O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Apartheid racial. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Apartheid racial. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O Apartheid companheiro agindo na pratica: um tribunal racial de estilo nazista

Em 2004, logo após os companheiros terem iniciado suas políticas de divisão do país, tanto em termos classistas -- nós, e eles, ou seja, eles, os companheiros e os aderentes de um lado, e todo o resto da população do outro -- quanto em termos raciais -- os negros e afrodescendentes de um lado, todo o resto da população do outro -- eu escrevi um texto alertando para o início do Apartheid no Brasil:

Rumo a um novo apartheid?
Sobre a ideologia afro-brasileira

Paulo Roberto de Almeida, Sociólogo (ítalo e luso-descendente).

A ficha do trabalho é esta aqui, e o link ainda funciona: 

472. “Rumo a um novo apartheid?: sobre a ideologia afrobrasileira”, revista Espaço Acadêmico (Ano IV, nº 40, setembro 2004; link: http://www.espacoacademico.com.br/040/40pra.htm). Relação de Trabalhos nº 1322.

Pois bem, o Apartheid continuou a ser implementado e vem produzindo frutos inacreditáveis, como por exemplo esta ficha de identificação da boa identidade racial, ao estilo dos formulários  nazistas:

Acho que o Brasil enverdou pelo mau caminho, e vai ser difícil reverter...
Paulo Roberto de Almeida 
Gramado, 2/09/2016

terça-feira, 17 de junho de 2014

Lula faz acusacoes racistas: deveria ser processado pela elite branca, como racista


A elite branca do Brasil e o racismo do companheiro mais igual
a propósito de um racista ordinário

Paulo Roberto de Almeida

 Sobre esta informação: Em evento do PT em Pernambuco, Lula menosprezou e desqualificou os manifestantes que vaiaram a presidente Dilma na abertura da Copa do Mundo, alegando que o protesto partiu de uma "elite branca".

Eu sou branco, embora não de olhos azuis, e também sou da elite, mas apenas atualmente, embora tenha vindo de um lar pobre, com pais semi- alfabetizados e avós analfabetos (como a mãe do Lula, que, segundo ele, nasceu analfabeta, coitada). 
Não subi na vida “pikettyando”, ou seja, herdando fortuna e fazendo render um capital que eu nunca tive. Aliás, não tenho fortuna, longe disso, mas modestas reservas que adquiri ao longo de toda uma vida de trabalho, desde muito jovem, ainda quando criança. Sim, trabalhei desde cedo, quando criança, pois isso era necessário para o sustento e a sobrevivência da família; mas isso não me fez nenhum mal, ao contrário: ensinou-me o valor do trabalho duro e a não esperar caridade de nenhum ente estatal (como certos aposentados fraudulentos e outros indenizados do período militar ainda mais fraudulentos, que andam por aí, arrotando políticas de igualdade social).
O fato é que meus vencimentos de funcionário público me colocam atualmente entre a elite do país, mas aviso desde já que não tenho cargo de confiança dado pelo partido totalitário, nem faço parte de algum conselho de empresa estatal, dessas que são afundadas por decisões irresponsáveis (ou deliberadas) de companheiros incompetentes.
Estou involuntariamente situado na elite branca do país pela minha renda, mas não pertenço a essa elite mafiosa que atualmente controla o Estado (e dele retira muito mais renda do que o normalmente esperado); tampouco pertenço a essa nova elite racista, que vem promovendo o racismo e o Apartheid no Brasil, ao separar os brasileiros em afrodescendentes de um lado, e todo o resto da população, do outro. Aliás, repudio e abomino esse e todos os demais tipos de racismo.
Sou da elite, mas eventualmente poderei deixar de ser, se a inflação e políticas econômicas irresponsáveis, como as atualmente implementadas por companheiros ineptos e ignorantes em economia, corroerem os meus rendimentos e liquidarem a minha poupança. Tampouco espero grande coisa da aposentadoria estatal, e pretendo continuar trabalhando depois de me aposentar do serviço público, aos 70 anos (não antes, como certos fraudadores), e até quando minhas forças o permitirem.
Pois bem, depois de ouvir dizer que o ex-presidente acusou uma suposta “elite branca” de ser responsável por ofensas à sucessora no cargo, minhas declarações são estas: considero o Sr. Lula da Silva um mentiroso contumaz, um fraudador renitente e reincidente, um demagogo incurável, um aproveitador da pior espécie, um oportunista ordinário, e um racista abominável, e é por isso que acho que ele deveria ser processado por racismo, por membros da elite branca, aliás pela mesma lei que supostamente deve enquadrar brancos que façam discriminação racial contra negros (a lei é cega e geral).
Eu não o farei porque estou fora do país, mas apoio qualquer iniciativa para acusar formalmente perante a justiça esse racista divisionista que traz vergonha ao país.
Sou branco e da elite, Sr. Lula, mas não pertenço à sua elite, e tenho vergonha de ter tido um racista como presidente.

