólogos) produzem déficit público.
Mas a questão é mais complexa obviamente.
Como costumo também dizer: o Brasil não é tão atrasado materialmente, quanto ele é mentalmente atrasado. E o atraso e as estupidezes em políticas públicas aumentaram enormemente nos últimos dez anos. 
Quem poderá nos salvar de virar uma Argentina?
Não vai ser, certamente, o Chapolim Colorado dessa oposição medíocre que temos...
Paulo Roberto de Almeida

Amanhã, seremos uma Argentina?
Por Ciro Bondesan dos Santos*
(Recebido em 2/10/2013)

Diz-se que o estudo da historia serve para sabermos o que aconteceu para entendermos o presente e para planejarmos o futuro. Assim, não precisamos ir longe, e basta estudar apenas os primeiros anos deste século.
Hoje, o pais mais estável do mundo é a Alemanha. Por que?
O PT de lá (a esquerda), após fazer uma analise criteriosa da economia mundial, revelou que seus pares do Ocidente estavam se "dobrando" à China e aos produtos chineses, e que a sua Alemanha também ia se tornando um pais inviável e com muito desemprego, só ultrapassada, na Europa, pela Polônia e Eslováquia.
Assim, algo tinha que ser feito imediatamente.
Em 2003, o governo Gerhard Schröder adotou, em pleno acordo com sindicatos, as empresas e o governo, a medida de decretar o congelamento do salário no país. Tal pacote foi chamado de NULLRUNDE e culminou com a Agenda 2010 de Angela Merkel, na qual ela (de 'direita') adotava a carga semanal de horas trabalhadas, facilitando contratações, e aprovou uma reforma previdenciária na qual, hoje, o alemão só se aposenta com 67 anos de idade, além de ser removida uma série de feriados.
Com estas medidas sendo mantidas e efetivamente estarem em vigor até hoje nem precisou esperar os 10 anos calculados para que a Alemanha atingisse o que é hoje. Ou seja, a esquerda começou o 'serviço sujo' que a direita continuou.
Aqui, no Brasil, a direita fez o serviço difícil e a esquerda (até a saída de Antônio Palocci em 2006) continuou. Infelizmente, após a saída de Palocci, o populismo do tipo peronista, que desgraça a Argentina, começou a tomar corpo.
Dessa forma, visando o continuísmo no poder (do tipo do que ocorreu no México e que durou quase 70 anos, o chamado PRIismo), o Brasil está numa encruzilhada: ou seus políticos assumem uma atitude de amor a Pátria ou, então, de amor ao Poder, conformando-se, em troca disso, seguirem com o país sem crescimento, sem justiça, sem saúde, sem transporte, sem segurança pública, com apagões recordes a serem batidos ou não, com aumento vertiginoso da criminalidade, de mortes no transito (1º lugar no mundo), do favorecimento a cada município com incentivos governamentais e de leis que os estimulem a ter, cada um, a sua própria Cracolândia. Também será incentivada a construção de penitenciárias municipais de modo que cada município tenha o seu próprio "depósito de presos", uma vez que a simples cadeia não comporta a quantidade de foras da lei.
Outra coisa, vemos a retomada de crescimento nos USA (resultado de uma lida árdua de aumento de tecnologia na matriz energética, com o gás americano custando US$ 3,50 o m3, enquanto o europeu sai entre 10 a 12 dólares e o nosso, para que possamos manter o nosso grande amigo Evo Morales – que nos respeita muito –, nas mãos da estatal PETROBRÁS custará ao otário do consumidor tupiniquim a merreca US$ 18,00 o m3, fato esse que já fez com que o motorista brasileiro praticamente parasse de usar GNV.
A União Europeia investe maciçamente em energia renovável (eólica na Europa, atômica na Inglaterra, bioenergia, etc.).
Será que, assim, quando o 'Pré-Sial' estiver produzindo, o petróleo custará mais ou menos 80 dólares o barril, ou seja, haverá realmente rentabilidade ou não no 'Pré-Sial'?
