O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

domingo, 5 de abril de 2015

Corrupcao: dicionario de linguas do PT, e Editorial do Estadao

Cultura inútil nunca é demais, embora a corrupção seja não só demais, como pornográfica, tendo atingido alturas estratosféricas no reinado dos companheiros mafiosos.
Duas postagens numa só cajadada: a palavra corrupto ou corrupção, em várias línguas, e o PT não escapa dessa, nem querendo, e um editorial desse jornal reacionário, da mídia golpista, o nefando órgão da direita não envergonhada, que tanto irrita os companheiros corruptos e totalitários.
Paulo Roberto de Almeida

O jornalista Claudio Tognolli* construiu a frase mais inteligente do ano:

“É IMPOSSÍVEL ESCREVER CORRUPTO SEM PT”

...E não apenas em Português! Vejamos:

Albanês - korruPTuar
Alemão - korruPT
Catalão - corruPTe
Dinamarquês - korruPTe
Espanhol - corruPTo
Esperanto - koruPTi
Galês - corruPTo
Haitiano Creole - corruPT
Holandês - corruPT
Húngaro - korruPT
Inglês - corruPT
Islandês - sPillT
Latim - corruPT
Norueguês - corruPT
Romeno - coruPT
Sueco - corruPT

O PT colaborando para a correta composição de 'CORRUPTO' em 17 ou mais idiomas, um recorde!
* http://en.wikipedia.org/wiki/Claudio_Tognolli

Consequências da corrupção

Editorial O Estado de S.Paulo
04 Abril 2015 | 02h 05 

Com a finalidade de compreender melhor a relação entre corrupção e crescimento econômico - e assim propor estratégias mais eficientes no combate ao crime -, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) promoveu um estudo sobre o impacto da corrupção em quatro setores fundamentais para o desenvolvimento: indústrias de extração, infraestrutura (e serviços públicos), saúde e educação. O foco era analisar como a corrupção distorce o desempenho de cada um desses setores e as consequências dessas distorções para a sociedade.
Em relação às indústrias de extração, que são o principal motor do desenvolvimento de muitos países, o estudo enumera alguns fatores que deixam o setor especialmente vulnerável à corrupção: alto grau de discricionariedade política; frequente confusão entre o interesse público, o dos acionistas e os interesses pessoais; cenário de competição limitada a algumas poucas empresas, ocasionando comportamentos cúmplices; e estruturas financeiras complexas, que dificultam o controle. Segundo o estudo, a corrupção ocorre a partir de negociações enviesadas entre agentes públicos e privados, implicando decisões equivocadas na seleção de empresas e no planejamento de investimentos.
No setor de serviços públicos e infraestrutura, a OCDE considera que a frequente situação de monopólio e a necessidade de regulamentação estatal propiciam muitas ocasiões para abuso de poder e pedidos de suborno. O estudo descobriu falhas similares e constantes em todas as regiões do mundo, que são um convite à corrupção: deficiências de planejamento, descontrole nos gastos e estimativas de demanda inflacionadas.
No setor de saúde, o estudo elencou os seis tipos de abuso mais frequentes: suborno na prestação de serviços médicos, corrupção nos contratos, relações de marketing antiéticas, abuso de poder em cargos de alto escalão, pedidos de reembolso indevidos, além de fraudes e desvios de medicamentos e serviços médicos. Na saúde, a OCDE conclui que a corrupção distorce especialmente as decisões sobre a alocação de recursos públicos.
Ainda que reconheça a existência de estudos macroeconômicos demonstrando uma relação positiva entre investimentos públicos na educação e crescimento econômico, a OCDE não titubeia em afirmar que esse potencial de crescimento é muitas vezes anulado pela corrupção. De acordo com o estudo, a corrupção no setor educacional gera distorções tanto nas grandes decisões de investimento e de orçamento público como nas decisões pontuais (por exemplo, localização das escolas, gestão de recursos humanos, compra e distribuição de material). Para a OCDE, as consequências dos desvios no setor educacional são evidentes: menos professores capacitados, menores níveis de qualificação dos alunos, diminuição da produtividade dos trabalhadores, aumento da desigualdade social, bem como uma diminuição da capacidade de um país desenvolver indústrias competitivas.
De acordo com o estudo, a corrupção pode ser vista como um preço extra informal. Nos quatro setores é evidente o aumento dos custos provocado pela corrupção. A OCDE ressalva, no entanto, que essa visão pode ocultar outra face da corrupção - os efeitos indiretos adicionais, que provocam consequências graves tanto no crescimento econômico quanto no desenvolvimento social, como a redução da pobreza. Não é apenas que os remédios fiquem mais caros, por exemplo. Por causa da corrupção, uma parcela significativa da população pode ficar sem remédio. Nesse sentido, a OCDE vê a corrupção como causa de escassez, além de outros perniciosos efeitos sistêmicos.
O estudo da OCDE é global, mas joga luzes sobre a situação brasileira. Ter uma noção mais nítida das consequências econômicas e sociais da corrupção pode ajudar a anular um discurso que coloca o combate à corrupção praticada por grandes empresas como algo prejudicial à economia nacional, e não como uma necessidade do País e uma exigência da Nação.


O falso debate entre "ortodoxos" e heterodoxos sobre a crise economica - Joaquin Estefania (El Pais)

Um (para mim) falso debate entre supostos ortodoxos em economia -- entre os quais estariam até keynesianos do mainstream, que seriam neoclássicos para os segundos -- e estes, ditos heterodoxos, que se contrapõem a medidas de austeridade e acham que os neoliberais são responsáveis, e culpados, pela crise econômica e pela Grande Depressão. Digo falso porque não foram os neoliberais que causaram a crise, a despeito de serem favoráveis à desregulação. Cabe lembrar que governos continuam fixando juros fora da realidade, subsidiando "medidas sociais" (como habitação, ou mercado de trabalho, ou salário mínimo, por exemplo), e intervindo nos mercados, e por isso mesmo provocando "falhas" neles, que depois são colocadas sob a responsabilidade dos liberais (não existe essa coisa neo). Ou seja, continua o desacordo, mas ao passo que os liberais acusam os governos de provocarem as crises, os ditos heterodoxos acusam os liberais pelos desastres, como se os liberais estivessem no comando das economias. Parece que os heterodoxos, como os políticos, gostam de gastar o dinheiro dos outros, e depois fogem do desastre, acusando os outros quando a coisa dá errado. Por fim, Reagan não provocou déficit por baixar impostos (o que realmente estimulou o setor privado), e sim por continuar gastando via Estado, notadamente no setor de Defesa, ou seja, praticando keynesianismo militar.
Paulo Roberto de Almeida

