sábado, 28 de fevereiro de 2009

1029) Aviso aos navegantes: fraude com cartao de credito

Interrompo, por uma vez, minha postagem de temas substantivos sobre relações internacionais ou política externa, para postar um aviso de utilidade pública, que recebi de uma lista.
Considero este tipo de informação suficientemente séria para repassá-la como alerta aos distraídos ou incautos, pois eu mesmo já fui contatado pela minha administradora de cartão de crédito, para confirmar alguma compra mais elevada que eu tinha efetivamente feito anteriormente. Supondo-se que algum balconista mal-intencionado possa atuar para alguma gangue do setor, é plausivel que se possa receber um telefonema do tipo descrito abaixo, ao que obviamente a reação normal será confirmar a compra. Mas, ao fazê-lo, ATENÇÃO para não repassar os dados do cartão...

CRIATIVIDADE EXCEPCIONAL. LEIA, POIS É MUITO BEM FEITO E DIFÍCIL DE PEGAR.

Os ladrões estão cada dia mais criativos!
Você recebe uma chamada e a pessoa diz:
- Estamos ligando do Departamento de Segurança da VISA (por exemplo).
Meu nome é 'Fulano' e meu número de identificação funcional é 'tal'...
- O Sr. comprou 'tal coisa' ( qualquer coisa bem estranha, como um 'dispositivo anti-Telemarketing') no valor de R$ 497,99, de uma empresa em Porto Alegre?
É óbvio que você responde que não, ao que se segue:

- 'Provavelmente, seu cartão foi clonado e estamos telefonando para verificar. Se isto for confirmado, estaremos emitindo um crédito ao seu favor.. Antes de processar o crédito , gostaríamos de confirmar alguns dados: o seu endereço é tal?' (Isto pode ser encontrado facilmente das listas telefônicas via Internet).
Ao você responder que sim, o golpista continua:
- 'Qualquer pergunta que o Sr. tenha, deverá chamar o número 0-800 que se encontra na parte traseira de seu cartão e falar com nosso Departamento de Segurança.
- Por favor, anote o seguinte número de protocolo '...
O bandido lhe dá então um número de 6 dígitos e pede:
- 'O Sr. poderia lê-lo para confirmar?'
Aqui vem a parte mais importante da fraude.
Ele diz então:
- 'Desculpe, mas temos que nos certificar de que o Sr.. está de posse de seu cartão. Por favor, pegue seu cartão e leia para mim o seu número'.
Feito isto, ele continua:
- 'Correto. Agora vire o seu cartão e leia, por favor, os 3 últimos números (ou 4 dependendo do cartão)'.
Estes são os seus 'Números de Segurança' (Pin Number), que você usa para fazer compras via Internet, para provar que está com o cartão!
Depois que você informa os referidos números, ele diz:
- 'Correto! Entenda que era necessário verificar que o seu cartão não estava perdido nem tinha sido roubado, e que o Sr. estava com ele em seu poder. Isso confirma que o seu cartão foi mesmo clonado, infelizmente.
- O Sr. teria alguma outra pergunta?'
Depois que você diz que não, o ladrão agradece e desliga.
Provavelmente, em menos de 10 minutos, uma compra via internet será lançada no seu cartão, e muitas outras, caso você não perceba a fraude até a chegada do extrato..
Como se proteger desta ação criminal?
É quase inútil fazer denuncias à polícia.
Até nos USA é difícil o rastreamento destas ligações.. Caso receba
este tipo de ligação, você pode falar para o bandido desligar que você mesmo fará a ligação para o 0800 da sua operadora.
Mas, mesmo que você desligue, fica claro que a melhor maneira é estar alerta e comunicar a todo o mundo sobre a existência de mais este golpe.
Assim sendo, por favor, passe isto a todos seus amigos ...com Cópia Oculta(CCO).

A informação é a nossa proteção!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

1028) Tamas Szmrecsányi: uma homenagem a um Scholar

Conheci Tamas e com ele interagi em diversas ocasiões. Sou inclusive devedor: lembro-me de ter feito uma aposta com ele a propósito de um resultado eleitoral. Ele ganhou. Eu lhe havia prometido pagar um jantar. Não tivemos a oportunidade de liquidar essa conta, mas pretendo render-lhe minha homenagem no devido momento.
Abaixo, o preito feito por um colega acadêmico.
PRA

Homenagem
Amílcar Baiardi

Desde o dia 16 de fevereiro de 2009 a comunidade científica brasileira se vê desfalcada de um de seus membros mais ativos, o professor da Unicamp Tamás József Márton Károly Szmrecsányi.

Tamás foi um intelectual completo e também um "institutional builder" de porte, além de uma figura humana extraordinária. Gerações de estudantes de graduação e de pós-graduação foram seus alunos. Teve dezenas de orientandos de mestrado e doutorado e também foi confrade de milhares de afiliados de associações científicas que ele criou ou ajudou a criar.

Nas atividades de pesquisa, do mesmo modo, conviveu com centenas de pares, destacando-se pela liderança espontânea, pela capacidade de contribuir e de criticar de forma sempre construtiva.

Húngaro de nascimento e brasileiro por opção, Tamás acompanhou seus pais que imigraram para o Brasil após a Segunda Guerra Mundial, indo viver na cidade de SP. Concluiu nesta cidade seus estudos secundários e muito cedo se familiarizou com o idioma português, a ponto de ser redator de jornais e revistas de grande circulação.

Graduou-se em Filosofia pela Universidade de SP em 1961, concluiu o mestrado em Economia pela New School for Social Research, de Nova Iorque, em 1969, o doutorado em Economia pela Universidade Estadual de Campinas, em 1976, e, finalizando sua titulação acadêmica, realizou a tese de livre docência, também pela Unicamp, em 1985.

