O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Champagne para este blog, ele merece: mais de 2 milhoes de visualizacoes (assim ele me diz...)

Por acaso, sempre por acaso, arrumando comentários neste blog, acabei caindo nas estatísticas do blog (aliás, disponíveis na banda da direita, esquerda para o blog, mas nunca presto atenção) e verifiquei que este pequeno instrumento que suponho seja de inteligência e de conhecimento ultrapassou a marca de 2 milhões de visualizações.
Parabéns, parabéns, ele merece, mesmo se no meio disso tudo tem muita googlelização, alguns vampiros e outros instrumentos de busca não pessoais (e não inteligentes, apenas disciplinados).

Visualizações de página de hoje
2.158
Visualizações de página de ontem
2.591
Visualizações de página do mês passado
72.039
Histórico de todas as visualizações de página
2.013.894

Ele começou exatamente por esta postagem, nesta data:

sábado, 17 de junho de 2006


487) Saperlipopete: meu blog falhou outra vez...

Parece que existe uma maldição dos blogs gratuitos: em algum momento
do percurso, eles falham miseravelmente em “deliver” o que se espera 
deles, ou seja, um fluxo contínuo de postagens, sem esforço adicional, 
ou sem outros custos do que parece ser, finalmente, um “free lunch”.
Pois bem, meu quarto blog pessoal, Diplomatizando, empacou por sua
vez e eu já desisti de brigar na blogosfera.
Passei imediatamente à construção de um novo.
Apenas registrando, eu estava postando a partir do post 487, que
agora se torna este meramente introdutório a um novo blog, que se 
hama simplesmente:

Diplomatizzando

Sim, apenas acrescentei um z no nome anterior.
Em 17 de junho de 2006, eu estava com 9.124 registros de “visitas” ao
meu blog (claro, muitas são minhas próprias, na tarefa de verificar 
visualmente como andam as postagens).
A vida continua, folks, o negócio é bola para a frente, como dizem
os entendidos em futebol...
- See more at: http://diplomatizzando.blogspot.com/2006/06/487-
saperlipopete-meu-blog-falhou.html#sthash.5gx1E1V2.dpuf

Ou seja, já vinha como sucessor, oficial, do Diplomatizando, com um único Z, e só existe, com dois ZZs, porque este que aqui escreve é um incompetente total, e por algum motivo não detectado, o Diplomatizando bloqueou por algum motivo jamais revelado (e jamais descoberto pelo mesmo incompetente): pode ter sido o sistema do meu computador, pode ter sido o software do blog, pode ter sido simplesmente, como tendo a acreditar, incompetência do operador.
Antes do Diplomatizando tinha tido também breve existência o Cousas Diplomáticas e o Blog PRA, além de vários outros paralelos (que podem ser verificados sempre na banda de direita, alguns especializados, e que aparentemente continuam existindo, mesmo se eu ando ignorando esses primos agora desprezados).
Eu ainda tinha mania de numerar cada postagem, para identificar visualmente o acréscimo linear, mas em algum momento desisti, pois não cabe fazer todas essas verificações que na verdade não servem para muita coisa.
Em todo caso, se ouso retirar alguns dados dessa minha atividade blogueira, seria esta:

Desde 17 de junho de 2006 até esta data, são passados exatamente 2776 dias, aproximadamente, com o que teríamos uma média de 725 visualizações por dia, o que não quer dizer rigorosamente nada, pois não sei a que correspondem essas visualização (o que exigiria um detalhamento muito preciso das estatísticas de visita, o que obviamente não vou fazer).
Em todo caso, vou ter de abrir um champagne para comemorar os dois milhões de visualizações (que provavelmente não querem dizer número igual de visitas, mas não sei se seria para mais ou para menos...).
Quanto à origem das visualizações, acho que esta tabela esclarece um pouco:

EntradaVisualizações de página
Brasil
7815
Estados Unidos
3978
Alemanha
762
França
423
Portugal
196
Ucrânia
188
Reino Unido
171
Áustria
154
Rússia
132
Polônia
51

Quant às postagens, é o que interessa mais para saber o que busca o povo:
EntradaVisualizações de página
113
100
92
84
79
69
66
62
59
57

Bem, fico por aqui e vou cuidar de coisas mais importantes...
Paulo Roberto de Almeida

Brasil e China no túnel do tempo - Marcos Troyjo

Brasil e China no túnel do tempo
FOLHA DE S. PAULO, Sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Suponha que os 3 mil participantes do Fórum Econômico Mundial entrassem num túnel do tempo. Regressariam até 1971, ano do primeiro encontro de Davos.

