Sem dúvida é excepcional que um povo, no planeta Terra, possa comemorar esse longo período de história, não exatamente contínua, mas apresentando de toda forma certa linearidade cultural e sobretudo religiosa.
Isso corresponde, aproximadamente a 273 gerações (considerando-se que cada geração possa corresponder a 25 anos).
Nem o povo chinês, provavelmente outro dos mais longevos, histórica e culturalmente falando, do mundo, pode exbir tal linearidade histórica ou religiosa.
Meus cumprimentos ao povo judeu, aos seus atuais descendentes, sobretudo meus agradecimentos intelectuais pelo imenso aporte que esse pequeno povo fez em benefício de toda a humanidade, nos campos da filosofia, da medicina, das ciências em geral, e sobretudo em benefício da tolerância mútua, do respeito à vida, de valores elevados de direitos humanos e de solidariedade.
Shalom e longa vida ao povo judeu.
São os meus modestos votos.
Paulo Roberto de Almeida
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
922) Homenagem a um amigo historiador
A propósito do falecimento do historiador gaúcho Braz Augusto Aquino Brancato
Carmen Licia e eu, amigos de longa data do Professor Braz Brancato, colegas de pesquisa histórica e espectadores interessados na sua fecunda obra de pesquisador, de docente e de avaliador de cursos de história, gostariamos de deixar nosso testemunho de sentida admiração e de reconhecimento profissional pela grande obra realizada pelo professor Brancato. À Sandra Maria Lubisco Brancato, sua esposa de todas as horas, aos seus filhos, nossas mais sentidas condolências pelo seu passamento e nossa reafirmação de sincero elogio pela seriedade com que ele conduziu suas múltiplas atividades na área da História durante toda a sua vida.
Braz Augusto Aquino Brancato
Ex-embaixador comenta o falecimento de Braz Augusto Aquino Brancato
Rubem Amaral Jr.
Revista de História da Biblioteca Nacional
24.09.2008
Através da coluna "Diálogo com o autor" da Revista de História, recebi a triste notícia do falecimento de meu bom amigo Braz Augusto Aquino Brancato. Conheci-o em Madrid nos idos de 1980, quando ele e sua esposa ali se encontravam fazendo doutorado em História na Universidade Complutense. Desde então, mantivemos regular contato. Anos depois, tive o prazer de hospedá-lo alguns dias em Lisboa e, há alguns meses, recebi sua visita em Brasília, por ocasião de uma reunião da CAPES, órgão de que era consultor.
Resultado de sua tese de doutorado, o livro "Don Pedro I de Brasil, Posible Rey de España" foi prefaciado pelo seu antigo mestre espanhol Professor Emérito Manuel Ballesteros Gaibrois e recebeu da banca examinadora a qualificação "Sobresaliente cum laude", a máxima nota. O Instituto Espanhol de Cooperação Ibero-Americana também concedeu-lhe o Primeiro Prêmio de Teses Doutorais em 1984.
Braz era graduado em História e em Direito pela PUCRS, universidade onde lecionou e exerceu diferentes cargos por longos anos, inclusive de Presidente do seu Conselho Editorial e da revista Estudos-Ibero-Americanos, na qual colaborou com numerosos trabalhos. Seu nutrido currículo acadêmico incluía, além das atividades docentes, uma extensa lista de participações em bancas examinadoras, orientação de pós-graduandos, apresentação de trabalhos em congressos, publicação de artigos em diversos órgãos nacionais e estrangeiros, coordenação e edição de obras coletivas e etc.
Além de seu sólido preparo intelectual, era um homem cordial de grande integridade, excelente chefe de família e leal amigo de seus amigos. Com as minhas reiteradas condolências aos familiares, gostaria de deixar esse testemunho de minha estima, admiração e saudade.
Carmen Licia e eu, amigos de longa data do Professor Braz Brancato, colegas de pesquisa histórica e espectadores interessados na sua fecunda obra de pesquisador, de docente e de avaliador de cursos de história, gostariamos de deixar nosso testemunho de sentida admiração e de reconhecimento profissional pela grande obra realizada pelo professor Brancato. À Sandra Maria Lubisco Brancato, sua esposa de todas as horas, aos seus filhos, nossas mais sentidas condolências pelo seu passamento e nossa reafirmação de sincero elogio pela seriedade com que ele conduziu suas múltiplas atividades na área da História durante toda a sua vida.
Braz Augusto Aquino Brancato
Ex-embaixador comenta o falecimento de Braz Augusto Aquino Brancato
Rubem Amaral Jr.
Revista de História da Biblioteca Nacional
24.09.2008
Através da coluna "Diálogo com o autor" da Revista de História, recebi a triste notícia do falecimento de meu bom amigo Braz Augusto Aquino Brancato. Conheci-o em Madrid nos idos de 1980, quando ele e sua esposa ali se encontravam fazendo doutorado em História na Universidade Complutense. Desde então, mantivemos regular contato. Anos depois, tive o prazer de hospedá-lo alguns dias em Lisboa e, há alguns meses, recebi sua visita em Brasília, por ocasião de uma reunião da CAPES, órgão de que era consultor.
Resultado de sua tese de doutorado, o livro "Don Pedro I de Brasil, Posible Rey de España" foi prefaciado pelo seu antigo mestre espanhol Professor Emérito Manuel Ballesteros Gaibrois e recebeu da banca examinadora a qualificação "Sobresaliente cum laude", a máxima nota. O Instituto Espanhol de Cooperação Ibero-Americana também concedeu-lhe o Primeiro Prêmio de Teses Doutorais em 1984.
Braz era graduado em História e em Direito pela PUCRS, universidade onde lecionou e exerceu diferentes cargos por longos anos, inclusive de Presidente do seu Conselho Editorial e da revista Estudos-Ibero-Americanos, na qual colaborou com numerosos trabalhos. Seu nutrido currículo acadêmico incluía, além das atividades docentes, uma extensa lista de participações em bancas examinadoras, orientação de pós-graduandos, apresentação de trabalhos em congressos, publicação de artigos em diversos órgãos nacionais e estrangeiros, coordenação e edição de obras coletivas e etc.
