O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Elecoes 2014: o estado (miseravel) do debate politico no Brasil - Reinaldo Azevedo

Cada vez que leio sobre como anda o debate político no Brasil -- salvo alguns colunistas ainda sensatos como Merval Pereira, José Nêumane e poucos outros -- fico deprimido ao constatar quão baixo descemos no estado da situação.
Se depender dos jornalistas medíocres que fazem a cobertura desses debates, e são eles que, junto com blogueiros ainda mais medíocres, pautam as perguntas e as questões aos candidatos, que depois são intensamente repercutidas nos instrumentos de comunicação social, parece que os únicos grandes problemas do Brasil atual seriam a causa gay e as opções religiosas dos candidatos, ambos unidos, aliás, na mesma rede de preconceitos e deformações.
Candidatos decentes, e racionais, deveriam simplesmente dizer: determinadas questões pertencem à esfera privada e ao arbítrio pessoal de cada um. O Brasil é um estado laico e a religião não deve fazer parte do debate. Vamos nos ocupar dos grandes problemas que temos pela frente!
Acho lamentável ter de ler, toda vez, sobre essas questões ridículas numa campanha presidencial.
Repito: religião e causa gay são questões ridículas para uma campanha presidencial. 
Nunca deveriam fazer parte do debate.
Paulo Roberto de Almeida 


Reinaldo Azevedo, 03/09/2014
 às 15:58

Contestar Marina é uma obrigação; recorrer ao preconceito religioso é uma boçalidade

Escrevi ontem neste blog que achava saudável que Dilma Rousseff e Aécio Neves tivessem acordado para a realidade, questionando os postulados e as afirmações da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, que hoje aparece como favorita nas pesquisas eleitorais. O texto está http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/dilma-e-aecio-fazem-o-certo-e-o-esperado-e-questionam-marina-ou-debate-nao-e-baixaria/. Não mudei de ideia. Continuo a pensar a mesma coisa.
Os seguidores da candidatura de Marina estão chamando de terrorismo a lembrança de que dois presidentes brasileiros, no passado, foram eleitos acima dos partidos políticos: Jânio Quadros e Fernando Collor, ambos com desdobramentos desastrosos. Eu nem poderia ser contra essa lembrança porque fui o primeiro a tratar do assunto. O PT colou um argumento meu. Não ligo. Não se trata de terrorismo, mas de história. E esta precisa ser levada em consideração. Mais ainda: Marina tem de aprender a ser confrontada. Afinal, a vida pública é distinta da militância numa ONG, em que todos partilham do mesmo propósito. É forçoso lidar com o contraditório.
Quando Aécio traz à tona o passado de Marina, intimamente ligado ao petismo, destacando que a agora defensora do tripé macroeconômico votou contra o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, ele está cumprindo um dever com o seu eleitorado e com os eleitores do Brasil, inclusive os que não votam nele. Afinal, a nossa história é constituída do nosso passado; as promessas dizem respeito ao futuro; não é certo que se realizem.
Assim, que fique claro: Dilma e Aécio têm o dever de confrontar Marina, porque não é menos verdade que Marina os confronta, dizendo por que tem de ser ela, não eles, a assumir a Presidência da República em 2015. Mas vamos com calma aí.
Uma coisa é o debate político, outra, distinta, é a baixaria em que petistas e parte da imprensa engajada no petismo tentam enredar a candidata do PSB. Mais uma vez, tira-se do armário eleitoral a causa gay para colar na candidata a pecha de homofóbica. Isso, com efeito, não é campanha política, mas oportunismo da pior espécie.
O programa de Dilma defende o casamento gay, com essas palavras? O programa de Aécio defende o casamento gay, com essas palavras? Por que tentam fazer com que tal defesa vire uma imposição moral para Marina? Porque ela é cristã? Porque ela é evangélica? Então se cobra dela que vá além dos outros justamente porque se desconfia que tal proposição possa se constituir, para ela, numa cláusula de consciência? Ora, vão plantar batatas!
Mais: tenta-se fazer blague com ela, ridicularizá-la, porque leria a Bíblia antes de tomar decisões. Se ela lesse bula de remédio, seria melhor? E se lesse os Diários de Che Guevara ou alguma obra sobre budismo? Aí poderia ser incensada ou por esquerdistas ou por cultores de orientalismos?
Qual será o paradigma do PT? Combater o suposto preconceito contra gays com o preconceito contra evangélicos? Dilma Rousseff ficou quatro anos no poder. Por que não se empenhou pessoalmente na aprovação do tal PLC 122, a dita lei anti-homofobia?
Já fiz aqui — e farei enquanto julgar pertinente — severas restrições à candidatura de Marina. Há, sim, coisas em seu programa que estão mal explicadas. E campanha eleitoral existe para que essas dúvidas sejam trazidas à luz. Mas alto lá! Tentar discriminá-la porque é cristã e lê a Bíblia, aí não dá. O preconceito religioso é tão odiento como qualquer outro. De resto, é bom que os petistas se lembrem. Segundo o Datafolha apurou em 2013, 85% dos entrevistados disseram que a crença em Deus torna a pessoa melhor. Mais: 97% dizem acreditar.
Quando Dilma e o PT avançam nesse terreno, estão é dando mais um tiro no pé.
Por Reinaldo Azevedo

Elecoes 2014: o estado (miseravel) do debate politico no Brasil - Reinaldo Azevedo

Cada vez que leio sobre como anda o debate político no Brasil -- salvo alguns colunistas ainda sensatos como Merval Pereira, José Nêumane e poucos outros -- fico deprimido ao constatar quão baixo descemos no estado da situação.
Se depender dos jornalistas medíocres que fazem a cobertura desses debates, e são eles que, junto com blogueiros ainda mais medíocres, pautam as perguntas e as questões aos candidatos, que depois são intensamente repercutidas nos instrumentos de comunicação social, parece que os únicos grandes problemas do Brasil atual seriam a causa gay e as opções religiosas dos candidatos, ambos unidos, aliás, na mesma rede de preconceitos e deformações.
Candidatos decentes, e racionais, deveriam simplesmente dizer: determinadas questões pertencem à esfera privada e ao arbítrio pessoal de cada um. O Brasil é um estado laico e a religião não deve fazer parte do debate. Vamos nos ocupar dos grandes problemas que temos pela frente!
Acho lamentável ter de ler, toda vez, sobre essas questões ridículas numa campanha presidencial.
Repito: religião e causa gay são questões ridículas para uma campanha presidencial. 
Nunca deveriam fazer parte do debate.
Paulo Roberto de Almeida 


