O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

domingo, 17 de setembro de 2017

O stalinismo mental dos nossos desenvolvimentistas - Samuel Pessoa e Paulo Roberto de Almeida

Um dos grandes crimes ideológicos do século XX foi -- além do stalinismo industrial, ou seja, o culto da indústria pesada, que contaminou não só a URSS de Stalin, mas o Brasil da era Vargas e do regime militar, aliás até hoje, pois os companheiros foram perfeitos stalinistas industriais -- o "stalinismo mental", que aliás deriva do marxismo elementar de Marx, Engels, Lênin, Raul Prebisch, Celso Furtado e outros, o que faz com que esses mestres e epígonos queiram ver na industrialização concentrada, planejada, centralizada, controlada, regulada, o nec plus ultra do desenvolvimento econômico possível e necessário, ao contrário e a contra corrente da visão mais liberal, libertária, laissez-faire, de um Adam Smith, dos austríacos e outros, que preferem deixar indivíduos e sociedades totalmente livres para que cada um encontre as fontes de "sua" riqueza em qualquer oferta que queiram fazer para os consumidores existentes (sempre existem) em condições de mercados totalmente livres. 
Marx ainda tinha certa sofisticação, mas Lênin, apesar de um gênio político (para o mal, ou seja, para o poder absoluto), era um estúpido econômico, e quase destroi a economia da Rússia, que depois se transformou num escravismo contemporâneo sob Stalin.
Samuel Pessoa adota um enfoque mais light, ao criticar o desenvolvimentismo dos ingênuos, mas eu vou à raiz do problema, que é mesmo esse culto das máquinas e dos trabalhadores organizados associados ao coletivismo (socialismo, fascismo e outros fenômenos de intervencionismo estatal).

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 17 de setembro de 2017

Continuamos a ter visão ufanista errada do desenvolvimento

Samuel Pessôa


Bananas correm risco de extinção

 Folha de S. Paulo, 17/09/2017



 República de bananas, para mim, sempre representou países com péssima institucionalidade. Dia sim e dia também, algum general -em geral de direita, mas às vezes de esquerda, com um bigodão, às vezes uma barba bem cultivada- tomava o poder em meio a um golpe militar.

A república de bananas se caracteriza pelas instituições frágeis.
Para boa parcela dos economistas brasileiros, o que caracteriza as repúblicas de bananas são as bananas, ou melhor, a exportação de matérias-primas.
Por esse critério, Chile, Canadá, Nova Zelândia e Austrália são repúblicas de banana.
Como em geral há relação entre desenvolvimento econômico e sofisticação tecnológica da pauta exportadora de um país -mas o que, como vimos, nem sempre é verdade-, muitos economistas brasileiros pensam que desenvolvimento econômico depende do que um país produz.
Não conhecem o trabalho espetacular do historiador Gavin Wright ("The Origins of American Industrial Success, 1879-1940", "The American Economic Review", 1990), que documentou que a pauta exportadora da economia americana até os anos 1920 era essencialmente de commodities. Ou seja, a economia americana era uma economia de bananas.
Ademais, inflam os números dos gastos do governo americano com a política de compras de produtos nacionais e com P&D. Se folheassem o "Cambridge Economic History of The United States", descobririam que a política industrial teve papel muito subsidiário no desenvolvimento americano.
Também verificariam que o grau de fechamento da economia americana da segunda metade do século 19 à segunda metade do século 20 foi elevado, mas não maior do que o grau de fechamento das economias latino-americanas, que, no Brasil, perdura até hoje.
Mas é sempre melhor ficar apegado a preconceitos do passado, que passam por cima de fatos como o de que a taxa de analfabetismo na Nova Inglaterra em 1750 era equivalente à brasileira de 1950.
A história econômica mostra que não há diferença na trajetória de crescimento da economia americana em comparação aos casos canadense ou australiano.
O maior desenvolvimento da indústria nos EUA é essencialmente consequência da maior escala da economia. População grande gera mercado, que naturalmente estimula o desenvolvimento da indústria. É por esse motivo que a economia americana tem mais indústria do que a australiana.
Enquanto lutamos contra as bananas, jogamos R$ 400 bilhões no lixo de incentivos do BNDES, política que os estudos mostram contribuiu para elevar os lucros de algumas grandes empresas, mas não elevou o investimento, outros tantos com uma política desastrada de conteúdo nacional, que lembra a lei "do similar nacional" do nacional-desenvolvimentismo, e tantas outras oportunidades perdidas.
A lista é longa.
Olhando ao passado, só enxergamos a "perda dos termos de intercâmbio", "os lucros, juros e dividendos distribuídos pelas multinacionais", "a lógica do investimento das multinacionais que não obedece aos interesses nacionais", "os juros da dívida externa" e "os juros pagos ao rentismo".
Liderados seja pela esquerda, seja pelos militares, continuamos a ter uma visão ufanista equivocada do desenvolvimento econômico.
O desperdício sem fim produzido pela ideologia conspiratória do nacional-desenvolvimentismo segue firme: desaguou na crise dos anos 1980 e na crise atual.
Enquanto isso, nossas crianças continuam a não saber ler e escrever.