Cambridge contra Cambridge

El fracaso del pensamiento único en la Gran Recesión ha alumbrado una generación de economistas heterodoxos. Solo les une la crítica al neoliberalismo y a la escuela neoclásica

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En lo más hondo de la crisis económica, en el año 2009, Paul Krugman, con la libertad intelectual que le daba el Premio Nobel de Economía, se inventó una división de su profesión y habló de los “economistas de agua salada” (más keynesianos) y los “economistas de agua dulce” (los neoclásicos). Hasta antes de la quiebra de Lehman Brothers ambos grupos habían firmado una falsa paz basada, sobre todo, en la confluencia de opiniones que salvaban a los mercados de sus fallos. Eran los años de la Gran Moderación, en los que las cosas iban básicamente bien. La recesión que llegó terminó con esa paz postiza, durante la cual las fricciones entre ambos grupos de economistas habían permanecido dormidas sin que se hubiera producido ninguna convergencia real entre sus posiciones. Fue entonces cuando Alan Greenspan, que había sido presidente de la Reserva Federal y era denominado “el maestro” por unos y otros, admitió encontrarse en un estado de “conmoción e incredulidad” porque “todo el edificio intelectual se había hundido”.

Un lustro después, aquella distinción krugmanita ha pasado de moda y es difícil encontrar economistas que defiendan a campo abierto la teoría económica que ha llevado al fracaso del pensamiento único neoliberal y a la gestión de la crisis económica más larga y profunda desde los años treinta del siglo pasado. El historiador del pensamiento económico de la Universidad norteamericana de Notre Dame Philip Mirowski se sorprende de que, a pesar de ese fracaso evidente, los neoliberales (los economistas “de agua dulce”) parecen haber eludido toda responsabilidad por propiciar las condiciones para que se materializase la crisis: ninguno de esos profesionales “fue despedido por incompetente. Los economistas no han sido expulsados de sus puestos en el Gobierno. Ningún departamento de Economía ha sido clausurado, ni por sus errores ni como medida de ahorro de costes” (Nunca dejes que una crisis te gane la partida, ediciones Deusto).

Ahora hay una verdadera avalancha de economistas heterodoxos de muy diferentes escuelas. Lo único que les une es la crítica al neoliberalismo y a la escuela neoclásica, y un cierto neokeynesianismo. En el libro citado, Mirowski centra geográficamente esas críticas: sin duda la II Guerra Mundial habría tenido lugar sin Martin Heidegger, Carl Schmitt u otros intelectuales nazis, pero no está tan claro que hubiera ocurrido la crisis económica sin la escuela neoclásica de Chicago. Chicago ha sido el padrino intelectual de la autorregulación que ha llevado a tantos abusos.

Dentro de unos meses llegará a España la obra canónica del economista neokeynesiano australiano Steve Keen (Debuking Economics, traducida Desenmascarando la economía, Capitán Swing). Keen se autodefine dentro de la “tradición científica de Marx-Schumpeter-Keynes-Joan Robinson- Piero Sraffa-Hyman Minsky”. Lo peculiar de este economista es que ha atizado a otros autores pretendidamente keynesianos como Krugman, por ser neoclásicos camuflados: “El establishment neoclásico (sí, Paul, eres parte de ese establishment) ha ignorado toda la investigación de los economistas no neoclásicos como yo por décadas. Así que es bueno ver cierto compromiso en lugar de una ignorancia deliberada o, más probablemente ciega, a otros análisis alternativos”.

Lo único que les une es la crítica al neoliberalismo y a la escuela neoclásica, y un cierto neokeynesianismo

Esta polémica recuerda a otra de hace medio siglo, que fue conocida como Cambridge contra Cambridgey que enfrentó a los discípulos directos de Keynes en el Cambridge británico (Robinson, Sraffa, Kaldor,…) con los del Cambridge de Massachusetts, en EE UU (Paul Samuelson, Robert Solow…). Los norteamericanos llegarían al premio Nobel; los británicos, no. Joan Robinson calificó a los primeros como “keynesianos bastardos”.

En distintas proporciones, los famosísimos Thomas Piketty y Yanis Varoufakis también son economistas heterodoxos. El francés, por haber conseguido con su libro El capital en el siglo XXI (Fondo de Cultura Económica) lo que ninguno de sus colegas antes (ni siquiera Joseph Stiglitz en El precio de la desigualdad, editorial Taurus): introducir la desigualdad en el centro de la política económica tras largas décadas de ser orillada por el pensamiento ortodoxo que la consideraba una característica natural del capitalismo. En colaboración con otros jóvenes colegas como Emmanuel Saez o Gabriel Zucman (La riqueza oculta de las naciones, editorial Pasado y Presente), Piketty ha llevado sus argumentos de la economía a la política: concentraciones extremas de renta y riqueza como las que se dan en nuestras sociedades amenazan la democracia. Guste o no, las tesis de un científico social francés no habían influido tanto en el mundo anglosajón desde La democracia en América, de Tocqeville.

El economista Ha-Joon Chang. / GUILLEM LÓPEZ

Antes de ser nombrado ministro de Finanzas griego por Alexis Tsipras, Yanis Varoufakis ejercía como misionero contra la austeridad autoritaria que Europa imponía a la Europa del Sur. Junto a otros dos colegas, el británico Stuart Holland y el estadounidense James Galbraith (hijo del gran John Kenneth Galbraith), Varoufakis presentaba una y otra vez por todo el mundo una modesta proposición para revolver la crisis de la eurozona, una especie de manifiesto que se encuentra en la Red. Pero su principal aportación intelectual al debate es el libro El Minotauro global (Capitán Swing), en el que hace un símil entre ese monstruo con cuerpo de hombre y cabeza de toro, y la crisis económica: igual que los griegos mantenían un flujo constante de atributos al Minotauro, así el resto del mundo envió cantidades increíbles de capital a EE UU. Este motor, que impulsó la economía global durante casi tres décadas, es el que gripó en el año 2007.

Uno de los libros más vendidos en 2014, y que ha resultado de referencia en muchos lugares (incluso en la Alemania socialdemócrata) es Austeridad. Historia de una idea peligrosa(editorial Crítica) del profesor de Economía Política Internacional de la Universidad de Brown, Mark Blyth. Éste combate la tesis dominante en Europa hasta hace poco tiempo de la “austeridad expansiva”, aquella que se extendió como un reguero de pólvora y que decía algo tan peculiar como que recortar el gasto en tiempos recesivos supone una mayor producción. Su simplismo recordaba en algo la curva de Laffer (recortar los impuestos aumenta la recaudación fiscal), que aplicada por Reagan llevó a EE UU al mayor déficit público de su historia.