Lá chegando, os muitos CEOs, futurólogos e vencedores do Nobel fariam uma aposta. Que países do que à época se chamava “Terceiro Mundo” – hoje “emergentes” – seriam as estrelas da economia global em 2014?

Imagine que déssemos pistas aos ilustres senhores. Em algum momento entre 2020 e 2023, um dentre os emergentes superaria o PIB nominal dos EUA. Contabilizaria volume somado de exportações e importações acima dos US$ 4 trilhões anuais, tornando-se em 2014 a potência comercial líder.
Seu investimento em pesquisa e inovação rapidamente convergiria à média dos países ricos. Essa nação lideraria em 2013 o ranking da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) em número de marcas registradas, patentes e desenho industrial. Rivalizaria com os EUA na condição de principal destino de investimentos estrangeiros diretos (IEDs). 
Esse Davos imaginário poderia prever que tal país seria a China?
No início dos 70, a China não se distinguia pela planta manufatureira.  Já o Brasil, no auge do “Milagre”, era o maior parque industrial do Hemisfério Sul. O “Brasil Potência” crescia mais de 10% ao ano.  
Em 1978, China e Brasil tinham PIB equivalente: US$ 200 bilhões. O Brasil contava 100 milhões de habitantes. A China, 1 bilhão. De lá para cá, a população brasileira dobrou. A da China cresceu 30%, já levando em conta a reintegração de Hong Kong (1997) e Macau (1999). Nesse período, nossa economia aumentou 12 vezes. A da China multiplicou-se por 45. 
Por que a China decolou e o Brasil voou rente ao chão?
Muitos creditam a diferença do desempenho à mão forte de regimes autoritários e às virtudes do dirigismo. Isso é um equívoco. A China, da Revolução de 1949 até a morte de Mao Tsé-Tung em 1976, também era tenebrosamente ditatorial e planificadora – e sua economia não ia a lugar algum.
O Brasil redemocratizou-se nos 80 e cresceu comparativamente pouco desde então. Mas o problema não é a democracia. A questão é que,  com 40 % da renda circulando pelo Estado, o País continua estatizante e dirigista.
A diferença está no tipo de estratégia adotada. A economia chinesa, desde 1978, foi orientada a competir globalmente. Caracterizou-se por parcerias público-privadas, baixo custo trabalhista e tributário, acúmulo de poupança e investimento, atuante diplomacia empresarial.
Já a vertente brasileira foi voltada para dentro. Ambiente cartorial de negócios, busca de fortalecimento de "campeãs nacionais", política comercial e industrial defensiva, investimento mirrado, seguridade social que não cabe no PIB.
O túnel que Brasil e China atravessarão para chegar ao futuro é distinto daquele que os trouxe ao presente. Os chineses parecem saber disso. Hoje redirecionam seu modelo industrial-exportador rumo a uma economia em rede mais sofisticada. Será que o Brasil conseguirá fazer o mesmo com seu Capitalismo de Estado?   