Humanomics, o novo Adam Smith revisitado - Deirdre McCloskey 

Economics With a Human Face

Adam Smith did not believe people are merely economic maximizers. Instead, we balance self-interest with humane sympathy for others. Deirdre N. McCloskey reviews ‘Cents and Sensibility’ by Gary Saul Morson and Morton Schapiro.

By Deirdre N. McCloskey

The Wall Street Journal, Sept. 13, 2017 

Review of:

CENTS AND SENSIBILITY

By Gary Saul Morson and Morton Schapiro 

Princeton, 307 pages, $29.95

In the middle of the 19th century, when the new telegraph meant that Texas could communicate with Maine, Henry David Thoreau quipped: “But Maine and Texas, it may be, have nothing important to communicate.” Today, the university puts literature and economics under the same roof. But do the two have anything important to say to each other?

Gary Saul Morson and Morton Schapiro say yes. Their new book, “Cents and Sensibility: What Economics Can Learn From the Humanities,” is a sweet contribution to the dialogue. Covering such topics as university admissions, child-rearing, organ harvesting and economic development, the chapters each analyze public questions first through economics, and then through literature. The conclusion is that economics—a hugely influential approach to studying human societies—isn’t worth all that much without first understanding what it means to be human.

Mr. Morson is a professor of Slavic literature at Northwestern University, and Mr. Schapiro teaches economics there, where he is also the president. The book is the fruit of an undergraduate course they taught together, which suggested critiques of their disciplines, and especially of economics. Economics, they argue, has been stripped down to a theory neglecting language and culture. At the same time, literary study has abandoned its responsibility to lead students to the best that has been thought and said. The humanities, Messrs. Morson and Schapiro contend, should acknowledge economics for worldly purposes. Yet for a truly human science the economists need literature, philosophy and history. Each discipline can supply what the other lacks.

Their agendum is, in their phrase, “a return to the ‘real’ Adam Smith. ” They exhort students of economics to grasp that the author of “The Wealth of Nations” also wrote “The Theory of Moral Sentiments.” The real Smith observes that human beings summon qualities of sympathy balanced with their self-interest. People are not merely economic maximizers: They are ethical creatures from the get-go.

Messrs. Morson and Schapiro advocate a fusion the economist Bart Wilson and the Nobelist Vernon Smith have recently dubbed “humanomics.” The humanities study categories, and the initial step of categorization is essential to any human inquiry. As Niels Bohr once said, humans ask the questions: good versus bad, big versus small, red giant stars versus white dwarves, Homo sapiens sapiens versus Homo sapiens neanderthalensis. You can’t measure gross domestic product or unemployment without first saying what they are, qualitatively, as categories of interest to humans. If we were to decide that a society were best judged using the number of houses of worship erected—or, for that matter, the number of M&M candies consumed—such a measure, not dollar-value output, is what we would study. There is no God-term telling us from the outside what categories humans care about. Economics, physics, biology, history—all need the first, humanistic, categorizing step.

In most chapters Mr. Schapiro writes about some piece of economics—how information about opportunities matters in determining which colleges students attend, how families and criminal enterprises respond to incentives, or why geographical determinism is the wrong way to think about economic growth. Then Mr. Morson writes about what “a humanist would add.” For instance, economists calculate in court the value of a human life by determining that person’s remaining lifetime cash earnings. Mr. Morson demurs. In such calculations the economists have not drunk deep from literary or philosophical springs.

Parts of the book explicitly, and all of it by implication, give an eloquent defense of the humanities against fanatical advocates for “STEM” (science, technology, engineering, and mathematics). The STEM-ers want to shove aside the humanities, and most of the social sciences, too, in favor of fields they think are more likely to add to GDP. Messrs. Morson and Schapiro point to the example of Japan’s minister of education, who a few years ago proposed eliminating in public universities every field except STEM. No study of Japanese literature. No economics. Such naive zeal ignores that most of what actually goes on in STEM’s “M” and “S”—and even a good deal of the “E”—is, like the humanities, an inquiry into the artistic or intellectual products of humans. They have no economic usefulness. Astronomy and number theory should properly be viewed as quantitative kin to, say, theology and art history. Indeed, the very word “science” is unusual in contemporary English in signifying only the physical and biological. In other languages, and in English before the 1860s, it has a much wider meaning, “systematic inquiry,” as in the German word for the humanities—Geisteswissenschaften, or “spirit sciences.