Tamás foi professor da USP, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), e na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), e da Unicamp, no Instituto de Economia (IE) e no Instituto de Geociências (IG).

Sua última função de docência foi a de professor titular de História Social da Ciência e da Tecnologia no IG-Unicamp, onde se aposentou em 2001, mas ali permaneceu como professor e pesquisador voluntário, colaborando igualmente na editora dessa Universidade. No exterior, Tamás foi professor associado, visiting fellow, no Latin American Centre do St. Antony's College da University of Oxford, ocupando a cátedra Sergio Buarque de Holanda, em 1990, professor visitante da Universidade de Toulouse 1, em 1991/92, e da Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales, Flacso, Equador, em 1995.

Atuou como pesquisador da Fapesp e do CNPq e na USP colaborou com o Instituto de Estudos Avançados, como membro da Comissão de Assuntos Internacionais e do Conselho Editorial da revista do IEA.

Tamás foi autor de inúmeros livros e capítulos de livros e de centenas de artigos e "papers" publicados no Brasil, Estados Unidos, França, Inglaterra, México, Argentina, Colômbia e Equador. No campo editorial sua contribuição foi extraordinária, tendo sido fundador de periódicos científicos, membro de conselhos editoriais de revistas científicas nacionais e internacionais, membro de conselhos de editoras, diretor e organizador de coleções de História do Brasil e de História Econômica Brasileira em vários períodos, além de coautor, tradutor, prefaciador e apresentador de numerosos trabalhos científicos e de divulgação científica.

Na área de associativismo científico, Tamás foi protagonista da criação da Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE), sendo seu primeiro presidente e conselheiro vitalício. Também foi membro, especialmente ativo no âmbito da América Latina, do Comitê Executivo da International Economic History Association.

Em alguns casos foi coadjuvante de criação e reestruturação de associações como a SBHC, Abra, Abep, Sober, SBPC, Ordem dos Economistas de SP etc, bem como membro de várias associações internacionais, entre elas a Associação Mexicana de História Econômica.

Tamás deu aos que lhe conheceram os melhores exemplos na esfera do fazer ciência e no âmbito das relações humanas. Deixa no mundo acadêmico uma lacuna difícil de ser preenchida.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

1027) A velha fábula de Noé, atualizada

Não sou responsável pela atualização maldosa desta velha parábola bíblica, que recebi, como acontece com todos hoje em dia, pela internet, de conhecidos e colegas de lista.
Acho que se comete um abuso com nossas autoridades tão responsáveis e precavidas, sobretudo com nossos representantes politicos, sempre preocupados com o bem comum.
Em todo caso, não recebi autorização para mudar a história, nem tenho inspiração para fazê-lo, portanto segue tal qual recebida...
PRA

Arca de Noé (versão adaptada)

Um dia, o Senhor chamou Noé que morava no Brasil e ordenou-lhe: "Dentro de 6 meses, farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que todo o Brasil seja coberto pelas águas. Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal. Vai e constrói uma arca de madeira."
No tempo certo, os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu. Noé chorava, ajoelhado no quintal de sua casa, quando ouviu a voz do Senhor soar furiosa, entre as nuvens: "Onde está a arca, Noé?"
"Perdoe-me, Senhor, suplicou o homem. Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas: Primeiro tentei obter uma licença da Prefeitura, mas para isto, além das altas taxas para obter o alvará, me pediram ainda uma contribuição para a campanha do PT para eleição do prefeito. Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui empréstimo, mesmo aceitando aquelas taxas de juros. O corpo de bombeiros exigiu um sistema de prevenção de incêndio, mas consegui contornar, subornando um funcionário."
E Noé prosseguiu: "Começaram então os problemas com o IBAMA para a extração da madeira. Eu disse que eram ordens Suas, mas eles só queriam saber se eu tinha um Projeto de Reflorestamento e um tal de Plano de Manejo. Neste meio tempo eles descobriram também uns casais de animais guardados em meu quintal. Além da pesada multa, o fiscal falou em "Prisão Inafiançável" e eu acabei tendo que mata-lo, porque, para este crime a lei é mais branda."
"Quando resolvi começar a obra, na raça, apareceu o CREA e me multou porque eu não tinha um engenheiro naval responsável pela construção. Depois apareceu o Sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano.Veio em seguida a Receita Federal, falando em "sinais exteriores de riqueza" e também me multou."
"Finalmente, quando a Secretaria do Meio Ambiente pediu o Relatório de Impacto Ambiental sobre a zona a ser inundada,mostrei o mapa do Brasil. Aí, quiseram me internar num hospital psiquiátrico!- Sorte que o INSS estava de greve".
Noé terminou o relato chorando, mas notou que o céu clareava e perguntou: "Senhor, então não irás mais destruir o Brasil? "Não! - respondeu a Voz entre as nuvens - pelo que ouvi de ti, Noé, cheguei tarde! O PT já se encarregou de fazer isso por mim!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

1026) Educacao: direito, dever, ou o quê?

Educação ao contrário
Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 27 de janeiro de 2009

Clicando no Google a palavra “Educação” seguida da expressão “direito de todos”, encontrei 671 mil referências. Só de artigos acadêmicos a respeito, 5.120. “Educação inclusiva” dá 262 mil respostas. Experimente clicar agora “Educar-se é dever de cada um”: nenhum resultado. “Educar-se é dever de todos”: nenhum resultado. “Educar-se é dever do cidadão”: nenhum resultado.

