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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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segunda-feira, 13 de maio de 2019

Venezuela: por que Maduro não cai? Toda a elite ganha com todos os tipos de crimes - Jackson Diehl (WP)

The real reason Venezuela’s Maduro survives: Dirty money

Deputy Editorial Page Editor
When asked to explain why their efforts to oust Venezuelan President Nicolás Maduro have fallen short, Trump administration officials typically cite the sinister influence of Cuba and Russia, which they say has stiffened the regime’s resistance. What they don’t speak about so much is a possibly more important factor: the Cartel of the Suns .
That colorful term refers to the drug-trafficking network that each year flies hundreds of tons of Colombian cocaine from Venezuelan airfields to Central America and the Caribbean for eventual distribution in the United States and Europe — and that includes some of the most senior officials in the Maduro regime. These men are not clinging to power because they are true believers in socialism, or because of their fealty to Vladimir Putin and Raúl Castro. They hang on because, in spite of Venezuela’s economic implosion, they are still reaping millions — and they are likely to find themselves imprisoned in Venezuela or the United States if they walk away.
Cocaine trafficking is just one of a host of criminal activities in which the elite of Hugo Chávez’s “Bolivarian revolution” are immersed. There is also illicit gold and iron mining; fraudulent oil sales; rake-offs from food and medicine imports; and corrupt currency trading. Maduro and everyone near him, including his wife, his No. 2, and the ministers of interior and industry, are up to their necks in it.
Though both the Trump administration and Maduro’s far-left foreign defenders prefer to describe the Venezuelan crisis in political terms, the reality is that the regime is less a government — much less a socialist one — than a criminal gang. That has two consequences that are complicating its removal. First, the money it is reaping from criminal activity is serving as a prop that allows it to survive U.S. sanctions.
Perhaps more importantly, the toxic taint on almost every top official makes it much harder to pursue the usual formulas for a peaceful transition, including the creation of a transitional government and amnesty for those who step down.
The collapse of Venezuela’s regular economy has created dire shortages of food, water, medicine and power, and caused more than 10 percent of its 30 million people to flee the country. Yet the illicit revenue pouring in for Maduro’s clique appears to be increasing. A recent CNN report said drug flights from Venezuela had risen from about two per week in 2017 to nearly daily in 2018; it cited one U.S. official as saying there had been up to five flights per night this year. In 2018, an estimated 265 tons of Colombian cocaine, with a street value of $39 billion, was trafficked through Venezuela, the report said.
Another new study prepared for the National Defense University by Douglas Farah and Caitlyn Yates found that even while the Maduro regime sold 73 tons of gold in Turkey and the United Arab Emirates last year to raise cash, its reserves grew by 11 tons — the likely result of illegal gold mining, including by Colombian rebel groups based in Venezuela and allied with the regime. Those sales could have raised close to $3 billion, more than enough to fund the security forces and paramilitary groups still loyal to Maduro.
Farah and Yates describe the Venezuelan regime as part of a regional network they call the Bolivarian Joint Criminal Enterprise, a “consortium of criminalized states and nonstate actors.” They identified 181 individuals and 176 companies in 26 countries linked to Venezuelan criminal activity. Thanks to this enterprise, they say, “the Maduro regime has not collapsed and may not for a significant period of time. . . . The network’s ability to adapt and diversify their criminal portfolio means that money continues to flow into the regime’s coffers.”
In theory, the Venezuelan opposition, the Trump administration and others seeking to leverage Maduro out could resolve to forgive all this. The opposition has spoken about amnesty for military leaders who turn on the regime, and last week, the Treasury Department lifted sanctions from Venezuela’s intelligence chief after he defected.
As a practical matter, however, it’s hard to imagine most of the Maduro mafia simply walking away. At least two of its capos have been indicted by U.S. federal grand juries. Another, former general Hugo Carvajal, defected to Spain last month — and was promptly jailed on a U.S. extradition request. He faces federal cocaine smuggling charges.
Some opposition leaders and foreign governments are hoping to broker a transitional administration that includes regime figures. But, as veteran opposition activist María Corina Machado told The Post, “you cannot have drug trafficking kingpins . . . you cannot have individuals who are part of the mafia in gold trafficking, oil trafficking and gas trafficking, or food mafias.” That, alas, may exclude just about everyone with the power to bring about a peaceful change in Caracas.


sábado, 11 de maio de 2019

Ricardo Bergamini resume a Semana da Corrupção no Brasil

Semana da vitória da corrupção no Brasil, senão vejamos:

1 - Na comissão especial que se incumbiu de examinar a medida provisória 870, que remodelou os ministérios ao gosto de Jair Bolsonaro, deslocou-se o Coaf da Justiça para a Economia. 

2 - Aprovou-se uma emenda-jabuti que restringe a atuação dos auditores da Receita Federal, afastando-os do Ministério Público. A turma do Fisco terá de se ater aos crimes tributários. Se esbarrarem em indícios de corrupção, lavagem de dinheiro e toda sorte de delitos, não poderão se reportar diretamente ao Ministério Público, como fazem hoje. O compartilhamento dos dados só será admitido mediante autorização judicial.

- Com isso a nova redação da lei será como segue: “todo cidadão brasileiro tem o direito de denunciar o conhecimento de qualquer crime, e todos os servidores públicos, com exceção dos auditores fiscais da receita federal, têm o dever de denunciar o conhecimento de qualquer crime”.  

3 - Na outra ponta da Praça dos Três Poderes, o Supremo Tribunal Federal decidiu que as Assembleias Legislativas, a exemplo do que sucede com o Congresso Nacional, têm poder para reverter decisões judiciais desfavoráveis aos deputados estaduais. Podem anular ordens de prisão, rever medidas cautelares e até suspender ações penais. Na prática institucionalizou-se o modelo baseado na regra número um do corporativismo: uma mão suja a outra.

- A partir de agora não haverá lugar mais seguro para os criminosos do que participar da política nas câmaras de deputados estaduais, já que no Congresso Nacional a visibilidade é muito maior e não havia interesse dos criminosos ditos comuns (criminosos de segunda classe), sempre foi usado apenas pelos corruptos (criminosos de primeira classe). 

4 - Como se fosse pouco, o Supremo validou o decreto de indulto natalino assinado por Michel Temer em 2017. Coisa fina: inclui no rol dos beneficiários condenados por corrupção, peculato, concussão, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, etc. Coisa generosa: perdão de 80% da pena e 100% das multas. Tudo isso no mesmo dia em que Temer foi recolhido à prisão pela segunda vez no âmbito de um processo em que é acusado de chefiar organização criminosa.

- Um decreto de autoria do maior gângster da histórica política do Brasil, legislando em causa própria foi aprovado pelo STF.

Ricardo Bergamini

domingo, 7 de abril de 2019

Elites medíocres, políticos corruptos: a mortal combinacao que arrastou o Brasil para o fundo - O Antagonista-Crusoé

Não tenho nenhum problema ou restrição mental em fazer publicidade para O Antagonista e para a revista Crusoé, da qual sou assinante: simplesmente trata-se do melhor jornalismo investigativo, informativo e opinativo disponível na mídia brasileira, sem as limitações da imprensa familiar, ou daquela subvencionada por partidos ou grupos poderosos, de esquerda ou de direita.
Paulo Roberto de Almeida
EXCLUSIVO: OS GRAMPOS DA FARRA DE JOESLEY BATISTA, DA JBS, COM OS PODEROSOS

Caro leitor,
O texto a seguir foi retirado de uma reportagem da revista Crusoé que revela o conteúdo de grampos inéditos com detalhes da farra de Joesley Batista, da JBS, com o poder:
Domingo, 26 de outubro de 2014. A cúpula de uma das maiores companhias do Brasil se reúne em uma exuberante mansão no Jardim Europa, na capital paulista, para acompanhar a contagem dos votos do segundo turno. Havia uma eleição presidencial em aberto. Dilma Rousseff e Aécio Neves protagonizavam uma das mais acirradas disputas eleitorais da história brasileira desde a redemocratização. A casa é de Joesley Batista, o dono da JBS. O empresário, alçado havia alguns anos ao estrelato dos negócios pela política dos campeões nacionais do governo Lula, tinha se tornado também um dos maiores financiadores de campanha do país. A ideia do convescote, para o qual ele reuniu alguns de seus parceiros mais próximos, era conferir o resultado do investimento. O grupo se reuniu à beira da piscina. A festa, regada a muita bebida, com a turma se jogando na água de roupa e tudo, entraria pela madrugada. E acabaria, sem que ninguém ali soubesse, por proporcionar a um grupo restrito de investigadores da Polícia Federal um retrato bem-acabado, e até hoje inédito, do auge da influência de Joesley e da JBS sobre o poder, graças aos milhões que o grupo colocava nas mãos dos políticos.
É isso mesmo.
Enquanto Joesley e sua turma comemoravam na piscina a reeleição de Dilma, a PF monitorava tudo.
As gravações inéditas, obtidas com exclusividade, revelam a promiscuidade entre Joesley e os donos do poder de então.
Os grampos mostram conversas entre Joesley e personagens como Michel Temer, o petista Fernando Pimentel, o emedebista Eduardo Cunha e o tesoureiro de campanha de Aécio Neves.
Além da intimidade com o dono da JBS, os diálogos revelam que, invariavelmente, os políticos eram extremamente gratos ao generoso financiador de campanha:
É o que deixa claro Michel Temer, ao falar com Joesley:
“Obrigadíssimo, amigo, obrigadíssimo. Agora, vem cá. Agora vamos fazer aquele almoço ou aquele jantar no Jaburu?”
Fernando Pimentel:
“Obrigado por tudo, abraço”.
Eduardo Cunha:
“Muito obrigado por tudo, por tudo você foi 100%, tá?”
A reportagem explica a razão de tamanha felicidade com a reeleição. E tamanha simpatia por parte dos políticos:
Joesley tinha motivos de sobra pra comemorar a continuidade da dobradinha PT-MDB no poder. Afinal, foi durante a era petista, e à custa de facilidades obtidas em Brasília, que o seu frigorífico deixou de ser mais uma empresa para se tornar a maior produtora mundial de proteína animal, com um faturamento de 120 bilhões de reais em 2014. Como revelaram mais tarde as investigações, e os próprios executivos do Grupo JBS em suas delações premiadas, grande parte desse crescimento foi consequência da articulada estratégia da empresa de encher o bolso de políticos, seja por meio das gordas doações eleitorais oficiais, seja pelas entregas de dinheiro em espécie por fora, em troca de facilidades.
É uma reportagem suculenta.
Seu conteúdo pode ser indigesto.
Mas, a exemplo dos alimentos ricos em nutrientes, é um prato necessário.
Necessário para quem quer entender o Brasil e, mais do que isso, passar o país a limpo.
E nós sabemos por que oferecemos esse prato a você, caro leitor.
Essa é a tarefa do jornalismo independente: mergulhar nos bastidores do poder e revelar  acontecimentos e articulações que os poderosos querem manter em sigilo.
É isso o que os leitores da Crusoé encontram todos os dias quando abrem o site pela manhã. 
E também às sextas-feiras, quando é publicada a Edição da Semana da Crusoé, com reportagens de fôlego que trazem revelações sobre o poder e os poderosos.
É preciso um jornalismo independente para fiscalizar os poderosos e impedir que eles façam o que bem entendem com o dinheiro do imposto que você paga. 
A Revista Crusoé está pronta para denunciar o que for preciso, sempre em benefício de seus leitores.
Como a reportagem que revelou que uma das linhas de investigação da Polícia Federal sobre o atentado a Jair Bolsonaro apontava para o Primeiro Comando da Capital, a maior facção criminosa do país. Advogados que defenderam Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada em Bolsonaro, ficaram sob a lupa das autoridades.
Crusoé também jogou luz sobre a vida luxuosa dos filhos de Lula. Os negócios da prole do presidente preso por corrupção e lavagem de dinheiro foram tema de uma extensa reportagem logo na edição de estreia da revista.
E mais:
  • Na edição do dia 1º de junho de 2018, revelamos que o então presidente da Petrobras, Pedro Parente, mantinha sociedade com empresas que tinham negócios com a estatal.
  • Já na edição de 18 de maio de 2018, revelamos que a PF reunira indícios de que a petista Gleisi Hoffmann havia recebido R$ 5,3 milhões em recursos ilegais.
  • No início de 2019, revelamos um plano de Cuba para ajudar Dilma a se reeleger em 2014. O plano teve a participação ativa dos profissionais cubanos do programa Mais Médicos, que atuavam como cabos eleitorais da petista.
Fatos não faltam…
E é preciso fiscalizar, porque…
É a segurança, a saúde e a educação da sua família que estão em jogo.
Você quer que esses políticos sejam fiscalizados?
Você quer saber o que é feito às escondidas?
Você quer fiscalizar a reforma da Previdência?
Você quer que os governantes trabalhem pelo bem de sua família?
A melhor forma de brigar por tudo isso é acompanhar diariamente um jornalismo independente e sem rabo preso com políticos e governos.
Chega de ser enganado por políticos “espertos”.
Basta de meias verdades.
Chega de histórias mal contadas sobre ações que na verdade prejudicam a sua vida e a de outras milhões de pessoas.
Crusoé mostra de forma detalhada o que acontece por trás das principais notícias da semana.
Porque essa é a única forma de você se prevenir do jogo do poder.
Com a Crusoé, você descobre em quem confiar e, principalmente, em quem não confiar no mundo da política.
E é por esse motivo que estamos convidando você a fazer parte do grupo de brasileiros que deseja ficar do lado da verdade.
Crusoé foi criada em 2018 pelos jornalistas Diogo Mainardi e Mario Sabino com o propósito de mostrar para você o que acontece pelos cantos de Brasília, trazendo a verdade à tona ─ doa a quem doer.
Um princípio fundamental da Crusoé é não aceitar anúncios de nenhum órgão ou poder público.
Isso significa que não recebemos dinheiro de nenhum governo (federal, estadual ou municipal), tampouco dos Poderes Legislativo ou Judiciário.
Também não aceitamos recursos de empresas estatais ou qualquer organização bancada com recursos públicos. E nem de empresas privadas enroladas em falcatruas.
É isso que garante a você transparência total das informações divulgadas. Como se diz vulgarmente, não temos o rabo preso com os ocupantes do poder.
Crusoé, uma ilha de independência no jornalismo brasileiro.
É uma revista direita e de direita.
Não se trata de um trocadilho gratuito.
Num país em que os mais torpes argumentos são usados para escamotear os cofres públicos…
… fazer uma revista direita significa ser intransigente com os malfeitos, com a corrupção, o conchavo, o toma-lá-dá-cá, a incompetência…
Significa repudiar a velha política, aquela que foi derrotada em 2018 nas urnas.
Os representantes dessas práticas não têm colher de chá na Crusoé. Vale para Lula, para o PT, para o Renan…
Ser uma revista de direita significa, principalmente, defender valores e ações como:
  • A Democracia Representativa, em que os políticos legitimamente eleitos agem em nome do eleitor e são por ele fiscalizados. Nada de comitês e afins, dominados por partidários dos poderosos, como quer a esquerda;
  • A Livre Iniciativa, o direito dos cidadãos de se associarem livremente para aproveitar oportunidades e solucionar desafios contemporâneos, gerando negócios e riqueza. Governos não induzem prosperidade: quem o faz são os cidadãos empreendedores e as empresas, cabendo ao Estado estabelecer regras claras. Ou seja, nada do Estado gigante que controla tudo e nada entrega, como prega a esquerda;
  • A Liberdade de Expressão e de Acesso à Informação, o que inclui a liberdade da imprensa de revelar ao público o que os poderosos gostariam de esconder. Foi assim que o Brasil afastou do poder uma presidente que arruinou as finanças e colocou atrás das grande um ex-presidente corrupto que lavava dinheiro. “Controle social da mídia”, como prega o PT e seus satélites, nada mais é do que uma ferramenta para intimidar e calar a imprensa que não se ajoelha diante do poder.
  • O Jornalismo Independente. Repetimos: a Crusoé, assim como O Antagonista, não aceita dinheiro de qualquer órgão público ou empresa estatal. Não há negociação nesse ponto. Mario Sabino costuma dizer que a publicidade estatal tem funcionado como um “mensalão”, por meio do qual governistas de plantão compram apoio de “jornalistas”. A prática aniquila o poder de fiscalização da imprensa sobre o governo. É um tiro na democracia. Foi assim nos governos petistas, que se associaram a blogs sujos. Que isso nunca mais se repita.
Crusoé é, portanto, uma revista que tem coragem de admitir sua posição.
Mas isso não significa dar paz aos políticos de direita.
O atual governo já demonstrou que tem a pauta certa para modernizar o Brasil: uma profunda reforma econômica (que inclui a previdenciária) e uma intransigente política de combate ao crime.
A população felizmente concedeu um mandato a Jair Bolsonaro para que ele implemente essas mudanças.
Mas o presidente não tem uma carta em branco.
É preciso fiscalizar seu governo, e nós o faremos.
Temos a equipe mais preparada para essa tarefa.
Na linha de frente, está Rodrigo Rangel, editor-executivo da revista Veja em Brasília até o início de 2018.
Rodrigo possui três prêmios Esso e foi autor de algumas das reportagens mais impactantes sobre a Operação Lava Jato.
Com seu rigor jornalístico, suas reportagens contribuíram para colocar na cadeia o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o ex-presidente Lula e muitos outros políticos corruptos.
Crusoé está do lado da verdade ─ não importa o partido.
Isso significa que… se algum poderoso fizer besteira, ele não terá descanso até que a verdade seja esclarecida.
Será investigado e estampará as páginas tão temidas da Crusoé.
Nosso compromisso é com você. É com um Brasil mais justo e melhor para a sua família.
Toda semana você encontra na Crusoé:
  • Reportagens investigativas que mostram a verdadeira face daqueles que deveriam trabalhar pelos seus interesses (mas é o contrário que acontece)
  • Pontos de vistas diferentes sobre os principais assuntos da semana para você refletir sobre o momento em que estamos passando.
  • Provocações no bom e velho estilo ame ou odeie. Sem frescura. Sem mimimi.
  • Entrevistas esclarecedoras que vão abrir sua mente para assuntos que talvez você nunca tenha parado para pensar.
  • Denúncias que só podem ser publicadas pelo jornalismo independente.
  • Humor na dose certa para você refletir e se descontrair ─ afinal, o mundo já está muito sério.
  • Notícias diárias sobre os principais acontecimentos do Brasil e do mundo
  • E muito, muito mais…
Você fará parte de um grupo bem informado, que participa ativamente de todas as decisões que vêm de Brasília.
Confira o que dizem os assinantes:
  
Toda sexta-feira, você terá acesso em primeira mão às principais análises do Palácio do Planalto, do Congresso, do STF…
E é isso que queremos que você encontre nos próximos 7 dias. Então, temos um convite especial para lhe fazer:
Hoje você tem a oportunidade de acessar gratuitamente a Crusoé por 7 dias.
Serão 7 dias em que você poderá conhecer os detalhes do que acontece nos bastidores de Brasília e nos ajudar a pressionar os poderosos pelas mudanças que precisam ser feitas no Brasil.
Você tem a oportunidade de presenciar tudo isso por 7 dias sem custo algum.
Aceitando o nosso convite, você poderá acessar na íntegra todo o site da Crusoé e ler em primeira mão reportagens investigativas que abalam o dia a dia dos políticos e empresários influentes.
Você poderá acompanhar:
  • O movimento do Congresso durante as reformas propostas pela equipe do governo;
  • Denúncias de atividades suspeitas da cúpula do poder;
  • Entrevistas reveladoras com figuras de peso na política;
  • Colunas provocativas para você olhar o país por ângulos diferentes;
  • Cobertura diária dos principais fatos da política.
  • E muito, muito mais…

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Vaticano: poder, corrupção, homossexualidade - novo livro

In the Closet of the Vatican

Power, Homosexuality, Hypocrisy

A startling account of corruption and hypocrisy at the heart of the Vatican.  


In the Closet of the Vatican exposes the rot at the heart of the Vatican and the Roman Catholic Church today. This brilliant piece of investigative writing is based on four years' authoritative research, including extensive interviews with those in power. 

The celibacy of priests, the condemnation of the use of contraceptives, countless cases of sexual abuse, the resignation of Benedict XVI, misogyny among the clergy, the dramatic fall in Europe of the number of vocations to the priesthood, the plotting against Pope Francis – all these issues are clouded in mystery and secrecy.

In the Closet of the Vatican is a book that reveals these secrets and penetrates this enigma. It derives from a system founded on a clerical culture of secrecy which starts in junior seminaries and continues right up to the Vatican itself. It is based on the double lives of priests and on extreme homophobia. The resulting schizophrenia in the Church is hard to fathom. But the more a prelate is homophobic, the more likely it is that he is himself gay.

"Behind rigidity there is always something hidden, in many cases a double life." These are the words of Pope Francis himself and with them, the Pope has unlocked the Closet.

No one can claim to really understand the Catholic Church today until they have read this book. It reveals a truth that is extraordinary and disturbing.


In the Closet of the Vatican is the first global account of the dishonesty about homosexuality which is endemic in the structures of the modern Roman Catholic Church” –  James Alison, Theologian

sábado, 22 de setembro de 2018

Cold Case no Itamaraty: a estranha morte do embaixador Jobim em 1979 - Hellen Guimarães (revista Epoca)

Diplomata foi morto pela ditadura antes de denunciar corrupção no regime, confirma nova certidão

Embaixador, José Jobim desapareceu uma semana antes de revelar superfaturamento na construção da Usina de Itaipu

José Jobim, que foi embaixador do Brasil no Paraguai, no enterro de seu irmão Danton Jobim, em 1978 - Luis Alberto / Agência O Globo
O diplomata José Jobim foi sequestrado, torturado e morto pela ditadura militar. O Estado brasileiro reconheceu oficialmente o fato na manhã desta sexta-feira (21), ao corrigir a causa da morte em sua certidão de óbito. A conquista é fruto de quase 40 anos de esforço de sua filha, Lygia, em provar que o governo forjou a hipótese de suicídio. Jobim desapareceu uma semana depois de revelar que denunciaria o superfaturamento na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu em um livro de memórias.
"Isso é só uma etapa, não é o final. Desde a morte da minha mãe, eu venho dizendo a ela, esteja onde estiver, “mãe, eu estou indo em frente. Aos poucos, vemos como chegar lá. Eu não esqueci, não vou esquecer, fica tranquila”, contou Lygia, sem conter as lágrimas. "Com base nesse atestado, tenho material suficiente para levar o caso à Corte Interamericana de Direitos Humanos."

A usina custou dez vezes mais que o previsto, totalizando cerca de US$ 30 bilhões. Em 15 de março de 1979, o embaixador, já aposentado, foi a Brasília para a cerimônia de posse do general João Figueiredo como presidente da República. Durante a estadia, mencionou que estava escrevendo um livro sobre suas vivências, no qual detalharia irregularidades da obra. No dia 22, saiu para visitar um amigo e não retornou. Na manhã seguinte, a dona de uma farmácia na Barra da Tijuca ligou para a família de Jobim e informou que ele havia lhe entregado um bilhete meia hora antes.
O diplomata contava que fora sequestrado em seu próprio carro e que seria levado para “logo depois da Ponte da Joatinga”. De acordo com o relatório da Comissão Nacional da Verdade, a viúva de Jobim relatou que o delegado titular da 9ª DP, Hélio Guaíba, esteve na casa da família e soube do telefonema, mas não tomou providências. O corpo foi encontrado por um gari dois dias depois do sequestro, a menos de 1 quilômetro da ponte. Ele estava pendurado pelo pescoço em uma corda de náilon em um galho de uma árvore pequena. Assim como as do jornalista Vladimir Herzog, seus pés, com as pernas curvadas, tocavam o chão, levantando suspeitas sobre a hipótese de suicídio.
Jobim trabalhou no Paraguai logo no início das negociações sobre a criação de Itaipu, de 1957 a 1959, à época conhecida como Sete Quedas. Às vésperas do golpe militar, em fevereiro de 1964, foi enviado pelo presidente João Goulart a uma missão especial e participou de uma cerimônia com a maioria dos ministros paraguaios. Tornou a participar de encontro sobre Itaipu em junho de 1966, quando foi assinada a “Ata das Cataratas”. Segundo Lygia, a vasta documentação em que ele basearia suas denúncias desapareceu misteriosamente da casa de sua mãe.
Os familiares relatam ter ouvido de médicos e policiais que Jobim não havia sido enforcado, e sim agredido, torturado e assassinado. Entre eles estava o delegado Rui Dourado, que, segundo Lygia, concluiu que houve suicídio sem sequer abrir inquérito para investigar o caso. Em 1979, a certidão de óbito foi registrada com causa de morte indefinida. Seis anos depois, a promotora Telma Musse reconheceu que houve homicídio, mas considerou o caso insolúvel e pediu o arquivamento.
"Quando soube que a certidão estava pronta, minha sensação foi de grande aproximação com meu pai. Uma certidão de óbito é um documento pessoal e intransferível e eu senti que estava entregando a ele uma coisa que lhe pertencia por direito", emocionou-se, lembrando de outra vitória durante o processo: a publicação do relatório da Comissão da Verdade, em 2014. "Ali eu senti que estava entregando aos meus filhos a biografia do avô deles".
Somente em 2014 a revisão da causa de óbito começou a se materializar, a partir do relatório da Comissão da Verdade. O documento afirma que as circunstâncias do caso demonstram que houve um crime de Estado, consumado por motivação política. Com base nisso, a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) expediu novo atestado, indicando que Jobim sofreu “morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985”.
Lygia protocolou o pedido de correção também no Quinto Registro Civil de Pessoas Naturais do Rio de Janeiro, o que foi concedido nesta sexta. Em nota, a CEMDP declarou que “a retificação do assento de óbito de José Jobim é uma importante e necessária medida de reparação promovida pelo Estado brasileiro, que contribui para a promoção da memória e da verdade sobre os fatos e circunstâncias referentes às graves violações de direitos humanos praticadas por agentes do Estado brasileiro durante a ditadura”.
"O país tem que conhecer o que aconteceu no passado para que isso não continue acontecendo no presente. Ainda vamos desaparecidos, assassinados, torturados, pelo mesmo Estado. Isso tem que parar. O que me deu forças para não desistir, muito mais do que um dever para com a minha família, foi o que meus pais me ensinaram: que, antes de mais nada, temos um dever para com o país", disse Lygia.