In discussing the communication between literature and economics, Messrs. Morson and Schapiro focus rather more on method than on substance. But it is early days for humanomics, and a certain amount of methodological ground-clearing is justified. Both men, true, represent somewhat conventional, even old-fashioned, versions of their specialties. Mr. Morson, for example, adheres to the old “belletristic” theory of literary criticism, which regards its purpose as awarding stars like movie reviews to great literature. This book cannot mention Tolstoy or Dostoevsky without informing us, in case we forgot, that they are “great.” Still, when it comes to placing economics and the humanities in dialogue, “Cents and Sensibility” constitutes a wise first step. As to the people who disagree—who believe that maximizing utility subject to constraints is all ye know on earth and all ye need to know, or who believe that prudence and calculation can tell us nothing about the human spirit—well, they are exactly the people most in need of the book.


Ms. McCloskey is a distinguished professor emerita at the University of Illinois at Chicago, and author, most recently, of “Bourgeois Equality: How Ideas, Not Capital or Institutions, Enriched the World.”

Appeared in the September 14, 2017, print edition as 'A Human Face For Economics.'

Adam Smith's The Wealth of Nations (1776) - Robert McCrum (The Guardian)

100 best nonfiction books: No 84 – The Wealth of Nations by Adam Smith (1776)

Blending history, philosophy, psychology, and sociology, the Scottish intellectual single-handedly invented modern political economy

Robert McCrum

The Guardian: Monday, 11 September 2017

 

1776 was an annus mirabilis for English and American prose, a year to compare with 1859 (Darwin’s On the Origin of Species; Dickens’s A Tale of Two Cities; Mill’s On Liberty). In February, Gibbon published the first volume of his The History of the Decline and Fall of the Roman Empire; while in March a brilliant intellectual, a star of the Scottish Enlightenment, single-handedly invented the subject of modern political economy with An Inquiry Into the Nature and Causes of the Wealth of Nations which swiftly became established in the minds of intelligent readers as The Wealth of Nations. When the first edition sold out in six months, the story went round that another celebrated Scot, the philosopher David Hume, was now joking that The Wealth of Nations probably required too much thought to be as popular as Gibbon’s Decline and Fall.

Gibbon, in fact, was full of generous praise for his rival. He wrote to the Scottish historian and philosopher Adam Ferguson: “What an excellent work is that with which our common friend Mr Adam Smith has enriched the public! An extensive science in a single book, and the most profound ideas expressed in the most perspicuous language”.

Smith’s work, indeed, was every bit as singular as Gibbon’s. Although it provided a comprehensive and magisterial treatment of its subject, it was also a work of robust common sense, intelligible to any careful reader, braiding history, philosophy, psychology, and sociology in a compelling tapestry of theory and experience. Smith, writes one commentator, was concerned to improve “the human condition in practical ways for real people”. This was a book that had begun as a series of lectures delivered to audiences in Glasgow. Smith’s friend Hume, joking aside, declared that the book had “depth and solidity and acuteness, and is so much illustrated by curious facts, that it must at last take the public attention”.

Crucially, for Smith, a civilised society is a trading society

For Smith, in a doctrine that would have been music to the ears of any energetic new Americans, a nation’s labour is the source of its basic means. Moreover, Smith argued, there is an intrinsic value to the division of labour, where labour was the sole determinant of price. This simple proposition becomes complicated in more advanced societies by the intervention of wages, profit, and rent, three elements that complexify the basic economic model. Combined with Smith’s wide-ranging, lucid, and profound exposition, there’s also his assault on the mercantile system, an outmoded throwback that he conceived as restrictive, repressive, and inimical to individual self-expression in the marketplace.

At the heart of The Wealth of Nations is the provocative suggestion that self-interest is perhaps the only criterion of economic behaviour, and that the universal, unfettered pursuit of self-advantage was the only sure guarantee of general welfare. Arguably, it is the collision of Smith’s ideas with the political ambitions of the American revolution that would, eventually, make a decisive contribution to the development of western capitalism.

Crucially, for Smith, a civilised society is a trading society. There’s a famous passage in book 1 where he argues for the natural place of competitive trade.