Reinaldo Azevedo, 03/09/2014
 às 15:58

Contestar Marina é uma obrigação; recorrer ao preconceito religioso é uma boçalidade

Escrevi ontem neste blog que achava saudável que Dilma Rousseff e Aécio Neves tivessem acordado para a realidade, questionando os postulados e as afirmações da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, que hoje aparece como favorita nas pesquisas eleitorais. O texto está http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/dilma-e-aecio-fazem-o-certo-e-o-esperado-e-questionam-marina-ou-debate-nao-e-baixaria/. Não mudei de ideia. Continuo a pensar a mesma coisa.
Os seguidores da candidatura de Marina estão chamando de terrorismo a lembrança de que dois presidentes brasileiros, no passado, foram eleitos acima dos partidos políticos: Jânio Quadros e Fernando Collor, ambos com desdobramentos desastrosos. Eu nem poderia ser contra essa lembrança porque fui o primeiro a tratar do assunto. O PT colou um argumento meu. Não ligo. Não se trata de terrorismo, mas de história. E esta precisa ser levada em consideração. Mais ainda: Marina tem de aprender a ser confrontada. Afinal, a vida pública é distinta da militância numa ONG, em que todos partilham do mesmo propósito. É forçoso lidar com o contraditório.
Quando Aécio traz à tona o passado de Marina, intimamente ligado ao petismo, destacando que a agora defensora do tripé macroeconômico votou contra o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, ele está cumprindo um dever com o seu eleitorado e com os eleitores do Brasil, inclusive os que não votam nele. Afinal, a nossa história é constituída do nosso passado; as promessas dizem respeito ao futuro; não é certo que se realizem.
Assim, que fique claro: Dilma e Aécio têm o dever de confrontar Marina, porque não é menos verdade que Marina os confronta, dizendo por que tem de ser ela, não eles, a assumir a Presidência da República em 2015. Mas vamos com calma aí.
Uma coisa é o debate político, outra, distinta, é a baixaria em que petistas e parte da imprensa engajada no petismo tentam enredar a candidata do PSB. Mais uma vez, tira-se do armário eleitoral a causa gay para colar na candidata a pecha de homofóbica. Isso, com efeito, não é campanha política, mas oportunismo da pior espécie.
O programa de Dilma defende o casamento gay, com essas palavras? O programa de Aécio defende o casamento gay, com essas palavras? Por que tentam fazer com que tal defesa vire uma imposição moral para Marina? Porque ela é cristã? Porque ela é evangélica? Então se cobra dela que vá além dos outros justamente porque se desconfia que tal proposição possa se constituir, para ela, numa cláusula de consciência? Ora, vão plantar batatas!
Mais: tenta-se fazer blague com ela, ridicularizá-la, porque leria a Bíblia antes de tomar decisões. Se ela lesse bula de remédio, seria melhor? E se lesse os Diários de Che Guevara ou alguma obra sobre budismo? Aí poderia ser incensada ou por esquerdistas ou por cultores de orientalismos?
Qual será o paradigma do PT? Combater o suposto preconceito contra gays com o preconceito contra evangélicos? Dilma Rousseff ficou quatro anos no poder. Por que não se empenhou pessoalmente na aprovação do tal PLC 122, a dita lei anti-homofobia?
Já fiz aqui — e farei enquanto julgar pertinente — severas restrições à candidatura de Marina. Há, sim, coisas em seu programa que estão mal explicadas. E campanha eleitoral existe para que essas dúvidas sejam trazidas à luz. Mas alto lá! Tentar discriminá-la porque é cristã e lê a Bíblia, aí não dá. O preconceito religioso é tão odiento como qualquer outro. De resto, é bom que os petistas se lembrem. Segundo o Datafolha apurou em 2013, 85% dos entrevistados disseram que a crença em Deus torna a pessoa melhor. Mais: 97% dizem acreditar.
Quando Dilma e o PT avançam nesse terreno, estão é dando mais um tiro no pé.
Por Reinaldo Azevedo

Venezuela: seria normal ir a Cuba duas vezes no mesmo mes?

Alguém já se deu conta do que está acontecendo com a Venezuela?
Não me refiro ao caos econômico e à desestruturação produtiva quase completa que vem sendo operada naquele país depois que um fascista travestido de esquerdista tomou posse daquela vaca petrolífera e começou a extrair seus recursos em favor da ditadura cubana, pois isso é normal e esperado num regime que se pretende socialista. Os companheiros vem fazendo a mesma coisa mas bem mais moderadamente.
Trata-se do fato que um presidente de um país visita a ilha-prisão dos Castros duas vezes no mesmo mês e isso depois de ter anunciado publicamente que iria fazer um "sacudón" econômico, que finalmente resumiu-se a não tomar nenhuma decisão relevante, e apenas rebaixar politicamente o ministro das finanças e responsável pela PDVSA, decretando que ele seria o novo chanceler. O coitado vai demorar para se ajustar. Sim, um primo de Chávez, provavelmente tão incompetente quanto ele em matéria de economia, vai cuidar das únicas riquezas estratégicas do país.
Inacreditável a completa renúncia de soberania, que também alguns companheiros, amigos dos cubanos, praticam mais moderadamente.
Pode um país sobreviver assim?
Só de olhar as manchetes abaixo, sinto calafrios econômicos e tristeza profunda pelo povo venezuelano. Não parece haver remédio ou anteparo para o caos e violência que veem pela frente, e não estou sendo pessimista, ou catastrófico: apenas antevejo o pior.
Nunca antes na história da América Latina um país tinha sido destruído tão completamente por seus dirigentes e por suas próprias "elites", salvo talvez no caso (diferente) do Haiti.
Paulo Roberto de Almeida

Nicolas Maduro presenta su ajuste de Gobierno (Venezuela)
Maduro dice que Venezuela cumplirá con el pago de compromisos internacionales

El presidente venezolano, Nicolás Maduro, afirmó que Venezuela tiene la capacidad y cumplirá con los "compromisos internacionales" que se vencen en las próximas semanas tal y como lo ha hecho en los 15 años de la llamada revolución bolivariana y anunció la creación de un fondo "estratégico" de reservas que se colocará en una cuenta única del Banco Central (BCV) y que se abrirá "inmediatamente" con 750 millones de dólares para "fortalecer las cuentas internacionales" del país.