Isso basta para explicar por que os estudantes brasileiros tiram sempre os últimos lugares nos testes internacionais. A idéia de que educar-se seja um dever jamais parece ter ocorrido às mentes iluminadas que orientam (ou desorientam) a formação (ou deformação) das mentes das nossas crianças.

Eis também a razão pela qual, quando meus filhos me perguntavam por que tinham de ir para a escola, eu só conseguia lhes responder que se não fizessem isso eu iria para a cadeia; que, portanto, deveriam submeter-se àquele ritual absurdo por amor ao seu velho pai. Jamais consegui encontrar outra justificativa. Também lhes recomendei que só se esforçassem o bastante para tirar as notas mínimas, sem perder mais tempo com aquela bobagem. Se quisessem adquirir cultura, que estudassem em casa, sob a minha orientação. Tenho oito filhos. Nenhum deles é inculto. Mas o mais erudito de todos, não por coincidência, é aquele que freqüentou escola por menos tempo.

A idéia de que a educação é um direito é uma das mais esquisitas que já passaram pela mente humana. É só a repetição obsessiva que lhe dá alguma credibilidade. Que é um direito, afinal? É uma obrigação que alguém tem para com você. Amputado da obrigação que impõe a um terceiro, o direito não tem substância nenhuma. É como dizer que as crianças têm direito à alimentação sem que ninguém tenha a obrigação de alimentá-las. A palavra “direito” é apenas um modo eufemístico de designar a obrigação dos outros.

Os outros, no caso, são as pessoas e instituições nominalmente incumbidas de “dar” educação aos brasileiros: professores, pedagogos, ministros, intelectuais e uma multidão de burocratas. Quando essas criaturas dizem que você tem direito à educação, estão apenas enunciando uma obrigação que incumbe a elas próprias. Por que, então, fazem disso uma campanha publicitária? Por que publicam anúncios que logicamente só devem ser lidos por elas mesmas? Será que até para se convencer das suas próprias obrigações elas têm de gastar dinheiro do governo? Ou são tão preguiçosas que precisam incitar a população para que as pressione a cumprir seu dever? Cada tostão gasto em campanhas desse tipo é um absurdo e um crime.

Mais ainda, a experiência universal dos educadores genuínos prova que o sujeito ativo do processo educacional é o estudante, não o professor, o diretor da escola ou toda a burocracia estatal reunida. Ninguém pode “dar” educação a ninguém. Educação é uma conquista pessoal, e só se obtém quando o impulso para ela é sincero, vem do fundo da alma e não de uma obrigação imposta de fora. Ninguém se educa contra a sua própria vontade, no mínimo porque estudar requer concentração, e pressão de fora é o contrário da concentração. O máximo que um estudante pode receber de fora são os meios e a oportunidade de educar-se. Mas isso não servirá para nada se ele não estiver motivado a buscar conhecimento. Gritar no ouvido dele que a educação é um direito seu só o impele a cobrar tudo dos outros – do Estado, da sociedade – e nada de si mesmo.

Se há uma coisa óbvia na cultura brasileira, é o desprezo pelo conhecimento e a concomitante veneração pelos títulos e diplomas que dão acesso aos bons empregos. Isso é uma constante que vem do tempo do Império e já foi abundantemente documentada na nossa literatura. Nessas condições, campanhas publicitárias que enfatizem a educação como um direito a ser cobrado e não como uma obrigação a ser cumprida pelo próprio destinatário da campanha têm um efeito corruptor quase tão grave quanto o do tráfico de drogas. Elas incitam as pessoas a esperar que o governo lhes dê a ferramenta mágica para subir na vida sem que isto implique, da parte delas, nenhum amor aos estudos, e sim apenas o desejo do diploma.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

1025) Mais uma falacia academica comentada

Tenho uma lista preliminar de 20 ou 30 'falácias' para comentar, que vou elaborar progressivamente. Mais recentemente foi publicada a quinta da série:

O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres

“Falácias acadêmicas, 5" (Brasília, 20 janeiro 2009, 11 p., 1976)
Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang. Publicado em Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009; link). Relação de Publicados n. 889.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

1024) Pausa para os avancos fantasticos da ciencia

Tenho o prazer de transcrever, abaixo, algumas descobertas geniais do nosso espírito científico, graças ao espírito atilado de nossos jovens estudantes. Mas, que eles não sejam os únicos responsáveis por esses avanços inacreditáveis da ciência (made in Brazil): eles devem certamente ter recebido a enorme colaboração de professores abnegados.
Acredito que seja isso: ignorância não se improvisa: é uma obra pacientemente construída, que deveria merecer algum prêmio IgNobel coletivo...
-------------
Paulo Roberto de Almeida

As melhores frases dos piores estudantes
(PRA: Certamente uma maldade; aposto como metade dessas frases pertence a professores...)

O metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre e pro cálculo dar certo arredondaram a Terra!

O cérebro humano tem dois lados, um pra vigiar o outro.

O cérebro tem uma capacidade tão espantosa que hoje em dia, praticamente, todo mundo tem um.

Quando o olho vê ele num sabe o que tá vendo, ele manda uma foto elétrica pro célebro que explica pra ele.

Nosso sangue divide-se em glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e até verdes!

Nas olimpíadas a competição é tanta que só cinco atletas chegam entre os dez primeiros.

O piloto que atravessa a barreira do som nem percebe, porque não escuta mais nada.

O teste do carbono 14 nos permite saber se antigamente alguém morreu.

Antes mesmo da guerra a mercedes já fabricava volkswagen.

Pedofilia é o nome que se dá ao estudo dos pêlos.