“Nobody ever saw a dog make a fair and deliberate exchange of one bone for another with another dog. Nobody ever saw one animal by its gestures and natural cries signify to another, this is mine, that yours; I am willing to give this for that… But man has almost constant occasion for the help of his brethren, and it is in vain for him to expect it from their benevolence only. He will be more likely to prevail if he can interest their self-love in his favour…”

Accordingly, Smith’s opening theme is that the regulations imposed on commerce are ill-founded and counterproductive. In Smith’s day, the conventional wisdom was that gold and silver was wealth, and that countries should boost exports and resist imports in order to maximise this metallic treasure. It was Smith’s transformative insight that a nation’s real wealth lies in the constant traffic of goods and services thereby created – what we would call the gross national product. To maximise this, he argued, government should not restrict an individual nation’s productive capacity, but set it free.

Another central theme was that such productive capacity rests on the division of labour and on the accumulation of capital that such activity makes possible. Huge efficiencies can be gained by breaking production down into a multiplicity of small tasks, each undertaken by specialists. In book 1, Smith cites the example of pin-makers.

“A workman not educated to this business (which the division of labour has rendered a distinct trade), nor acquainted with the use of the machinery employed in it (to the invention of which the same division of labour has probably given occasion) could scarce, perhaps, with his utmost industry, make one pin in a day, and certainly could not make 20.”

The division of labour, he demonstrates, will leave producers with a surplus that they can exchange with others, or use to invest in more efficient labour-saving machinery. It was ideas of this kind that persuaded later readers such as Lord Acton to describe The Wealth of Nations as providing the “scientific backbone to liberal sentiment”, declaring that it was the “classic English philosophy of history”.

Smith’s third theme is that a country’s future income depends upon this capital accumulation. The more that is invested in better productive processes, the more wealth will be created in the future. But if people are going to build up their capital, they must be confident that it will be secure from theft. The countries that prosper are those that grow their capital, manage it well, and protect it. Smith demonstrated that this system is automatic. Where things are scarce, people are prepared to pay more for them; there is more profit in supplying them, so producers invest more capital to produce them. Where there is a glut, prices and profits will be low, and then producers switch their capital and enterprise elsewhere. Industry thus remains focused on the nation’s most important needs, with no need for central direction.

But, says Smith, the system is automatic only when there is competition. When governments grant subsidies or monopolies to favoured producers, or shelter them behind tariff walls, they can charge higher prices. The poor suffer most from this, facing higher costs for the necessities that they rely on. The Wealth of Nations also says that competition and free exchange are under threat from the monopolies, tax preferences, controls, and other privileges that producers extract from the government.

For all these reasons, Smith believes that government itself must be limited. Its core functions are to maintain defence, keep order, build infrastructure and promote education. It was the duty of good government to keep the market economy open and free, and not act in ways that might distort it. Enter George Washington, Thomas Jefferson, John Adams et al. The Wealth of Nations was, of course, published in the year of the Declaration of Independence. This strange fact lends added significance to Smith’s prediction that the Americans “will be one of the foremost nations of the world”.

A signature sentence

“Compared, indeed, with the more extravagant luxury of the great, [the blacksmith’s] accommodation must no doubt appear extremely simple and easy; and yet it may be true, perhaps, that the accommodation of an European prince does not always so much exceed that of an industrious and frugal peasant, as the accommodation of the latter exceeds that of many an African king, the absolute masters of the lives and liberties of 10,000 naked savages.”


Three to compare

David Hume: The History of England (1754-61)

Henry Thomas Buckle: History of Civilization in England (1857)

Karl Marx: Capital, Volume I (1867)

Revistas do UniCEUB: artigos de Paulo Roberto de Almeida

Minhas poucas colaborações às revistas do UniCEUB, onde dou aulas desde 2004. Está na hora de colaborar mais um pouco.

Revista de Direito Internacional (Brazilian Journal of International Law)

v. 10, n. 1 (2013): Direito Internacional Econômico

Brazilian trade policy in historical perspective: constant features, erratic behavior

 

Universitas: Relações Internacionais

v. 9, n. 1 (2011)

Seria o Mercosul reversível? Especulações teóricas sobre trajetórias alternativas concretas 10.5102/uri.v9i1.1360

 

Prismas: Direito, Políticas Públicas e Mundialização (substituída pela Revista de Direito Internacional)

Vol. 2, No 1 Janeiro/Junho (2005)

Políticas de integração regional no governo Lula


Paulo Roberto de Almeida 

Nossos “defensores” e quem nos defende deles - Paulo Roberto de Almeida


Nossos “defensores” e quem nos defende deles

Paulo Roberto de Almeida


Primeiro a postagem de Roberto Ellery em sua página no Facebook (15 de setembro de 2017, às 18:40; https://www.facebook.com/rgellery/posts/1135351823264120):

Entendo os que se preocupam com o excesso de poder dos procuradores e juízes, não apenas entendo como compartilho da preocupação. Mas enquanto o legislativo e o executivo parecerem mais com uma gangue tentando proteger os seus do que com poderes da república a tendência é que o judiciário e o ministério público cresçam e abocanhem mais poder. Apenas um Congresso e um inquilino do Planalto que pareçam não agir apenas em causa própria poderão reverter a tendência de enquadramento do executivo e do legislativo pelo judiciário e pelo MP.