Além de seu sólido preparo intelectual, era um homem cordial de grande integridade, excelente chefe de família e leal amigo de seus amigos. Com as minhas reiteradas condolências aos familiares, gostaria de deixar esse testemunho de minha estima, admiração e saudade.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
921) Perolas do processo de seleçao academica
Apenas para registro, a modo de informaçao, muito postergada, sobre justificativas esfarrapadas das entidades de fomento acadêmico. Compreendo inteiramente que as possibilidades efetivas sejam em número desproporcionalmente menor em relação às demandas realizadas, mas a desculpa não poderia ser mais incoerente e sem sentido.
Oliveira Lima e a diplomacia brasileira
Em julho de 2004, respondendo a iniciativa do Centro de Memória do CNPq, eu encaminhei um projeto, na temática acima descrita, para ser eventualmente acolhido como um livro na Coleção Memória do Saber do CNPq.
Em meados daquele mês, recebi telefonema do vice-presidente do CNPq, dizendo que tinha aprovado o projeto, mas recomendava ampliação do trabalho para outros aspectos que não apenas a diplomacia, com participação de outros estudiosos. Encaminhei coorrespondência a outros pesquisadores, com vistas a verificar a possibilidade dessa ampliação.
Entretanto, por carta de 6 de outubro de 2004, assinada pelo Secretário Executivo da Coleção Memória do Saber, fui informado que meu projeto não tinha sido retido nos 20 projetos selecionados dentre os 137 recebidos.
Esta foi a justificativa:
“Informamos que o seu projeto não foi aprovado, considerando a segunte avaliação dos pareceristas: ‘A proposta é pouco fundamentada, não situando historicamente o personagem”.
Bem, para que cada um possa julgar, efetivamente, que a minha proposta era pouco fundamentada, eu a transcrevo agora, aqui abaixo:
Coleção Memória do Saber do CNPq
Apresentação de Proposta
1. Nome do referencial objeto de estudo:
Oliveira Lima e a diplomacia brasileira
2. Nome do proponente:
Paulo Roberto de Almeida
3. Justificativa da proposta:
Examinar a contribuição de Oliveira Lima, como intelectual diplomata, para o pensamento diplomático, como pesquisador, para o campo da história diplomática, e, como diplomata da ativa, para a formacao de uma agenda de política externa do Brasil.
O trabalho fará uma reflexão sobre a política externa na época de transição do Império para a República e na era do Barão do Rio Branco (e um pouco mais além, até meados dos anos 1920), com base na contribuição de OL, a partir dos principais escritos publicados, no que se refere aos principais problemas de sua época (e que de certa forma ainda são desafios de hoje): diplomacia regional, conteúdo econômico da diplomacia, papel do diplomata, relações com os EUA, Japão, América Latina etc. Poderá terminar por uma reflexão sobre alguém que foi obscurecido por personalidades mais fortes (Barão do Rio Branco) e sobre sua importância para a atual diplomacia brasileira.
O trabalho servirá também para recuperar alguns “papéis perdidos” para os atuais historiadores brasileiros, assim como para o público em geral e para os diplomatas em particular (seleção de textos mais relevantes).
Esquema provisório de trabalho
Oliveira Lima e a diplomacia brasileira
1. Introdução: por que Oliveira Lima?
(recuperação de seu papel, seus escritos e sua importância para a diplomacia brasileira; principais fontes primárias e secundárias sobre sua obra; a Biblioteca Oliveira Lima da Universidade Católica de Washington: livros e escritos de OL)
Primeira Parte:
Oliveira Lima e sua época
2. Um diplomata belle-époque
(breve resumo da vida e da produção acadêmico-jornalístico-historiográfica de OL, no contexto brasileiro e internacional )
3. Oliveira Lima e a diplomacia brasileira na transição para a República
(itinerário funcional de OL e principais características da diplomacia brasileira entre 1889 e 1902)
4. O acadêmico e o Barão: choque de concepções diplomáticas
(razões e circunstâncias dos desentendimentos e entrechoques: questões pessoais e de definições de política externa)
5. Ascensão e queda do “Dom Quixote Gordo”
(fama intelectual e desencontros funcionais: incidentes de carreira, “desgraça política”, auto-exílio, obscurecimento posterior)
Segunda Parte:
Visões da política externa brasileira: a contribuição de Oliveira Lima
6. O Brasil e o mundo: alianças e preferências continentais
(visão geral das concepções diplomáticas de OL, com base nas suas várias obras publicadas, escritos jornalísticos e papéis pessoais)
7. O Brasil e os Estados Unidos: autonomia e aproximação
(relações americanas, doutrina Monroe, o papel dos EUA no contexto regional e internacional, relações com o Brasil; ver arquivos diplomáticos e os ofícios produzidos por OL)
8. Diplomacia regional: o cone sul e as repúblicas bolivarianas
(a visão de OL das relações platinas e andinas do Brasil, com destaque para a Argentina: visão hegemônico-imperial ou de cooperação regional?, o papel das grandes potências européias e dos EUA nos problemas regionais; corolário Roosevelt à doutrina Monroe)
9. Diplomacia econômica: promoção comercial avant la lettre
(a renovação do papel econômico do diplomata, em complemento ao mandato consular, e as funções de apoio à atividade exportadora pelo MRE)
10. Direito internacional e emergência do multilateralismo
(questões da paz e segurança internacional , meios pacíficos de solução de conflitos: as conferências de paz da Haia, conferências americanas, a opção pelo arbitramento e os problemas do equilíbrio regional)
11. Diplomacia funcional: o diplomata e a modernização do serviço exterior
(críticas de OL à estrutura e funcionamento da diplomacia brasileira: antecipação de mudanças ou irrelevância funcional?)
