O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

1334) Sitemeter: estatisticas do blog na semana

Toda sexta-feira recebo um pequeno relatório do Sitemeter -- o medidor de visitas neste blog -- com a movimentação da semana, como transcrevo mais abaixo.
Mais interessante do que os número em si, que só podem sensibilizar estatísticos ou outros fanáticos por dados, são as indicações complementares, que se referem a links de entrada e links de saída, suscetíveis de denotar os interesses específicos dos visitantes. Transcrevo alguns mais abaixo.
Como se pode ver, tem muita gente preocupada com a questão dos salários dos "conselheiros" da Petrobra: ou são funcionários ou prepostos da firma, tentando detectar o que se publica de bom a favor, e de mau contra, a dita estatal, ou são simples cidadãos interessados numa das "intransparências" desse paquiderme.

Diplomatizzando -- Site Summary ---
Visits
Total ........................ 4,586
Average per Day ................ 335
Average Visit Length .......... 2:24
This Week .................... 2,346

Page Views
Total ........................ 6,977
Average per Day ................ 494
Average per Visit .............. 1.5
This Week .................... 3,458

http://www.sitemeter.com/stats.asp?site=s33allbooks

--- Visits this Week ---
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316 260 264 381 385 389 351 2,346

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Hour 2/5 2/6 2/7 2/8 2/9 2/10 2/11 Total
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(...)
24 16 25 23 21 20 21 20 146
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509 382 407 544 598 534 484 3,458

Links de entrada:
1 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html
4 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html
5 http://diplomatizzando.blogspo...ura-de-alunos-de-relacoes.html
7 http://diplomatizzando.blogspo...como-fazer-um-bom-parecer.html
8 http://diplomatizzando.blogspo...samuel-pinheiro-guimaraes.html
11 http://diplomatizzando.blogspo...como-fazer-um-bom-parecer.html
12 http://diplomatizzando.blogspo...-informaes-sobre-carreira.html
13 http://diplomatizzando.blogspo...de-desculpaspaises-coreia.html
14 http://diplomatizzando.blogspo...o-e-carreira-do-diplomata.html
15 http://diplomatizzando.blogspo...para-carreira-diplomatica.html
16 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html
17 http://diplomatizzando.blogspo...de-desculpaspaises-coreia.html
20 http://diplomatizzando.blogspo...a-publica-deterioracao-no.html
(...)
81 http://diplomatizzando.blogspo...uador-avante-para-tras-na.html
82 http://diplomatizzando.blogspo...rofisso-internacionalista.html
83 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html
84 http://diplomatizzando.blogspo...ida-dois-textos-otimistas.html
85 http://diplomatizzando.blogspo...-do-concurso-do-itamaraty.html
86 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html
87 http://diplomatizzando.blogspo...onomist-constata-falta-de.html
88 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html
89 http://diplomatizzando.blogspot.com/2006_07_01_archive.html
92 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html
95 http://diplomatizzando.blogspo...onferencia-de-ialta-11-de.html
96 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html
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99 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html
100 http://diplomatizzando.blogspo...eiros-da-petrobras-76-mil.html

Vários outros cliques se interessam pela carreira diplomática.
Por "location", tenho uma predominância de localidades brasileiras, mas algumas internacionais também. Não é o caso de fazer estatísticas ou copiar os dados.
Até a próxima sexta...
Paulo Roberto de Almeida (12.02.2010)

1333) Japao pede desculpas a Coreia pela ocupacao colonial

Leio, no excelente blog do colega acadêmico Jefferson Tolentino, esta nota, pequena em palavras, mas extraordinariamente importante em sua dimensão política e histórica:

Japão pede desculpas à Coréia do Sul por ações coloniais

Desculpas sempre são bem vindas, não é?
Pois bem, o Ministro de Relações Exteriores do Japão, Katsuya Okada pediu desculpas nesta quinta-feira a Coréia do Sul por mais de três décadas de submissão. Segundo o diplomata, esse período é descrito como um “tragic incident“
Okada fez esse pedido, inusitado, durante uma conferencia de notícias ao lado do Ministro de Relações Exteriores da Coréia do Sul, Yu Myung-hwan.

“I believe it was a tragic incident for Koreans when they were deprived of their nation and their identity,” Okada said, according to the Yonhap news agency.
“I can fully understand the feelings of (Koreans) who were deprived of their identity and nation. I believe we must never forget the victims,” he added.


Para relembrá-los, o incidente trágico descrito ocorreu entre 1910 e 1945.
Esse período de expansão militar nipônico é marcado pelos relatos de mulheres que serviram de escravas sexuais para os soldados japoneses. Cerca de 200.000 mulheres, entre chinesas e coreanas, foram escravizadas e até hoje tentam ver reconhecidas essas barbaridades e indenizadas.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

1332) Construindo o atraso educacional do Brasil

Desconstruindo a educação no Brasil
Paulo Roberto de Almeida

Sou terrivelmente pessimista quanto ao itinerário presente E FUTURO da educação no Brasil. Alguns diriam que sou excessivamente pessimista. Acho que não, inclusive porque não sou do setor, não acompanho em detalhes todas as bobagens que vem sendo cometidas pelas pedagogas "freireanas" (e delirantes) que atuam supostamente em nome do MEC para deformar as orientações curriculares do ensino nos dois primeiros graus da educação pública no Brasil e por todos os demais responsáveis pelo setor no Brasil.
Impossível não ser pessimista, mesmo não sendo especialista da área, apenas sabendo daquilo que se proclama como obrigatório aqui e ali.
O Brasil, na verdade, é o país das coisas obrigatórias, das leis que tornam compulsório aquilo que poderia (ou deveria) ser apenas voluntário, funcionar como sugestão, enfim, abrir uma oportunidade de ampliação das oportunidades educacionais, mas que acaba sendo um peso nos orçamentos de estados e municípios e que serve apenas para afundar ainda mais o nível de conhecimento médio dos alunos dos ciclos básicos.

Bem, toda essa introdução, para dizer que estou cada vez mais impressionado como as autoridades educacionais (Ok, autoridades é apenas uma deferência indevida) se empenham em deteriorar cada vez mais as chances de as crianças brasileiras aprenderem o que é verdadeiramente essencial, desviando-as para matérias absolutamente secundárias e até "desviantes" em relação ao que deveria ser um ensino adequado aos desafios da globalização.

Digo isto porque acabo de ler numa propaganda de uma grande editora educacional -- que obviamente ganha muito dinheiro com as exigências e obrigatoriedades inúteis que o governo impõe às escolas estaduais e municipais -- que o Espanhol passou a fazer parte do currículo escolar do ensino médio.
Permito lembrar que a língua espanhola já era obrigatória, desde o início da presente administração do currículo escolar do ensino fundamental, isso por uma suposta preparação para a integração com os vizinhos do Mercosul (sendo que NENHUM vizinho do Mercosul tornou o Português obrigatório, ou sequer opcional, nas suas escolas fundamentais ou de nível médio).

O Brasil, que vai ser obrigado a formar alguns milhares -- não sei quantos, talvez dezenas de milhares -- de professores de "Portunhol", oferece uma chance única, estupidamente auto-assumida, de desviar ainda mais os estudantes brasileiros de uma real concentração naquilo que é, ou deveria, ser, o foco essencial dos estudos: língua nacional, matemáticas elementares, ciências básicas, sendo todo o resto opcional e voluntário, inclusive estudos sociais e matérias afins (Ok, concedo em que história e geografia poderiam ser obrigatórias, mas não tenho muita certeza).

O Brasil continua a afundar mais um pouco seu sistema educacional, depois de outras medidas igualmente deletérias para a boa sanidade mental dos alunos.
Na presente administração, já se tornou obrigatória no ensino primário uma coisa chamada "estudos afrobrasileiros", que provavelmente vai ser uma mistura de reconstrução ideológico-mistificadora de um suposto passado glorioso africano que faz parte de nossa herança cultural e social. Certo, mas os imigrantes europeus também construíram este país, e eles não tem direito a "estudos eurobrasileiros".
Na presente administração, também foi tornado obrigatório -- sempre compulsório, não opcional, ou voluntário -- o ensino de sociologia e filosofia no ensino médio, o que nada mais é do que uma reserva de mercado para marxistas desempregados.

Em face de todos esses exemplos de má administração educacional, eu só posso prever um itinerário desastroso parda o ensino no Brasil, pelos próximos 25 anos, talvez um pouco mais.
Espero estar errado, mas temo que não...

Brasília, 11.02.2010.

1331) Terrorismo e armas de destruicao em massa

The Jihadist CBRN Threat
Global Security and Intelligence Report
By Scott Stewart
STRATFOR, February 10, 2010

In an interview aired Feb. 7 on CNN, U.S. Secretary of State Hillary Clinton said she considers weapons of mass destruction (WMD) in the hands of an international terrorist group to be the largest threat faced by the United States today, even bigger than the threat posed by a nuclear-armed Iran. “The biggest nightmare that many of us have is that one of these terrorist member organizations within this syndicate of terror will get their hands on a weapon of mass destruction,” Clinton said. In referring to the al Qaeda network, Clinton noted that it is “unfortunately a very committed, clever, diabolical group of terrorists who are always looking for weaknesses and openings.”

Clinton’s comments came on the heels of a presentation by U.S. Director of National Intelligence Dennis Blair to the Senate Select Committee on Intelligence. In his Annual Threat Assessment of the U.S. Intelligence Community on Feb. 2, Blair noted that, although counterterrorism actions have dealt a significant blow to al Qaeda’s near-term efforts to develop a sophisticated chemical, biological, radiological and nuclear (CBRN) attack capability, the U.S. intelligence community judges that the group is still intent on acquiring the capability. Blair also stated the obvious when he said that if al Qaeda were able to develop CBRN weapons and had the operatives to use them it would do so.

All this talk about al Qaeda and WMD has caused a number of STRATFOR clients, readers and even friends and family members to ask for our assessment of this very worrisome issue. So, we thought it would be an opportune time to update our readers on the topic.

Realities Shaping the Playing Field

To begin a discussion of jihadists and WMD, it is first important to briefly re-cap STRATFOR’s assessment of al Qaeda and the broader jihadist movement. It is our assessment that the first layer of the jihadist movement, the al Qaeda core group, has been hit heavily by the efforts of the United States and its allies in the aftermath of 9/11. Due to the military, financial, diplomatic, intelligence and law enforcement operations conducted against the core group, it is now a far smaller and more insular organization than it once was and is largely confined geographically to the Afghan-Pakistani border. Having lost much of its operational ability, the al Qaeda core is now involved primarily in the ideological struggle (which it seems to be losing at the present time).

The second layer in the jihadist realm consists of regional terrorist or insurgent groups that have adopted the jihadist ideology. Some of these have taken up the al Qaeda banner, such as al Qaeda in the Islamic Maghreb (AQIM) and al Qaeda in the Arabian Peninsula (AQAP), and we refer to them as al Qaeda franchise groups. Other groups may adopt some or all of al Qaeda’s jihadist ideology and cooperate with the core group, but they will maintain their independence for a variety of reasons. In recent years, these groups have assumed the mantle of leadership for the jihadist movement on the physical battlefield.

