Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
sábado, 2 de junho de 2012
O que se vê, e o que não se vê, em política... - Paulo Roberto de Almeida
sábado, 26 de maio de 2012
Mensalao: a denuncia do PGR, o relatorio para o STF
Sem dúvida foi a maior fraude política que o Brasil conheceu e se distingue totalmente da corrupção normal, de estilo quase artesanal, feita pelos políticos individualmente ou por partidos ocupando nichos de poder, no sentido em que se trata de uma "operação industrial", sistêmica, construída em escala gigantesca, para roubar, fraudar, corromper, desviar recursos públicos e privados, enfim, comportamento mafioso no mais integral sentido desse conceito.
Paulo Roberto de Almeida
Quem quiser ler o relatório do ministro encarregado do processo, pode descarregá-lo neste link: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/relatorioMensalao.pdf
Alguns trechos do relatório, apenas para confirmar a gravidade do atentado à democracia no Brasil:
O Procurador-Geral da República narrou, na denúncia, uma “sofisticada organização criminosa, dividida em setores de atuação, que se estruturou profissionalmente para a prática de crimes como peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta, além das mais diversas formas de fraude” (fls. 5621).
Segundo a acusação, “todos os graves delitos que serão imputados aos denunciados ao longo da presente peça têm início com a vitória eleitoral de 2002 do Partido dos Trabalhadores no plano nacional e tiveram por objetivo principal, no que concerne ao núcleo integrado por JOSÉ DIRCEU, DELÚBIO SOARES, SÍLVIO PEREIRA e JOSÉ GENOÍNO, garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros Partidos Políticos e do financiamento futuro e pretérito (pagamento de dívidas) das suas próprias campanhas eleitorais. (...) Nesse ponto, e com objetivo unicamente patrimonial, o até então obscuro empresário MARCOS VALÉRIO aproxima-se do núcleo central da organização criminosa (JOSÉ DIRCEU,
DELÚBIO SOARES, SÍLVIO PEREIRA e JOSÉ GENOÍNO) para oferecer os préstimos da sua própria quadrilha (RAMON HOLLERBACH, CRISTIANO DE MELLO PAZ, ROGÉRIO TOLENTINO, SIMONE VASCONCELOS e GEIZA DIAS DOS SANTOS) em troca de vantagens patrimoniais no Governo Federal” (5621/5622).
Além disso, teria sido necessário contar com os réus KÁTIA RABELLO, JOSÉ ROBERTO SALGADO, VINÍCIUS SAMARANE e AYANNA TENÓRIO, os quais, no comando das atividades do Banco Rural, juntamente com o Sr. José Augusto Dumont, falecido em abril de 2004, teriam criado as condições necessárias para a circulação clandestina de recursos financeiros entre o núcleo político e o núcleo publicitário, através de mecanismos de lavagem de dinheiro, que permitiriam a tais réus o pagamento de propina, sem que o dinheiro transitasse por suas contas.
De acordo com a denúncia recebida por esta Corte, o esquema teria sido arquitetado durante as eleições de 2002 e passou a ser executado em 2003. Já em dezembro de 2002, os réus do denominado “núcleo publicitário” da quadrilha – especialmente os réus MARCOS VALÉRIO, CRISTIANO PAZ e RAMON HOLLERBACH – já haviam sido apresentados para os réus do denominado “núcleo central” – formado pelos réus JOSÉ DIRCEU, JOSÉ GENOÍNO, DELÚBIO SOARES e SÍLVIO PEREIRA -, com o fim de pôr em prática o plano de corrupção de parlamentares da então frágil base aliada, com intuito de “negociar apoio político, pagar dívidas pretéritas do Partido e também custear gastos de campanha e outras despesas do PT e dos seus aliados” (fls. 5621).
