O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quarta-feira, 11 de junho de 2008

888) Retrato de uma outra epoca: polemica na Anpuh

Parece que foi ontem, mas a distância é de quase um século, provavelmente.

Matéria do jornal O Estado de São Paulo sobre minha participacao numa mesa redonda da Anpuh, em outubro de 2003 (retirada do blog Acredite se quiser: link)

24.10.03
Polêmica e bate-boca: é o governo 'no divã'

"Um bate-boca entre o ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira e o sociólogo Octávio Ianni, num debate que por pouco não virou assembléia estudantil, foi, na quarta-feira à noite, o momento culminante do 27.º Encontro Anual da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs), em Caxambu (MG). Na platéia, Ianni acusou Bresser, que estava na mesa, de ter "colaborado com o maior desmonte da máquina pública deste País" quando foi ministro da Administração do governo Fernando Henrique. Bresser, irritado, lamentou, "a manifestação patética". Foi interrompido por Ianni: "Patético não é qualificativo científico. Fiz uma reflexão."

De científico, aliás, a sessão "Por onde tem ido e por onde irá o governo Lula?" teve muito pouco. Com quase mil pessoas no auditório, a mesa não conseguiu impedir que o encontro se transformasse num embate ideológico. O debate mostrou que a maioria petista dos estudantes, pesquisadores e professores da Anpocs já se sente desconfortável com o governo e até aceita reparos, mas resiste a assumir uma posição mais crítica. Junto com a platéia, o PT e o governo tiveram uma noite de divã.

Na primeira manifestação, o ex-ministro condenou a obediência do governo ao mercado e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e pediu mais coragem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disse que é preciso "completar a revolução nacional": "Meu medo é de que, talvez por desinformação, Lula não vá enfrentar essa questão."

As primeiras vaias foram foram discretas. O constrangimento aumentou quando o sociólogo e diplomata Paulo Roberto de Almeida analisou a "conversão do PT à social-democracia". Saudou a conversão, mas destacou que seria "inconfessada e envergonhada".

O economista Ricardo Carneiro, petista assumido, confrontou a exposição do diplomata, que fez uma lista das idéias vencedoras, derrotadas e ainda indefinidas. "Vencedor sob o ponto de vista de quem? Temos de começar nos colocando", disse. "O câmbio flutuante ganhou, mas a conseqüência da vitória foi uma perda de 30% nos salários, a maior na história do País."

O presidente da Anpocs, Luiz Werneck Vianna, encerrou lembrando que houve "lucidez" ao manter a política econômica. Mas advertiu que é preciso realizar mudanças logo. A sessão de divã promete continuar fora de Caxambu."
Do Estadão.
----------------
Como recomendou José Genoíno, presidente nacional do PT, aos petistas que não estão entendo o que o govenro está fazendo:
"- Leiam Lênin."

terça-feira, 10 de junho de 2008

887) Revista Interesse Nacional, sumario nr. 2

Revista Interesse Nacional
ano 1 • NÚMERO 2 • julho-setembro de 2008
www.interessenacional.com

Sumário
7 Apresentação

A R T I G O S

9 Recolocando a Defesa na Agenda Nacional: O Plano Estratégico de Defesa
Nelson Jobim
A elaboração do Plano Estratégico de Defesa, aqui avaliado, abre o diálogo entre as Forças Armadas e a sociedade em torno de três temas: a reorganização das Forças, o seu reaparelhamento e o serviço militar. Em todas essas áreas, o diálogo orienta-se pelo objetivo de preparar a defesa nacional para os desafios futuros do desenvolvimento do país.

17 Defesa Nacional: Parâmetros Internacionais e Problemas Internos
Mario Cesar Flores
Este artigo delineia idéias básicas sobre o cenário geoestratégico regional – prioritário – e a inserção do Brasil nele; no cenário global, o Brasil seria ator coadjuvante. Em complemento, aborda a questão da organização das Forças Armadas e do preparo militar do país. Discute ainda a apatia da sociedade frente aos temas da defesa nacional.

27 O Brasil Contra os Direitos Humanos
Demétrio Magnoli
A política internacional de direitos humanos conheceu um período de regressão, deflagrado pelo advento do governo Bush e pela “guerra ao terror”. O Brasil colaborou ativamente para essa regressão, silenciando diante das violações de direitos humanos ou mesmo protegendo e elogiando os piores violadores. O comportamento da política externa do governo Lula reflete uma concepção sobre o sistema internacional que colide com os valores e interesses nacionais.

36 Direitos Humanos: O Debate Internacional e o Brasil
Sergio Abreu e Lima Florêncio
Finda a Guerra Fria, criaram-se altas expectativas quanto à vigência abrangente dos direitos humanos no sistema da ONU . Uma ilusão: as condenações mostraram-se politicamente direcionadas. O novo Conselho de Direitos Humanos é uma tentativa de superar o problema, para a qual o Brasil contribuiu, evitando polarizações e articulando consensos, como é de nossa tradição, às vezes incompreendida, na área internacionial dos direitos humanos. Internamente, temos feitos progressos e sido transparentes no reconhecimento dos problemas.

46 Mitigação da Mudança Climática e Oportunidades para o Brasil
Eduardo Viola
Mais do que para qualquer outro país, o interesse nacional do Brasil coincide com o interesse global de mitigação da mudança climática. O país tem tudo para ser mais desenvolvido e mais eqüitativo numa economia de baixo carbono. Não se justifica, a não ser por ranço ideológico, manter-se na posição defensiva de co-líder de uma coalizão de países emergentes com matriz energética suja.

58 Dez Anos de Reforma da Indústria de Petróleo: Lições e Novos Desafios
David Zilberstejn e Helder Queiroz Pinto Jr.
Em uma década de regulação econômica no setor de petróleo e gás, os resultados foram muito positivos, com investimentos novos que permitiram alavancar os investimentos e possibilitaram a exploração de novas fronteiras petrolíferas. As recentes descobertas de petróleo e gás em águas ultraprofundas representam uma grande oportunidade para o Brasil. O artigo discute como aproveitá-la, aperfeiçoando o marco regulatório existente.

67 A Inovação no Centro da Agenda
Glauco Arbix
Inovação é chave para o desenvolvimento em todos os países do mundo. Para o Brasil, inovação é essencial tanto para acelerar quanto para sustentar o crescimento econômico. Não há como preparar o país para o futuro sem tornar mais inovadores nossa economia, nossas empresas, nossas universidades e nosso Estado. Não é luxo de país rico, mas necessidade de quem enfrenta a competição de gigantes como a China e a Índia.

76 Sobre o Conceito de Interesse Nacional
Renato Janine Ribeiro
Ninguém pensa o interesse nacional se não for para defendê-lo e promovê-lo. “Nacional”, porém, não deve se referir a nação, mas a “Estado independente”, que pretende ser sujeito de sua ação. “Interesse”, por sua vez, é termo que, por sua própria origem e significado na reflexão política, pode levar à idéia de “um só interesse”. O que importa, numa democracia, é tomar o “interesse do Estado independente” como ponto de convergência, racionalmente sugerido, para que valores diferentes floresçam.

domingo, 8 de junho de 2008

886) Liga das Democracia: uma ideia maluca, Moises Naim

Liga de Naciones Democraticas: Buen nombre, mala idea
Moises Naim
El País, Domingo, 1 Junio, 2008

¿Estaría usted de acuerdo con que se formara una alianza mundial de naciones democráticas? Al club sólo serían admitidos países democráticos que se comprometieran a no usar la fuerza para dirimir conflictos entre sí. Además, esta alianza de democracias también podría actuar en concierto para influir sobre países que no son miembros del club, para que abandonen prácticas peligrosas o aborrecibles. Parar la construcción de bombas atómicas en Irán, el genocidio en Darfur (Sudán) o la represión en Myanmar son ejemplos del tipo de objetivos que podría perseguir este grupo. También podría coordinarse para actuar contra el cambio climático o el terrorismo. ¿Suena bien, verdad? Lástima que sea una mala idea.

La primera dificultad es decidir qué países pueden entrar en el club de las democracias

Esta idea no sólo tiene un buen nombre -oponerse a una alianza de democracias produce la misma sensación que estar en contra de una asociación de madres- sino que también tiene importantes padrinos. El más antiguo es Emmanuel Kant, quien en 1795 propuso que para alcanzar lo que llamó "paz perpetua" era necesario un acuerdo entre "republicas" (en esa época la democracia no estaba muy de moda).

El más reciente de los promotores de esto es John McCain, el candidato republicano a la presidencia de Estados Unidos: "Necesitamos un nuevo acuerdo global, una liga de democracias, que pueda movilizar el gran poder de las más de 100 naciones democráticas del mundo con el fin de promover nuestros valores y defender nuestros intereses comunes". Importantes figuras del Partido Demócrata también apoyan la idea. Asesores de Barack Obama la han propuesto y a Madeleine Albright, importante asesora de Hillary Clinton, también le gusta la idea. Tanto que en 1999, como secretaria de Estado, anunció que su prioridad era crear una comunidad global de democracias. Y lo hizo. En 2000 presidió en Varsovia una reunión de 106 países que oficializó la creación de la Comunidad de Democracias. Un primer indicio de que la idea es algo problemática es que ocho años después, el mundo aún no parece haberse enterado de que el club de democracias ya existe.

La Comunidad de Democracias obviamente ha sido más efectiva como foro de discusión que como agente de influencia. Y es que no debe ser fácil poner de acuerdo a los 106 países que integran esta organización. Más aun cuando la comunidad incluye democracias tan ejemplares como las de Egipto, Rusia o Yemen. También hay que reconocer que en los últimos ocho años Estados Unidos no ha tenido un Gobierno particularmente interesado en coordinar sus decisiones (guerra de Irak) en al ámbito internacional con otros países.

Es en parte como reacción al unilateralismo del Gobierno de George W. Bush, que en ciertos círculos tanto conservadores como liberales de Estados Unidos ha renacido el entusiasmo para crear (o re-crear) una liga de naciones democráticas. Quienes no están tan entusiasmados con la idea son las otras grandes democracias del mundo. Ni India, ni Brasil ni Suráfrica, por ejemplo, han mostrado gran interés por el tema. Como escribe el ex diplomático inglés, David Hannay: "¿Se le ha ocurrido a alguno de los promotores de la liga de democracias preguntar a los indios o a los brasileños que piensan de la idea? La repuesta que obtendrían estaría entre la cautela y el rechazo".

Hay muchas razones para no entusiasmarse con la idea. La primera es la dificultad de decidir qué países pueden ser miembros del club. ¿Es Rusia una democracia? ¿Y quién lo decide? Otro problema que tendría un grupo como este es la presunción de que el sistema político de una nación define su política exterior. Esta es la teoría de la paz democrática, según la cual las democracias no inician guerras. Pregúntenle a George Bush.

Otra débil premisa es que los países democráticos tienen más intereses en común con otras democracias que con dictaduras. Esto no es así. La China no democrática comparte muchos intereses con las grandes democracias del mundo y sabemos que ningún gran problema global puede ser eficazmente enfrentado sin la activa participación de China.