Terceira Parte:
Duas épocas da política externa brasileira: modernidade de Oliveira Lima?
12. O Brasil e os grandes atores: Europa, Argentina, Estados Unidos, Japão
(as posições de OL são relevantes para a nossa época?)
13. O Brasil e a cooperação regional: do conflito à integração
(da desconfiança à de aliança e integração: OL antecipou algo?)
14. Diplomacia econômica: emergência e afirmação de um estilo diplomático
(das conferências americanas ao multilateralismo econômico contemporâneo)
15. Conclusões: podemos aprender algo com Oliveira Lima, ainda hoje?
(lições, ensinamentos, equívocos de OL; sua utilidade para a diplomacia brasileira na perspectiva do século XXI)
Quarta Parte:
Antologia de Oliveira Lima?
1) Nos Estados Unidos, impressões politicas e sociaes (Leipzig, F. A. Brockhaus, 1899; 524 p.) (trechos)
2) Panamericanismo (Monroe – Bolivar – Roosevelt)
(Rio de Janeiro [etc.] H. Garnier, 1907; 342 p.) (trechos)
3) América Latina e América Inglesa: a evolução Brasileira comparada com a Anglo-Americana (Rio de janeiro. Livraria Garnier [1914?] (trechos)
4) “O Panamericanismo e a Liga das Nações” in Boletim da União Pan-Americana,
Washington: ano XX, nº 3, março 1921, p. 154-169 (trechos)
Apêndice:
Cronologia da vida e da obra de OL e etapas da política externa brasileira
Fontes e bibliografia:
Fontes primárias (arquivos diplomáticos, papéis e manuscritos OL, depoimentos da época
Fontes impressas e publicadas (relatórios do MRE, jornais e periódicos contemporâneos)
Obras de Oliveira Lima
Fontes secundárias (obras sobre Oliveira Lima e a diplomacia brasileira)
Obras gerais
4. Programa de trabalho:
(a ser definido em função da aceitação do projeto)
5. Relação de colaboradores e de suas atribuições:
Assistente de pesquisa (a ser definido entre alunos de mestrado)
6. Estimativa de despesas:
1. Remuneração do autor: R$ 3.000,00
2. Assistente de pesquisa, três meses (R$ 1.000,00 por mês = R$ 3.000,00)
3. Secretária-digitadora, um mês: R$ 700,00
4. Pesquisas no Arquivo Diplomático do RJ, passagens e diárias: R$ 2.000,00
Total: R$ 8.700,00
7. Cronograma de atividades:
( a ser definido em função da aceitação do projeto)
8. Curriculum abreviado do autor:
Paulo Roberto de Almeida é doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas, mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia e diplomata de carreira desde 1977. Tem atuado como professor convidado em diversas instituições brasileiras e estrangeiras e é pesquisador autônomo em temas de história diplomática brasileira e de relações econômicas internacionais. Publicou inúmeros trabalhos e diversos livros nessas áreas, com destaque para o processo de integração regional, o multilateralismo econômico e a diplomacia econômica do Brasil (ver principais publicações e outros dados do autor em www.pralmeida.org).
9. Estimativa do número de páginas (texto e ilustrações):
350 a 400 pp. (poucas ilustrações)
Brasília, 7 de julho de 2004
Oliveira Lima e a diplomacia brasileira
Em julho de 2004, respondendo a iniciativa do Centro de Memória do CNPq, eu encaminhei um projeto, na temática acima descrita, para ser eventualmente acolhido como um livro na Coleção Memória do Saber do CNPq.
Em meados daquele mês, recebi telefonema do vice-presidente do CNPq, dizendo que tinha aprovado o projeto, mas recomendava ampliação do trabalho para outros aspectos que não apenas a diplomacia, com participação de outros estudiosos. Encaminhei coorrespondência a outros pesquisadores, com vistas a verificar a possibilidade dessa ampliação.
Entretanto, por carta de 6 de outubro de 2004, assinada pelo Secretário Executivo da Coleção Memória do Saber, fui informado que meu projeto não tinha sido retido nos 20 projetos selecionados dentre os 137 recebidos.
Esta foi a justificativa:
“Informamos que o seu projeto não foi aprovado, considerando a segunte avaliação dos pareceristas: ‘A proposta é pouco fundamentada, não situando historicamente o personagem”.
Bem, para que cada um possa julgar, efetivamente, que a minha proposta era pouco fundamentada, eu a transcrevo agora, aqui abaixo:
Coleção Memória do Saber do CNPq
Apresentação de Proposta
1. Nome do referencial objeto de estudo:
Oliveira Lima e a diplomacia brasileira
2. Nome do proponente:
Paulo Roberto de Almeida
3. Justificativa da proposta:
Examinar a contribuição de Oliveira Lima, como intelectual diplomata, para o pensamento diplomático, como pesquisador, para o campo da história diplomática, e, como diplomata da ativa, para a formacao de uma agenda de política externa do Brasil.
O trabalho fará uma reflexão sobre a política externa na época de transição do Império para a República e na era do Barão do Rio Branco (e um pouco mais além, até meados dos anos 1920), com base na contribuição de OL, a partir dos principais escritos publicados, no que se refere aos principais problemas de sua época (e que de certa forma ainda são desafios de hoje): diplomacia regional, conteúdo econômico da diplomacia, papel do diplomata, relações com os EUA, Japão, América Latina etc. Poderá terminar por uma reflexão sobre alguém que foi obscurecido por personalidades mais fortes (Barão do Rio Branco) e sobre sua importância para a atual diplomacia brasileira.
O trabalho servirá também para recuperar alguns “papéis perdidos” para os atuais historiadores brasileiros, assim como para o público em geral e para os diplomatas em particular (seleção de textos mais relevantes).