Maduro limita su “sacudón” a un cambio de gabinete y elude el ajuste económico

[ver artículo completo...]
El análisis
Maria Teresa Romero
Maria Teresa Romero

Venezuela y los efectos del “sacudón revolucionario”

(Especial Infolatam).- "Lo que hizo el gobierno de Maduro  fue un “enroque” político entre su misma gente de confianza y seguir sin tomar decisiones en materia de política económica, lo que pone en evidencia que sigue al pie de la letra el guion diseñado por el régimen castrista.  No por casualidad, el presidente Maduro viajó a Cuba en dos oportunidades en el último mes para entrevistarse con la plana mayor de ese gobierno  dictatorial".
[ver artículo completo...]
el-informe.gif
La Venezuela chavista y postchavista, historia de la parálisis de un régimen

(Infolatam por Rogelio Núñez)-. Venezuela se encuentra paralizada desde 2011, cuando se le detectó un cáncer a Hugo Chávez que finalmente acabaría con la vida del comandante.
[ver artículo completo...]
El análisis
Luis V. León
Luis V. León

El sacudón que nunca fue: consecuencias de los no-anuncios de Maduro

(Prodavinci. Venezuela)-. "... lamento tener que decir que tengo una lectura negativa de los anuncios del presidente Nicolás Maduro. O quizás deba decir que de lo que tengo una lectura negativa es de sus no-anuncios.
[ver artículo completo...]

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Maduro se aferra al inmovilismo para conservar el poder en Venezuela

El presidente convirtió el llamado “sacudón” en un conjunto de suaves medidas

El País, 3/09/2014


La intriga sobre el anunciado “sacudón” que Nicolás Maduro había prometido como una “revolución dentro de la revolución” se despejó el martes por la noche de una manera anticlimática. Se hicieron largas las tres horas que se tomó el presidente venezolano para dar a conocer la reestructuración de su Gobierno. Al final de la transmisión en cadena nacional, quedó claro que esta consistía en poco más que la creación de seis vicepresidencias sectoriales, la fusión de algunas carteras, el enroque de posiciones entre varias figuras ya añejas del elenco ministerial, y la ratificación de más de la mitad del dimitido Gabinete Ejecutivo, incluyendo al Vicepresidente Ejecutivo y yerno del comandante Hugo Chávez, Jorge Arreaza.
La remodelación del Gobierno no solo se quedó corta con respecto a las expectativas que se habían creado, sino que también apenas tuvo conexión con los apremios económicos por los que atraviesa Venezuela. Maduro dijo confiar en el modelo “social económico de la revolución bolivariana” al que calificó de “exitoso”. En cambio, reveló que el llamado sacudón apuntaba a demoler los últimos resabios “del Estado burgués”, con lo que se busca garantizar la “irreversibilidad” de la revolución.
En lo que Maduro sí puso empeño fue en asegurarse de que los movimientos internos en su Gobierno preservaran el frágil equilibrio ya existente entre las facciones del chavismo que se disputan el poder. En ese sentido, la novedad más difícil de interpretar es la mudanza del hasta ayer poderoso vicepresidente del Área Económica, ministro de Petróleo y Minería y presidente de la petrolera estatal Pdvsa, Rafael Ramírez.
Ramírez era visto como el propulsor de medidas pragmáticas, como el aumento del precio de los combustibles y la simplificación del esquema de cambio de divisas, para rescatar la economía venezolana de su estado comatoso. También era la figura más confiable y conocida en el Gobierno para los inversionistas internacionales.
El funcionario —pariente de Carlos Ilich Ramírez, El Chacal, un célebre terrorista de los años 70 que está convicto en Francia— pasó a encargarse del Ministerio de Relaciones Exteriores y de la nueva Vicepresidencia de Soberanía Política, responsable de coordinar los despachos de carácter político y de impulsar la reforma del Estado.
Los mercados financieros recibieron de mala gana el desplazamiento de Ramírez, que interpretaron como una posposición de los ajustes macroeconómicos en Venezuela. Los bonos venezolanos que vencen en 2027 experimentaron este miércoles en Nueva York su mayor caída en 10 meses, al perder 4,5 centavos de dólar en dos días.
A Ramírez le suceden en la Vicepresidencia de Economía el exgeneral Marcos Torres, un participante de las intentonas golpistas que Hugo Chávez lideró en 1992, que ha estado al frente de las instituciones bancarias del Estado; en el Ministerio de Petróleo y Minería, Asdrúbal Chávez, un primo del fallecido comandante; y en la presidencia de Pdvsa, Eulogio del Pino, un técnico considerado como ficha del propio Ramírez.
“Solo a un gobernante ajeno al deterioro actual del país se le ocurre poner a Marcos Torres y Asdrúbal Chávez al frente de economía y petróleo”
Orlando Ochoa, un reconocido economista venezolano
“Solo a un gobernante ajeno al deterioro actual de Venezuela se le ocurre poner a Marcos Torres y Asdrúbal Chávez al frente de economía y petróleo”, criticó el economista Orlando Ochoa, un reputado experto, desde su cuenta en Twitter. “Ellos no tienen capacidad para atender la crisis”.
Por el contrario, apenas finalizada la alocución presidencial, en el principal canal de televisión del Estado celebraban los anuncios. “Maduro sacudió a la derecha”, proclamaba Pedro Carvajalino, conductor del programa Zurda Konducta que se transmite al filo de la medianoche por Venezolana de Televisión (VTV). “La derecha ya creía que se iba a aumentar el precio de la gasolina y a negociar con el Fondo Monetario”.
En la pagina web Aporrea, —una revista allegada a la revolución, pero independiente del Gobierno— Stalin Pérez Borges, vocero de Marea Roja, corriente crítica del oficialismo, se permitía ironizar sobre las medidas gatopardianas del presidente: “Los anuncios que nos anunciaron, ¿ya nos los habían anunciado?”, tituló su columna en clave de sorna. De acuerdo a Pérez, en los anuncios solo se ve “como algo nuevo a los nuevos ministros que se incorporan ahora”.
Por su parte, el excandidato presidencial de oposición y gobernador del estado de Miranda, Henrique Capriles Radonski, reaccionó con escepticismo: “Ayer vimos las mismas caras cambiando de sillas. Pero esto no se resuelve poniendo un ministro de aquí para allá, el sacudón debe traducirse en un cambio de modelo”.
Todavía con un débil soporte político, el Gobierno de Nicolás Maduro carece de los arrestos necesarios para cambiar el status quo después de 16 meses de atribulada gestión. Se contenta con mantener el poder y con ello alentar a los distintos grupos intestinos cuyas ambiciones antes aplacaba el liderazgo de Chávez. Presa de intereses con frecuencia contrapuestos, la Administración se limita a enfrentar la grave crisis socioeconómica con globos de ensayos improvisados que apenas asoma para, también con frecuencia, ponerlos en retirada.