¿Pueden las tensiones con el mundo islámico ser aliviadas sin la intensa concertación con países árabes no democráticos? ¿Puede la crisis energética ser frenada sin la colaboración de las monarquías y las dictaduras que más petróleo tienen? Claro que no.

Una liga de democracias que logre coordinar sus actuaciones puede además tener efectos contraproducentes. Como por ejemplo, forzar al creciente número de países no democráticos, o con democracias que son sólo aparentes, a trabajar en bloque para contrarrestar las iniciativas del club de democracias. En fin, no es una buena idea

Qué lastima que un nombre tan bueno como el de alianza de democracias tenga implicaciones tan defectuosas.

Source/Fuente: http://www.elpais.com

885) Rubens Ricupero: A falacia do preco dos alimentos

Primeiro transcrevo um artigo, depois comento mais abaixo:

A falácia do preço dos alimentos
Rubens Ricupero
Folha de S.Paulo, 8.06.2008

É FALSO ou exagerado boa parte do que se alardeia sobre a alta do preço dos alimentos. Nos últimos dez meses, é fato que os preços subiram em termos nominais. Contudo, quando se comparam esses preços com a média histórica e se corrige o efeito da inflação, a realidade é bem diferente.
Levando em conta o colapso no preço das commodities nos anos 1980 e 1990, José Antonio Ocampo, ex-subsecretário econômico da ONU, hoje na Universidade de Columbia, e Maria Ângela Parra publicaram artigo provando que a explosão é de preços minerais, e não agrícolas.
Tomaram como base o período 1945-1980, fase de 35 anos de preços até um pouco abaixo da tendência histórica. Aplicaram depois, como deflator, o índice da ONU/Banco Mundial conhecido como Unidade de Valor de Manufaturas.
Resultado: os números mostram explosão nos preços do petróleo e dos metais, sobretudo do cobre. Todos mais que dobraram, em termos reais, em relação à média de referência. O único ano em que os metais estiveram tão caros foi 1916, no meio da Primeira Guerra.
Já os preços agrícolas apenas se recuperam do abismo em que se tinham precipitado nos anos 80, sem que ninguém vertesse lágrimas pelas perdas dos agricultores. A maioria dos produtos tropicais na verdade ainda se encontra longe de haver recomposto as perdas.
Só existe um alimento de primeira necessidade com preço superior à média do pós-guerra. É o trigo, com índice de 189,7 (o índice 100 corresponde à fase 1945-1980). Os três outros produtos agrícolas acima de 100 são o óleo de palma (260,1), a banana (185) e a borracha (162,8). O Brasil não é grande exportador de nenhum: na banana, ocupamos posição marginal, e na borracha mal atingimos um terço das nossas necessidades. Uma segunda categoria é a dos alimentos que quase recuperaram o nível da média passada: o milho (95,7) e o arroz (78).
Na pior classe, a dos preços ainda deprimidos, encontramos o cacau (60,9), o chá (58,7), o café (58), o algodão (43,5) e o açúcar (41). O fato de que o açúcar nem conseguiu chegar à metade de sua cotação histórica média põe por terra o argumento de pressão direta do álcool de cana sobre o preço de alimentos.
Chega-se ao mesmo resultado pela evolução dos termos de intercâmbio, isto é, a relação entre preços de exportações e de importações. O último relatório da Cepal sobre a economia da América Latina, divulgado em dezembro de 2007, revela que os únicos países cujos termos de intercâmbio no ano passado melhoraram em 90%-100% acima dos de 2003 foram o Chile, exportador de cobre, e a Venezuela, de petróleo.
As outras melhoras significativas foram todas de exportadores de minérios: Bolívia e Peru (40%-60%); Colômbia e Equador (acima de 25%). Os dois maiores exportadores agrícolas, Argentina e Brasil, tiveram melhora de 10% ou menos.
Não é por acaso que Ocampo tenha sido diretor da Cepal e herdeiro do conselho de Raúl Prebisch: temos de olhar para os relatórios econômicos produzidos nos países ricos com espírito crítico e a partir da nossa realidade. Quem come da mão de americanos e europeus vê o que eles querem que vejamos.
A realidade é outra: os preços agrícolas e a renda rural ainda não se recuperaram plenamente da longa fase de colapso, os produtos tropicais continuam deprimidos e a real explosão é a do petróleo e dos metais.

RUBENS RICUPERO , 71, diretor da Faculdade de Economia da Faap e do Instituto Fernand Braudel de São Paulo, foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e ministro da Fazenda (governo Itamar Franco). Escreve quinzenalmente, aos domingos, nesta coluna.

==============

Agora comento segundo meu conhecimento econômico e histórico:

É verdade o que diz o Embaixador Ricupero. Porem, essas comparacoes de niveis de precos sempre são problematicas, para dizer o mínimo. Os únicos precos que baixam CONTINUAMENTE, matematicamente, são os de manufaturados de massa, que se tornam cada vez mais baratos e acessiveis.
Quanto às materiais primas, tudo depende, obviamente, das condicoes de oferta e da procura e, em termos historicos, de qual seria a base da serie estatistica para estimar perdas e ganhos e relacoes de troca. Dependendo de onde se coloca o indice 100, voce pode ter um ganho ou uma perda, em funcao dos valores computados ALEATORIAMENTE.
Na longa serie, porem, pode-se dizer que efetivamente que os Minerais, por serem finitos, tendem a ter seu preço aumentado, dependendo da procura. O guano, por exemplo, era extremamente valorizado como adubo natural, ate ser desbancado pela amonia de petroleo no seculo XIX. Dai nao serviu para mais nada.
O cobre pode, teoricamente, ser desbancado por novos materiais condutores de melhor desempenho ou mais baratos.
Quanto aos agricolas, seus precos deveriam se reduzir, NATURALMENTE, em funcao dos ganhos de produtividade e do descarte completo dos fantasmas malthusianos.
Portanto, falar em recuperacao dos precos das commodities agricolas pode ser enganoso: elas deveria, teoricamente, ter o seu preco reduzido, a medida em que mais ofertantes entram no mercado. A Cepal, prebischiana, achava que os precos das commodities sempre iria cair, com a deterioracao inevitavel das relacoes de troca. Não é verdade. As commodities podem sim aumentar de preco: basta faltar oferta, o que depende, basicamente da producao de bens agricolas pelos produtores primarios, segundo os velhos principios ricardianos conhecidos.
Se nao se produz mais alimentos, é por politicas erradas, nao por ausencia de condicoes naturais. Nada disso ocorre com os minerais: ou voce tem ou nao tem. As simple as that...
-------------
Paulo Roberto de Almeida

884) Um tipo diferente de consenso: Copenhagen

REVIEW & OUTLOOK
A Different Consensus
The Wall Street Journal, June 7, 2008; Page A10

Even as the U.S. Senate debates a vast new tax and spend regime in the name of fighting climate change, a more instructive argument was taking place in Copenhagen, Denmark. Some of the world's leading economists met last week to decide how to do the most good in a world of finite resources.

Scarcity is a core economic concept, though politicians and even many economists prefer to ignore it. There isn't an unlimited amount of money to be spent on every problem, so choices have to be made. The question addressed by the Copenhagen Consensus Center is what investments would do the most good for the most people. The center's blue-ribbon panel of economists, including five Nobel laureates, weighed more than 40 proposals to improve the world by spending a total of $75 billion over the next four years.

What would do the most good most economically? Supplements of vitamin A and zinc for malnourished children.

Number two? A successful outcome to the Doha Round of global free-trade talks. (Someone please tell Barack Obama.)
[A Different Consensus]

Global warming mitigation? It ranked 30th, or last, right behind global warming mitigation research and development. (Someone please tell John McCain.) The nearby table lists other rankings.

"It's true that trade doesn't immediately save lives," explains Bjorn Lomborg, the political scientist who heads the Copenhagen Consensus Center. "But it's proven that when people have more money" – as tends to be the case when trade barriers fall – "they improve their health, their education and so on." The resulting prosperity reduces such problems as malnutrition and disease, while improving education. All three of those ranked high on the priority list.

The benefits of freer trade were estimated in a paper presented by Professors Kym Anderson and Alan Winters. They found that a successful Doha Round could generate up to $113 trillion in new wealth during the 21st century, at a cost of $420 billion or less from inefficient industries going bust. If you like ratios, that's a return of $269 for every $1 of cost. A less conservative projection puts the gains three times higher. More than 80% of this global windfall would go to the world's poorest countries.

Meanwhile, providing vitamin A and zinc would help some 112 million children in sub-Saharan Africa and South Asia for merely $60 million a year. The minerals would help prevent blindness and stunted growth – increasing lifetime productivity by an estimated $1 billion. Similar if not quite so bountiful returns apply to investments in iron supplements, salt iodization and deworming, all low-cost measures that the economists in Copenhagen ranked highly. A private charity would be smart to seize on these opportunities, the way that Rotary International led the fight to all but eradicate polio in the 20th century.

No doubt there is room to debate these priorities, and that was the point of the Copenhagen sessions. But it's also instructive that the rich world's political cause du jour, global warming, fell well down the list. Research into low-carbon energy technologies, at No. 14, was the only climate-related proposal to reach even the middle of the priority list.

As Mr. Lomborg recently explained, the costs of mitigating climate change would be enormous for what are highly speculative benefits. He prefers research on new technologies, rather than a global cap-and-trade regime that would raise energy prices and thus reduce overall economic growth. Meanwhile, societies that are wealthier due to free trade will be better able to cope with the consequences of warming, if it occurs.

The Doha trade round has fallen out of the news, largely because there is so little political will to compromise and get a deal. As the Copenhagen Consensus shows, this is a global tragedy that will do far more harm to more people than a modest increase in global temperature.

==========

OPINION

How to Think About the World's Problems
By BJORN LOMBORG
The Wall Street Journal, May 22, 2008; Page A15

The pain caused by the global food crisis has led many people to belatedly realize that we have prioritized growing crops to feed cars instead of people. That is only a small part of the real problem.

This crisis demonstrates what happens when we focus doggedly on one specific – and inefficient – solution to one particular global challenge. A reduction in carbon emissions has become an end in itself. The fortune spent on this exercise could achieve an astounding amount of good in areas that we hear a lot less about.

Research for the Copenhagen Consensus, in which Nobel laureate economists analyze new research about the costs and benefits of different solutions to world problems, shows that just $60 million spent on providing Vitamin A capsules and therapeutic Zinc supplements for under-2-year-olds would reach 80% of the infants in Sub-Saharan Africa and South Asia, with annual economic benefits (from lower mortality and improved health) of more than $1 billion. That means doing $17 worth of good for each dollar spent. Spending $1 billion on tuberculosis would avert an astonishing one million deaths, with annual benefits adding up to $30 billion. This gives $30 back on the dollar.

