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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Saudades dos tempos em que o perigo era só o “neoliberalismo” - Paulo Roberto de Almeida

 Alguém “desenterrou” um texto meu de 2009, depois reproduzido no Ordem Livre, em 2014, do qual eu havia esquecido completamente.

Mas era sobre essas coisas amenas do neoliberalismo, consenso de Washington, quando a Academia brigava contra os seus próprios conceitos falaciosos. 

Saudades desses tempos mais saudáveis. Atualmente temos de ficar ouvindo um besteirol inacreditável, feito de “globalismo”, “covidismo” e outras estupidezes ainda piores, vindas não só do chanceler acidental e suas “alucinações exteriores”, mas do próprio tresloucado que tenta dirigir o governo (hoje sob o controle cleptocrático do Centrão, e nisso repito um general boçal, que teve de engolir suas próprias palavras).

Acho que avançamos muito no grau de loucuras nacionais. Anteriormente, elas se colocavam num patamar mais ou menos racional, com o qual era possível dialogar.

Atualmente, as falácias não são apenas mentirosas: elas são simplesmente ALUCINANTES, como revelado no último (ou apenas o mais recente) discurso do patético chanceler em 22/10/2020. Outros virão, tenham certeza: estamos entregues a um bando de doidos.

Em todo caso, agradecendo a quem desenterrou meu texto de uma década atrás, reproduzo-o aqui abaixo.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 28/10/2020


O mito do neoliberalismo

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1. Da pouco nobre arte de ser falaz

Falácia, segundo os bons dicionários, é a qualidade ou o caráter do que é falaz, que, por sua vez, é um adjetivo sugerido como sendo o equivalente de enganador, ardiloso ou fraudulento, ou, ainda, quimérico, ilusório ou enganoso. Pois bem, ao longo de minhas “peregrinações” acadêmicas, tenho tido a oportunidade de deparar-me com exemplos de afirmações, argumentos, postulações, teses ou artigos inteiros que correspondem ao caráter enganador ou, até mesmo, fraudulento contido nesse adjetivo. Comecemos esta série por um dos mais recorrentes em nossos tempos.

Como sabem todos aqueles que convivem com a literatura acadêmica na área de ciências sociais, nenhum conceito tem sido tão equivocadamente mencionado no ambiente universitário, nas últimas duas décadas, quanto o epíteto “neoliberal”, junto com o seu correspondente coletivo e doutrinal, o “neoliberalismo”. A incidência estatística de seu (mau) uso é tão notória, que se poderia falar de uma verdadeira epitetomania anti-neoliberal, dirigida contra todas as políticas econômicas associadas, de perto ou de longe, ao chamado mainstream economics, este representado pelas correntes ortodoxas de pensamento e suas práticas econômicas correspondentes.

Junto com o substantivo usado e abusado de globalização, ou, ainda, o tão mais detestado quanto praticamente desconhecido programa econômico do “consenso de Washington”, o neoliberalismo converteu-se, simultaneamente, em um xingamento e em um slogan de uso praticamente obrigatório por todos aqueles que pretendem desqualificar e condenar as políticas e as práticas da escola econômica convencional. Eles o fazem, supostamente em nome de uma outra orientação, de uma doutrina ou de uma escola, que seriam, alegadamente, heterodoxas, alternativas e até mesmo opostas às primeiras. Os argumentos e teses utilizados para esse tipo de condenação são pouco compatíveis com um trabalho analítico sério, ou seja, capazes de passar pelos testes da coerência, relevância, compatibilidade com os dados da realidade e passíveis de aferição, independentemente dos próprios argumentos que sustentam a acusação.

Nesse sentido, o neoliberalismo já se converteu em um mito acadêmico, isto é, deixou de significar uma realidade empírica, aferível por dados extraídos de alguma situação concreta, para passar a representar uma entidade nebulosa, definida de modo muito pouco precisa, aplicada a diferentes conjunturas de países e políticas vagamente caracterizadas como pertencendo ao domínio dos “livres mercados”, em oposição ao que seria uma regulação estatal mais estrita. Não se é neoliberal por vontade própria, mas apenas por ter sido assim catalogado por aqueles que detêm o monopólio dessa classificação, que são, invariavelmente, os opositores de supostas idéias “neoliberais”.

Por certo, existem muitos outros abusos acadêmicos em relação a diversos conceitos que são usados indevidamente no panorama pouco rigoroso das nossas “humanidades”, entre eles o de classe, o de imperialismo, o de burguesia e vários do mesmo gênero. Contudo, o manancial de falácias que brota sem cessar a partir do uso inadequado do adjetivo “neoliberal” é provavelmente o mais abundante e o mais disseminado de que se tem registro desde os anos 1980. São tantas as variedades de uso e as manifestações qualitativas – ainda que superficiais – em torno desse termo, que fica difícil ignorá-lo como o campeão absoluto de referências numa série analítica que pretende, justamente, examinar alguns exemplos de falácias acadêmicas. Seu uso é tão corrente e banal que pode ser espinhoso selecionar uma “falácia” representativa de toda uma corrente de pensamento que se propõe aqui submeter ao crivo da crítica argumentada e sistemática.

Encontrei, porém, no contexto de minhas leituras, um texto suficientemente representativo de uma falácia acadêmica associada ao dito conceito e perfeitamente ilustrativo do mito mencionado no título deste ensaio. Vou proceder à citação do texto em questão, submetendo o trecho selecionado à crítica que pretendo fazer de toda uma orientação doutrinal muito comum nos meios ligados à comunidade universitária que se move em torno das chamadas humanidades. Os únicos critérios que me guiam na releitura crítica do texto em questão são aqueles que se espera encontrar em todo e qualquer trabalho acadêmico: clareza na descrição ou exposição dos fatos, coerência na apresentação dos argumentos, relevância do discurso para a realidade de que se pretende tratar e sua adequação aos dados dessa própria realidade.

2. As novas roupas do velho imperialismo, em sua fase neoliberal

Deparei-me, num típico volume que deve figurar entre as leituras obrigatórias ou recomendadas de vários cursos dentro dessa área, com a seguinte afirmação:

“...o produto social da globalização, o neoliberalismo tem sido o mais dramático possível. Em pouco tempo esse novo regime de acumulação desagregou sociedades, tornou os ricos mais ricos e ampliou a pobreza em praticamente todos os cantos do mundo, especialmente as nações da periferia, onde a barbárie social vem esgarçando o tecido social e incrementando a violência em todos os sentidos.” (autor: Edmilson Costa; artigo: “Para onde vai o capitalismo? Ensaio sobre a globalização neoliberal e a nova fase do imperialismo”; in Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari (coord.), Relações Internacionais: Múltiplas Dimensões; São Paulo: Aduaneiras, 2004, p. 201-233; cf. p. 206.)