Paulo Roberto de Almeida 
Hartford, 17/06/2014

Empresária protesta contra declarações discriminatórias de Lula e gera grande repercussão


G1, terça-feira, 17 de junho de 2014


Imagem: Reprodução/Facebook
A empresária Isabela Raposeiras, da Coffe Lab, protestou, por meio da rede social Facebook, contra declarações tidas como racistas por parte de Lula e alguns jornalistas, gerando grande repercussão.

Em evento do PT em Pernambuco, Lula menosprezou e desqualificou os manifestantes que vaiaram a presidente Dilma na abertura da Copa do Mundo, alegando que o protesto partiu de uma "elite branca".



Leia abaixo o texto da administradora e manifeste sua opinião a respeito:
Descobri na semana passada que faço parte de uma minoria que sofre preconceito e discriminação: a elite branco-européia nascida no Brasil.Sim, sou branca e, pelo jeito, elite.Tenho uma empresa que emprega (e paga acima do mercado) há 10 anos.Pago TODOS os impostos (motivo de incredulidade e chacota por parte de familiares).Pago no mínimo 3 vezes mais aos meus fornecedores de café, podendo chegar a 5.Poderia ter comprado os caríssimos ingressos para a abertura da copa brasileira. Apenas não o fiz por não apoiá-la desde seu anúncio, anos atrás.Conquistei, trabalhando honesta e enlouquecidamente, cada vitória e crescimento, da empresa e na minha vida pessoal.Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca. E minha empresa, certamente, faz muito do que o governo deixa de fazer, ajudando famílias, fazendo doações e, especialmente, pagando dignamente - fornecedores e funcionários.Sou parte desta nação, tanto quanto aqueles que têm outro tipo de ascendência ou que sofrem exatamente pela negligência dos que me discriminam.
Discriminação é crime e minha voz é representativa, sim.
Isabela Raposeiras
PS1: post em resposta às recentes colocações inacreditáveis e racistas do Sr. Lula e de alguns jornalistas.
PS2: O Bolsa Família não é suficiente para comprar ingresso da copa.
Veja também:



Lígia Ferreira
Folha Política
Editado por Folha Política
Leia mais notícias do poder e da sociedade em Folha Política


sábado, 17 de maio de 2014

Segregacao escolar nos EUA: 60 anos de uma decisao da Suprema Corte

Ao adotar esse ruling, em 1954, a Suprema Corte corrigia seu erro monumental de mais ou menos 60 anos antes.
Leiam toda a matéria, para vocês terem consciência do horror que foi a segregação oficial nos EUA, nos estados e mesmo na União.
Depois desse ruling, dois estados do Sul declararam que preferiam acabar com as escolas públicas a terminar com a segregação, tal o ódio das populações brancas contra os negros.
Não surpreende, assim, que os negros tenham desenvolvido uma cultura particular, separada e à parte da cultura geral da sociedade americana, majoritariamente branca e protestante.
Esse tipo de Apartheid mental nunca existiu no Brasil.
Mas os militantes negros estão se esforçando para criá-lo no Brasil. Com a ajuda do governo federal.
Ambos racistas, a favor do Apartheid racial.
Uma vergonha...
Paulo Roberto de Almeida

On This Day: May 17

The New York Times, May 17, 2014
On May 17, 1954, the Supreme Court issued its landmark Brown vs. Board of Education of Topeka ruling, which declared that racially segregated public schools were inherently unequal.
Go to article »