O pai de D.Pedro II era D.Pedro I e de D.Pedro I era D Pedro 0

Nos aviões, os passageiros da primeira classe sofrem menos acidentes que os da classe econômica. (PRA: essa desigualdade de classes só acontece nos avioes capitalistas, por supuesto...)

O índice de fecundidade deve ser igual a 2 pra garantir a reprodução das espécies pois precisa-se de um macho e uma fêmea pra fazer o bêbe. Pode até ser 3 ou 4, mas bastam 2.

O homossexualismo ao contrário do que todos imaginam não é uma doença, mas ninguém quer pegar!

Em 2020 a previdência não terá mais dinheiro pra pagar os aposentados graças à quantidade de velhos que se recusam a morrer.

O verme conhecido como solitária é um molusco que mora no interior mas é muito sozinho.

Na segunda guerra mundial toda a europa foi vítima da barbie (barbárie) nasista.

Cada vez mais as pessoas querem conhecer sua família através da árvore ginecológica.

O hipopótamo comanda o sistema digestivo e o hipotálamo é um bicho bem perigoso.

A Terra se vira nela mesma, e esse difícil movimento denomina-se arrotação.

Lenini e Stalone eram grandes figuras do comunismo na Rússia.

Uma tonelada pesa pelo menos 100Kg de chumbo.

Quando os egípcios viam a morte chegando se disfarçavam de múmia.

Uma linha reta deixa de ser reta quando pega uma curva.

O aço é um metal muito mais resistente que a madeira.

O porco é assim chamado porque é nojento.

A fundação do Titanic serve pra mostrar a agressividade dos ice-bergs.

Pra fazer uma divisão basta multiplicar subtraindo.

A água tem uma cor inodora.

O telescópio é um tubo que nos permite ver televisão de bem longe.

O Marechal Deodoro da Fonzeca é conhecido principalmente pois está no dicionário.

A idade da pedra começa com a invenção do Bronze.

O sul foi colocado embaixo do norte pois é mais cômodo.

Os rios podem escolher em desembocar no mar ou na montanha.

A luta greco-romana causou a guerra entre esses dois países.

Os escravos dos romanos eram fabricados na áfrica, mas não eram de boa qualidade.

O tabaco é uma planta carnívora que se alimenta de pulmões.

Na idade média os tratores eram puxados por bois, pois não tinham gasolina.

A baleia é um peixe mamífero encontrado em abundância nos nossos rios.

A maconha deve ser proibida quando há flagrante.

Quando dois átomos se encontram, dá a maior merda.

Princípio de Arquimedes: todo corpo mergulhado na água, sai completamente molhado.

Newton foi um grande ginecologista e obstetra europeu que regulamentou a lei da gravidez e estudou os ciclos de Ogino-Knaus.

Pergunta: Em quantas partes se divide a cabeça?
Resposta: Depende da força da cacetada.

Trompa de Eustáquio é o instrumento musical de sopro, inventado pelo grande músico belga Eustáquio, de Bruxelas.

Parasitismo é o fato de um não trabalhar e vivendo a dar 'mordidas' nos outros, de dinheiro, cigarros e outros bens materiais.

Ecologia é o estudo dos ecos, isto é, da ida e vinda dos sons.

Biologia é o estudo da saúde. E para beneficiar a saúde é que o Dr.Fontoura inventou o biotônico.

As constelações servem para esclarecer a noite.

No começo os índios eram muito atrazados mas com o tempo foram se sifilizando.

O Convento da Penha foi construído no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do morro.

A História se divide em 4: Antiga, Média, Momentânea e Futura, a mais estudada hoje

Bigamia era uma espécie de carroça dos gladiadores, puchada por dois cavalos.

As aves tem na boca um dente chamado bico.

A terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados no mundo.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

1023) Ser diplomata: para os candidatos à carreira

Um correspondente interessado na carreira diplomática escreveu-me hoje, 7.02.2009, para dizer que tinha se sentido inspirado por um texto meu, de quase três anos atrás, do qual eu sequer me lembrava mais.
Como pode eventualmente interessar a outros, e como ele tinha sido apenas objeto de palestra e divulgação muito discreta em meu site pessoa, acredito que uma nova transcrição facilite o conhecimento e a leitura por um número maior de eventuais interessados na carreira.
Eis a ficha do trabalho, seguida do próprio:
1591. “O Ser Diplomata: Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional”, Brasília, 2 maio 2006, 3 p. Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais, na vertente diplomacia. Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4/05/2006 (anúncio). Disponível no site pessoal (link).

O Ser Diplomata
Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional


Paulo Roberto de Almeida
(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)
Reflexões sobre a profissionalização em relações internacionais,
na vertente diplomacia, para palestra em 4 de maio de 2006
(Ciclo de Debates da Pacta Consultoria, Brasília, dia 4/05, às 19h30).