Across the Empire (7): leituras no velho Oeste - Paulo Roberto de Almeida


Crossing the Empire, 2014 (7): de Denver a Cody
Leituras no Velho Oeste

Paulo Roberto de Almeida

            A jornada desta quarta-feira 3 de setembro, toda ela consumida no trajeto entre Denver, Colorado, e Cody, Wyoming, não teve nada de excepcional, a não ser por um traço do caráter americano que revela um pouco do espírito que presidiu à construção desta nação, com base primeiro na própria sociedade, depois, muito depois, no Estado.
            Digo que não teve nada de excepcional pois o dia foi de viagem, um pouco menos de 500 milhas para sair de um estado e entrar em outro, parando numa pequena cidade que também homenageia o Buffalo Bill (ele está em todas as partes por aqui), quase às portas de nosso segundo objetivo principal: o parque nacional do Zé Colmeia, digo, de Yellowstone, imortalizado num desenho animado que frequentou a infância de milhões de crianças de nossa geração. Não sei onde anda atualmente o Zé Colmeia, e provavelmente o autor dos desenhos já faleceu, mas se deve apenas a ele nossa vinda a um parque natural, que de ordinário não comparece em nosso turismo cultural e citadino. Mas, teve sim, algo excepcional, e vou tratar unicamente disso nesta postagem.
            No meio do caminho entre Denver e Cody está Cheyenne, capital do estado cowboy do Wyoming, onde já tínhamos estado no ano passado, mas totalmente por acaso, pois que simplesmente por um desvio imposto pela natureza: nosso trajeto vindo do centro dos EUA, Missouri, Kansas City, deveria nos levar a Denver, e depois a Boulder, antes de seguir viagem para o Utah, Salt Lake City, terra dos mórmons, onde estivemos efetivamente, mas tendo de fazer um desvio pelo norte, pelos estados do Nebraska e Wyoming, justamente. A razão foram chuvas torrenciais, justo quando estávamos no Missouri, que destruíram estradas, arrastaram casas, ceifando algumas dezenas de vidas e arrasando completamente o vale do rio North Platte. Em face da tragédia, tivemos de desistir do Colorado, e por isso fomos a Omaha, Lincoln, Cheyenne, Ogalalla, e outras cidades do roteiro cowboy.
            Desta vez, como já tínhamos visitado o centro de Cheyenne, nos dedicamos a um museu que tinha ficado apenas nos registros em 2013: do velho Oeste. Pois chegamos lá em torno do meio dia, dedicando mais de uma hora a este simpático museu, que aparece nesta foto que fiz, atrás da escultura do vaqueiro domando um cavalo. 


O edifício é bem maior do que aparece na foto, tão grande que perdi um boné que havia comprado no ano passado no rancho do Jack London, em Sonoma, na Califórnia. Tive de comprar outro, no próprio museu, importante para dirigir no final da tarde, na direção oeste, quando o sol do final da tarde bate bem na frente do carro.
Mas, além dos cowboys, também encontrei uma cowgirl, com um lindo chapéu de vaqueira, rosado, que se deixou fotografar para a ocasião. Espero que ela goste...


Também me fiz fotografar por Carmen Lícia, em frente a esta típica carruagem de transporte de passageiros, muito parecida com aquelas que todos já vimos em filmes de Hollywood sobre o velho oeste, justamente.


Mas o que mais me chamou a atenção foi esta peça que, como disse ao início, retrata o espírito de um povo, um povo que se fez pela democracia de aldeia, na base, não aquela superestrutural como conhecemos nós, que parte do princípio da organização do Estado, com seus poderes, etc. 

Nos EUA, a democracia é um mores, um costume social, um hábito de vida, algo que começa pela eleição do xerife (vimos vários cartazes pedindo votos para um e outro candidato a sheriff, cada vez que entrávamos num novo condado), pela eleição do juiz, as duas bases do poder local, e depois se estende ao conselho de pais e mestres da escola (em todos os lugares, mesmo os mais recuados, podemos cruzar com os ônibus amarelos transportando escolares, de manhã e de tarde), e que explica o grau de desenvolvimento social dos EUA, independentemente das desigualdades sociais, e da segregação racial, que são dois outros traços da sociedade.
Esta peça é uma livraria ambulante, a primeira do condado de Laramie, uma cidade próxima de Cheyenne. Fiz algumas fotos para ilustrar a importância que assume a leitura, os livros, a cultura de forma geral, na sociedade protestante original dos EUA.