Efeito Argentina sobre o Brasil

Se acercan días difíciles para el exportador brasileño que tiene a los argentinos como mercado consumidor. Tras la crisis cambiaria de esta semana, que ha llevado al equipo de Cristina Fernández a reducir las restricciones para la adquisición de dólares para evitar un nuevo agujero en las precarias reservas internacionales, el próximo paso es limitar aún más las importaciones del país. Será una medida desesperada para preservar la moneda extranjera, pero tendrá consecuencias para argentinos y brasileños.
“Comenzarán a faltar productos en Argentina”, dice Josefina Guedes, de la GBI Consultora de Comercio Exterior, que comienza a percibir la preocupación de los exportadores brasileños. “Antes teníamos problemas puntuales para la liberación de la entrada de productos, una cuestión que se negociaba caso por caso. Pero ahora, la situación comienza a generalizarse”, explica.Argentina es el tercer socio comercial de Brasil, solo por detrás de China y Estados Unidos. En 2013, Brasil exportó al mercado argentino el equivalente a 242.000 millones de dólares, en máquinas, partes y piezas, electrodomésticos y coches, entre otros. Por eso, cualquier movimiento brusco en la tierra de Cristina Fernández preocupa a Brasil.
Para Roberto Gianetti da Fonseca, director de Relaciones Internacionales de la Federación de las Industrias del Estado de São Paulo, hay dos canales de contaminación por la crisis cambiaria argentina. Uno de ellos en el campo comercial: “La devaluación argentina encarece los productos brasileños allí en un momento en que la población pierde poder adquisitivo”, explica. En la cuestión financiera, la volatilidad lleva a los inversores globales a ser más cautelosos. “Si hubiera un índice de riesgo del Mercosur, estaría alto tanto por Argentina como por Venezuela puesto que estos países están interrelacionados”, explica Fonseca.
“Todo indica que se trata del comienzo de un problema”, dice Luís Eduardo Assis, exdirector del Banco Central de Brasil. “Lo siguiente será que la devaluación del peso se reflejará en la inflación de Argentina”, explica Assis.
A lo largo de este viernes, la tensión en los mercados por la situación de Argentina - sumada a los bajos resultados de China - influyó en la tasa de cambio de Brasil, que superó los 2,40 reales por dólar. El Banco Central brasileño hizo varias intervenciones para evitar una mayor escalada del real. Pero la crisis en sí no llegará a Brasil, mantiene Assis. “La posibilidad es muy pequeña. Solo quien está realmente desinformado puede confundir la situación macroeconómica de Argentina con la nuestra”, dice.
Hace algunos días, The Wall Street Journal reprodujo la frase de un economista brasileño anónimo que preveía que Brasil estaba transformándose en una Argentina, una idea que imperó en el Brasil de los años 80 y 90. Hoy, dice Assis, esa proyección no tiene ningún sentido. “Tenemos más de 370.000 millones de dólares en reservas, nuestro cambio fluctúa con intervenciones puntuales, no viene al caso esa comparación”, afirma. Las reservas en Argentina estaban por debajo de los 30.000 millones de dólares.
Para Gianetti da Fonseca, Brasil va a perder parte de sus exportaciones con la crisis en el país vecino. “Por lo tanto, es hora de buscar mercados alternativos. Mirar hacia Asia y México para redireccionar nuestros productos a otros mercados".

Brasil, Argentina, EUA, China, etc: dados quantitativos, e uma avaliação qualitativa

Fica difícil discutir quaisquer problemas, sejam eles econômicos ou de outra natureza, sem referir-se a dados objetivos, que possam ser, em primeiro lugar quantificados, que sejam mensuráveis segundo metodologias homogêneas e que, portanto, possam ser comparados entre si. Podemos ir a Davos, por exemplo, e recitar toda uma litania de bons propósitos e belos argumentos, sem referir-se a dados concretos, de conjuntura, de tendências, de estrutura. Por isso, de vez em quando é bom dar uma olhada nos dados e ver o que eles nos revelam, ou deixam de revelar.
Estes daqui, por exemplo, retirados de um número anterior da revista Economist. Vejamos o que eles nos dizem:


 Pelo que se percebe,  o crescimento na China permanece relativamente alto, embora com tendência a arrefecer, e de toda forma bem mais modesto do que as cifras nas casas de dois dígitos a que nos acostumamos nos últimos anos. O crescimento na Argentina aparentemente é vigoroso, mas vejam que a produção industrial caiu quase 5% no último ano, e que as transações correntes também apresentam deterioração sensível. Os Estados Unidos, a despeito de um crescimento global mais modesto, vem tendo uma recuperação industrial mais vigorosa do que no Brasil. A França, por sua vez, cresce muito pouco, ou quase nada, e tem uma produção industrial estagnada. A Índia também, a despeito de um crescimento razoável, provavelmente impulsionado pelos serviços, vem tendo seu crescimento industrial em recuo, com dados negativos para 2013. A China é de todos os países o que mais cresce no plano industrial, embora os dados mais recentes já revelem também uma queda na dinâmica industrial.

Na frente dos preços, reparem que a Venezuela é o destoante absoluto, seguida pela Argentina, mas a Economist deixou de publicar os seus dados (e o FMI já reclamou várias vezes) porque eles não são confiáveis; devem andar pela casa dos 30% anuais, talvez mais agora, com a desvalorização abrupta do peso, que já perdeu mais de 23% neste mês de janeiro de 2014. A Índia e a Turquia não fazem melhor, mas o Brasil vem logo atrás, numa taxa que é mais do que o triplo dos demais países emergentes, e praticamente quatro vezes mais do que os países ricos.

