O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Meus livros podem ser vistos nas páginas da Amazon. Outras opiniões rápidas podem ser encontradas no Facebook ou no Threads. Grande parte de meus ensaios e artigos, inclusive livros inteiros, estão disponíveis em Academia.edu: https://unb.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida

Site pessoal: www.pralmeida.net.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

New Security Pact in Alatin America - IDB sponsored

LATIN AMERICA BRIEF
A one-stop weekly digest of politics, economics, technology, and culture in Latin America. Delivered Friday.

Ecuador Goes All-In on New Security Pact

The country has raised its hand to help found a regional alliance backed by the Inter-American Development Bank.

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Catherine Osborn
By , the writer of Foreign Policy’s weekly Latin America Brief.
Foreign Policy Latin America Brief, sept 23, 2024

Ecuador, IDB Launch New Security Pact

Ecuador, which is grappling with homicide rates that last year ranked among the highest in the world, might not seem like a natural place to found a new regional security alliance. But it is precisely because of the country’s plight that it raised its hand to do so when officials from the Inter-American Development Bank (IDB) recently floated the idea.

In March, the bank upped its focus on security-related projects in part due to its own calculations on the economic toll of insecurity, which costs Latin American and Caribbean countries 3.5 percent of their annual GDP. Of the world’s 50 “most homicidal” cities last year, 40 were in the region, according to Instituto Igarapé.

Envoys from at least 14 countries held a meeting about the prospective new IDB-backed alliance in August in the Ecuadorian city of Guayaquil. Representatives of security ministries, justice ministries, police departments, prosecutorial units, and financial crime watchdogs attended. It was unusual to convene so many different actors in the same forum, the IDB’s Nathalie Alvarado told Foreign Policy.

After two days of deliberation, 12 countries from across Latin America expressed interest in joining a new security alliance, with the IDB serving as its technical secretariat. The group aims to have an official launch in Barbados in early December. They know that “we have a problem, and we need to address it as a region,” Alvarado said.

In a region rife with militarized approaches to security policy, the Guayaquil event staked out a new path. Speakers instead talked about the importance of data sharing, tracking crime groups’ financial assets, and giving poor young people alternative employment opportunities.

Some of the actors in attendance already coordinate via the Financial Action Task Force of Latin America, an anti-money-laundering group. Alvarado said that the IDB supports moving “from reactive and repressive policies, which is the norm, to policies that are much more proactive and preventive.”

The IDB’s philosophy may already be affecting security strategy in host nation Ecuador. The country started the year by declaring a war on drug gangs and issuing several “state of emergency” declarations, moves that sparked concerns that innocent citizens could be jailed or caught in the crossfire.

Now, the IDB and Ecuador are in the process of finalizing a $150 million loan for a violence prevention program that will include social service centers in at-risk areas as well as anti-money laundering, data analysis, and investigative training for law enforcement. States of emergency are still ongoing in some Ecuadorian provinces.

A previous attempt at a regional security alliance came as part of the now-defunct Union of South American Nations (UNASUR). The bloc—which at its peak in the early 2010s counted 12 member states—created a South American Defense Council to develop a security strategy that in particular was independent from the priorities of the United States, political scientist and former Brazilian diplomat Felipe Krause said.

Much U.S. security cooperation in the region at the time fell under the banner of the war on drugs. When UNASUR approached security policy, “at first it was ‘defense’ … in the sense of national defense,” Krause said, “but quickly it became clear that one of the region’s main problems, which I’d say that today is the main problem, is this issue of public security which is very different from national security in the traditional sense.”

Despite that acknowledgement, action was hampered by disagreements among countries, lack of political interest, and insufficient funding, Krause said. Eventually, UNASUR and its security alliance foundered. Security coordination in Latin America in the years since has generally been limited to bilateral or minilateral initiatives. That’s one reason the new IDB project is so unique.


Dia da infâmia vira Dia do Patriota na cidade de Porto Alegre - Paulo Roberto de Almeida

 Ex-ante, ex-post: era tão idiota, que resolveram cancelar.

Mas eu não cancelo o que escrevi abaixo.

A Câmara Municipal de Porto Alegre acaba de aprovar durante a sessão plenária desta segunda-feira (28/08), a revogação da lei que instituiu o Dia do Patriota na… Fonte: Câmara Municipal de Porto Alegre https://search.app/WqbD8nkhe9nsv75s5


Dia da infâmia vira Dia do Patriota na cidade de Porto Alegre

Vereadores de Porto Alegre oficializam o dia 8 de Janeiro - que foi um dia da infâmia - em Dia do Patriota, na indiferença do prefeito, que é candidato à reeleição. Outras câmaras dominadas pela extrema-direita no Brasil afora vão querer replicar.

“Patriotas” que destruiram as sedes dos três poderes em Brasília e que queriam provocar uma comoção nacional em prol de um golpe de Estado autocrático no Brasil.

Só não deu certo pela pusilanimidade e covardia do suposto beneficiário - que preferiu se escafeder previamente do país - e pela passividade das FFAA, já beneficiadas por inúmeros ganhos corporativos, e que escolheram ficar no doce conforto de seus generosos soldos e pensões a ter de administrar uma nova ditadura, que só serviu para diminuir o seu prestígio junto à sociedade (além de deixar um rastro de inflação, dívida excessiva e algumas centenas de mortos pelo aparato repressivo do regima militar.