El repaso a los economistas heterodoxos más conocidos no puede olvidar al coreano Ha-Joon Chang, de la Universidad de Cambridge, premio Wassily Leontief por ampliar la frontera del pensamiento económico y bien conocido en España a través de sus libros (Retirar la escalera, editorial Catarata; o 23 cosas que no te cuentan sobre el capitalismo, editorial Debate). En menos de un mes estará en librerías su último texto Economía: manual de usuario (Debate). En él, como en los anteriores, Ha-Joon Chang desarrolla la tesis de que la gente no vio llegar la Gran Recesión porque no preguntó qué era lo que nos ocultaban: la cultura de las burbujas.

Antes de ser nombrado ministro, Yanis Varoufakis ejercía como misionero contra la austeridad autoritaria de Europa

Francia es un país que no sólo ha cedido a Piketty en esta coyuntura. De este país surge el Manifiesto de los Economistas aterrados y los textos centrales de dos investigadores del Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), Gérard Duménil y Dominique Lévy (La crisis del neoliberalismo, editorial Lengua de Trapo, y La gran bifurcación, FUHEM Social y La Catarata), muy recomendables.

Heterodoxos u ortodoxos, los economistas han de tener la calidad suficiente para interpretar lo que está ocurriendo y corregir sus fallos. En la maravillosa necrológica que Keynes hace de su maestro Alfred Marshall, define la profesión de economista de un modo envidiable: “El gran economista debe poseer una rara combinación de dotes (…) Debe ser matemático, historiador, estadista y filósofo (en cierto grado). Debe comprender los símbolos y hablar con palabras corrientes. Debe contemplar lo particular en términos de lo general y tocar lo abstracto y lo concreto con el mismo vuelo de pensamiento. Debe estudiar el presente a la luz del pasado y con vistas al futuro. Ninguna parte de la naturaleza del hombre o de sus instituciones debe quedar por completo fuera de su consideración. Debe ser simultáneamente desinteresado y utilitario: tan fuera de la realidad y tan incorruptible como un artista y, sin embargo, en algunas ocasiones tan cerca de la tierra como el político”.

Por cierto, Keynes también va a ser reeditado.

sábado, 4 de abril de 2015

Crise politica: dois caminhos para o afastamento da presidente - Miguel Reale Jr

Resumo da ópera:
...o procurador-geral da República determinar investigação de eventual prevaricação da parte da presidente, pois se sabia ela de irregularidades (como dizem o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Youssef) nos idos de 2009, ao assumir a Presidência nada teria feito para conter a corrupção, deixando de zelar pela moralidade administrativa ao manter nos cargos os diretores corruptos. Em conclusão, se constatado em investigação que Dilma sabia dos malfeitos e permitiu a continuidade do esquema corrupto, pode-se configurar eventual crime de prevaricação.

O crime comum, ao contrário do crime de responsabilidade, pode derivar de ação ou omissão ocorridas no mandato anterior. O artigo 86, § 4.º, da Constituição diz que o presidente não poderá, no exercício do seu mandato, ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício das suas funções. Ora, se se omite o dever de zelar pela moralidade, tal omissão é própria das funções de presidente, e não estranhas a elas, razão pela qual, se verificada a prevaricação por deixar de conter as irregularidades sabidas na Petrobrás, podem prosperar a investigação e eventual processo criminal contra a presidente.

O segundo caminho, difícil, mas não impossível, é o da renúncia, sendo vital o protesto das ruas e o apoio de entidades representativas. A primeira via, já lembrada e mais desgastante, está na apresentação de ação criminal que, ao ser recebida, afaste a presidente

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Caminhos estreitos
Miguel Reale Júnior *
O Estado de S. Paulo, sábado, 4 de abril de 2015

Vive-se imensa perplexidade. Estamos atônitos diante do País à deriva. A sociedade veio às ruas, não só os eleitores de Aécio, mas uma grande massa aplaudida por muitos e muitos que ficaram em casa tomados, também, pela mesma indignação. Desnudou-se a bandalheira e o País esbraveja.

Em julho de 2005 criou-se o movimento "Da Indignação à Ação", reunindo entidades da sociedade civil. Seu manifesto acentuava: "Punições firmes e proporcionais às faltas praticadas são o único desfecho que os cidadãos brasileiros aceitam para as investigações em curso". Aderiram ao movimento entidades como OAB, OAB-SP, ABI, CNBB, PNBE, Fiesp, Instituto Ethos, Força Sindical, Transparência Brasil, Associação dos Advogados, Instituto dos Advogados de São Paulo, a rede Conectas de Direitos Humanos, o Movimento Democrático do Ministério Público e a Associação do Ministério Público de São Paulo.

Diante do mensalão, aquele movimento expressava terem sido as instituições políticas duramente atingidas, sendo imprescindível, além de investigação séria, com punições firmes e proporcionais às faltas praticadas, mudanças profundas no sistema político e eleitoral. Foram realizadas reuniões, com 500 a 600 participantes, em apoio ao relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio, e ao caseiro Francenildo Santos Costa, cuja conta bancária fora violada.

Como se vê, o movimento teve apoio de entidades significativas, mas pouca adesão dos partidos políticos de oposição, que se omitiram, arregimentando-se público diminuto perto da importância das reivindicações. As punições do mensalão vieram anos depois, mas o PT, que inaugurou o aparelhamento do Estado em grande escala e a obtenção de maiorias no Congresso pela sistemática compra de votos com dinheiro público desviado, firmou-se no poder. Nem bem se denunciou o mensalão, o PT e outros partidos da base aliada ao governo criaram o petrolão e ganharam eleições com "financiamento público" graças aos milhões surrupiados da Petrobrás.

Agora o quadro é outro. Antes não havia rua, havia entidades apoiando, mas não povo, como hoje. De 2005 para cá houve a condenação dos mensaleiros e veio vindo à tona, com o petrolão, sem as desculpas do "golpe da mídia" ou da traição política, a farsa do partido que se dizia ético, mas fez da roubalheira sistemática o modo de governar. A diferença essencial, contudo, está no fenômeno da imensa força de arregimentação da indignação via redes sociais, que apenas começavam a ganhar corpo em 2005, com o Orkut.

Como levar à frente este movimento de milhões de brasileiros? Eis a questão.

