Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11/01/2016
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
José Ignacio Martínez Cortés, Profesor e investigador adscrito al Centro de Relaciones Internacionales de la FCPyS de la UNAM.
En recientes años la economía mundial ha tenido grandes transformaciones motivadas por la innovación tecnológica y la internacionalización del capital, con lo cual en el comercio internacional hoy predomina la exportación e importación de productos, mercancías y servicios con mayor valor agregado, y han perdido presencia en los mercados internacionales aquellos países que no han logrado transformar su proceso productivo. De hecho, a partir de la década de 1950 el sector que más ha crecido en el comercio internacional es el manufacturero (cuadro 1), en el que se plasma la innovación tecnológica de las últimas décadas.
Enrique E. Yang
Siendo la estrategia estatal un foco en la comunicación social china, las versiones chinas de El Orden Mundial y Sobre China, los dos últimos libros de Henry Kissinger, editadas respectivamente en agosto 2015 y octubre 2012, en volúmenes de 570 y 618 páginas, siguen disfrutando de un lugar destacado en la venta on line e incluso en puestos ambulantes de libros.
Estudioso de por vida en el internacionalismo y siempre al servicio del gobierno de los Estados Unidos, el Dr. Kissinger no escatima esfuerzos en defender los intereses de su nación, pero sus fundamentaciones apoyadas en análisis histórico y raciocinio lógico difieren radicalmente de aquellas tristemente célebres propagandas con identificado estigma utilitarista.
La paz mundial nunca ha sido estable por carencia de garantías firmes. Su ruptura se repetía más de una vez a causa de una expansión inesperada de alguna fuerza y la consecuente pérdida del equilibrio existente entre diversas partes. En el mundo actual en que el pluralismo político está en boga, no suele haber ni disposición moral ni coincidencia política entre diferentes polos. Los estadistas idealistas norteamericanos, adeptos a la fraternidad, igualdad y libertad, pilares de la configuración de su Estado, no encuentran medios para llegar pronto a una reconciliación a escala mundial con esos valores que creen universales.
La revolución china pudo triunfar, democracia y libertad como banderas en alto, y ha permitido una nueva potencia que reforzando herencias sociales sospechosas como compromiso actual y emergiendo con impetuoso avance militar, enfrenta con rechazo categórico “intervenciones en asuntos internos” mientras sigue sin tapujos en represión interna y en estímulos a favor de “una guerra inevitable”. No obstante, el Dr. Kissinger estima las cosas en un tono más o menos optimista al sostener que inclusive en la época de un posible exterminio total de las dos partes en caso de guerra termonuclear, sería muy poco probable que China, tan enredada en enormes compromisos internos, se lanzara a una resistencia estratégica, y EEUU tendría necesidad de insertar en su ejercicio político reflexiones realistas sobre los valores que otros defienden. Así que sería probablemente económica y social, en vez de militar, la competencia que se desarrollase entre EEUU y China.
Ocupa un lugar prominente en el discurso del autor la inquietud por la reforma-apertura china que arrancó en los tiempos de Deng Xiaoping. Pregunta: ¿Es ésta una fatalidad histórica o un compromiso moral y espiritual? El Dr. Kissinger, conocedor perfecto de China adonde ha viajado en más de 80 ocasiones, será de seguro el político occidental que más contactos directos tuvo con los máximos líderes chinos a partir de Mao. Se ha valido de informaciones de primera mano, recogidas personalmente en regateos políticos de máximo nivel entre EEUU y China, para constatar la evolución de China frente a EEUU y dilucidar de modo discreto pero contundente lo misterioso y accidentado que era el recorrido político soportado por las autoridades chinas. Inciden en limpio la descripción de cada uno de sus interlocutores y la presentación de prósperos juicios particulares, denotando su competente penetración en trasfondos diversos y su capacidad sofisticada para el análisis psicológico. Conoce las vicisitudes de China probablemente mucho mejor que los chinos preocupados del destino del país, con cargos oficiales o con iniciativas no gubernamentales. Mirando desde amplios horizontes histórico e internacional, se declara en favor de una sinergia EEUU-China como potencias estrellas en la causa constructiva mundial en vez de una colisión frontal que supondría una total catástrofe fatal, y advierte no sin inquietud que el mundo vive justamente ahora un momento crítico para la decisión.
Independientemente del motivo del autor y de la editorial para publicar y traducir de modo algo sensacional estos libros, éstos proporcionan cuantiosos datos fiables, muchas veces eclipsados de alguna manera, que ayudan indudablemente al lector en nuevas reflexiones, y académicamente constituyen un prototipo de análisis socio-científico, una referencia importante para esclarecer las cuestiones difíciles de China y dominar bien la metodología en estudios internacionales.
Transcrição de ligações de Clinton e Blair nos anos 90 mostram preocupação com crise econômica no Brasil
Jamil Chade, correspondente / Genebra - O Estado de S. Paulo
Conversas sigilosas divulgadas nessa sexta-feira mostram que líderes temiam o sentimento antiamericanista no País; para Clinton, Republicanos poderiam transformar EUA num 'Brasil melhorado'
GENEBRA - O ex-presidente dos EUA Bill Clinton se queixou do 'antiamericanismo' no Brasil, mas no final dos anos 90 tentou convencer os demais governos ricos a sair ao resgate do País, diante da crise financeira enfrentada na época. Mais de 500 páginas de transcrições de suas conversas confidenciais com o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair foram publicadas nesta sexta-feira, 8, e revelam diálogos telefônicos dos líderes entre 1997 e 2000, quando ambos estavam no poder.
Nessas conversas, Clinton chega a acusar os políticos do Partido Republicano de quererem transformar os Estados Unidos num "Brasil melhorado", com "ricos atrás de portões" e "famintos que não poderiam chegar neles".