High Court Bans School Segregation; 9-to-0 Decision Grants Time to Comply



1896 Ruling Upset

'Separate but Equal' Doctrine Held Out of Place in Education

By LUTHER A. HUSTON
Special to The New York Times
RELATED HEADLINESRuling to Figure in '54 Campaign: Decision Tied to Eisenhower -- Russell Leads Southerners in Criticism of Court
Reaction of South:"Breathing Spell" for Adjustment Tempers Region's Feelings
'Voice' Speaks in 34 Languages to Flash Court Ruling to World
OTHER HEADLINESMcCarthy Hearing Off a Week as Eisenhower Bars Report: Senator is Irate: President Orders Aides Not to Disclose Details of Top-Level Meeting
Communist Arms Unloaded in Guatemala by Vessel From Polish Port, U.S. Learns: Embassy Says Nation of Central America May Buy Munitions Anywhere
Soviet Bids Vienna Cease 'Intrigues':Envoy Warns Austrian Chief on Inciting East Zone -- Raab Denies Charges
City Colleges' Board Can't Pick Chairman
2 Tax Projects Die in Estimate Board: Beer Levy and More Parking Collections Killed -- Payroll Impost Still Weighted
Indo-China Parley Weighs Two Plans:French and Rebel Peace Bids Will Be Studied Jointly as a Basis for Settlement
Morettis' Lawyer Must Bare Talks: Jersey Court Orders Counsel to Racketeers in Bergen to Divulge Data to Grand Jury
Costello Is Sentenced to 5 Years, Fined $30,000 in U.S. Tax Case
Churchill Asks Negotiated Peace With Guarantees for Indo-China
'Voice' Speaks in 34 Languages to Flash Court Ruling to World
Washington, May 17 -- The Supreme Court unanimously outlawed today racial segregation in public schools.
Chief Justice Earl Warren read two opinions that put the stamp of unconstitutionality on school systems in twenty-one states and the District of Columbia where segregation is permissive or mandatory.
The court, taking cognizance of the problems involved in the integration of the school systems concerned, put over until the next term, beginning October, the formulation of decrees to effectuate its 9-to-0 decision.
The opinions set aside the 'separate but equal' doctrine laid down by the Supreme Court in 1896.
"In the field of public education," Chief Justice Warren said, "the doctrine of 'separate but equal' has no place. Separate educational facilities are inherently unequal."
He stated the question and supplied the answer as follows:
"We come then to the question presented: Does segregation of children in public schools solely on the basis of race, even though physical facilities and other 'tangible' factors may be equal, deprive the children of the minority group of equal educational opportunities? We believe that it does."
States Stressed Rights
The court's opinion does not apply to private schools. It is directed entirely at public schools. It does not affect the "separate but equal doctrine" as applied on railroads and other public carriers entirely within states that have such restrictions.
The principal ruling of the court was in four cases involving state laws. The states' right to operate separated schools had been argued before the court on two occasions by representatives of South Carolina, Virginia, Kansas and Delaware.
In these cases, consolidated in one opinion, the high court held that school segregation deprived Negroes of "the equal protection of the laws guaranteed by the Fourteenth Amendment."
The other opinion involved the District of Columbia. Here schools have been segregated since Civil War days under laws passed by Congress.
"In view of our decision that the Constitution prohibits the states from maintaining racially segregated public schools," the Chief Justice said, "it would be unthinkable that the same Constitution would impose a lesser duty on the Federal Government.
"We hold that racial segregation in the public schools of the District of Columbia is a denial of the due process of law guaranteeing by the Fifth Amendment to the Constitution."
The Fourteenth Amendment provides that no state shall "deny to any person within its jurisdiction the equal protection of the laws." The Fifth Amendment says that no person shall be "deprived of life, liberty or property without due process of law."
The seventeen states having mandatory segregation are Alabama, Arkansas, Delaware, Florida, Mississippi, Missouri, North Carolina, Oklahoma, Georgia, Kentucky, Louisiana, Maryland, South Carolina, Tennessee, Texas, Virginia and West Virginia.
Kansas, New Mexico, Arizona and Wyoming have permissive statutes, although Wyoming never has exercised it.
South Carolina and Georgia have announced plans to abolish public schools if segregation were banned.
Although the decision with regard to the constitutionality of school segregation was unequivocal, the court set the cases down for reargument in the fall on questions that previously were argued last December. These deal with the power of the court to permit an effective gradual readjustment to school systems not based on color distinctions.
Other questions include whether the court itself should formulate detailed decrees and what issues should be dealt with. Also whether the cases should be remanded to the lower courts to frame decrees, and what general directions the Supreme Court should give the lesser tribunals if this were done.
Cases Argued Twice
The cases first came to the high court in 1952 on appeal from rulings of lower Federal courts, handed down in 1951 and 1952. Arguments were heard on Dec. 9-10, 1952.
Unable to reach a decision, the Supreme Court ordered rearguments in the present term and heard the cases for the second time on Dec. 7-8 last year.
Since then, each decision day has seen the courtroom packed with spectators awaiting the ruling. That was true today, though none except the justices themselves knew it was coming down. Reporters were told before the court convened that it "looked like a quiet day."
Three minor opinions had been announced, and those in the press room had begun to believe the prophesy when Banning E. Whittington, the court's press information officer, started putting on his coat.
"Reading of the segregation decisions is about to begin in the court room," he said. "You will get the opinions up there."