Se as redes sociais podem destituir déspotas, como Mubarak, todavia não constituem, por si sós, governos - a se ver o Egito -, pois, deposto o ditador, ganhou as eleições o movimento antidemocrático dos fundamentalistas, afastados depois pelos militares.

Assim, aos movimentos cheios de vitalidade convocadores da ida às ruas, dentre os quais se destaca o Vem Pra Rua, devem agregar-se as organizações institucionalizadas, bem como algumas lideranças políticas a serem partícipes na posição de coadjuvantes. Além do grito contra a corrupção e do "Fora PT, leva Dilma com você!", é preciso clamar pelo reconhecimento dos erros, pelo firme propósito de redução da máquina governamental, a eliminação de metade dos cargos em comissão, a adoção do voto distrital já para vereador em 2016, bem como um esforço em favor da capacitação dos dependentes do Bolsa Família para libertá-los do assistencialismo.

Mas como realizar tais mudanças e criar confiança neste estado terminal do governo? Não há muitas alternativas. O governo é frágil e não se recupera perante a Nação com festival de lugares comuns em entrevista televisiva, nem com golpes baixos de criação de novo partido para enfraquecer o PMDB. Dilma coleciona inimigos a cada passo e, hoje, os investigados presidentes das duas Casas legislativas ditam as regras, enquanto o Executivo patina todo o tempo em terreno movediço.

Restam dois caminhos. O primeiro seria o procurador-geral da República determinar investigação de eventual prevaricação da parte da presidente, pois se sabia ela de irregularidades (como dizem o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Youssef) nos idos de 2009, ao assumir a Presidência nada teria feito para conter a corrupção, deixando de zelar pela moralidade administrativa ao manter nos cargos os diretores corruptos. Em conclusão, se constatado em investigação que Dilma sabia dos malfeitos e permitiu a continuidade do esquema corrupto, pode-se configurar eventual crime de prevaricação.

O crime comum, ao contrário do crime de responsabilidade, pode derivar de ação ou omissão ocorridas no mandato anterior. O artigo 86, § 4.º, da Constituição diz que o presidente não poderá, no exercício do seu mandato, ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício das suas funções. Ora, se se omite o dever de zelar pela moralidade, tal omissão é própria das funções de presidente, e não estranhas a elas, razão pela qual, se verificada a prevaricação por deixar de conter as irregularidades sabidas na Petrobrás, podem prosperar a investigação e eventual processo criminal contra a presidente.

O segundo caminho, difícil, mas não impossível, é o da renúncia, sendo vital o protesto das ruas e o apoio de entidades representativas. A primeira via, já lembrada e mais desgastante, está na apresentação de ação criminal que, ao ser recebida, afaste a presidente. Em ambas as hipóteses, todavia, impõe-se construir em torno do vice-presidente um governo de união nacional, com pauta mínima desejada pelos movimentos aglutinadores da população.

Dessa maneira, no dia 12 de abril é fundamental voltar às ruas em todo o País, juntamente com representantes de entidades significativas que se somem à massa dos indignados.

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*Advogado, professor titular senior da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras, foi Ministro da Justiça.

Uma mensagem quase apocaliptica, de um brasileiro indignado - Joao Cesar de Melo


Não conheço o autor, João Cesar de Melo, mas conheço quem me enviou. Trata-se de um texto absolutamente indignado, que tenta descobrir os culpados pela atual situação do Brasil. Não concordo com tudo o que ele diz, mas creio que tem razão na maior parte das acusações.
 Mostra sobretudo sua indignação em face do quadro atual, e sua certeza de que tudo vai piorar, e muito, antes, de começar a melhorar, uma hipótese ainda distante.
Acho que ele tem razão, eu diria que a 80%.
Apenas por isso eu coloco este texto aqui, a despeito de ser altamente subjetivo (mas com fundamentos).
Paulo Roberto de Almeida

Os culpados e as certezas
João Cesar de Melo

Como um delinquente bêbado, pouco mais da metade da população decidiu continuar acelerando inconsequentemente na mesma curva que seus vizinhos capotaram. Capotará também, porém, levando consigo a outra metade da população que o acompanha sentada à sua direita, no banco do carona.
Devemos ter pena dessa outra metade? Devemos vê-la como inocente?
Não.
Apesar de sua lucidez e honestidade, ela sempre foi passiva, tanto, que virou cúmplice de sua própria tragédia. Foi covarde. Teve medo de impor limites àqueles que pediram e depois assumiram o volante.
Os culpados pela reeleição de Dilma:
Fernando Henrique Cardoso por sua tolerância com as sabotagens, ofensas e calúnias que sofreu durante seu governo, o que soou aos ouvidos do PT como uma permissão para continuar com aquela estratégia de se chegar ao poder.
Qual foi sua atitude diante dos falsos dossiês sobre sua vida? Nenhuma.
Qual foi sua atitude com aqueles que invadiram, depredaram e saquearam (com apoio de Lula) a fazenda de sua família? Nenhuma.
Fernando Henrique Cardoso não foi homem nem para defender sua esposa (quem dedicou sua vida a projetos sociais) das calúnias que sofreu.
Nas três eleições seguintes, José Serra e Geraldo Alckmin concorreram à presidência sem bater no PT afundado em casos de corrupção e permitindo que Lula e Dilma pejorassem as privatizações de FHC.
Nesses 12 anos de governo petista, o PSDB não apenas fez uma oposição frouxa, mas assistiu passivo o PT promovendo uma massiva campanha de desconstrução do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Enquanto os tucanos tentavam conquistar votos exibindo a beleza de suas penas, a imprensa e a Justiça também se continham diante dos desvios e afrontas da esquerda liderada pelo PT. Temendo serem vistos como a continuidade da postura antidemocrática do regime militar, a maior parte dos jornalistas, dos meios de comunicação, dos promotores e dos juízes deram espaço e liberdade para o movimento "socialista" divulgar suas ideias, por mais absurdas que fossem. 

Lula construiu carreira pregando a espoliação do capital e da propriedade privada. Viram, passivos, o PT sendo preenchido por aqueles que defendiam o alinhamento do Brasil com todos os líderes da extrema esquerda latino-americana.Ignoraram o Foro de São Paulo. Assistiram o PT acolhendo e projetando politicamente ex-guerrilheiros e comunistas* declarados. Livraram muitas e muitas vezes o PT e sua militância do peso da lei para evitar serem taxados de repressores.

Obviamente, artistas e intelectuais também passaram a endossar todas as ações de Lula e do PT por vê-los como um poema revolucionário que levaria progresso ao país.