Existe ainda outra frase extraída do mesmo artigo que me parece adequada ao propósito de avaliar criticamente o mito do neoliberalismo em certo pensamento acadêmico contemporâneo, embora esta acima me pareça uma perfeita síntese de tudo o que existe de equivocado e falacioso no “pensamento” universitário em torno desse conceito onipresente e polivalente. Vejamos em todo caso o complemento ideal a ela:

“O neoliberalismo é a síntese de todo esse processo de mudanças profundas que estão ocorrendo no sistema capitalista: funciona como uma espécie de gerenciador ideológico, político, econômico, social e cultural dessa nova fase do imperialismo. Trata-se de uma ideologia primitiva para os tempos atuais, com postulados do século XVIII e meados do XIX, época do capitalismo concorrencial, mas com um apelo espantoso ao senso comum. A ideologia neoliberal procura manipular os sentimentos mais atrasados das massas, revigorando os preconceitos, açulando o individualismo, distorcendo o significado das coisas, reduzindo os fenômenos à sua aparência, de forma a ganhar os corações e mentes para o jogo do livre mercado e da livre iniciativa.” (Idem, op. cit., p. 219)

Não vale a pena alertar para a incoerência de se destacar o caráter “primitivo” de uma ideologia que, sendo de meados do século XIX, tem mais ou menos o mesmo grau de “primitivismo” que o marxismo, nem para a inconsistência de se vincular a defesa do livre mercado e da livre iniciativa a “sentimentos atrasados das massas”, já que a mesma ideologia estaria, supostamente, “açulando o individualismo”. Pedir um mínimo de coerência analítica seria exigir demais de um autor que, manifestamente, distorce o “significado das coisas”, reduz o fenômeno do liberalismo à sua aparência, com o provável objetivo de ganhar os corações e mentes de alguns estudantes para o livre jogo dos seus argumentos ilusórios. Passemos, portanto, a examinar cada uma das partes dessas afirmações, elas mesmas espantosas, em relação ao neoliberalismo, com a atenção que nos requer este exemplo consumado de fraude intelectual (se é verdade que este último adjetivo se aplica ao caso em questão).

3. O neoliberalismo como produto de uma imaginação confusa

Em primeiro lugar, o neoliberalismo nunca foi um “produto social da globalização”. Esta é um processo tão velho quanto os empreendimentos marítimos dos mercadores fenícios da antiguidade e as aventuras em mares desconhecidos dos navegadores ibéricos do final do século XV. Em suas manifestações mais comuns, ela vem sendo aceita tranquilamente até pelos mais empedernidos opositores desse processo, aqueles que, sob inspiração francesa, acreditam que “um outro mundo é possível” e que pedem por “uma outra globalização”, que deveria ser não assimétrica e, preferencialmente, não capitalista. Quanto ao neoliberalismo, a rigor, ele não tem nada a ver com a globalização, podendo ser teoricamente encontrado em diversos sistemas econômicos, bastando com que as práticas econômicas se ajustem ao que se tem, via de regra, como os fundamentos do sistema liberal: liberdade de iniciativa, pleno respeito à propriedade privada e aos contratos, defesa do individualismo contra as intrusões do Estado e, de modo amplo, um conjunto de instituições e práticas que buscam garantir, tanto quanto possível, a liberdade dos mercados.

A rigor, o neoliberalismo não existe, sendo apenas e tão somente um revival, ou renascimento, de uma velha escola de pensamento econômico e de orientações em matéria de políticas econômicas que se filiam ao antigo liberalismo doutrinal que surge na Grã-Bretanha a partir dos séculos XVII e XVIII. Aliás, nenhum “neoliberal” consciente e conseqüente se classificaria dessa maneira: ele apenas diria que segue os princípios do liberalismo (econômico ou político, não vem ao caso diferenciar aqui os dois sistemas, que não são idênticos, mas tampouco estranhos um ao outro) e ponto final; todo o resto seria dispensável. Neoliberal é, como já referido, um epíteto criado pelos opositores do liberalismo ou, se quisermos, um conceito que busca evidenciar, justamente, o retorno do antigo liberalismo, depois de um longo intervalo marcado por práticas e orientações claramente intervencionistas e estatizantes.

Mas continuemos. Deixemos de lado a caracterização de “dramático” aplicada a esse “produto”, pois isto corresponde a uma apreciação inteiramente subjetiva do autor, carente de qualquer fundamentação empírica. Esclareça-se, de imediato, que o “produto” não conforma, absolutamente, um “novo regime de acumulação”, que seria, supostamente, uma forma de organização social da produção e da distribuição de bens e mercadorias historicamente inédita para os padrões conhecidos do capitalismo. Ora, o liberalismo – e seu sucedâneo contemporâneo, que seria “neo” – está longe de ser novo e menos ainda de conformar um regime de acumulação, posto que configurando uma filosofia ou orientação geral nos terrenos da política e da economia. Acumulação é um termo geralmente associado ao pensamento econômico marxista, que denota formas genéricas de apropriação dos resultados sociais do processo de produção, o que pode ocorrer em regime de livre concorrência, de monopólio, de propriedade estatal ou de modalidades mistas dessas configurações produtivas. Aparentemente este autor demonstra pouco rigor na sua utilização do ferramental conceitual marxista; em benefício próprio, deveria ser mais cuidadoso com sua terminologia estereotipada.

Pretender, agora, que esse “novo regime” desagregou sociedades equivaleria a afirmar que o neoliberalismo foi responsável pela desestruturação de várias nações que conheceram a aplicação de políticas neoliberais. Olhando-se, honestamente, um mapa dinâmico do planeta, o que poderíamos constatar é que as únicas sociedades verdadeiramente desestruturadas da atualidade são algumas nações africanas que conheceram processos traumáticos de instabilidade política e social, algumas até atravessando guerras civis abertas e conflitos étnicos ou religiosos intermitentes, ou surtos violentos de conflitos tribais que se arrastam na quase indiferença das nações mais ricas do planeta, estas efetivamente “neoliberais” ou simplesmente liberais.

Com efeito, se podemos caracterizar algumas sociedades como mais liberais do que outras, estas parecem ser as nações do chamado arco civilizacional anglo-saxão (Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia), sendo elas seguidas como menor rigor doutrinal (e maior pragmatismo) pelos países nórdicos ou escandinavos (Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia). Quanto aos países da Europa ocidental, essencialmente capitalistas em seu “modo de produção”, eles têm alternado práticas e políticas liberais – ou politicamente “direitistas”, para sermos simplistas – com outras tantas práticas e políticas mais social-democráticas, geralmente conduzidas por partidos de esquerda ou progressistas. No fundo, não se vê bem como distinguir essas políticas entre elas, a não ser no plano da retórica eleitoral.