Agora, meu argumentos sobre a mesma questão:

Aprovo e compartilho os argumentos de Roberto Ellery. Quando a sociedade, que somos nós, se sente não apenas desprotegida e desamparada, em face de bandidos comuns, que nos assaltam e ameaçam nossas vidas com revólveres e facas, mas sobretudo quando nos sentimos reféns e dilapidados em face de bandidos de alto coturno e de colarinhos brancos, que não contentes de nos extorquirem legalmente, via uma miríade de impostos, taxas e contribuições, ainda nos expropriam ilegal e criminosamente, via fraudes orçamentárias, superfaturamentos em compras governamentais, propinas incorporadas aos contratos públicos, quando tudo isso acontece, é absolutamente normal que se recorra ao uso vigoroso dos únicos instrumentos legais que restam à cidadania na defesa de nossas vidas e patrimônio. Setores do MPF, do Judiciário (não todos, pois também existem comportamentos extrativistas e corporativos que desviam recursos para seus membros) e da Polícia Federal podem representar essa última barreira de contenção ao roubo organizado por meliantes de todos os tipos, sendo os mais perigosos justamente aqueles que dizem nos representar.
Fora disso, só anarquia e a anomia, de que padece, por exemplo, a Venezuela atual, cujo povo vem sendo cruelmente assaltado e oprimido por uma gangue de criminosos políticos que assaltou o poder. O Brasil, mesmo depois de ter extirpado do poder a organização criminosa que o havia tomado de assalto em 2003, ainda não se livrou das várias gangues de criminosos políticos que continuam assaltando o Estado e a nós cidadãos, desde muito tempo, mas pelo menos estamos livres do desastre venezuelano, graças justamente a esses setores de "última instância" a que se refere Roberto Ellery. Eles são o nosso último recurso, junto com o "Fora Todos" e a renovação COMPLETA da classe política.
Mas, sempre fica a questão crucial e eterna: Quem nos Defende de nossos Defensores?
Ou seja, não cabe confiar todo o poder ao "poder moderador" do momento, que são os bravos paladinos da República de Curitiba (em seu sentido metafórico). Em todo caso, melhor eles do que a guarda pretoriana e as instituições castrenses de antigamente, que também recorriam ao arbítrio dos que possuem a força para combater a corrupção e o caos político, num ambiente de autoritarismo (quando não de ditadura) que também é inaceitável (mas que alguns julgam ser necessário, como os defensores de certo candidato saudosista do regime militar).
Ou, como também se diz: o preço da liberdade é a eterna vigilância.


Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 16 de Setembro de 2017

sábado, 16 de setembro de 2017

Um novo iPhone 8 para mim: quanto custaria no Brasil? Conferindo preco nos EUA

Quanto custaria tudo isso aqui no Brasil?
Nos EUA, entrega imediata, seria mais ou menos isto:
Total$1,196.95

Items in Your Bag

  • Part number: MQ8G2LL/A
    • Item Price:$49.00
    • Line Price: $49.00
  • Part number: MQHM2ZM/A
    • Item Price:$49.00
    • Line Price: $49.00
  • Part number: MJ262LL/A
    • Item Price:$149.95
    • Line Price: $149.95
    • Part number: MR3J2LL/A

    Total cost breakdown
    Bag Subtotal $1,196.95
    Free Shipping $0.00
    Estimated Tax
    Total$1,196.95

    Rubens Ricupero: A diplomacia na construcao do Brasil, 1750-2016 - lancamento em Brasilia


    Rubens Ricupero lança:
    “A diplomacia na construção do Brasil – 1750-2016”
    (Rio de Janeiro: Versal Editores, 2017)

    Em edição de capa dura e ilustrada, obra única sobre a história das relações do Brasil com o mundo terá lançamentos em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, a partir do dia 3 de outubro

    Poucos países devem à diplomacia tanto como o Brasil. Além da expansão do território, em muitas das principais etapas da evolução histórica brasileira, as relações exteriores desempenharam papel decisivo. Com seus acertos e erros, a diplomacia marcou profundamente a abertura dos portos, a independência, o fim do tráfico de escravos, a inserção no mundo por meio do regime de comércio, os fluxos migratórios, voluntários ou não, que constituíram a população, a consolidação da unidade ameaçada pela instabilidade na região platina, a industrialização e o desenvolvimento econômico.