1) Não se é diplomata, acredito, como se é economista, ou advogado, ou médico. Nós, diplomatas, não pertencemos a nenhuma guilda medieval, a nenhuma corporação de ofício, a nenhuma ordem feita de requisitos estanques, ainda que muitos nos comparem a uma casta, ou a um estamento social, numa acepção bem mais difusa deste conceito weberiano. Ou seja, ser diplomata não é simplesmente uma questão de profissão; é uma vocação, uma questão de status, quase que uma missão, o chamado calling, examinado por Weber em seu famoso estudo sobre a ética protestante e o espírito do capitalismo.
2) Ser diplomata não é apenas uma questão de nomadismo, de gostar de viajar ou de viver fora do país; ser diplomata é ser, antes de mais nada, um ser com raízes na sua terra, um servidor público na acepção mais completa dessa palavra, um funcionário do Estado, antes que de um governo e, como tal, estar identificado com a nação ou com a sociedade da qual se emergiu, na qual nos formamos e para a qual desejamos legar uma situação melhor do que aquela que recebemos de nossos pais e antecessores.
3) Ser diplomata não resulta, simplesmente, de um treinamento ad hoc, adquirido num desses cursinhos preparatórios de seis meses ou um ano, feitos de muita decoreba, alguma simulação para os exames e uma leitura sôfrega da bibliografia recomendada, por mais que ela seja ampla. Ser diplomata resulta de uma preparação de longo curso, adquirida no contato constante com uma cultura superior à da média da sociedade, no cultivo da leitura descompromissada com a aquisição de qualquer saber instrumental, resulta da curiosidade atemporal por todas as culturas e sociedades, passadas ou presentes e, sobretudo, da contemplação ativa da realidade, daquilo que um dramaturgo brasileiro famoso, Nelson Rodrigues, chamava de “a vida como ela é”.
4) Ser diplomata não é estar ou viver obcecado pela diplomacia, fazer dessa atividade o seu último ou supremo objetivo de vida, a sua única ocupação possível ou imaginável, sem outros afazeres ou hobbies. Ser diplomata, ser um bom diplomata significa, também, fazer algo mais no seu itinerário de vida, ter uma outra ocupação, uma distração, um divertissement, ou hobby, outras obsessões e amores na existência, de maneira a poder enfrentar a diversidade da vida, inclusive os altos e baixos da própria diplomacia, quando descobrimos que nem todo diplomata é exatamente um diplomata, naquela acepção que emprestamos ao termo. Ser um bom diplomata é se ver imaginando que, “se eu não fosse diplomata, o que mais, exatamente, eu gostaria de ser?; de onde mais eu poderia tirar motivos de satisfação, aonde mais eu poderia colaborar, com pleno gosto, com a sociedade na qual me formei, no país onde vivo?”. Se soubermos bem responder a esta questão, “o que eu faria se não fosse diplomata?”, já se tem meio caminho andado para ser um bom diplomata...
5) Ser diplomata é saber se colocar acima das paixões e dos modismos do presente, transcender interesses políticos conjunturais, em favor de uma visão de mais longo prazo, afastar posições partidárias ou de grupos e movimentos com inserção parcial ou setorial na sociedade, em favor de uma visão nacional e uma perspectiva de mais longo prazo. Significa, sobretudo, contrapor às preferências ideológicas pessoais, ou de grupos momentaneamente dominantes, ou dirigentes, uma noção clara do que sejam os interesses nacionais permanentes.

Muito bem, uma vez dito o que acabo de expor, o que mais eu poderia dizer a vocês, ávidos de uma legítima curiosidade sobre os segredos da carreira diplomática, sobre o que é ser diplomata, enquanto profissão, enquanto vocação?
É claro que tudo começa em poder ser diplomata, em poder ingressar na carreira, em passar pelo crivo dos exames de entrada, dos requisitos de desempenho na soleira da profissão, ou seja, ultrapassar a porteira da entrada do concurso público: aberto, secreto, universal (ou quase).
Para isso, minha primeira e principal recomendação seria: pense numa preparação de longo curso, de longue haleine, diriam os franceses. E, sobretudo, pensem numa formação essencialmente autodidata. Isto por uma razão muito simples: por melhor que seja um curso universitário, e certamente existem dos bons, dos maus e dos feios, as “faculdades Tabajara”, como dizemos, por melhores que sejam esses cursos, eles nunca vão dar a vocês tudo aquilo de que vocês necessitam para entrar e para ser, já não digo um diplomata prêmio Nobel, mas um bom diplomata, de primeira linha. Quem vai prover o essencial da formação de vocês, são vocês mesmos, é o esforço individual, é o empenho pessoal no auto-aperfeiçoamento, no estudo voluntário, na pesquisa constante.
Em segundo lugar, eu diria que o recomendável seria ter a diplomacia como uma aspiração e, ao mesmo tempo, preparar-se para uma profissão “normal” – não que a diplomacia seja “anormal”, mas ela é relativamente excepcional, só uns poucos são chamados a exercê-la e seria uma pena que todos os demais, não chamados a servir o país nessa área, vivam uma existência de adultos frustrados, de profissionais desgostosos com o que foram levados a trabalhar. Por isso, eu colocaria a diplomacia numa espécie de Gólgota algo inatingível, uma montanha escarpada à qual se ascende com certo sacrifício pessoal (em alguns casos familiar, também), uma recompensa depois de muita labuta. Profissionais que já conheceram experiências diversas na vida civil costumam fazer bons diplomatas; o que não quer dizer que aqueles jovens saídos dos bancos universitários diretamente para a carreira não façam, ou não sejam, bons diplomatas; ao contrário: bem vocacionados, eles farão tudo o que estiver ao seu alcance para bem servir ao Estado e à nação. Mas, alguém dotado de competências outras que não as simples artes diplomáticas – que são as da representação, da informação e da negociação, todos sabem – alguém assim saberá servir ao país com vários outros instrumentos e ferramentas adquiridos na vida prática, seja na veterinária, na engenharia, na agronomia, na economia doméstica ou no corte e costura, whatever...
Em terceiro lugar, eu diria que existem muitas formas de trabalho profissional e de expressão individual dentro das relações internacionais, dentro e fora da diplomacia, estrito senso. Existe a diplomacia empresarial, existe uma diplomacia do agronegócio, uma diplomacia das ONGs, dos jogadores de futebol – hoje um dos principais itens de exportação da pauta brasileira –, assim como existe uma diplomacia na própria academia, mas ela costuma ser das mais chatas, com suas vaidades e torres de marfim. Tudo é uma questão de competência e de dedicação. Sendo competentes na atividade que escolheram e estando contentes no desempenho quiçá temporário daquilo que estão fazendo, vocês serão felizes na vida, farão os outros felizes, e lutarão, talvez, pelo ingresso na carreira com a tranqüilidade que um exame desse tipo requer, não com o desespero ou a obsessão de uma batalha de vida ou morte. Sejam competentes e desempenhem as tarefas nas quais se encontram engajados e vocês já serão bons diplomatas, em qualquer hipótese e em qualquer profissão onde estiverem efetivamente colocados.
Minha mensagem central é justamente esta: o diplomata já é um ser realizado na vida, feliz consigo mesmo, confiante em seus estudos e em sua capacidade; conhecedor do mundo, mesmo que nunca tenha viajado de avião; curioso de todas as artes, mesmo que tenha estacionado num escritório durante vários anos; crítico dos seus professores, mesmo que nunca tenha ousado contestá-los em classe; anotador de livros; recortador de notícias de jornal e de páginas de revista; invasor de bibliotecas; delinqüente reincidente na arte de ler livros em livrarias – o que eu já fiz milhares de vezes –, enfim, uma pessoa totalmente à vontade nas artes do impossível e apaixonada por novos desafios.
Se vocês são um pouco assim, mesmo de forma distraída, desajeitada, totalmente sbagliatta, como diriam os italianos, se vocês também acham que sabem mais do que o chefe, então vocês já são diplomatas, só falta agora ingressar na carreira. Mas isso é uma mera formalidade.