Em nenhum outro continente ou região podemos distinguir países e sociedades verdadeiramente “neoliberais”, se formos rigorosos na utilização desse conceito. De fato, pretender que países latino-americanos, que empreenderam programas de ajuste e de estabilização macroeconômica depois de longas e recorrentes crises econômicas trazidas por processos inflacionários e de desequilíbrio no balanço de pagamentos, sejam ou tenham sido “neoliberais” – qualquer que seja o entendimento que se dê a esse conceito – representaria abusar em demasia desse conceito, retirando-lhe qualquer precisão metodológica e adequação à realidade empírica que nos é dada observar ao longo das últimas décadas.

Olhando com lupa, talvez se pudesse dizer que o Chile se apresenta como um país mais “neoliberal” do que a média dos latino-americanos. Ora, não se pode dizer que a sociedade chilena esteja “desestruturada”, a qualquer título. Colocando a lupa em outras sociedades da região, o que se observa é que existem, sim, alguns países bem mais desestruturados: os primeiros que aparecem são a Bolívia, a Venezuela e o Equador, com a possível inclusão da Argentina nesse conjunto. Pois bem, dificilmente se poderia dizer que eles estão assim por causa do neoliberalismo. Ao contrário. Em cada um deles, o que se observou, ao longo dos últimos anos, por acaso coincidentes com seus respectivos processos de desestruturação, foi, justamente, a aplicação de políticas dirigistas, estatizantes, intervencionistas, heterodoxas e, até, socialistas; ou seja, tudo menos políticas liberais. O autor deve estar com suas lentes embaçadas por preconceitos ideológicos, o que o impede de constatar a simples realidade de políticas econômicas que são efetivamente aplicadas nos diversos países considerados.

4. O neoliberalismo produz miséria e é sinônimo de barbárie?

O que dizer, em seguida, da suposta ação do neoliberalismo, que teria ampliado “a pobreza em praticamente todos os cantos do mundo, especialmente as nações da periferia”? Trata-se, mais uma vez, de afirmação desprovida de qualquer fundamentação empírica, não se podendo apoiá-la em praticamente nenhum exemplo de sociedade reconhecidamente “neoliberal”, qualquer que seja. A África, como vimos, afundou de fato na pobreza e na desesperança – embora ela venha crescendo novamente nos últimos anos –, mas essa evolução dificilmente poderia ser creditada à ação do neoliberalismo. Desafio o autor do texto selecionado a provar o contrário.

Quanto às duas nações “periféricas” que mais progressos fizeram na elevação gradual de uma miséria abjeta para uma pobreza aceitável, a China e a Índia, o que se observou, nas últimas duas décadas, foi um conjunto de reformas, várias ainda em curso, conduzidas justamente na direção de mecanismos de mercado, não de orientações estatizantes ou de planejamento centralizado. A renda per capita tem se elevado, progressivamente, em ambos os países, especialmente na China, que deu saltos espetaculares na redução da pobreza e na abertura de setores inteiros de sua economia à livre iniciativa e ao capital estrangeiro (todo ele capitalista e, supostamente, neoliberal). Quanto à Cuba socialista, ela conseguiu realizar a proeza de passar da maior renda per capita da América Latina em 1960 – não escondendo o fato de que ela era bem mal distribuída – para um patamar abaixo da média, em 2006, confirmando o consenso de que o socialismo é bem mais eficiente em repartir de modo relativamente igualitário a pobreza existente do que em criar novas riquezas.

Pode-se, talvez, alegar que as mudanças econômicas ocorridas na China vêm sendo feitas sob a égide do planejamento estatal e sob a firme condução do Estado chinês, que mantém controle sobre setores ditos estratégicos da economia do país. Essa realidade não elimina o fato de que todas as reformas operadas apresentam um caráter essencialmente capitalista e, portanto, tendencialmente neoliberal, ainda que não na versão “quimicamente” pura do modelo original anglo-saxão. O estilo ou a forma não pode sobrepor-se à essência do sistema, caberia registrar. Neste caso, nosso autor ou é cego ou é intelectualmente desonesto, ao não querer reconhecer esses dois processos de “enriquecimento capitalista”, que se desenvolvem sob os olhos de todo o planeta há aproximadamente duas décadas. Suas lentes estão completamente fora de foco ou muito sujas, aparentemente. Um pouco de estatística não lhe faria mal.

O fato de que, em vários desses processos – tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento –, os ricos estejam se tornando mais ricos não impede o outro fato concomitante de que os pobres estejam se tornando menos miseráveis. Quem não quiser tomar minha afirmação como um argumento de fé, pode conferir os dados apresentados por estudiosos da distribuição mundial de renda, como Xavier Sala-i-Martin, cujas evidências e conclusões já resumi neste artigo: “Distribuição mundial de renda: as evidências desmentem as teses sobre concentração e divergência econômica”, Revista Brasileira de Comércio Exterior (Rio de Janeiro: Funcex, ano XXI, n. 91, abril-junho 2007, p. 64-75; disponível: https://www.academia.edu/5904200/1716_Distribuição_mundial_de_renda_as_evidências_desmentem_as_teses_sobre_concentração_e_divergência_econômica_2007_ ).  

Se existem sociedades nas quais a “barbárie social vem esgarçando o tecido social e incrementando a violência em todos os sentidos”, como pretende o autor, elas estão longe de representar um modelo de “acumulação” ou de organização social da produção que seja liberal ou neoliberal, sendo mais efetivamente caracterizadas pelo autoritarismo político e pelo extremo intervencionismo econômico do Estado, quando não entregues à violência política, religiosa ou tribal, pura e simples, como parece ser o caso de alguns países do continente africano ou do Oriente Médio.

A afirmação carece, assim, de qualquer embasamento na realidade, sendo uma construção puramente mental de um autor manifestamente enviesado contra o que ele crê ser “neoliberalismo”, quando nenhum exemplo concreto desse sistema é discutido ou sequer aventado. Para um autor como esse, ser contra o neoliberalismo significaria se posicionar contra o livre comércio, contra o ingresso do capital estrangeiro, contra a administração em bases de mercado de inúmeros serviços públicos, contra a fixação dos juros e da paridade cambial pelo livre jogo da oferta e demanda de crédito e de moeda, enfim, preservar o controle estatal de inúmeras atividades com impacto social.

Se formos examinar, contudo, os dados econômicos relativos à renda, riqueza e prosperidade de um conjunto significativo de países, estabelecendo duas colunas, nas quais se colocaria, de um lado, os mais “neoliberais” – abertura ao comércio e aos investimentos, menor regulação estatal de atividades de produção e distribuição, fluxo livre de capitais e fixação dos juros e câmbio pelo mercado – e, de outro, os países menos propensos à abertura e mais inclinados à regulação estatal, e certamente quanto ao movimento de capitais – como são em grande medida os da América Latina, do Oriente Médio e da quase totalidade da África – teríamos uma correspondência quase perfeita entre maiores coeficientes de abertura, isto é, maior grau de “neoliberalismo”, e maior renda e prosperidade. O “quase perfeita” vem por conta de países de grande mercado interno – como os EUA – que apresentam pequeno coeficiente de abertura externa (apenas no que tange ao peso do comércio exterior no PIB), sem no entanto deixar de serem abertos às importações e atrativos aos capitais estrangeiros. Ou seja, a liberalização em comércio e em investimentos e um ambiente de negócios favorável à iniciativa privada constituem, sim, poderosas alavancas para a formação de riqueza e a distribuição de prosperidade.