The third (and broadest) component of the jihadist movement is composed of grassroots jihadists. These are individuals or small groups of people located across the globe who are inspired by the al Qaeda core and the franchise groups but who may have little or no actual connection to these groups. By their very nature, the grassroots jihadists are the hardest of these three components to identify and target and, as a result, are able to move with more freedom than members of the al Qaeda core or the regional franchises.

As long as the ideology of jihadism exists, and jihadists at any of these three layers embrace the philosophy of attacking the “far enemy,” there will be a threat of attacks by jihadists against the United States. The types of attacks they are capable of conducting, however, depend on their intent and capability. Generally speaking, the capability of the operatives associated with the al Qaeda core is the highest and the capability of grassroots operatives is the lowest. Certainly, many grassroots operatives think big and would love to conduct a large, devastating attack, but their grandiose plans often come to naught for lack of experience and terrorist tradecraft.

Although the American public has long anticipated a follow-on attack to 9/11, most of the attacks directed against the United States since 9/11 have failed. In addition to incompetence and poor tradecraft, one of the contributing factors to these failures is the nature of the targets. Many strategic targets are large and well-constructed, and therefore hard to destroy. In other words, just because a strategic target is attacked does not mean the attack has succeeded. Indeed, many such attacks have failed. Even when a plot against a strategic target is successfully executed, it might not produce the desired results and would therefore be considered a failure. For example, the detonation of a massive truck bomb in a parking garage of the World Trade Center in 1993 failed to achieve the jihadists’ aims of toppling the two towers and producing mass casualties, or of causing a major U.S. foreign policy shift.

Many strategic targets, such as embassies, are well protected against conventional attacks. Their large standoff distances and physical security measures (like substantial perimeter walls) protect them from vehicle-borne improvised explosive devices (VBIEDs), while these and other security measures make it difficult to cause significant damage to them using smaller IEDs or small arms.

To overcome these obstacles, jihadists have been forced to look at alternate means of attack. Al Qaeda’s use of large, fully fueled passenger aircraft as guided missiles is a great example of this, though it must be noted that once that tactic became known, it ceased to be viable (as United Airlines Flight 93 demonstrated). Today, there is little chance that a flight crew and passengers of an aircraft would allow it to be seized by a small group of hijackers.

CBRN

Al Qaeda has long plotted ways to overcome security measures and launch strategic strikes with CBRN weapons. In addition to the many public pronouncements the group has made about its desire to obtain and use such weapons, we know al Qaeda has developed crude methods for producing chemical and biological weapons and included such tactics in its encyclopedia of jihad and terrorist training courses.

However, as STRATFOR has repeatedly pointed out, chemical and biological weapons are expensive and difficult to use and have proved to be largely ineffective in real-world applications. A comparison of the Aum Shinrikyo chemical and biological attacks in Tokyo with the March 2004 jihadist attacks in Madrid clearly demonstrates that explosives are far cheaper, easier to use and more effective in killing people. The failure by jihadists in Iraq to use chlorine effectively in their attacks also underscores the problem of using improvised chemical weapons. These problems were also apparent to the al Qaeda leadership, which scrapped a plot to use improvised chemical weapons in the New York subway system due to concerns that the weapons would be ineffective. The pressure jihadist groups are under would also make it very difficult for them to develop a chemical or biological weapons facility, even if they possessed the financial and human resources required to launch such a program.

Of course, it is not unimaginable for al Qaeda or other jihadists to think outside the box and attack a chemical storage site or tanker car, or use such bulk chemicals to attack another target — much as the 9/11 hijackers used passenger- and fuel-laden aircraft to attack their targets. However, while an attack using deadly bulk chemicals could kill many people, most would be evacuated before they could receive a lethal dose, as past industrial accidents have demonstrated. Therefore, such an attack would be messy but would be more likely to cause mass panic and evacuations than mass casualties. Still, it would be a far more substantial attack than the previous subway plot using improvised chemical weapons.

A similar case can be made against the effectiveness of an attack involving a radiological dispersion device (RDD), sometimes called a “dirty bomb.” While RDDs are easy to deploy — so simple that we are surprised one has not already been used within the United States — it is very difficult to immediately administer a lethal dose of radiation to victims. Therefore, the “bomb” part of a dirty bomb would likely kill more people than the device’s “dirty,” or radiological, component. However, use of an RDD would result in mass panic and evacuations and could require a lengthy and expensive decontamination process. Because of this, we refer to RDDs as “weapons of mass disruption” rather than weapons of mass destruction.

The bottom line is that a nuclear device is the only element of the CBRN threat that can be relied upon to create mass casualties and guarantee the success of a strategic strike. However, a nuclear device is also by far the hardest of the CBRN weapons to obtain or manufacture and therefore the least likely to be used. Given the pressure that al Qaeda and its regional franchise groups are under in the post-9/11 world, it is simply not possible for them to begin a weapons program intended to design and build a nuclear device. Unlike countries such as North Korea and Iran, jihadists simply do not have the resources or the secure territory on which to build such facilities. Even with money and secure facilities, it is still a long and difficult endeavor to create a nuclear weapons program — as is evident in the efforts of North Korea and Iran. This means that jihadists would be forced to obtain an entire nuclear device from a country that did have a nuclear weapons program, or fissile material such as highly enriched uranium (enriched to 80 percent or higher of the fissile isotope U-235) that they could use to build a crude, gun-type nuclear weapon.

Indeed, we know from al Qaeda defectors like Jamal al-Fadl that al Qaeda attempted to obtain fissile material as long ago as 1994. The organization was duped by some of the scammers who were roaming the globe attempting to sell bogus material following the collapse of the Soviet Union. Several U.S. government agencies were duped in similar scams.

Black-market sales of military-grade radioactive materials spiked following the collapse of the Soviet Union as criminal elements descended on abandoned Russian nuclear facilities in search of a quick buck. In subsequent years the Russian government, in conjunction with various international agencies and the U.S. government, clamped down on the sale of Soviet-era radioactive materials. U.S. aid to Russia in the form of so-called “nonproliferation assistance” — money paid to destroy or adequately secure such nuclear and radiological material — increased dramatically following 9/11. In 2009, the U.S. Congress authorized around $1.2 billion for U.S. programs that provide nonproliferation and threat reduction assistance to the former Soviet Union. Such programs have resulted in a considerable amount of fissile material being taken off the market and removed from vulnerable storage sites, and have made it far harder to obtain fissile material today than it was in 1990 or even 2000.

Another complication to consider is that jihadists are not the only parties who are in the market for nuclear weapons or fissile material. In addition to counterproliferation programs that offer to pay money for fissile materials, countries like Iran and North Korea would likely be quick to purchase such items, and they have the resources to do so, unlike jihadist groups, which are financially strapped.

Some commentators have said they believe al Qaeda has had nuclear weapons for years but has been waiting to activate them at the “right time.” Others claim these weapons are pre-positioned inside U.S. cities. STRATFOR’s position is that if al Qaeda had such weapons prior to 9/11, it would have used them instead of conducting the airline attack. Even if the group had succeeded in obtaining a nuclear weapon after 9/11, it would have used it by now rather than simply sitting on it and running the risk of it being seized.

There is also the question of state assistance to terrorist groups, but the actions of the jihadist movement since 9/11 have served to steadily turn once quietly supportive (or ambivalent) states against the movement. Saudi Arabia declared war on jihadists in 2003 and countries such as Yemen, Pakistan and Indonesia have recently gone on the offensive. Indeed, in his Feb. 2 presentation to the Senate committee, Blair said: “We do not know of any states deliberately providing CBRN assistance to terrorist groups. Although terrorist groups and individuals have sought out scientists with applicable expertise, we have no corroborated reporting that indicates such experts have advanced terrorist CBRN capability.” Blair also noted that, “We and many in the international community are especially concerned about the potential for terrorists to gain access to WMD-related materials or technology.”

Clearly, any state that considered providing WMD to jihadists would have to worry about blow-back from countries that would be targeted by that material (such as the United States and Russia). With jihadists having declared war on the governments of countries in which they operate, officials in a position to provide CBRN to those jihadists would also have ample reason to be concerned about the materials being used against their own governments.

Efforts to counter the proliferation of nuclear materials and technology will certainly continue for the foreseeable future, especially efforts to ensure that governments with nuclear weapons programs do not provide weapons or fissile material to jihadist groups. While the chance of such a terrorist attack is remote, the devastation one could cause means that it must be carefully guarded against.

1330) Conferencia de Ialta - 11 de fevereiro de 1945

On Feb. 11, 1945, President Roosevelt, British Prime Minister Winston Churchill and Soviet leader Josef Stalin signed the Yalta Agreement during World War II.
New York Times, February 11, 1945

Big 3 Doom Nazism and Reich Militarism; Agree on Freed Lands and Oaks Voting; Convoke United Nations in U.S. April 25

YALTA PARLEY ENDS
Unified Blows at Reich, Policing Spheres and Reparations Shaped
FRANCE TO GET ROLE
Broader Polish, Yugoslav Regimes Guaranteed -- Curzon Line Adopted
By Lansing Warren
Special to The New York Times

Washington, Feb. 12 -- Allied decisions sealing the doom of Nazi Germany and German militarism, coordinating military plans for Germany's occupation and control and maintaining order and establishing popular governments in liberated countries were signed yesterday by President Roosevelt, Marshal Stalin and Prime Minister Churchill near Yalta in the Crimea, the White House announced today.

The conference, held in the summer palace of former Czar Nicholas II on the black Sea shore, also called for a United Nations security conference in San Francisco on April 25.

The parleys, hitherto shrouded in secrecy except for a brief outline of the agenda issued Feb. 7, were held day and night from Feb. 4 until the final signatures were affixed. The announcement did not refer to President Roosevelt's future movements except that he had left the Crimea.

Main Points of Accord

Major decisions of the conference include:

(1) Plans for new blows at the heart of Germany from the east, west, north and south.

(2) Agreement for occupation by the three Allies, each of a separate zone, as Germany is invaded, and an invitation to France to take over a zone and participate as a fourth member of the Control Commission.

(3) Reparations in kind to be paid by Germany for damages, to be set by an Allied commission. The reparations commission, which will establish the type and amount of payments by Germany, will have its headquarters in Moscow. [Secretary of State Stettinius and Ambassador Harriman arrived in Moscow Monday.]

(4) Settlement of questions left undecided at the conference at Dumbarton Oaks and decision to call a United Nations conference at San Francisco April 25 to prepare the charter for a general international organization to maintain peace and security.

(5) Specific agreements to widen the scope of the present Governments in Poland and Yugoslavia and an understanding to keep order and establish Governments in liberated countries conforming to the popular will and the principles of the Atlantic Charter.

(6) A general declaration of determination to maintain Allied unity for peace.