Déficits de transações correntes são correntes, se ouso dizer, em quase todos os países, com algumas exceções notáveis, entre eles China e Alemanha (esta absurdamente superavitária para o gosto dos demais parceiros europeus). Superávits podem ter, por exemplo, exportadores de petróleo (Arábia Saudita, Noruega, Rússia), ou então grandes países exportadores (Taiwan, por exemplo) ou centros financeiros como Suíça, Cingapura. Os demais conhecem pequenos déficits, financiáveis com investimentos diretos. No caso dos EUA, mesmo um déficit que seria mortal para países como Argentina, México ou Brasil, o problema é mais do que compensado por dois fatores: confiança do mundo em sua economia e na menor interferência do governo, o que atrai investimentos diretos e mesmo aplicações financeiras, e capacidade de "exportar" parte de seus problemas para o resto do mundo, via emissão de dólares. No caso da Argentina, parece ser modesto, mas ele se acelerou nos últimos meses, e é muito provável que já tenha passado de 4% do PIB (mas a desvalorização acaba corrigindo esse tipo de problema, que é o que vai ocorrer no caso do Brasil).  

Finalmente, o déficit orçamentário e os juros pagos pelos bônus governamentais são outros indicadores importantes, mas aqui é preciso igualmente especificar o que está por trás deles. O Japão, por exemplo, que tem um enorme déficit, consegue se financiar internamente, a uma taxa mais do que razoável, ao passo que o Brasil, que tem um déficit que poderia ser modesto, este consome uma parte absurdamente mais elevada das receitas públicas, pelo nível de juros. Eles não se comparam a nenhum outro, e somos de fato campeões mundiais nesse quesito, sendo seguidos de perto pelo Paquistão (12%) e depois pela Turquia (a mais de 10%). Reparem que mesmo na área do euro, a França é obrigada a pagar juros bem maiores do que a Alemanha, que fica na média da zona do euro.

Esta é a apreciação quantitativa, que é um retrato, apenas, dos efeitos provocados por políticas econômicas diferentes, algumas moderadamente corrretoras de desequilíbrios, outras induzindo a esses desqeuilíbrios.
A França, por exemplo, depois de quase dois anos de resultados negativos (com o desemprego já em 11% e ainda crescendo), resolveu inverter suas políticas anti-austeridade. Parece que o presidente François Hollande, finalmente, se rendeu à lei de Say, ou seja, a oferta cria a sua própria demanda. Ele vai começar a atuar do lado da produção, e não mais pelo lado do consumo (isto é, salários e outras compensações).
Quando é que o Brasil vai fazer o mesmo?

Finalmente, ainda pelo lado qualitativo, eu observo uma gradual deterioração da qualidade das políticas públicas em diversos países, avançados e ditos em desenvolvimento. No caso do Brasil, parece que os homens públicos não conseguem ler os sinais do mundo real, e continuam insistindo em políticas erradas.
Quando eu ouço, então, a rádio brasileira, e leio as muitas notícias, eu fico mais preocupado ainda, ao constatar a indigência intelectual de alguns argumentos. Se formos descer, sem pretender, ao nível do chamado "povinho miúdo", com essas manifestações ridículas que ocorrem em várias cidades, a constatação é de uma tristeza só: o atraso mental, em certas pessoas, é realmente muito grande. Bem, não é por outra razão que temos dirigentes como os nossos...

Paulo Roberto de Almeida 
Hartford, 25 de janeiro de 2014

Problemas de Argentina e Brasil: reflexao

Mais grave até do que os equívocos fiscais, monetários e cambiais, é a perda de credibilidade do governo. 
Quando as pessoas já não mais acreditam no que dizem os políticos, o país vem abaixo. 
Paulo Roberto de Almeida 

Argentina: como afundar um pais... (nao uma, nem duas, mas diversas vezes)