5. O neoliberalismo é um mito, mas alguns ingênuos não sabem disso

Em qualquer hipótese, porém, o neoliberalismo é um mito, tanto pelo lado das acusações infundadas dos anti-neoliberais, como pelo lado dos promotores da própria doutrina liberal, uma vez que todos os Estados modernos, sem exceção, apresentam graus variados de intervenção no sistema econômico e de regulação da vida social. Uma série estatística sobre níveis de tributação e gastos públicos, ao longo do século XX, revelaria um avanço regular e constante da intermediação estatal nos fluxos de valor agregado e de dispêndio total, confirmando o papel sempre relevante do Estado na repartição setorial da renda total e na correção das desigualdades mais gritantes introduzidas pelos regimes puros de mercado. Aliás, falar em “Estado liberal” é uma total contradição nos termos, tanto o substantivo desmente o seu suposto adjetivo.

O que estava, contudo, em causa na análise conduzida neste ensaio de simples avaliação crítica de um dos mitos mais difundidos na academia não era, propriamente, a evolução econômica das modernas sociedades de mercado, e sim a afirmação – que vimos totalmente desprovida de qualquer fundamentação empírica – de que existe algo chamado neoliberalismo sendo ativamente praticado pelos Estados modernos e de que essa doutrina e prática seriam responsáveis por todas as misérias da sociedade contemporânea. Trata-se de uma das fabulações mais inconsistentes de que se tem notícia na produção acadêmica tida por séria e responsável.

Os dados disponíveis, revelados por organismos internacionais e por uma variedade razoável de organizações independentes, confirmam a melhoria sustentada dos padrões de vida em diferentes regiões do planeta, tanto mais rápida e disseminada quanto mais integrados estão esse países e regiões aos fluxos mundiais de comércio, tecnologia e investimentos. Assim, considerar que a “acumulação” neoliberal ampliou a pobreza em todos os cantos do mundo, aprofundou as desigualdades e provocou o cortejo de misérias que são registradas em áreas jamais tocadas por políticas e práticas neoliberais – qualquer que seja o entendimento que se dê ao conceito em questão –configura um tipo de fraude que só consegue ser repetido impunemente em salas de aula universitárias porque a academia brasileira é pouco responsável no “controle de qualidade” dos cursos da área de humanas e nos métodos de avaliação de docentes manifestamente despreparados para cumprir o programa do qual são encarregados. Para sermos mais precisos, estamos em face de uma desonestidade intelectual que só encontra paralelo em apresentações de mágicos de circos mambembes.

Termino por aqui minha primeira análise de uma falácia acadêmica detectada em livros utilizados em universidades brasileiras. De fato, o mito do neoliberalismo – que não guarda a mínima correspondência com a realidade verificável – oferece um exemplo concreto desse tipo de prática, mais comum do que se pensa, aliás, em nosso ambiente universitário. A um simples trecho selecionado de um artigo do autor aqui examinado pode-se aplicar o conjunto de caracterizações dicionarizadas e conectadas ao termo “falácia”: enganador, ardiloso, fraudulento, quimérico e ilusório. Outros exemplos certamente existem: eles também serão trazidos a exame no momento oportuno. Concluo com um aviso à maneira dos franceses: à suivre...

 

* Publicado originalmente em 09/03/2009.


segunda-feira, 28 de setembro de 2020

As bibliotecas de minha infância e adolescência - Paulo Roberto de Almeida

As bibliotecas de minha infância e adolescência 

Paulo Roberto de Almeida

Quando não se tem livros em casa, o jeito é buscá-los em bibliotecas. Em livrarias, também, se você tem dinheiro, mas em bibliotecas públicas se você não o tem, nem a sua família.

Foi o que sempre eu fiz, durante toda a vida. Um dia vou falar de todas as bibliotecas, livrarias, sebos que visitei, mas hoje vou ficar com as minhas primeiras leituras nas bibliotecas de minha infância e adolescência.

Começou com a que estava mais próxima de casa, e nisso fui um privilegiado: a Biblioteca Infantil Municipal Anne Frank (não tinha a menor ideia de quem fosse) ficava um quarteirão apenas, numa rua tranquila, num bairro então periférico de SP, o Itaim Bibi, quase sem asfalto, com muitos terrenos baldios, onde se podia jogar futebol, com algum esforço, ou brincar de esconde-esconde, nos terrenos com mato. Ou então brincar de taco na rua, pois quase não passavam carros, inclusive porque ela terminava por uma pequena ponte de madeira, que se atravessava a pé, pois nem carroça cabia ali.

Confesso que eu não era seduzido por nenhuma dessas atividades: depois do parque infantil, eu comecei a “frequentar” a biblioteca, mesmo dois ou três anos antes de aprender a ler, na “tardia” idade de sete anos (que é quando começavam os quatro anos do ensino primário, o único obrigatório em meados dos anos 1950).

Vindo de avós perfeitamente analfabetos, e de pais que sequer haviam concluído o curso primário, não se poderia esperar que eu tivesse livros em casa ou que fosse estimulado a ler.

Assim, eu ia à biblioteca essencialmente para jogar, o que fazia sempre, ou para assistir filmes, uma vez por semana, quarta ou quinta-feira de tarde. Lembro-me de Oscarito e Grande Otelo, Tarzan, Roy Rogers, Zorro, Hopalong Cassidy, Os Três Patetas, O Gordo e o Magro, e outros filmes do gênero. Quanto aos brinquedos eram muito simples: palitos, dominó, dados e tabuleiro, depois damas, pois xadrez veio bem mais tarde. Havia também revistas infantis, que eu seguia apenas pelos desenhos, pois ainda demorou dois anos para ser apresentado ao difícil mundo das letras.

Mas eu já tinha um imenso respeito pelas letras e pela cultura escrita, provavelmente por me ver cercado de livros, de todos os tipos e tamanhos, que eu folheava pelas ilustrações. Lembro-me de quando minha mãe, Dona Laura, me anunciou solenemente que eu iria para a escola, pois eu já tinha feito sete anos, e o uniforme estava comprado — muita roupa lavada para fora ele custou —, eu respondi que não queria ir. Como assim!?!? Não posso, obtemperei (um verbo que obviamente não estava em meu vocabulário). Como não pode?!?! Tem de ir!

Não posso, continuei. 

Mas por que?!?!

Eu não sei ler, confessei, com vergonha, a única desculpa que eu podia dar.