Heart disease represents more than a quarter of the death toll in poor countries. Developed nations treat acute heart attacks with inexpensive drugs. Spending $200 million getting these cheap drugs to poor countries would avert 300,000 deaths in a year.

A dollar spent on heart disease in a developing nation will achieve $25 worth of good. Contrast that to Operation Enduring Freedom, which Copenhagen Consensus research found in the two years after 2001 returned 9 cents for each dollar spent. Or with the 90 cents Copenhagen Consensus research shows is returned for every $1 spent on carbon mitigation policies.

Focusing first on costs and benefits means that we can reconsider the merits of policies that have gone out of fashion.

The unpopular war in Iraq has undermined rich nations' belief in the success of military intervention as a way of reducing conflict. But Copenhagen Consensus research reveals that a peacekeeping force is even more effective than aid in reducing the likelihood that a conflict-prone nation will relapse into violence.

Four new civil wars are expected to break out in the next decade in low-income nations. Compared with no deployment, spending $850 million on a peacekeeping initiative reduces the 10-year risk of conflict re-emerging to 7% from around 38%, according to Copenhagen Consensus research by Oxford University's Paul Collier.

Because of war's horrendous and lasting costs, each percentage point of risk reduction is worth around $2.5 billion to the world. Thus, spending $850 million each year to reduce the risk of conflict by a massive 30 percentage points means a 10-year gain of $75 billion compared to the overall cost of $8.5 billion, or $9 back on the dollar.

In other areas, too, sound economic analysis suggests solutions that we may at first find unpalatable.

Poor water or sanitation affects more than two billion people and will claim millions of lives this year. One targeted solution would be to build large, multipurpose dams in Africa.

Building new dams may not be politically correct, but there are massive differences between the U.S. and Europe – where there are sound environmental arguments to halt the construction of large dams and even to decommission some – and countries like Ethiopia which have no water storage facilities, great variability in rainfall, and where dams could be built with relatively few environmental side effects. A single reservoir located in the scarcely inhabited Blue Nile gorge in Ethiopia would cost a breathtaking $3.3 billion. But it would produce large amounts of desperately needed power for Ethiopia, Sudan and Egypt, combat the regional water shortage in times of drought, and expand irrigation. All these benefits would be at least two-and-a-half times as high as the costs.

In each of these areas – and in the areas of air pollution, education and trade barriers – the world's scarce resources could be used to achieve massive amounts of benefits.

Next week, some of the world's top economists, including five Nobel laureates, will consider new research outlining the costs and benefits of nearly 50 solutions to world problems – from building dams in Africa to providing micronutrient supplements to combating climate change. On May 30, the Copenhagen Consensus panel will produce a prioritized list showing the best and worst investments the world could make to tackle major challenges.

The research and the list will encourage greater transparency and a more informed debate.

Acknowledging that some investments shouldn't be our top priority isn't the same as saying that the challenges don't exist. It simply means working out how to do the most good with our limited resources. It will send a signal, too, to research communities about areas that need more study.

The global food crisis has sadly underlined the danger of continuing on our current path of fixating on poor solutions to high-profile problems instead of focusing on the best investments we could make to help the planet.

Mr. Lomborg, organizer of Copenhagen Consensus, is the author of "Cool It: The Skeptical Environmentalist's Guide to Global Warming" (Knopf, 2007).

883) I Wish You Love - Que reste-t-il de nos amours?

I Wish You Love - Que reste-t-il de nos amours?

Musique originale: Charles Trenet; English Lyrics: Albert A. Beach
(June 7, 2008)

Goodbye, no use leading with our chins
This is where our story ends
Never lovers, ever friends
Goodbye, let our hearts call it a day
But before you walk away
I sincerely want to say

I wish you bluebirds in the spring
To give your heart a song to sing
And then a kiss but more than this
I wish you love

And in July, a lemonade
To cool you in some leafy glade
I wish you health and more than wealth
I wish you love

My breaking heart and I agree
That you and I could never be
So with my best, my very best
I set you free

I wish you shelter from the storm
A cozy fire to keep you warm
But most of all when snowflakes fall
I wish you love

Youtubes:
From the movie

Only lyrics and song: (Rachael Yamagata Album Version)

Another version with slides

Paris

Frank Sinatra (Followed by “And That’s Life”)
Frank Sinatra (with Count Basie):

Rod Stewart

Michael Bublé (with: I’ll never smile again)

Chaka Khan (with George Duke and Stanley Calrk at Montreux Jazz Festival)

Judy Garland

Chrissie Hynde (from Eye of the Beholder)

Chrissie Hynde

Que reste-t-il de nos amours?
Charles Trenet
http://www.youtube.com/watch?v=cu9bXqpR5Gk&feature=related
Patrick Bruel

Paroles françaises par Charles Trenet:

Ce soir, le vent qui frappe à ma porte
Me parle des amours mortes
Devant le feux qui s’éteint
Ce soir, c’est une chanson d’automne
Dans la maison qui frissone
Et je pense aux jours lointains

Que reste-t-il de nos amours
Que reste-t-il de ces beaux jours
Une photo, vieille photo
De ma jeunesse

Que reste-t-il des billets doux
Des mois d' avril, des rendez-vous
Un souvenir qui me poursuit
Sans cesse

Bonheur fané, cheveux au vent
Baisers volés, rêves mouvants
Que reste-t-il de tout cela
Dites-le-moi

Un petit village
Un vieux clocher
Un paysage
Si bien caché
Et dans un nuage
Le cher visage
De mon passé

Les mots, les mots tendres qu’on murmure
Les caresses les plus pures
Les serments au fonds des bois
Les fleurs, qu’on retrouve dans un livre
Dont le parfum nous enivrent
Ce sont envolés pourquoi?

Que reste-t-il de nos amours
Que reste-t-il de ces beaux jours
Une photo, vieille photo
De ma jeunesse

Que reste-t-il des billets doux
Des mois d' avril, des rendez-vous
Un souvenir qui me poursuit
Sans cesse

Bonheur fané, cheveux au vent
Baisers volés, rêves mouvants
Que reste-t-il de tout cela
Dites-le-moi

Un petit village
Un vieux clocher
Un paysage
Si bien caché
Et dans un nuage
Le cher visage
De mon passé

Dalida (avec Charles Trenet)

Dalida avec Johnny Mathis

Nana Mouskouri

Francoise Hardy et Bashung

I wish you love / Que reste-t-il de nos amours – Quintet Robert Fourgo

882) Curso em SP: A ordem mundial e as relações internacionais do Brasil

ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING
Curso de Férias (noturno): São Paulo, SP

A ordem mundial e as relações internacionais do Brasil

Objetivo:
Informar, analisar e debater com os participantes do curso os aspectos políticos, econômicos e tecnológicos da ordem internacional contemporânea. Serão enfocados os principais problemas da agenda diplomática mundial e a forma como o Brasil interage com cada uma de suas vertentes, no contexto da globalização e da internacionalização de seu sistema econômico.

A quem se destina:
A estudantes de humanidades em geral, de cursos de Relações Internacionais, em particular, mas também a todos os que estudam temas de alguma forma afetos aos negócios globais, em nível de graduação ou especialização em administração (com foco em global business). Deve interessar, igualmente, a homens de negócio, assim como a quaisquer outros profissionais interessados em atualizar conhecimentos sobre a agenda internacional (negociações comerciais multilaterais e regionais, crises financeiras, temas globais) e sobre a diplomacia brasileira em particular.

Metodologia:
Distribuição preliminar de apostila e de ampla bibliografia sobre os pontos selecionados, exposição em classe e interação com os alunos sobre as questões selecionadas e outras sugeridas durante o próprio curso .

Programa:
1) A ordem política mundial do início do século XXI e a posição do Brasil (Segurança estratégica e equilíbrios geopolíticos: interesses do Brasil; Relações entre as grandes potências e conflitos regionais: a América do Sul; Cooperação política e militar nas zonas de conflitos: o Conselho de Segurança)
2) A ordem econômica mundial e a inserção internacional do Brasil
(Regulação cooperativa das relações econômicas internacionais; Assimetrias de desenvolvimento: crescimento e investimentos estrangeiros; Cooperação multilateral e Objetivos do Milênio: o fracasso da ajuda oficial; Recursos energéticos e padrões de sustentabilidade: o papel do Brasil)
3) O Brasil e as economias emergentes: desafios e perspectivas
(Evolução recente das economias emergentes no contexto mundial; Acesso a mercados e negociações comerciais multilaterais; O Brasil no contexto das economias emergentes: desafios e limitações)
4) O regionalismo sul-americano e o papel político-econômico do Brasil
(Contexto político da América do Sul em perspectiva histórica; Os processos de integração regional e a evolução da posição do Brasil; Integração regional: origens e evolução do Mercosul, crise e estagnação; Desafios do Mercosul no contexto regional e mundial: perspectivas)

Professor:
Paulo Roberto de Almeida: Doutor em Ciências Sociais (Universidade de Bruxelas), Mestre em Economia Internacional (Universidade de Antuérpia); Diplomata de carreira; Professor orientador no Mestrado em Diplomacia do Instituto Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores; Professor de Economia Política Internacional no Mestrado em Direito do Centro Universitário de Brasília – Uniceub. Ex-Assessor no Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República; Ministro-Conselheiro na Embaixada do Brasil em Washington (1999-2004).
Link para CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/9470963765065128; pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org.

Duração:
Dias 7 e 8 e 10 e 11 de Julho de 2008; quatro noites de 3:30hs cada uma (das 19 às 22:30hs; total: 14hs).

Inscrições / Vagas Limitadas
On-line no site da ESPM – www.espm.br/ferias

Maiores informações neste link:
http://www.espm.br/ConhecaAESPM/Cursos/Pages/Default.aspx?CodigoUnidade=1&CodigoCursoDetalhe=271

sexta-feira, 6 de junho de 2008

881) E agora, sobre a Realpolitik...

Pequena lição de Realpolitik
(Brasília, 2 junho 2008, 5 p.) Digressões rápidas sobre esse conceito e o seu oposto, a Idealpolitik.
Publicado em Mundorama e em Meridiano 47.