Os “patriotas” são os saudosistas da ditadura militar de 1964-1985, e outros espíritos deliberadamente fascistas.

Paulo Roberto Almeida 

China: meritocracia, inovação e desenvolvimento nos sucessivos sistemas imperiais - China Talk

 Conclusion:

For those concerned with economic growth, development, technology, and science, China should celebrate diversity rather than suppress it. The evidence from China’s own history supports this conclusion.

EUA: Imigrantes são uma fonte de riqueza essencial no presente e no futuro - Oliver Stuenkel (O Estado de S. Paulo)

Imigração é garantia de que os EUA não entrarão em declínio

Oliver Stuenkel

O Estado de S. Paulo, 23/09/2024

https://www.estadao.com.br/internacional/oliver-stuenkel/imigracao-e-garantia-de-que-eua-nao-entrarao-em-declinio/


Disfunção política, polarização destrutiva, epidemia de opioides, dívida pública crescente, expectativa de vida masculina em declínio e risco crescente de violência política – a lista de problemas enfrentados atualmente pelos Estados Unidos é longa e preocupante. Diante de tantas dificuldades, seria de se esperar que a maior potência econômica e militar do planeta estivesse em processo irreversível de declínio.

Porém, comparados com a maioria das outras economias desenvolvidas, os EUA estão em uma situação surpreendentemente invejável: diferentemente da Alemanha e de outras economias europeias, onde as principais empresas como Volkswagen não souberam se modernizar, os EUA lideram em áreas que devem dominar a economia do século 21, como a inteligência artificial. Igualmente em contraste com várias das maiores economias do planeta – como o Japão, a China e de novo a Alemanha, que enfrentam crises demográficas – a média etária nos EUA é relativamente baixa e estável. Enquanto expressiva parte da Europa enfrenta estagnação econômica, a economia americana vai bem: atualmente os EUA são responsáveis por 26,3% da economia global, a maior porcentagem em quase duas décadas e um aumento de 2,3 pontos porcentuais desde 2018. Se o Reino Unido fizesse parte dos EUA, seria um dos Estados com o menor PIB per capita do país, comparável ao Mississippi.

Há numerosos fatores que explicam a superioridade dos EUA em dinamismo e riqueza, desde maior produtividade per capita até a “sorte geológica” de não ter que importar energia, além de um ambiente regulatório e leis trabalhistas mais flexíveis.

No entanto, um fator merece destaque e deve se tornar uma vantagem competitiva cada vez mais relevante – e uma espécie de salva-vidas econômico. Trata-se da capacidade ímpar dos EUA de atrair e integrar imigrantes em grande escala. Tal afirmação pode parecer estranha diante da retórica pouco acolhedora da chapa presidencial do Partido Republicano, que tem chance considerável de comandar a nação a partir de 2025. É pouco provável, porém, que as promessas de deportação em massa de imigrantes sem documentação passem de uma tentativa de mobilizar a base trumpista. Afinal, a expulsão dos aproximadamente 11 milhões de imigrantes ilegais no país produziria uma catástrofe econômica e criaria uma enorme pressão inflacionária em função da falta de mão de obra.

Enquanto muitos americanos criticam, com razão, a forma como o atual governo lida com a crise migratória na fronteira com o México, quase dois terços da população veem a imigração como algo positivo, e os dados corroboram as vastas vantagens que a imigração produz para os EUA. Segundo previsões do Banco Central, a força de trabalho dos Estados Unidos crescerá por 5,2 milhões de pessoas na próxima década, principalmente por causa do aumento da imigração. Como resultado, o PIB será cerca de US$ 8,9 trilhões maior, e as receitas fiscais do governo federal serão US$ 1,2 trilhão maiores no período de 2024-34, levando a uma redução de US$ 900 bilhões do déficit.

Além disso, a imigração é o motor da inovação da economia americana: 45% das empresas da Fortune 500 foram fundadas por imigrantes ou seus filhos – entre eles, Google, AT&T, Budweiser, Colgate, eBay, General Electric, IBM e McDonalds, Apple, Disney, IBM, Boeing, 3M e Home Depot. Embora os estrangeiros representem apenas 13,6% da população dos EUA, 55% das startups americanas com valor de pelo menos US$1 bilhão tiveram pelo menos um fundador imigrante.

Independentemente de quem sucederá Joe Biden na Casa Branca, não há dúvida de que os EUA devem reformar seu sistema migratório e a gestão de suas fronteiras. Da mesma maneira, porém, o país continuará se beneficiando imensamente da chegada de milhões de migrantes em busca de oportunidades econômicas – que o ex-presidente George W. Bush chamou de “trunfo definidor dos EUA”. Vale lembrar as palavras do ex-presidente Ronald Reagan, do Partido Republicano, em 1989.

“Qualquer pessoa, de qualquer canto da Terra, pode vir morar nos EUA e se tornar um americano... Acredito que essa é uma das fontes mais importantes da grandeza dos Estados Unidos. (...) De maneira única entre as nações, atraímos nosso povo—nossa força—de todos os países e de todos os cantos do mundo. E, ao fazer isso, renovamos e enriquecemos continuamente nossa nação. Graças a cada nova onda de chegada a esta terra de oportunidades, somos uma nação eternamente jovem (...) Essa qualidade é vital para nosso futuro como nação. Se algum dia fechássemos a porta para novos americanos, nossa liderança no mundo logo seria perdida.”