Esquema provisório de trabalho
Oliveira Lima e a diplomacia brasileira
1. Introdução: por que Oliveira Lima?
(recuperação de seu papel, seus escritos e sua importância para a diplomacia brasileira; principais fontes primárias e secundárias sobre sua obra; a Biblioteca Oliveira Lima da Universidade Católica de Washington: livros e escritos de OL)
Primeira Parte:
Oliveira Lima e sua época
2. Um diplomata belle-époque
(breve resumo da vida e da produção acadêmico-jornalístico-historiográfica de OL, no contexto brasileiro e internacional )
3. Oliveira Lima e a diplomacia brasileira na transição para a República
(itinerário funcional de OL e principais características da diplomacia brasileira entre 1889 e 1902)
4. O acadêmico e o Barão: choque de concepções diplomáticas
(razões e circunstâncias dos desentendimentos e entrechoques: questões pessoais e de definições de política externa)
5. Ascensão e queda do “Dom Quixote Gordo”
(fama intelectual e desencontros funcionais: incidentes de carreira, “desgraça política”, auto-exílio, obscurecimento posterior)
Segunda Parte:
Visões da política externa brasileira: a contribuição de Oliveira Lima
6. O Brasil e o mundo: alianças e preferências continentais
(visão geral das concepções diplomáticas de OL, com base nas suas várias obras publicadas, escritos jornalísticos e papéis pessoais)
7. O Brasil e os Estados Unidos: autonomia e aproximação
(relações americanas, doutrina Monroe, o papel dos EUA no contexto regional e internacional, relações com o Brasil; ver arquivos diplomáticos e os ofícios produzidos por OL)
8. Diplomacia regional: o cone sul e as repúblicas bolivarianas
(a visão de OL das relações platinas e andinas do Brasil, com destaque para a Argentina: visão hegemônico-imperial ou de cooperação regional?, o papel das grandes potências européias e dos EUA nos problemas regionais; corolário Roosevelt à doutrina Monroe)
9. Diplomacia econômica: promoção comercial avant la lettre
(a renovação do papel econômico do diplomata, em complemento ao mandato consular, e as funções de apoio à atividade exportadora pelo MRE)
10. Direito internacional e emergência do multilateralismo
(questões da paz e segurança internacional , meios pacíficos de solução de conflitos: as conferências de paz da Haia, conferências americanas, a opção pelo arbitramento e os problemas do equilíbrio regional)
11. Diplomacia funcional: o diplomata e a modernização do serviço exterior
(críticas de OL à estrutura e funcionamento da diplomacia brasileira: antecipação de mudanças ou irrelevância funcional?)
Terceira Parte:
Duas épocas da política externa brasileira: modernidade de Oliveira Lima?
12. O Brasil e os grandes atores: Europa, Argentina, Estados Unidos, Japão
(as posições de OL são relevantes para a nossa época?)
13. O Brasil e a cooperação regional: do conflito à integração
(da desconfiança à de aliança e integração: OL antecipou algo?)
14. Diplomacia econômica: emergência e afirmação de um estilo diplomático
(das conferências americanas ao multilateralismo econômico contemporâneo)
15. Conclusões: podemos aprender algo com Oliveira Lima, ainda hoje?
(lições, ensinamentos, equívocos de OL; sua utilidade para a diplomacia brasileira na perspectiva do século XXI)
Quarta Parte:
Antologia de Oliveira Lima?
1) Nos Estados Unidos, impressões politicas e sociaes (Leipzig, F. A. Brockhaus, 1899; 524 p.) (trechos)
2) Panamericanismo (Monroe – Bolivar – Roosevelt)
(Rio de Janeiro [etc.] H. Garnier, 1907; 342 p.) (trechos)
3) América Latina e América Inglesa: a evolução Brasileira comparada com a Anglo-Americana (Rio de janeiro. Livraria Garnier [1914?] (trechos)
4) “O Panamericanismo e a Liga das Nações” in Boletim da União Pan-Americana,
Washington: ano XX, nº 3, março 1921, p. 154-169 (trechos)
Apêndice:
Cronologia da vida e da obra de OL e etapas da política externa brasileira
Fontes e bibliografia:
Fontes primárias (arquivos diplomáticos, papéis e manuscritos OL, depoimentos da época
Fontes impressas e publicadas (relatórios do MRE, jornais e periódicos contemporâneos)
Obras de Oliveira Lima
Fontes secundárias (obras sobre Oliveira Lima e a diplomacia brasileira)
Obras gerais
4. Programa de trabalho:
(a ser definido em função da aceitação do projeto)
5. Relação de colaboradores e de suas atribuições:
Assistente de pesquisa (a ser definido entre alunos de mestrado)
6. Estimativa de despesas:
1. Remuneração do autor: R$ 3.000,00
2. Assistente de pesquisa, três meses (R$ 1.000,00 por mês = R$ 3.000,00)
3. Secretária-digitadora, um mês: R$ 700,00
4. Pesquisas no Arquivo Diplomático do RJ, passagens e diárias: R$ 2.000,00
Total: R$ 8.700,00
7. Cronograma de atividades:
( a ser definido em função da aceitação do projeto)
8. Curriculum abreviado do autor:
Paulo Roberto de Almeida é doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas, mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia e diplomata de carreira desde 1977. Tem atuado como professor convidado em diversas instituições brasileiras e estrangeiras e é pesquisador autônomo em temas de história diplomática brasileira e de relações econômicas internacionais. Publicou inúmeros trabalhos e diversos livros nessas áreas, com destaque para o processo de integração regional, o multilateralismo econômico e a diplomacia econômica do Brasil (ver principais publicações e outros dados do autor em www.pralmeida.org).
9. Estimativa do número de páginas (texto e ilustrações):
350 a 400 pp. (poucas ilustrações)
Brasília, 7 de julho de 2004
domingo, 21 de setembro de 2008
920) Hayek sobre as limitações humanas na antecipação do futuro
O filósofo austriaco e prêmio Nobel de economia Friedrich Hayek já figura neste blog, em posição preeminente (ver coluna da direita) sobre a melhor atitude a se adotar em relação aos dogmaas humanos. Agora ele comparece com uma seleção de frases coletadas pelo economista brasileiro Rodrigo Constantino a propósito da liberdade humana e a visão de futuro.