Seria totalmente justificado o mau (pré)conceito que carrega a Realpolitik no plano das atitudes possíveis de serem adotadas pelos estadistas e outros responsáveis pelas relações internacionais dos Estados modernos? Leva ela, necessariamente, a um comportamento egoísta no confronto com alternativas menos estado-cêntricas e mais voltadas para o bem comum da comunidade internacional? Mas será que existe, de fato, uma coisa chamada “comunidade internacional”? Estadistas responsáveis podem adotar outra postura que não a pragmática, focada no interesse nacional, quando se trata de administrar as relações exteriores de seus países? Vejamos o que seria possível argumentar em torno desse conceito numa espécie de curso concentrado.
Realpolitik é mais um método do que uma doutrina, completa e acabada. Ela pode ser vista como uma escola de pensamento que não é boa, ou má, em si, e sim que pode, ou não, servir os interesses daqueles que presumidamente se guiam por seus “princípios”, algo vagos, de análise e de ação. O que ela quer dizer, finalmente? A rigor, trata-se de um simples cálculo utilitário, baseado nos interesses primários de um país, um Estado, um indivíduo. Ela tende a considerar os dados do problema e não se deixa guiar por motivações idealistas, generosas ou “humanitárias” de tal decisão ou ação, mas apenas e exclusivamente pelo retorno esperado de um determinado curso de ação, que deve corresponder à maior utilidade ou retornos possíveis para o seu proponente ou condutor da ação.
Como tal, ela responde a objetivos estritamente pragmáticos e “racionais”, num sentido estrito, de uma determinada interação humana, social ou estatal. Ela parte de um pressuposto básico, na vida ou na sociedade: indivíduos e grupos sociais guiam-se, basicamente, por seus instintos de sobrevivência ou por seus interesses imediatos de conforto, bem-estar, segurança, maximização de satisfação, de prazer ou de riqueza e poder, no caso de sociedades mais complexas. Não se pode negar que, nessa perspectiva, ela corresponde, aparentemente, à natureza humana, ou pelo menos a certa concepção da natureza humana, tal como vista pelos filósofos utilitaristas ou individualistas.
O que oferece, em seu lugar, aquela que seria, presumivelmente, sua contrapartida teórica, ou até prática, a Idealpolitik? Esta, supostamente, se deixaria guiar por nobres ideais, altruística em seus princípios e motivações, generosa nas suas interações e ações, voltada para o bem comum, a solidariedade, a elevação moral da humanidade e a promoção de valores vinculados aos direitos humanos, à democracia, ao primado do direito sobre a força, à construção de uma institucionalidade que supere, justamente, o interesse egoísta de indivíduos e Estados. Ainda que se possa conceber a existência, e mesmo a atuação, de indivíduos, instituições e Estados que se deixem guiar por tal conjunto de princípios e valores, não tenho certeza de que eles são seguidos na prática quando se trata do interesse maior de indivíduos e sociedades organizadas, que são os da sua segurança e da sua sobrevivência física.
Em qualquer hipótese, algumas distinções são possíveis, e passíveis, de serem feitas e elas têm a ver com a organização geral das ações do Estado no plano exterior. Teoricamente, a “doutrina” idealista seria mais comprometida com a cooperação internacional – no plano bilateral ou multilateral – e com a promoção de instituições comprometidas com tal finalidade, atualmente representadas pela ONU (mesmo com toda a corrupção e desvios comprovados), ao passo que a “doutrina” realista teria unicamente como base o interesse egoísta dos Estados, fechados, portanto, a esforços de cooperação ampliada, assistência a necessitados ou promoção de interesses comuns da humanidade. Tal dicotomia é dificilmente encontrável na prática, pois todos os Estados, e indivíduos, acabam cooperando na prática, ainda que tratando de cuidar, primariamente, de seu interesse próprio.
Finalmente, pode-se conceber uma Realpolitik “esclarecida” que, voluntariamente ou não, busca, de forma ativa ou secundária, a promoção de valores “altruísticos”, uma vez que eles poderiam ser funcionais, em última instância, para a promoção e a manutenção do interesse próprio do Estado ou do indivíduo em questão. Ou seja, a busca do “bem” redundaria em maior bem primeiramente para o seu promotor.
Estas considerações, necessariamente de cunho generalizante ou conceitual, não têm muito a ver com realizações práticas, ou correntes, de alguma Realpolitik em ação, “esclarecida” ou não. Normalmente se tende a identificar o exercício desse tipo de política com manifestações práticas de “diplomacia blindada” de alguma grande potência, na suposição de que apenas potências dominantes têm condições de cuidar de seu interesse próprio de maneira egoísta ou arrogante, o que é um entendimento enviesado, ou capcioso, do que seja Realpolitik. Por certo, pequenos Estados ou indivíduos desprovidos de poder próprio não têm condições de impor sua vontade aos demais, daí a identificação da Realpolitik com a política de poder. A rigor, qualquer indivíduo ou Estado pode tentar exercer seu quantum de Realpolitik, embora dentro de limites próprios à sua liberdade de ação (ou de reação).
Para tocar num exemplo sempre invocado de doutrina “realista” do interesse nacional, num sentido estreitamente egoísta e unilateral, referência é feita à chamada “doutrina Bush” de ação preventiva, com vistas a antecipar a qualquer iniciativa por parte de Estados inimigos ou grupos terroristas de atacar os EUA, o que justificaria, aos olhos de seus dirigentes, um ataque preventivo contra esses supostos inimigos. Ao mesmo tempo, caberia lembrar que essa doutrina vem sendo apresentada ou vem “envelopada” num conjunto de argumentos justificadores da ação americana, condizentes, supostamente, com uma visão mais “altruística” das relações internacionais, posto que identificada com a promoção da democracia, a defesa dos direitos humanos – em especial da mulher –, a capacidade de iniciativa individual no plano econômico, a liberdade religiosa e vários outros elementos de natureza supostamente “iluminista”.
Que isto esteja sendo feito por bombas e ocupação militar, e não por professores e missionários, poderia ser visto como secundário do ponto de vista da escola “realista”, embora não o seja para os “destinatários” da ação: afinal de contas, parece difícil implementar a democracia na ponta dos fuzis, ou mediante canhões e mísseis. Desse ponto de vista, a visão e a ação de Kissinger pareciam sinceras, ainda cinicamente realistas: ele não pretendia “melhorar” o mundo, apenas torná-lo suportável no plano dos interesses nacionais americanos, o que já lhe parecia um programa realisticamente enorme (em face dos perigos percebidos, reais ou ilusórios).
A Realpolitik, portanto, recomendaria deixar cada povo cuidar dos seus afazeres, sem interferência dos demais, até o limite dos efeitos indiretos sobre a segurança de outros da soberania exclusiva assim exercida (ou seja, eventuais spill-overs da potestade interna exercida de maneira excludente). Atualmente se invoca, ao lado do “dever de ingerência” – que seria a intervenção direta nos assuntos internos de outros Estados em caso de graves atentados aos direitos humanos – o chamado princípio da “não-indiferença”, que seria uma motivação altruística para exercer a cooperação ativa em prol do bem estar de povos menos bem aquinhoados pela natureza ou pela sua organização estatal ou social. A diferença entre um e outro estaria em que, no primeiro caso, a intervenção se daria contrariamente aos desejos ou capacidade de reação do Estado em questão, ao passo que no segundo, em total concordância e em cooperação com seus dirigentes.
Num primeiro caso, teríamos, então, a Realpolitik bem intencionada, no segundo a Idealpolitik explícita e aberta. O que se deve julgar, na verdade, é a eficiência das ações empreendidas com relação a objetivos bem determinados: no primeiro caso, o possível resultado é o salvamento de pessoas que de alguma forma pereceriam na ausência de intervenção, o que significa, simplesmente, a diferença entre a vida e a morte. No segundo caso, as ações altruísticas empreendidas podem ser rigorosamente inócuas, caso a não indiferença se exerça em direção de objetivos secundários ou totalmente marginais em relação aos verdadeiros problemas do país ou sociedade assim beneficiados com tal ação humanitária.
Não há, como se vê, um critério uniforme para se julgar princípios de ação, ou suas motivações teóricas: o que existem são situações objetivas e resultados tangíveis, em função dos quais julgar da efetividade de iniciativas e empreendimentos tomados por estadistas. O realismo e o idealismo podem ser invocados em circunstância diversas, e produzirem resultados totalmente contraditórios, em função dos objetivos pretendidos e dos meios mobilizados.
O que teria Kissinger a ver com isto, finalmente? Provavelmente nada, a não ser a perspectiva da história profunda e o sentido da razão, sempre bons conselheiros em matéria de políticas de Estado, em qualquer área que se pretenda atuar. Com todo o seu realismo cínico, Kissinger foi provavelmente um estadista altamente eficiente do ponto de vista dos interesses egoístas – portanto realistas – dos EUA. Teria sido ele tão eficiente assim caso tivesse sido, hipoteticamente, guindado à frente das Nações Unidas, num papel de cunho profundamente altruístico e humanitário? Provavelmente não, pois lhe faltaria a alavanca necessária para ser bom (ou mau, com os ditadores), segundo as circunstâncias: o poder de ordenar e de ser obedecido.
Não é segredo para ninguém que a ONU, com todos os seus bons princípios – e a despeito de uma maquinaria emperrada, por vezes corrupta – não é sequer capaz de fazer cumprir seus objetivos prioritários, e ela não o será pelo futuro previsível. Isto talvez seja uma demonstração cabal de que o realismo prático, com todos os seus supostos defeitos congenitais, ainda constitui uma boa alavanca para a ação.
Talvez, então, a melhor combinação possível, se as escolhas nos são dadas, fosse armar-se de uma doutrina inspirada nos bons princípios da Idealpolitik, ao mesmo tempo em que, no terreno da ação prática (e efetiva), buscaríamos guiar-nos pelos velhos e surrados princípios da Realpolitik. Acredito que mesmo um cínico como Kissinger não desgostaria desta combinação. Provavelmente é mais fácil propor do que implementar tal tipo de mini-max, ou seja, uma mistura de boas intenções com uma mão de ferro na sua consecução: poucos seriam capazes de fazê-lo, talvez apenas os “realistas-idealistas”. Ou serão os “idealistas- realistas”? Grande questão...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 2 de junho de 2008

880) O legado do Kissinger

Um dos meus trabalhos mais recentes:
O legado de Henry Kissinger
Brasília, 1 junho 2008, 5 p.
Comentários sobre a obra prática e intelectual do estadista americano.
Publicado em Mundorama e na Meridiano 47.

