Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;
Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53
Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Equador: chantagem economica com o mundo nao funcionou...
terça-feira, 23 de abril de 2013
O imperio, o petroleo e as ameacas assustadoras... - o petroleo, para o bem e para o mal
Depois, o subimpério, que corre o risco de ficar com o seu petróleo estocado a sete mil metros de profundidade, esperando tempos melhores.
Duas matérias altamente instrutivas, pelo menos a segunda...
Paulo Roberto de Almeida
Jaua amenaza a EEUU con medidas en suministro energético
Maduro, por su parte, ya asumió el viernes la presidencia al margen de las protestas opositoras que, según el gobierno, dejaron ocho muertos y decenas de heridos el día después de los comicios.
============
“SHALE GAS” E PRÉ-SAL: O MUNDO TALVEZ SEJA PEQUENO PARA OS DOIS !
BRASIL DEVE COLOCAR “AS BARBAS DE MOLHO” - BOOM INDUSTRIAL NOS EUA
(JPNOR-03) 1. Duas tecnologias novas desenvolvidas recentemente nos Estados Unidos estão revertendo todos os prognósticos de rápida alteração no equilíbrio de forças econômico do planeta e podem afetar seriamente o sonho brasileiro de achar um corte de caminho para o clube dos grandes do mundo. A primeira envolve injetar uma mistura de água, areia e produtos químicos em estruturas rochosas que contêm microporos cheios de gás de modo a liberar os hidrocarbonetos aprisionados nelas. A segunda torna muito mais fácil chegar às mais finas camadas dessas rochas enterradas a baixas profundidades, além de permitir a perfuração de diversos poços a partir de um único ponto de partida.
2. Essas duas novas técnicas de extração do que por lá se chama de “shale gas” estão provocando uma verdadeira explosão nos números de produção de gás e petróleo dos Estados Unidos e barateando de tal forma os custos de diversas industrias intensivas em energia que todos os prognósticos sobre a “crise sistêmica” da economia americana, que estaria irremediavelmente condenada a ser engolida por economias emergentes, estão sendo refeitos. Os entornos de Pittsburgh que, nos últimos anos, pareciam um cemitério de velhas siderúrgicas desativadas, assistem hoje a uma corrida frenética de capitais americanos, russos, franceses e até chineses para voltar a fabricar aço com a energia mais barata do mundo.
3. O Maciço Marcellus, uma formação geológica de rochas arenosas impregnadas de gás e óleo se estende por quase 1.000 quilômetros ao longo das montanhas Apalaches do estado de Nova York até o de West Virgínia. Somente no ano passado o governo da Pennsylvania emitiu 2.484 permissões para a perfuração desse novo tipo de poço de petróleo. Somente os poços da porção do Maciço Marcellus nesse estado produziram 895 bilhões de pés cúbicos de gás em 2012, partindo de 435 bilhões no ano anterior. Em 2008 essa produção era igual a zero. Isso representou uma injeção de US$ 14 bilhões na economia da Pennsylvania no ano passado (dados da Economist).
4. Arkansas, Louisiana, Oklahoma e Texas viveram explosões semelhantes. A produção de gás e petróleo extraído dessas rochas quadruplicou nos Estados Unidos entre 2007 e 2010 e acrescentou 20% à produção nacional de petróleo em geral nos últimos cinco anos. Técnicos da British Petroleum afirmam que a produção deve continuar crescendo à base de 5,3% ao ano até 2030 e que, já no fim deste ano os Estados Unidos ultrapassarão a Rússia e a Arábia Saudita e se tornarão o maior produtor de petróleo e gás do mundo. O preço do gás nessa região caiu de US$ 13 o BTU em 2008 para US$ 1 a 2 no ano passado, o segundo preço mais baixo do mundo depois do Canadá. As fabricas americanas consumidoras de gás estão pagando 1/3 do que pagam as alemãs e ¼ do que pagam as coreanas.
5. Gás barato também se traduz em eletricidade barata. Em 2011 as fábricas americanas nessas regiões já estavam pagando metade do custo da energia no Chile ou no México e ¼ do que se paga na Itália. Não é só a indústria de metalurgia que se beneficia com isso. Além de todas as demais, as de uso intensivo de energia, como as de plásticos, fertilizantes e outras também se tornam imbatíveis. E, além disso, os Estados Unidos têm a maior rede do mundo de oleodutos e gasodutos, o que espalha facilmente essa riqueza a preço baixo para todo o país. A Costa do Golfo, onde existe outro maciço dessas rochas, também vive um forte renascimento industrial.
6. Fabricas instaladas no Chile estão sendo desmontadas e transportadas inteiras para a Louisiana. A Bridgestone, a Continental e a Michelin, revertendo um longo processo de declínio, estão reativando e aumentando suas fábricas de pneus na Carolina do Sul. Tudo gira em torno do início da exploração de novas jazidas de rochas porosas como as da Bacia Permian, na Louisiana, a de Eagle Ford Shale, no Texas, a da Formação Baken em Dakota do Norte e a Mississipi Lime, que atravessa o subsolo de Oklahoma até o Kansas. O efeito da redução das importações de petróleo no déficit comercial americano foi de US$ 72 bilhões no ano passado, ou 10% do déficit total. Esse “petróleo não convencional” gerou US$ 238 bilhões em atividades econômicas diretas, 1,7 milhão empregos e US$ 62 bilhões em impostos só no ano passado, sem contar os efeitos indiretos decorrentes da redução nos preços da eletricidade, do gás e dos produtos químicos.