"Human reason can neither predict nor deliberately shape its own future. Its advances consist in finding out where it has been wrong."
"To make the best available knowledge at any given moment the compulsory standard for all future endeavor may well be the most certain way to prevent new knowledge from emerging."
"Freedom granted only when it is known beforehand that its effects will be beneficial is not freedom."
"Our freedom is threatened in many fields because of the fact that we are much too ready to leave the decision to the expert or to accept too uncritically his opinion about a problem of which he knows intimately only one little aspect."
"It is his concern with the impersonal process of society in which more knowledge is utilized than any one individual or organized group of human beings can possess that puts the economists in constant opposition to the ambitions of other specialists who demand powers of control because they feel that their particular knowledge is not given sufficient consideration."
"Most of the advantages of social life, especially in its more advanced forms which we call 'civilization', rest on the fact that the individual benefits from more knowledge than he is aware of."
"It would be an error to believe that, to achieve a higher civilization, we have merely to put into effect the ideas now guiding us; if we are to advance, we must leave room for a continuous revision of our present conceptions and ideals which will be necessitated by further experience."
"Liberty is essential in order to leave room for the unforeseeable and unpredictable."
"Humiliating to human pride as it may be, we must recognize that the advance and even the preservation of civilization are dependent upon a maximum of opportunity for accidents to happen."
"Human reason can neither predict nor deliberately shape its own future. Its advances consist in finding out where it has been wrong."
"To make the best available knowledge at any given moment the compulsory standard for all future endeavor may well be the most certain way to prevent new knowledge from emerging."
"Freedom granted only when it is known beforehand that its effects will be beneficial is not freedom."
"Our freedom is threatened in many fields because of the fact that we are much too ready to leave the decision to the expert or to accept too uncritically his opinion about a problem of which he knows intimately only one little aspect."
"It is his concern with the impersonal process of society in which more knowledge is utilized than any one individual or organized group of human beings can possess that puts the economists in constant opposition to the ambitions of other specialists who demand powers of control because they feel that their particular knowledge is not given sufficient consideration."
"Most of the advantages of social life, especially in its more advanced forms which we call 'civilization', rest on the fact that the individual benefits from more knowledge than he is aware of."
"It would be an error to believe that, to achieve a higher civilization, we have merely to put into effect the ideas now guiding us; if we are to advance, we must leave room for a continuous revision of our present conceptions and ideals which will be necessitated by further experience."
"Liberty is essential in order to leave room for the unforeseeable and unpredictable."
"Humiliating to human pride as it may be, we must recognize that the advance and even the preservation of civilization are dependent upon a maximum of opportunity for accidents to happen."
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
919) Livre acesso a periodicos academicos
Um diretorio de revistas acadêmicas de livre acesso
http://www.doaj.org/
Welcome to the Directory of Open Access Journals.
This service covers free, full text, quality controlled scientific and scholarly journals.
There are now 3611 journals in the directory.
Currently 1249 journals are searchable at article level.
As of today 208.720 articles are included in the DOAJ service.
Subjects:
Agriculture and Food Sciences
Arts and Architecture
Biology and Life Sciences
Business and Economics
Chemistry
Earth and Environmental Sciences
General Works
Health Sciences
History and Archaeology
Languages and Literatures
Law and Political Science
Mathematics and Statistics
Philosophy and Religion
Physics and Astronomy
Science General
Social Sciences
Technology and Engineering
http://www.doaj.org/
Welcome to the Directory of Open Access Journals.
This service covers free, full text, quality controlled scientific and scholarly journals.
There are now 3611 journals in the directory.
Currently 1249 journals are searchable at article level.
As of today 208.720 articles are included in the DOAJ service.
Subjects:
Agriculture and Food Sciences
Arts and Architecture
Biology and Life Sciences
Business and Economics
Chemistry
Earth and Environmental Sciences
General Works
Health Sciences
History and Archaeology
Languages and Literatures
Law and Political Science
Mathematics and Statistics
Philosophy and Religion
Physics and Astronomy
Science General
Social Sciences
Technology and Engineering
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
918) Indigenismo: uma utopia ingenua, e talvez perigosa, ou pelo menos equivocada...
Um excelente artigo de um sociólogo latino-americano, vivendo nos EUA, sobre o indigenismo (ou talvez fosse o caso de dizer: sobre a ideologia indigenista).
Acredito que o presidente boliviano Evo Morales faria bem em ler este artigo, mas acredito também que ele não iria gostar...
Reflections from Latin America
Indigenism and Economics
Ibsen Martinez*
September 1, 2008
In some of my articles on Latin America I have used the word "indigenism".
Last April, I received a courteous e-mail from my editor. I cannot resist quoting an excerpt:
As an ordinary American, I don't know very well what it ['indigenism'] means or connotes. It's apparently a term that has come to have a lot of connotations in Latin America. To a native English-speaking reader like myself trying to make sense of it, the word 'indigenous' suggests native peoples—that is, the people who inhabited Latin America before the Spanish explorers ever arrived there. A word like 'indigenism' might suggest that they—the people who lived there before the Spanish ever arrived—should have greater influence in modern politics. But obviously the fact that there is a new word also suggests that maybe the word means something more complex and modern—for example, that there is a modern culture, perhaps intertwined, involving both the originally-indigenous peoples and whatever influences have occurred since.
I looked the word up in several English dictionaries and all I could find was "indigenous", "indigenizing" or even "indigenization". Obviously, "indigenism", at least as I have used it in my past columns, is an ambiguous cognate meaning something complex and modern, as my editor suggests. Something that has many connotations in our region, too. And something that runs deep in the minds of millions of ordinary Latin Americans in many countries like Mexico, Brazil, Paraguay and the Andean countries of Ecuador, Peru and Bolivia.