Não, o velho adepto da realpolitik ainda não morreu. Mas tendo completado 85 anos em maio de 2008, o ex-secretário de Estado e ex-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA Henry Kissinger aproxima-se das etapas finais de sua vida. Seus obituários – não pretendendo aqui ser uma ave de mau agouro – devem estar prontos nas principais redações de jornais e revistas do mundo inteiro, e os comentaristas de suas obras preparam, certamente, revisões de análises anteriores para reedições mais ou menos imediatas, tão pronto este “Metternich” americano passe deste mundo terreno para qualquer outro que se possa imaginar (na minha concepção, deverá ser o mundo das idéias aplicadas às relações de poder).
Talvez seja esta a oportunidade para um pequeno balanço de seu legado, que alguns – por exemplo Cristopher Hitchens, em The Trial of Henry Kissinger – querem ver por um lado unicamente negativo, ou até criminoso, como se ele tivesse sido apenas o inimigo dos regimes “progressistas” e um transgressor consciente dos direitos humanos e da autodeterminação dos povos. Ele certamente tem suas mãos manchadas de sangue, mas também foi o arquiteto dos acordos de redução de armas estratégicas e da própria tensão nuclear com a extinta União Soviética, além de um mediador relativamente realista nos diversos conflitos entre Israel e os países árabes, no Oriente Médio. Sua obra “vietnamita” é discutível, assim como foi altamente discutível – ou francamente condenável – o prêmio Nobel da Paz concedido por um simplesmente desengajamento americano, que visava bem mais a resolver questões domésticas do que realmente pacificar a região da ex-Indochina francesa.
Pode-se, no entanto, fazer uma espécie de avaliação crítica de sua obra prática e intelectual, como reflexão puramente pessoal sobre o que, finalmente, reter de uma vida rica em peripécias intelectuais e aventuras políticas. Sua principal obra de “vulgarização” diplomática, intitulada de maneira pouco imaginativa Diplomacia simplesmente, deve constituir leitura obrigatória em muitas academias diplomáticas de par le monde. Seu trabalho mais importante, uma análise do Congresso de Viena (1815), é mais conhecido pelos especialistas do que pelo grande público, mas ainda assim merece ser percorrido pelos que desejam conhecer o “sentido da História”.
O legado de Henry Kissinger é multifacético e não pode ser julgado apenas pelos seus atos como Conselheiro de Segurança Nacional de Richard Nixon, ou como Secretário de Estado desse presidente e do seguinte, Gerald Ford, quando ele esteve profundamente envolvido em todas as ações do governo americano no quadro da luta anti-comunista que constituía um dos princípios fundamentais da política externa e da política de segurança nacional dos EUA. Esse legado alcança, necessariamente, suas atividades como professor de política internacional, como pensador do equilíbrio nuclear na era do terror – doutrina MAD, ou Mutually Assured Destruction –, como consultor do Pentágono em matéria de segurança estratégica, e também, posteriomente a seu trabalho no governo, como articulista, memorialista e teórico das relações internacionais.
A rigor, ele começou sua vida pública justamente como teórico das relações internacionais, ou, mais exatamente, como historiador do equilíbrio europeu numa época revolucionária, isto é, de reconfiguração do sistema de poder no seguimento da derrocada de Napoleão e de restauração do panorama diplomático na Europa central e ocidental a partir do Congresso de Viena (1815). Sua tese sobre Castlereagh e Metternich naquele congresso (A World Restored, 1954) é um marco acadêmico na história diplomática e de análise das realidades do poder num contexto de mudanças nos velhos equilíbrios militares anteriormente prevalecentes. Depois ele foi um fino analista dessas mesmas realidades no contexto bipolar e do equilíbrio de terror trazido pelas novas realidades da arma atômica. Ele se deu rapidamente conta de que não era possível aos EUA manter sua supremacia militar exclusiva, baseada na hegemonia econômica e militar e no seu poderio atômico, sem chegar a algum tipo de entendimento com o outro poder nuclear então existente, a União Soviética, uma vez que, a partir de certo ponto, a destruição assegurada pela multiplicação de ogivas nucleares torna ilusória qualquer tentativa de first strike ou mesmo de sobrevivência física, após os primeiros lançamentos.
Daí sua preocupação em reconfigurar a equação dos poderes – aproximando-se da China, por exemplo – e em chegar a um entendimento mínimo com a URSS, através dos vários acordos de limitações de armas estratégicas. O controle da proliferação nuclear também era essencial, assim como evitar que mais países se passassem para o lado do inimigo principal, a URSS (o que justifica seu apoio a movimentos e golpes que afastassem do poder os mais comprometidos com o lado soviético do equilíbrio de poder). Numa época de relativa ascensão da URSS, com governos declarando-se socialistas na África, Ásia e América Latina, a resposta americana só poderia ser brutal, em sua opinião, o que justificava seu apoio a políticos corruptos e a generais comprometidos com a causa anti-comunista. Não havia muita restrição moral, aqui, e todos os golpes eram permitidos, pois a segurança dos EUA poderia estar em jogo, aos seus olhos.
Ou seja, todas as acusações de Christopher Hitchens estão corretas – embora este exagere um pouco no maquiavelismo kissingeriano – mas a única justificativa de Henry Kissinger é a de que ele fez tudo aquilo baseado em decisões do Conselho de Segurança Nacional e sob instruções dos presidentes aos quais serviu. Não sei se ele deveria estar preso, uma vez que sua responsabilidade é compartilhada com quem estava acima dele, mas certamente algum julgamento da história ele terá, se não o dos homens, em tribunais sobre crimes contra a humanidade. Acredito, pessoalmente, que ele considerava as “vítimas” de seus muitos golpes contra a democracia e os direitos humanos como simples “desgastes colaterais” na luta mais importante contra o poder comunista da URSS, que para ele seria o mal absoluto.
O julgamento de alguém situado num plano puramente teórico, ou “humanista” – como, por exemplo, intelectuais de academia ou mesmo jornalistas, para nada dizer de juizes empenhados na causa dos direitos humanos ou de “filósofos morais” devotados à “causa democrática” no mundo –, tem de ser necessariamente diferente do julgamento daqueles que se sentaram na cadeira onde são tomadas as decisões e tem, portanto, de julgar com base no complexo jogo de xadrez que é o equilíbrio nuclear numa era de terror, ou mesmo no contexto mais pueril dos pequenos golpes baixos que grandes potências sempre estão aplicando nas outras concorrentes, por motivos puramente táticos, antes que respondendo a alguma “grande estratégia” de “dominação mundial”. Desse ponto de vista, Kissinger jogou o jogo de forma tão competente quanto todos os demais atores da grande política internacional, Stalin, Mao, Kruschev, Brejnev, Chu En-lai, Ho Chi-min e todos os outros, ou seja, não há verdadeiramente apenas heróis de um lado e patifes do outro. Todos estão inevitavelmente comprometidos como pequenos e grandes atentados aos direitos humanos e aos valores democráticos.
Não creio, assim, que ele tenha sido mais patife, ou criminoso, do que Pinochet – que ele ajudou a colocar no poder – ou de que os dirigentes norte-vietnamitas – que ele tentou evitar que se apossassem do Vietnã do Sul (e, depois, jogou a toalha, ao ver que isso seria impossível cumprir pela via militar, ainda que, na verdade, os EUA tenham sido “derrotados” mais na frente interna, mais na batalha da opinião pública doméstica, do que propriamente no terreno vietnamita). Ou seja, Kissinger não “acabou” com a guerra do Vietnã: ele simplesmente declarou que os EUA tinham cumprido o seu papel – qualquer que fosse ele – e se retiraram da frente militar.
Seu legado também pode ser julgado como “comentarista” da cena diplomática mundial, como memorialista – aqui com imensas lacunas e mentiras, o que revela graves falhas de caráter – e como consultor agora informal de diversos presidentes, em geral republicanos (mas não só). Ele é um excelente conhecedor da História – no sentido dele, com H maiúsculo, certamente – e um grande conhecedor da psicologia dos homens, sobretudo em situações de poder. Trata-se, portanto, de um experiente homem de Estado, que certamente serviu ardorosamente seus próprios princípios de atuação – qualquer que seja o julgamento moral que se faça deles – e que trabalhou de modo incansável para promover os interesses dos EUA num mundo em transformação, tanto quanto ele tinha analisado no Congresso de Viena.
Desse ponto de vista, pode-se considerar que ele foi um grande representante da escola realista de poder e um excelente intérprete do interesse nacional americano, tanto no plano prático, quanto no plano conceitual, teórico, ou histórico. Grandes estadistas, em qualquer país, também são considerados maquiavélicos, inescrupulosos e mentirosos, pelos seus adversários e até por aliados invejosos. Esta é a sina daqueles que se distinguem por certas grandes qualidades, boas e más. Kissinger certamente teve sua cota de ambas, até o exagero. Não se pode eludir o fato de que ele deixará uma marca importante na política externa e nas relações internacionais – dos EUA e do mundo – independentemente do julgamento moral que se possa fazer sobre o sentido de suas ações e pensamento.
Por uma dessas ironias de que a História é capaz, coube a um dos presidentes mais ignorantes em história mundial (Ronald Reagan) enterrar, praticamente, o poder soviético com o qual Kissinger negociou quase de igual para igual durante tantos anos. Ele, que considerava o resultado de Viena um modelo de negociação – por ter sido uma paz negociada, justamente, não imposta, como em Versalhes – deve ter sentido uma ponta de inveja do cowboy de Hollywood, capaz de desmantelar o formidável império que tinha estado no centro de suas preocupações estratégicas – e que ele tinha poupado de maiores “desequilíbrios” ao longo dos anos. Seu cuidado em assegurar o “equilíbrio das grandes potências” saltou pelos ares com o keynesianismo militar praticado por Reagan, um desses atos de voluntarismo político que apenas um indivíduo totalmente alheio às grandes tragédias da História seria capaz. Talvez Kissinger tivesse querido ser o arquiteto do grande triunfo da potência americana, mas ele teve de se contentar em ser apenas o seu intérprete tardio. Nada mau, afinal de contas, para alguém que foi, acima de tudo, um intelectual...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 2 de junho de 2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

878) Teste a sua orientacao politico-economica

O politicômetro é um teste de opinião que o situa no campo das liberdades individuais e da relação entre o estado e a economia. Com a ajuda do sociólogo Alberto Almeida, VEJA preparou um questionário com vinte perguntas. Assim que terminar de respondê-las, você saberá a sua posição política em um quadrante que tem como eixos os extremos esquerda-direita e liberal-antiliberal.

Veja onde você se posiciona:

click no link abaixo:

http://veja.abril.com.br/idade/testes/politicometro/politicometro.html

quinta-feira, 29 de maio de 2008

877) A linguagem da globalizacao

Perhaps not, or better, broken English for sure...

What Will Globalization Do to Languages? A Freakonomics Quorum
By Stephen J. Dubner
May 28, 2008, 2:46 pm

The headline says it all, although the unspoken question is: will globalization indeed result in the hegemony of English, as has long been promised/threatened?

We gathered up some wise people who spend their time thinking about such things -- Christian Rolling, Mark Liberman, Henry Hitchings, and John Hayden -- and asked them to answer our question. Many thanks for their insights.

Christian Rolling, senior interpreter and next chief of the French interpretation section at the U.N. in New York.

"The Internet has helped curtail English language domination."

As an interpreter, I tend to focus more on spoken words; and I suspect (being French) that you would love to read that English is (finally) going to be the universal language thanks to globalization.

But No! The Internet has helped curtail English language domination: Just over half the number of Web pages are in English.

Rudimentary English might still be the most convenient means of oral or written communication between strangers of different cultures on planet Earth, but globalization is giving a new (virtual) planetary presence to hundreds of languages and cultures through millions of Web sites, mixing text and videos.

The big loser? Grammar.

With the proliferation of text messages, e-mails, emoticons, strange abbreviations (The French love CUL, which means a**) why bother about style or form?

Web sites are more polished, but even there, spelling mistakes abound.

John Hayden, president of Versation, parent company of English, baby!, a social networking site for English language learners around the world.

"English is like a cell phone provider offering the best plan. But if the dollar continues to drop, the most viable option could shift."

Globalization is synonymous with homogenization. What does this mean for languages?