German People Apart
The statement announced common policies for enforcing unconditional surrender and imposing Nazi Germany's doom. The document draws a distinction between the Nazi system, laws and institutions, the German General Staff and its militarism, which will be relentlessly wiped out, and the German people.

"It is not our purpose," it declared," to destroy the people of Germany, but only when nazism and militarism have been extirpated will there be hope for a decent life for Germans, and a place for them in the community of nations."

Until this conference the Allies had laid down no iron-clad program for the control and complete reorganization of Germany. Military plans will be made known only "as we execute them," said the statement, and the surrender terms "not until the final defeat has been accomplished."

Coordinated administration and control has been provided in a central Control Commission, which will be established with headquarters in Berlin. Part of its work will be to insist on the destruction of all German military equipment, elimination or control of all German industry that could be used for military production, the punishment of war criminals and the wiping out of all Nazi institutions from the German economic and cultural life.

The document mentioned no discussion of plans in the Far eastern theatre of the war or any understanding with the Soviet Union for entry into the war against Japan, but the fact that the date for the United Nations conference, April 25, comes one day after the date determining of a renewal of the Russo-Japanese agreement was remarked as significant.

That San Francisco had been chosen as the site for the next security conference of the United Nations, along with the date, aroused considerable interest here because of the city's remoteness from the European theatre of war and its position nearer the Far Eastern theatre.

New Cabinet Indicated
Special dispositions with regard to Poland include the widening of the present Provisional Government to include other democratic leaders in Poland and abroad.

The agreement sets the Polish eastern boundary, with a few alterations in favor of Poland, along the Curzon Line and recognizes that Poland must acquire substantial territory in the north and west but leaves these decisions to the peace conference. This is the first official mention to confirm the Allies' contemplation of a general peace conference.

With regard to the conflict for power in Yugoslavia the Allies have agreed that Marshal Tito and Dr. Ivan Subasitch shall set up the Government they have proposed but to include former members of the Parliament who did not collaborate with the enemy.

These Governments, it is provided, will be succeeded by those formed in conformity with desires expressed in popular elections and in the spirit of the Atlantic Charter. The statement does not deal specifically with the situation in Greece or other countries but declares that the conference also made a general review of other Balkan questions.

Fascism to Be Uprooted
In a declaration on the liberated areas, the Allies announced the intention of consulting in the interests of the liberated peoples and to cooperate in rebuilding the national economic life in these countries. Vestiges of nazism and fascism are to be destroyed, and the Allies will cooperate to establish internal peace, carry relief and form interim governments broadly representative in the Axis satellite states as well as in liberated Allied countries.

An important feature of the international security discussions was contained in the announcements that the three powers had reached agreement on the disputed question of voting procedure, which prevented completion of the work at Dumbarton Oaks. No indication of the solution was given.

The three Chiefs of State were assisted by their Foreign Ministers, chiefs of military staffs and numerous other experts, as was the case in the previous three-power meetings. Besides Secretary of State Edward R. Stettinius Jr., President Roosevelt was accompanied by Harry L. Hopkins, his special assistant, and Justice James F. Byrnes, Director of the Office of War Mobilization and Reconversion.

Other United States delegates included W. Averell Harriman, Ambassador to the Soviet Union; H. Freeman Matthews, the State Department's Director of European Affairs; Alger Hiss, Deputy Director of Special Political Affairs, and Charles E. Bohlen, assistant to the Secretary of State.

Throughout the Conference President Roosevelt occupied apartments in the former palace of the Czars. Marshal Stalin and Prime Minister Churchill were housed in separate establishments near by.

Three women were with the delegations. Though they did not participate in the discussions, they were received as conference guests. They were Mrs. Anna Boettiger, daughter of President and Mrs. Roosevelt; Mrs. Sarah Oliver, daughter of Prime Minister and Mrs. Churchill, and Kathleen Harriman, daughter of the Ambassador to Moscow.

President Roosevelt's party also included Edward J. Flynn of New York, who did not attend conference meetings but was invited as a personal friend when Mr. Roosevelt learned that he was planning a visit to Moscow.

Leahy Also in Party
Others in the President's personal party were Admiral William D. Leahy, chief of staff to the President; Mr. Byrnes, Vice Admirals Ross T. McIntyre and Wilson Brown, Maj. Gen. Edwin M. Watson and Stephen Early, the President's secretary.

President Roosevelt, whose movements have been obscured by censorship for more than three weeks, left Washington for the Crimea conference almost immediately after his inauguration ceremonies on Jan. 20. The details of the voyage were not made public, but it was revealed that the President met Prime Minister Churchill on the island of Malta, which the British and American delegations reached Feb. 2. President Roosevelt and Mr. Churchill made a prolonged exchange of views and there were formal discussions between the British and United States Military chiefs of staff.

President Roosevelt left Malta the night of Feb. 2, going by air direct to Yalta, where he was met by Foreign Commissar Vyacheslaff M. Molotoff, who extended greetings for Marshal Stalin.

The Presidential party proceeded along the Black Sea shore two miles southwest to Livadia, where stands the magnificent Summer Palace.

Meetings began the next day on the arrival of Marshal Stalin, who flew from his headquarters on the Russian front, where the Silesian Offensive was just getting under way. The delegates met either in committees or as a group. Besides daily meetings of the three heads of Governments and the Foreign Secretaries, separate meetings of the Foreign Secretaries and their advisers were held daily.

The Foreign Secretaries arranged for regular conferences every three of four months. The meetings will be held in rotation in the three capitals, the first to be called in London after the San Francisco meeting.

At the close of the conference President Roosevelt presented to Marshal Stalin a number of decorations awarded by the United States to military men in the Red Army. Those to be decorated will receive the rank of commander in the Legion of Merit. They include Marshal Alexander M. Vasilevsky, Chief of the General Staff of the Red Army; Air Chief Marshal Alexander A. Novikoff, commanding general of the Red Air Forces; Gen. A. K. Repin, Chief of the Soviet Military Mission to the United States; Lieutenant General Brendal, Lieutenant Colonel Krolenko, Major General Levanovich, Major General Slavin, Deputy Chief of the Red Army Staff, and Colonel Byaz.

The decorations were given in recognition of distinguished services in connection with their cooperation in American Air Force shuttle-bombing operations in Germany.

The first news of the historic consultation at Yalta was issued at the White House by Jonathan Daniels, administrative assistant to the President, who opened his announcement to the impatient correspondents with the statement: "This is it."

Announcement of the Allied report on the conference made in the Senate was greeted with cheers, which continued while the upper house adjourned.

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Ives Assails Foes of Anti-Race Bills as Disfavor Rises: But Demand for Immediate Vote by CIO Head is Unlikely to Head Off Opposition: Press For Public Hearing: Legislators Confident of Aid From Minorities -- Chamber Attack Called 'Degrading'

Cleve, Pruem Fall: Allies Capture Two Key Westwall Positions in North and Center: Opposition is Light: Germans Draft Women for Volkssturm -- New Clashes Reported

Manila Trap Shut; Luzon Is Crossed: U.S. Forces Unite to Squeeze Capital as Armored Push East Reaches Coast

Red Army Is at Bober River After 16-Mile Gain in Silesia WPB Takes Charge Of Match Output

Elliott Roosevelt Made Brigadier By Senate 53 to 11, on War Record

1330) Sem narcisismo, apenas registrando: um "catalogo" de meus trabalhos...

Por surpresa, sem ter verdadeiramente dado um comendo de busca, mas cruzando com o Google reader, acabei descobrindo um blog que cataloga trabalhos sob os nomes de seus autores. Foi pelo menos o que eu entendi. Trata-se de um instrumento de busca, mas que seleciona apenas posts em blogs (não verifiquei todas as entradas sob meu nome):

http://www.blogcatalog.com/topic/paulo+roberto+de+almeida/: 554 items found

Bem, acho que estão faltando alguns, mas não está mal para começar (aliás, não pretendo começar a reler meus próprios trabalhos...)

Paulo Roberto de Almeida (11.02.2010)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

1329) Os desafios de nosso mundo pos-crise - Martin Wolf

Apesar de tê-lo downloadado (ugh!) para o meu computador desde o começo do ano, apenas esta noite, ao passear em torno de 22hs em volta de duas quadras de Brasilia meu companheiro de promenades philosophiques -- um simpatico e compreensivo Yorshire que responde pelo nome de Yury, e que até mereceu um blog só dele: Promenades avec mon maître -- pude ouvir, como sempre faço nesses passeios, em meu iPod, um ensaio do jornalista econômico do Financial Times Martin Wolf, intitulado:

The challenges of managing our post crisis world (December 29, 2009)

Esse ensaio, em forma de balanço, trata basicamente do que diz o seu título, ou seja, adequar e acomodar os desequilíbrios e desafios de um mundo caracterizado por superávitários de um lado, e "deficitários" de outro. A situação, em grande medida, inverteu-se. Os EUA eram o superavitário estrutural no final da Segunda Guerra, e financiaram generosamente os desequilíbrios europeus e de quase todo o resto do mundo. Eles foram, sim, generosos, a despeito de que muitos acreditam que eles fizeram tudo aquilo em seu benefício próprio, defendendo seus interesses nacionais, ao preservar o capitalismo e a "democracia burguesa".
Pode até ser, mas os que dizem isso -- a menos que sejam de absoluta má-fé -- sabem, com absoluta certeza certeira (com perdão pela redundância), que a alternativa à disposição -- aliás, a única outra, posto que o fascismo já tinha sido tentado e deu no que deu -- nos conduziria a um mundo bem pior, no mínimo catastrófico economicamente, e provavelmente muito mais mortífero em termos humanos e sociais. Não deve haver nenhuma dúvida quanto a isso, posto que o comunismo acumulou um balanço de várias dezenas de milhões de mortos, provavelmente mais de uma centena, bem mais do que o fascismo conseguiu fazer, com guerra, holocausto e tudo.
Em todo caso, os EUA são hoje sustentados pelos excedentários asiáticos, a começar pela China, que aliás faz isso de modo não generoso; ao contrário, de maneira totalmente egoista, posto que do contrário, ela não conseguiria exportar e ter renda de seus saldos comerciais e de transações correntes com os EUA e outros países.

Bem, mas não era disso que eu queria falar, e sim do ensaio do Martin Wolf, que antes de debruçar-se sobre as agruras do ajuste econômico - fiscal, monetário, comercial -- começa tratando de memórias familiares, ao falar de seu pai, exilado austríaco, que atravessou a Primeira Guerra, as crises do entre guerras, a ameaça nazista sobre seu país e o exílio na Inglaterra (o que o salvou, ao contrário do resto da família, de perecer no morticínio nazista).

Martin Wolf conta que uma das lições mais preciosas que aprendeu de seu pai está resumida nesta frase:

Civilization is as fragile as a glass. (A civilização é tão frágil quanto vidro)

no que papai Wolf tem inteiramente razão, em vista de tantos ditadores (felizmente agora em número relativamente reduzido) que causaram tantas maldades no "breve" século 20 que foi o a idade das ideologias.