Toda a população e o Governo se rejubilaram, mas será que estão certos? Se, no século passado, se dizia que mexer no petróleo do Oriente era coisa que os USA não deixariam, hoje, os americanos não fazem mais o mesmo esforço e nenhuma empresa americana foi a leilão. Mas, há indícios de que algo não vai bem.
Enfim, todos dizem que o que acontece na Argentina, hoje, vai acontecer aqui amanhã. Mascararam os balanços, fraudam as estatísticas, e aqui estamos a começar a esconder a inflação real, estamos a vê-la de avolumando firme, uma vez que o que está a segurar o "DRAGÃO INFLACIONÁRIO são os preços manejados pelo governo, (energia, água, etc., todos inflados de impostos) com uma inflação mantida, assim, em torno de 3% ao passo que os preços livres sofrem aumentos que variam entre 8 e 19%, dando um índice médio entre 5 e 6 %.
Pergunta-se então, quando esses preços forem soltos desse controle estatal, como a gasolina e o diesel, para onde iremos todos nós? A Petrobrás esta à beira da falência e as nossas leis (vindas de um Congresso que não trabalha com a cabeça, mas com o bolso dos congressistas, dificultando a vida de um brasileiro que não pode ser julgado sem ter milhares de provas concretas, a ver o dinheiro sumir criminalmente levado por pessoas inteligentíssimas que não deixam rastros e, como não deixam provas, in dúbia pro réu, acaba por prejudicar toda a sociedade.
Mas que o dinheiro tem sumido, lá isso tem, e aos borbotões. Assim, se uma pessoa incendeia um ônibus, é condenada, cumpre uma parte pequena da pena e é solto "em regime semiaberto", um eufemismo para a impunidade. Nem pensar em fazê-lo pagar o prejuízo que causou ou, muito menos, devolver ao erário o dinheiro surrupiado ao povo pagador de impostos.
Na Europa, o meliante de "colarinho branco", que não rouba para comer, mas para enriquecer de modo fraudulento e covarde, é obrigado a ressarcir o prejuízo durante anos de trabalho e reeducação, pagando principalmente ao governo. Na China, se o réu é fuzilado, a família tem que pagar até a bala que o matou.
A Justiça é lenta e, assim sendo, dá enorme prejuízo a todos, à sociedade e até ao réu. Apreendem-se carros irregulares e roubados e estes são deixados nos pátios até virarem sucatas inúteis corroídas pela ferrugem.
A Transbrasil foi à falência e, ao invés de se julgar logo o seu processo, digamos, em no máximo um ano, apreenderam no Aeroporto de Brasília uma série de seus aviões B-767, que valiam de 20 a 40 milhões de reais cada, se leiloados, o que dariam para pagar os funcionários e os impostos devidos pela empresa falida. Mas, como o processo de falência dessa empresa só foi julgado 13 anos depois e estes aviões viraram sucatas, o que se pode apurar da venda deles, mal chegou a 140 mil reais cada.
Perdeu-se, destarte, muito dinheiro lesando todos os interessados na distribuição da justiça. Será que é essa mesma justiça que finge ser justa ou serão as nossas leis que são ineficientes demais?
Não é à toa que, no exterior, tendo em vista que o nosso comércio exterior é 30 a 40 % feito com a União Europeia e com os USA, nosso governo considere, no entanto, Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Argentina, Irã, etc., como nossos 'melhores amigos', mesmo que os citados não nos tragam lucro algum e somente 'despesas'... As melhores piadas são sempre feitas a partir de absurdos como esses.
Quantos anos a Venezuela levou para tornar-se uma espécie de Cuba ampliada?
Quantos anos a Bolívia e a Argentina levaram para virarem nações como a Venezuela? E então, quantos anos levará o Brasil para se tornar uma Argentina?
O PT e os sindicatos abreviarão ao máximo este período ou serão minimamente patriotas para impedir que tal retrocesso ocorra?