The courtroom is one floor up, reached by a long flight of marble steps. Mr. Whittington led a fast moving exodus. In the court room, Chief Justice Warren had just begun reading.
Each of the Associate Justices listened intently. They obviously were aware that no court since the Dred Scott decision of March 6, 1857, had ruled on so vital an issue in the field of racial relations.
Dred Scott was a slave who sued for his freedom on the ground that he had lived in a territory where slavery was forbidden. The territory was the northern part of the Louisiana Purchase, from which slavery was excluded under the terms of the Missouri Compromise.
The Supreme Court ruled that Dred Scott was not a citizen who had a right to sue in the Federal courts, and that Congress had no constitutional power to pass the Missouri Compromise.
Thurgood Marshall, the lawyer who led the fight for racial equality in the public schools, predicted that there would be no disorder and no organized resistance to the Supreme Court's dictum.
He said that the people of the South, the region most heavily affected, were law-abiding and would not "resist the Supreme Court."
Association Calls Meetings
Mr. Marshall said that the state presidents of the National Association for the Advancement of Colored People, would meet next week-end in Atlanta to discuss further procedures.
The Supreme Court adopted two of the major premises advanced by the Negroes in briefs and arguments presented in support of their cases.
Their main thesis was that segregation, of itself, was unconstitutional. The Fourteenth Amendment, which was adopted July 28, 1868, was intended to wipe out the last vestige of inequality between the races, the Negro side argued.
Against this, lawyers representing the states argued that since there was no specific constitutional prohibition against segregation in the schools, it was a matter for the states, under their police powers, to decide.
The Supreme Court rejected the "states rights" doctrine, however, and found all laws ordering or permitting segregation in the schools to be in conflict with the Federal Constitution.
The Negroes also asserted that segregation had a psychological effect on pupils of the Negro race and was detrimental to the educational system as a whole. The court agreed.
"Today, education is perhaps the most important function of state and local governments," Chief Justice Warren wrote. "Compulsory school attendance laws and the great expenditures for education both demonstrate our recognition of the importance of education in our democratic society. It is the very foundation of good citizenship.
"In these days it is doubtful that any child may reasonably be expected to succeed in life if he is denied the opportunity of an education. Such an opportunity, where the state has undertaken to provide it, must be made available to all on equal terms."
As to the psychological factor, the high court adopted the language of a Kansas court in which the lower bench held:
"Segregation with the sanction of the law, therefore, has a tendency to retard the educational and mental development of Negro children and to deprive them of some of the benefits they would receive in a racially integrated school system."
1896 Doctrine Demolished
The "separate but equal" doctrine, demolished by the Supreme Court today, involved transportation, not education. It was the case of Plessy vs. Ferguson, decided in 1896. The court then held that segregation was not unconstitutional if equal facilities were provided for each race.
Since that ruling six cases have been before the Supreme Court, applying the doctrine to public education. In several cases, the court has ordered the admission to colleges and universities of Negro students on the ground that equal facilities were not available in segregated institutions.
Today, however, the court held the doctrine inapplicable under any circumstances to public education.
This means that the court may extend its ruling from primary and secondary schools to include state-supported colleges and universities. Two cases involving Negroes who wish to enter white colleges in Texas and Florida are pending before the court.
The question of "due process," also a clause in the Fourteenth Amendment, had been raised in connection with the state cases as well as the District of Columbia.
The High Court held, however, that since it had ruled in the state cases that segregation was unconstitutional under the "equal protection" clause, it was unnecessary to discuss "whether such segregation also violates the due process clause of the Fourteenth Amendment."
However, the "due process" clause of the Fifth Amendment was the core of the ruling in the District of Columbia case. "Equal protection" and "due process," the court noted, were not always interchangeable phrases.
Liberty Held Deprived
"Liberty under law extends to the full range of conduct which an individual is free to pursue, and it cannot be restricted except for a proper governmental objective," Chief Justice Warren asserted.
"Segregation in public education is not reasonably related to any proper governmental objective, and thus it imposes on Negro children of the District of Columbia a burden that constitutes an arbitrary deprivation of their liberty in violation of the due process clause."
Two principal surprises attended the announcement of the decision. One was its unanimity. There had been reports that the court was sharply divided and might not be able to get an agreement this term. Very few major rulings of the court have been unanimous.
The second was the appearance with his colleagues of Justice Robert H. Jackson. He suffered a mild heart attack on March 30. He left the hospital last week-end and had not been expected to return to the bench this term, which will end on June 7.
Perhaps to emphasize the unanimity of the court, perhaps from a desire to be present when the history-making verdict was anounced, Justice Jackson was in his accustomed seat when the court convened.