Aqui mesmo, neste cantinho de planeta, um bando de aloprados ainda pensa em implantar um regime diretamente saído das catacumbas da história, não mais por uma revolução de estilo bolchevique -- embora existam ainda alguns malucos neobolcheviques que pensam que estão em Petrogrado em 1917 -- mas pela maneira "gramsciana", aprovando planos inocentes de "direitos (des)humanos". Enfim, mas não é disso que trata e sim de suas "memórias sentimentais" (a tragédia austríaca, e européia de meados do século 20) e dos desafios econômicos deste início de século 21.

Não vou resumir aqui suas recomendações quanto ao segundo aspecto, a crise e as maneiras de administrar a saída dela, tanto porque não concordo com todas as suas recomendações -- sobretudo a de que era preciso salvar o sistema de uma morte fatal -- mas simplesmente remeter todos os interessados à leitura desse belo texto, ou melhor, à escuta desse cativante mp3.

Neste link.

Mais podcasts de Martin Wolf, aqui.

PS.: Antes que algum espertinho me pergunte porque eu não concordo com Martin Wolf, eu diria, rapidamente, o seguinte.
Não acredito que um sistema econômico enfrente a morte, a menos de ser "salvo" pelos intervencionistas keynesianos que depois vão pretender ser mais espertos do que os mercados "livres". O que os interevencionistas fazem é salvar o dinheiro de alguns especuladores com os recursos de todos os cidadãos, que pagam assim as espertezas desses aventureiros. Deixar quebrar alguns bancos, o que compromete o dinheiro de um número menor de pessoas pode ser uma solução aceitável, pois tende a restabelecer o equilíbrio do sistema de maneira mais rápida do que essas intervenções estatais.

Paulo Roberto de Almeida (10.02.2010)

1328) Um general que vai provavelmente vestir o pijama...

...não sem antes falar as suas verdades:

A COMISSÃO DA "VERDADE?"?

General-de-Exército Maynard Marques de Santa Rosa
Chefe do Departamento-Geral do Pessoal
26 de janeiro de 2010

A verdade é o apanágio do pensamento, o ideal da filosofia, a base fundamental da ciência. Absoluta, transcende opiniões e consensos, e não admite incertezas.
A busca do conhecimento verdadeiro é o objetivo do método científico. No memorável "Discurso sobre o Método", René Descartes, pai do racionalismo francês, alertou sobre as ameaças à isenção dos julgamentos, ao afirmar que "a precipitação e a prevenção são os maiores inimigos da verdade".
A opinião ideológica é antes de tudo dogmática, por vício de origem. Por isso, as mentes ideológicas tendem naturalmente ao fanatismo. Estudando o assunto, o filósofo Friedrich Nietszche concluiu que "as opiniões são mais perigosas para a verdade do que as mentiras".
Confiar a fanáticos a busca da verdade é o mesmo que entregar o galinheiro aos cuidados da raposa.
A História da inquisição espanhola espelha o perigo do poder concedido a fanáticos. Quando os sicários de Tomás de Torquemada viram-se livres para investigar a vida alheia, a sanha persecutória conseguiu flagelar trinta mil vítimas por ano no reino da Espanha.
A "Comissão da Verdade" de que trata o Decreto de 13 de janeiro de 2010, certamente, será composta dos mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o sequestro de inocentes e o assalto a bancos, como meio de combate ao regime, para alcançar o poder.
Infensa à isenção necessária ao trato de assunto tão sensível, será uma fonte de desarmonia a revolver e ativar a cinza das paixões que a lei da anistia sepultou.
Portanto, essa excêntrica comissão, incapaz por origem de encontrar a verdade, será, no máximo, uma "Comissão da Calúnia".

1327) Petrobras: pequena remuneracao dos conselheiros

Sim, já sei: vou receber um monte de mensagens anónimas, talvez de algum conselheiro, me ofendendo e desmentindo a ata e os pagamentos de marajá...
Posto mesmo assim:

ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. -
PETROBRAS, REALIZADA EM 8 DE ABRIL DE 2009

(Lavrada sob a forma de sumário, conforme facultado pelo parágrafo primeiro do artigo 130 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976).

DIA, HORA E LOCAL:

Assembleia realizada às 15 horas do dia 8 de abril de 2009, na sede social, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, na Avenida República do Chile, no 65.

Item IV: Foram reeleitos como membros do Conselho de Administração da Companhia , na forma do voto da União, com mandato de 1 (um) ano, permitida a reeleição, a Senhora Dilma Vana Rousseff , brasileira, natural da cidade de Belo Horizonte (MG), divorciada, economista, com domicílio na Casa Civil da Presidência da República - Praça dos Três Poderes - Palácio do Planalto - 4º andar - salas 57 e 58, Brasília (DF), CEP: 70150-900, portadora da carteira de identidade nº 9017158222, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul - SSP/RS, e do CIC/CPF nº 133267246-91 e os Senhores Guido Mantega , brasileiro, natural de Gênova, Itália, casado, economista, com domicílio no Ministério da Fazenda - Esplanada dos Ministérios - Bloco P - 5º andar - Brasília (DF), CEP: 70048-900, portador da carteira de identidade nº 4135647-0, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo - SSP/SP, e do CIC/CPF nº 676840768-68; Silas Rondeau Cavalcante Silva, brasileiro, natural da cidade de Barra da Corda (MA), casado , engenheiro, com domicílio na S..A.U.S. - quadra 3 – lote 2 - Bloco C – Ed. Business Point - salas 308/309, Brasília (DF), CEP: 70070-934, portador da carteira de identidade nº 2040478, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Pernambuco - SSP/PE, e do CIC/CPF nº 044.004.963-68; José Sergio Gabrielli de Azevedo, brasileiro, natural da cidade de Salvador (BA), divorciado, economista, com domicílio na Av. República do Chile, 65, 23º andar - Rio de Janeiro (RJ), CEP: 20031-912, portador da carteira de identidade nº 00693342-42, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia - SSP/BA, e do CIC/CPF nº 042750395-72; Francisco Roberto de Albuquerque , brasileiro, natural da cidade de São Paulo, casado, General de Exército Reformado, com domicílio na Alameda Carolina nº 594, Itu (SP), CEP: 13306-410, portador da carteira de identidade nº 022954940-7, expedida pelo Ministério do Exército e do CIC/CPF nº 351786808-63; e Luciano Galvão Coutinho , brasileiro, natural da cidade de Recife (PE), divorciado, economista, com domicílio na Av. República do Chil e nº 100, 19º andar, Rio de Janeiro (RJ), CEP 20031-917, portador da carteira de identidade nº 8925795, expedida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo - SSP/SP, e do CIC/CPF nº 636831808-20.


Item VII: Pelo voto da maioria dos acionistas presentes, em conformidade com o voto da representante da União,

foi aprovada a fixação da remuneração global a ser paga aos administradores da Petrobras em R$8.266.600,00
(oito milhões, duzentos e sessenta e seis mil e seiscentos reais) , no período compreendido entre abril de 2009 e março de 2010, aí incluídos: honorários mensais, gratificação de férias, gratificação natalina (13º salário), participação nos lucros e resultados; passagens aéreas, previdência privada complementar, e auxílio moradia , nos termos do Decreto nº 3.255, de 19.11.1999, mantendo-se os honorários no mesmo valor nominal praticado no mês precedente à AGO de 2009, vedado expressamente o repasse aos respectivos honorários de quaisquer benefícios que, eventualmente, vierem a ser concedidos aos empregados da empresa, por ocasião da formalização do Acordo Coletivo de Trabalho – ACT na sua respectiva data-base de 2009;

Dá R$114.813,88 por mês para cada um!
Se "alguém" disser que é boato... acesse o link abaixo !

http://www2.petrobras.com.br/ri/port/InformacoesAcionistas/pdf/ATA_AGO_08abr09_port.pdf

1326) Racionamento energetico na Venezuela: aproveitando o know-how brasileiro

Interessante a notícia abaixo. O governo do PT, que está prestando assessoria a Chávez no racionamento energético, aproveita-se da experiência ganha pelos técnicos do setor com os planos emergenciais implementados no apagão brasileiro de 2001, acerbamente criticado pelos integrantes do PT.
O mundo dá muitas voltas, mas não deixa de ser irônico...
Paulo Roberto de Almeida

Chávez anuncia novo plano antiapagão
Empresas e cidadãos que gastarem mais energia serão multados
Reuters, Quarta-Feira, 10 de Fevereiro de 2010

CARACAS
Horas depois de declarar estado de emergência no setor elétrico, na segunda-feira, o governo venezuelano lançou um plano para economizar energia que inclui multas para grandes consumidores ou para quem gastar mais e incentivos para quem reduzir seu consumo. O novo plano é voltado tanto para consumidores residenciais quanto para empresas e indústrias.

Segundo o presidente Hugo Chávez, os lares que gastarem mais de 500 quilowatts por hora na média mensal serão considerados grandes consumidores e terão de cortar 10% do seu consumo sob pena de uma multa equivalente a 75% de sua conta de luz. Para todos aqueles que gastarem 10% a mais do que na última fatura, a multa será de 100% sobre o valor dos gastos atuais. E para os que consumirem 20% a mais, a tarifa extra será de 200%.

Por outro lado, as residências com um consumo abaixo dos 500 quilowatts por hora que conseguirem reduzir seu consumo de eletricidade entre 10% e 20% terão um desconto de 25% em sua conta de luz. Para os que cortarem mais de 20%, a redução será de 50%.

O Brasil também adotou um sistema de metas de redução de consumo energético, com incentivos e penalizações, após o apagão de 2001. Segundo um acordo fechado numa visita recente a Caracas do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, técnicos brasileiros estão ajudando a Venezuela a buscar uma solução para a sua crise de energia.

Segundo Chávez, os setores comercial e industrial precisarão reduzir em 20% seu consumo de energia em relação a 2009. O estado de emergência permitirá a Caracas contratar empresas e comprar equipamentos de forma mais rápida, sem licitações, por 60 dias ? prorrogáveis por mais tempo.

RACIONAMENTO
Nos últimos meses, uma política de racionamento já vem deixando algumas regiões da Venezuela sem luz por até 8 horas diárias. Além disso, o governo venezuelano impôs uma redução no horário de funcionamento dos shopping centers. Segundo o presidente do instituto de pesquisas Datanálisis, Luis Vicente León, citado pelo jornal El Universal, de Caracas, essas medidas devem fazer o PIB venezuelano cair até 2% este ano.

Tal perspectiva é uma grande dor de cabeça para o governo a apenas sete meses das eleições legislativas, em que Chávez pretende manter a maioria da Assembleia Nacional para conseguir levar adiante as reformas legais necessárias para seu projeto socialista.

A crise energética é causada por uma seca prolongada, que reduziu o nível da reserva da represa de Guri, responsável por 70% da eletricidade consumida na Venezuela. Mas também há entre a população a percepção de que o governo não fez os investimentos necessários no setor energético e problemas de administração estariam agravando a crise.