Não sei como a coisa se arranjou, mas lá fui eu para o primeiro ano do primário,  no Grupo Escolar Aristides de Castro. Creio que me sai muito bem, com meu caderno de caligrafia e algum livro do tipo Ivo Viu a Uva. Dona Iracema — que não tinha nada de “virgem dos lábios de mel”, como vim a ler mais tarde, e sim era uma gordinha baixinha, moreninha e severa — deve ter sido muito eficiente, pois em pouco tempo eu estava de volta à Biblioteca, com todo um imenso universo à minha disposição. 

Foi uma festa: comecei pelas revistas em quadrinhos: Pato Donald, Bolão e Rocambole, os Sobrinhos do Capitão, mas logo fui para literatura “pesada”: Monteiro Lobato, que foi provavelmente minha maior influência nos anos iniciais de formação. Devo ter lido tudo, ou quase tudo, da sua literatura infantil, desprezando durante anos sua obra adulta, que só vim a ler, erraticamente, muitos anos depois. O mundo grego, com seus heróis mitológicos, foi o que mais me fascinou.

Mas aí eu já tinha praticamente “liquidado” quase tudo o que me parecia interessante, inclusive, muito cedo, o História do Mundo para as Crianças, que li muitas vezes. Não lia só na Biblioteca, mas retirava livros para ler em casa, na cama, a contra luz, antes que minha mãe apagasse as luzes, para economizar. Não me lembro de estantes, na infância, e os livros ficavam no criado-mudo ou mesmo no chão. Acho que esgotei as possibilidades da Anne Frank, e antes mesmo de começar a trabalhar no Centro da cidade, já tinha conhecido a Mário de Andrade, que passei a frequentar na primeira adolescência, quando me tornei office-boy numa grande empresa da Rua Boa Vista. 

Foi outro universo que se abriu para mim: aproveitava as saídas para descontar cheques ou pagar contas nos bancos do centro para rápidas incursões na Mário de Andrade, na da Faculdade de Direito do Largo de S. Francisco e também na Livraria Brasiliense da Barão de Itapetininga. Mais tarde aprendi a ir na Biblioteca da Usia, no Consulado Americano — que então ficava no segundo andar do Conjunto Nacional da Avenida Paulista —, na do UCBEU, União Cultural Brasil-Estados Unidos, na da Confederação do Comércio, embaixo do Viaduto do Chá, assim como entrava em todas as livrarias conhecidas: uma delas era a Zahar, da Praça da República, e mais tarde ainda a da Alliance Française, na mesma Barão de Itapetininga.

Posso me lembrar dos vários livros que eu lia (e quando podia retirava) em cada uma delas, mas é uma lista muito grande, que deixo para relatar mais adiante. O que sim posso dizer, genericamente, é que eu passei a ler obras universitárias vários anos de ingressar na universidade, mais ou menos a partir de doze a catorze anos, quando me politizei precocemente, por obra e graça das crises políticas dos anos Jânio-Goulart e do golpe militar de 1964. Passei a ler Caio Prado e Celso Furtado, Marx e Engels e tudo o que me parecia interessante para entender o Brasil efervescente dos anos 1960. 

Só no final da década, com o endurecimento do regime, e a aposentadoria compulsória ou cassação daqueles que seriam meus mestres nas Ciências Sociais da USP — cujos livros eu já conhecia em grande parte —, foi que decidi sair do país para estudar fora. Fui embora, mas não deixei de arrastar alguns livros e cadernos de notas comigo.

Não sabia que passaria sete longos anos de autoexílio na Europa, grande parte dos quais escondido ou refugiado em bibliotecas e livrarias. Mas essa é uma história que eu contarei depois.


Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 28/09/2020


terça-feira, 22 de setembro de 2020

Bolsonaro na ONU: Um discurso recheado de mentiras: confronto com a realidade - Paulo Roberto de Almeida

Um discurso recheado de mentiras: confronto com a realidade 

 

Paulo Roberto de Almeida

(www.pralmeida.orghttp://diplomatizzando.blogspot.com)

[Objetivoconfrontar o discurso de Bolsonaro à realidadefinalidadedebate público]

  

Um exercício de leitura linear a partir do canhestro discurso do presidente, com poucas platitudes, muitas mentiras e um pouco menos de agressividade do que o ridículo discurso de 2019, que foi mais dirigido para o público interno do que tratou da agenda internacional. Ele agrediu menos dirigentes estrangeiros desta vez, mas agrediu a imprensa, a verdade e não teve sequer o decoro de respeitar a inteligência de quem o ouviu, proclamando virtudes – em matéria de meio ambiente, pandemia – que certamente não possui.

 

Um exercício de confrontação: o discurso do presidente na 75ª. AGNU e seus problemas com a realidade observável

Discurso de Bolsonaro na AGNU, 22/10/2020

Observações, comentários e retificações de Paulo R. de Almeida

É uma honra abrir esta assembleia com os representantes de nações soberanas, num momento em que o mundo necessita da verdade para superar seus desafios.

DISTORÇÃO: verdade é o que menos teve no discurso do presidente na AGNU. Existem uma ou duas, apenas, e nenhuma delas se deve a seu governo; são platitudes, apenas e tão somente.

A COVID-19 ganhou o centro de todas as atenções ao longo deste ano e, em primeiro lugar, quero lamentar cada morte ocorrida.

MENTIRA: Nunca lamentou sinceramente as milhares de mortos no Brasil, e só o fez, de forma canhestra, quando instado a fazê-lo

Desde o princípio, alertei, em meu País, que tínhamos dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade.

MENTIRA: Sempre negou a gravidade da pandemia, como negacionista que sempre foi, e tentou evitar por todos os meios quarentenas ou afastamentos, determinados unicamente com o objetivo de salvar vidas, por governadores.

Por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram delegadas a cada um dos 27 governadores das unidades da Federação. Ao Presidente, coube o envio de recursos e meios a todo o País.

MENTIRA: É a Constituição que prevê essa repartição de responsabilidade. O STF apenas se limitou a respeitar a CF-1988. Enviou recursos em caráter muito precário, inclusive porque não houve comitê nacional de coordenação na área.

Como aconteceu em grande parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema “fique em casa” e “a economia a gente vê depois”, quase trouxeram o caos social ao país.

MENTIRA CALHORDA: A imprensa, no Brasil e no mundo, sempre fez o papel que se espera dela, refletindo objetivamente tudo o que governos e outras autoridades falam e fazem. Quem trouxe o caos foi ele mesmo, ao desafiar continuamente as recomendações de cientistas.

Nosso governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior:

– Concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente 1000 dólares para 65 milhões de pessoas, o maior programa de assistência aos mais pobres no Brasil e talvez um dos maiores do mundo;

MENTIRA DESLAVADA: O governo queria dar apenas 200 reais, o Congresso aumentou para 500 e o presidente concedeu 600, apenas para prevalecer, de forma demagógica. Os 1.000 dólares são uma interpretação muito ampliada da realidade, juntando o máximo que alguns poderiam ganhar cumulativamente. Não houve tal generosidade de forma geral à população.