Como disse Monteiro Lobato (não pretendendo obviamente ser sexista): “um país se faz com homens e livros”. Não importa se ele estava querendo vender mais livros da sua recém criada Companhia Editora Nacional: é um fato que um país se faz basicamente com conhecimento acumulado, do que se encontra nos livros. Em todo os EUA nos deparamos com pessoas lendo em todas as circunstâncias, nas mais pequenas cidades sempre existe uma biblioteca pública, e nós mesmos, Carmen Lícia e eu, frequentamos duas, em Hartford e em West Hartford, muito boas, por sinal. Posso ler todos os mais novos lançamentos, sem precisar comprar nas livrarias comerciais, e antes de me decidir por encomendá-lo novo ou usado (em três meses ele estará praticamente novo na rede de sebos que mais uso, a Abebooks).
O museu é uma joia da cultura cowboy e da fronteira, com seu kitsch, e seus traços profundamente humanos. Fiz fotos de algumas obras de arte também, mas termino por esta paródia musical em forma de pintura: um cowboy com sua guitarra sendo unanimemente acompanhado por uma plateia atenta e participativa. O quadro se chama, apropriadamente, Standing Bovation..., uma ovação merecida, sem dúvida.


Amanhã, ou melhor, hoje, dentro de algumas horas, vamos a Yellowstone. Não sou muito chegado a bichos e natureza, preferindo, como Carmen Lícia, as cidades e a cultura, mas como está no caminho...
Paulo Roberto de Almeida
Cody, 4 de setembro de 2014

Debate politico: presidencialismo de coalizao, Rio, 10 de setembro, ACRJ-Instituto Millenium

Um importante debate, com especialistas na história republicana e na política contemporânea do Brasil.
O presidencialismo de coalizão é mais um rótulo do que uma realidade determinada, pois ele muda a cada maioria presidencial, e a cada fragmentação partidária, o que tem sido uma constante no Brasil atual. Sob o reino petralha, por exemplo, esse presidencialismo não foi tanto de coalizão quanto foi um presidencialismo de mensalão, sob o qual os chefes mafiosos faziam o que fazem todas as máfias: compram possíveis aliados, com promessas e dinheiro, do contrário recorrem a golpes baixos, chantagens e outras formas de pressão (como é a distribuição do dinheiro federal e a imensa capacidade que tem o Estado de facilitar ou de infernizar a vida das pessoas, contribuintes, empresários, políticos, magistrados, segundo sejam aliados, ou submissos, ou adversários, vistos como unimigos.
Esta é a realidade no reino do Nunca Antes.
Lamento não poder assistir ao debate, mas já antecipo o que vai ocorrer: Marco Antonio Villa vai ser bastante crítico do espetáculo circense de horror em que se converteu a política brasileira atualmente, em especial pelas práticas petralhas e lulistas, e o Murillo de Aragão vai se esforçar por "racionalizar" o comportamento de gregos e goianos, como é do seu feitio, pois como analista político (que ganha dinheiro com seu trabalho de assessoria) não pode se indispor com os que lhe pagam...
Enfim, posso estar errado mas é isso que vai ocorrer.
Em todo caso, quem puder assistir e me relatar o que se passou eu agradeço.
Paulo Roberto de Almeida


Coisas Internacionais: nossos aliados pouco aliados - Mario Machado

Meu amigo internacionalista e colega blogueiro, animador do Coisas Internacionais, faz interessantes considerações sobre as estranhas amizades do Brasil lulo-petista, que alerto não ser o Brasil normal, ou seja, aquele que sempre conhecemos antes do Nunca Antes...
Esse Brasil lulo-petista, infelizmente fala pelo Brasil, mas inverteu completamente algumas agendas diplomáticas, e os ingênuos, os incautos, os estrangeiros, ou certos jornalistas distraídos (ou aliados, ou melhor, de má-fé) proclamam que o Brasil, ou o Itamaraty, está fazendo isso e mais aquilo, quando não é, são os companheiros lulo-petistas, amadores em relações internacionais, e deformados em política -- quem gosta de ditadura para mim só pode ter um problema mental, ou alguma deformação moral -- que estão imprimindo direções surpreendentes a uma diplomacia que sempre primou pelo equilíbrio, pelo comedimento, pela medida, e sobretudo pelo respeito absoluto do direito internacional, sem falar dos interesses nacionais, obviamente.
Mas, leiam o que escrevem com uma ironia típica da Economist, e uma sutileza mordaz, meu amigo Mário Machado, que até achou uma reflexão que fiz para rechear seu texto por si excelente.
Paulo Roberto de Almeida

Nossos aliados
Coisas Internacionais,  03 Setembro 2014

Nossos aliados nos BRICS andam ocupados em agendas, no mínimo, controversas. Sempre repito aqui que qualquer um que estude e trabalhe com Relações Internacionais, cedo ou tarde terá que conviver e apertar as mãos de gente imprópria para o consumo humano, tudo em nome dessa quimera política chamada Interesse Nacional.

Ás vezes a diplomacia brasileira exagera nas deferências a esses parceiros problemáticos, vez ou outra algum presidente chama ditador de irmão, ou abrimos uma residência oficial para a estadia de outro. Mas, isso é esporádico, pontos fora da curva.

O problema é quando parceiros estratégicos de alto relevo agem de maneira controversa e essa aliança acaba impondo um silêncio conivente do Brasil, para um país que tem buscado com muito afinco o status de Ator Global, ou seja, por definição uma voz relevante nos assuntos planetários. E esse projeto tem se calcado na aliança com os outros gigantes emergentes.

A China tem se movimentado para restringir as liberdades individuais em Hong Kong, como bem colocou o professor e diplomata Paulo Roberto de Almeida, com seu natural estilo provocador:

“[A China] começa a restringir os direitos democráticos, que ainda existem, na sua província especial, ex-colônia britânica, que teve a sorte de ter todas as liberdades democráticas da metrópole-mãe, e mais liberdades econômicas do que a própria metrópole, que derivou para o fabianismo e foi para uma gloriosa decadência, antes de ser recuperada por uma estadista clarividente. Agora, o mais velho império do mundo pretende estabelecer a tirania que já existe em sua própria jurisdição”.

A Rússia tem se envolvido em violações da soberania Ucraniana. E a tradição diplomática brasileira sempre foi visceralmente avessa a esse tipo de violação, mas nesse caso tem mantido um silêncio loquaz. E nem vou levar em consideração os que por ideologia ou apreço a conspiração que tacham os ucranianos de nazistas.