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Addendum:

Venezuelanos recorrem a Deus contra crise energética
Plantão | Publicada em 10/02/2010 às 17h27m
Reuters
CARACAS - O racionamento fracassou. As chuvas ainda não vieram. Então, os funcionários do setor elétrico venezuelanos estão buscando ajuda divina para solucionar a crise energética do país.
A estatal Edelca convocou todos os seus funcionários para uma hora de orações na sexta-feira - o "Clamor a Deus pelo Setor Elétrico Nacional."
"Apoiamos estas convocações com a nossa presença, unidos no nosso compromisso de erguer nossa grande companhia", disse o presidente da Edelca, Igor Gavidia León, em nota a seus funcionários, sob uma citação bíblica dizendo que Deus ouve as preces dos humildes.
A Edelca, subsidiária da estatal energética Corpoelec, administra a enorme hidrelétrica de Guri, que já chegou a gerar quase metade da eletricidade venezuelana, mas há meses sofre com a baixa do seu reservatório.
A Venezuela tem tido apagões desde 2009, o que o presidente Hugo Chávez atribuiu à seca e à alta na demanda após cinco meses de crescimento. A oposição diz que o problema foi de falta de investimentos públicos nos 11 anos do atual governo.
Nesta semana, Chávez declarou "emergência energética" e assinou um decreto que oferece bons descontos a empresas e residências que reduzirem seu consumo, mas multa quem não cortar o uso de energia.

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Se Deus não ajudar, pode ser um indicio de que ele (ou Ele) não é socialista...
Paulo Roberto de Almeida

1325) Chile: anunciado novo governo

Chile anuncia gabinete de 'Chicago Boys', com Piñera no estilo CEO
Rodrigo Uchoa, de São Paulo
Valor Econômico, 10/02/2010

O presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, recheou seu ministério com "Chicago Boys" - economistas com pós-graduação na Universidade de Chicago, um ícone do pensamento liberal. O chefe da Casa Civil, o chanceler e o ministro da Economia têm passagem por lá. O da Fazenda e o do Planejamento estudaram em Harvard.
Analistas apontam, entretanto, que a principal característica do primeiro escalão da área econômica deve ser a intervenção direta de Piñera - ele mesmo com pós-graduação em Harvard - até em assuntos cotidianos.
"Ele deve usar uma estratégia de CEO, com participação direta [de Piñera] na fixação de metas e prazos, além de avaliação mensal de resultados. Esse parece ser o cenário da área econômica", disse o analista político Carlos Peña.
Os escolhidos para a Fazenda e para a Economia, Felipe Larraín e Juan Andrés Fontaine, têm em comum com Piñera terem se formado em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Chile e feito pós-graduação nos EUA.
O escolhido para a Fazenda, Felipe Larraín, 51, tem doutorado em Harvard. A relação dele com o presidente eleito vem de longa data. Quando postulou uma vaga na universidade americana, nos anos 80, foi recomendado pelo próprio Piñera, que havia feito sua pós-graduação lá. Larraín ainda é professor da PUC, além de manter uma consultoria e fazer parte do conselho de administração de diversas empresas.
O ministro da Fazenda tem sob sua responsabilidade as finanças públicas, a Receita Federal, a Comissão de Valores Mobiliários e a regulação do sistema bancário. O cargo é considerado mais importante do que o de ministro da Economia, que tem sob sua responsabilidade a elaboração de política setoriais, como as relacionadas a pequenas e médias empresas, inovação e turismo.
A escolha de Juan Andrés Fontaine, 55, poderia indicar que Piñera pretende dar maior proeminência ao ministério, já que consideraria as reformas de políticas regulatórias para as pequenas e médias empresas como fundamentais para alavancar o emprego. A proposta de Piñera tem sido a de facilitar a abertura de empresas e diminuir a burocracia.
Fontaine é mestre pela Universidade de Chicago, foi diretor de pesquisas econômicas do Banco Central do Chile e fez carreira no setor privado, como diretor de diversas empresas.
Ele é ligado ao Libertad y Desarrollo (LyD, Liberdade e Desenvolvimento), centro de estudos liberal chileno preferido pela direita do país e que tem como fundador Hernan Buchi, que foi ministro da Fazenda de Pinochet e é tido como o pai da modernização da economia do país.
A influência do LyD pode ser medida por outros indicados. O chefe da Casa Civil será Cristián Larroulet, diretor-executivo do Libertad y Desarrollo. Ele também é formado pela PUC e mestre pela Universidade de Chicago.
No Planejamento, outro diretor do Libertad y Desarrollo, Felipe Kast, formado pela PUC e pós-graduado em Harvard.
Como ministro das Relações Exteriores, Piñera indicou o empresário Alfredo Moreno, diretor do grupo Falabella, gigante varejista com braços financeiro, imobiliário e de turismo. Moreno também tem MBA pela Universidade de Chicago. A indicação pode gerar críticas por conflito de interesses, pois o grupo Falabella tem forte presença em países vizinhos, como Peru e Argentina.
Analistas dizem que o perfil dos principais ministros mostra bem o que o presidente eleito espera deles: gente com formação liberal, vínculos fortes com o setor privado e com perfil executivo. "Gente pronta a responder ao CEO", diz Jorge Selaive, economista da corretora BCI.
Segundo uma pessoa próxima a Piñera, ele já instalou seu "estilo de governo" mesmo antes de assumir - o que indica como será o cotidiano do governo. O presidente eleito teria marcado reuniões individuais com cada um dos escolhidos para o primeiro escalão para dar a eles um tempo para se inteirar sobre os respectivos ministérios. Aí então ficaria marcada uma segunda reunião para definição de metas e calendário.
Para dar um ar de "união nacional", Piñera indicou como ministro da Defesa um político da coalizão de centro-esquerda Concertación, Jaime Ravinet, que já havia ocupado o mesmo ministério no governo do socialista Ricardo Lagos (2000-2006).

1324) OEA: debil na defesa da democracia

Mr. Obama should press for change at the OAS
Editorial, Washington Post, Wednesday, February 10, 2010

SINCE ITS founding in 1948, the Organization of American States has defined its two top purposes as "to strengthen peace and security" and "to consolidate and promote representative democracy." On the second count, it is failing.

Despite the adoption in 2001 of a "democracy charter," the OAS has done little to stem what has been a steady erosion of free elections, free press and free assembly in Latin America during the past five years. When Honduras's president was arrested and dispatched to exile by the military last year, the organization was aggressive but clumsy -- and ended up making a democratic outcome harder to achieve. In the case of countries where democracy has been systematically dismantled by a new generation of authoritarian leaders, including Venezuela and Nicaragua, the OAS has failed to act at all.

The embodiment of this dysfunction has been OAS Secretary General José Miguel Insulza. A Chilean socialist, Mr. Insulza has unabashedly catered to the region's left-wing leaders -- which has frequently meant ignoring the democratic charter. Last year, he pushed for the lifting of Cuba's ban from the OAS, even though there has been no liberalization of the Castro dictatorship. When Venezuelan strongman Hugo Chávez launched a campaign against elected leaders of his opposition, stripping them of power and launching criminal investigations, Mr. Insulza refused to intervene, claiming the OAS "cannot be involved in issues of internal order of member states." Yet when leftist Honduran President Manuel Zelaya tried to change his own country's internal order by illegally promoting a constitutional referendum, Mr. Insulza supported him, even offering to dispatch observers.

Now Mr. Insulza is up for reelection; a vote is scheduled for late next month. The United States, which supplies 60 percent of the funding for the OAS's general secretariat -- $47 million in 2009 -- ought to have a prime interest in replacing him with someone who will defend democracy. Yet the Obama administration is paralyzed: It has yet to make a decision about whether to support a new term for Mr. Insulza. Partly because of that waffling, no alternative candidate has emerged.

There is some reason for this. Five years ago, an effort by the Bush administration to promote a couple of friendly candidates backfired, and a U.S.-backed nominee this year would surely trigger pushback by Mr. Chávez and his allies, and by center-left governments such as Brazil. But the potential resistance to Mr. Insulza is growing. Panama, Colombia, Canada and Mexico could be enlisted in the search for an alternative. Even Chile's new center-right president has so far declined to endorse his compatriot.

At a minimum, the administration should embrace the recommendation of a recent Senate report on the OAS drawn up by the staff of Sen. Richard G. Lugar (R-Ind.). It calls for the OAS permanent council to require that Mr. Insulza make a presentation about his proposals and priorities for a second term, and for any other candidate who steps forward to offer such a presentation as well.

The United States should make clear that it will not support any secretary general whose platform on democracy issues is inadequate. Congress should meanwhile consider whether the United States should continue to provide the bulk of the funding for the OAS when it fails to live by its own charter.

Links: Democratic Charter of the OAS

OAS refusal to defend democracy in Venezuela

Richard Lugar proposal on OAS

Addendum:
DEPOIS DAS LAMBANÇAS VAI SER DIFÍCIL INSULZA PERMANECER NA SECRETARIA GERAL DA OEA

(La Nacion, 26) 1. A OEA na mira do Congresso dos Estados Unidos. O descontentamento aponta para seu titular, o chileno José Miguel Insulza. “A OEA tem que resolver uma questão crucial de liderança. O Secretário Insulza não cumpriu com as promessas feitas ao assumir e, para a saúde da instituição, é conveniente que os países membros considerem as condições que deve ter seu titular e não dêem por garantida nenhuma reeleição", disse um duríssimo relatório do Congresso norte-americano Intitulado "Multilateralismo na América. Comecemos por arrumar a OEA", o documento, foi elaborado pelo escritório do senador republicano Richard Lugar, um dos homens mais influentes na Comissão de Relações Exteriores.

2. De 27 páginas, o relatório, sumamente crítico sobre a situação da OEA e a gestão de seu atual titular, será formalmente difundido nos próximos dias. "Tende a reagir quando há uma situação clara de golpe de Estado, mas não quando há uma deterioração gradual da democracia por culpa de governos que abusam de seus poderes constitucionais", sublinha. A nota é especialmente crítica em relação à gestão da organização e seu Secretário-Geral na recente crise de Honduras, onde, entre outras coisas, critica a falta de capacidade para alcançar “um compromisso" entre as duas partes envolvidas. E o fato de que essa incapacidade motivou a intervenção de outros atores internacionais.

3. No trecho final, o texto ataca especialmente Insulza, a quem questiona por haver estado "mais atento ao destino político do Chile", com uma situação especialmente complicada no pessoal por demonstrar-se "publicamente" a favor do candidato derrotado. O relatório acusou Insulza de aplicar uma "política seletiva de defesa da democracia", referindo-se às situações na Venezuela e em Honduras. "A associação do Secretário-Geral com a tentativa abortada de retorno do presidente Manuel Zelaya, em 5 de julho, danificou seriamente a imagem da OEA como um mediador confiável", afirma.