    Até recentemente, a história das relações diplomáticas do Brasil se refugiava quase em notas ao pé da página ou, no melhor dos casos, em parágrafos esparsos dissociados do eixo central da grande narrativa. Com uma carreira dedicada ao serviço público, especialmente ao Itamaraty e à ONU, o diplomata e professor Rubens Ricupero enfrentou o desafio de “inserir o fio da diplomacia na teia sem costura da vida nacional, da qual é indissociável”. Aos 80 anos,  lança obra que é fruto de uma vida de ensino da história da política exterior brasileira: A diplomacia na construção do Brasil (Versal Editores).

    As primeiras de uma série de palestras seguidas de sessões de autógrafos pelo país serão realizadas nos dias 3/10 no CIEE,  4/10 na FAAP e em 7/10 na JAPAN HOUSE, São Paulo  nos dias 9 e 10/10, em diferentes lugares, em Brasília, e nos dias 18 e 20/10, no Rio de Janeiro, respectivamente na Livraria Argumento do Leblon e no Itamaraty.

    Com capa dura, 784 páginas e ilustrado com mapas, desenhos cartográficos e 80 imagens da história e da diplomacia, o livro analisa a diplomacia como causa e consequência da política interna e da economia do período colonial até os dias de hoje, incluindo a atual crise brasileira. Mostra, ao mesmo tempo, como a política externa contribuiu para a definição dos valores e ideais da identidade do país, de como os brasileiros se veem a si mesmos e sua relação com o mundo.

     Com documentos originais dos arquivos norte-americanos, o livro traz revelações novas sobre episódios como a intervenção militar de 1964 nos seus aspectos externos. Recorre a perspectivas comparativas com países latino-americanos e os Estados Unidos e renova a maneira de examinar a diplomacia em estreita ligação com os fatos políticos e as condições econômicas. “A ambição da obra é dialogar com os estudantes e também com aqueles que se interessam pela história do Brasil e sentem curiosidade pela forma como o país se relacionou com o mundo exterior e foi por ele influenciado”, explica o autor.

    A DIPLOMACIA NA CONSTRUÇÃO DO BRASIL
    Autor: Rubens Ricupero
    Editora: Versal Editores
    Formato:  17,5 x 24 cm
    Páginas: 784
    Preço: R$ 89,90

    EVENTOS DE LANÇAMENTO

    3 de outubro – São Paulo
    Horário: 19:00 h
    Onde: CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola
    Rua Tabapuã, 540 Itaim Bibi

    4 de outubro - SÃO PAULO
    Horário: 18:30h
    Onde: FAAP, Centro de Convenções,
    Rua Alagoas, 903 Higienópolis

    7 de outubro- SÃO PAULO
    Horário: 10:30h
    Onde: JAPAN HOUSE São Paulo, na Avenida Paulista, 52


    9 de outubro – BRASÍLIA
    Horário: 17:00h
    Onde: Palácio Itamaraty, Brasília

    10 de outubro – BRASÍLIA
    Horário: 10:00h
    Onde: Sessão Especial na Comissão de Relações Exteriores da CD
    Presidida pela Deputada Bruna Furlan (PSDB-SP), presidente da CRE-CD

    Horário: 14:30h
    Onde: Auditório do Instituto de Relações Internacionais da UnB
    Natureza: Apresentação-debate com a participação do professor Estevão Chaves de Rezende Martins, do diplomata Paulo Roberto de Almeida, sob coordenação do prof. Antonio Carlos Lessa

    Horário: 17:30h
    Onde: CNI: Confederação Nacional da Indústria, SBN Quadra 1, Bloco C, Ed. Roberto Simonsen
    Natureza: Talk-Show, com José Augusto Coelho Fernandes


    18 de outubro - RIO DE JANEIRO
    Horário: 19:00h
    Onde: Livraria Argumento Leblon

    20 de outubro – RIO DE JANEIRO
    Horário: 10:00h
    Onde: Palácio do Itamaraty
    Debate com a participação de Rubens Ricupero, Marcos Azambuja e Gelson Fonseca (e, possivelmente, Celso Lafer, ainda não confirmado)

    SOBRE O AUTOR
    Nascido em São Paulo em 1937, Rubens Ricupero ingressou no Instituto Rio Branco em 1958 e iniciou a carreira diplomática em 1961.

    Embaixador do Brasil junto às Nações Unidas em Genebra, Suíça, nos Estados Unidos e na Itália, foi ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, ministro da Fazenda durante a implantação do Real, subchefe da Casa Civil e assessor especial do presidente José Sarney. Atuou como assessor de política externa de Tancredo Neves na campanha para a Presidência da República, em 1984/5, e registrou a experiência no livro Diário de bordo: a viagem presidencial de Tancredo Neves (2010). Entre 1995 e 2004, dirigiu como Secretário Geral a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), em Genebra.