– Destinou mais de 100 bilhões de dólares para ações de saúde, socorro a pequenas e microempresas, assim como compensou a perda de arrecadação dos estados e municípios;

MEIA VERDADE, DISTORÇÃO: Até parece que tudo se desenvolveu de forma perfeita, a todas as microempresas, quando a realidade está muito longe disso; existem fatos que o provam.

– Assistiu a mais de 200 mil famílias indígenas com produtos alimentícios e prevenção à COVID;

GRANDE MENTIRA: Inúmeras matérias de imprensa e relatos de ONGs atestam os desafios às populações indígenas, com muitas vítimas.

– Estimulou, ouvindo profissionais de saúde, o tratamento precoce da doença;

MENTIRA CALHORDA: Dois ministros da Saúde foram desmentidos, por falar a verdade;

– Destinou 400 milhões de dólares para pesquisa, desenvolvimento e produção da vacina de Oxford no Brasil;

DISCRIMINAÇÃO: Tal financiamento se fez apenas a UM dos projetos de vacina; a vacina do Instituto Butantã com a China não teve nada.

Não faltaram, nos hospitais, os meios para atender aos pacientes de COVID.

MENTIRA MAIS UMA VEZ: Hospitais nas regiões NO e NE ficaram sem equipamentos.

A pandemia deixa a grande lição de que não podemos depender apenas de umas poucas nações para produção de insumos e meios essenciais para nossa sobrevivência. Somente o insumo da produção de hidroxicloroquina sofreu um reajuste de 500% no início da pandemia. Nesta linha, o Brasil está aberto para o desenvolvimento de tecnologia de ponta e inovação, a exemplo da indústria 4.0, da inteligência artificial, nanotecnologia e da tecnologia 5G, com quaisquer parceiros que respeitem nossa soberania, prezem pela liberdade e pela proteção de dados.

DÚVIDAS: O retorno a práticas de autarquia não é a melhor solução para os problemas temporários trazidos pela pandemia; em breve prazo, as relações de interdependência e de abastecimento voltam a níveis normais.

inflação no preço da cloroquina se DEVE INTEIRAMENTE à recomendação demencial do próprio Bolsonaro pelo uso, sem qualquer comprovação científica de sua eficácia efetiva.

O Brasil é, dos países do G20, o mais fechado às cadeias de valor. Cabe ao presidente ordenar à abertura, se preciso UNILATERAL, do Brasil, já que é o Brasil que é fechado ao mundo.

No Brasil, apesar da crise mundial, a produção rural não parou. O homem do campo trabalhou como nunca, produziu, como sempre, alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas.

ABUSANDO DO TRABALHO ALHEIO: Nada dessa imensa produtividade do campo se deve ao atual governo, menos ainda ao se chefe, pois esse ciclo ascendente vem de longe.

O Brasil contribuiu para que o mundo continuasse alimentado.

IDEM: O Brasil é um grande ator na área, pelo trabalho dos agricultores, não do governo.

Nossos caminhoneiros, marítimos, portuários e aeroviários mantiveram ativo todo o fluxo logístico para distribuição interna e exportação.

INÓCUO: Uma economia normal funciona sem que o governo precise fazer qualquer concessão aos agentes reais da economia brasileira. Aliás, a infraestrutura que depende dele é péssima.

Nosso agronegócio continua pujante e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta.

IDEM:A construção da pujança do agronegócio é uma obra coletiva que vem de pelo menos três décadas de trabalho contínuo, não de 2019-20.

Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.

MENTIRA CALHORDA: Acusar o mundo de se entregar à desinformação deliberada sobre o Brasil, é uma mentira calhorda e insultuosa.

A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil.

IGNORÂNCIA: Confunde recursos naturais com riqueza; esta só existe quando existem meios de explorar de maneira sustentável. Essa noção de que que estrangeiros querem retirar a Amazônia de nossa soberania é errada e também ridícula; quem prejudica o Brasil é a postura destruidora do presidente e seu antiministro.

Somos líderes em conservação de florestas tropicais. Temos a matriz energética mais limpa e diversificada do mundo.

ARROGÂNCIA: Não foi este governo quem fez a matriz energética diversificada; ela vem de longe; quanto a ser líder, resta provar...

Mesmo sendo uma das 10 maiores economias do mundo, somos responsáveis por apenas 3% da emissão de carbono.

DADOS NÃO CONFIRMADOS: Emissões de carbono não têm relação direta com o tamanho da economia; emissões podem ser ambientais.

Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e agricultura. Números que nenhum outro país possui.

CANTANDO VANTAGEM: O governo não é o responsável por essa situação que vem de longe; outros países participam da oferta alimentar no mundo, e isso ocorre tanto por produtividade quanto por extensão de terras e outros recursos, que são dados da natureza.

O Brasil desponta como o maior produtor mundial de alimentos.

PLATITUDE: Trata-se apenas de uma simples constatação de fato, uma evidência primária.

E, por isso, há tanto interesse em propagar desinformações sobre o nosso meio ambiente.

MENTIRA CRASSA: A mídia não tem nenhum interesse em propagar desinformações.

Estamos abertos para o mundo naquilo que melhor temos para oferecer, nossos produtos do campo. Nunca exportamos tanto. O mundo cada vez mais depende do Brasil para se alimentar.

EM TERMOS: Se acaso Brasil desaparecer, o mundo vai se arranjar de outra forma; existem outros países que podem fornecer os produtos que o Brasil produz; não há essa dependência.

Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas.

BOBAGEM: Os incêndios são em áreas já devastadas, não na floresta virgem. Caboclos e índios são absolutamente marginais para efeito do desmatamento e das queimadas; a maior parte é feita por grileiros, fazendeiros voltados para a pecuária e agricultura, desmatadores em geral; essa acusação é indigna de um presidente.

Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes.

MENTIRA, MENTIRA! A tolerância zero é justamente com os desmatadores e grileiros. O governo não tem fiscalizado, não tem aplicado multas, tem sido leniente e conivente com os destruidores dos recursos naturais. A mentira é evidente para quem conhece a realidade.

Lembro que a Região Amazônica é maior que toda a Europa Ocidental. Daí a dificuldade em combater, não só os focos de incêndio, mas também a extração ilegal de madeira e a biopirataria. Por isso, estamos ampliando e aperfeiçoando o emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com a participação das Forças Armadas.

PROMESSAS: Todos sabem disso e estão dispostos a conceder essa condição ao Brasil, de não ser capaz de controlar um imenso território da Amazônia; mas até aqui não se viu qualquer providência governamental de PROTEÇÃO da Amazônia, apenas projetos de EXPLORAÇÃO não sustentável; FFAA não seriam necessárias se os órgãos tradicionais não tivessem sido objeto de cortes e cerceamentos de atuação.

Pantanal, com área maior que muitos países europeus, assim como a Califórnia, sofre dos mesmos problemas. As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição.