Mas, a maior contradição dessa aliança é o caso indiano, que tem uma deliberada política de subsídios agrícolas agressivos que prejudicam os exportadores brasileiros e uma das causas do travamento da Rodada Doha, tudo bem que a causa do Livre Comércio não é popular no Palácio do Planalto, mas deve ser complicado, pra dizer o mínimo, equilibrar as concepções estratégicas que calcam a aliança global com prejuízos pra um dos setores mais importantes da economia brasileira que é o setor agrícola.

A Política Internacional, por vezes exige alianças, que nos amarram a atores que na consecução de suas agendas violam alguns dos valores que dizemos que nos definem. Como bem disse Nelson Rodrigues: “Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”, mas numa democracia seria interessante que temas como nossas alianças internacionais fossem debatidos de maneira séria e pragmática.

Eleicoes 2014: como anda essa baixa campanha (triste...)

Reflexos do dia na frente eleitoral.
Lamento o baixo nível da campanha...
É só o que tenho a dizer...
Paulo Roberto de Almeida

Dilma admite problemas na economia e fala em mudanças caso reeleita
Folha de S. Paulo, 3/09/2014

Em discurso nesta quarta-feira (3) em Belo Horizonte (MG), a presidente Dilma Rousseff (PT) admitiu problemas na política industrial e no avanço da economia e disse que, se reeleita, irá mudar algumas ações e integrantes de sua equipe.
"Obviamente, novo governo, novas e, necessariamente, atualização das políticas e das equipes", disse a presidente, diante de representantes da indústria presentes na abertura da 8ª Olimpíada do Conhecimento 2014, na capital mineira.
"É possível que alguns de vocês, na atual conjuntura, quando a incerteza do cenário internacional se mistura com o debate eleitoral, questionem a eficácia dessa nossa política (...) Eu gostaria que o Brasil estivesse crescendo num ritmo muito mais acelerado. Mas (...) imaginem o que aconteceria se nós não tivéssemos tomado essas medidas."
Antes dessa declaração, Dilma falou da necessidade de investimentos na educação para reduzir a desigualdade e ampliar a renda da população. Enalteceu ações federais, como os cursos do Pronatec e o que chamou de "política industrial", numa referência aos jovens formados nessas aulas profissionalizantes.
E, em tom de campanha eleitoral, admitiu que há muito o que fazer.
"Eu não quero, aqui, dar a impressão que eu acho que tudo foi feito. Eu não acredito nisso, acho, inclusive, que vivemos uma situação bastante complexa na indústria."
Ela, entretanto, saiu em defesa das ações do governo na indústria, cuja produção cresceu 0,7% em julho, após cinco meses seguidos de queda, segundo dados do IBGE.
"Só me pergunto e pergunto a vocês o que seria se nós não tivéssemos tomado as medidas que tomamos na área industrial e no reconhecimento que a indústria é estratégica para o país e que uma política industrial é necessária", disse a presidente.
Dilma também defendeu a participação de bancos públicos na economia do país, citando o financiamento habitacional de imóveis populares por meio do Minha Casa, Minha Vida.
"Não há condição de fazer habitação popular a preços de mercado, porque a pessoa que ganha R$ 1.600 não tem como comprar um apartamento de R$ 60 mil (...) Com isso (...) eu não vejo justificativa para que a gente retire os bancos públicos dessa atividade. Não vejo justificativa."
MUDANÇA
A fala da presidente em Minas é sua primeira sinalização de que faria mudanças em sua política de governo e em sua equipe num eventual segundo mandato, algo que o ex-presidente Lula vem aconselhando que ela faça desde o início do ano.
Na semana passada, interlocutores de Lula voltaram a defender que Dilma emitisse sinais de ajustes em políticas e equipes para um próximo mandato diante do novo cenário eleitoral, com o crescimento de Marina Silva (PSB) nas pesquisas.
Na visão de petistas ligados a Lula, esta sinalização seria fundamental para reconquistar o apoio do empresariado e, também, mostrar ao eleitorado que ela fará mudanças num eventual segundo mandato. A pesquisa Datafolha mostra que 79% do eleitorado deseja mudanças no próximo governo, o que estaria sendo incorporado, neste momento da campanha, por Marina Silva.

Dilma falta a entrevista ao 'Jornal da Globo' e programa revela perguntas
Folha de S. Paulo, 3/09/2014