*Ex-professor da USP – Engenheiro e economista

Humanidades: virando o primo pobre de uma educacao universitaria? - TheAmerican Interest

Grato a meu amigo André Eiras pelo envio desta materia. Infelizmente, não disponho de tempo, agora, para comentá-la adequadamente, do ponto de vista brasileiro, obviamente um caso ainda mais esquizofrênico em relação à praga do politicamente correto que se disseminou pelo mundo a partir das faculdades americanas de humanidades.
Nossos masturbadores sociais, uma espécie bizarra à qual eu mesmo pertenço, são bem mais bizarros em certos meios...
Mas transcrevo uma parte do corretíssimo comentário do André: "não é apenas no Brasil que as humanidades passam por dificuldades.. Embora aqui, na última gestão federal, o aumento de ofertas no ensino público para as humanidades aumentou - como as aulas de sociologia no ensino médio. Mas bem sabemos que é apenas para empregar "companheiros"."
Dixit...
Paulo Roberto de Almeida

Students Tuning Out Humanities Professors

The American Interest, November 1, 2013

LectureHall
College students have been beating a path away from the humanities. Since the 1970s, the percentage of American college students majoring in humanities fields has been cut in half—to only seven percent—as students pursue degrees in programs like science and business. As a result, a number of colleges are shuttering their under-attended programs, which is in turn shooting anxiety through the professorial guild as humanities professors fret for their future. This anxiety is given clear voice in this New York Times piece:
“In the scholarly world, cognitive sciences has everybody’s ear right now, and everybody is thinking about how to relate to it,” said Louis Menand, a Harvard history professor. “How many people do you know who’ve read a book by an English professor in the past year? But everybody’s reading science books.”
Many distinguished humanities professors feel their status deflating. Anthony Grafton, a Princeton history professor who started that university’s humanities recruiting program, said he sometimes feels “like a newspaper comic strip character whose face is getting smaller and smaller.”
The humanities meltdown is a huge indictment of the academic fads and trends of the last generation. A serious liberal arts education in the humanities (which Via Meadia readers should remember that to us also includes a grounding in both math and science) is actually the most practical education for many students. Learning how to learn, how to communicate ideas effectively, how to assess complex situations and develop good strategies for addressing them, and strengthening your character and spiritual life: these are all more vital than ever before in the 21st century. 20th century French literary criticism, faddish race class and gender curriculums, jihads against the tradition canon because there are too many DWEMs (Dead White European Males) in it: those are less useful. Unfortunately, this is where too many professors in too many humanities departments focus too much of their energy, and students are beginning to tune them out.
Today’s humanities faculties that can’t build student enrollments are like people who can’t sell umbrellas during a rainstorm: great teachers teaching great books and great ideas are exactly what most students need. Unfortunately, too many people in the field in the last generation were interested in producing bad or indifferent teachers who taught dull and impenetrable books filled with tendentious and superficial ideas. And as for concepts like character and spiritual development, forget it. Fortunately, this seems to be changing among many younger faculty and grad students and there are grounds to hope that the humanities in America will regain some balance and poise.
In the meantime, the humanities are now reaping the natural and inevitable rewards of a generation in the wilderness: a deadly combination of student indifference and falling support among both donors and government legislators. The priests deserted the gods; the gods have deserted the temple.
[Lecture hall photo courtesy of Shutterstock]

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Cozinha do STF mantem reserva de mercado para jornalistas,contraditoriamente ao Plenario

Responsável pelo fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo, STF só aceita graduados em concurso