MENTIRA: Grandes queimadas não ocorrem apenas naturalmente pela alta temperatura, e sim pela ação do homem, criminosa ou não; governo é feito para controlar essas ações em áreas expostas a esses riscos, na Califórnia, no Brasil, no Pantanal ou na Amazônia.

A nossa preocupação com o meio ambiente vai além das nossas florestas. Nosso Programa Nacional de Combate ao Lixo no Mar, um dos primeiros a serem lançados no mundo, cria uma estratégia para os nossos 8.500 quilômetros de costa.

CABE VERIFICAR: A Marinha brasileira há muito tempo vem se dedicando a esse projeto. Ela está de parabéns pelo seu trabalho. O governo quer tirar vantagem sobre aquilo que ele não fez, e sim que recebeu como legado das instituições e programas já existentes.

Nessa linha, o Brasil se esforçou na COP25 em Madri para regulamentar os artigos do Acordo de Paris que permitiriam o estabelecimento efetivo do mercado de carbono internacional. Infelizmente, fomos vencidos pelo protecionismo.

MENTIRA, ERRADO: O fracasso do Brasil na COP25 – que deveria ter sido REALIZADA no Brasil, e foi recusada desde 2018 – se deve basicamente à atitude irracional do antiministro do 1/2 Ambiente, que não conseguiu êxito em seu projeto de chantagear os países ricos. 

Em 2019, o Brasil foi vítima de um criminoso derramamento de óleo venezuelano, vendido sem controle, acarretando severos danos ao meio ambiente e sérios prejuízos nas atividades de pesca e turismo.

CABE ESCLARECER: Até agora, a Marinha ou outros órgãos (PF, etc.) não conseguiram determinar a origem exata desse derramamento, que é efetivamente de petróleo venezuelano, mas provavelmente exportado ilegalmente. 

O Brasil considera importante respeitar a liberdade de navegação estabelecida na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.

PLATITUDE: Não precisaria afirmar o óbvio: que o Brasil respeita convenções internacionais que ele próprio soberanamente aceitou e cumpre como deve ser nas relações internacionais.

Entretanto, as regras de proteção ambiental devem ser respeitadas e os crimes devem ser apurados com agilidade, para que agressões como a ocorrida contra o Brasil não venham a atingir outros países.

OUTRA PLATITUDE: O Brasil pode contar com a colaboração da IMO e de outros órgãos para ajudar nisso, ou seja, precisa reafirmar sua adesão ao MULTILATERALISMO, o que vem sendo combatido por alguns IDIOTAS.

Não é só na preservação ambiental que o país se destaca. No campo humanitário e dos direitos humanos, o Brasil vem sendo referência internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que chegam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima.

MENTIRA, MENTIRA, MENTIRA: Como é possível ao presidente mentir tão abertamente, tão descaradamente? O Brasil é acusado por organismos internacionais e por ONGs por não respeitar, justamente, compromissos internos e externos no plano do meio ambiente e dos DH; o Brasil saiu do Pacto Global das Migrações.

A Operação Acolhida, encabeçada pelo Ministério da Defesa, recebeu quase 400 mil venezuelanos deslocados devido à grave crise político-econômica gerada pela ditadura bolivariana.

COMPROMISSOS EXTERNOS: Somos membros de convenções internacionais, ou seja, MULTILATERAIS, que comandam o refúgio e o acolhimento de pessoas em situação de perigo; temos de cumprir nossas obrigações.

Com a participação de mais de 4 mil militares, a Força Tarefa Logística-Humanitária busca acolher, abrigar e interiorizar as famílias que chegam à fronteira.

O QUE SE FAZ É O NECESSÁRIO: o Brasil estaria falhando a seus compromissos se não estivesse acolhendo refugiados em situação de extrema precariedade; é uma questão MORAL!

Como um membro fundador da ONU, o Brasil está comprometido com os princípios basilares da Carta das Nações Unidas: paz e segurança internacional, cooperação entre as nações, respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais de todos. Neste momento em que a organização completa 75 anos, temos a oportunidade de renovar nosso compromisso e fidelidade a esses ideais. A paz não pode estar dissociada da segurança.

PLATITUDE DIPLOMÁTICA: O que se diz aqui figura em todos os discursos de delegados brasileiros às AGNUs desde 1946, ou seja, não existe nenhuma novidade nessa repetição de platitudes que qualquer terceiro secretário da carreira diplomática aprende desde suas aulas no Instituto Rio Branco. O discurso aqui retoma, portanto, um tom e estilo, que deveria ser o do ano passado, quando o que tivemos foi uma VERGONHA anti-onusiana e agressiva.

A cooperação entre os povos não pode estar dissociada da liberdade. O Brasil tem os princípios da paz, cooperação e prevalência dos direitos humanos inscritos em sua própria Constituição, e tradicionalmente contribui, na prática, para a consecução desses objetivos.

MAIS PLATITUDES: Ou seja, pelo menos, desta vez, usaram alguns conceitos típicos da diplomacia profissional para incorporar num discurso que não deveria repetir PLATITUDES, mas tratar da agenda internacional, dos grandes problemas da humanidade.

O Brasil já participou de mais de 50 operações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 55 mil militares, policiais e civis, com participação marcante em Suez, Angola, Timor Leste, Haiti, Líbano e Congo.

BLÁ, BLÁ, BLÁ: O presidente não tem a menor ideia do que o Brasil já fez na esfera das missões de paz da ONU, e apenas repete o que lhe foi servido por assessores internacionais um pouco menos idiotas do que em 2019. 

O Brasil teve duas militares premiadas pela ONU na Missão da República Centro-Africana pelo trabalho contra a violência sexual.

As FFAA cumprem com o seu dever: mais uma colaboração da diplomacia profissional para evitar que ele fale muita bobagem.

Seguimos comprometidos com a conclusão dos acordos comerciais firmados entre o MERCOSUL e a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio. Esses acordos possuem importantes cláusulas que reforçam nossos compromissos com a proteção ambiental.

EQUIVOCADO: Não, o Brasil, ou o presidente não está minimamente comprometido com esses objetivos, pois vem se exercendo como touro desembestado numa loja de cristais; ele vem contrariando sistematicamente o espírito e a letra desses acordos, por sua atitude destrutiva no meio ambiente e em DH; o acordo não sai.

Em meu governo, o Brasil, finalmente, abandona uma tradição protecionista e passa a ter na abertura comercial a ferramenta indispensável de crescimento e transformação.

MENTIRA RIDÍCULA: até aqui não houve NENHUMA medida de abertura; a Tarifa do Mercosul continua alta e o Brasil continua aplicando restrições indevidas no comércio.

Reafirmo nosso apoio à reforma da Organização Mundial do Comércio que deve prover disciplinas adaptadas às novas realidades internacionais.

OUTRA MENTIRA: o chanceler acidental, submisso e servil ao governo Trump, vem aderindo à visão anti-OMC dos EUA; por isso mesmo, perdeu o Diretor Geral brasileiro.