7. Analistas do Citigroup e do UBS calculam que só essa indústria vai gerar um crescimento de 0,5% do PIB norte-americano por ano nos próximos anos além de ensejar um renascimento das industrias de manufaturas nos Estados Unidos. As decisões recém anunciadas da GE de trazer de volta da China e do México para o Kentucky a produção de sua linha branca, e da Lenovo, o gigante chinês de hardware que comprou a linha de computadores pessoais da IBM, de produzi-los na Carolina do Norte são apontados como os primeiros passos desse processo de reversão.
O efeito dessa inovação nos preços internacionais do petróleo ainda são pequenos. Mas os Estados Unidos, que foram os maiores importadores do mundo e rapidamente se tornarão autosuficientes, não são o único lugar do mundo onde existe esse tipo de formação rochosa que, lá, praticamente aflora do chão.
8. De modo que o Brasil, que já está gastando por conta de reservas de petróleo enterradas a seis ou sete quilômetros debaixo do fundo do oceano, cuja extração começa a se tornar economicamente palatável com o barril acima de US$ 100 no mercado internacional, deveria por as barbas de molho e pensar melhor antes de jogar dinheiro fora. Pois, por tudo que já se sabe por enquanto, o mundo ainda é pequeno demais para o “shale gas” e o pré-sal ao mesmo tempo.
|
domingo, 7 de outubro de 2012
Venezuela: a maldicao ou a bondade do petroleo? (Le Monde)
La manne du pétrole, enjeu de la présidentielle au Venezuela
sábado, 25 de agosto de 2012
Oposição promete eliminar venda facilitada de petróleo venezuelano
A Venezuela não perde só dinheiro com a venda subsidiada de petróleo. Também tem o contrabando de gasolina a preços absolutamente irrealistas, o que é um crime contra a população venezuelana, nos dois sentidos, para dentro e para fora do país, pois estão desperdiçando o seu bem mais precioso, aliás o mesmo que é responsável pela "maldição" do petróleo, a deformação completa da economia nacional e o estimulador do rentismo petroleiro absolutamente nefasto.
Um dia isso tem de acabar, e vai ser doloroso, em qualquer hipótese.
Paulo Roberto de Almeida
Oposição promete eliminar venda facilitada de petróleo venezuelano
domingo, 10 de junho de 2012
EUA: nova potencia energetica - Daniel Yergin
OPINION
America’s New Energy Reality
By DANIEL YERGIN
The New York Times, June 9, 2012
- GOOGLE+
- SHARE
- REPRINTS
A version of this op-ed appeared in print on June 10, 2012, on page SR9 of the New York edition with the headline: America’s New Energy Reality.
sábado, 26 de maio de 2012
Revolucao energetica na América Latina - Washington Post
Center of gravity in oil world shifts to Americas
By Juan Forero
The Washington Post, May 25, 2012
LOMA LA LATA, Argentina — In a desertlike stretch of scrub grass and red buttes, oil companies are punching holes in the ground in search of what might be one of the biggest recent discoveries in the Americas: enough gas and oil to make a country known for beef and the tango an important energy player.The environment is challenging, with resources trapped deep in shale rock. But technological breakthroughs coupled with a feverish quest for the next major find are unlocking the door to oil and natural gas riches here and in several other countries in the Americas not traditionally known as energy producers.
That is quickly changing the dynamics of energy geopolitics in a way that had been unforeseen just a few years ago.
From Canada to Colombia to Brazil, oil and gas production in the Western Hemisphere is booming, with the United States emerging less dependent on supplies from an unstable Middle East. Central to the new energy equation is the United States itself, which has ramped up production and is now churning out 1.7 million more barrels of oil and liquid fuel per day than in 2005.
“There are new players and drivers in the world,” said Ruben Etcheverry, chief executive of Gas and Oil of Neuquen, a state-owned energy firm that is positioning itself to develop oil and gas fields here in Patagonia. “There is a new geopolitical shift, and those countries that never provided oil and gas can now do so. For the United States, there is a glimmer of the possibility of self-sufficiency.”
Oil produced in Persian Gulf countries — notably Saudi Arabia, Iran, the United Arab Emirates, Kuwait and Iraq — will remain vital to the world’s energy picture. But what was once a seemingly unalterable truth — that American oil production would steadily fall while the United States remained heavily reliant on Middle Eastern supplies — is being turned on its head.
Since 2006, exports to the United States have fallen from all but one major member of the Organization of the Petroleum Exporting Countries, the net decline adding up to nearly 1.8 million barrels a day. Canada, Brazil and Colombia have increased exports to the United States by 700,000 barrels daily in that time and now provide nearly 3.4 million barrels a day.