All together, they have a population of more than 300 million people. And in each one of these countries various forms of indigenism thrive with disparate consequences for their economies.
Instead of a single paragraph, I decided to write a full article on indigenismo. I thought that it might help me get a better grasp of one of the most perplexing Spanish words currently used throughout Latin America by politicians, scholars, journalists, talk-show hosts and, at times, even by truly indigenous persons. I shall try to delve as best as I can into what indigenismo entails when it comes down to Latin American economic matters.
The VOX General Dictionary of Spanish defines indigenismo as
1. The study and extolling of the ancient cultural traits of autochthonous peoples of [Latin] America that have become part of the local European civilization,
2. Political doctrine aimed at vindicating both indigenous and mestizo people's rights
3. Any Spanish American idiomatic expression that appropriates any indigenous word's common usage.
All three entries are essentially correct, but I would also point out that indigenism was primarily an opinion current favorable to the autochthonous peoples that attained great influence as far back as the 16th century. Thus, it is not a modern concept.
Yet, this ancient humanist-inspired current, however diffuse, has been permanent ever since the first contacts between Europeans and the indigenous peoples of South America to this day. Columbus' first idealized depictions of the population he had just met this side of the Atlantic clearly deserve to be held as the earliest products of Latin American indigenism.
First conceived and nurtured by Catholic priests during the colonial era, indigenism has survived through all the stages of Latin American history. It was kept alive after the Independence by countless associations dedicated to protect the indios and it cannot distinctly be identified with any particular social class.
Of course, indigenism drags the burden of the conquistadores's bad conscience as well as that of the criollos—white settlers of Spanish descent—and mestizos in face of the aboriginal populations' backwardness and sufferings. Indigenism, however, has seldom placated that everlasting bad conscience.
Furthernore, indigenism is also a literary, artistic and political movement that began developing itself during the second half of the 19th century in many of our newly-born "republics". It those times it was clear to many intellectuals and politicians that, even after independence, segregation of the indios from the mainstream society hindered the foundation of true nations.
One of the paradoxes involved in Latin American indigenism lies in the fact that, more often than not, it has been a white meditation on the indio, usually written in the conqueror's language, Spanish.
Subcomandante Marcos, the witty and masked leader of the zapatista guerilla in Chiapas, Mexico, is an apt example of this paradox: he is a sociologist of white upper middle-class origins and a prolific indigenista essayist, too. From another point of view, Peruvian writer Mario Vargas Llosa affirms in his book Archaic Utopia (1996) that current Latin American indigenism, such as the one represented by Marcos, is still mostly a "European mythologizing" of Rousseau's "good savage". Still, ever since independence from Spain was attained, indigenism has posed some very difficult questions to our societies.
How to eliminate ethnic and cultural differences that kept the various constituents of the population apart—the indios, the white creole elite, and the mestizo—so that they could merge in a society that could truly be called a nation? How to absorb the aboriginal otherness into the fabric of a nationality? At the same time, how to assert any common national identity based exclusively on aboriginal values and mores?
These are just a few of the contradictions indigenism tried to solve during the 19th and 20th centuries. But if there is something that remains clear it is that the 21st century's Latin American indigenism is tightly connected with all forms of nationalist radical populism. Henri Favre, a respected French expert on the subject, goes as far as saying that "indigenism is the most privileged form of nationalism in Latin America".1
In a sense, Latin American ongoing indigenism is the flip side of globalization. In terms of its application to history, it attempts to invent an aboriginal "collectivist tradition" and retain it as something essentially different from other cultures and societies, to build a estate-oriented, populist ideology on such a tradition.
To be true, today there are as many indigenist currents in Latin American as there are countries where the indigenous population is significantly large.
The Mexican revolution ( 1910-1920) was the great period of intellectual and artistic indigenism in Latin America. The Mexican muralist movement, embodied in the works of José Clemente Orozco or Diego Rivera, became, in the eyes of many other Latin American artists, something worthy of imitation. The same can be said of the various literary indigenista trends—in essays, novels and poetry—that spread out in Latin America during the first half of the 20th century. But it was radical politics what cleared the way to transform indigenism in a major political force throughout the region.
1927 was a good year for both the New York Yankees and political indigenism in Latin America. José Carlos Mariátegui, a brilliant Peruvian Marxist writer, began publishing a series of essays asserting, for the first time in Latin American intellectual history, that indigenism should be inseparable from socialism.
According to Mariátegui, only a Marxist-oriented collectivism could successfully replace feudal and capitalist societies in the Andean countries —Ecuador, Peru, Bolivia—and bring justice and welfare to the descendants of the ancient Incan Empire.
Neither [European] civilizaton nor the white man's alphabet—he wrote—will upbring the indigenous soul. The myth, the idea of a socialist revolution will. The indio's only hope must be revolutionary.
The Marxist perspective that Latin American indigenism acquired ever since misrepresents pre-Hispanic indigenous communities as collective and philanthropic "good savage" societies. Furthermore, it posits the impossibility of founding democratic and liberal institutions on "feudal and neocolonial economies".
To deny Spanish atrocities during the Conquest period would be as loathsome as denying the Holocaust. But it is just as deceitful to describe pre-Hispanic societies as egalitarian Utopias.
Yet, more than eighty years after Mariátegui's book was first published, a diversity of indigenisms thrives throughout the continent. Certainly, it is more nuanced in those countries where mestizaje—a Spanish word that refers to peoples of mixed race—is a distinctive trait of their societies, such as Colombia or Venezuela. Miscegenation, it would seem, attenuates segregationism and scolds racist attitudes.
Though there have been Mayan Indians guerrillas in Guatemala, especially active during the 1980s, the end of the Cold War extinguished them the same way as it put an end to all Central American civil wars. The Zapatista irregulars in Chiapas, Mexico, might still attract scores of radical U.S. and European tourists, but it never posed a credible threat to Mexican democratic institutions.