Por fim, e termino aqui esta preleção, caberia abordar a carreira pelo lado prático: uma vez dentro da diplomacia, o que fazer exatamente? Ao lado, das missões clássicas, e tradicionais, do diplomata – que são as de informar, representar e negociar, sobre as quais não me estenderei por sua obviedade elementar –, existem aqueles que acreditam que o diplomata deve igualmente participar de uma espécie de projeto nacional, e aí sua missão seria, não apenas participar e contribuir para o processo de desenvolvimento do país, mas também engajar-se ativamente na transformação do mundo, de maneira a que este sirva, de maneira mais adequada, aos objetivos nacionais de desenvolvimento.
Sou cético quanto a essa extensão indevida das funções do diplomata, ainda que eu reconheça que nossas capacidades analíticas e por vezes executivas possam ser tão boas quanto as de qualquer especialista em políticas públicas. Defendo que o diplomata seja excelente nas suas funções tradicionais e, se possível, agregue valor ao seu trabalho pela dedicação paralela a atividades de pesquisa, similares, em grande medida, às que são conduzidas no âmbito da academia. Existe, obviamente, grande interface e uma notável similitude de métodos entre o trabalho acadêmico e o diplomático, naquilo que se refere à elaboração de estudos, position papers, diagnósticos de situação, reflexões prospectivas e tudo o mais que possa identificar-se com o processamento de informações. O diplomata, contudo, à diferença do seu colega de academia, não se limita a processar informações, ele as utiliza para elaborar posições negociadoras, para propor posturas práticas que o seu país deva assumir nos foros mundiais, nas relações bilaterais, nos desafios do sistema internacional.
Em determinadas instâncias negociadoras, o diplomata pode até ficar, no terreno de batalha, sem instruções precisas da capital quanto a que atitude adotar. Ele deverá portanto contar com todo o seu tirocínio e conhecimento do problema em causa, de molde a poder defender o interesse nacional da melhor forma possível. Na capital, ele deverá, na elaboração de posições, mobilizar todos os recursos técnicos e humanos de diferentes agências governamentais e alguns até privados, de maneira a extrair, na postura negociadora, o máximo de benefícios para o país num determinado contexto negociador.
Em última instância, a matéria-prima essencial do diplomata é a inteligência, e isso não depende de nenhuma fonte externa, mas de sua própria capacidade em acolher todo tipo de conhecimento e colocar essa informação a serviço de seu país.
Abraçando a carreira diplomática, vocês abordam uma carreira aberta sobretudo à inteligência. Cada um deve confiar em sua própria capacidade de trabalho e abrir-se o tempo todo a novos conhecimentos.
Muito obrigado...

Vôo São Paulo-Brasília (Gol 1778), 2 maio 2006, 4 p.
Revisão em 4.05.06. (1591).

1022) Revisitando Maquiavel

Para os que gostam do Principe, ou que simplesmente se interessam por uma visao diferente de um classico da literatura politica, fiz uma releitura, ou uma reescritura, da parte inicial da obra fundadora do moderno pensamento politico.

O moderno príncipe: Uma releitura maquiaveliana do poder contemporâneo
Revista Temas & Matizes (Cascavel/PR, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste, a III, n. 5, ISSN: 1519-7972; p. 1-15)
link: http://e-revista.unioeste.br/index.php/temasematizes/article/download/548/459

1021) Falacias Academicas: novo artigo da serie publicado

Gostaria de informar os eventuais interessados que foi publicado o mais recente artigo da série "Falácias Acadêmicas", assim registrado:

Falácias acadêmicas, 5: O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres
Brasília, 20 janeiro 2009, 11 p., 1976. Continuação da série, tratando desta vez das teses do economista Ha-Joon Chang. Publicado em Espaço Acadêmico (ano 8, n. 93, fevereiro 2009; link: http://www.espacoacademico.com.br/093/93pra.htm).