Argentina: a crônica de um desastre anunciado
Paulo Roberto de Almeida

Inacreditáveis argentinos! Não os políticos argentinos, pois eles são o que são, não mais ou menos medíocres que os nossos ou os de vários outros países, que não possuem instituições fortes, capazes de isolar essas bactérias nocivas e impedi-las de fazer todo o mal que são capazes de fazer.
Político é um cidadão pago com o nosso dinheiro para gastar o nosso dinheiro, geralmente de forma irresponsável, e em primeiro lugar com ele mesmo.
A primeira missão de um político não é servir à sociedade, mas servir-se a si próprio, sendo portanto sua primeira tarefa a de eleger-se.
Sua segunda tarefa é a de reeleger-se, e assim sucessivamente.
Apenas depois, muito depois, ele vai tentar fazer alguma coisa, não em favor da nação, ou do país, mas em favor dos lobbies ou dos grupos de interesse que o ajudaram a se eleger. E assim vai o mundo.
O que eu me referia era ao fato de que os argentinos, sendo uma nação que está em decadência há praticamente 80 anos (depois do golpe de 1930 aproximadamente, quando cessou naquele país o respeito à lei e ao direito), e tendo enfrentado diversas crises, vários surtos inflacionários, muitas mudanças de moedas, fuga de capitais, corridas ao dólar, enfim, toda sorte de desastre econômico, como é que eles ainda não se deram conta do que está errado, e continuam elegendo e reelegendo demagogos, populistas, incompetentes, mentirosos, enfim, políticos que os afundam a cada vez?
Bem, talvez não seja só eles. Todos os povos, inclusive o nosso, podem ser vítimas desse bando de incompetentes e mentirosos, que afundam o país.
Será que no Brasil é apenas uma questão de tempo, antes de seguir um caminho argentino???
Creio que por enquanto não. Apesar de termos políticos tão medíocres e mentirosos quanto os deles, parece que avançamos um pouco mais na construção da institucionalidade, e ainda não caímos nos extremos do populismo econômico que está afundando, pela quarta ou quinta vez, nossa vizinha e sócia no Mercosul (uma piada).
Mas não estamos imunes a problemas, como já ocorreu dez anos atrás.
Por enquanto é seguir o drama argentino, e ver se, definitivamente, eles aprendem. Duvido um pouco (ou muito).
Pode ser, mas se os políticos continuam medíocres, vai ser difícil melhorar. Isso no Brasil também...
Paulo Roberto de Almeida

La destrucción de nuestra moneda

Editorial La Nación. Argentina
Buenos Aires, 25 enero 2014
Por LA NACIÓN (ARGENTINA)