O Parquet esclarece que, durante as eleições de 2002, o réu JOSÉ DIRCEU era o Presidente do Partido dos Trabalhadores e, também, Coordenador da Campanha de seu partido à Presidência da República. O Secretário de Finanças do Partido, ou Tesoureiro, era o réu DELÚBIO SOARES, subordinado ao réu JOSÉ DIRCEU. Eles, juntamente com o Secretário Nacional do Partido, o réu SÍLVIO PEREIRA – cuja conduta não será analisada neste julgamento -, e com o réu JOSÉ GENOÍNO, que assumiu a Presidência do Partido dos Trabalhadores a partir de 2003, teriam formado o que o Procurador-Geral da República denominou de núcleo central da quadrilha (denúncia, vol. 27). Em março de 2003 o réu JOSÉ DIRCEU viria a renunciar ao cargo de Presidente do Partido dos Trabalhadores, segundo o réu informou em seu interrogatório (fls. 16.638/9, v. 77).
Segundo a acusação, os réus do núcleo político ou central, com intuito de permanecerem por longos anos no Poder, teriam optado por utilizar mecanismos criminosos oferecidos pelos réus dos núcleos publicitário e financeiro, os quais, segundo o Procurador-Geral da República, já vinham sendo praticados no Estado de Minas Gerais, especialmente a partir do Governo do atual Senador EDUARDO BRANDÃO DE AZEREDO, do PSDB, cuja conduta está em análise na AP 536.
Os réus do chamado núcleo central – JOSÉ DIRCEU, JOSÉ GENOÍNO e DELÚBIO SOARES -, segundo a denúncia recebida por este Plenário, teriam sido os responsáveis por organizar a quadrilha voltada para a compra de apoio político, através dos votos dos parlamentares. Eles respondem, nestes autos, à acusação de crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa.
Para viabilizar seu intento, teriam se aproximado dos réus dos núcleos publicitário e financeiro, supostamente dando-lhes “carta branca” para agir da forma que fosse necessário para atingir o objetivo de abastecer a quadrilha com recursos que permitiriam a prática dos crimes de corrupção.
Assim, a denúncia afirmou que “a análise das movimentações financeiras dos investigados e das operações realizadas pelas instituições financeiras envolvidas no esquema demonstra que estes, fazendo tabula rasa da legislação vigente, mantinham um intenso mecanismo de lavagem de dinheiro com a omissão dos órgãos de controle, uma vez que possuíam o apoio político, administrativo e operacional de JOSÉ DIRCEU, que integrava o Governo e a cúpula do Partido dos Trabalhadores”.
(...)
[O PGR] Afirmou que “A instrução comprovou que foi engendrado um plano criminoso voltado para a compra de votos dentro do Congresso Nacional” (fls. 45.088). [p. 51]
Para o Procurador-Geral da República, relativamente ao réu JOSÉ DIRCEU, “Provou-se que o acusado, para articular o apoio parlamentar às ações do governo, associou-se aos dirigentes do seu partido e a empresários do setor de publicidade e financeiro para corromper parlamentares. As provas coligidas no curso do inquérito e da instrução criminal comprovaram, sem sombra de dúvida, que JOSÉ DIRCEU agiu sempre no comando das ações dos demais integrantes dos núcleos político e operacional do grupo criminoso. Era, enfim, o chefe da quadrilha. (...) Nesse sentido, há vários depoimentos nos autos. MARCOS VALÉRIO (...) confirmou que JOSÉ DIRCEU comandava as operações que estavam sendo feitas para financiar os acordos políticos com os líderes partidários (...)” (fls. 45.123/45.124).
Sustenta, ainda, que “Outros fatos podem ser referidos para comprovar
que JOSÉ DIRCEU integrava e comandava o grupo criminoso. [p/ 52]
==========
Creio que basta isso para enfatizar a gravidade dos atos criminosos imputados aos denunciados.
A responsabilidade agora está com a corte dita suprema...
Paulo Roberto de Almeida
sábado, 19 de maio de 2012
China: a fachada e a realidade -- "filhos de Principe" estudam nos EUA
Como resume seu autor logo no início, os líderes chineses estão sempre condenando, em público, os valores e o modo de vida americano, mas enviam seus filhos para estudar nas melhores universidades americanas. Devem ser alguns, dentre muitos, que sabem distinguir entre o que vale, e o que parece...