     
“Diploma, devidamente registrado, de curso de nível superior de graduação em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC, e registro na Delegacia Regional do Trabalho”. Esses são os requisitos exigidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a função de ‘Analista Judiciário – Comunicação Social’ do concurso público cujo edital é de 11 de outubro.
Apesar de exigir a graduação em jornalismo em seu concurso, o STF foi o órgão responsável pela queda da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão no Brasil. Em decisão tomada em setembro de 2009, os ministros avaliaram que a exigência da formação superior por parte dos veículos de comunicação e outras empresas para a contratação de profissionais da área ia contra a Constituição e representava resquícios dos tempos da ditadura.
No julgamento da ação, o então presidente do Supremo e relator do caso, Gilmar Mendes, argumentou que a profissão de jornalista era “diferenciada” e usou como exemplo o setor culinário ao defender a queda da obrigatoriedade do diploma. “Um excelente chefe de cozinha certamente poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima o Estado a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área”.
O concurso
Com remuneração inicial de R$ 7.506,55, interessados na vaga de ‘Analista Judiciário – Comunicação Social’ do STF devem se inscrever no site do Cespe-UnB até a próxima segunda-feira, 4 de novembro, mediante o pagamento da taxa de R$ 80. A carga horária da função, assim como as demais do concurso, não foi divulgada. Informações sobre o modelo de avaliação e critérios para a seleção podem ser conferidas no edital.
Descrição das tarefas
“Realizar atividades de nível superior, de natureza técnica, relacionadas ao planejamento, organização, coordenação, supervisão, assessoramento, estudo, pesquisa e execução de tarefas que envolvam todas as etapas de uma cobertura jornalística integrada: produção, redação, reportagem e edição de conteúdos para mídias eletrônicas como rádio, TV, internet e imprensa escrita”.
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Apesar de própria decisão do STF contra a obrigatoriedade do diploma de jornalista, 
concurso da Casa exige a gradução para a função (Imagem: Rafabarbosa.com)

Protecionismo comercial e promocao industrial nos EUA - trecho de livro

Tem gente que acredita que foi por causa do protecionismo comercial que os EUA se tornaram uma grande potência industrial, o que é um erro histórico, e econômico, monumental, pois o argumento não considera todos os outros elementos, ou fatores, favoráveis e tendencialmente suscetíveis de apoiar uma forte tendência à industrialização, independentemente de quão protecionista tenham sido (aliás irregularmente) as políticas comerciais das diversas administrações americanas ao longo do século 19.
Aliás, o Brasil foi tão, ou mais -- e posso provar que foi mais -- protecionista do que os EUA e no entanto não se tornou uma potência industrial. Teria sido o nosso protecionismo insuficiente? Mas ele foi, de fato, maior...
Portanto, há de se pensar em outros fatores, como a própria capacitação humana da sociedade em empreender atividades sofisticadas como são às ligadas à indústria.
De resto, basta ver o peso, muito pequeno, do comércio exterior, na formação dos PIBs americano e brasileiro, o que não deve pesar muito nas tendências econômicas gerais. Seria capaz o "rabo" da política comercial abanar o "cachorro" do desenvolvimento? Não acredito.
Todas as condições nos EUA eram favoráveis ao desenvolvimento industrial, inclusive porque fizeram (pelo menos na New England) uma Revolução industrial praticamente simultânea à aquela feita na Inglaterra, e se não o fizeram antes é porque as vantagens comparativas dos EUA estavam concentradas nos recursos naturais e na exploração das atividades primárias, onde eles eram abundantes em terra, mas escassos em mão-de-obra (que era cara, para ser concentrada na manufatura imediatamente).
Um pouco de história não faz mal a ninguém...
Paulo Roberto de Almeida

Is free trade a good thing?
delanceyplace.com, November 1, 2013


In today's selection -- today, the majority of politicians and economists advocate free trade among nations with no tariffs -- or at least equal tariffs between trading partners. However, from its inception in the 1780s almost until the twentieth century, America was a highly protectionist nation with heavy tariffs on imports. This was primarily because the fledgling American manufacturing base was not nearly strong enough to stand up to competition from powerhouse nations -- especially Britain. Furthermore, the trade situation was gravely out of balance with imports far exceeding exports. The situation was most dire in the 1780s and 1790s, but even decades later a politician as revered as Abraham Lincoln was a strong advocate of protectionist tariffs. (When America eventually became the world's manufacturing powerhouse -- in part because the tariff had provided a shield that allowed them to mature -- its views on tariffs changed). From the outset, though, this high-tariff posture favored the manufacturing-oriented states of the northern U.S. at the expense of the agriculture-exporting South:

"After the war ended in 1783, America's external economy was still tied to the British Empire almost as tightly as it had been before the Revolution. And while the country's imports rose by more than 69 percent during the twenty years from 1770 to 1790, its exports grew by only 2.7 percent, one twenty-sixth as much. This was a path to disaster. For the period 1787- 1792, more than 90 percent of all imported manufactures came from Britain. As against this incoming flood, only 43 percent of America's small quantities of exports went to Britain and its empire; 25 percent went to the French Empire, 10 percent to the Dutch Empire, 8 percent to the Spanish Empire, and 6 percent to the Portuguese Empire (mainly Brazil). At none of these destinations were American traders as welcome as they wished to be. Nowhere did American merchants sell as much as they could have in the absence of imperial restrictions. Nor, back home, could the thirteen states come to agreement among themselves as to what to do about it.

(tabela imagem)
Imports and exports from America during the 18th century

"Heavy dependence for public funds on import tariffs (customs duties or 'imposts') made foreign policy inseparable from economic policy. Until the new government under the Constitution entered office in 1789, customs duties belonged not to the national government but to whatever state included the port where the incoming goods happened to enter. This was one of the many elements that had made the financing of the Revolution so chaotic. 

"Then, too, both before and after 1789, such heavy reliance on imposts deepened sectional discord. Many Southerners disliked having to pay tariffs on imported British goods. They believed that the North, where manufacturing was more highly developed, could supply its local consumers with a larger amount of domestically made products than the South was able to do. This meant, in turn, that the South was having to buy proportionately more British goods, and, accordingly, having to contribute more than its share of duties on manufactured imports. And yet, tariffs on British imports furnished the bulk of all federal income. A reduction or stoppage of this income would imperil the new nation's independence. The intertwined issues of finance and foreign relations therefore tended to divide the country along sectional lines of North versus South.

"Because we know how this story turned out -- that the Union survived and prospered -- it is hard to imagine how perilous the situation of the 1780s and 1790s actually was."

Author: Thomas K. McGraw
Title: The Founders and Finance
Publisher: Belknap Harvard
Date: Copyright 2012 by the President and Fellows of Harvard College
Pages: 48-49


The Founders and Finance: How Hamilton, Gallatin, and Other Immigrants Forged a New Economy
by Thomas K. McCraw by Belknap Press


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Itamaraty: cafe caro, e amargo (como de resto todo o resto...) - Estadao

Itamaraty paga preço abusivo, aponta TCU

Contratos do cerimonial são fiscalizados pelo tribunal; bufê atende diplomacia há 40 anos

31 de outubro de 2013 | 22h 52
Fábio Fabrini - O Estado de S. Paulo
Brasília - Ao preço que um brasiliense paga por 40 croissants ou 12 quilos de pão francês na melhor padaria da capital federal, eleita por guias locais, o Itamaraty serve apenas um diplomata ou chefe de Estado num café da manhã. São R$ 159 para alimentar uma pessoa com biscoitos, bolos, sucos e frutas. O valor consta de relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que aponta gastos exorbitantes com refeições em coquetéis e eventos.
O tribunal fiscalizou contratos do cerimonial do Itamaraty, que repassou, desde 2008, R$ 6,7 milhões à Di Gagliardi, bufê que há cerca de 40 anos serve a diplomacia. De acordo com a corte, o contrato mais recente com a empresa, firmado em 2009 e prorrogado várias vezes, tem indícios de jogo de planilha e poderia custar bem menos.
Os auditores compararam os preços com os praticados pelo Senado, casa tradicionalmente pouco parcimoniosa, que contrata serviços semelhantes.
Dos 42 itens analisados, todos foram mais caros no Itamaraty, que pagou até 430% mais.
Enquanto o café de um diplomata sai a R$ 159 em evento para até 14 pessoas, no Legislativo custa R$ 30. Por um almoço ou jantar à francesa, o Itamaraty paga R$ 237 por pessoa, ante R$ 120 no Legislativo. A conta não inclui bebidas alcoólicas. É dinheiro suficiente para bancar, ao preço médio de R$ 127, couvert, entrada, prato principal e sobremesa no Gero, do Grupo Fasano, um dos restaurantes mais prestigiados de Brasília.
Os eventos da diplomacia costumam ser requintados e variados. Num jantar, por exemplo, o cerimonial pode escolher como prato principal um entre 22 opções, a exemplo de medalhões de lagosta ao molho de manteiga queimada ou perdizes recheadas.
Para o TCU, mesmo tanta sofisticação não explica as cifras. "A despeito de reconhecer a importância da qualidade, entendo que esse argumento não é válido ao ponto de justificar as diferenças de preço", avaliou o relator do processo, ministro Benjamin Zymler. Em decisão aprovada quarta-feira, a corte de contas determinou mudanças, entre elas a comparação com os contratos de outros órgãos.
Segundo a auditoria, a licitação aberta pelo Itamaraty restringiu a participação de empresas. Cotação superestimada elevou o preço de referência do pregão (R$ 2,6 milhões). A Di Gagliardi venceu com proposta de R$ 2,1 milhões. Mas os valores das refeições foram mais altos do que os apresentados pela empresa em consulta prévia do Itamaraty antes do certame.
Em nota, o Itamaraty alegou que os cardápios requerem ingredientes "da mais alta qualidade" e que "obedeçam às peculiaridades culturais das delegações, justamente por serem organizados para altas autoridades estrangeiras". Afirma ainda que questão igualmente importante é a exigência de requisitos como bufê com estrutura de grande porte, não raro para servir mais de 300 pessoas, e treinamento para profissionais como chefe de cozinha e garçons. A Di Gagliardi informou ter participado de pregão, ganhando com menor preço e na legalidade. 