Today, indigenism is a major political force only in the Andean countries, a 3 million square-Km region once called Tahuantinsuyo, the greatest and oldest empire ever developed in pre-Hispanic America.
This Incan Empire, as it was also known, was headquartered in the now Peruvian city of Cuzco. Its Pacific coastline stretched for more that 5000 km. When the Spaniards first arrived during the early 15th century, the Incan Empire extended over what now is Ecuador, Peru and Bolivia. At the height of its might, during the 13th century, it comprised large expanses of what now are Colombia and Northern Chile and Argentina. This only fact would explain why indigenism in the Andean countries has morphed into a force that simply will not go away and must be reckoned with.
Nobody can deny that president Evo Morales, who is the first indigenous ruler of after 500 hundred years of Bolivian history, represents a majority of his country's indigenous population.
According to a 2001 official census, 45 percent out of a total of some 8 million inhabitants consider themselves to be pueblos originarios—native peoples. They all sit on South America's second-biggest gas reserves. Yet, excepting Haiti, Bolivia is undeniably one of the most unequal countries in Latin America.
Mr. Morales is intent in having a new constitution approved via referendum. His "indigenous constitution", as it is called, vindicates the same fictional ancient forms of pre-Hispanic collectivism that, according to Mariátegui, chastized personal profit and produced wealth for all.
The irony of it is that a majority of followers of Mr. Morales simply cannot imagine that Tahuantinsuyo was in fact a ruthless theocracy, a tyrannical regime with an economy based on slave work. Furthermore, they reject the idea that integrating into a globalized world economy should not necessarily imply bowing to any foreign imperialism.
Should Mr. Morales go his way, his constitution would only strengthen presidential powers and embed a state-led socialist economy.
For all its philanthropic ideals, indigenism has only made it more difficult to attain true economic growth and it has done so just when the Andean countries should be going through the best of its times.
Notes:
1 Henri Favre, L'Indigenisme, Presses Universitaires de France, Col. Que sais-je?, Paris, 1996.
* Ibsen Martinez is a columnist, journalist, and award-winning playwright from Caracas, Venezuela. His writings have appeared in El Nuevo Herald, Miami, Letras Libres, Madrid, and El Pais in Madrid. Since 1995, he has written a weekly column for El Nacional.
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Acredito que o presidente boliviano Evo Morales faria bem em ler este artigo, mas acredito também que ele não iria gostar...
Reflections from Latin America
Indigenism and Economics
Ibsen Martinez*
September 1, 2008
In some of my articles on Latin America I have used the word "indigenism".
Last April, I received a courteous e-mail from my editor. I cannot resist quoting an excerpt:
As an ordinary American, I don't know very well what it ['indigenism'] means or connotes. It's apparently a term that has come to have a lot of connotations in Latin America. To a native English-speaking reader like myself trying to make sense of it, the word 'indigenous' suggests native peoples—that is, the people who inhabited Latin America before the Spanish explorers ever arrived there. A word like 'indigenism' might suggest that they—the people who lived there before the Spanish ever arrived—should have greater influence in modern politics. But obviously the fact that there is a new word also suggests that maybe the word means something more complex and modern—for example, that there is a modern culture, perhaps intertwined, involving both the originally-indigenous peoples and whatever influences have occurred since.
I looked the word up in several English dictionaries and all I could find was "indigenous", "indigenizing" or even "indigenization". Obviously, "indigenism", at least as I have used it in my past columns, is an ambiguous cognate meaning something complex and modern, as my editor suggests. Something that has many connotations in our region, too. And something that runs deep in the minds of millions of ordinary Latin Americans in many countries like Mexico, Brazil, Paraguay and the Andean countries of Ecuador, Peru and Bolivia.
All together, they have a population of more than 300 million people. And in each one of these countries various forms of indigenism thrive with disparate consequences for their economies.
Instead of a single paragraph, I decided to write a full article on indigenismo. I thought that it might help me get a better grasp of one of the most perplexing Spanish words currently used throughout Latin America by politicians, scholars, journalists, talk-show hosts and, at times, even by truly indigenous persons. I shall try to delve as best as I can into what indigenismo entails when it comes down to Latin American economic matters.
The VOX General Dictionary of Spanish defines indigenismo as
1. The study and extolling of the ancient cultural traits of autochthonous peoples of [Latin] America that have become part of the local European civilization,
2. Political doctrine aimed at vindicating both indigenous and mestizo people's rights
3. Any Spanish American idiomatic expression that appropriates any indigenous word's common usage.
All three entries are essentially correct, but I would also point out that indigenism was primarily an opinion current favorable to the autochthonous peoples that attained great influence as far back as the 16th century. Thus, it is not a modern concept.
Yet, this ancient humanist-inspired current, however diffuse, has been permanent ever since the first contacts between Europeans and the indigenous peoples of South America to this day. Columbus' first idealized depictions of the population he had just met this side of the Atlantic clearly deserve to be held as the earliest products of Latin American indigenism.
First conceived and nurtured by Catholic priests during the colonial era, indigenism has survived through all the stages of Latin American history. It was kept alive after the Independence by countless associations dedicated to protect the indios and it cannot distinctly be identified with any particular social class.
Of course, indigenism drags the burden of the conquistadores's bad conscience as well as that of the criollos—white settlers of Spanish descent—and mestizos in face of the aboriginal populations' backwardness and sufferings. Indigenism, however, has seldom placated that everlasting bad conscience.
Furthernore, indigenism is also a literary, artistic and political movement that began developing itself during the second half of the 19th century in many of our newly-born "republics". It those times it was clear to many intellectuals and politicians that, even after independence, segregation of the indios from the mainstream society hindered the foundation of true nations.
One of the paradoxes involved in Latin American indigenism lies in the fact that, more often than not, it has been a white meditation on the indio, usually written in the conqueror's language, Spanish.