Sustentando esta tolerância irresponsável estavam pequenos empresários, profissionais autônomos e assalariados comuns que tentavam construir suas vidas por si mesmos, por meio de seus esforços e talentos. Mesmo sentindo a faca estatal lhe cutucando o pescoço com cada vez mais força por meio de impostos e burocracias, mantiveram-se indiferentes aos absurdos do governo por... não gostar de se manifestar sobre essas coisas de política; covardia que permitiu aos cretinos e canalhas ditarem o caminho que o Brasil seguiria.

Aqui estamos, assistindo uma ex-guerrilheira comunista sendo reeleita Presidente da República, ovacionada por uma militância que prefere ostentar bandeiras do PT em vez de bandeiras do Brasil.

Aécio Neves e seus eleitores foram bravos, porém, tardios. Levantaram-se apenas quando o PT já estava com a maior parte da máquina estatal trabalhando para si. Depois de tantos anos sendo complacentes com as boas intenções e com os métodos petistas, agora sentem o amarguíssimo gosto de se verem condenados a serem meros financiadores de um projeto ideológico.

Gabeira, Gullar e outros intelectuais demoraram demais para se posicionar contra os absurdos do PT.

Como símbolo da covardia da metade não corrompida do Brasil, aponto Joaquim Barbosa. Mesmo sendo reconhecido pela população como um herói por seu posicionamento no processo do Mensalão, retirou-se covardemente de cena logo quando a sociedade mais precisava dele. Foi ameaçado e caluniado de todas as maneiras pelo PT, mesmo assim se manteve distante do processo eleitoral. Teriam bastado duas ou três manifestações públicas dele em apoio ao candidato do PSDB para Dilma perder muitos votos. Mas não... Joaquim Barbosa não quis se meter na política. Prezou sua imagem. Foi covarde.

Infelizmente, foram em vão os esforços e a coragem das poucas pessoas que nestes anos todos denunciaram os absurdos do PT.

A certeza que tenho é que a metade não corrompida da sociedade voltará à sua covarde e histórica reclusão enquanto o PT acelerará a concretização de seu projeto de poder; e ninguém poderá acusá-lo de ter nos enganado.
Todos os seus objetivos sempre foram muito claros. Suas ações, seus pronunciamentos, suas alianças... Nada foi escondido.
Dilma Rousseff deixou bem claro que não mudará a condução da economia, que não enxugará a máquina pública, que não tirará nenhum companheiro das estatais, que não deixará de financiar projetos em Cuba, Venezuela e outros países.

O Brasil vai quebrar, pois o PT precisa que quebre.
Quanto pior for a situação do país, Dilma terá mais justificativas para intervir na economia, na justiça, na imprensa e na liberdade das pessoas.

O PT quer tirar o poder político e econômico da classe média para torná-la dependente do Estado. Os ricos que não forem embora se aliarão ao partido.

Anotem:
1. Dilma forçará sua reforma política para transferir poder do Legislativo para o Executivo e para os movimentos sociais ligados ao PT;
2. Perseguirá, sem pudor, toda a Justiça e imprensa não alinhadas ao PT, anulando os processos que estão em curso, blindando Lula de toda e qualquer acusação;
3. Remodelará a constituição de modo que preserve o PT no poder;
4. Colocará sua militância na rua para intimidar qualquer manifestação da sociedade independente;
5. Efetivará as diretrizes do Foro de São Paulo, institucionalizando um bloco socialista de ajuda mútua entre Cuba, Venezuela, Bolívia, Argentina e outros países "socialistas".



Adorarei reconhecer, daqui uns anos, que minhas projeções estão erradas mas, hoje, não me é possível enxergar como processos distintos o que acontece aqui e o que aconteceu na Venezuela, aonde a maior parte das pessoas que agora vão às ruas protestar contra o governo foram às ruas apoiá-lo anos atrás.

Arrependeram-se tarde demais.
Arrependeram-se não como um delinquente depois da capotagem. Arrependeram-se como um carona que permitiu ser conduzido por um bêbado irresponsável. Agora, lá estão os venezuelanos, presos a uma maca e sobrevivendo de soro.

Logo, o Brasil será um "país de arrependidos."



Sobre o autor: João Cesar De Melo
Arquiteto, artista plástico e escritor. Escreveu o livro Natureza Capital.

Lembre-se sempre:
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

Sabado de Aleluia: ja que estamos malhando o Judas, melhor esclarecer... - Gonçalo Portocarrero de Almada

Quem estaria na posição de Judas, traidor, no atual cenário confuso do Brasil?
Renan Calheiros? Eduardo Cunha? O chefe da quadrilha? O poste que ele colocou para guardar lugar?
Ao fim e ao cabo, todos são Judas dos outros, reciprocamente, e sobretudo traidores das causas do povo brasileiro, que só gostaria de ter um país: ordeiro, com estabilidade, sem corrupção, com menos delinquância, com políticos decentes, com menos impostos, com mais serviços públicos decentes, sem toda essa roubalheira acintosa, com uma Justiça que funcione, enfim, com muitas coisas mais que merecemos como cidadãos honestos e pagadores de impostos.
Todos esses Judas mencionados têm dificultado a tarefa.
Seria o caso de dizer, como os argentinos: Que se vayan todos!
Talvez. Eis aí um bom cartaz para o dia 12 de Abril.
Paulo Roberto de Almeida

São Judas Iscariotes?
P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Sacerdote católico
 4/4/2015

Há quem pretenda a desculpabilização de Judas, que não teria sido o mau da fita, mas um instrumento da providência divina, o executante de uma inevitabilidade histórica

São Judas Tadeu, um dos doze apóstolos de Jesus, muito tem sofrido, desde há dois mil anos, à conta da homonomia com o infame Iscariotes, o Judas que traiu Jesus com um beijo. Com efeito, quem se atreve a rezar ao Tadeu se, afinal de contas, é um Judas?! Mais vale ir pelo seguro e recorrer a algum santo menos ambíguo e, se possível, de nome arrevesado – como Santa Agatónica, São Guilhebaldo ou São Zoilo – porque, sendo menos solicitados, é de supor que sejam mais solícitos do que os bem-aventurados de grande nomeada, sempre assoberbados por inúmeras petições.
Se é verdade que o Judas bom muito tem padecido por causa do Judas mau (aonde é que eu já ouvi isto do bom e do mau?!), também é certo que, de alguns anos a esta parte, têm-se feito grandes esforços para reabilitar o Iscariotes. Se não, vejamos.