1323) Inovacao tecnologica no Brasil: um quadro preocupante

Brasil registra menos patentes que Toyota sozinha
Jornal Brasil Econômico, 9/02/2010

Dados divulgados pela OMPI mostram primeira queda global no registro em 30 anos
Em 2009, em plena recessão, a Toyota sozinha registrou no mercado internacional mais de mil patentes. No mesmo ano, todas as empresas brasileiras reunidas não conseguiram registrar pelo sistema internacional nem metade desse volume.

Multinacionais como Sharp, LG, Dupont, Motorola ou Microsoft também registraram mais patentes que todo o setor privado e institutos de pesquisa do Brasil, o que mostra a distância entre o país e os principais centros de inovação. Só a Panasonic registrou um número de patentes cinco vezes maior que todo o Brasil.

Entre 2005 e 2009, o Brasil praticamente dobrou o número de patentes de empresas nacionais registradas no mundo. Mas a constatação é que ainda representa apenas uma fração das inovações registradas pelo setor privado e entidades de pesquisa no planeta. Em 2009, o Brasil era responsável por apenas 0,3% das patentes internacionais registradas.

Dados divulgados nesta terça-feira (9/2) pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) apontam que o volume de patentes registradas no mundo em 2009 sofreu a primeira queda em 30 anos diante da recessão. Mas os países emergentes continuaram a aumentar o número
de registros.

Desenvolvimento

O registro de patentes é considerado como um índice do desenvolvimento tecnológico e de pesquisa dos países. O Brasil, entre 2005 e 2009, subiu da 27ª posição no ranking de países que mais registram patentes para a 24ª posição em 2009. Há cinco anos, o Brasil havia registrado 270 patentes. Em 2009, esse número chegou a 480, superando Irlanda, África do Sul e Nova Zelândia.

Apesar do avanço, o Brasil ainda está distante de outras economias. Só a China registrou em 2009 mais de 7,9 mil patentes e já superou França e Reino Unido em inovação. Hoje, a China é a quinta economia mais inovadora do mundo. Entre 2008 e 2009, os chineses aumentaram os registros em 29,7% e uma de suas empresas, a Huawei Technologies, é a segunda maior responsável por patentes no planeta.

Sozinha, a empresa tem mais de 1,8 mil patentes registradas apenas em 2009. Ela só é superada pela Panasonic, do Japão. A maior responsável por patentes no Brasil em 2009 foi a Whirlpool, com 31 pedidos de patentes e a 565ª maior do mundo. A Universidade Federal de Minas Gerais é a 858ª maior responsável por patentes no mundo em 2009, com 20 pedidos.

Elas são as duas únicas representantes brasileiras entre as mil empresas e instituições que mais registram patentes. No ranking geral, o país emergente melhor colocado é a Coreia do Sul, em quarto lugar e com 8 mil patentes em 2009. A liderança ainda é dos Estados Unidos, que registrou no ano passado 45,7 mil patentes, quase 30% de todas as patentes existentes no mundo em 2009.

Mas o número de invenções nos Estados Unidos vem caindo. Entre 2008 e 2009, a queda foi de 11,4%. Em segundo lugar vem o Japão, seguido pela Alemanha. Todos os países ricos sofreram uma queda nos registros no ano passado.

Para Francis Gurry, diretor geral da OMPI, a redução de 4,5% em médio no mundo ocorre diante de dificuldades que empresas possam ter em obter financiamento e o corte de orçamentos no setor de pesquisa. Em 2008, foram 164 mil patentes registradas pelo sistema internacional. Em 2009, esse número caiu para 155,9 mil.

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Uma recomendação de leitura:

Ross Thomson:
Structures of Change in the Mechanical Age: Technological Innovation in the United States, 1790-1865
Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2009. xiv + 432 pp.
$68 (hardcover), ISBN: 978-0-8018-9141-0.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

1322) Politica Externa do Brasil e do PT: construindo o novo paradigma

A política externa do PT e a do governo
Sergio Leo
Valor Econômico, 8.02.2010

Embora tenham em comum o destaque conferido à figura do professor Marco Aurélio Garcia, assessor internacional da Presidência e hoje coordenador de programa de governo da candidata governista ao Planalto, Dilma Roussef, governo e PT não estão totalmente afinados em matéria de política externa. No partido, por exemplo, é grande o desconforto com o acordo de livre comércio entre Mercosul e Israel, apresentado como um dos feitos diplomáticos do governo Lula, e há críticas ao empenho oficial pela rodada de liberalização comercial na Organização Mundial do Comércio (OMC). A relação entre governo e as multinacionais brasileiras também é vista de maneira distinta pelo partido e pelo governo.

É patente a ideia de que a eventual eleição de um candidato do PSDB, seja José Serra ou outro, provocaria mudanças significativas nas políticas de Brasília para as relações externas do país. Afinal, vêm do campo tucano as críticas mais veementes e constantes à atuação do Itamaraty e do Planalto contra, entre outra iniciativas, o ativismo pela cadeira permanente no Conselho de Segurança nas Nações Unidas e a cordialidade nas relações com a Venezuela de Hugo Chávez; e Serra não esconde sua antipatia por certas limitações impostas no Mercosul à ação internacional do país.

Mas, para quem se arrisca a prever como seria um futuro governo Dilma Roussef, é importante notar as diferenças de ênfase entre as visões do principal partido governista e o próprio governo, como ficou evidente para quem assistiu a reunião realizada pelo PT no sábado, em Brasília, para recolher contribuições ao Congresso Nacional do partido. Uma delas está na maneira como figuras importantes do partido levantam preocupações com a atuação de empresas brasileiras no exterior, nos conflitos surgidos entre os interesses dessas firmas e as populações locais.

As diferenças começam na maneira de avaliar o avanço das esquerdas no continente. Diferenças que Marco Aurélio Garcia fez questão de marcar, publicamente, ao pedir ao secretário internacional do PT, Valter Pomar, que não retirasse da sala os jornalistas durante os debates, como estava programado.

Mesmo que houvesse uma correlação de forças favorável para confundirmos a política do Estado e as diretrizes do partido, não deveríamos fazer essa confusão, sob uma perspectiva democrática de esquerda, discursou Garcia. Não que o PT tenha proposto a tomada do Estado pelo aparelho partidário - o documento até reconhece que o governo, por natureza, deve ter posições mais comedidas e pragmáticas que o partido. Garcia se opôs, porém, à visão do documento partidário de que as esquerdas no continente estão estrategicamente na defensiva em seu projeto de implantação do socialismo (ou num estado defensivo estratégico, segundo o documento).

Há esquerdas muito diferenciadas e que podem ter fortes elementos não só de diferenciação, mas inclusive de antagonismo entre si, defendeu Marco Aurélio Garcia, claramente contrário à ideia de formação de um bloco de governos de esquerda como parece sugerir o PT. Mas talvez uma das principais diferenças de tom entre o que diz o assessor internacional de Lula e o que manifestam dirigentes partidários é a maneira de tratar a expansão das companhias brasileiras nos mercados dos países vizinhos. Sem a predominância do interesse estratégico do Estado, segundo o PT, a dinâmica das empresas privadas brasileiras pode colocar em risco os objetivos estratégicos de desenvolvimento com integração.

Garcia, que já se viu envolvido intensamente em discussões para salvar empresas brasileiras da ira de governos bolivarianos, argumenta que a presença das companhias brasileiras tem se dado por convite explícito dos governantes, e que há crescente consciência dos executivos sobre a necessidade de atender às suscetibilidades locais. O debate dentro do PT, que inclui até sugestões de código de conduta para as multinacionais brasileiras, mostra que esse tema deve ganhar impulso na discussão interna do governo sobre política externa, caso avance a candidatura Dilma, sob uma plataforma mais à esquerda, como prometem seus aliados. Em última análise, são os governos que recebem as empresas que devem fixar os limites da atuação, admite Valter Pomar.

No debate sobre o documento, militantes do partido e líderes como o deputado Dr. Rosinha, que já presidiu a Comissão do Mercosul, reforçaram a mensagem do texto, de que há, em países vizinhos, forte temor de subimperialismo brasileiro, reforçado pela atitude arrogante e predatória de empresas brasileiras. Nos países vizinhos, políticos de direita ou de esquerda criticam o avanço imperialista do Brasil mas também defendem a presença de empresas brasileiras, se servirem para a correção de assimetrias, comentou Dr. Rosinha.

As empresas vão pelo lucro, vão especular mesmo, comentou o deputado. Qual o comportamento que teremos?, perguntou, manifestando o dilema do partido, que, nos países da América do Sul, tem articulações com outros partidos de esquerda, alguns de discurso anti-capitalista. Ou fazemos um processo de correção das assimetrias, ou se faz como os Estados Unidos no México: constrói um muro para evitar a imigração.

Enquanto o governo defende cooperação com os EUA e coordenação para atuação conjunta em terceiros países e na esfera mutilateral, os autores do documento a ser apresentado para a Executiva do PT são da opinião de que a política externa brasileira faz o Brasil competir com os EUA. É, explicam, uma competição de baixa intensidade, até porque a doutrina oficial do Brasil é de convivência pacífica e respeitosa. Mas a imensa importância geopolítica do Brasil tem o potencial de transformá-lo em ameaça aos EUA.

O documento debatido na semana passada ainda passará pelas instâncias superiores do partido, até ser submetido à Convenção Nacional do PT. Será interessante comparar esse ponto de partida com o que resultará do debate voltado ao fortalecimento da campanha da candidata de Lula à sua sucessão.

Sergio Leo é repórter especial e escreve às segundas-feiras

E-mail: sergio.leo@valor.com.br

1321) Esquerda do B, do C, do D, do "n"...

Sempre me surpreenderá ver brotar catapora ideológica em gente de mais idade... Pensei que isso só dava em moçoilos imberbes, crianças, jovens ainda não pubescentes... Pois não é que, num desses blogs políticos que percorro distraidamente, deparei-me com:

Uma terminologia política do pré-cambriano partidário

O autor, que não preciso dizer quem é, defende uma verdadeira alternativa de esquerda, isto é, socialista e revolucionária, para o Brasil nas próximas eleições. Não surpreende que ele seja pessimista, o que me espanta é a linguagem usada, como se o Brasil estivesse com bolcheviques prontos a tomar o poder de assalto, em plena atmosfera revolucionária, bastando uma pequena fagulha (iskra) para incendiar toda a pradaria.
Senão vejamos (eu faço comentários, PRA):

O adolescente em questão -- que deve ter pelo menos 65 anos -- começa lamentando
"a difícil situação da esquerda revolucionária brasileira, "reduzida a apenas três pequenos partidos com registro eleitoral" e a grupos sem os apoios para tal. Fraqueza que se agrava com a "conjuntura" nacional "extremamente adversa" aos trabalhadores, associada à "desorientação do movimento socialista" mundial."

PRA: eu me pergunto onde ele viu essa coisa chamada "movimento socialista mundial"!!!