(Editorial de LaNación. Argentina).- Hoy basta con comprobar el pobre valor adquisitivo del billete de $ 100 para comprender el deterioro provocado por el descontrol fiscal y monetario en el país
No hace falta ser economista para comprender que el Gobierno ha destruido nuestra moneda nacional. Los profesionales de la economía, con toda razón, pueden hacer énfasis en la inutilidad del peso para preservar el ahorro de las familias. Pueden contarnos que el exceso de emisión ha elevado la tasa de inflación por encima ya del 30 por ciento. Y pueden explicar al público general que, en esas condiciones, es muy difícil que la economía pueda crecer, generar empleo y proveer de bienestar a la población. Sin embargo, no hace falta ser un profesional para comprender el problema. Alcanza con observar nuestro billete de máxima denominación, el de cien pesos, para comprender hasta dónde ha llegado el deterioro provocado por el descontrol fiscal y monetario de nuestro país.
En América latina, l a Argentina sólo es superada por Venezuela en cuanto a pobreza de la capacidad de compra de su billete de máxima denominación. En Venezuela, tal billete es el de 100 Bolívares Fuertes que, al tipo de cambio paralelo de ese país, cotiza a apenas un dólar con cuarenta centavos. Debemos sentirnos afortunados: en la Argentina, nuestro billete de máximo valor, el de 100 pesos, alcanza para obtener unos US$ 8. Y, a partir de allí, en Paraguay el valor equivale a US$ 22; en Colombia, a US$ 25; en Bolivia, a US$ 29; en Chile, a US$ 36, y en Perú, México y Uruguay, los valores van desde los US$ 70 hasta los US$ 90. Para que el valor de nuestra moneda se asemejase a los US$ 25 de equivalencia a otras monedas de la región deberíamos retrotraernos hasta 2011, ya que, luego de implantado el cepo cambiario, se aceleró el derrumbe del valor de nuestro signo monetario.
Tener un billete de máxima denominación con un poder adquisitivo tan bajo envuelve varios problemas. Cada operación en efectivo implica el transporte de una cantidad extravagante de billetes, lo cual torna engorrosas y peligrosas por la inseguridad creciente las operaciones cotidianas. Especialmente, para los ciudadanos comunes que suelen contar los billetes en vez de pesarlos, práctica habitual entre algunos amigos del poder de la que hemos tomado conocimiento recientemente.
También, el abastecimiento de efectivo por parte de los cajeros automáticos se vuelve dificultoso. Debido a que tienen una capacidad limitada de almacenar billetes, su baja denominación provoca una escasa capacidad de abastecimiento para la población en términos del dinero que ésta necesita extraer. Si los precios suben a un ritmo de 30% anual y los billetes de máxima denominación se mantienen sin cambios, la capacidad de cada cajero en términos de la cantidad de bienes y servicios que se negocian en la economía disminuye también a un ritmo de 30 por ciento.
Al bajar la capacidad de compra de los billetes de máxima denominación, el uso eficiente de los cajeros, de los tesoros de los bancos y de las propias billeteras provoca el desplazamiento hacia el uso único del billete de mayor poder de compra. Así, se verifica la extraña paradoja de que, aun cuando nuestro billete de 100 pesos equivale a sólo 8 dólares, es difícil conseguir cambio para éstos cuando se efectúan operaciones tan sencillas como comprar en un quiosco o tomar un taxi.
Como con la falsificación de los índices de precios, nuestras autoridades piensan que, ocultando el problema, éste desaparece. Consideran probablemente que evitando poner en circulación billetes de 200, 500 o 1000 pesos es más fácil sostener la política de negación de la inflación. Como hemos visto recientemente con los violentos movimientos del dólar contra el peso en el mercado local, negar los problemas no conduce a nada. Y, así como el ocultamiento de la inflación terminó por derrumbar el valor de nuestra moneda, la no actualización del valor de nuestros billetes sólo contribuye a volver más tortuosa la vida cotidiana de nuestros sufridos ciudadanos.
Todas estas marchas y contramarchas como los vagos anuncios de ayer sólo acrecientan la incertidumbre y reflejan con lamentable contundencia el grado de mala praxis en materia económica ejercido por nuestras autoridades.