Por um lado, ele era um dos doze apóstolos escolhidos por Cristo. Não sendo crível que o divino Mestre se enganasse na escolha, um tal chamamento parece garantir, a priori, o seu bom desempenho.

Jesus disse, pelo menos três vezes, que iria ser crucificado, depois de traído por um dos seus mais próximos discípulos. Se o Iscariotes foi o instrumento para a concretização desse plano divino, vendendo o seu Mestre por trinta dinheiros, poderá ser responsabilizado por isso?! Poder-se-á condenar alguém por ter realizado um desígnio providencial?!

Por último, os Evangelhos narram o suicídio do Iscariotes, que parece manifestar algum arrependimento pela sua colaboração na paixão e morte de Jesus. Portanto, não seria tão mau como o pintam …

Há até quem atribua a Judas uma boa intenção, se a sua ação tivesse sido apenas um meio para precipitar a manifestação gloriosa do Messias, que o Iscariotes e os outros apóstolos impacientemente esperavam e na qual Cristo não parecia muito interessado. Quem sabe se Jesus – pensaria ele – posto entre a espada e a parede, não apelaria aos seus poderes divinos, tantas vezes evidenciados nos seus milagres, e instauraria, por fim, o tão desejado reino messiânico?!

Resulta assim a desculpabilização de Judas Iscariotes que, afinal, não teria sido o mau da fita, mas apenas um instrumento da providência divina, o executante, entre outros, de uma inevitabilidade histórica. Alguém teria que fazer aquele papel e, por azar, foi a Judas que coube aquela tarefa ingrata, embora ele, por si próprio, não fosse pior do que os outros apóstolos, que a Igreja venera sobre os altares.

É verdade que a vocação do Iscariotes não foi menos sobrenatural do que a de qualquer outro dos doze, mas a sua infidelidade não decorreu de um erro de casting de quem o escolheu. Também é certo que ele colaborou na realização da profecia da paixão e morte de Jesus Cristo, mas a sua participação não foi inocente, mas consciente e voluntária. Mesmo que, depois de ter comprovado o terrível resultado da sua deslealdade, tenha posto termo à sua vida, nada permite crer que tal gesto tenha brotado de uma verdadeira contrição, como foram, pelo contrário, as lágrimas de Pedro, depois de consumada a sua tripla negação, mas de desesperação, que acrescenta uma nova culpa à culpa da traição.

Com Cristo foram crucificados dois ladrões: um mau e um bom (outra vez a mesma história!), a quem Jesus prometeu, naquele mesmo dia, a glória do céu. A salvação, in extremis, deste último, que a Igreja venera como santo, não converte em boas as suas anteriores ações, pelas quais o próprio se considerava merecedor da morte. Outra coisa seria cair no relativismo e afirmar que não há atos bons nem maus em si mesmos. É evidente que uma moral tão amoral seria arbitrária, porque poder-se-ia sempre invocar, para legitimar qualquer ação, boas intenções, contrárias à sua objetiva maldade. O mal, feito por bem, seria bom e, portanto, a moralidade da ação dependeria sobretudo do sujeito e das circunstâncias, em vez do seu próprio objeto.

Não é inocente a devoção a “São” Judas Iscariotes: a ética relativista tudo reduz à ambiguidade do propósito do sujeito e, neste sentido, até a traição de Judas se justificaria. Pelo contrário, a moral cristã está fundada na lei de Deus, que Cristo não veio abolir, nem alterar, mas dar pleno cumprimento, na expressão misericordiosa do mandamento novo do seu amor.

Jesus disse, de Judas Iscariotes, que mais lhe valia não ter nascido, o que parece indiciar a sua condenação. É possível, como possível teria sido a sua salvação, até ao último instante da sua vida, pela graça da paixão, morte e ressurreição de Cristo. E, já agora, de uma especial intervenção do seu homónimo Tadeu, que não em vão é o intercessor das causas impossíveis. Feliz Páscoa !

Em 2050, cristaos e muculmanos se equiparao, e estes crescerao mais - Ishan Tharoor (WP)

Chart: There will be almost as many Muslims as Christians in the world by 2050

The Wahington Post, blog World Views, April 2 , 2015
 
A new study released Thursday by the Pew Research Center projected the populations of the world's major religions over the next four decades. It reports, among many other findings, that Islam is the world's fastest growing religion and that the global population of Muslims will nearly match that of the world's Christians by 2050, as the chart below shows.
The project was a major undertaking for Pew and is one of the first such comprehensive demographic analyses of its kind. "We have spent years analyzing thousands of data sets, censuses and populations registers," says lead researcher Conrad Hackett. "It's been a tremendous amount of work."
"The projections are what will occur if the current data are accurate and the trends play out as expected," advises the report. Pew took into account a complex range of factors in making its model for projecting the world's religious populations. These include fertility rates, the size of youth populations, effects of migration and rates of "religious switching" — such as, for example, the tendency of some in various religious communities to eventually become, as the study puts it, "unaffiliated."
For the purposes of this study, Pew did not analyze differing depths of religiosity among certain populations, nor disparities between confessional sects within a particular religion. The broader picture it paints offers some interesting glimpses of a not-so-distant future.
According to the Pew report, growing "unaffiliated" populations in the West and parts of East Asia will be undercut by declining birthrates. "The ten countries with the largest 'unaffiliated' populations are shrinking," says Hackett.
As the chart above shows, Muslims are part of the only religious community that is projected to increase at a rate faster than the world population as a whole. After 2070, Pew predicts, there will likely be more self-identifying Muslims than Christians. India, while still a Muslim-minority country, will likely also be the world's largest Muslim nation by 2050.
Still, this hardly indicates some sort of global Muslim takeover, as many far-right Western nationalists fear. Even the most generous projection for 2050 in Europe, where a number of Islamophobic parties are in ascension, places the continent's Muslim population at just around 10 percent.
Pew's study also shows how the major cradle for world religions -- particularly its two biggest, Islam and Christianity -- will be in sub-Saharan Africa, where a population boom will make it the home of four out of every 10 Christians on the planet.
You can peruse the full report here.
Ishaan Tharoor writes about foreign affairs for The Washington Post. He previously was a senior editor at TIME, based first in Hong Kong and later in New York.