Mais adiante, o pubescente revolucionário anuncia a boa nova:
"A imprescindível unificação político-organizacional da esquerda brasileira ocorrerá, caso ocorra, em torno de avaliação comum mínima da superação das contradições essenciais da sociedade nacional e internacional. Paradoxalmente, essa condição política essencial se encontra substancialmente satisfeita, no que se refere a uma enorme parte das organizações, dos movimentos e de militantes revolucionários esparsos do Brasil.
Atualmente, enormes parcelas organizadas e desorganizadas da esquerda socialista concordam sobre o caráter acabadamente capitalista do Brasil e sobre a necessária superação de suas contradições, através da concretização simultânea das tarefas democráticas e socialistas, sob a direção da classe trabalhadora. Processo que as organizações de origem trotskista e o PCB definem como "revolução permanente".
"

PRA: "Superação das contradições" (sic): deve fazer pelos menos uns 30 anos que eu não leio ou não ouço mais falar ou escrever nessa linguagem gongórica. Bem, pelo menos devemos saudar a genial trouvaille: "caráter acabadamente capitalista do Brasil",. Parabéns ao garoto: descobriu a pólvora!

Mas, nosso juvenil autor volta a ficar pessimista logo em seguida:
"A difícil realidade que vivemos torna as eleições momento determinante para a construção de prática unitária, em torno da defesa de programa socialista para a população e para sua organização."
PRA: Acho que a população ainda não foi devidamente apresentada às quatro minúsculas organizações revolucionárias que sustentam a luta no Brasil. Não seja por isso: o início do programa eleitoral gratuito lhes dará meio minuto diário de propaganda.

Continua a linguagem barroca, retirada do pleistoceno socialista:
"As contradições sociais são várias e polifacetadas, ao igual que as classes e frações de classes que conformam a sociedade capitalista atual."
PRA: Sem comentários...

Por fim, não custa sonhar um pouco:
"Paradoxalmente, a desistência de Heloísa Helena de lançar-se como candidata do PSOL e de uma frente de esquerda, para tentar abocanhar uma senadoria, criou as condições para o surgimento de uma verdadeira frente de esquerda nas eleições deste ano, em torno de um programa classista e socialista, que enseje uma autêntica associação da esquerda revolucionária em torno de uma militância comum."
PRA: Sinceramente, eu desejo todo o sucesso para os bravos companheiros da infância militante: eles são perseverantes.
O que seria de nós sem essa linguagem diretamente retirada de outros tempos, que pensávamos definitivamente enterrada?

Oh que saudades que eu tenho,
da minha infância querida,
da aurora da minha vida,
que os tempos não trazem mais...


Paulo Roberto de Almeida (9.02.2010)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

1320) Itamaraty do B

PT planeja criar conselho de política externa
Bernardo Mello Franco
O Globo, 8.02.2010

Proposta, que será votada no congresso do partido, prevê que ONGs, sindicatos e movimentos sociais integrem o órgão

BRASÍLIA A cúpula do PT quer ampliar a influência do partido sobre a política externa brasileira com a criação de um conselho federal dedicado ao tema. O órgão teria caráter oficial e funcionaria paralelamente ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), que sempre foi o único responsável por formular e executar a política externa do país.
Pela proposta, o conselho seria integrado por representantes de ONGs, sindicatos e movimentos sociais — redutos tradicionais da militância do partido.
Sua criação é um dos itens do documento “A política internacional do PT”, que será votado no IV Congresso Nacional da legenda, entre os dias 18 e 21.
Elaborado pela Secretaria de Relações Internacionais do PT, o texto sugere o nome do órgão: Conselho Nacional de Política Externa. Ele é apresentado como um “organismo consultivo com participação social”, a exemplo dos que já existem em áreas como saúde e educação.

Itamaraty já abre espaço para ONGs e centrais sindicais
O documento afirma que o Itamaraty já estaria abrindo espaço, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para a atuação de ONGs e centrais sindicais.
A aproximação incluiria convites a representantes das entidades para acompanhar diplomatas de carreira em eventos no exterior.
“Atualmente, o MRE tem sido também mais aberto à participação dos movimentos sociais, centrais sindicais e ONGs nos eventos internacionais, inclusive muitas vezes como membros da delegação oficial, e os diplomatas do MRE têm se disponibilizado para dialogar e participar de eventos organizados pela sociedade civil quando convidados. Entretanto, ainda faz falta a criação de um Conselho Nacional de Política Externa”, cobra o texto.
O PT também quer que o governo federal convoque uma conferência nacional de relações exteriores, nos moldes de encontros recentes que geraram polêmicas nas áreas de comunicação e direitos humanos.
Segundo o documento, o seminário oficial “permitiria debater as diretrizes de política externa entre os movimentos, organizações e partidos que se interessam e atuam na área”.
A proposta de resolução do PT foi discutida em debate sobre política externa realizado anteontem na sede nacional do partido, em Brasília. Participaram o ministro de Assuntos Estratégicos, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, e Marco Aurélio Garcia, assessor especial do presidente Lula e coordenador do programa de governo da candidatura a presidente da ministra Dilma Rousseff.
Responsável pela redação do texto, o secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, disse que não poderia revelar detalhes sobre composição e funcionamento do conselho: — Isto é uma proposta feita no debate. É recente e não há nenhum tipo de detalhamento desta proposta, portanto não tenho como te responder.
Segundo Pomar, a conferência nacional de política externa não seria realizada em 2010, último ano do governo Lula. O encontro, portanto, só aconteceria após a eleição presidencial.
— Fazer algo do gênero exige uma preparação de mais de um ano — justificou Pomar.

Documento elogia governos de Cuba e Venezuela
Se seguir os moldes de órgãos já existentes em outras áreas de governo, o Conselho Nacional de Política Externa terá presença maciça de ONGs e sindicatos.
Um exemplo é o Conselho Nacional de Meio Ambiente, cujas resoluções têm força de lei e são publicadas no Diário Oficial. O órgão tem 22 representantes da sociedade civil, incluindo entidades pouco conhecidas como Sócios da Natureza e Instituto O Direito por um Planeta Verde.
Além de propor a criação do conselho e atacar a atuação do Itamaraty no governo Fernando Henrique Cardoso, como O GLOBO noticiou ontem, o documento afirma que o PT deve acompanhar a política externa de Lula, “defendendo-a dos ataques da oposição de direita”.
O texto elogia os governos de Cuba e da Venezuela e prega a intervenção do partido na política de países vizinhos: “Do ponto de vista regional, o PT contribuirá para que a esquerda latinoamericana não perca nenhum governo para a direita; e também para acelerar o processo de integração regional.

1319) Ainda um momento de humor: La vem o Chavez, Chavez, Chavez...

Acredito mesmo que a cópia saiu melhor que o original.
Simplesmente hilariante, inebriante, inesperado, impagável, indescritível, incomparável...
(O post eu retirei do excelente site-blog do Jefferson Tolentino, neste link)

Twitter é uma arma terrorista, diz Chávez
Posted on 8 February 2010

Um momento de descontração, se me permitem.

Camarada Chávez consegue me fazer rir tanto quanto seu homônimo do SBT.

Depois de uma intensa manifestação virtual no Twitter, onde vários internautas pediram a renúncia do presidente, com liberdade de imprensa e opinião, Hugo Chávez, solicitou aos deputados da Assembléia Nacional que preparem uma lei para controlar a internet.

Até aí normal…

Mas Chávez afirmou que o Twitter poderia ser declarado como um “instrumento de terrorismo” e “a favor del bienestar del pueblo“, e imprescindível eliminar “las amenazas terroristas que suponen las redes sociales”.

Rede sociais e armas terroristas.. Cháves está vendo muito Sci-fi ou Duro de Matar 4.0…

Link

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Com o personagem em questão podemos ficar absolutamente seguros: todo dia tem novidade.
Infelizmente, nem sempre tão hilariante...

1318) Ainda bem que o Brasil tem leis...

Deve ser chato viver num país que não possui uma tal profusão de leis, como o Brasil, leis que garantem nossa segurança física e nosso conforto espiritual:


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.199, DE 14 DE JANEIRO DE 2010.

Institui o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento, a ser comemorado anualmente no dia 28 de agosto.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 14 de janeiro de 2010; 189o da Independência e 122o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
José Gomes Temporão

PS.: Definição de escalpelamento (segundo Beto e Silva): "Comportamento individual que se processa quando o indivíduo recebe o contra-cheque e contas à pagar. Esse é o único que conheço."

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Poder Legislativo - Lei n. 12.206/2010, de 20/01/2010.
LEI Nº 12.206, DE 19 DE JANEIRO DE 2010 -
DOU 20.01.2010

Institui o Dia Nacional da Baiana de Acarajé.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituído, no calendário das efemérides nacionais, o Dia Nacional da Baiana de Acarajé, a ser comemorado, anualmente, no dia 25 de novembro.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 19 de janeiro de 2010; 189º da Independência e 122º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Ranufo Alfredo Manevy de Pereira Mendes

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Ufa! Eu me sinto mais aliviado, assim...
(PS.: Mas eu me pergunto como, exatamente, combater o escalpelamento? Isso a lei não diz. OK, fico só com o acarajé, mas para mim com pouca pimenta, por favor...)

1317) A ideia politicamente ingenua da abolicao da arma nuclear

Op-Ed Columnist
The Dream of Zero
By ROSS DOUTHAT
The New York Times, February 7, 2010

MUNICH
In many ways, Barack Obama has taken a more cold-eyed approach to foreign affairs than George W. Bush. He’s emphasized realism over human rights, negotiation over regime change, the national interest over the promotion of democracy.

But there’s been one great exception to this realpolitik revival: the realm of nuclear strategy.

There Obama has been all about idealism. His speeches have committed the U.S. to the pursuit of a “world without nuclear weapons,” and linked the fight against proliferation to the goal of total nuclear abolition. His policy priorities have included a new arms control agreement with the Russians, the ratification of the Comprehensive Test Ban Treaty and a Nuclear Posture Review, to be released next month, that may limit both the size of the American arsenal and the circumstances it which it could be used. Two decades after the end of the cold war, Obama has put the dream of disarmament back on America’s agenda.

The world has noticed. Last week in Paris, the antinuclear “Global Zero” movement staged its coming-out party, with a summit meeting and keynote speech by George Shultz, the former U.S. secretary of state and a late-in-life convert to the cause of abolition. And over the weekend, the Munich Security Conference, an annual gathering of global power players, convened a panel on the question, “Is Zero Possible?” The panelists, who included former defense officials from Russia, India and Germany, as well as Senator John Kerry, answered unanimously in the affirmative.

It’s doubtful that they all believed it. But the fact that they felt obliged to offer lip service to the ideal of disarmament marks an important victory for Obama, and for the antinuclear cause.

The only question is whether this is good news for global security.

Certainly the United States has room to reduce its nuclear arsenal. As an aspirational flourish amid our negotiations with the Russians, a nod toward the dream of a nuclear-free world may be harmless enough.

But the argument for chasing “Global Zero” can also turn dangerously naïve. This is particularly true of the conceit, touted by Obama, that by reducing or eliminating our nuclear stockpiles, we can dissuade other nations from pursuing nuclear weapons of their own.