Pois é, inverteram o moto: "façam o que eu faço, não o que eu digo"...
Paulo Roberto de Almeida
Chinese communist leaders denounce U.S. values but send children to U.S. colleges
By Andrew Higgins and Maureen Fan
The Washington Post, Saturday, May 19
CAMBRIDGE, Mass. — When scholars gathered at Harvard last month to discuss the political tumult convulsing China’s ruling Communist Party, a demure female undergraduate with a direct stake in the outcome was listening intently from the top row of the lecture hall. She was the daughter of Xi Jinping, China’s vice president and heir apparent for the party’s top job.Xi’s daughter, Xi Mingze, enrolled at Harvard University in 2010, under what people who know her there say was a fake name, joining a long line of Chinese “princelings,” as the offspring of senior party officials are known, who have come to the United States to study.
In some ways, the rush to U.S. campuses by the party’s “red nobility” simply reflects China’s national infatuation with American education. China has more students at U.S. colleges than in any other foreign country. They numbered 157,558 in the 2010-11 academic year, according to data compiled by the Institute of International Education — up nearly fourfold in 15 years.
But the kin of senior party officials are a special case: They rarely attend state schools but congregate instead at top-tier — and very expensive — private colleges, a stark rejection of the egalitarian ideals that brought the Communist Party to power in 1949. Of the nine members of the Politburo Standing Committee, the supreme decision-making body of a Communist Party steeped in anti-American rhetoric, at least five have children or grandchildren who have studied or are studying in the United States.
Helping to foster growing perceptions that the party is corrupt is a big, unanswered question raised by the foreign studies of its leaders’ children: Who pays their bills? Harvard, which costs hundreds of thousands of dollars in tuition and living expenses over four years, refuses to discuss the funding or admission of individual students.
Grandchildren of two of the party’s last three top leaders — Zhao Ziyang, who was purged and placed under house arrest for opposing the military assault on Tiananmen Square protesters in June 1989, and his successor, Jiang Zemin — studied at Harvard.
The only prominent princeling to address the question of funding publicly is Bo Guagua, a graduate student at Harvard’s Kennedy School of Government. His father is the now-disgraced former Chongqing party boss Bo Xilai, who, like Xi Jinping, is the son of an early revolutionary leader who fought alongside Mao Zedong.
Bo Guagua did not attend the seminar at Harvard’s Fairbank Center for Chinese Studies, which focused on his family’s travails. But in a statement sent a few days later to Harvard’s student-run newspaper, the Crimson, he responded to allegations of ill-
gotten wealth. He said he had never used his family name to make money and, contrary to media reports, had never driven a Ferrari. Funding for his overseas studies, he said, came entirely from unspecified “scholarships earned independently, and my mother’s generosity from the savings she earned from her years as a successful lawyer and writer.”
His mother, Gu Kailai, is in detention somewhere in China on suspicion of involvement in the death of Neil Heywood, a Briton who served as a business adviser to the Bo family. After what Chinese authorities say was a falling-out over money, Heywood was found dead, apparently poisoned, in a Chongqing hotel room in November.
Bo Guagua “is very worried about what might happen to his mother,” said Ezra F. Vogel, a Harvard professor who said he had received a visit from a “very anxious” Bo last week. Bo’s image as a wild playboy, Vogel added, is “greatly exaggerated.”
In China’s “dog-eat-dog” political culture, Harvard scholar Roderick MacFarquhar told the Fairbank Center seminar, the family is both “a wealth-generating unit” and a “form of general protection.” As a result, he added, “you have a party that is seen as deeply corrupt.”
Before his ouster, Bo Xilai had an official annual salary of less than $20,000. But his son attended Harrow School, an exclusive private academy in London with annual fees of about $48,000; then Oxford, which, for overseas students, costs more than $25,000 a year just in tuition; and the Kennedy School, which, according to its own estimates, requires about $70,000 a year to cover tuition and living expenses.