    Diretor, mais tarde Decano, da Faculdade de Economia e Relações Internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), professor do Instituto Rio Branco e da Universidade de Brasília, colaborador dos mais influentes órgãos de imprensa do país e de publicações especializadas nacionais e estrangeiras, Ricupero é autor de nove livros sobre história diplomática, política, comércio e economia internacional, entre os quais se destacam Rio Branco: o Brasil no mundo (2000), O Brasil e o dilema da globalização (2001), Esperança e Ação A ONU e a busca de desenvolvimento mais justo (2002). A diplomacia na construção do Brasil é sua mais recente obra.

    Yale Climate Conference, 18-19 September (video live)


    The Kerry Initiative will host the Yale Climate Conference on Monday, September 18, and Tuesday, September 19, 2017.

    The conference will feature five sessions with key business, political and diplomatic leaders on critical topics including the future of energy; the role of the private sector; state, city and international efforts; bipartisan U.S. leadership; and citizen engagement and activism.

    Members of the Yale community who were unable to get tickets are welcome to wait in the stand-by line at each session in case open seats become available. Plan to arrive at least 30 minutes before the session begins.

    Many of the sessions will also be live-streamed. Go to yaleclimateconference.yale.edu for links to each session.


    Speakers and sessions topics include:

    Session 1: The Future of Energy
    • Ernie Moniz, Former U.S. Secretary of Energy
    • Jonathan Pershing, Former U.S. State Department’s Special Envoy for Climate Change
    • Tony Earley, Former CEO and Current Executive Chair of the Board, PG&E Corporation
    • Mark Boling, CEO, 2CNRG
    • Heather Zichal, Airbnb, Former Climate and Energy Advisor to President Obama

    Session 2: The Role of the Private Sector
    • Hank Paulson, Former U.S. Secretary of the Treasury
    • Jeffrey Immelt, Chairman of the Board of General Electric
    • Anne Finucane, Vice Chairman of Bank of America

    Session 3: State, City and International Efforts
    • Jerry Brown, Governor of the State of California
    • Jay Inslee, Governor of the State of Washington
    • Jim Kim, President of the World Bank
    • Anne Hidalgo, Mayor of Paris

    Session 4: Bipartisan U.S. Leadership
    James Baker, Former U.S. Secretary of State
    Featuring video messages from:
    • Lindsey Graham, U.S. Senator of South Carolina
    • John McCain, U.S. Senator of Arizona (tbc)

    Closing Plenary: Citizen Engagement & Activism
    Leonardo DiCaprio, United Nations Messenger of Peace for Climate
     

    Learn more about the speakers and other details on the conference website:
    yaleclimateconference.yale.edu
     

    Uma outra China fora da China: Sudeste Asiatico - Marcos Jank

    O Sudeste Asiático como rota alternativa à China

    Jornal “Folha de São Paulo”, Caderno Mercado, 16/09/2017

    Marcos Sawaya Jank (*)

    O Sudeste Asiático é ótima alternativa para reduzir nossa dependência da China em comércio e investimentos.

    Marcos Sawaya Jank[1]

    Aproveitando a visita do presidente Temer à China, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, realizou uma missão a Malásia, Singapura e Vietnã, no Sudeste Asiático. Há um ano o ministro Blairo Maggi também esteve em quatro países da região.

    Quando se fala em Ásia no Brasil, todo o mundo pensa em China, tamanha a influência que esse gigante exerce hoje na geopolítica, no comércio e nos investimentos globais. Quando não é a China, as nações asiáticas mais presentes no imaginário brasileiro são a Índia e o Japão.

    Mas no campo do comércio quem, de fato, rivaliza com a China é a desconhecida Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), um bloco formado por países que somam 640 milhões de habitantes e um PIB de US$ 2,6 trilhões que cresce 6% ao ano: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei, Camboja, Laos, Vietnã e Mianmar.

    Basta dizer que hoje exportamos US$ 35 bilhões ao ano para a China, mas 75% da pauta é composta por só duas commodities: soja em grãos e minério de ferro. Já a Asean compra US$ 11 bilhões do Brasil, mas a pauta é bem mais diversificada, ainda que fortemente concentrada no agronegócio: soja e derivados, milho, açúcar, algodão, carnes, celulose e outros.

    O potencial dos países da Asean para comércio e investimentos do Brasil é evidentemente inferior ao da China, mas é mais fácil fazer negócios naquela região. 

    As oportunidades são imensas. Por exemplo, as importações totais de produtos agropecuários e alimentos da Asean passaram de US$ 30 bilhões para US$ 90 bilhões ao ano nos últimos dez anos, superando o Japão e perdendo apenas para a China, que importou US$ 120 bilhões.