Transcrevo aqui o comentário simpático recém recebido de um jovem leitor:

"Prezado prof. Paulo Roberto de Almeida,
Eu desejaria congratulá-lo pelo artigo da série "Falácias Acadêmicas" - "O mito do complô dos países ricos contra o desenvolvimento dos países pobres". Foi um artigo espetacular, excelente, muito criativo, e, sobretudo, necessário. Já tive discussões com colegas a respeito daquele livro que o sr. citou, do autor coreano, assim como já até possuí um livro chamado "Communism and Nationalism - Karl Marx versus Friedrich List", de Roman Szporluk, que, confrontando as respectivas teorias destes dois teóricos com dados históricos de regimes comunistas, tenta mostrar como se dava, dentro do bloco comunista, a divergência de conduta entre regimes mais nacionalistas, protecionistas, portanto mais obedientes à teoria de List, e regimes mais internacionalistas, mais afeitos à teoria marxista. O livro, muito embora ostente um elogio editorial feito pelo conselheiro político Zbigniew Brzezinski, não me interessou muito no fim das contas, mas, incentivando-me a pesquisar mais sobre Friedrich List, economista menos conhecido, me fez descobrir que uma certa edição de uma de suas obras no Brasil contou com apresentação de Cristovam Buarque, o que acrescenta ainda mais fundamentos à tese das "falácias acadêmicas", mostrando o quanto falácias da política podem estar intrinsecamente ligadas a falácias acadêmicas (ou vice-versa).
Bem, é isso. Obrigado, e até mais.
André"

Agradeci e já anotei o nome do livro recomendado na minha lista de "Books To Read", que vou buscar na próxima vez que for aos EUA. Transcrevi esta mensagem, não por qualquer orgulho inadequado, mas apenas para estimular o debate intelectual em torno das teses de que tratamos, eu e o meu distante contendor, da universidade de Cambridge.
Não pretendi, no curto espaço de um artigo, aprofundar meus argumentos históricos sobre os problemas ali tratados, mas prometo fazê-lo num estudo mais aprofundado, que estou, aliás, elaborando...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

1020) Um questionário liberal-libertário

Alguns comentários pessoais
Paulo Roberto de Almeida

Um amigo economista, Claudio Shikida, mandou uma mensagem a donos de blogs liberais-libertários para que respondessem a um questionário que preparou que deve fundamentar um trabalho de pesquisa sobre a blogosfera liberal-libertária e/ou conservadora (ou mesma não-alinhada), para ser respondida online (aqui, para os que se também animarem a fazê-lo: http://www.polldaddy.com/s/56845037A142B50B/).
Eu não me considero um liberal-libertário, estando mais para independente, mas como sou “dono de blog” (aliás, de vários), resolvi responder. Além de uma série de perguntas clássicas, figuravam algumas que requeriam certa elaboração, cujo teor transcrevo abaixo, seguidas imediatamente de minhas respostas. Talvez interesse a alguém saber quais são minhas posições sobre algumas "coisas" e sobre este nosso país.

Q.2. Você se considera
* liberal clássico
* libertário
* outros (não listados aqui, inclusive, sem alinhamento) (Minha opção)
* conservador

Q.6. Como você entrou em contato com a literatura austríaca e/ou liberal e/ou libertária e/ou conservadora? Conte um pouco de sua história a respeito.
Venho do marxismo, com evolução para a social-democracia e, através do estudo, da reflexão e da comparação, considero-me absolutamente independente, atualmente, sem qualquer tipo de afiliação a qualquer escola em particular. Considero-me basicamente um racionalista, ou seja, alguém que pensa cada problema com os instrumentos da razão (o que inclui um bocado de pesquisa, dados empíricos, reflexão com base em alguns elementos analíticos, e portanto teóricos, mas sem me filiar a uma corrente precisa) e, com base em tudo isso, procura implementar as melhores soluções possíveis para os problema humanos, sendo que algumas serão estritamente market-friendly, outras de cunho dirigista, ou planejada.
Na economia, estou bem mais do lado da liberdade irrestrita dos mercados do que da regulação estatal, mas reconheço que na sociedade moderna soluções estritamente laissez-faire tornaram-se praticamente impossíveis, na medida em que o Estado já avançou demais na regulação econômica e social. Sendo este o ponto de partida, fica muito difícil preconizar-se uma regulação puramente espontânea das questões sociais, posto que a selva regulatória já é uma realidade. Liberais eventualmente conduzidos a posições de mando na esfera política e econômica têm de ater-se a estas realidades, e procurar levar a regulação o mais próximo possível dos princípios liberais, mas tendo uma perfeita consciência de que eles estarão propondo um pouco mais de regulação, eventualmente até libertária, mas ainda assim regulação.
A liberdade de movimentos de capitais, por exemplo, é uma espécie de regulação, posto que garantida pelo Estado, até chegar o próximo colbertiano no seu comando.
Ou seja, sou anarco-libertário, mas absolutamente realista quanto às possibilidades de plena liberdade nas sociedades contemporâneas.
No plano filosófico, hesito em me classificar em qualquer escola que seja, pois elas podem também representar uma espécie de camisa de força conceitual. Melhor ser absolutamente livre na prática, inclusive das escolas libertárias...