‘Top of the food chain’
“This is about haves and have-nots,” said Hong Huang, the stepdaughter of Mao’s foreign minister Qiao Guanhua and a member of an earlier generation of American-educated princelings. “China’s old-boy network . . . is no different from America’s old-boy network,” said Hong, who went to Vassar College in Poughkeepsie, N.Y., and whose mother served as Mao’s English teacher.
“There is something about elitism that says if you are born in the right family, you have to go to the right school to perpetuate the glory of the family. Going to an elite college is a natural extension of that,” said Hong, now a Beijing-based style guru and publisher. Among her ventures is iLook, an edgy fashion and lifestyle magazine that offers tips on how to enjoy what a 2010 cover story proclaimed as China’s “Gilded Age.”
Noting that the Communist Party has drifted far from its early ideological moorings, Hong said she sees no contradiction between the desire for an Ivy League education and the current principles of the ruling party and its leaders: “What part of China is communist, and what part of Harvard is against elitist authoritarianism?”
Hong’s stepfather, Qiao, was purged as foreign minister in 1976 and his ministerial post passed to Mao’s former interpreter, Huang Hua, whose son, Huang Bin, also went to Harvard. At the time, China’s education system lay in ruins, wrecked by the 1966-76 Cultural Revolution and Mao’s vicious campaigns against intellectuals, who were reviled as the “stinking ninth category.”
Today, Chinese universities have not only recovered but become so fiercely competitive that getting into them is difficult even for well-connected princelings. Even so, top American universities still carry more cachet among many in China’s political and business elite, in part because they are so expensive. A degree from Harvard or the equivalent ranks as “the ultimate status symbol” for China’s elite, said Orville Schell, a Harvard graduate and director of the Center on U.S.-China Relations at the Asia Society in New York.
“There is such a fascination with brand names” in China that “just as they want to wear Hermes or Ermenegildo Zegna, they also want to go to Harvard. They think this puts them at the top of the food chain,” Schell said.
The attraction of a top-brand university is so strong that some princelings flaunt even tenuous affiliations with a big-name American college. Li Xiaolin, the daughter of former prime minister and ex-Politburo member Li Peng, for example, has long boasted that she attended the Massachusetts Institute of Technology as a “visiting scholar at the Sloan Business School.” MIT says the only record it has of attendance by a student with Li’s name was enrollment in a “non-degree short course” open to executives who have “intellectual curiosity” and are ready to spend $7,500 for just 15 days of classes.
Discipline case
The welfare of princelings studying abroad can become a matter for the Chinese government.
During his final year at Oxford University in England, Bo Guagua ran into trouble because of inattention to his studies. When the university initiated a disciplinary process against him, the Chinese Embassy in London sent a three-person diplomatic delegation to Oxford to discuss the matter with Bo’s tutor at Balliol College, according to an academic who was involved in the episode and who spoke on the condition of anonymity to be able to speak candidly. The embassy did not respond to a request for comment.
The embassy trio pleaded on Bo’s behalf, stressing that education is very important to the Chinese, the academic said. The tutor replied that Bo should, in that case, learn to study more and party less. The intervention by Chinese diplomats didn’t help Bo and, in December 2008, he was “rusticated” for failing to produce academic work of an adequate standard, an effective suspension that, under Oxford regulations, meant he lost his “right of access” to all university facilities. Barred from college housing, Bo moved into a pricey local hotel. He was, however, allowed to take a final examination in 2010. Despite his banishment from classes, he performed well and received a degree.
“He was a bright student,” said the Oxford academic, who knew Bo Guagua at the time. But “in Oxford, he was suddenly freer than anything he had experienced before and, like a good many young people in similar circumstances, it was like taking the cork out of a bottle of champagne.”
Most other princelings have kept a far lower profile.