Embaixadora tentou favorecer filha de político que decidiria sobre a Vale

Leda Lúcia Camargo comandava a Embaixada do Brasil em Moçambique quando pediu, em 2004, que fosse 'considerada com especial atenção' candidatura de estudante ao PEC-G

31 de outubro de 2013 | 9h 47
Amanda Rossi - Especial para o Estado
A embaixadora brasileira Leda Lucia Camargo tentou favorecer a candidatura da filha de um político de Moçambique para o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), que oferece vagas para estrangeiros no Brasil, em 2004. Segundo a diplomata, o político era um dos "mais importantes integrantes" do grupo que decidiria naquele ano se a Vale do Rio Doce receberia concessão para explorar o carvão de Moatize, no norte do país.
"Tomo a liberdade de recomendar que seja considerada com especial atenção a candidatura da estudante (4ª colocada com alta média entre 33 candidatos) ao curso de Estilismo e Moda da Universidade de Londrina. A estudante é filha de Sérgio Vieira, alta autoridade do núcleo político do governo moçambicano, um dos mais importantes integrantes do grupo que decidirá sobre as minas de Moatize", escreveu em telegrama confidencial e urgente enviado para o Itamaraty em 21 de julho de 2004.
Apesar do pedido, a estudante não foi aceita. A Vale ganhou o direito de explorar o carvão moçambicano em novembro de 2004. Leda Camargo foi a embaixadora do Brasil em Maputo entre 2004 e 2007 e hoje comanda a Embaixada na Suécia.
O PEC-G é o maior programa de cooperação educacional do Brasil, desenvolvido pelo Itamaraty e pelo Ministério da Educação (MEC). Estão cadastradas 97 instituições de ensino superior, entre elas USP, Unicamp, UnB e UFRJ. De 2000 a 2013, foram beneficiados 7.600 estudantes da África e América Latina. A escolha é feita em duas etapas. Primeiro, as embaixadas brasileiras fazem uma pré-seleção. Em 2004, a Embaixada do Brasil em Moçambique selecionou 33 nomes, entre eles o da estudante citada no telegrama. Já a seleção final é feita em Brasília pelo MEC. Nesta fase, a garota não foi incluída entre os 20 selecionados.
Negativa. O Itamaraty e a embaixadora Leda Camargo disseram que não podem comentar o teor do telegrama porque ele está classificado como "secreto", ou seja, com grau de sigilo de 15 anos – até 2019. Originalmente, o grau de sigilo era "confidencial" - 10 anos. Em abril de 2012, um mês antes da entrada em vigor do decreto que regulamentou a Lei de Acesso à Informação, o Itamaraty ampliou o prazo de sigilo do telegrama.
Em nota, a Vale afirmou que não tem nenhuma relação com os temas apresentados.
Já Sérgio Vieira nega ter sinalizado para Leda Camargo que a decisão de Moatize poderia ser influenciada pela escolha de sua filha para universidade brasileira. "Jamais me passaria pela cabeça uma tal tentativa nojenta de corrupção. A Vale obteve a concessão porque ganhou num concurso em que participaram várias transnacionais". Ele diz que não fez parte do júri que tomou a decisão.