Q.9. Como você avalia a atuação de think tanks liberais como o Instituto Liberdade, o Instituto Liberal (IL-RJ), o Ordem Livre ou o Instituto Millenium em prol da divulgação do pensamento liberal? Fique a vontade para elogiar e criticar.
Cada um procura levar sua mensagem num meio intelectual absolutamente hostil, ou talvez até medíocre, como é o do Brasil, onde a inteligência leva de dez a zero contra as conveniências políticas e as espertezas econômicas. O Brasil é, infelizmente, um país no qual, por força da baixa educação formal, inclusive nas chamadas elites esclarecidas, as maiores fraudes intelectuais ainda encontram guarida nas universidades, nos meios políticos e até no comando do Estado, para nada dizer das máfias sindicais, patronais e de trabalhadores.
Esses think-tanks liberais nadam contra a corrente e se eles conseguem influenciar um punhado de jovens, milhares de outros mais estão sendo todos os dias conquistados pelas idéias não apenas antiliberais, mas obviamente medíocres, para não dizer fraudulentas propagadas por certos acadêmicos de sucesso e jornalistas ignorantes.
Creio que eles devem ainda assim persistir na educação dos mais jovens, posto que, eventualmente alguns deles chegarão a posições de mando e poderão, assim influenciar moderadamente o ambiente estatista-dirigista no qual vive o Brasil e diminuir, talvez, o quantum de mediocridade intelectual que percorre todas as instancias publicas do Pais.
Como se vê, sou bastante pessimista quanto às perspectivas o liberalismo econômico e político no Brasil.

Q.10. Há algo mais que queira acrescentar? Por favor, seja breve.
Sim, a despeito de tudo acredito no poder da palavra, da inteligência, do convencimento por vias racionais (do contrário, aliás, não seria professor, posto que essa não é minha atividade principal, da qual não retiro meu sustento essencial). Por isso, creio que os liberais devem persistir em seu esforço, por motivos os mais variados, que acredito, porém, serem os mais nobres possíveis: melhorar a humanidade pela via da liberdade, do livre-arbítrio e da capacidade de iniciativa individual. O mérito próprio sempre deve ser enfatizado, contra o paternalismo estatal e as soluções de favor.

Aqui a mensagem original:
Prezados donos de blogs,
Permitam-me tomar seu tempo com uma observaçào sobre o que enviei ontem: não é necessário fornecer o nome verdadeiro (embora não haja lá muito a comprometer os senhores neste questionário). Também agradeço se - conhecendo outros blogueiros afins - repassarem esta mensagem cujo conteúdo reproduzo abaixo.
Preciso muito de sua ajuda no preenchimento desta pesquisa. Agradeço imensamente sua colaboração. São menos de dez perguntas, muitas de múltipla escolha. Trata-se de uma pesquisa bem simples sobre a blogosfera liberal-libertária e/ou conservadora (ou mesma não-alinhada). O link segue abaixo. Agradeço muito sua participação.
http://www.polldaddy.com/s/56845037A142B50B/
Atenciosamente,
Claudio Shikida
p.s. se você tem ou teve co-blogueiro(s), por favor, repasse o link para ele.
http://shikida.net and http://works.bepress.com/claudio_shikida/

domingo, 1 de fevereiro de 2009

1019) Trabalhos publicados: relacao dos mais recentes

Como escrevo muito (que posso fazer?, é uma mania), mantenho uma relação de trabalhos originais, que deve andar beirando os 2.000 (desde o final dos anos 1960, com algumas perdas pelo caminho), e também uma relação de publicados, isto é, trabalhos terminados que foram efetivamente publicados em algum veículo independente, e não apenas em um dos meus blogs ou site pessoal (com uma ou outra exceção, como livros terminados em edição de autor).
Abaixo, uma relação dos trabalhos publicados mais recentes:

878. To Be or Not the Bric, Inteligência (Rio de Janeiro: Ano: XI - 4º trimestre, 12/2008, p. 22-46). Relação de Trabalhos n. 1920.

879. O problema da universidade no Brasil: do público ao privado?. Via Política (15.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1934.

880. Previsões imprevisíveis em tempos de crise global: minha astrologia econômica para 2009 (e mais além), Via Política (22.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1963.

881. Fórum Surreal Mundial: Pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores, Mundorama, divulgação científica em relações internacionais (27.12.2008). Relação de Trabalhos nº 1966.

882. Lula's Foreign Policy: Regional and Global Strategies. In: Werner Baer and Joseph Love (eds.), Brazil under Lula (Palgrave-Macmillan, 2008. ISBN: ; p. ). Relação de Trabalhos nº 1811. [Ainda não recebi este livro]

883. Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Brasília: Edição do Autor, 2009, 273 p.), Brasília, 1 de janeiro de 2009, 273 p. Compilação de ensaios sobre a globalização e seus contrarianistas. Disponibilizada no site pessoal e no site NeoReader (link). Relação de Trabalhos n. 1970.

884. Previsões imprevisíveis em tempos de crise global: minha astrologia econômica para 2009 (e mais além). Espaço Acadêmico (ano 8, nr. 92, janeiro 2009). Relação de Trabalhos n. 1963.

885. Fórum Surreal Mundial, 1: Reciclando velhas idéias, Via Política (12.01.2009). Relação de Trabalhos n. 1966.

886. Fórum Surreal Mundial, 2: Pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores, Via Política (19.01.2009) Relação de Trabalhos n. 1966.

887. Brazil, com Denise Gregory, Diretora Executiva do Cebri. In: Growth and Responsibility: The positioning of emerging powers in the global governance system; Gerhard Wahlers, Paulo Roberto de Almeida, He Fan, Denise Gregory, Matthew Joseph, Leaza Kolkenbeck-Ruh, Rajiv Kumar (Berlin: Konrad Adenauer Stiftung, 2009, 126 p.; ISBN 978-3-940955-45-6; p. 11-30; link: ). Titulo original: Brazil's Integration into Global Governance: The rise of the Outreach-5 countries to a G-8 (plus) status. Relação de Trabalhos n. 1868.

Voilà, por enquanto é só (para listas completas ver o site: www.pralmeida.org)