Argentina Divisas

Argentina se asoma a una crisis inflacionaria… otra vez

cristina fernandez enero 2014
Fernández sabe que eso podría causar inestabilidad social, porque implicaría reducir un enorme entramado de subsidios sociales que han reducido la pobreza y el desempleo.
Reuters
Buenos Aires, 24 enero 2014
Por INFOLATAM
Por Alejandro Lifschitz (Reuters) – Argentina hizo una apuesta riesgosa al distender el viernes su estricto control de cambios: su jugada puede provocar una estampida sobre el dólar, acelerar la ya elevada inflación y profundizar el drenaje de reservas internacionales.
El argumento oficial para eliminar la prohibición de adquirir dólares con fines de ahorro y para reducir el impuesto sobre su compra fue que el tipo de cambio llegó a un punto de equilibrio. Pero economistas y opositores políticos creen que la decisión muestra el fracaso de la política económica.
Aunque la devaluación de la moneda es un aliciente para el vapuleado sector exportador argentino, cuyos costos se dispararon por la escalada de los precios, también puede ser el combustible que genere un círculo vicioso de inflación en una economía completamente dolarizada.
Con la flexibilización del control de cambios, las posibilidades de una corrida sobre el dólar son altas porque los ahorristas están ansiosos por comprar divisas. Las apuestas al billete verde debilitarían aún más el peso argentino, que el jueves se derrumbó un 11 por ciento, su peor desplome en 12 años, aún a pesar de los controles cambiarios.
Y eso abriría la puerta a algo que los argentinos conocen bien: una nueva escalada de los precios.
Desde la noche del jueves las empresas de electrodomésticos -que importan la mayoría de sus componentes- comenzaron a subir los precios de sus productos. Las automotrices frenaron la venta de vehículos nacionales e importados para evaluar la situación, según fuentes del sector.
La inflación argentina es una de las más elevadas en el vecindario latinoamericano, y cálculos privados la estimaron en un 25 por ciento para el año pasado y pronostican un mínimo del 30 por ciento para este.
Al menos esos eran los cálculos antes de que se conociera la medida del viernes, que se da justo cuando comienzan las renegociaciones salariales en la que los gremios del país buscan como mínimo un alza del 35 por ciento.
“El problema es que entremos en una economía mucho más inflacionaria”, dijo el economista Martin Rapetti, investigador del Centro de Estudios de Estado y Sociedad. “El dólar es un activo que, a diferencia de otros, tiene un precio que arrastra a todos los precios de la economía”.
El recuerdo de la hiperinflación de fines de la década de 1980 aún está fresco entre muchos argentinos. Entonces, los precios llegaron a acumular un alza del 3.000 por ciento anual.
Aunque a diferencia de esa época Argentina hoy tiene un bajo nivel de deuda y un déficit fiscal reducido que la blindan contra una crisis de esas proporciones, todavía tiene mucho de qué preocuparse.
“A menos que la jugada para debilitar la moneda esté seguida por una ancla para limitar la inflación a través de una política fiscal y monetaria coordinada, las ganancias nominales de un tipo de cambio más débil probablemente sean de corta vida”, dijo Morgan Stanley en un reporte.
BUSCANDO DOLARES
La cuestión ahora es cómo hará el Banco Central para satisfacer la demanda de dólares cuando las divisas escasean por las menores exportaciones, un bajo nivel de inversión extranjera y la falta de acceso al mercado internacional de capitales.
Las reservas del Banco Central cayeron casi un 40 por ciento desde que la presidenta Cristina Fernández impuso el control de cambios a fines del 2011, que apenas permitía adquirir divisas a las empresas para operaciones de comercio exterior.
La autoridad monetaria ha tenido que inyectar dólares a diario en el mercado para mantener la economía a flote. También se vio forzada a transferir divisas al Tesoro para pagar vencimientos de deuda.
“Están agregando más demanda (de dólares). Esto no funciona así”, dijo el economista Aldo Abram. El Banco Central “va a seguir perdiendo reservas”, subrayó.
Las restricciones también han disparado la cotización del billete verde en el mercado negro, donde el peso vale alrededor de un 50 por ciento menos que en el mercado oficial.
Pero los analistas coinciden en que la crisis cambiaria es un síntoma y no la enfermedad que azota a la economía argentina, que este año el Gobierno espera se expanda cerca de un 6 por ciento mientras economistas privados calculan un 2 por ciento.
“Si no complementan la decisión de esta semana con más anuncios para mejorar las expectativas de inflación y devaluación de los agentes económicos deberíamos esperar más expectativas de inflación y devaluación”, dijo Ignacio Labaqui, analista en Medley Global Advisors.
“Aún falta un anuncio con una estrategia coherente para contener la inflación”, sostuvo.
Los economistas han dicho que, para moderar las presiones inflacionaria, el Gobierno debe reducir su elevado gasto público con el que mantiene fuerte al consumo doméstico. Esto implicaría enfriar a la economía, una decisión política que la president
a considera inaceptable.
Fernández sabe que eso podría causar inestabilidad social, porque implicaría reducir un enorme entramado de subsidios sociales que han reducido la pobreza y el desempleo.

