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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Petrobras: nao pode ser privatizada, nem estatizada novamente - Luiz Fernando Rudge

Ao postar uma matéria sobre a Petrobras em minha página no Facebook (https://www.facebook.com/paulobooks/posts/985325654864218), recebi dois comentários do Luiz Fernando Rudge  que vale a pena registrar aqui, para demonstrar que a outrora companhia "orgulho do Brasil" foi tão completamente destruída pelos companheiros assaltantes que sequer ela poderia ser considerada para privatização se por acaso aparecesse um estadista com coragem (a palavra é outra) suficiente.

Leiam o primeiro comentário de Rudge: 

Já escrevi aqui, e repito agora, que entendo que a Petrobrás não tem condições de ser privatizada. Quem adquiriria uma empresa cuja ação vale R$ 10, enquanto seu valor patrimonial é pouco menos de R$ 24? Quem aceitaria assumir a dívida de R$ 415 bilhões, ou IS$ 118 bilhões, a maior dívida privada do mundo? Quem toparia ser dono de parte de uma empresa que é ré em ações coletivas nos Estados Unidos, em que a indenização pode atingir a casa das dezenas de bilhões de dólares? Quem aceitaria que essa empresa tivesse uma golden share, pela qual a União tivesse poder de veto sobre decisões estratégicas nos mercados do petróleo e gás? Quem aceitaria esta venda, com a regra contábil de lançar, como prejuízo, a diferença de preço entre o valor obtido e o valor patrimonial? Quem aceitaria suportar o ônus de desistir de unidades de refino com capacidade superior a meio milhão de barris/dia, apenas porque - como no caso da reportagem acima - o custo é tão alto que colocá-la em atividade abriria um enorme rombo no cofre? Quem toparia ser dono de uma empresa cujo produto de extração está no subsolo, sendo esse produto de propriedade da União, num país onde a legislação é frequentemente desobedecida pela União? O mercado tem outras oportunidades de investimento bem mais atraentes.

Agora seu outro pequeno comentário (https://www.facebook.com/luiz.rudge?hc_location=ufi) que remete a seu blog: 

Se você consultar meu blog panoramadorudge.blogspot.com.br, terá nos meses de fevereiro, março e abril uma cobertura a bem dizer inédita sobre o drama da companhia. Coisas que os jornais esqueceram de publicar. Veja se lhe interessa, e volte a mim.

E finalmente, este para terminar: 

Para que conste dos anais, Paulo Roberto: a Petrobrás também não é estatizável. O governo não tem como adquirir a participação de 800 mil acionistas, dos quais 200 mil ao redor do mundo.

Portanto, estamos encalacrados, com uma companhia que perdeu bilhões de valor de mercado, que não pode ser privatizada, e que talvez ainda tenha de pagar indenizações milionárias aos investidores estrangeiros, sobretudo americanos, que não deixam barato malversações como as que foram feitas.
Esse é o resultado da GRANDE DESTRUIÇÃO companheira, uma devastação em regras, e não apenas na Petrobras, mas em todos os setores, áreas e domínios da vida brasileira.
Os efeitos do desgoverno petista e da roubalheira petralha, em escala inimaginável -- e ainda não computada em toda a sua dimensão, e que talvez não sejam nunca mensuráveis -- são de tal proporção que foge à nossa capacidade avaliar exatamente todo o estrago produzido.
E isso falando apenas no plano puramente contábil.
No plano das mentalidades, foi como se uma horda de bárbaros tivesse devastado as melhores e mais ricas cidades da Europa, e deixado um rastro de destruição.
A revolução cultural maoista produziu um desastre educacional numa escala gigantesca.
Talvez seja o caso de chamar a desvastação petralha de algo semelhante...
Paulo Roberto de Almeida 
Hartford, 10/08/2015

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Comunicado Petrobras e as ironias do destino: vai processar os responsaveis pelos prejuizos...

Recebo o seguinte comunicado da Petrobras:

Pedidos de ingresso como Assistente do Ministério Público Federal

Rio de Janeiro, 27 de abril de 2015 – Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras informa que protocolou em 24 de abril, pedidos de ingresso como Assistente do Ministério Público Federal nas 7 ações penais decorrentes da “Operação Lava Jato” nas quais a Companhia é vítima. Essas ações estão em curso na 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.

Com essa medida, a Petrobras, que vem colaborando com as Autoridades Públicas, pretende atuar de forma mais incisiva na busca da reparação do seu prejuízo, visto que a sentença penal condenatória poderá garantir à Petrobras o pagamento de indenização pelos prejuízos oriundos dos delitos.

A Petrobras está tomando todas as medidas junto às autoridades brasileiras para reparar os danos sofridos em função dos atos ilícitos denunciados no âmbito da “Operação Lava Jato”.


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Bem, não querendo ensinar o Padre Nosso ao vigário, e acho que eles entendem mais de corrupção e roubalheira do que eu, que só leio pelos jornais o festival de horrores que virou aquela birosca, eu começaria sugerindo que eles processassem os principais responsáveis pelas perdas dos últimos dez ou doze anos, aqueles que, sem as suas:
(a) ordens
(b) ações
(c) omissões
(d) conivência e/ou 
(e) contribuições ativas

nada disso teria acontecido, uma vez que eles supostamente assinaram todos os papeis, deram todas as permissões, responderam pela companhia e pelos seus conselheiros no:
(a) desenho dos negócios
(b) elaboração dos estudos técnicos 
(c) análise dos relatórios de custo-benefício
(d) aprovação das decisões
(e) assinatura dos contratos
(f) ratificação e operacionalização dos negócios

e tudo isso, em todas as etapas e negociações, e acompanhamentos de obras magníficas como:
(a) Pasadena, TX
(b) Abreu e Lima, PE
(c) Comperj, RJ
(d) refinaria no Maranhão
(e) venda de campos na Nigéria
(f) etc., etc., etc., e muito mais...

Para tudo isso, e supondo-se que todas as opções acimas sejam válidas, sem descartar nenhuma, eu só vejo duas pessoas que participaram de todas as fases, de todos os negócios, de todas as grandes decisões, durante todo o tempo:

(a) presidente do Conselho de Administração
(b) presidente dessa porcaria em que se converteu a Petralhabras...

Acho que vocês concordarão comigo em que se é para acompanhar o caso junto ao Ministério Público Federal e buscar ressarcimento por todos os danos causados, ninguém melhor do que essas duas pessoas podem servir de síntese do magnum opus da corrupção petralha que vitimou a Petrobras (como vitimou outras agências públicos e em tudo mais que foi tocado pelos mafiosos).
Paulo Roberto de Almeida