domingo, 4 de maio de 2014

A estupidez fundamental das politicas racialistas - Joao Ubaldo Ribeiro

João Ubaldo Ribeiro
O Globo, 4/05/2014

Defender a existência de uma única cultura africana ou negra é insultuoso, ignorante e racista

Uma das mais clamorosas — e para mim enervantes — manifestações do atraso da espécie humana é esse negócio de raça. A importância que damos à raça, a ponto de odiar-se, matar-se e morrer-se por causa dela, leva inevitavelmente ao lugar-comum: seria ridícula, se não fosse trágica. É difícil encontrar um assunto sobre o qual se digam tantas besteiras quanto este, sempre ignorando não só evidências antropológicas como dados da própria realidade cotidiana. E é também bastante difícil falar sobre ele ou debatê-lo. Muita gente perde o controle, espuma de raiva e afoga o debate em gritos e denúncias.
Começa pela ligação, que aqui sempre se faz, entre escravidão e raça. Falou em escravos, falou em negros. Mas a maior parte dos escravos na história da humanidade não era de negros, o que lá seja isto. A escravidão, para generalizar razoavelmente, era o destino dos vencidos de qualquer raça, que não fossem exterminados. Inclusive, é claro, pois do contrário é que não seriam humanos, os da raça negra vencidos por outros da mesma raça, caso dos escravos vendidos ao Brasil. É comum a noção de que “negro é negro”, como se as incontáveis etnias negras se considerassem iguais. Isso equivale a entender que um alemão é igual a um polonês, um sueco igual a um italiano ou um espanhol igual a um russo. Não pode haver disparate maior — e, se bem olhado, racista — do que achar que, num continente gigantesco e diversificado como a África, todos os negros são iguais e, mais bobamente ainda, irmãos. Irmãos em Cristo e, assim mesmo, se não forem muçulmanos. Vão perguntar se as minorias negras massacradas por nações também negras se consideram irmãs de seus algozes, ou estes daquelas. Ou aos escravos negros de outros negros, situação até hoje existente na África. Há até quem se escandalize com guerras e genocídios entre nações negras. Ué, e guerra de branco contra branco?
Desculpem se atropelo argumentos, mas é que o assunto me deixa nervoso também e me dá uma certa exasperação. Agora me ocorre interromper o que vinha dizendo para lembrar outra prática enervante: falar em cultura africana. Não existe, nem pode existir, uma cultura africana, em nenhum sentido. Aplica um reducionismo grotesco aquele que — e lembro outra vez o tamanho e a complexidade da África — acha que só existe uma cultura negra ou africana. De novo, é um argumento que, se bem olhado, pode ser considerado racista. Existe a cultura africana dos povos a que pertenciam os que foram trazidos para o Brasil como escravos, o que é muito diferente de dizer que ela é “a cultura africana”. Experimentem convidar um zulu para jantar e servir a ele comida ioruba, como na Bahia. Defender a existência de uma única cultura africana ou negra é insultuoso, ignorante e racista.