Com a recusa da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, de participar da série de entrevistas do "Jornal da Globo", a direção do telejornal revelou as perguntas que seriam realizadas à candidata.
"A entrevista de hoje, decidida por sorteio, será com a candidata do PT Dilma Rousseff, mas ela se recusou a dar entrevista, naturalmente, um direito dela", disse William Waack, um dos apresentadores, que ainda lembrou que desde 2002 o "JG" realiza entrevistas com os candidatos que disputam o Palácio do Planalto.
De acordo com a assessoria da TV Globo, a decisão de revelar as perguntas (leia abaixo) quando o candidato não aparece é um procedimento realizado desde 2002, como já aconteceu com candidatos que disputavam o governo do Estado ou à prefeitura.
No telejornal, a apresentadora Christiane Pelajo afirmou que "esta é a primeira vez que isso ocorre em se tratando de candidatos à Presidência". "Somente na última sexta-feira, a assessoria [de Dilma], lamentando muito, disse que a decisão final era não gravar a entrevista. Nada disso desmente a realidade de que a candidata se recusou a dar a entrevista", afirmou a Globo.
A entrevista com os candidatos à Presidência é gravada horas antes de o programa ir ao ar. Segundo a assessoria da TV Globo, a gravação foi uma solicitação dos candidatos, que pediram ainda que a entrevista fosse exibida na íntegra, sem qualquer tipo de edição ou corte.
Por meio de nota, a assessoria da campanha de Dilma afirma que ela "acumula as funções de presidenta e candidata, situação peculiar em relação aos demais candidatos, o que impacta na sua disponibilidade de participar de todas as entrevistas solicitadas". Informa ainda que Dilma concedeu entrevista à Globonews no dia 12 julho, ao "Jornal Nacional" em 18 de agosto e já se comprometeu a participar do debate entre os presidenciáveis veiculado pela TV Globo.
De acordo com a TV Globo, os representantes dos candidatos participaram de duas reuniões para definir o sorteio e as datas em que seriam realizadas as entrevistas nos telejornais da emissora.
"Em 14 fevereiro de 2014, a TV Globo reuniu os partidos para explicar como seria a cobertura e seus critérios. Nessa ocasião, os partidos tomaram conhecimento das semanas em que as entrevistas seriam feitas no 'Jornal Nacional', no 'Jornal da Globo', no 'Bom Dia Brasil' e no 'Jornal das Dez' da Globo News. Na ocasião, os representantes assinaram um documento com esses dados, inclusive o representante do PT. Em 21 de julho, a TV Globo voltou a se reunir com os representantes dos partidos para o sorteio da ordem das entrevistas. Nenhum partido disse que deixaria de comparecer. Ao contrário, assinaram o documento do sorteio, sem ressalvas, inclusive o representante do PT", disse a emissora.
Nesta quarta-feira (3), será a vez de o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, participar da série de entrevistas.
PERGUNTAS QUE SERIAM FEITAS A DILMA
1. Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso estão crescendo mais?
2. A senhora continuará a represar os preços da gasolina e do diesel artificialmente para segurar a inflação, com prejuízo para a Petrobras?
3. A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos no Brasil, no seu governo, tem sido criticada por economistas, dentro e fora do país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a isso?
4. A senhora prometeu investir R$ 34 bilhões em saneamento básico e abastecimento de água até o fim do mandato. No fim do ano passado, tinha investido menos da metade, segundo o Ministério das Cidades. O que deu errado?
5. Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez da senhora, em campanha, fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou pela primeira vez, depois de 15 anos. Por quê?
6. A senhora considera correto dar dentes postiços para uma cidadã pobre, um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa eleitoral de televisão?

Marina diz que Dilma quer 'ressuscitar medo' na 'pior forma de fazer política'
Folha de S. Paulo, 3/09/2014

Candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva rebateu o tom mais agressivo adotado pelo PT contra sua candidatura e disse que a presidente Dilma Rousseff "está tentando ressuscitar o medo" durante a campanha eleitoral.
"A pior forma de fazer política é pelo medo", declarou Marina nesta quarta-feira (3), em sabatina promovida pelo portal G1.
"Acredito profundamente que a esperança venceu o medo. A sociedade brasileira, quando faziam terrorismo contra o [ex-presidente] Lula, repetia essa frase [em 2002]. Infelizmente, quem está querendo ressuscitar o medo é a presidente Dilma. A pior forma de fazer política é pelo medo. Prefiro fazer política pela esperança e pela confiança", afirmou a pessebista.
Desde que Marina despontou nas pesquisas e apareceu ao lado de Dilma com 34% das intenções de voto, segundo o último Datafolha, a campanha de reeleição da petista repaginou a "estratégia do medo" –condenada pelo próprio partido em outras disputas– para tentar desconstruir a imagem da ex-senadora.
Dilma e várias lideranças do PT se dizem "preocupados" com o programa de governo de Marina e fazem investidas para explorar o que chamam de "inconsistências" da presidenciável.
Marina foi orientada pelo comando de sua campanha a não deixar os ataques de Dilma sem resposta e intercalar as críticas que faz ao atual governo federal aos compromissos de seu programa.
Com seu discurso de nova política e a promessa de que enviará uma emenda constitucional ao Congresso Nacional para estabelecer o fim da reeleição e o mandato de cinco anos para o presidente da República, a candidata do PSB repetiu propostas como o passe livre para estudantes em todo o Brasil, o repasse de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação e de 10% da receita bruta da União para a Saúde. Juntas, as medidas teriam um custo de mais R$ 120 bilhões para a máquina pública.
Marina, porém, foi evasiva ao explicar de onde sairá esse dinheiro e costuma recorrer, como faz durante a sabatina, ao que chama de "transparência" e "eficiência dos gastos públicos" para garantir os recursos de cada setor.
"Existem muitos projetos que são verdadeiras máquinas de destruição de recursos do contribuinte. Você tem que corrigir os erros", afirmou. Questionada sobre qual projeto poderia ser revisto, Marina citou a transposição do Rio São Francisco, mas também não deixou claro o que faria diante da obra. "O país vai voltar a crescer e vamos ter os recursos para investir em saúde e educação", concluiu.
SEGUNDO TURNO
Marina se recusou a dizer se aceitaria o apoio do PSDB em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e disse que, em 2010, quando era candidata ao Planalto pelo PV e aparecia em terceiro lugar nas pesquisas, sentia-se "incomodada quando vocês [jornalistas] ficavam me perguntando quem eu iria apoiar no segundo turno. Segundo turno a gente discute no segundo turno".
O coordenador-geral da campanha de Aécio Neves (PSDB), José Agripino Maia (DEM), disse esta semana que estava disposto a compor com Marina em um eventual segundo turno, o que irritou os tucanos.
PRÉ-SAL
Ainda na estratégia de responder vigorosamente as críticas de adversários, a candidata do PSB reforçou seu discurso quanto à exploração e investimento do pré-sal, uma das principais bandeiras do governo Dilma.
A petista tem dito que Marina não vai dar a atenção devida ao recurso já que seu programa de governo coloca fontes de energia limpa e renovável como prioridade.
"Não é verdade o que está sendo dito pelos meus concorrentes em relação ao pré-sal. Nós vamos priorizar, mas vamos também priorizar outros investimentos. Não há necessidade de tirar recursos do pré-sal", declarou.
PINGA-FOGO
No último bloco da sabatina, Marina precisou responder com "sim" ou "não", "a favor" ou "contra", para perguntas rápidas do jornalista. Teve dificuldade de ser objetiva.
Afirmou ser a favor "dentro do respeito à lei e do bem-estar das crianças" da adoção por casais homossexuais; contrária à eutanásia, à diminuição da maioridade penal e à revisão da Lei da Anistia; e favorável ao voto obrigatório.
Disse que a taxação de grandes fortunas e o fim do serviço militar obrigatório devem ser debatidos e que a lei que existe hoje sobre o aborto é "suficiente".