Otaviano Canuto, o mais prolifico dos meus amigos economistas

Tenho vários amigos economistas e dois deles se distinguem pela sua altíssima produtividade na análise dos mais diversos problemas.
O Fabio Giambiagi é especialista em contas públicas e finanças no Brasil.
O Otaviano Canuto em questões de economia internacional e inserção externa do Brasil.
Abaixo uma relação dos trabalhos mais recentes do Otaviano.
Paulo Roberto de Almeida

1. BRICS Apart as Oil Prices Plunge

 http://www.huffingtonpost.com/otaviano-canuto/brics-apart-as-oil-prices_b_6815590.html


2. Latin American Corporate Finance: Is There a Dark Corner?

http://www.huffingtonpost.com/otaviano-canuto/latin-american-corporate_b_6627016.html

 

3. Are Mega-Trade Agreements a Threat to Brazil?

http://www.huffingtonpost.com/otaviano-canuto/are-mega-trade-agreements_b_6763692.html

4. Fiscal Policy: Cycle and Space Matter

 http://www.huffingtonpost.com/otaviano-canuto/fiscal-policy-cycle-and-s_b_6528258.html


5. The Costs of Brazil’s Closed Economy

-          a. Financial Times (BeyondBRICS)

http://blogs.ft.com/beyond-brics/2015/01/14/guest-post-the-costs-of-brazils-closed-economy/

-          b. VoxEU

http://www.voxeu.org/article/brazil-s-closedness-trade

 

5. Navigating Brazil’s Path to Growth

http://cfi.co/finance/2015/01/otaviano-canuto-world-bank-group-navigating-brazils-path-to-growth/

 

Best regards

Petrolao Chegou ao seu termo logico: encostou num membro da quadrilha

Impossível não considerar como membros solidários de uma mesma QUADRILHA todos os que participaram desta operação denunciada por um funcionário anônimo da Petrobras. Ele tem todo direito de permanecer anônimo, pois a quadrilha jâ demonstrou que continya ativa...
Paulo Roberto de Almeida

URGENTE: Pela primeira vez surge documento com assinatura de Dilma Rousseff e Renato Duque

Deu na Revista Istoé:

Documentos e testemunha mostram que a presidente Dilma avalizou o contrato de montagem do Estaleiro Rio Grande, envolvido desde a sua origem em esquemas fraudulentos e por onde escoaram mais de R$ 100 milhões em propinas para os cofres do PT e aliados

A Operação Lava Jato já concluiu que, a partir de 2010, pelo Estaleiro Rio Grande, escoaram propinas de cerca de R$ 100 milhões para os cofres do PT e aliados. A constatação foi extraída a partir de delações premiadas, dentre elas a do ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, e de Gerson Almada, vice-presidente da Engevix. A partir das próximas semanas, o Ministério Público terá acesso a um outro capítulo sobre as falcatruas que envolvem o estaleiro e, pela primeira vez, um documento com a assinatura da presidente Dilma Rousseff será apresentado aos procuradores que investigam o Petrolão. Trata-se do contrato que deu início a implementação do Estaleiro Rio Grande, em 2006. Dilma, na época ministra da Casa Civil, assina como testemunha. Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras e hoje na cadeia, assina como interveniente, uma espécie de avalista do negócio.

mi_5467344432222412O documento será entregue aos procuradores por um ex-funcionário da Petrobras que resolveu colaborar com as investigações, desde que sua identidade seja preservada. Ele atua há 30 anos no setor de petróleo e durante 20 anos trabalhou na Petrobras. Além do contrato, essa nova testemunha vai revelar aos procuradores que desde a sua implementação o Estaleiro vem sendo usado para desviar recursos púbicos e favorecer empresas privadas a pedido do PT. Na semana passada, a testemunha antecipou à ISTOÉ tudo o que pretende contar ao Ministério Público. Disse que o contrato para a implementação do Estaleiro é fruto de uma “licitação fraudulenta, direcionada a pedido da cúpula do PT para favorecer a WTorre Engenharia”. Afirmou que, depois de assinado o contrato, servidores da Petrobras “foram pressionados a aprovar uma sucessão de aditivos irregulares e a endossarem prestações de contas sem nenhuma comprovação ou visivelmente superfaturadas”. Um mecanismo que teria lesado a estatal em mais de R$ 500 milhões.

Integra da matéria aqui.

Taxando fortunas, sem grande sucesso - Celso Ming

Um imposto ineficiente e apenas vingativo.
Paulo Roberto de Almeida

Taxação de fortunas

Celso Ming
O Estado de S. Paulo, 02 abril 2015 | 21:00

A principal razão pela qual o Imposto Sobre Grandes Fortunas deixou de existir em muitos países foi a de que não vale a pena mantê-lo nem como instrumento de arrecadação nem como de distribuição de renda