Aplicar padrões sociológicos americanos para o problema, no Brasil, é outra prática difícil de aturar. E faço a ressalva sempre exigida de que claro que no Brasil há racismo, patati-patatá. Mas a Bahia não é o Alabama. Já na década de 60, um casal, numa das Virgínias do Sul dos Estados Unidos, foi condenado a dois anos de prisão porque era inter-racial, ou seja, um dos dois era negro. As Forças Armadas só foram integradas na Guerra da Coreia e qualquer um que tenha vivido nos Estados Unidos sabe que lá é diferente e ou criamos nossas próprias categorias para examinar nossa realidade, ou prosseguiremos macaqueando até mesmo o racismo alheio.
Escrevi “macaqueando” aí em cima, sem de início lembrar a alusão a macacos em recentes incidentes de racismo no futebol. Mas ela vem a calhar, nesta salada que estou servindo hoje. É curioso como não paramos para pensar e notar que, quesito por quesito, algum racista negro teria razões para alegar que macaco é o branco e não o negro, o qual pode ser visto como muito mais distante do macaco que o branco. Se é verdade, não sei, nem isto tem importância alguma, mas pensem aqui num par de coisas. Imaginem, por exemplo, um ser inteligente de outro planeta, portanto não sujeito aos nossos condicionamentos, a quem incumbíssemos de esclarecer qual das duas raças é mais próxima do macaco. Para tanto, poríamos diante dele um branco nu, um negro nu e um chimpanzé, nosso primo próximo.
O primeiro impacto talvez fosse a cor e, de fato, o pelo do chimpanzé, assim como a pele do negro, é preto. Mas o bom observador não ia deixar-se levar por essa aparência. Façamos um exame cuidadoso e uma listazinha, junto com ele. O macaco é todo coberto de pelos, o corpo do negro é glabro, o branco pode ser o Tony Ramos; os pelos do macaco são lisos, os cabelos do branco também, os cabelos dos negros são crespos; raspado o pelo, a pele do macaco por baixo se revela branca e não preta; os lábios do macaco são finos, os do branco também, os dos negros são grossos; o macaco não tem bunda, o branco tem bunda chata, o negro tem bunda almofadada; até — perdão, senhoras — os renomados atributos masculinos dos negros são mais distantes do macaco, que é tipo piu-piu. Como se vê, basta escolher o que se quer levar em conta e, pelo menos neste exemplo perfeitamente plausível, o extraterrestre poderia concluir que o branco está bem mais perto do macaco que o negro.
Tudo bobagem, discussão que não leva a nada, somente ao ódio e à intolerância. Vamos parar de procurar modelos, ao menos nisto não sejamos tão colonizados, não permitamos que mais lixo contamine nosso pensamento. Os americanos é que têm obsessão por raça (lá nós, brasileiros, somos “hispânicos”), nós temos é a glória e o privilégio de ser o único país em que homens e mulheres de todas as raças se misturaram e misturam e onde a raça, Deus há de ser servido, ainda terá o lugar que merece, ou seja, nenhum.