Página mostra trecho de conversa entre Bill Clinton e Tony Blair em 1998, quando os dois eram líderes dos EUA e da Grã-Bretanha, respectivamente
As transcrições foram publicadas pelo Clinton Presidencial Library. Num raro mergulho sobre a franqueza de um debate entre dois dos principais líderes de sua geração, os documentos revelam como Londres e Washington multiplicavam ligações a cada semana e como, em dezenas de temas, tentavam adotar uma posição conjunta.
Nas conversas, Clinton chama George W. Bush de uma "fraude" que "nunca poderia estar preparado para ser presidente". O líder americano também rejeita uma proposta para assassinar Saddam Hussein ou Slobodan Milosevic, chama o Congresso do seu país de "reacionário" e não mede palavrões em alguns momentos. Os documentos também mostram como líderes podem se enganar sobre quem seriam seus aliados. Vladimir Putin, por exemplo, é considerado por Clinton como alguém "com potencial".
O clima entre "Bill" e "Tony" enquanto comandavam seus países era de amizade, com perguntas sobre como haviam dormido e até um pedido inusitado do americano para que o primeiro-ministro continuasse na linha enquanto ele abria a porta de onde estava para que o cachorro pudesse sair ao jardim. Clinton brincou que iria ser cidadão britânico quando deixasse o governo, contou sobre a vida de sua filha e até se ofereceu para ser baby-sitter do novo filho de Blair.
O que as dezenas de conversas divulgadas nesta sexta-feira também deixam claro é uma preocupação com o Brasil e a aliança com o então presidente Fernando Henrique Cardoso. "Sobre Florença, fico satisfeito que deixamos Cardoso vir", disse Clinton em relação a um encontro de cúpula do G-7 na Itália em 1999 que teve o Brasil como convidado.
Numa conversa em 31 de julho de 1998, Clinton também se queixa da atitude que existiria no Brasil e na França em relação aos EUA. "França e Brasil são dois países que tem governos permanentes, para o bem ou para o mau, mas têm um antiamericanismo inato que tinge a atmosfera", criticou. Ainda assim, o democrata insistia com frequência sobre a necessidade de ajudar o Brasil.
No centro do debate entre os dois sobre o Brasil estava a crise financeira que atraía todas as atenções. No dia 2 de outubro de 1998, falando de um avião, Clinton alertou Blair sobre a "crise financeira" afetando os emergentes e apoiou a ideia de linhas de crédito bilaterais. Apesar de indicar que os alemães eram contrários, ele insistiu que essa seria a saída. "Estou muito preocupado com essa crise afetando a América Latina, em especial o Brasil", disse. "Os bancos europeus tem tanta exposição nesses empréstimos que temos um risco de uma recessão mundial. Precisamos de algum tipo de acordo."
Blair então respondeu: "não acho que tenhamos visto o pior disso ainda". Clinton concordou, mas insistiu em sua proposta. "Não. Mas se agirmos rapidamente poderemos evitar que o Brasil seja levado abaixo", afirmou.
No dia 6 de outubro, em outra conversa, a preocupação de Clinton era de que a crise econômica não se proliferasse pela América Latina e, para isso, ele planejava acordos no G7 para lidar com a situação. Sua preocupação com o Brasil, porém, era ainda mais nítida.
"O grande teste agora é o que ocorrerá com o Brasil", disse Clinton. O americano lembra que Fernando Henrique Cardoso havia vencido as eleições, dois dias antes, mas que a crise não estava resolvida. "Eles tem menos de US$ 40 bilhões de reservas (em espécie) agora e não acho que ele consegue segurar por três semanas sem dizer qual é sua proposta para reformas", alertou. "Se o Brasil cair, todos nós iremos de lidar com isso."
Menos de dez dias depois, em 14 de outubro, outra vez a crise financeira brasileira aparece no radar dos dois líderes. Ao debaterem estratégias para lidar com a situação nos países emergentes, Clinton defendeuuma ação rápida no Brasil. "Quanto mais esperarmos, maior a chance de um colapso que vai custar muito dinheiro para arrumar", disse.
"Acho que precisamos de uma linha clara para ajudar o Brasil e evitar que a América Latina caia nessa. Os riscos de não termos sucesso são maiores do que quando ajudamos o México", disse. "Mas os riscos serão minimizados se simultaneamente tivermos uma estratégia completa de curto prazo, incluindo para ajudar esses países, mas não apenas para eles." O ex-presidente americano foi além sobre sua intenção de ajudar FHC. "Precisamos mostrar que estamos sendo sérios sobre o Brasil.
No dia 21 de janeiro de 1999, a crise voltaria à pauta dos dois líderes. Clinton contou a Blair como Carlos Menem, ex-presidente da Argentina, o havia visitado. "Ele tem uma grande política econômica", disse. Sobre o Brasil, porém, Clinton lamentou. "O país está tremendo."
Desigualdade. O americano parecia entender bem a situação de desigualdade social no Brasil. Em 18 de junho de 1999, ele se queixou com Blair sobre os Republicanos no Congresso. "Eles simplesmente querem cortar impostos para todos. Querem colocar os ricos atrás de portões para que os famintos não cheguem a eles", alertou. "Basicamente querem um Brasil melhorado para os EUA", disparou Clinton. "É horrível, mas acho que conseguiremos vencer."
Sobre o restante da América Latina, Clinton não economizaria críticas. Falando sobre a disputa comercial relativa às exportações de bananas, o americano ironizou: "a América Central e Caribe parecem garotos de escola se queixando. Ele deveriam pensar em seus interesses comuns", completou.