Vieira é um quadro histórico da Frelimo, partido que lutou pela independência e segue no poder. Muito respeitado em Moçambique, ele deixou o governo em 2012 e tem feito críticas ao reassentamento de famílias que viviam na região hoje explorada pela Vale. "Movimenta-se pessoas como mercadorias e no mero interesse do chamado investidor. O que lhes dá em troca? Uma casa a dezenas de quilômetros quando nunca pediram uma nova casa?", afirmou em evento em Maputo, em maio.
A embaixadora Leda Camargo, apesar de considerada no Itamaraty como uma boa negociadora, é uma figura polêmica. Em 2005, a imprensa moçambicana publicou supostas declarações suas de que seu cachorro era mais limpo que os moçambicanos. A frase teria sido dita após Leda ser impedida de entrar com o animal em um shopping de Maputo, capital do país. A embaixadora nega o caso.
Vale. No telegrama de julho de 2004 para o Itamaraty, Leda Camargo ainda dá informações sobre o processo de escolha da mineradora de carvão. "Vieira disse que a CVRD [Companhia Vale do Rio Doce] não deve esquecer que tem 3 concorrentes de peso e que a vencedora certamente será a empresa que estiver mais atenta aos interesses moçambicanos". Para o Estado, Vieira disse que os interesses eram "não ficarmos com os buracos e eles com tudo de riqueza. Infelizmente já surgiram vários conflitos com a Vale, populações sentem-se espoliadas".
O telegrama continua: "Embora o governo local deseje ver vencedora a companhia brasileira, esse sentimento se deve não a uma preferência específica pela Vale, mas por querer atender ao interesse manifestado nesse sentido pelo presidente Lula". No ano anterior, durante a primeira viagem de Luiz Inácio Lula da Silva à África, o então presidente havia se pronunciado a favor da empresa brasileira.
"Necessitamos de projetos de grande envergadura, que sirvam de âncora ao nosso relacionamento econômico. Por isso tenho procurado apoiar o interesse de algumas empresas e, sobretudo, da Vale do Rio Doce na exploração de carvão de Moatize", discursou Lula.
A participação do governo brasileiro nas negociações para a exploração do carvão de Moçambique começou em 1980 e envolveu praticamente todos os presidentes de João Figueiredo a Lula. Em 1981, a Companhia Brasileira de Recursos Minerais começou a fazer pesquisa geológica no país. Em 1989, com José Sarney, a Vale – ainda estatal – assinou acordo para fazer um estudo de viabilidade baseado no modelo de Carajás, no Pará.
Em 2000, após a privatização da Vale, Fernando Henrique Cardoso visitou Moçambique e o carvão voltou à baila. "As negociações estão avançando. Elas se desenvolvem a partir do impulso inicial dado pela visita a Maputo do Presidente Fernando Henrique Cardoso", escreveu em telegrama de fevereiro de 2001 o então embaixador Hélder Martins de Moraes. Ao longo de 2002, a Vale firmou seu interesse no projeto. Com a entrada de Lula, em 2003, as conversas avançaram.
Em 2004, depois de mais de 24 anos de negociações, o Brasil ganhou concessão para explorar o carvão moçambicano. "A Vale apresentou um projeto, que teve apoio do governo brasileiro. Certamente o apoio e a presença do governo brasileiro foram um diferencial para nós. Tem sido e acho que vai permanecer sendo importante", disse Ricardo Saad, diretor de projetos da Vale para África, Ásia e Austrália, em entrevista realizada em abril deste ano.