We'll be losing all but one of them, and guess which one.

Although ludicrous, this point of view is common. My friends and colleagues question me from time to time about whether a website like mine that helps people around the world learn English is necessarily a good thing.

But last I checked, learning one language doesn't cause you to forget another. More than half the world plays soccer, but other sports continue to thrive. Why should languages be any different?

In fact, it seems widely agreed upon that a person who speaks more than one language is worthy of admiration. The fact that nearly two billion people are learning English means that there are more bilingual people than ever before.

Though shared languages between countries are necessary for globalization to thrive, the popularity of English is incidental and could change.

English is a tool, just like a piece of technology. Much of the world's economy is tied up in English-speaking countries and for that reason, English is like a cell phone provider offering the best plan. But if the dollar continues to drop, the most viable option could shift. Mexico and Korea don't need English to communicate if Korea begins to find it profitable to learn Spanish.

This flexibility exists because other languages aren't going away. It's important to understand that English is growing as a second or
third language.

I've yet to hear of a country changing its first language to English to better compete globally and I doubt that will happen.

A Bulgarian woman might fly to the U.S. for a meeting, but will still walk to the grocery store. She might send American partners news via e-mail, but will still gossip on her neighbor's porch, read and sing in Bulgarian, and speak it with her family -- and with you if you're smart.

Don't underestimate the value of knowing languages other than English in a globalized world. Nothing makes a trip to Japan better than knowing Japanese and if you're bidding on a contract in India, the proposal written in Hindi is sure to stand out. A philosopher who can read German articles before they're translated has an edge on his peers.

In fact, globalization means that we have more reason than ever to learn a language. While globalization has its benefits and drawbacks, learning a language, like almost any other skill, is at best useful and at least a bit of personal edification (like learning Ancient Greek or fly fishing).

But at the moment, English is about as valuable as a computer in terms of the amount of cultural exchange and access to information it affords. Of course, the two are most powerful together, which is why we started English, baby!. It was a reaction to a demand.

More often than not, a new member's first blog is something to the effect of, "This is the first day of my life," which demonstrates a mind-boggling enthusiasm for, and faith in this language and technology.

Mark Liberman , professor of linguistics at the University of Pennsylvania, blogs at Language Log.

"If you're going to combine many countries with different national languages -- and do it by political compromise rather than by military conquest -- then you can't impose any single national language on the result."

The obvious things to say about this are, well, obvious. But not everything that's obvious is entirely true, and there are some surprises behind the "duh"s.

It's obvious that English promotes American power in the global linguistic marketplace -- but a slogan of Li Yang's Crazy English movement is "Conquer English to Make China Stronger!"

It's obvious that globalization will tend to wipe out smaller languages and cultures -- but if you search the web for "soomaaliya" or "gabay ka," you'll find more text from the world-wide Somali diaspora than was ever produced in the horn of Africa. It's obvious that globalized communications and popular culture will tend to homogenize local language varieties -- but some varieties of English seem to be diverging more rapidly than ever.

Much of today's linguistic politics are rooted in the residues of colonial rule, itself an earlier form of globalization -- but paradoxically, the recent spread of former colonial languages is sometimes driven by local resistance to domination by outsiders.

In 1950, the Indian constitution established Hindi as the official language of the central government, and the use of English as a "subsidiary official language," inherited from the days of British colonial rule, was supposed to end by 1965. However, less than a sixth of the Indian population speaks Hindi natively, and for elite speakers of India's other 400-odd languages, especially in the south, the imposition of Hindi felt like a kind of conquest, whereas continued use of English was an ethnically neutral option. So today, the authoritative version of acts of parliament is still the English one, Supreme Court proceedings are still in English, and so on.

The rise of English as the language of global economic opportunity just reinforces this pattern, which also applies in Pakistan, in Nigeria, and in several other former British colonies.

A particularly intense version of this sort of thing is happening in Iraq.

Kurdish officials resist being forced to do business with the central government in Arabic, and sometimes insist on English, even if their command of Arabic is excellent. They recognize that they can't force the central government to deal with them in Kurdish, but they see English, the language of the former colonial power, Britain -- and of the current occupying power, the United States -- as a symbol of resistance to the cultural and political hegemony of the Arabic-speaking majority.

The situation in former French colonies is more subtle. French is the ethnically-neutral lingua franca there, and the linguistic gateway to opportunity and migration. But many individuals in the Francophone world are starting to see English as a better opportunity -- and the rulers of some Francophone countries have begun to feel the same way -- to the immense chagrin of the French government, which works hard by various means to keep the former colonies in La Francophonie. In that context, promoting (for example) English-language schools can become a form of resistance to neocolonialism.

And at the same time that big languages like English, French, Chinese, and Arabic have been spreading among present or past imperial subject populations, local linguistic nationalism has been increasing in strength, and winning some victories.

In Belgium -- which is number one in the 2007 KOF Index of Globalization -- Flemish cultural nationalism, very much based on language, is threatening to split the country in two.

Less dire versions of the same process have been happening elsewhere in Europe. Anyone who's been in Barcelona recently knows that the dominance of Catalan there has been officially acknowledged, and Spain's ratification of the European Charter for Regional or Minority Languages has also led to co-official status for Basque and Galician in their regions.

As a result of the same European Charter, two centuries of French official suppression of minority languages came to an end, at least officially, in 2001. (Actually, France rejected the charter as contrary to its constitution, but the Ministry of Education decided anyhow that education in Occitan, Corsican, Breton, Basque, and so on could at least in principle be allowed.)

Paradoxically, the force that freed "regional and minority" languages throughout Europe was exactly the economic and political unification created by that poster child of globalization, the European Union.

If you're going to combine many countries with different national languages -- and do it by political compromise rather than by military conquest -- then you can't impose any single national language on the result. And once you admit a dozen or so national languages to official status in the resulting union, why not throw in a hundred more -- even if the local nation-states have been busily trying to promote national unity by suppressing them for the past few centuries?

Henry Hitchings, author of Dr. Johnson's Dictionary: The Extraordinary Story of the Book that Defined the World, and his most recent, The Secret Life of Words: How English Became English.

"One of the intriguing consequences of globalization is that English's center of gravity is moving."

"It's interesting that we think of nature conservation as something rather sexy, but language conservation on the whole gets dismissed as naïve and backward-looking. "

This isn't a question that belongs in the future tense; it's happening right now, and we're seeing dramatic change in the whole global system of languages. So the succinct answer would be "a lot." But I'd like to expand on this.

Today there are about 6,500 different natural languages. Eleven of them account for the speech of more than half the world's population. Those eleven are Mandarin Chinese, Spanish, Hindi, French, Bengali, Portuguese, Russian, German, Japanese, Arabic, and -- of course -- English.

English is distinguished from the others in this list by having very significant numbers of non-native speakers, and, for reasons I'll come back to, I think it's going to be the one most affected by globalization.

At the opposite end of the scale there are languages teetering on the brink of extinction. More than half the world's languages have fewer than 5,000 speakers, and there are many hundreds that have as few as a dozen. Languages are disappearing all the time -- it's estimated that a language becomes extinct roughly every two weeks. Some of those under threat are American languages -- the likes of Kashaya, spoken in a small part of northern California, and Menominee in Wisconsin.

I think we can say that almost everywhere is part of the "world system" now, and the thing about any system that integrates people is that it benefits its architects. Yes, you're going to see cultural cross-pollination, but, fundamentally, imported cultures are going to push out indigenous ones. We can look at the example of Canada: when it was colonized, more than sixty languages were spoken there, but English and French wiped almost all of them out, and only one, Inuktitut, has really clung on at all.

In the future, things that don't happen in the world's major languages are likely to be marginalized in favor of very possibly less worthy things that do happen in them. We see this a good deal already. For instance, we know that by and large a book published in English is going to have a far wider reach than one published in Czech, regardless of their respective merits.

One of the consequences is that, as students and scholars look to enhance their credentials and the visibility of their work, universities, which used to be national institutions, have become an international marketplace.

It's clear that globalization is making English especially important not just in universities, but in areas such as computing, diplomacy, medicine, shipping, and entertainment. No language is currently being learned by more people -- there may soon be 2 billion actively doing so -- and the desire to learn it reflects a desire to be plugged into a kind of "world brain."

To many people, then, the spread of English seems a positive thing, symbolizing employment, education, modernity, and technology. But to plenty of others it seems ominous.

They hold it responsible for grinding down or homogenizing their identities and interests. It tends to equalize values and desires, without doing the same for opportunities.

While English-speakers may think the spread of their language is simply a force for good, opening up the world and helping to advance things like feminism and human rights awareness in places they might not otherwise reach, to many other people this spread is a symptom of things they don't want: the Christian faith, for instance, and political paternalism.

So far, so unsurprising, you might say; but globalization may well have a kind of revenge effect. There's a distinct chance, I think, that it will actually undermine the position of the very native speaker who, by virtue of having a mastery of this obviously valuable language, thinks he or she is in a strong position.

Why? Because one of the intriguing consequences of globalization is that English's center of gravity is moving. Its future is going to be defined not in America or Britain, but by the new economies of places like Bangalore, Chongqing, and Bratislava.

Internationally, English is becoming the language of the urban middle classes, and as the ability to use English becomes a kind of basic skill for such people, the prestige that attaches to being able to speak it with native fluency is going to shrink. People who have a stripped-down, second-language knowledge of it may start to cut native speakers out of the equation. At the same time we're going to see a proliferation of what are sometimes called 'glocal' Englishes -- noticeably different forms of the global language that preserve their local roots. One of the ultimate effects may be that native speakers of English will be at a professional disadvantage, because they're seen as obstructions to the easy flow of business talk and they're competent in just this one "basic" language.

Branching out beyond English, I think it's safe to say that one of the things we are seeing, as technology breaks down borders, is that it is no longer sensible to think of a precise association between particular languages and particular territories.

Nobody owns languages any more. And this is likely to be especially troubling for anyone whose language is widely used by people who aren't native speakers.

As it advances, globalization seems to be whipping up its own backlash, and I'm sure we are soon going to see language learning and language conservation become more contentious political issues. It's interesting that we think of nature conservation as something rather sexy, but language conservation on the whole gets dismissed as naïve and backward-looking. My hunch is that if there's one language in the top eleven I mentioned earlier that is really going to get squeezed, it's German.

Realistically, fifty years from now the world's big languages may be as few as three: Mandarin Chinese, Spanish, and English. Hindi, Bengali, Urdu, and Punjabi will also be pretty big -- but chiefly because of massive population growth on their home turf. Arabic, too, will have grown -- for religious reasons at least as much as economic ones.

At the other end of the scale, many languages will have disappeared, irrecoverably, and with them will have disappeared their cultures.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

876) Forum do Instituto Nacional de Altos Estudos, Rio de Janeiro

Abaixo a programação do Fórum Nacional.O Fórum é organizado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Veloso, através do seu Instituto Nacional de Altos Estudos, e será realizado nas instalações do BNDES.