Certos críticos da atual política de ajuste querem que o governo coloque em prática o Imposto sobre Grandes Fortunas, já previsto na Constituição, para que o custo da crise não se concentre sobre o trabalhador, mas atinja mais pesadamente os mais ricos.
Esta Coluna (dia 22 de março) já mostrou que esse imposto não funciona, por arrecadar menos do que custa a estrutura de governo necessária para cobrá-lo. Hoje, a Coluna trata do que aconteceu com ele onde foi instituído e de outras dificuldades para seu funcionamento.
Ele já foi extinto no Japão (1950); na Itália (1992); na Áustria (1994); na Alemanha, Irlanda e Dinamarca (1997); na Finlândia (2006); na Suécia (2007); e na Grécia (2009). A principal razão pela qual deixou de existir foi a de que não vale a pena mantê-lo nem como instrumento de arrecadação nem como de distribuição de renda.
Maciel. “Imposto ultrapassado”. (FOTO: VALTER CAMPANATO/ABR-23/05/2013)
Maciel. “Imposto ultrapassado”. (FOTO: VALTER CAMPANATO/ABR-23/05/2013)
A Suprema Corte da Alemanha, por exemplo, entendeu, ainda no fim da década de 90, que não tinha cabimento mantê-lo nem com uma alíquota baixa, nem com uma alíquota alta. Se continuasse baixa, o Tesouro alemão arrecadaria menos do que gastaria para sustentar o aparato necessário para sua cobrança. Se a alíquota passasse a ser alta, o imposto se transformaria em instrumento confiscatório.
Está em vigor na França, onde foi adotado na década de 80. Hoje leva o nome de Imposto de Solidariedade Sobre Fortunas (Impôt de Solidarité sur la Fortune). Está sujeito à taxação anual patrimônio a partir de 1,3 milhão de euros (R$ 4,7 milhões). A alíquota varia de 0,5% a 1,5% – esta última, para patrimônios acima de 10 milhões de euros.
Os especialistas são unânimes em avisar que esse imposto dificulta a avaliação da base tributária que necessariamente tem de ser o valor de mercado de cada bem.
Esta é a principal razão pela qual, na França, obras de arte, antiguidades e “bens de uso profissional” não entram no cálculo. As questões judiciais se multiplicam a todo momento. Quem trabalha em casa (no regime conhecido por home office), por exemplo, pode deduzir o valor do imóvel? Como classificar uma peça: como obra de arte ou como antiguidade? E, nesse caso, como avaliá-la de forma adequada? O produto arrecadado na França não passa de alguma coisa entre 1,0% e 1,5% do total da receita anual.
No Brasil, a discussão sobre a regulamentação do imposto vem e reflui, como as fases da lua. O ex-secretário da Receita Federal e consultor tributário Everardo Maciel (foto) não vacila quando consultado sobre o assunto: “Este é um imposto complexo, ineficiente e ultrapassado. Só está previsto na Constituição brasileira de 1988 pelas influências do clima socialista francês que prevaleciam então. De lá para cá, ninguém teve coragem de colocá-lo para funcionar. Ficou como penduricalho”.
Ao todo, são 12 as propostas de regulamentação que tramitam na Câmara dos Deputados. A mais antiga delas é o Projeto de Lei Complementar (PLP) 202/89, de autoria do ex-presidente e então senador Fernando Henrique Cardoso.
O valor da fortuna a ser taxado, assim como a alíquota do imposto, varia em cada proposta. Na apresentada por Fernando Henrique em 1989, por exemplo, patrimônios avaliados a partir de R$ 6,3 milhões seriam taxados em 0,3%. Mas há projetos que preveem taxação a partir de um patrimônio de R$ 2 milhões.
O pesquisador do Núcleo de Estudos Fiscais da Fundação Getúlio Vargas (NEF) e ex-consultor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Isaias Coelho aponta outra distorção: a dupla taxação. Como o capital financeiro tem muita facilidade de fugir do país em que fosse cobrado, esse imposto tenderia a recair mais sobre bens cuja propriedade já é taxada por outros impostos, como veículos (IPVA), imóveis urbanos (IPTU) ou imóveis rurais (ITR). E, no entanto, imóveis podem aumentar de valor sem que tenha proporcionado renda a seu proprietário.
Não se pode confundir, no entanto, Imposto sobre Grandes Fortunas com o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que é cobrado apenas uma vez, ou quando há a doação ou quando morre o proprietário da fortuna./COLABOROU LAURA MAIA

Petismo aloprado: o Brasil nao precisava passar por isso - Percival Puggina

Além de terríveis equívocos de política econômica, o que eu chamo de crimes econômicos do lulo-petismo, tivemos ainda de suportar a deterioração das instituições (até a mais alta corte do país), e a completa erosão moral da política e dos costumes, com crimes comuns e corrupção violenta em todas as esferas. Bandidos.
Paulo Roberto de Almeida

OS INDIGNADOS E OS QUE AINDA NÃO ENTENDERAM

por Percival Puggina. Artigo publicado em 

O Brasil vai como quem resvala rampa abaixo sobre um skate. É a crise. Em relação a ela, existem duas atitudes principais. A primeira, amplamente majoritária, é a atitude dos que entenderam o que aconteceu e estão indignados. A segunda é a dos que ainda não entenderam.

 Estou entre os primeiros. E realmente indignado porque não precisávamos estar passando por isso. Nosso país viveu um momento promissor nos primeiros anos da década passada. Após enorme esforço fiscal, o Brasil derrubara a inflação, havia recuperado a credibilidade internacional, passara a atrair investimentos, construíra alguns fundamentos para a Economia, a arrecadação crescera e o governo ampliara a destinação de recursos para uma série de programas sociais. As condições para tanto foram obtidas a duras penas desde o governo Itamar Franco, com medidas de austeridade e privatizações que o PT combateu furiosamente. Seriam necessárias muitas outras providências, é verdade, mas nunca houve (e não sei se um dia haverá) apoio político, no Brasil, para fazer todo o dever de casa.

 Mas íamos bem. Tanto assim que Lula e seus companheiros se convenceram de que governar o Brasil era uma barbada. A China vendia tudo barato e comprava montanhas de qualquer coisa. Jorrava dinheiro nas contas públicas. Obama dizia que Lula era "o cara" e o cara era o pai dos pobres, aqui e mundo afora. O Brasil virou um programa de auditório onde se atirava dinheiro ao público. Havia bastante. Dava para comprar todos que quisessem se vender. Uma parte da grana ia para os programas sociais e outra, muito maior, para os programas socialites, via contratantes de obras e serviços, e financiamentos do BNDES.

De formiga da revolução social, o petismo passou a cigarra das prodigalidades. Em vez de investir na qualidade da educação das classes de menor renda, preferiu remunerar a ociosidade. Em vez de estimular o mérito, favoreceu a mediocridade com leis de cotas. Em vez de gastar recursos públicos em infraestrutura, "conquistou" em dois lances, a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Em vez de diminuir o tamanho o Estado, agigantou-o com novos ministérios para usufruto da base de apoio. Para que o PT se exibisse como partido líder da esquerda continental, financiou de um modo escandalosamente secreto obras de infraestrutura que fariam muito bem, se feitas no Brasil. Bilhões de reais foram direcionados para os países do Eixo do Mal Latino-Americano (na expressão perfeita do Dr. Heitor de Paola).

A crise da economia mundial  ganhou o apelido de "marolinha". E como tal, foi solenemente ignorada pela imprudência ufanista do presidente. Ele dava conselhos ao mundo sobre como acabar com a pobreza... A partir da metade do segundo mandato do estadista de Garanhuns, nos monitores dos analistas da realidade brasileira, as luzes amarelas se alternavam com as vermelhas. Mas nada importava. Era preciso eleger a senhora mãe do PAC, notória economista que pensou haver descoberto o segredo do bem estar geral: endividar a sociedade toda através do governo para manter as aparências e, adicionalmente, ampliar o endividamento das famílias. Se você examinar de perto, verá que não há muito espaço para geração de riqueza, poupança interna e investimento nessa inadequada concepção. Embora não conviesse ao Brasil reeleger Dilma, Dilma precisava ser reeleita. Paguemos todos, então, os custos das ilusões necessárias para produzir o absurdo e suspeitíssimo resultado eleitoral de 2014.

A notória falsificação, que já leva oito anos, enganou muitos, durante muito tempo. Não só no Brasil, diga-se de passagem. Agora veio a conta e levaremos alguns anos pagando. Quem sofrerá mais? Os pobres, justamente os mais vulneráveis e, por isso, os mais iludidos pela publicidade do governo. Mas não precisávamos passar por isso.

______________
* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.