On the manicured, sun-drenched grounds of Stanford University in Silicon Valley, Jasmine Li — whose grandfather, Jia Qinglin, ranks fourth in the Politburo and has made speeches denouncing “erroneous” Western ways — blends in seamlessly with fellow American undergraduates.
Photographs have appeared online showing her wearing a black-and-white Carolina Herrera gown at a Paris debutante ball in 2010, and she shares with Bo Guagua a taste for horse riding. As a freshman last year, she rode with the Stanford Equestrian team.
But her presence on campus is low-key, like that of Xi’s daughter at Harvard, whom fellow students describe as studious and discreet. Li rides a shiny red bicycle to and from classes, has an American roommate and joined a sorority, Kappa Alpha Theta. She often studies after class in the sorority house’s high-ceilinged living room alongside fellow members.
Reached at her sorority, Li declined to comment on her time in the United States or her ambitions, saying, in unaccented English, that she needed to consult first with her family in China.
‘Achilles’ heel for the party’
The stampede to American campuses has delivered a propaganda gift to critics of the Communist Party, which drapes itself in the Chinese flag and regularly denounces those who question its monopoly on power as traitorous American lackeys. A widespread perception that members of the party elite exploit their access and clout to stash their own children and also money overseas “is a big Achilles’ heel for the party,” said Harvard’s MacFarquhar.
Bitter foes of the ruling party such as the banned spiritual movement Falun Gong have reveled in spreading sometimes unfounded rumors about privileged party children. New Tang Dynasty TV, part of a media empire operated by Falun Gong, reported, for example, that 74.5 percent of the children of current and retired minister-level Chinese officials have acquired either green cards or U.S. citizenship. The rate for their grandchildren is 91 percent, said the TV station, citing an anonymous Chinese blog posting that in turn cited supposed official U.S. statistics. No government agency has issued any such statistics.
Though of dubious accuracy, the report stirred a storm of outrage on the Internet, with Twitter-like micro-blogs denouncing the hypocrisy of the party elite. Most of the comments were quickly deleted by China’s army of Internet censors. But a few survived, with one complaining that officials “curse American imperialism and capitalism all the time but their wives and children have already emigrated to the U.S. to be [American] slaves.”
Symbol of excess
Similar fury greeted photographs that showed Bo Guagua cavorting at parties with Western women at a time when his father was promoting a neo-Maoist revival in Chongqing and urging the city’s 33 million residents to reconnect with the austere values of the party’s early years.
Bo, a poster boy for princeling excess, stopped attending classes this spring and last month moved out of a serviced apartment building with a uniformed doorman near Harvard Yard. (Rents there range from $2,300 to $3,000 a month.) People who know him at Harvard say he had earlier split up with his girlfriend, fellow Harvard student Sabrina Chen, the granddaughter of Chen Yun, a powerful party baron. Before his death in 1995, Chen took a hard line against the “infiltration” of Western values and, along with Bo Guagua’s grandfather, Bo Yibo, pressed for a military crackdown against student protesters who gathered in Tiananmen Square around a plaster statute inspired by the Statute of Liberty.
The cook at a fast-food eatery near his Cambridge apartment building said Bo Guagua used to come in regularly but didn’t make much of an impression. “He just ordered the usual stuff, BLTs. Nothing special,” said the cook, who gave his name as Mustafa.
Staff at Changsho, a Chinese restaurant, however, remember a more extravagant customer. Late one evening, for example, Bo came in alone, ordered four dishes and left after barely touching the food. “He didn’t even ask for a doggie bag,” recalled a restaurant worker, appalled at the waste.
Fan and special correspondent Yawen Chen reported from Palo Alto, Calif.
terça-feira, 20 de março de 2012
Corrupcao: tem quem queira flexibilizar... (entendo)
Paulo Roberto de Almeida
Por Caio Junqueira | De Brasília
Valor Econômico, 19/03/2012
Com apoio do governo, a Câmara dos Deputados quer aprovar a possibilidade de que o Estado possa efetuar um "acordo de leniência" com empresas acusadas de corrupção, uma espécie de delação premiada para pessoas jurídicas. O dispositivo está presente no capítulo 5 da versão final do relatório da comissão especial que discute o projeto de lei 6826 de 2010, que trata da responsabilização administrativa e civil de empresas acusadas de corrupção.