XX Fórum Nacional - 2008
BRASIL - "Um Novo Mundo nos Trópicos" *:
200 Anos de Independência Econômica e 20 Anos de Fórum Nacional
(sob o signo da incerteza)
26 a 30 de maio de 2008 (segunda a sexta-feira)
Local: BNDES (Rio de Janeiro)**

"Eu quase que nada não sei.
Mas desconfio de muita coisa;"
Riobaldo Tatarana, "Grande Sertão:
Veredas" (Guimarães Rosa)

"O Brasil não é para amadores"
Tom Jobim

"Todos os seres humanos nascem livres
e iguais em dignidade e direitos".
Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948
(baseada na Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão, 1789).

Programação

Dia 26.5 – Segunda-feira (manhã) - Início às 10h30

Sessão de Abertura
20 Anos de Fórum Nacional, 200 Anos de Independência Econômica (sob o signo da incerteza)

Idéia: A preocupação central é tomar a Odisséia brasileira, nesses 200 anos desde a Abertura dos Portos (com a chegada da Família Real Portuguesa), como ponto de partida para indagar: Para onde vai o Brasil?

Com esse objetivo, faz-se uma comparação entre as duas Aberturas, a de 1808 e a dos Anos 90 para cá, a fim de poder colocar a questão: que Visão de Desenvolvimento adotar? Ou: Para onde vai o País, Econômica, Social e Politicamente?

Abertura:
Convidado de Honra - Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva: Para onde vai o Brasil – Econômica, Social e Politicamente – sob o signo da incerteza (Sugestão: 30 minutos).

Convidado Especial - Apresentação do Professor Edmund Phelps - Universidade de Columbia, Nova York, Prêmio Nobel de Economia de 2006: Brasil – Visão de Desenvolvimento, sob o signo da incerteza (sugestão: 30 minutos).

I – Apresentação (position paper): Roger Cohen, Colunista do New York Times: O futuro do Brasil é agora (20 minutos).

II – Comentário Especial: Embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi: 100 anos de parceria Brasil-Japão (Imigração Japonesa) (15 minutos)

III – Comentário Especial: Albert Fishlow, da Universidade de Columbia: Desenvolvimento brasileiro, Presente, Passado e Perspectivas – Visão de Síntese (15 minutos).

IV - Debate geral.

Dia 27.5 – Terça-feira (manhã) - De 10 horas às 13 horas

Painel I
"O Brasil Tem Jeito?"

Idéia: Discutir, principalmente:

Modernização das Instituições Políticas do Brasil, envolvendo: Modernização do Estado (Modernização do Modelo de Estado – principalmente Modelo de Gestão do Estado –, para evitar "apagões" e invasão da Administração Pública pelo vandalismo político); Modernização do Congresso e do Sistema de Partidos, para torná-los co-responsáveis pelo Desenvolvimento e pelas Reformas e capazes de dialogar com o Governo.
Como dar Oportunidade aos pobres? E a importante contribuição do Fórum – O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL (IDS), como instrumento para análise da Situação Social, no Brasil, nas Grandes Regiões e nos Estados.
Rumos do Desenvolvimento brasileiro (necessidade de uma nova Estratégia?).
Implicações da presente incerteza nos Mercados Globais.
A Sociedade Civil está cumprindo o seu papel de monitorar e dialogar com o Estado, para não continuar "tolerando o intolerável"? E fazer cobranças?
Abertura:
Lançamento do IDS (Índice de Desenvolvimento Social): Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Diretor-Técnico do Fórum Nacional (15 minutos).

I – Apresentação (position paper): Arthur Ituassu e Rodrigo de Almeida - Organizadores de "O Brasil tem jeito - 1?" e "O Brasil tem jeito - 2?". O primeiro é Jornalista e Professor da PUC e o segundo, Jornalista e Pesquisador do IUPERJ: "O Brasil tem jeito – principais questões"? (20 minutos)

II – Comentário Especial: Roberto da Matta, Sociólogo e Escritor: O Brasileiro e o Brasil (15 minutos).

III – Mesa-redonda (O Brasil tem jeito?) (15 minutos cada um):

Mary Del Priore, Historiadora e Escritora.
Jaime Pinsky, Historiador, Professor e Escritor - Autor de "O Brasil tem futuro?", Editora Contexto, 2006.
Sérgio Quintella, Vice-presidente da FGV.
IV - Debate geral.

Encerramento:
Pronunciamento do Embaixador Alberto da Costa e Silva, Coordenador da "Comissão Dom João VI" (Membro da Academia Brasileira de Letras): O Brasil de Dom João VI e sua significação para o futuro do País (15 minutos).

De 13 horas às 14h30 - Almoço

De 14h30 às 17h30

Painel II
Construção das Bases – Mensagens da Sociedade:
Redução da Carga Tributária, com Contenção de
Despesas de Custeio e Reforma Tributária.
e Modernização da Infra-estrutura

Idéia: O Painel se volta, principalmente, para o que falta fazer para que o País tenha bases econômicas sólidas e caminhe no sentido de um novo ciclo de Alto Crescimento, após os avanços realizados quanto às Novas Famílias de Políticas Macroeconômicas e a elevar um pouco a taxa de Crescimento.

A situação Macroeconômica tem permitido ao Brasil reduzir a Vulnerabilidade Externa – fantasma de outros períodos de Crescimento –, ter mais credibilidade interna e externa e sair da fase dos "vôos de galinha". Mas ainda há uma espécie de camisa de força (baixa margem de manobra), no Setor Público e na Iniciativa Privada.

Daí o foco, no Painel, em levantar questões relativas ao que falta fazer na área das Políticas Macroeconômicas e da Infra-estrutura, principalmente. Fator favorável, que não deve ser subestimado, é a verdadeira Revolução que está ocorrendo no Mercado de Capitais. E sempre a dúvida: as condições políticas do País são favoráveis a essa criação de bons fundamentos?

Abertura:
Pronunciamento da Ministra Dilma Rousseff, Chefe da Casa Civil, Presidência da República: Modernização da Infra-estrutura (20 minutos).

Pronunciamento do Ministro Guido Mantega, da Fazenda: Perspectivas da Política Econômica do Governo (inclusive considerando a Turbulência Internacional) (20 minutos).

I – Apresentação (paper): Affonso Celso Pastore - Professor da USP e da EPGE (FGV), ex-Presidente do Banco Central: Bases para o Alto Crescimento – Onde estamos e o que falta fazer (inclusive considerando a Turbulência Internacional) (20 minutos).

II - Apresentação (paper): Raul Velloso - Consultor de Empresas. Ex-Secretário para Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento: Sustentabilidade de Longo Prazo das Contas de Governo (Redução da Carga com Contenção de Despesas) (20 minutos).

III – Mesa-redonda (Construção das Bases) (15 minutos cada um):

Senador Aloizio Mercadante, Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.
Deputado Arnaldo Madeira.
Carlos Rocca, Diretor-técnico do IBMEC (Mercado de Capitais).
IV – Debate geral.

Dia 28.5 – Quarta-feira (manhã) - De 10 horas às 13 horas

Painel III
Estratégia da "Economia Criativa":
"Partindo dos Recursos Naturais para Chegar à Economia do Conhecimento"
(sob o signo da incerteza)

Idéia: Com esse painel, chega-se ao cerne da questão de para onde vai o Desenvolvimento brasileiro.

Se desejamos, realmente, o Alto Crescimento, não é mais possível continuar fazendo "mais do mesmo". Ou seja, deixar o Crescimento brasileiro limitado à expansão de cadeias produtivas voltadas para commodities primárias e industriais, e algumas poucas de linhas de produtos nas Áreas de Tecnologias Avançadas (além de um vasto manancial de Serviços, na maioria fora da área de Serviços de Alta Tecnologia).

A reorientação tem de ser no sentido de evoluir para uma Estratégia de "Economia Criativa", com as aptidões modernas proporcionados pela Economia do Conhecimento.

Ora, o Brasil é rico – talvez até rico demais, para seu próprio bem, em Recursos Naturais. Nesse caso, a Estratégia que se propõe – num mundo com a marca da China e sujeito a turbulências – é tomar o desenvolvimento dos Setores Intensivos em Recursos Naturais, com base naquelas aptidões modernas, procurando chegar à criação de Vantagens Comparativas, seletivamente, em áreas de Tecnologias Avançadas.

Entretanto, o signo de incerteza na Economia Internacional cria a necessidade de termos margens de manobra.

Abertura:
Pronunciamento do Ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Estratégia de Competitividade para o Brasil, no mundo da Economia do Conhecimento (20 minutos).

I – Apresentação (paper): Antonio Barros de Castro, Assessor Especial da Presidência do BNDES: Estratégias para o Brasil, num mundo com a marca da China (20 minutos).

II – Apresentação (paper): José Roberto Mendonça de Barros, Luiz Carlos Mendonça de Barros e Paulo Pereira Miguel - Economistas e Consultores Empresariais: A marca da China – As três cabeças do dragão (20 minutos).

III – Apresentação (paper): João Paulo dos Reis Velloso: Modelo de Economia do Conhecimento para o Brasil – A "Economia Criativa": "Partindo dos Recursos Naturais para chegar à Economia do Conhecimento" (20 minutos).

Complemento: Antonio Carlos Rego Gil, Presidente da BRASSCOM - Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços para Exportação (5 minutos).

IV – Comentário Especial: Roberto Hukai, Prof. do Instituto de Energia Eletrotécnica da USP: O Brasil como Centro Mundial de Energia? (15 minutos).

V – Comentário Especial: Aziz Ab'Sáber, Prof. da USP: Aquecimento Global – Avaliação (15 minutos).

VI – Debate geral.

De 13 horas às 14h30 - Almoço

De 14h30 às 17h30

Painel IV
O Brasil e suas Empresas Globais

Idéia: Inegável que a atual Globalização, baseada em Paradigma Econômico Moderno (Economia do Conhecimento) e em mercados mundiais, freqüentemente, oligopolísticos, tem seu grande instrumento nas Empresas Globais.

O Brasil já dispõe de certo número de Empresas Globais. Mas precisa avançar em duas direções. De um lado, fortalecer as Empresas Globais existentes e apoiar a emergência de muitas outras, na mesma categoria.

De outro lado, avaliar se essas Empresas Globais estão realmente atuando no sentido de acelerar o Desenvolvimento brasileiro.

I – Apresentação (paper): Cláudio Frischtak - Consultor de Empresas. Ex-economista Sênior do Banco Mundial: O Brasil diante da nova Competição Global – Como desenvolver novas Empresas Globais, apoiando as existentes. E o papel que devem desempenhar (20 minutos).

II – Apresentações: O Planejamento Estratégico das Empresas Globais brasileiras (15 minutos cada um):

Roger Agnelli, Diretor-Presidente da VALE.
Jorge Gerdau Johannpeter, Presidente do Conselho do Grupo GERDAU.
José Sérgio Gabrielli de Azevedo, Presidente da PETROBRAS.
Frederico Fleury Curado, Diretor-Presidente da EMBRAER.
Emílio Odebrecht, Presidente do Conselho de Administração da ODEBRECHT.
Alessandro Carlucci, Diretor-presidente da NATURA.
III – Debate geral.