Subcomandante Marcos, the witty and masked leader of the zapatista guerilla in Chiapas, Mexico, is an apt example of this paradox: he is a sociologist of white upper middle-class origins and a prolific indigenista essayist, too. From another point of view, Peruvian writer Mario Vargas Llosa affirms in his book Archaic Utopia (1996) that current Latin American indigenism, such as the one represented by Marcos, is still mostly a "European mythologizing" of Rousseau's "good savage". Still, ever since independence from Spain was attained, indigenism has posed some very difficult questions to our societies.
How to eliminate ethnic and cultural differences that kept the various constituents of the population apart—the indios, the white creole elite, and the mestizo—so that they could merge in a society that could truly be called a nation? How to absorb the aboriginal otherness into the fabric of a nationality? At the same time, how to assert any common national identity based exclusively on aboriginal values and mores?
These are just a few of the contradictions indigenism tried to solve during the 19th and 20th centuries. But if there is something that remains clear it is that the 21st century's Latin American indigenism is tightly connected with all forms of nationalist radical populism. Henri Favre, a respected French expert on the subject, goes as far as saying that "indigenism is the most privileged form of nationalism in Latin America".1
In a sense, Latin American ongoing indigenism is the flip side of globalization. In terms of its application to history, it attempts to invent an aboriginal "collectivist tradition" and retain it as something essentially different from other cultures and societies, to build a estate-oriented, populist ideology on such a tradition.
To be true, today there are as many indigenist currents in Latin American as there are countries where the indigenous population is significantly large.
The Mexican revolution ( 1910-1920) was the great period of intellectual and artistic indigenism in Latin America. The Mexican muralist movement, embodied in the works of José Clemente Orozco or Diego Rivera, became, in the eyes of many other Latin American artists, something worthy of imitation. The same can be said of the various literary indigenista trends—in essays, novels and poetry—that spread out in Latin America during the first half of the 20th century. But it was radical politics what cleared the way to transform indigenism in a major political force throughout the region.
1927 was a good year for both the New York Yankees and political indigenism in Latin America. José Carlos Mariátegui, a brilliant Peruvian Marxist writer, began publishing a series of essays asserting, for the first time in Latin American intellectual history, that indigenism should be inseparable from socialism.
According to Mariátegui, only a Marxist-oriented collectivism could successfully replace feudal and capitalist societies in the Andean countries —Ecuador, Peru, Bolivia—and bring justice and welfare to the descendants of the ancient Incan Empire.
Neither [European] civilizaton nor the white man's alphabet—he wrote—will upbring the indigenous soul. The myth, the idea of a socialist revolution will. The indio's only hope must be revolutionary.
The Marxist perspective that Latin American indigenism acquired ever since misrepresents pre-Hispanic indigenous communities as collective and philanthropic "good savage" societies. Furthermore, it posits the impossibility of founding democratic and liberal institutions on "feudal and neocolonial economies".
To deny Spanish atrocities during the Conquest period would be as loathsome as denying the Holocaust. But it is just as deceitful to describe pre-Hispanic societies as egalitarian Utopias.
Yet, more than eighty years after Mariátegui's book was first published, a diversity of indigenisms thrives throughout the continent. Certainly, it is more nuanced in those countries where mestizaje—a Spanish word that refers to peoples of mixed race—is a distinctive trait of their societies, such as Colombia or Venezuela. Miscegenation, it would seem, attenuates segregationism and scolds racist attitudes.
Though there have been Mayan Indians guerrillas in Guatemala, especially active during the 1980s, the end of the Cold War extinguished them the same way as it put an end to all Central American civil wars. The Zapatista irregulars in Chiapas, Mexico, might still attract scores of radical U.S. and European tourists, but it never posed a credible threat to Mexican democratic institutions.
Today, indigenism is a major political force only in the Andean countries, a 3 million square-Km region once called Tahuantinsuyo, the greatest and oldest empire ever developed in pre-Hispanic America.
This Incan Empire, as it was also known, was headquartered in the now Peruvian city of Cuzco. Its Pacific coastline stretched for more that 5000 km. When the Spaniards first arrived during the early 15th century, the Incan Empire extended over what now is Ecuador, Peru and Bolivia. At the height of its might, during the 13th century, it comprised large expanses of what now are Colombia and Northern Chile and Argentina. This only fact would explain why indigenism in the Andean countries has morphed into a force that simply will not go away and must be reckoned with.
Nobody can deny that president Evo Morales, who is the first indigenous ruler of after 500 hundred years of Bolivian history, represents a majority of his country's indigenous population.
According to a 2001 official census, 45 percent out of a total of some 8 million inhabitants consider themselves to be pueblos originarios—native peoples. They all sit on South America's second-biggest gas reserves. Yet, excepting Haiti, Bolivia is undeniably one of the most unequal countries in Latin America.
Mr. Morales is intent in having a new constitution approved via referendum. His "indigenous constitution", as it is called, vindicates the same fictional ancient forms of pre-Hispanic collectivism that, according to Mariátegui, chastized personal profit and produced wealth for all.
The irony of it is that a majority of followers of Mr. Morales simply cannot imagine that Tahuantinsuyo was in fact a ruthless theocracy, a tyrannical regime with an economy based on slave work. Furthermore, they reject the idea that integrating into a globalized world economy should not necessarily imply bowing to any foreign imperialism.
Should Mr. Morales go his way, his constitution would only strengthen presidential powers and embed a state-led socialist economy.
For all its philanthropic ideals, indigenism has only made it more difficult to attain true economic growth and it has done so just when the Andean countries should be going through the best of its times.
Notes:
1 Henri Favre, L'Indigenisme, Presses Universitaires de France, Col. Que sais-je?, Paris, 1996.
* Ibsen Martinez is a columnist, journalist, and award-winning playwright from Caracas, Venezuela. His writings have appeared in El Nuevo Herald, Miami, Letras Libres, Madrid, and El Pais in Madrid. Since 1995, he has written a weekly column for El Nacional.
For more articles by Ibsen Martinez, see the Archive.
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