Enviado via iPad
Twitter @JJEdeSouza

Defender a existência de uma única cultura africana ou negra é insultuoso, ignorante e racista

Uma das mais clamorosas — e para mim enervantes — manifestações do atraso da espécie humana é esse negócio de raça. A importância que damos à raça, a ponto de odiar-se, matar-se e morrer-se por causa dela, leva inevitavelmente ao lugar-comum: seria ridícula, se não fosse trágica. É difícil encontrar um assunto sobre o qual se digam tantas besteiras quanto este, sempre ignorando não só evidências antropológicas como dados da própria realidade cotidiana. E é também bastante difícil falar sobre ele ou debatê-lo. Muita gente perde o controle, espuma de raiva e afoga o debate em gritos e denúncias.
Começa pela ligação, que aqui sempre se faz, entre escravidão e raça. Falou em escravos, falou em negros. Mas a maior parte dos escravos na história da humanidade não era de negros, o que lá seja isto. A escravidão, para generalizar razoavelmente, era o destino dos vencidos de qualquer raça, que não fossem exterminados. Inclusive, é claro, pois do contrário é que não seriam humanos, os da raça negra vencidos por outros da mesma raça, caso dos escravos vendidos ao Brasil. É comum a noção de que “negro é negro”, como se as incontáveis etnias negras se considerassem iguais. Isso equivale a entender que um alemão é igual a um polonês, um sueco igual a um italiano ou um espanhol igual a um russo. Não pode haver disparate maior — e, se bem olhado, racista — do que achar que, num continente gigantesco e diversificado como a África, todos os negros são iguais e, mais bobamente ainda, irmãos. Irmãos em Cristo e, assim mesmo, se não forem muçulmanos. Vão perguntar se as minorias negras massacradas por nações também negras se consideram irmãs de seus algozes, ou estes daquelas. Ou aos escravos negros de outros negros, situação até hoje existente na África. Há até quem se escandalize com guerras e genocídios entre nações negras. Ué, e guerra de branco contra branco?
Desculpem se atropelo argumentos, mas é que o assunto me deixa nervoso também e me dá uma certa exasperação. Agora me ocorre interromper o que vinha dizendo para lembrar outra prática enervante: falar em cultura africana. Não existe, nem pode existir, uma cultura africana, em nenhum sentido. Aplica um reducionismo grotesco aquele que — e lembro outra vez o tamanho e a complexidade da África — acha que só existe uma cultura negra ou africana. De novo, é um argumento que, se bem olhado, pode ser considerado racista. Existe a cultura africana dos povos a que pertenciam os que foram trazidos para o Brasil como escravos, o que é muito diferente de dizer que ela é “a cultura africana”. Experimentem convidar um zulu para jantar e servir a ele comida ioruba, como na Bahia. Defender a existência de uma única cultura africana ou negra é insultuoso, ignorante e racista.
Aplicar padrões sociológicos americanos para o problema, no Brasil, é outra prática difícil de aturar. E faço a ressalva sempre exigida de que claro que no Brasil há racismo, patati-patatá. Mas a Bahia não é o Alabama. Já na década de 60, um casal, numa das Virgínias do Sul dos Estados Unidos, foi condenado a dois anos de prisão porque era inter-racial, ou seja, um dos dois era negro. As Forças Armadas só foram integradas na Guerra da Coreia e qualquer um que tenha vivido nos Estados Unidos sabe que lá é diferente e ou criamos nossas próprias categorias para examinar nossa realidade, ou prosseguiremos macaqueando até mesmo o racismo alheio.
Escrevi “macaqueando” aí em cima, sem de início lembrar a alusão a macacos em recentes incidentes de racismo no futebol. Mas ela vem a calhar, nesta salada que estou servindo hoje. É curioso como não paramos para pensar e notar que, quesito por quesito, algum racista negro teria razões para alegar que macaco é o branco e não o negro, o qual pode ser visto como muito mais distante do macaco que o branco. Se é verdade, não sei, nem isto tem importância alguma, mas pensem aqui num par de coisas. Imaginem, por exemplo, um ser inteligente de outro planeta, portanto não sujeito aos nossos condicionamentos, a quem incumbíssemos de esclarecer qual das duas raças é mais próxima do macaco. Para tanto, poríamos diante dele um branco nu, um negro nu e um chimpanzé, nosso primo próximo.
O primeiro impacto talvez fosse a cor e, de fato, o pelo do chimpanzé, assim como a pele do negro, é preto. Mas o bom observador não ia deixar-se levar por essa aparência. Façamos um exame cuidadoso e uma listazinha, junto com ele. O macaco é todo coberto de pelos, o corpo do negro é glabro, o branco pode ser o Tony Ramos; os pelos do macaco são lisos, os cabelos do branco também, os cabelos dos negros são crespos; raspado o pelo, a pele do macaco por baixo se revela branca e não preta; os lábios do macaco são finos, os do branco também, os dos negros são grossos; o macaco não tem bunda, o branco tem bunda chata, o negro tem bunda almofadada; até — perdão, senhoras — os renomados atributos masculinos dos negros são mais distantes do macaco, que é tipo piu-piu. Como se vê, basta escolher o que se quer levar em conta e, pelo menos neste exemplo perfeitamente plausível, o extraterrestre poderia concluir que o branco está bem mais perto do macaco que o negro.
Tudo bobagem, discussão que não leva a nada, somente ao ódio e à intolerância. Vamos parar de procurar modelos, ao menos nisto não sejamos tão colonizados, não permitamos que mais lixo contamine nosso pensamento. Os americanos é que têm obsessão por raça (lá nós, brasileiros, somos “hispânicos”), nós temos é a glória e o privilégio de ser o único país em que homens e mulheres de todas as raças se misturaram e misturam e onde a raça, Deus há de ser servido, ainda terá o lugar que merece, ou seja, nenhum.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Brasil: o pais dos afrodescendentes de araque e dos cotistas fraudadores