Six Persian Gulf suppliers provide just 22 percent of all U.S. imports, the nonpartisan U.S. Energy Information Administration said this month. The United States’ neighbors in the Western Hemisphere, meanwhile, provide more than half — a figure that has held steady for years because, as production has fallen in the oil powers of Venezuela and Mexico, it has gone up elsewhere.
Production has risen strikingly fast in places such as the tar sands of Alberta, Canada, and the “tight” rock formations of North Dakota and Texas — basins with resources so hard to refine or reach that they were not considered economically viable until recently. Oil is gushing in once-dangerous regions of Colombia and far off the coast of Brazil, under thick salt beds thousands of feet below the surface.
A host of new discoveries or rosy prospects for large deposits also has energy companies drilling in the Chukchi Sea inside the Arctic Circle, deep in the Amazon, along a potentially huge field off South America’s northeast shoulder, and in the roiling waters around the Falkland Islands.
“A range of big possibilities for oil are opening up,” said Juan Carlos Montiel, as he directed a team from the state-controlled company YPF to drill while a whipping wind brought an autumn chill to the potentially lucrative fields here outside Añelo. “With the exploration that is being carried out, I think we will really increase the production of gas and oil.”
Because oil is a widely traded commodity, analysts say the upsurge in production in the Americas does not mean the United States will be immune to price shocks. If Iran were to close off the Strait of Hormuz, stopping tanker traffic from Middle East suppliers, a price shock wave would be felt worldwide.
But the new dynamics for the United States — an increasingly intertwined energy relationship with Canada and more reliance on Brazil — mean U.S. energy supplies are more assured than before, even if oil from an important Persian Gulf supplier is temporarily halted.
The fracking ‘revolution’
Perhaps the biggest development in the worldwide realignment is how the United States went from importing 60 percent of its liquid fuels in 2005 to 45 percent last year. The economic downturn in the United States, improvements in automobile efficiency and an increasing reliance on biofuels all played a role.
But a major driver has been the use of hydraulic fracturing. By blasting water, chemicals and tiny artificial beads at high pressure into tight rock formations to make them porous, workers have increased oil production in North Dakota from a few thousand barrels a day a decade ago to nearly half a million barrels today.
Conservative estimates are that oil and natural gas produced through “fracking,” as the process is better known, could amount to 3 million barrels a day by 2020.
“We have a revolution here,” said Larry Goldstein, director of the Energy Policy Research Foundation in New York. “In 47 years in this business, I’ve never seen anything like this. This is the equivalent of a Category 5 hurricane.”
All of this has happened as exports from Mexico and Venezuela have fallen in recent years, a trend analysts attribute to mismanagement and lack of investment at the state-owned oil industries in those countries. Even so, there is a possibility that new governments in Mexico and Venezuela — Mexico elects a new president July 1, and Venezuelan President Hugo Chavez has cancer — could open the energy industry to the private investment and expertise needed to boost production, analysts say.
“There’s a lot of upside potential in Latin America that will boost the oil supply over the medium term,” said RoseAnne Franco, who analyzes exploration and production prospects in the region for the energy consultant Wood Mackenzie. “So it’s very positive.”
Political elements
Much of the exploration, though, will not be easy, cheap or, as in Argentina’s case, free of political pitfalls. Price controls on natural gas and import restrictions have made doing business in Argentina hard for energy companies. And last month, President Cristina Fernandez de Kirchner’s populist government stunned oil markets by expropriating YPF, the biggest energy company here, from Spain’s Repsol.
But the prize for energy companies is potentially huge. Repsol estimated this year that a cross section of the vast Dead Cow formation here in Neuquen province could hold nearly 23 billion barrels of gas and oil. That followed a U.S. Energy Information Administration report that said Argentina possibly has the third-largest shale gas resources after China and the United States.
“All the top-of-the-line companies are here,” said Guillermo Coco, energy minister of Neuquen province, including ExxonMobil, Chevron and Royal Dutch Shell. Although only about 200 wells have been drilled, Coco said companies here talk of drilling 10,000 or more in the next 15 years.
Wells on the horizon
On a recent day here in a dusty spot called Loma La Lata, German Perez oversaw a team of 30 technicians from the Houston-based oil- services giant Schlumberger as they prepared to frack a well.
The operation was huge: Trucks lined up with revving generators. Giant containers brimmed with water. Hoses used for firing chemicals into wells littered the ground. Cranes hoisted huge bags of artificial sand into mixers. Then, 1,200-horsepower pumps blasted water, chemicals and sand nearly 9,000 feet into the earth. “This is a hard rock, so we create countless cracks and fissures, for the gas and oil to flow,” Perez said.
Staring at the stark landscape, broken up here and there by oil rigs, Perez said he thought many companies would one day arrive in search of oil and gas. “The projections are pretty good,” he said. “In our case, we have been here a year and a half and we have tripled the equipment we have. And we think we will double that in another year.”