In reality, the reverse is likely true. The American nuclear arsenal doesn’t encourage local arms races; it forestalls them. Remove our nuclear umbrella from the North Pacific, and South Korea and Japan would feel compelled to go nuclear in a hurry. If Iran gets the bomb, the protections afforded by American missiles may be the only way to prevent nuclearization in Saudi Arabia, Egypt and Turkey. (In the panel immediately following the “Is Zero Possible?” colloquy, the Turkish foreign minister declared that his country has no need of nuclear arms — because, he quickly added, “we are part of the NATO umbrella, so that is sufficient.”)

The notion that lesser powers only want nuclear weapons because the United States has so many reflects a peculiar kind of American provincialism. In reality, nuclearization is usually driven by regional concerns — from India’s rivalry with Pakistan to Israel’s fear of Middle Eastern encirclement. So is disarmament, when it happens: South Africa gave up its nuclear capability only after it gave up apartheid, and Brazil and Argentina dropped their nascent programs as part of a broader march toward regional détente.

Moreover, even when the fear of American power is a factor in a country’s quest for W.M.D., the fear of our nuclear weapons usually isn’t. Saddam Hussein wasn’t chasing fissile material because he thought the United States would drop an ICBM on Baghdad. For rogue states, the bomb is an obvious way to offset America’s enormous conventional military advantage — and this will hold true no matter how low our nuclear stockpiles go.

This doesn’t mean that America shouldn’t enter into reasonable arms control agreements. But linking the antiproliferation agenda to the dream of universal abolition makes an already difficult problem even harder to solve.

It’s precisely because the proliferation problem is so difficult, though, that the “Global Zero” movement can feel superficially appealing. The Munich nuclear-abolition panel took place just 24 hours before Iran’s president, Mahmoud Ahmadinejad, ordered his scientists to forge ahead with uranium enrichment. Faced with yet another round of Iranian brinkmanship, you can understand why Western leaders might prefer to talk about a world without nuclear weapons. By making the issue bigger, more long-term and more theoretical, they can almost make it seem to go away.

But when it comes to containing Tehran’s nuclear ambitions, the existing American arsenal simply isn’t part of the problem. And if Iran does acquire the bomb, our nuclear deterrent will quickly become an important part of the solution.

1316) Solidariedade e atencao: gestos apreciados

Agradecimento, conciso, mas sincero

Antes de encerrar mais uma jornada de trabalho intelectual, antecipando a retomada de uma dura semana de atividades profissionais, gostaria de agradecer os gestos de atenção, gentileza e solidariedade com que fui agraciado hoje, e nos últimos dias, com várias mensagens -- diretamente ou em comentários neste blog, pessoalmente ou anonimamente -- o de fato representa um estímulo para continuar meu trabalho de leituras, reflexões e de "escrevinhação" sobre temas que me são caros e que, visivelmente, interessam igualmente um círculo maior de leitores e visitantes em meus blogs e site.
Muito obrigado a todos, sinceramente.

Paulo Roberto de Almeida (8.02.2010)

1315) Colecao Brasilianista na Biblioteca Nacional de Brasilia

Brasilianistas: Call to Donate Your Works to the Biblioteca Nacional de Brasília
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Coleção Brasilianista

The Biblioteca Nacional de Brasília, part of the complex of the Museu da República where the opening ceremony of BRASA X will take place on July 22nd, has created a space for a collection of works on Brazil by “brasilianistas.” The following link gives some background information on the library and its initiatives in Brasília: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/12/15/materia.2006-12-15.2960437908/view

The library’s director Antonio Lisboa Carvalho de Miranda, a member of the Academia de Letras do Distrito Federal, has requested copies of scholarly books from BRASA members to inaugurate this special collection. BRASA Past President Ken Serbin, current President Peggy Sharpe and Vice President Randal Johnson visited the library in June 2009, saw the site for the new collection, and discussed a contribution of works by BRASA members with Prof. Miranda at that time.

BRASA invites all members to send copies of their published works for this special collection at the Biblioteca Nacional de Brasília. Books, DVDs and other scholarly materials should be received by the BRASA Secretariat before March 30, 2010. Please
mail materials to: BRASA, Vanderbilt University, VU Station B 350031, 2301 Vanderbilt Place, Nashville, TN 37235-0031. The Secretariat will arrange for shipment of the materials to Brazil in April.

Please direct any questions about this initiative to Peggy Sharpe at psharpe@fsu.edu or Marshall Eakin at marshall.c.eakin@vanderbilt.edu

domingo, 7 de fevereiro de 2010

1314) Breve reflexão sobre o colonialismo

Breve reflexão sobre o colonialismo

Muito se menciona, e se condena, em certos meios, com suporte no horror gestual e o devido repúdio no plano verbal, a adoção, supostamente acrítica e subserviente, de idéias, políticas e modismos estrangeiros, importados e disseminados no país a partir de fontes tidas como mais avançadas e como se esses elementos estrangeiros – vale o destaque – fossem, para os “importadores”, o nec plus ultra do aggiornamento cultural e dos processos de modernização material.
Chama-se a essa tendência, sempre vista da perspectiva severa do nacionalismo chauvinista, de colonialismo, uma chaga certamente reprovável. Muitos falam inclusive de colonialismo mental, como uma espécie de lepra intelectual, de tara política, ou uma atitude de simples renúncia a uma solução “nacional” aos problemas nacionais. Como se, consoante a “teoria da jabuticaba” – sobre a qual já escrevi alguma coisa –, só pudéssemos recorrer à inteligência nacional para resolver esses problemas, que só poderiam encontrar a justa solução com nossos próprios recursos e nossa própria sapiência.
Como justificativa à suposta independência de pensamento encontrar-se-ia a vontade secreta de potências estrangeiras de dominar e submeter a nação, posto que o mundo se caracterizaria por uma extraordinária concentração de poder: poder econômico, político, financeiro, tecnológico, militar e, mais que tudo, poder ideológico, o mais insidioso e perigoso de todos. Cabe, portanto, aos defensores da soberania e da autonomia nacionais velar pela independência da pátria, evitar qualquer manifestação de colonialismo material e mental, numa exacerbação do nacionalismo xenófobo que daria prazer ao major Policarpo Quaresma.
Pouco se fala, no entanto, de um outro tipo de colonialismo, que é uma espécie de prisão mental em suas próprias idéias e conceitos do passado, uma subserviência a velhas crenças, que no entanto são consideradas como válidas e suscetíveis de resolver os problemas de hoje com as soluções de antigamente. Esse tipo de sujeição ao dejà vu, às supostas glórias de princípios imorredouros, é tido como defesa dos valores nacionais, mesmo quando visivelmente inadequados aos problemas do presente.
Sem mencionar o fato de que a xenofobia e a autarquia nunca foram de fato soluções a quaisquer tipos de problemas – posto que, mesmo quantitativamente, patentes mundiais sempre representarão um melhor leque de escolhas do que a limitação forçada à tecnologia proprietária exclusivamente nacional – não se sabe bem por que as soluções nacionais sempre seriam superiores às sugestões e reflexões obtidas a partir da importação de idéias e conceitos do exterior.
O colonialismo interno, de tipo vertical, ou seja, aquele que opera um retorno na flecha do tempo em direção a um passado impoluto, quando éramos “pobres, mas autênticos”, é um tipo de autolimitação cuja lógica me parece difícil de compreender no contexto do mundo globalizado. Inclusive porque também representa um tipo de importação acrítica, não do repudiado exterior, mas do amado país da inocência infantil. Abertura de espírito, em qualquer direção, me parece um comportamento correto e condizente com os dados da ciência. Inclusive porque, se ainda estamos discutindo esse tipo de “problema”, é porque algo fizemos de errado no passado que nos impediu, até agora, de alcançar o estágio avançado dos “colonizadores” e dos “dominadores”. Se não fosse por certo complexo de inferioridade mental, não precisaríamos estar discutindo essa bobagem de “colonialismo”...

Paulo Roberto de Almeida (7.02.2010)

1313) Pequena reflexao sobre o poder

(Suprema ironia que este post se inscreva na série sob o número 1313; juro que foi pelo mais puro acaso...)

Pequena reflexão sobre o poder
(à maneira de um hai-kai)

Certo, certo, tem aquela coisa do Lord Acton:
"O poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente"

Isso é conhecido, é velho como a Babilônia (Estado, quero dizer).
Mas tem também um fator presente em todas as situações:
O poder inebria, ensandece e dissolve o raciocínio correto.

Pessoas que passam a dispor de poder, de qualquer poder, mesmo o mais ridículo
(que é sempre o poder de mandar em outras pessoas)
se embriagam (súbita ou gradualmente, não importa) com essa nova capacidade.

Elas passam a achar que dispõem realmente de poder.
Outras pessoas passam a abrir portas na frente delas.
Outras carregam as malas, e trazem os papéis. Que satisfação!

Elas até acreditam, que dominando assim a vida de outras pessoas,
passam a dominar inclusive as mentes dessas pessoas, fazendo-as pensar como elas.
Acredito que seja ilusão, embora alguns se submetam voluntariamente a isso.

Na verdade, muitos, ou maioria se submete a isso, pois aqueles que detem momentaneamente o poder
Podem transformar suas vidas, para o bem e para o mal.
Apenas os rebeldes naturais ou independentes de espírito escapam a essa fatalidade.
Ao seu risco e perigo, como diriam alguns...

Paulo Roberto de Almeida (7.02.2010)

1312) Uma reflexao sobre o ato de pensar de forma independente


Por vezes, se tem a impressão de se estar sozinho, quando uma instituição inteira se inclina, voluntariamente ou compulsoriamente, para uma direção que não é aquela que corresponderia ao seu itinerário habitual, normal, ou esperado.
Nessas circunstâncias, não se deve ter medo de ficar sozinho, mesmo enfrentando adversidades, incompreensões ou ostracismo.
Quando se pensa com a própria cabeça, e não com réguas estranhas ao espírito da instituição, não se deve ter medo de ficar sozinho, em face da "desrazão" (como diria D. Quijote, ou melhor Cervantes) da maioria das pessoas.
Um dia a história fará com que ela retome seu curso natural.
A defesa da racionalidade, contra o espírito de submissão, ainda é uma arma poderosa dos que assim decidem proceder.
Argumentos de autoridades não valem nada contra a autoridade do argumento.

Paulo Roberto de Almeida (7.02.2010)

1311) Ainda o Mercosul: mais um trabalho

Retirando alguns trabalhos antigos das "catacumbas" de meus arquivos. Incrível como eu acabo esquecendo vários trabalhos que fiz, por falta de tempo para juntar os trabalhos, classificá-los e indexá-los devidamente, para maior facilidade de acesso.
Este trabalho também pertence ao ano de 2007

“Mercosul: uma revisão histórica e uma visão de futuro”
Brasília, 6 janeiro 2007, 16 p.)
Publicado no boletim eletrônico Meridiano 47 (n. 77, dezembro 2006, p. 7-17; ISSN: 1518-1219).