El Gobierno hace lo imposible por generar desconfianza


Buenos Aires, 24 de enero de 2014
Por ROBERTO H. CACHANOSKY
(Artículo publicado en el diario La Nación)-. “Cuando uno mira la evolución mensual del tipo de cambio real de los últimos 40 años, se encuentra con que hubo tres momentos en que estuvo en un piso. En enero de 1981, al final de la tablita cambiaria de Martínez de Hoz, durante la convertibilidad y ahora. Para ser más preciso, a pesos de diciembre de 2013, el tipo de cambio real del último mes del año pasado estaba solo 37 centavos por encima de enero de 1981, último mes de la tablita cambiaria. Los datos sirven, solo para tener una idea del nivel de caída del tipo de cambio real durante el kirchnerismo. Usaron el dólar, igual que en tantas otras oportunidades, como ancla contra la inflación, obviamente sin demasiado éxito porque el tipo de cambio real cayó por efecto de ésta.
Al establecer el cepo, es como si se hubiesen metido en otro corralito. Entrar es fácil, salir es imposible sin un estallido. Lo que lograron con el cepo es que nadie traiga un dólar a la Argentina y las únicas divisas que ingresan son las correspondientes a las exportaciones, las que están cada vez más jaqueadas por la caída del tipo de cambio real.
Cuando uno ve que durante el año pasado el Banco Central de la República Argentina (BCRA) emitió U$S 90.000 millones para financiar al tesoro, puede advertir que el problema inflacionario está ligado a un problema fiscal, que , a su vez, está relacionado con la fenomenal expansión del gasto público. De lo anterior se desprende que el problema del tipo de cambio real tiene que ver con la política fiscal.
En un viaje relámpago, el ministro Axel Kicillof pasó por París y, todo parece indicar, volvió con las manos vacías. Hago esta observación porque es llamativo que justamente al otro día de su regreso, el Central hizo subir fuertemente el tipo de cambio oficial y continuó en la jornada de ayer. El dato es sugerente porque el mercado siempre ajusta por precio o por cantidad. Puesto en otras palabras, todo indicaría que el Central ya no tiene tanta pólvora en la santabárbara para dominar el tipo de cambio oficial, por lo tanto lo deja subir porque no tiene suficientes reservas para dominar el mercado. La pérdida diaria de reservas son un claro ejemplo al respecto.
El problema que ahora tiene el Gobierno es que no ha fijado una clara política cambiaria, por lo tanto, quien tiene que exportar espera a que el dólar oficial siga subiendo, y quienes tienen que importar se apuran a ingresar sus mercaderías para pagar con un dólar más barato. De lo anterior se desprende que es muy probable que el saldo de balance comercial continúe achicándose.
Algunos sugieren subir la tasa de interés para que la gente no vaya al dólar, sin embargo esta medida me parece peligrosa y ya lo hemos visto en otras oportunidades. La idea es subir la tasa de interés para que la gente venda dólares y se coloque a tasa con el objetivo que la tasa de interés le gane al dólar. El riesgo es el siguiente: como no existe el inversor que devengue indefinidamente utilidades, en algún momento las realiza y eso significa que vuelve a comprar los dólares por el capital invertido más los intereses devengados. En ese momento el sistema hace explosión cambiaria porque la demanda de divisas está potenciada por la ganancia de la tasa de interés. Recordar el Plan Primavera.
Pero el problema de fondo es mucho más profundo que el del déficit fiscal y la emisión monetaria. El problema central es que el Gobierno ha perdido toda credibilidad. Es más, se ha encargado de asustar a la gente aumentando las restricciones a la compra de divisas como fue el tema de las compras por internet . El mensaje ha sido muy claro: tenemos que poner más cepo porque no tenemos dólares. Eso y decirle a la gente que salga corriendo a comprar divisas es lo mismo. Puesto en otras palabras, no solo el contexto macro lleva a una dinámica de suba del tipo de cambio, sino que, además, el Gobierno toma medidas y hace declaraciones que espantan más a la gente.
Por eso, es en vano hablar de medidas posibles para frenar esta corrida cambiaria y salto devaluatorio si no se entiende el serio problema que hay con el contexto institucional. Sin respeto por los derechos de propiedad, con arbitrariedad en las reglas de juego e incertidumbre permanente sobre qué medida va a adoptar mañana el Gobierno, es imposible resolver la desconfianza en el peso.
Lo que tenemos es un Gobierno que emite una moneda que la gente no quiere porque se derrite como barra de hielo en esta ola de calor. Los ciudadanos huyen del peso y las opciones que tiene no son muchas, salvo el dólar. Por eso, mientras no se resuelva el problema fiscal y monetario y no tengamos un contexto institucional que genere confianza, el blue seguirá subiendo.
¿Y qué pasará con el tipo de cambio oficial? Habrá que ver qué decide el Gobierno. Por ahora viene corriendo de atrás a la inflación por más que haya devaluado un 28% en los últimos 30 días. Todavía le falta un largo camino por recorrer para encontrar algún punto de equilibrio consistente con esta política populista.
Lo que sí podemos afirmar es que el dólar oficial dejó de ser el ancla que usaba el Gobierno para tratar de frenar la inflación. ¿Qué ancla le queda ahora? Los salarios. Ajustarlos por debajo de la inflación. Lo dicho en infinidad de veces: se acabó la fiesta de consumo y llegó la hora de pagar la cuenta. Y la pagarán los asalariados, como en todos los derrumbes populistas”.