Estamos igualmente próximos do início do processo oficial de acessão do Brasil à OCDE. Por isso, já adotamos as práticas mundiais mais elevadas em todas as áreas, desde a regulação financeira até os domínios da segurança digital e da proteção ambiental.

ILUDIDO OU IGNORANTE: O Brasil não tem nenhuma chance de ser admitido na OCDE se não corrigir sua postura contrária às medidas de luta contra a corrupção e à lavagem de cash; a sabotagem contra a COAF e a Lava Jata devem deixar o Brasil de fora da OCDE.

No meu primeiro ano de governo, concluímos a reforma da previdência e, recentemente, apresentamos ao Congresso Nacional duas novas reformas: a do sistema tributário e a administrativa.

RETÓRICA VAZIA: Reforma da Previdência não teve a nada a ver com o governo; já vinha da presidência Temer e deve mais ao Congresso do que ao ministro da Economia. As reformas tributária e administrativa ainda são promessas.

Novos marcos regulatórios em setores-chave, como o saneamento e o gás natural, também estão sendo implementados. Eles atrairão novos investimentos, estimularão a economia e gerarão renda e emprego.

PROMESSAS, PALAVRAS: Como ocorreu em presidências anteriores, algumas reformas se impõem pela própria situação calamitosa de certos serviços públicos que não podem contar com recurso públicos; daí a privatização.

O Brasil foi, em 2019, o quarto maior destino de investimentos diretos em todo o mundo. E, no primeiro semestre de 2020, apesar da pandemia, verificamos um aumento do ingresso de investimentos, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso comprova a confiança do mundo em nosso governo.

ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS: Como grande economia o Brasil sempre vai atrair maiores fluxos de IED; a desvalorização da moeda também ajuda, pois se pode “comprar” o Brasil com “descontos” de 40% sobre o passado e isso deve continuar; Investidores de fora já alertaram o governo para as posturas erradas.

O Brasil tem trabalhado para, em coordenação com seus parceiros sul-atlânticos, revitalizar a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul.

MAIS PLATITUDE DIPLOMÁTICA: Isso na verdade é apenas uma intenção; não quer dizer quase nada na prática.

O Brasil está preocupado e repudia o terrorismo em todo o mundo.

TERIA COMO SER DE OUTRA FORMA? Ser contra o terrorismo não é mérito nenhum...

Na América Latina, continuamos trabalhando pela preservação e promoção da ordem democrática como base de sustentação indispensável para o progresso econômico que desejamos.

SIM, QUAIS SÃO OS EXEMPLOS? Tirartodo o pessoal diplomático e consular da Venezuela ajuda nesse projeto? O Brasil atual se excluiu de qualquer solução diplomática para a tragédia venezuelana, se auto-excluiu. 

A LIBERDADE É O BEM MAIOR DA HUMANIDADE.

PRECISA COMENTAR? Alguém tem outra opinião? O presidente descobriu a pólvora?

Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia.

CONTRA A LAICIDADE DO ESTADO: O país tem outras denominações religiosas; caber dizer isso aos “aliados” da Arábia Saudita. 

Também quero reafirmar minha solidariedade e apoio ao povo do Líbano pelas recentes adversidades sofridas.

COMO EU SOU BONZINHO...: O Brasil tem a maior população de origem libanesa, e não faz mais do que a sua obrigação de solidariedade.

Cremos que o momento é propício para trabalharmos pela abertura de novos horizontes, muito mais otimistas para o futuro do Oriente Médio.

PRETENSÕES LULOPETISTAS? Bolsonaro também pretende fazer a paz entre israelenses e palestinos? Vai se meter em imbróglios eternos? Acha que tem capacidade para tanto? Ilusões? 

Os acordos de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, e entre Israel e o Bahrein, três países amigos do Brasil, com os quais ampliamos imensamente nossas relações durante o meu governo, constitui excelente notícia.

CONSTATAÇÃO ELEMENTAR: Será que a mídia não está enganando ninguém nesse tema? O fato de Israel e países supostamente inimigos do Irã estarem estabelecendo relações é uma boa notícia em si. Trump se aproveita disso, e o seu seguidor vai atrás, querendo tirar vantagem.

O Brasil saúda também o Plano de Paz e Prosperidade lançado pelo Presidente Donald Trump, com uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços, retomar o caminho da tão desejada solução do conflito israelense-palestino.

SERVILISMO DIPLOMÁTICO: O Brasil foi um dos poucos países que apoiaram esse plano que não respeita os direitos dos palestinos e foi inclusive desativado pelas novas posturas que Israel vem adotando a esse respeito. Nenhum outro país importante apoiou o Plano Trump.

A nova política do Brasil de aproximação simultânea a Israel e aos países árabes converge com essas iniciativas, que finalmente acendem uma luz de esperança para aquela região.

WISHFUL THINKING: O Brasil já tinha boas relações com as duas partes há décadas, e foi esse governo que se inclinou para o lado de Israel, causando desconforto entre os árabes. A “luz de esperança” é apenas uma promessa. 

O Brasil é um país cristão e conservador e tem na família sua base.

NOVIDADE CONSTITUCIONAL: Desde a República o Brasil é um país laico e secular. 

Deus abençoe a todos!

VOTO: Podia começar iluminando ele mesmo.

E o meu muito obrigado!

UFA! Terminaram as mentiras...

Assista ao discurso de Bolsonaro:

https://www.oantagonista.com/brasil/leia-a-integra-do-discurso-de-bolsonaro-na-onu/

Quem tiver paciência, obviamente, para ouvir mentiras, meias verdades, falcatruas ridículas...

 


Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 3759, 22 de setembro de 2020

 


Addendum: 

Complemento com o que recebi de Eduardo Fleming: 


Uau... parabéns pela espantosa paciência de retrucar frase a frase da mais boçal das criaturas que até agora subiu a rampa do Planalto. Eu, por minha curta paciência, apenas me limitaria a juntar tudo e escrever em todas as línguas e dialetos o mesmo texto:

- CUIDADO! MENTIRA PODE TRAZER DEMENCIA! O LIXO DESTE DISCURSO DEVE SER DESCARTADO CORRETAMENTE!

- CAUTION! LIE CAN BRING DEMENTIA! THE GARBAGE OF THIS DISCOURSE MUST BE DISPOSED OF CORRECTLY!

- VORSICHT! LÜGE KANN DEMENTIEN BRINGEN! DER ABFALL DIESES DISKURSES MUSS RICHTIG ENTSORGT WERDEN!

- alhdhr! alkadhib ymkn 'an yusabib alkhrf! yjb altakhalus min nifayat hdha altarh bishakl sahih!an

- MISE EN GARDE! LE MENSONGE PEUT APPORTER DE LA DEMENCE! LES DÉCHETS DE CE DISCOURSE DOIVENT ÊTRE ÉLIMINÉS CORRECTEMENT!

-注意!谎言可以带来痴呆!必须正确处置此垃圾的内容!