Eleicoes 2014: pesquisa de intencao de voto aponta Marina no segundo turno

Dilma tem 37%, Marina, 33%, e Aécio, 15%, aponta pesquisa Ibope
O Globo, 3/09/2014

Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (3) aponta Dilma Rousseff (PT) com 37% das intenções de voto e Marina Silva (PSB) com 33% na corrida para a Presidência da República. O candidato Aécio Neves (PSDB) tem 15% e Pastor Everaldo (PSC), 1%. Os outros sete candidatos somados acumulam 2%.

O levantamento indica que, em um eventual segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva, a ex-senadora aparece com 46% e a atual presidente, que tenta a reeleição, com 39%.

A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

No levantamento anterior do instituto, divulgado no dia 26 de agosto, Dilma tinha 34%, Marina, 29%, e Aécio, 19%. Entre uma pesquisa e outra, a taxa de indecisos passou de 8% para 5%, e a de quem pretende votar em branco ou nulo se manteve em 7%.

Confira abaixo os números na modalidade estimulada da pesquisa (em que o pesquisador apresenta ao entrevistado um cartão com os nomes de todos os candidatos):
- Dilma Rousseff (PT): 37%
- Marina Silva (PSB): 33%
- Aécio Neves (PSDB): 15%
- Pastor Everaldo (PSC): 1%
- José Maria (PSTU): 0%*
- Luciana Genro (PSOL): 0%*
- Eduardo Jorge (PV): 0%*
- Rui Costa Pimenta (PCO): 0%*
- Eymael (PSDC): 0%*
- Levy Fidelix (PRTB): 0%*
- Mauro Iasi (PCB): 0%*
- Branco/nulo: 7%
- Não sabe/não respondeu: 5%

* Cada um dos sete indicados com 0% não atingiu 1% das intenções de voto; somados, eles têm 2%

O Ibope ouviu 2.506 eleitores em 175 municípios entre 31 de agosto e 2 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00514/2014.

 
Notícias, pesquisas e apuração de votos
Espontânea
Na modalidade espontânea da pesquisa (em que o pesquisador somente pergunta ao eleitor em quem ele pretende votar, sem apresentar a relação de candidatos), o resultado foi o seguinte:

- Dilma Rousseff (PT): 31%
- Marina Silva (PSB): 25%
- Aécio Neves (PSDB): 11%
- Outros: 1%
- Branco/nulo: 9%
- Não sabe/não respondeu: 23%

Segundo turno
O Ibope simulou os seguintes cenários de segundo turno:

- Marina Silva: 46%
- Dilma Rousseff: 39%
- Branco/nulo: 8%
- Não sabe/não respondeu: 6%

- Dilma Rousseff: 47%
- Aécio Neves: 34%
- Branco/nulo: 11%
- Não sabe/não respondeu: 8%

O Ibope não simulou segundo turno entre Marina Silva e Aécio Neves.

Rejeição
Dentre os 11 candidatos a presidente, Dilma Rousseff tem a maior taxa de rejeição (percentual dos que disseram que não votam em um candidato de jeito nenhum). Nesse quesito, o entrevistado pode indicar mais de um candidato. Veja os números:

- Dilma Roussef: 31%
- Aécio Neves: 18%
- Pastor Everaldo: 18%
- Levy Fidelix: 12%
- Marina Silva: 12%
- Eymael: 11%
- Zé Maria: 11%
- Luciana Genro: 10%
- Mauro Iasi: 10%
- Rui Costa: 9%
- Eduardo Jorge: 7%

Avaliação do governo
A pesquisa mostra que a administração da presidente Dilma tem a aprovação de 36% dos eleitores – no levantamento anterior, divulgado no dia 26 de agosto, o índice era de 34%. O percentual de aprovação reúne os entrevistados que avaliaram o governo como "bom" ou "ótimo".

A pesquisa mostra ainda que o índice dos que desaprovam a gestão, ou seja, consideram o governo "ruim" ou "péssimo", é de 26% (27% no levantamento anterior). Consideram o governo "regular" 37% (na pesquisa anterior, 36%).

O resultado da pesquisa de avaliação do governo Dilma foi o seguinte:
- Ótimo/bom: 36%
- Regular: 37%
- Ruim/péssimo: 26%
- Não sabe/não respondeu: 1%

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Ibope - 3 de setembro (Foto: Arte/G1)

Eleicoes 2014: como pensa o eleitor brasileiro? Conservador, em geral...

Pesquisa do Ibope revelada no dia 3 de setembro de 2014: 

A maior parte dos brasileiros é contra o casamento gay, o aborto e a descriminalização da maconha, segundo pesquisa do Ibope divulgada nesta quarta-feira. O levantamento mostra ainda que a maioria dos eleitores é a favor da manutenção do Bolsa Família e contra a privatização da Petrobras. O eleitorado se divide quando é questionado sobre a pena de morte.

Entre os assuntos polêmicos, o casamento gay foi o que mais dividiu as respostas: 53% das pessoas se declararam contra e 40% a favor. A legalização do aborto é defendida por 16% das pessoas ouvidas pelo Ibope e rejeitada por 79%. Os números são praticamente os mesmos obtidos com relação à descriminalização da maconha: 79% são contra e 16% são a favor.

A manutenção do Bolsa Família foi defendida por 75% dos eleitores; 25% das pessoas disseram ser contra. Quando foram questionados sobre o que pensavam sobre a privatização da Petrobras, 59% das pessoas declararam ser contra e outros 22% a favor.

O Ibope perguntou também a opinião dos brasileiros sobre a adoção da pena de morte: 46% defendem a medida e 49% a rejeitam. A proposta de redução da maioridade pena, por sua vez, é apoiada por 80% dos eleitores.

A pesquisa divulgada nesta quarta-feira, foi contratada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela TV Globo.

http://oglobo.globo.com/brasil/maior-parte-dos-brasileiros-contra-casamento-gay-aborto-legalizacao-da-maconha-13821047#ixzz3CIhRnkJD