    O Brasil responde por apenas US$ 6 bilhões anuais, valor muito pequeno que nos posiciona atrás de EUA, China e Austrália como supridor.

    Trata-se de região com alto potencial para diversificar produtos e mercados-destino, adicionar valor e marcas aos produtos exportadores e realizar ou receber grandes investimentos. Singapura, por exemplo, tem dois fundos soberanos com presença e imenso interesse de investimento no Brasil: GIC e Temasek.

    Vejo o Sudeste Asiático como ótima alternativa para reduzir nossa crescente dependência da China em comércio e investimentos. 

    Talvez não consigamos construir acordos comerciais mais ambiciosos na região, mas claramente esses países buscam alternativas de parceria após a retração dos EUA de Trump e da União Europeia do "brexit". Basta dizer que a Asean já é o segundo bloco econômico do planeta e que os 11 países da TPP (Parceria Transpacífica) querem seguir com o bloco sem os EUA.

    Mesmo que não consigamos fechar acordos comerciais ambiciosos, deveríamos ao menos tentar construir parcerias estratégias com todo país asiático que conta com população superior a 50 milhões. Só no Sudeste Asiático são cinco países.

    Os portugueses foram visionários quando se lançaram ao mar nas grandes navegações, por volta de 1500. Vasco da Gama descobriu a rota marítima para a Índia, chegando a Calicute em 1498.

    Em 1510, Afonso de Albuquerque conquista Goa e logo depois a cidade de Malaca (na atual Malásia), situada no centro de um dos estreitos de mar mais estratégicos do planeta, rota obrigatória dos navios que vão do Índico para o Pacífico e a China

    De Malaca eles foram para o reino do Sião (Tailândia), Java (Indonésia) e Angkor (Camboja), sempre em busca das famosas especiarias asiáticas.

    A China é importante, mas agir além dela na Ásia é absolutamente crucial. Há mais de cinco séculos os portugueses foram pioneiros nas suas incursões pelo Sudeste Asiático. É hora de o Brasil fazer o mesmo, mas desta vez não para buscar, mas sim para levar nossas especiarias tropicais.

    (*) Marcos Sawaya Jank é especialista em questões globais do agronegócio. Escreve aos sábados, a cada duas semanas.
     

    [1]. Marcos S. Jank é especialista em questões globais do agronegócio. Escreve aos sábados, a cada duas semanas. Email: marcos@jank.com.br

    Stefan Zweig: documentários (YouTube)

    Stefan Zweig - Paraíso Utópico


    Publicado em 4 de jan de 2013
    Inspirado no livro "Brasil, um país do futuro", documentário mostra vida e obra do escritor Stefan Zweig http://tvbrasil.ebc.com.br/especiais-... 

    Produzido pela TV Brasil a partir do livro Brasil, um país do futuro, o documentário Paraíso Utópico mostra vida e obra de Stefan Zweig, um dos escritores europeus mais importantes do século XX. Em viagem à Argentina, em 1936, Zweig faz escala de 8 dias no Brasil. Fica encantado com as belezas do país, especialmente com o Rio de Janeiro. 
    A viagem é toda anotada em um diário, no qual descreve sua impressão sobre cada lugar visitado. Na viagem nasce a promessa de escrever um livro sobre o país. A obra narra sua visão sobre as maravilhas do país, presentes no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana, Congonhas do Campo, Salvador, Recife, Olinda e Belém. 

    O documentário é conduzido por entrevistas, realizadas com o jornalista Alberto Dines, o psicanalista Paulo Blank, a tradutora Kristina Michaelles, a professora de história da USP, Karen Lisboa, o professor de cinema da UFF, Tunico Amâncio e o romancista Deonísio Silva. Entrevistas, imagens de arquivo, trechos de filme e um grupo de teatro conduzem o documentário. E, pouco a pouco, revelam a utopia de um humanista, refugiado de guerra, que acreditava ser o Brasil o lugar perfeito para se viver. 

    Paradoxalmente, é o país onde Zweig decide dar fim à própria vida, após um pacto de morte selado com a esposa na cidade de Petrópolis, durante o carnaval de 1942.
    Música
    "Zweig Piano 75" por Fernando Moura (Google PlayiTunes)

    https://www.youtube.com/watch?v=TZ5ke6Y6YjU

    Outros documentários:

    "Contre ma volonté, j'ai été le témoin de la plus effroyable défaite de la raison et du plus sauvage triomphe de la brutalité qu'atteste la chronique des temps."

    Stefan Zweig: histoire d'un Européen
    Un film de François Busnel et Jean-Pierre Devillers

     (Arte France - Rosebud Productions, 2015)

     
     ===========
     
    52:18 

    ==============