Por meio desse acordo, a empresa que colaborar com a apuração poderá se livrar de algumas das punições previstas no projeto, como a declaração de inidoneidade, a proibição de receber financiamentos e de fechar contratos com o Estado. Para tanto, deverá ser a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar, interromper seu envolvimento na infração e confessar sua participação. Ainda assim, não estará livre da multa, a ser fixada entre 0,1% e 20% do faturamento bruto do último exercício da empresa.
O relatório foi apresentado na semana passada pelo relator, Carlos Zarattini (PT-SP), e a expectativa é de que seja aprovado na comissão especial em caráter conclusivo neste semestre. De lá, seguiria diretamente ao Senado, a não ser que 10% dos deputados da Casa façam um requerimento em que peçam que ele passe pelo plenário.
O relator, contudo, contesta a ideia de que seja um dispositivo similar à delação premiada. "É uma colaboração da empresa com a investigação. Ela admite que não houve orientação dela a postura de alguns dos seus funcionários ou diretores e passa a ter algumas possibilidades de punição eliminadas. A delação dá uma ideia de que haverá anistia, o que não é o caso", disse.
O deputado também incluiu outros pontos no projeto original. Alguns deles atendendo a entidades empresariais, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que atuou para que empresas integrantes do mesmo grupo econômico, bem como sociedades controladas, controladoras, ou consorciadas serão subsidiariamente responsáveis, e não mais solidariamente responsáveis pelos atos ilícitos, como no texto original.
Também foi incluído no relatório que as pessoas físicas ligadas à empresa (dirigentes e administradores) só poderão ser responsabilizadas de acordo com sua comprovada participação nos atos ilícitos.
Por outro lado, outros dispositivos agravaram as condições para as pessoas jurídicas, como o trecho que impõe a responsabilidade objetiva sobre seus atos. O Estado, assim, não, precisará comprovar a intenção dos seu ato lesivo. Bastará apenas demonstrar a relação entre a ação e o resultado.
O governo, via Controladoria-Geral da União (CGU), aproveitou o debate para incluir um artigo com o objetivo de potencializar o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS). O atual cadastro possui 5.946 empresas e é regulamentado por uma portaria do órgão de 2010, mas só obriga os três Poderes em nível federal a alimentar o cadastro. Agora, Estados e municípios também terão de abastecer esse cadastro mediante o fornecimento dos nomes das empresas que sofreram sanções administrativas e judiciais.
O texto original foi encaminhado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro de 2010, como reação à operação da Polícia Federal intitulada Castelo de Areia. Deflagrada em março de 2009, ela investigou a construtora Camargo Corrêa por crimes financeiros e doações de campanhas irregulares aos principais partidos e políticos do país, oriundos do PT, PMDB, PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PR, PSDB. "É um projeto bom para as empresas porque passa a ter uma regra de financiamento e contato com o poder público. Além disso, qualquer corrupção desbalanceia a competição", disse Zarattini.
|
quarta-feira, 14 de março de 2012
O fascismo em construcao no Brasil (7): direito de resposta
Eles têm de arcar com o ônus de serem políticos, e portanto terem suas atividades seguidas, monitoradas e até cobradas pela imprensa, como por toda a cidadania.
Este é mais um aspecto do fascismo em construção no Brasil.
Paulo Roberto de Almeida
Senado aprova projeto para cercear imprensa
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em caráter terminativo, um projeto criado para constranger os veículos de comunicação: a proposta altera a tramitação dos pedidos de direito de resposta a órgãos de imprensa e atropela o trâmite natural dos processos. O projeto do senador Roberto Requião (PMDB-PR) estabelece que as pessoas que se sentirem prejudicadas por uma reportagem poderão procurar diretamente o veículo responsável pela matéria e exigir um espaço para apresentar sua versão dos fatos. Jornais, revistas, sites noticiosos, rádios e emissoras de televisão terão de publicar o direito de resposta até sete dias depois de comunicados da queixa. Caso contrário, a suposta vítima poderá acionar a Justiça. Os maiores beneficiários da proposta são justamente os políticos, alvo frequente de denúncias da imprensa fiscalizadora.
O senador Roberto Requião tem um longo histórico de ataques a imprensa. Quando governador do Paraná, ele usava a TV pública para veicular ataques quase diários a veículos que apontavam os problemas de sua gestão. O uso indevido da emissora levantou questionamentos do Ministério Público Estadual. No ano passado, o peemedebista deu mostras daquilo que entende por liberdade de imprensa: simplesmente arrancou um gravador das mãos de um repórter da Rádio Bandeirantes. O motivo: o parlamentar se irritara com uma pergunta a respeito da confortável aposentadoria que recebe como ex-governador. O senador também ameaçou agredir o jornalista. E só devolveu o gravador - sem o áudio da entrevista - horas depois.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Todo politico um ladrao? Nao sou eu quem digo...
Mas no caso deles, são só uns poucos....
Sixteen members of Congress have directed federal tax dollars to companies, colleges and community groups where their relatives work as salaried employees, lobbyists or board members, according to an examination of federal disclosure forms and local public records by The Washington Post.
Read more at:
|
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Governo da Mae-Joana? Ou governo de mae nenhuma?
Pois é isso que parece a governança atual no Brasil, algo que nos faz tremer, ao pensar que todo o aparato do Estado, nos seus mais altos escalões, está entregue ao mais tosco prebendalismo de botequim, a decisões tomadas de afogadilho em reuniões partidárias mais parecidas com conclaves de sociedades caracterizadas pela omertà, traçadas no conluio de partidários de causas obscuras, abandonados os antigos ideais e concentrados unicamente na retenção dos despojos da máquina pública, como se esta fosse um cadáver a ser devidamente esquartejado por hienas sedentas de poder e de dinheiro (uma coisa vai com a outra, bien sûr).
Uau! Estou romântico, moi aussi, pelo menos no estilo, pois o espírito é o pior possível, ao ler matérias como essa do editorial do Estadão desta terça-feira 7 de Fevereiro de 2012.
Como é possível que a governança no Brasil tenha descido tão baixo?
Como é possível que o Estado esteja dominado por seres amorais, dedicados única e exclusivamente a extrair benefícios pessoais e partidários de cargos que eles não hesitam em converter em fontes de rendosas transações ilegais?
Como é possível termos chegado a esse Estado de liquefação de valores -- e de princípios legais -- que nos aproximam de um Estado mafioso?
Como é possível suportar, TODOS OS DIAS, uma denúncia de um "malfeito" -- como pudicamente alguém já se referiu a atos de verdadeira ladroagem -- sem que se faça correção radical de todas essas malversações com o dinheiro público (o nosso dinheiro, vale lembrar) e sem que os bandidos sejam punidos?
Pois eu pergunto: de todos os personagens que foram denunciados PELA IMPRENSA, não pelos órgãos de controle, de corregedoria e de investigação do governo, QUANTOS foram processados? Quantos alimentam sequer o temor de ser um dia incomodados e cobrados pelo que desviaram, subtrairam, roubaram direta ou indiretamente dos cofres públicos?
Até quando os brasileiros vão aceitar passivamente pertencer a uma República Mafiosa?
Paulo Roberto de Almeida
Addendum:
Parece que ter sido prisioneiro político é prova de competência administrativa: não se pede mais CV, e sim ficha policial? Isso basta para assegurar que o trabalho seja bem feito? PRA
|
|
Pró-reitora de extensão da Universidade Federal de São Paulo, Eleonora Menicucci vai substituir Iriny Lopes no cargo. Ela foi presa política junto com a presidenta na década de 70 Leia mais
|