Pois é, se o governo dos companheiros demagogos e adeptos do Apartheid racial não tivesse inventado essas cotas racistas, prontamente atendidas por seus companheiros acadêmicos mais demagogos das universidades públicas.
Onde houver regras especiais para grupos, haverá gente que vai fraudar para se beneficiar de favores seletivos. É da natureza humana!
Só os companheiros não sabiam disso, ou fingiam não saber.
É da natureza petista fazer demagogia, e implantar o racismo, que é o equivalente da luta de classes para os militantes da causa.
Paulo Roberto de Almeida 

Rio de Janeiro

Policia Civil vai intimar cotistas suspeitos de fraude na Uerj

Quarenta e um estudantes que se declararam negros ou índios começarão a prestar depoimento nesta semana

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Estudantes antes do início da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) na UERJ, no Rio de Janeiro
Estudantes antes do início da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) na UERJ, no Rio de Janeiro (Marcos Michael)
A Polícia Civil do Rio vai intimar, a partir desta semana, estudantes cotistas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) suspeito de fraudar o sistema de cotas no vestibular de 2013. Como mostrou reportagem do site de VEJA em março, uma série de denúncias feitas por universitários indica que, entre os cotistas, há egressos de escolas com altas mensalidades ou que assumidamente não têm ascendência negra ou indígena. Com isso, um contingente ainda não calculado de candidatos obtém vagas em cursos disputados, apesar de não obter nota suficiente para o ingresso.
A investigação começou a partir de uma denúncia entregue ao Ministério Público Estadual em um CD com notas e imagens dos universitários que não aparentam pertencer à raça declarada na inscrição do vestibular.  A lista de suspeitos de terem fraudado os critérios estipulados pela lei número 5.346, que dispõe sobre o sistema de cotas nas universidades estaduais do Rio,  tem o nome de 41 universitários inscritos em 15 cursos, como medicina, enfermagem, direito e jornalismo. A pedido do MP, foi instaurado um inquérito policial na 18ª DP (Praça da Bandeira).
Leia também:
1 de 5

Vanessa Daudt

Reprodução/MPRJ
Vanessa Daudt foi aprovada como cotista após se declarar negra ou índia no vestibular de 2013. Classificada na 122ª posição geral entre os vestibulandos de enfermagem, a loira de olhos azuis não teria conseguido uma das 80 vagas do curso se não tivesse concorrido às vagas destinadas a cotistas
De acordo com o delegado, Fábio Barucke, os estudantes começarão a prestar depoimento nesta semana. Um dos nomes investigados é o de uma universitária que desde setembro frequenta o curso de enfermagem. Loira com olhos azuis, ela se autodeclarou negra ou índia. Conseguiu, assim, ingressar na faculdade apesar de ter ocupado o 122º lugar na classificação geral, para um curso com 80 vagas. Como cotista, disputou 16 vagas com 34 candidatos – 2,19 interessados em cada cadeira. Na concorrência normal, teria que brigar com 515 vestibulandos por 44 matrículas.
A diferença é ainda mais gritante na disputa por uma vaga de medicina, que tem quatro aprovados no vestibular de 2013 investigados. Para garantir uma vaga no curso, o mais disputado da Uerj, o estudante enfrenta uma relação de 135 candidatos por vaga. Ao se inscrever como cotista negro ou indígena, concorre com 11 candidatos.
A Uerj foi intimada a fornecer documentos referentes ao ingresso dos estudantes na universidade. Entre a documentação requerida estão comprovantes de renda apresentados na inscrição do vestibular. De acordo com a lei 5.346, o critério indispensável para concorrer às vagas destinadas aos cotistas é ter baixa renda – em 2013, o candidato precisava declarar renda familiar per capita bruta de até 960 reais.
Segundo denúncias anônimas recebidas pelo MP desde 2007, candidatos omitem a renda de um ou mais integrante da família para se adequar ao critério. Apesar de a lei 5.346 estabelecer que as universidades devem "criar mecanismos de combate à fraude", a fiscalização é falha. Em 2010 e 2011 a Uerj realizou apenas 17 visitas domiciliares para verificar se a renda declarada pelos candidatos a cotas condizia com a realidade.
Leia também: