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terça-feira, 19 de novembro de 2019

SSRN envia o link do meu artigo sobre Brazilian Trade Policy

Recebi hoje:

Brazilian Trade Policy in Historical Perspective: Constant Features, Erratic Behavior

Revista Brasileira de Direito Internacional – Brazilian Journal of International Law (vol. 10, n. 1, 2013, número especial: Direito Internacional Econômico; p. 11-26; doi:10.5102/rdi.v10i1.2393

Paulo Roberto de Almeida

Brazilian Ministry of Foreign Relations; Centro Universitário de Brasília (UniCEUB)
Date Written: May 14, 2013

Abstract

Historical essay on Brazilian trade policies since the 19th century, seen in connection with industrial and development policies that were implemented not always in a coordinated manner. Brazil was, and probably continues to be, one of the most protectionist countries in the world, at the beginning for fiscal reasons (financing of the State), then, in the 20th century, on behalf of deliberate industrializing and import substitution goals. The essay surveys the many policies followed in different phases of Brazilian economic history, including the regional integration process of Mercosur and the multilateral and hemispheric trade negotiations; it also discusses the recent re-commoditization of its foreign trade and the retrocession to a series of patently defensive policies, justified by a lack of competitiveness of its industries, by the way due to the excessive taxation and the bureaucratic entanglements set up by the very State that seeks to protect those industries from foreign competition.
https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3483346

Outline: 

Introduction: basic characteristics 

Historical development of Brazilian trade policies

Reform and adjustment to the multilateral trade system

Regional integration process and the Mercosur path

Real challenges and lost opportunities: Brazilian illusions and deceptions

What went wrong? Brazil retrocedes into protectionism

What lies ahead: a fortress Brazil or an opening to globalization? 

Keywords: Trade policy; Brazilian economic policy; industrialization; development; economic history
JEL Classification: N, O

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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Brazilian trade policy in historical perspective - Paulo Roberto de Almeida (RBDI)

Escrevi esse artigo entre 2012 e 2013, mas não creio que a realidade tenha mudado muito desde então, a despeito da assinatura do acordo Mercosul-União Europeia (que provavelmente não vai entrar em vigor num futuro próximo mas por outros problemas, de natureza política).
Eis o sumário e o link para acesso ao arquivo:

Brazilian trade policy in historical perspective: constant features, erratic behavior (2013)
Revista Brasileira de Direito Internacional – Brazilian Journal of International Law , 2013
Paulo Roberto  de Almeida

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Desconstruindo Bretton Woods: a fragmentação do multilateralismo econômico pelo novo nacionalismo antiglobalista - Paulo Roberto de Almeida


Desconstruindo Bretton Woods: a fragmentação do multilateralismo econômico pelo novo nacionalismo antiglobalista

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: evolução institucional da economia mundial, sob o impacto dos antiglobalistas; finalidade: palestra na graduação em RI da Univali, SC] 

1. Bretton Woods: onde começou a ordem econômica contemporânea
Estive em Bretton Woods duas vezes, quando residi, com minha família, nos Estados Unidos: em 2000, quando servia na embaixada em Washington, e em 2014, quando trabalhei no consulado geral do Brasil em Hartford, capital do Connecticut, bem mais próximo daquela aldeia do New Hampshire onde se realizou a famosa conferência financeira e monetária das nações aliadas (várias ainda sob ocupação nazista), em julho de 1944. Nas duas ocasiões, fui conhecer o histórico hotel que abrigou menos de meia centena de delegações de nações aliadas – com governos no exílio, como Bélgica, Países Baixos, a própria França, e a União Soviética, que participou mas acabou não aceitando as duas instituições –, e aproveitei para comprar mais alguma literatura sobre o grande encontro que definiu as bases da ordem econômica multilateral que se planejava criar para o pós-guerra.
Não é o caso de contar aqui a história da conferência que resultou na criação das duas organizações fundamentais no estabelecimento da ordem econômica que deveria presidir ao restabelecimento da vida normal no pós-guerra (cujo final ainda estava um ano à frente). Já me debrucei várias vezes sobre a conferência e sobre a participação do Brasil, e posso aqui indicar alguns trabalhos feitos a esse efeito. Efetuei uma postagem em meu blog sobre os temas relativos a Bretton Woods, ao FMI e à construção da ordem econômica internacional desde aquela época (os interessados podem acessar o seguinte link de meu blog Diplomatizzando: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/09/a-ordem-economica-de-bretton-woods.html). O objeto, e o objetivo, deste texto é o desmantelamento atual dessa ordem, sob o efeito de causas estruturais, derivadas de um longo processo de mudanças e transformações na própria institucionalidade de Bretton Woods – não apenas FMI e Banco Mundial, mas também o sistema multilateral de comércio, iniciado pelo Gatt-1945 e revisto diversas vezes até resultar na OMC e no Gatt-1994 – e de causas contingentes, conjunturais, ou circunstanciais, sob o impacto dos chamados antiglobalistas atuais, capitaneados pelo presidente Donald Trump e certos líderes da nova direita nacionalista europeia. Vou me deter primeiro na trajetória histórica, para depois abordar a situação atual do que se pode desde já chamar de inversão do multilateralismo econômico do pós-Segunda Guerra.

2. De onde viemos, onde chegamos na construção da ordem econômica mundial
Ainda que se possa colocar muita responsabilidade nas ações, palavras, medidas efetivas tomadas pela atual administração americana, desde o início do governo Trump, em janeiro de 2017, o desmantelamento da ordem econômica criada em Bretton Woods, em 1944, e complementada em Genebra, em 1947 (Gatt), e em Havana, em 1947-48 (conferência econômica da ONU, que criou a natimorta Organização Internacional do Comércio), não resultou tão apenas dessas atitudes antiglobalistas adotadas pelo presidente americano. Trata-se de um longo processo de erosão gradual das bases de funcionamento das economias de mercado, a partir de medidas inconsistentes com sólidos fundamentos monetários e financeiros desde praticamente o final do padrão ouro, ou do padrão ouro-dólar, já no regime de Bretton Woods. Recomendo, a esse propósito, a leitura do livro de Liaquat Ahamed, Lords of Finance: the bankers who broke the world, disponível em edição brasileira sob o título de Os Donos do Dinheiro: os banqueiros que quebraram o mundo, que reconstitui a ordem, ou a desordem, econômica que vigorou desde a belle époque até a Grande Depressão.
O regime, ou o sistema, de Bretton Woods, funcionou, de verdade, apenas por um curto período de tempo, limitado basicamente aos anos 1960, quando ele já começou a fazer água. Logo após a entrada em vigor dos principais arranjos concertados em Bretton Woods e a partir do início do funcionamento das duas instituições irmãs – FMI e Banco Mundial –, começaram a emergir pequenos desajustes nos compromissos acertados sob o esquema de paridades estáveis de algumas das principais moedas dos membros: tanto a Grã-Bretanha, quanto a França desvalorizam as suas respectivas moedas, a libra e o franco francês, numa proporção muito acima daquela permitida pelo Fundo, que exigia aprovação prévia do Board. Os dois países o fizeram no contexto das enormes dificuldades surgidas no imediato pós-guerra, quando o Plano Marshall ainda não tinha começado a funcionar plenamente, o que só ocorreu após a criação da OECE.
A maior parte dos países europeus, aliás, só retornou à conversibilidade plena de suas respectivas moedas no final dos anos 1950, quando finalmente o sistema de Bretton Woods parecia prestes a começar a funcionar de acordo com a “pureza original” das “tábuas da lei”. Mas já em 1958, o economista belga refugiado nos Estados Unidos na época do nazismo, Robert Triffin, publicara um livro premonitório, um alerta preventivo sobre a impossibilidade prática de pleno funcionamento do padrão ouro-dólar concertado em Bretton Woods: Gold and the Dollar Crisis realmente antecipou um debate que iria surgir apenas uma década após.
No decorrer dos anos 1960, os Estados Unidos, confrontados à emergência do poder soviético no período da Guerra Fria – bomba atômica russa em 1949, quatro anos antes do previsto pelos analistas americanos, guerra da Coreia, de 1950 a 1953, bomba de hidrogênio soviética em meados daquela década, derrota francesa no Vietnã para os comunistas de Ho Chi Min, Sputnik em 1958, nacionalismo no Egito e não alinhamento no Terceiro Mundo –, começam a gastar milhões de dólares com a construção de bases militares nos pontos quentes do planeta e a formação de alianças militares com Estados clientes, além do envolvimento direto, com homens, armas, equipamentos e ajuda, na guerra do Vietnã, um imenso sorvedouro de recursos. Em meados dessa década, o Tesouro americano começa a ter dificuldades para honrar os compromissos assumidos em Bretton Woods, ou seja, trocar os dólares detidos por países superavitários na relação comercial (todos os europeus, em princípio) na cotação então fixada em 1944: 35 dólares por onça de ouro.
Com a montanha de dólares despejada no mundo, simplesmente não haveria ouro suficiente em Fort Knox para honrar essa obrigação. Um dos primeiros filmes de James Bond, aliás, me parece envolver um desses vilões dos filmes de espionagem, que planejava roubar todo o ouro depositado nesse grande cofre do Kentucky. Alguns países ainda conseguiram fazê-lo, como a França de De Gaulle, que trocou seus milhões de dólares de reservas em ouro, e ainda aproveitou para retirar o país do esquema militar da OTAN, o organismo de segurança coletiva criado pelo Tratado de Washington de 1949, segundo o modelo que tinha sido testado dois anos antes no Rio de Janeiro, com o TIAR, o tratado interamericano de assistência recíproca. Mas a Alemanha e o Japão, que também detinham milhões de dólares em reserva, ao mesmo tempo em que abrigavam tropas americanas de ocupação, não puderam fazê-lo. O Secretário do Tesouro americano à época, Douglas Dillon dizia que eles não precisavam se preocupar: dollar is as good as gold, tão bom quanto ouro.
A ilusão da manutenção da aparente estabilidade monetária e cambial de Bretton Woods só durou alguns anos mais. Em agosto de 1971, confrontados a um imenso déficit comercial em relação ao resto do mundo, e já enfrentando o crescimento da dívida doméstica, os Estados Unidos decidem se retirar unilateralmente dos compromissos de Bretton Woods. Com isso o dólar começa a se enfraquecer e o valor do ouro se valoriza consequentemente. Em meio à enorme volatilidade criada por esse vácuo institucional nos mercados cambiais – durante a qual o economista James Tobin sugere a criação de uma taxa sobre as transações financeiras, a Tobin Tax, jamais implementada –, o FMI decide, finalmente, suspender de seu convênio constitutivo o artigo que prescrevia a adoção de um regime de paridades cambiais estáveis (ainda que reajustáveis), para as moedas dos países membros. Os países decidiriam, soberanamente, qual regime cambial adotar: alguma âncora em divisa forte, eventualmente paridade fixa com o dólar, ou modalidades diversas de flutuação cambial.
Desde então, o mundo entrou num não-sistema financeiro internacional, com todos os males e bônus desse tipo de regime: maior flexibilidade para o uso – ou manipulação – das taxas de câmbio, mas também maior volatilidade nos mercados financeiros e nas políticas monetárias. No período imediatamente anterior, o FMI tinha adotado uma “moeda” de referência, um ativo puramente escritural, para se substituir ao ouro, destinado a abastecer as operações de assistência do FMI com o uso desse novo ativo em favor de países com desequilíbrios agudos nas transações correntes e no balanço de pagamentos: os direitos especiais de saque, uma moeda contábil, baseada nas cinco principais divisas mundiais: o dólar, em maior proporção, o marco alemão e o iene japonês, das duas maiores economias seguintes, mais a libra britânica e o franco francês. Curiosamente, a aprovação do DES, ou SDR, em inglês, foi obtida na única assembleia do FMI e Banco Mundial realizada no Brasil, no Rio de Janeiro em 1967; mas, a nova moeda só entrou em vigor nos anos 1970.

3. O não-sistema financeiro internacional e as crises econômicas e monetárias
Os anos 1980 e 1990 – como aliás já era o caso em décadas anteriores – foram anos de crises monetárias e financeiras em diversas ocasiões. Tudo começou com a referida desvinculação do ouro em dólar, em 1971, que precipitou o primeiro choque do petróleo, em 1973, que também tinha razões políticas – os conflitos dos países árabes, dominantes na OPEP, com Israel, e contra os países ocidentais apoiavam o Estado judeu –, mas que respondia fundamentalmente à grande desvalorização do dólar, o que diminuía, e muito, os ganhos dos exportadores de petróleo, uma vez que o preço do barril permaneceu estável desde os anos 1950, quando as grandes companhias ocidentais de petróleo dominavam os mercados.
Já não era mais o caso desde os anos 1960, quando foi criada a OPEP, e nos anos 1970, quando praticamente todos os países produtores nacionalizaram as empresas estrangeiras do setor. A primeira crise do petróleo trouxe consigo um fenômeno não previsto nos manuais econômicos keynesianos: a estagflação, ou seja, inflação em alta, em meio à recessão ou estagnação e aumento do desemprego. Foram anos de ajustes para as principais nações industrializadas, que diminuíram o componente petróleo em suas matrizes produtivas. O Brasil, infelizmente, não fez isso: iniciou um custoso e inflacionário programa do álcool – embora positivo a médio e longo prazos – e, no curto prazo, se endividou em dólares (baratos, à época, com a massa de petrodólares que precisavam ser reciclados) para cobrir a fatura petrolífera, que simplesmente triplicou: o Brasil importava então cerca de 80% do óleo que consumia. A Petrobras só passou a ser eficiente dos anos 1980 em diante, antes de ser quase destruída, dilapidada pela corrupção desmesurada das ratazanas do PT.
O segundo choque do petróleo, em 1979, logo depois da revolução iraniana, representou mais um abalo na economia mundial, não tanto para os países avançados, que já tinham realizado seus ajustes estruturais, mas para os países em desenvolvimento, que tinham se endividado abundantemente com empréstimos a taxas de juros negativos até aquele ano. Quando, a partir de 1980, os juros começaram a subir, sob o comando de Paul Volcker no Federal Reserve, o banco central americano, os países da América Latina entraram em insolvência, como ocorreu com o México, em agosto de 1982, e com o Brasil, três meses depois. Foi o início da chamada “década perdida” na região e, no Brasil, o começo da aceleração inflacionária que o levou a quatro ou cinco planos frustrados de estabilização macroeconômica e à troca de sua moeda nacional seis vezes sucessivamente, com toda a supressão de zeros em níveis astronômicos. O Brasil é realmente um campeão da troca de moedas, oito vezes no total, desde a substituição do mil-réis, que tinha vigorado por alguns séculos, pelo cruzeiro, em 1942.
Nos anos 1990, tivemos mais crises financeiras, com algumas mudanças tentativas nos sistemas monetário e financeiro internacionais, tal como administrados pelas instituições de Bretton Woods. Naquela década não se tratava tanto de introduzir um novo regime cambial – pois praticamente 90% dos países se guiavam pela flutuação, sob diversas modalidades –, mas de introduzir um novo patamar de liberalização nos movimentos de capitais, o que nunca tinha sido anteriormente considerado no âmbito das instituições de Bretton Woods. A realidade é que, depois dos ajustes feitos nos anos 1980, a maior parte dos países avançados já tinha eliminado as principais restrições aos movimentos de capitais, e liberalizado amplamente seus setores financeiros. Para o FMI, portanto, se tratava de introduzir uma mudança nos artigos constitutivos, fazendo dessas restrições não a norma, mas a exceção no tratamento dado à terceira parte do balanço de pagamentos, que trata justamente das operações financeiras, com entrada e saída de capitais autônomos. Mas, com o estalar da crise financeira nos mercados asiáticos em 1997 – seguido da moratória russa de 1998 e da própria crise brasileira nesse ano –, essa tentativa foi abandonada, e ainda não voltou à pauta das organizações de Bretton Woods.
Estas, portanto, já não são mais o que eram nos dez ou quinze anos iniciais, e se transformaram amplamente a partir da implosão do socialismo, no final dos anos 1980 e início dos 90, e da absorção de novos entrantes: a Rússia pós-soviética, a China do socialismo de mercado e todos os demais países em transição para o capitalismo da Europa oriental. O debate passou a ser outro: a mudança de padrões e a alteração do poder decisório nesses organismos, a partir do peso econômico dos emergentes dinâmicos. Algumas mudanças foram feitas, mas não todas as desejadas por estes últimos, como a diminuição do poder de voto – proporcional à participação no capital constitutivo – dos pequenos europeus e a eliminação do poder de veto dos Estados Unidos.
Depois das crises financeiras dos mercados emergentes, no final dos anos 1990, o mundo conheceu um período extraordinário de crescimento econômico, como nunca tinha ocorrido desde o primeiro choque do petróleo, combinado a uma também extraordinária ascensão da China, convertida em segunda potência econômica mundial, à frente da Alemanha e depois do Japão, e em compradora voraz de 1/5 a 1/3 de várias das commodities transacionadas internacionalmente. O Brasil se beneficiou bastante desse boom das matérias primas, com uma incrível valorização de seus preços de mercado, mas infelizmente não soube aproveitar a bonança chinesa para empreender necessárias reformas estruturais de segunda geração, que deveriam ter sucedido ao bem sucedido Plano Real de estabilização macroeconômica, em 1994, depois aperfeiçoado pelos ajustes feitos em 1999 (regime de metas de inflação, superávits primários, responsabilidade fiscal e, justamente, flutuação cambial). Ao contrário, teve início um longo processo de crescimento das despesas públicas que redundou uma década depois na maior crise econômica de nossa história.
O boom da economia mundial veio a termo, mas sobretudo nos países avançados, não tanto nos emergentes, pela primeira vez na história econômica mundial. A crise teve inicio a partir de 2007, com o estouro da bolha imobiliária nos EUA, seguida, no ano seguinte, com efeitos ainda mais devastadores, de uma crise bancária, econômica e financeira de amplitude mundial, atingindo vários países europeus (notadamente Grécia, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda e Islândia). O que deveria ser uma “marolinha” para o Brasil, segundo se gabou o presidente Lula em 2008, converteu-se no ano seguinte numa mini-recessão, mas invertida no ano seguinte com um excepcional crescimento de mais de 7% em 2010, mas à custa de um aumento excessivo no crédito público, ademais de outros equivocados mecanismos de sustentação da demanda, que contribuíram para fazer o Brasil mergulhar na maior recessão de toda a sua história econômica.

4. Uma nova Guerra Fria econômica: o mundo de Bretton Woods prestes a ruir?
As organizações de Bretton Woods desempenharam um papel positivo nos diversos processos de ajuste e no enfrentamento das crises por que passaram países avançados e em desenvolvimento, numa fase em que praticamente todos os bancos centrais se empenhavam em reduzir juros, prover liquidez e salvar diversos dinossauros econômicos de uma falência certa. Alguns de fato foram salvos – talvez erradamente –, outros pereceram nos desastres criados por eles mesmos, uma cidade inteira – Detroit – foi declarada falida, e ocorreram muitas fusões de bancos e de empresas, assim como surgiram, no lugar das pesadas indústrias da segunda revolução industrial, empresas mais ágeis, virtuais, oferecendo intangíveis, ou seja, informação e comunicações. A globalização conheceu sua terceira onda.
O que surgiu, também, no seguimento dos ataques terroristas de 2001 e no tratamento basicamente militarizado que os EUA e outros países pretenderam empreender na “guerra ao terror”, foram núcleos esparsos de movimentos fundamentalistas, geralmente islâmicos, que passaram a integrar o cenário geopolítico do século XXI. Paralelamente, massas imponentes de refugiados políticos e de emigrados econômicos passaram a demandar os países preferenciais de acolhimento em volumes significativos: essencialmente a Europa ocidental e a América do Norte. Essas massas de migrantes internacionais, inéditas desde as invasões bárbaras do Ocidente medieval ou desde os grandes fluxos de emigrantes voluntários da Europa em direção ao Novo Mundo, entre o final do século XIX e o início do XX, gerou o surgimento ou o reforço de movimentos anti-imigratórios, de partidos nacionalistas de direita, conservadores ou até mesmo reacionários, xenófobos, com seu séquito de líderes populistas que contemplavam as difusas reações dos desempregados pela industrialização na periferia, os novos órfãos da globalização.
O poder de transformação das instituições internacionais, e da maior parte dos pequenos países europeus é, contudo, muito limitado em face desses desafios trazidos pelos milhões de migrantes em diversos continentes e pelas ondas de choque de novos agentes econômicos e alguns grandes competidores no cenário global. Esse não é, porém, o caso dos EUA, ainda hegemônicos, mas onde, no entanto, se manifestou de forma aguda o mesmo fenômeno da rejeição ao estrangeiro, ao imigrante ilegal. A eleição de Donald Trump, em novembro de 2016, representou um desafio ainda maior para a ordem econômica mundial criada em Bretton Woods e transformada paulatinamente ao longo de décadas de construção de uma nova governança feita sob a égide do G7, do G8 (depois desativado com a invasão da Ucrânia pela Rússia) e pelo G20 financeiro, instituído depois da crise econômica de 2008. Sua assunção ao poder nos EUA representou uma alteração de peso na coordenação econômica e política, mas justamente no sentido da descoordenação e no desmantelamento dos mecanismos que compunham o capitalismo global e a ordem econômica interdependente surgida depois da implosão do socialismo como alternativa às democracias de mercado.
O atual presidente americano exibe uma compreensão muito limitada das realidades econômicas da globalização, assim como da própria dinâmica da economia americana. Seu slogan de “fazer a América grande de novo” é totalmente contraditório a partir das cadeias de valor, criadas pelas próprias empresas americanas, e da interdependência concreta na qual vivem as grandes potências econômicas e seus sócios menores ao redor do mundo inteiro. O mais surpreendente é ver os chefes das grandes empresas americanas, assim como os líderes congressuais serem complacente com sua imensa incultura econômica, ao ponto de arriscar a sobrevivência a longo prazo da grande hegemonia econômica americana que deveria ainda vigorar no curso do século XXI, tendo em vista a imensa capacidade de inovação e de flexibilidade do capitalismo global americano nesta nova onda de globalização.
O que estamos assistindo, desde o início da administração Trump, é uma nova realidade política, mais exatamente ideológica – de alguma forma identificada com esse fenômeno esquizofrênico que passou a ser chamado de antiglobalismo –, que pode impactar profundamente tanto a economia quanto a política mundial na atualidade e talvez nos anos à frente. Depois de meio século de Guerra Fria geopolítica, que correspondia à antiga confrontação bipolar dos anos 1947-1991, o mundo conheceu uma década, se tanto, de unipolaridade arrogante do novo império universal, mas oportunamente desafiado, no plano estratégico, pelo renascimento do neo-czarismo de Putin, na Rússia, e logo em seguida pela formidável ascensão da China no plano econômico. Ainda que essa nova realidade passou a representar uma difícil transição para uma espécie de Guerra Fria Econômica – que também apresenta aspectos geopolíticos, mas mais de natureza mais econômica e tecnológica do que propriamente militar –, a sensibilidade de um estadista como Obama parecia conformar-se ao cenário que o historiador Neill Ferguson chamou de “Chimérica”, ou seja, uma intensa imbricação, praticamente uma osmose, entre os potenciais econômicos da China e dos EUA, com um imenso poder de transformação das realidades mundiais, não apenas reciprocamente, mas sobretudo em direção das periferias e dos novos atores econômicos emergentes, como o próprio Brasil, por exemplo. Em outros termos, um mundo novo poder ter surgido a partir de um espírito colaborativo e de integração efetiva entre as duas grandes economias.
A ignorância econômica de um Trump, assim como estilo agressivo de um Putin, somados à paranoia tradicional da paranoia dos generais do Pentágono, fizeram ruir essa possibilidade, talvez pelas próximas décadas. Não vou discorrer, neste momento e neste espaço sobre os cenários geopolíticos que podem surgir a partir dos equívocos de um dirigente inepto e prejudicial aos próprios interesses nacionais americanos. O que importa reter, no contexto deste breve ensaio, é o desmantelamento do mundo de Bretton Woods que Trump empreende com uma fúria propriamente avassaladora. A destruição se dá bem mais no universo do sistema multilateral de comércio do que no terreno dos movimentos de capitais e fluxos cambiais, mas as medidas incoerentes tomadas pelo presidente americano atingem também os investimentos diretos, os contratos e licenciamento de tecnologias, as possibilidades de transferência de know-how, a cooperação científica e as iniciativas e ações conjuntas nos grandes terrenos dos commons: meio ambiente, direitos humanos, evasão de divisas, fuga de capitais, pirataria nos mares, lavagem de dinheiro, tráficos humanos, de armas e de drogas, criminalidade transnacional e fluxos de migrantes, além do combate ao terrorismo fundamentalista, de alcance mundial. Ou seja, tudo isso fica comprometido.
Bretton Woods tinha sido concebido como um projeto de construção de um mundo aberto ao comércio e aos investimentos com base em regras multilaterais consensualmente acordadas, ainda que de certa forma moldadas pelo poderio americano, então em sua fase de maior projeção mundial. Sua universalização, durante o maior período da segunda metade do século XX, tinha sido obstaculizada pela alternativa socialista, que se manteve enquanto durou a ilusão econômica do comunismo e a existência de um sistema autocrático poderoso, comprometido com a contestação, se possível eliminação, dos sistemas democráticos de mercado, o que finalmente veio a termo com a implosão da União Soviética. A emergência do “socialismo de mercado” na China, de fato um capitalismo com forte intervenção estatal, não deveria ser um obstáculo à consolidação da interdependência econômica mundial, e à emergência progressiva das quatro liberdades mencionadas em famoso discurso do grande estadista americano, Franklin Delano Roosevelt, o homem que, em apoio ao inglês Churchill, possivelmente o maior estadista mundial de todos os tempos, salvou o mundo de mergulhar numa tirania inédita em termos históricos.
A ignorância econômica, a inconsciência política, o despreparo intelectual, a incultura filosófica do dirigente da (ainda) mais poderosa nação econômica, militar, e até cultural do mundo comprometem a possibilidade de uma convergência entre soberanias distintas, mas possivelmente confluentes na busca de prosperidade e bem-estar da comunidade humana, sem os resquícios dos imperialismos do passado. Tal cenário de cooperação e de construção de projetos comuns de desenvolvimento humano ficam postergados durante algum tempo, esperando que a fragmentação da presente conjuntura não reforce tendências e posturas ainda mais conflitivas no cenário geopolítico. Esse nefasto dirigente atual da nação americana não é certamente o único a partilhar dessas concepções antiglobalistas particularmente prejudiciais, além de esquizofrênicas, do ponto de vista de uma cultura humanista. Mas ele é certamente o mais poderoso, para o qual convergem outros medíocres do neopopulismo anacrônico. Cabe esperar que essas tendências se dissipem num futuro breve. Esta é a minha aspiração.

Paulo Roberto de Almeida
Em voo Brasília-Navegantes, Balneário Camboriú, 18-19/09/2019.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

A ordem econômica de Bretton Woods: trabalhos de Paulo R. Almeida


A ordem econômica de Bretton Woods: trabalhos de Paulo R. Almeida

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: coletânea de textos; finalidade: retrospecto da produção intelectual]


Tendo sido convidado para fazer uma palestra para estudantes de graduação em Relações Internacionais, ofereci como tema o processo atual de desmantelamento da ordem econômica internacional criada em Bretton Woods, e aperfeiçoada em conferências multilaterais, encontros de organismos internacionais e em tratados e atos internacionais posteriores. O mundo caminha, aparentemente, para um retrocesso institucional, sob os auspícios dos antiglobalistas contemporâneos, em primeiro lugar o atual presidente dos EUA.
Minha relação, abaixo registrada, consiste apenas numa pequena parte de minha produção intelectual sobre essa temática, construída apenas com base num busca, em meus trabalhos registrados, sob os conceitos de “Bretton Woods”, “FMI” e “ordem econômica”. Alguma repetição é inevitável, pois integrei esses materiais em dois ou três livros publicados desde os anos 1990, e como tal, coloco os livros em primeiro lugar, na medida em que eles consolidam os artigos parciais produzidos ao longo do tempo aqui consignado.
Espero que possa servir aos interessados, embora muitos dos artigos selecionados não estejam imediatamente disponíveis (ou os links se tornaram inoperantes). Vou providenciar uma atualização da disponibilidade desse material em tempo hábil.

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 17/09/2019
Livros:
Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização (Rio de Janeiro: LTC, 2012, 309 p.; ISBN 978-85-216-2001-3).
Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Paz e Terra, 2002).
621. O Brasil e o multilateralismo econômico, Brasília, 25 maio 1998, 219 p. Livro sobre as instituições multilaterais e a inserção internacional do Brasil, elaborado com base nas aulas de comércio exterior e de integração e nos trabalhos sobre a estrutura institucional do multilateralismo econômico brasileiro. Publicado pela Livraria do Advogado, de Porto Alegre, em 1999. Relação de publicados nº 235.

Artigos:
209. “De Bretton Woods a Bretton Woods: a longa marcha da URSS de volta ao FMI”, Montevidéu, 27 agosto 1991, 15 p. Artigo sobre a participação da URSS na conferência de Bretton Woods. Publicado na Revista Brasileira de Política Internacional (Rio de Janeiro: Ano XXXIV, n. 135-136, 1991/2, p. 99-109). Postado no blog Diplomatizzando (17/12/2011l link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/12/russia-de-bretton-woods-1944-bretton.html). Relação de Publicados n. 71.
427. “O Fim de Bretton-Woods?: a longa marcha da Organização Mundial do Comércio”, Paris, 4 maio 1994, 27 p. Ensaio sobre o contexto histórico da OMC, desde as conferências de Bretton-Woods e de comércio e emprego de Havana, até a assinatura da Ata Final da Rodada Uruguai em Marrakech. Publicado na revista Contexto Internacional (Rio de Janeiro: vol. 16, n. 2, julho-dezembro 1994, p. 249-282). Relação de Publicados n. 168.
532. “A crescente irrelevância das instituições de Bretton Woods: o Banco Mundial manda na política econômica dos países?”, Brasília, 14 agosto 1996, 6 p. Artigo de caráter jornalístico.
710. “FMI e Banco Mundial: mudança ou ajuste conceitual?”, Washington, 6 outubro 1999, 3 p. Artigo sobre a nova orientação “social” das instituições de Bretton Woods, para divulgação na imprensa.
778. “Bretton Woods, modelo de”, Washington, 23 fev. 2001, 8 p. Verbete para o “Dicionário da História Política do Século XX (CEC-UERJ; http://sites.uol.com.br/nec-uff/Projdict.html; (Grupo II: 10 mil car.).
797. “O Brasil e as crises financeiras internacionais, 1929-2001”, Washington, 5 ago. 2001, 46 p. Reformulação do capítulo 10 do livro sobre relações internacionais contemporâneas, atualizando a análise até os desenvolvimentos da crise argentina e o novo acordo brasileiro com o FMI. Revisto novamente em final de setembro, para incluir uma seção sobre as “consequências econômicas do terror”, em função dos ataques terroristas de 11 de setembro em Nova York e Washington. Publicado no livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (São Paulo: Paz e Terra, 2002). Relação de Publicados n. 313.
864. “O FMI e as condicionalidades: Debate na lista de relações internacionais”, Washington, 9 fev. 2002, 3 p. Observações críticas a artigo de jornalista sobre as condicionalidades do FMI, em debate na lista de relações internacionais.
882. “O Brasil e o sistema de Bretton Woods: instituições e políticas em perspectiva histórica, 1944-2002”, Washington, 28 mar. 2002, 36 p. Ensaio histórico sobre a evolução do sistema de Bretton Woods, tanto do ponto de vista de seu desenvolvimento institucional, como no plano das medidas e recomendações de políticas econômicas feitas aos países membros no quadro dos acordos de assistência financeira negociados. Ênfase particular é dada à experiência brasileira de relacionamento com o FMI, com discussão das principais questões envolvidas nos acordos negociados desde os anos 1950. Revisão em 10/07/2002; nova revisão em 4/09/2002, 38 p. Colaboração a livro coletivo coordenado por Valério Mazzuoli e Roberto Luiz Silva, O Brasil e os acordos econômicos internacionais: perspectivas jurídicas e econômicas (São Paulo: Editora Revista do Tribunais, 2003, ISBN: 85-203-2318-9, p. 30-64). Disponível no site pessoal, link: www.pralmeida.org/05DocsPRA/882BrasilBrettonWoods.doc. Relação de Publicados n. 394.
927. Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira, Washington, 19 jul. 2002, 403 p. Revisto em 20/08, com o novo capítulo acima indicado. Encaminhado à Editora da UFRGS, de Porto Alegre, que, no entanto, tardou sua publicação. Revisto totalmente em 2003, com atualização dos capítulos sobre as campanhas presidenciais e sobre as relações com o FMI. Ver Relação de Trabalhos n. 1029.
933. “O Brasil e o acordo com o FMI: reflexões diplomáticas”, Washington, 9 ago. 2002, 6 p. Minuta de Informação sobre o significado do acordo do Brasil com o FMI, de 07/08/2002, cobrindo o significado e as implicações diplomáticas para o Brasil do acordo com o FMI e contendo reflexões a partir de Washington.
955. “Uma longa moratória, permeada de ajustes?: a lógica da dívida externa brasileira na visão acadêmica”, Washington, 3 out. 2002, 7 p. Comentários ao artigo “A dívida externa brasileira, moratória e FMI: uma lógica que está fazendo 100 anos...”, das professoras Albene Miriam F. Menezes e Regina Martinez, publicado no mesmo número de Meridiano 47 que trouxe meu artigo. Meridiano 47 (Brasília: ISSSN 1518-1219, n. 28-29, novembro-dezembro 2002, p. 18-21; link: http://www.mundorama.info/Mundorama/Meridiano_47_-_1-100_files/Meridiano_28_29.pdf). Relação de Publicados n. 369.
1000. “O Brasil e o FMI: meio século de idas e vindas”, Washington, 22 jan. 2003, 3 p. Resumo do capítulo preparado para o livro O Brasil e os acordos econômicos internacionais. Publicado no Jornal do Brasil (Rio de Janeiro: 27 jan. 2003, seção Opinião); no Colunas de RelNet (n. 7, jan/jun. 2003); e no Meridiano 47 (Brasília: IBRI, n. 32-33, março-abril 2003, p. 17-18; link: http://www.mundorama.info/Mundorama/Meridiano_47_-_1-100_files/Meridiano_32-33.pdf). Relação de Publicados n. 395, 399 e 402.
1004. “O Brasil e o FMI de 1944 a 2002: um relacionamento feito de altos e baixos”, Washington, 7 fev. 2003, 30 p. Versão resumida do capítulo (Trabalho n. 881) preparado para o livro organizado por Valério de Oliveira Mazzuoli e Roberto Luiz Silva, O Brasil e os acordos econômicos internacionais: perspectivas jurídicas e econômicas à luz dos acordos com o FMI (São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003). Publicado na Cena Internacional (Brasília: Rel-UnB, a. 4, n. 2, dez. 2002; ISNB: 1518-1200; p. 87-112; link: http://www.mundorama.info/Mundorama/Cena_Internacional_files/Cena_2002_2.pdf); e na Revista História Hoje: revista eletrônica de História (v. 1, n. 1, jul. 2003, ANPUH; ISSN: 1806-3993; link: http://www.anpuh.uepg.br/historia-hoje/vol1n1/brasil.htm ). Relação de Publicados ns. 387 e 433.
1093. “FMI: políticas e condicionalidades”, Washington, 7-15 ago. 2003, 9 p. Respostas a questões colocadas em 6 e 13/08 pelo jornalista Julio Lobato, para a revista Ciência Hoje On-line (chonline@sbpcnet.org.br). Publicado no site eletrônico da revista Ciência Hoje (www.ciencia.org.br), em 22/08/2003, com referência ao artigo da revista História Hoje. Reformatado, em forma de “diálogo”, em 30/08, sob o título de “Um diálogo sobre o Fundo Monetário Internacional: desfazendo mitos e equívocos sobre os programas e as condicionalidades do FMI” (12 p.); encaminhado às revistas eletrônicas La Insígnia (redaccion@lainsignia.org; www.lainsignia.org/) e RelNet.
1113. “O governo Lula, o FMI e a transição de paradigmas: comentários”, Washington, 15 set. 2003, 4 p. Comentários breves a matéria homônima no boletim Periscópio n. 29, set. 2003, da Fundação Perseu Abramo (e-mail: periscopio@fpabramo.org.br).
1155. “O primeiro acordo a gente nunca esquece: O novo Brasil e primeiro acordo soberano com o velho FMI”, Brasília, 13 dez. 2003, 6 p. Comentários sobre o novo acordo do Brasil com o FMI, sob a forma de diálogo unilateral com os opositores desse tipo de política e propugnadores de uma economia alternativa. Publicado na Revista Espaço Acadêmico (a. III, n. 32, jan. 2004; http://www.espacoacademico.com.br/032/32pt_pra.htm; ISSN: 1519-6186). Relação de Publicados n. 460.
1237. “A construção econômica do mundo contemporâneo: o Brasil e o moderno sistema de relações econômicas internacionais”, Brasília, 2 abr. 2004, 40 p. Texto-base (a) para palestra no curso de mestrado lato sensu de Direito Internacional das Relações Econômicas e do Comércio, da Escola de Direito de São Paulo – Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, em 19/04/2004 (GVLaw, das 19:15 às 22:30 - Rua Bela Cintra, 756, em São Paulo, SP), a convite do Coordenador, Prof. Rabih Nasser (Albino Advogados Associados). Reelaborado como “O Brasil e a construção da ordem econômica internacional contemporânea” e submetido à revista Contexto Internacional (www.puc-rio.br/iri). Aceito para publicação em 13/04/2004. Publicado na Contexto Internacional (Rio de Janeiro: Instituto de Relações Internacionais da PUC-RJ; v. 26, n. 1, jan/jun. 2004, p. 7-63; ISSN: 0102-8529). Disponível no link: http://contextointernacional.iri.puc-rio.br/media/Almeida_vol26n1.pdf e no site pessoal, link: www.pralmeida.org/05DocsPRA/1237ConstrOrdEconCI.pdf. Relação de Publicados n. 477.
1422. “Brasil: histórico do relacionamento com o Fundo Monetário Internacional, 1944-2005”, Brasília, 21 abr. 2005, 2 p. Revisão, ampliação e atualização da tabela sobre acordos do Brasil com o FMI, constante do capítulo “Diplomacia financeira: o Brasil e o FMI, de 1944 a 2003” in Paulo Roberto de Almeida, Relações internacionais e política externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira (2. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. p. 175).
1426. “Entrevista sobre Política Externa no Governo Lula”, Brasília, 7 mai. 2005, 4 p. Resposta a questionário encaminhado por Aline Berleze (aberleze@hotmail.com), aluna do curso de Direito em Santa Maria, RS, contendo quatro questões sobre OMC, FMI, política externa do atual governo e sua comparação com a do anterior. Divulgado no blog Diplomatizzando (30/06/2012; link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2012/06/politica-externa-de-lula-um-texto-de.html).
1522. “Think Again (1): Independência financeira?”, Brasília 4 de janeiro de 2006, 3 p. Considerações sobre o pagamento antecipado dos empréstimos do FMI pelo Brasil e pela Argentina, argumentando em relação ao custo comparativo com empréstimos do setor comercial. Publicado no Blog PRA, item n. 110 (http://paulomre.blogspot.com/2006/01/110-think-again-1-independncia.html).
2347. “O FMI vai à Europa, e decepciona keynesianos equivocados”, Brasília, 26 dezembro 2011, 8 p. Comentários a artigo de João Sicsu no site Carta Maior, “O FMI chegou a Europa” (24/12/2011; link: http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5373&boletim_id=1085&componente_id=17323), contestando todas e cada uma de suas afirmações ridículas; divulgado no blog Diplomatizzando (26/12/2011; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/12/economistas-malucos-uma-especie-de.html).
2636. “O FMI e o Brasil: encontros e desencontros em 70 anos de história”, Hartford, 30 julho 2014, 24 p. Itinerário histórico do FMI, desde Bretton Woods, e seguimento dos acordos feitos pelo Brasil, com ênfase nas diferentes fases das políticas econômicas. Encaminhado para número especial da revista FGV-Direito (revistadireitogv@fgv.br), sob o título de “O Brasil e o FMI desde Bretton Woods: 70 anos de História”. Revisto, ampliado, com mais bibliografia, introdução e conclusões, 36 p. em 26/11/2014; encaminhado novamente. Nova revisão, com novos acréscimos, em 15/12/2014, final: 32 p., em nova formatação; nova revisão, final, em 20/02/2015. Publicada na Revista Direito GV (vol. 10, n. 2, 2014, p. 469-495; ISSN: 1808-2432; link: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/revdireitogv/article/view/48690/47074). Divulgado no blog Diplomatizzando (28/04/2015; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/04/o-brasil-e-os-70-anos-de-bretton-woods.html). Relação de Publicados n. 1160.
2656. “A América Latina na ordem econômica mundial, de 1914 a 2014”, Hartford, 17 agosto 2014, 29 p. Colaboração ao livro Retratos sul-americanos: perspectivas sobre a história e a política externa, organizado por Camilo Negri e Elisa Ribeiro Pinchemel; enviado em 17/08/2014; em fase de publicação.
2685. “Livre mercado e políticas econômicas”, Hartford, 4 outubro 2014, 13 p. Subsídios apresentados ao Partido Novo por um crítico dos mercados livres. Aproveitada a parte sobre os acordos com o FMI para postagem no Blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/10/eleicoes-2014-o-brasil-quebrou-3-vezes.html).
2687. “O Brasil quebrou três vezes sob FHC? Mentira da candidata!”, Hartford, 5 outubro 2014, 5 p. Respostas às alegações mentirosas da candidata oficiosa, sobre os acordos efetuados entre o Brasil e o FMI, entre 1998 e 2002. Postado no blog Diplomatizzando em 5/10.2014 (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/10/eleicoes-2014-o-brasil-quebrou-3-vezes.html) e novamente em 13/10/2014, uma vez que a candidata continua a mentir (link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/10/o-brasil-nao-quebrou-tres-vezes-mentira.html).
2756. “Fundamentos de uma nova ordem econômica internacional: Bretton Woods”, Hartford, 21 janeiro 2015, 7 p. Décimo capítulo, provisório, da segunda parte do livro “A Ordem Internacional e o Progresso da Nação: as relações econômicas internacionais do Brasil na era republicana (1889-1944)”.
2758. “A ordem econômica internacional: meio século de ‘progressos’?”, Hartford, 22 janeiro 2015, 16 p. (com base no trabalho: Washington, 772: 04.02.2001). Novo terceiro capítulo, provisório, da primeira parte do livro “A Ordem Internacional e o Progresso da Nação: as relações econômicas internacionais do Brasil na era republicana (1889-1944)”. Submetido à RBPI sob o título “Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial” em 24/01/2015, pelo sistema Scielo online (https://mc04.manuscriptcentral.com/rbpi-scielo); manuscript ID: RBPI-2015-0017; aceito em 18/03/2015; textos auxiliares de divulgação: trabalho n. 2809. Publicado na RBPI (vol. 58 (1) 127-141; link da revista: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0034-732920150001&lng=en&nrm=iso; DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7329201500107; link do artigo: http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v58n1/0034-7329-rbpi-58-01-00127.pdf).  Relação de Publicados n. .
2809. “How many world economic orders existed, from the late 19th century up to the Second World War?; Changes and continuities”, Hartford, 11 Abril 2015, 5 p. Textos suplementares, em inglês, ao trabalho n. 2758, para fins de divulgação no sistema da RBPI. Publicado, sob o título de “The world economy, from belle Époque to Bretton Woods”, em Mundorama (21/10/2015, link: http://mundorama.net/2015/10/21/the-world-economy-from-belle-epoque-to-bretton-woods-by-paulo-roberto-de-almeida/).
2846. “Transformações da ordem econômica mundial: liberalismo, intervencionismo, protecionismo, neoliberalismo, crises financeiras; Respostas a questões colocadas pela RBPI, a propósito da publicação do artigo: “Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial” (RBPI: 1/2015), n. Hartford, 24 julho 2015, 13 p. Publicado, sob o título de “Transformações da ordem econômica mundial, do final do século 19 à Segunda Guerra Mundial – Entrevista com Paulo Roberto de Almeida”, Boletim Mundorama (n. 97, setembro 2015; ISSN: 21-75-2052; link: http://mundorama.net/2015/09/30/transformacoes-da-ordem-economica-mundial-do-final-do-seculo-19-a-segunda-guerra-mundial-entrevista-com-paulo-roberto-de-almeida/), transcrito no blog da RBPI-IBRI, em 30/09/2015 (link: http://ibri-rbpi.org/2015/09/30/transformacoes-da-ordem-economica-mundial-do-final-do-seculo-19-a-segunda-guerra-mundial-entrevista-com-paulo-roberto-de-almeida/) e no Diplomatizzando (01/10/2015; link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2015/10/transformacoes-da-ordem-mundial-do.html). Citação do material:  GOMES, D. C. A economia internacional, da Belle Époque a Bretton Woods. SciELO em Perspectiva: Humanas. [viewed 05 December 2015]. Available from: http://humanas.blog.scielo.org/blog/2015/11/25/a-economia-internacional-da-belle-epoque-a-bretton-woods/. Relação de Publicados n. 1195.
3077. “A economia política das relações econômicas internacionais do Brasil: paradigmas e realidades, de Bretton Woods à atualidade”, Mendoza, 22 janeiro 2017, 4 p. Resumo de proposta de trabalho apresentada ao GT-4: Política Externa, Inserção Internacional e Integração Regional do II Encontro de Economia Política Internacional (PEPI-UFRJ) Rio de Janeiro, 10 a 12 de maio de 2017 (IE-UFRJ, Praia Vermelha). Encaminhado ao e-mail do evento. Recebida confirmação em 24/01/2017. Data de entrega: 30 Abril (Inscrição). Trabalho elaborado sob o n. 3109.
3081. “Bretton Woods: o aprendizado da economia na prática”, Brasília, 7 fevereiro 2017, 4 p. Colaboração a obra coletiva sobre Roberto Campos, organizada por Paulo Rabello de Castro e Ives Gandra Martins. Publicado no livro organizado pela Resistência Cultural Editora. Publicado in: Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro (orgs.), Lanterna na Proa: Roberto Campos ano 100 (São Luís, MA: Resistência Cultural Editora, 2017, 344 p; ISBN: 978-85-66418-13-2), p. 52-56. Reproduzido no blog Diplomatizzando (05/08/2017; link: https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/08/bretton-woods-o-nascimento-da-atual.html). Relação de Publicados n. 1257.
3109. “A economia política das relações econômicas internacionais do Brasil: paradigmas e realidades, de Bretton Woods à atualidade”, Brasília, 30 abril 2017, 20 p. Trabalho apresentado ao GT-4: Política Externa, Inserção Internacional e Integração Regional do II Encontro de Economia Política Internacional (PEPI-UFRJ); Rio de Janeiro, 10 a 12 de maio de 2017 (IE-UFRJ, Praia Vermelha); Enviado em formato Word para inclusão nos Anais do encontro em 26/07/2017. Publicado nos Anais do II Encontro de Economia Política Internacional do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, II ENEPI; organizadores: Bernardo Salgado Rodrigues; Laura Emilse Brizuela; Mario Afonso Lima (Rio de Janeiro: UFRJ, 2017; p. 1348-1369; ISSN: 2594-6641; disponível link: https://drive.google.com/file/d/1EX3XDKFNYnMxhzm5W8xBj_8waB6fiqRE/view; acesso em 29/11/2017). Serviu de base a apresentação no Ipea, em 2/06/2017; disponível em Academia.edu (https://www.academia.edu/s/cbb5ae9c50/the-political-economy-of-international-economic-relations-of-brazil-1944-2016). Relação de Publicados n. 1275.