Dia 29.5 – Quinta-feira (manhã) - De 10 horas às 13 horas

Painel V
Universalizando a Inovação nas Empresas Brasileiras

Idéia: Desde os anos 70, o Brasil construiu as bases de um Sistema Nacional de Inovação, e de lá para cá evoluiu bastante no sentido de criar um bom sistema de Incentivos à Inovação – financeiros e fiscais, principalmente.

No momento, duas tarefas básicas se impõem. Primeiro, avaliar se o Sistema de Inovação está funcionando bem – e sabemos que não, por não haver suficiente número de parcerias entre Universidade (e Institutos de Pesquisa) e o Setor Privado.

Em segundo lugar, promover a Universalização da Inovação, através de um Programa Nacional (proposto pelo IPEA) que atinja, inclusive, a Pequena Empresa, multiplicando a geração de Pequenas Empresas Tecnológicas (que devem, também, ser Pequenas Empresas Exportadoras).

Abertura:
Pronunciamento do Ministro Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia: Universalizando a Inovação – como chegar lá (20 minutos).

Pronunciamento do Presidente Luciano Coutinho, do BNDES: O BNDES e a Universalização da Inovação nas empresas (20 minutos).

Pronunciamento do Presidente Luis Manuel Rebelo Fernandes, da FINEP: A FINEP e a Inovação nas Pequenas Empresas (20 minutos).

I – Apresentação (paper): Presidente Marcio Pochmann, do IPEA: Como implementar o Programa de Universalização da Inovação nas Empresas brasileiras (20 minutos).

II – Comentários Especiais (Inovação em Pequenas Empresas) (15 minutos cada um):

Paulo Tarciso Okamotto - Diretor-presidente do SEBRAE.
Marisa dos Reis Azevedo Botelho - Professora do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia, Michelle de Castro Carrijo - Doutoranda do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia, Gilsa Yumi Kamasaki - Economista da Eletronorte
Fernando Sandroni - Presidente do Conselho Empresarial de Tecnologia da FIRJAN.
José Ricardo Roriz Coelho - Diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP.
III – Debate geral (Abertura: Carlos Alberto dos Santos - Diretor de Administração e Finanças do SEBRAE).

De 13 horas às 14h30 - Almoço

De 14h30 às 17h30

Painel VI
Para onde vão aa Cidades Brasileiras? Planejamento Urbano (Desenvolvimento, Infra-estrutura, Segurança, Favelas) e Senso de Comunidade

Idéia: O Brasil tem passado por um processo de explosão da urbanização, que remonta a várias décadas atrás.

Só que, nas décadas recentes, a idéia de Planejamento Urbano, no País, praticamente deixou de constituir prioridade dos Governos – Federal, Estaduais e Municipais. A noção de Região Metropolitana deixou de ter sentido. Desapareceu o senso de comunidade e as favelas (e periferias) tenderam a transformar-se em guetos – território ocupado pelo narcotráfico, ante a ausência do Estado, seja sob a forma de Lei e Ordem (Polícia), seja sob a forma de Políticas Sociais e Políticas de Emprego.

Surgem, então, as previsões catastróficas – talvez até realisticamente.

O painel procura avaliar se as cidades brasileiras caminham para a inviabilidade. E definir estratégias para que haja a volta da Reforma Urbana e do Desenvolvimento Urbano. E do senso de comunidade, com a reintegração das favelas à cidade.

"Naquele dia, eu xinguei Deus"
(Garota de rua, 13 anos, depois que uma
"gringa" quis comprar-lhe a filha).

Abertura:
Pronunciamento do Ministro Márcio Fortes, das Cidades: Desenvolvimento Urbano no Brasil (20 minutos).

I – Apresentação (position paper): Luiz César de Queiroz Ribeiro - Coordenador do Observatório das Metrópoles (IPPURR-UFRJ): Para onde vão as cidades brasileiras? (Dinâmica da Geografia Urbana, Crise das Cidades, Desenvolvimento, Favelas) (20 minutos).

II – Mesa-redonda (Para onde vão as cidades brasileiras) (15 minutos cada um):

José Luiz Alquéres, Presidente da Light e Coordenador do "Projeto Megacidades" (ACRJ).
Cel. José Vicente da Silva Filho - Secretário Municipal de Valorização da Vida e Prevenção da Violência. Professor da UERJ. Ex-Secretário Nacional de Segurança Pública .
Luiz Eduardo Soares - Sociólogo, ex-Secretário Nacional de Segurança Pública.
Rossino de Castro, Presidente da FAFERJ (Federação das Associações de Favelas – RJ).
II – Síntese e Conclusões (position paper): Hamilton Tolosa, Professor da Universidade Cândido Mendes e Ex-Superintendente do IPEA (RJ). (20 minutos).

III – Debate geral.

Dia 30.5, sexta-feira (manhã) - De 10 horas às 13 horas

Sessão de Encerramento
O Amor em Tempos de Desamor

"Inferno, ausência de amor"
Georges Bernanos

Idéia: Vivemos em "tempos de cólera" (ou, de forma mais branda, "tempos de desamor"). A Ordem Mundial dos tempos da Guerra Fria (com seu latente Apocalipse) parece ter sido substituída pela Desordem Mundial: volta do Terrorismo, guerras intermináveis no Oriente Médio, guerras civis em diferentes regiões, ameaças de guerras nucleares. Por outro lado, a sociedade passa por profundas transformações, nos ways of life, nas relações entre pessoas e grupos, nas repercussões das drásticas e altamente velozes mudanças econômicas e tecnológicas.

O cenário da América do Sul (pressupondo existir essa entidade–abstração) é inquieto, para não dizer conturbado.

No País, ao lado dos "circos de horrores" (crises políticas, escândalos, "conexões"), o problema da Segurança Pública e a crescente falta de integração das favelas na cidade criam a sensação de ausência do senso de comunidade.

Nesse cenário de dúvidas e pesadelos, parece chegado o momento de uma reflexão sobre o Amor, em suas múltiplas formas, como elemento de comunhão e convivência, desde o plano individual ao universal.

Como não há tabus para o Fórum – que já realizou painéis sobre a condição da Mulher, o "defeito da cor", Política de Cinema –, e tem o universo como seu campo de discussão e propostas, deseja-se aproveitar a oportunidade especial proporcionada pelo nosso vigésimo aniversário para navegar por mares nunca dantes navegados. Daí, esta Sessão de Encerramento, que procura captar sinais de esperança nos "tempos de cólera".

I – Apresentação (paper): Maria Adelaide Amaral, Escritora: Grandes Amores Universais (20 minutos).

II – Apresentações: AMOR ROMÂNTICO (à la Século XXI) (15 minutos cada um):

Maria Clara Bingemer, Escritora, Decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas (PUC-Rio): A Bossa Nova e o Amor (50 anos).
Renato Mezan, Filósofo, Psicanalista e Escritor: Amor Romântico e Filosofia.
II – Apresentação: AMOR-AMIZADE: Danilo Marcondes, Professor de Filosofia da PUC-Rio (15 minutos).

III – Apresentação: AMOR À PÁTRIA: Gilberto de Mello Kujawski, Filósofo e Escritor (15 minutos).

IV – Apresentação: AMOR EM ESCALA UNIVERSAL ("Homem algum é uma ilha, completo em si mesmo; todo homem é uma peça do continente, uma parte do todo": John Donne): Miriam Nunes, Professora de Letras da UFRJ (15 minutos).

V – Debate geral.

Encerramento

_________________
* Ver "New world in the tropics", Gilberto Freyre, Alfred P. Knopf, Nova York, 1959.
** Edifício do Banco – Av. Chile, 100

875) Brazil Rising, in a American Radio

Brazil Rising
(Coming Summer 2008)

Brazil. It conjures up images of carnival, the beaches of Rio, The Girl From Ipanema, and the samba.

But a new Brazil is emerging on the world stage. Brazil today is one of the fastest growing players in the global economy, a bio-fuels pioneer on the fast track to energy self-sufficiency, a booming haven for foreign investment, and a test case for a new approach to governance in Latin America.

Can Brazil successfully chart a new path that overcomes the country’s grinding poverty and its tide of violent crime, while still preserving the country’s unique environment?

Will the new Brazil continue as a strategic partner for the United States or could it become a formidable competitor? How will the rest of the world accommodate Brazil’s seemingly unstoppable growth?

In “Brazil Rising,” scheduled for release in Summer 2008, veteran public radio journalist David Brown takes listeners on a personal journey across the country, exploring Brazil’s view of itself, its neighbors, and the world.

“Brazil Rising” — produced by Simon Marks, Kristin McHugh, and Keith Porter—is a Stanley Foundation production in association with KQED Public Radio and KUT Austin.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

874) II Encontro Nacional de Estudos de Defesa, Niteroi, 15-19 de julho de 2008

A Associação Brasileira de Estudos da Defesa, ABED, estará realizando, entre os próximos dias 15 e 19 de julho deste ano, o seu Segundo Encontro Nacional no Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense.
Os interessados podem ainda enviar suas propostas para a sessões temáticas até o dia 31 de maio deste ano para a Comissão de Recepção no endereço eletrônico: abed@vm.uff.br.
Maiores informações podem ser obtidas nos sites www.uff.br/pgcp/abed.html e www.arqanalagoa.ufscar.br/abed/default/asp.
Prof. Eurico de Lima Figueiredo
Presidente da Comissão Organizadora UFF - ABED II

domingo, 18 de maio de 2008

873) Ainda as Farc, e as relacoes Colombia com vizinhos

Este editorial do Washington Post recomenda uma linha de cautela para o governo americano (e não fala nada dos 12 ou 15 por cento do aprovisionamento americano em petróleo, que vem da Venezuela) e recomenda uma linha ofensiva para o governo da Colômbia, na OEA, ONU (e quem sabe até na Corte da Haia).
A responsabilidade do governo brasileiro é tambem enorme...
-------------
Paulo Roberto de Almeida

Hard-Drive Diplomacy
Evidence of Venezuela's support for terrorism could carry Hugo Chávez to the pariah status he deserves.
The Washington Post, Sunday, May 18, 2008; B06

THE CONFIRMATION by an international forensics team that laptops and hard drives captured by Colombia originated in a camp of FARC terrorists ought to open a new era in relations between the democratic world and Hugo Chávez's Venezuelan government. Whether it does will depend to a large extent on how Colombia and the United States handle a rich but tricky diplomatic opportunity.

The computers and drives contain a staggering 610 gigabytes of data, according to Interpol, including 983 encrypted files opened by its team. What is already known is enough to demonstrate that Mr. Chávez and senior members of his government, army and intelligence service had a far-reaching clandestine relationship with the FARC and that Venezuela offered the group weapons, money and harbor on its own territory. Ecuador, which under President Rafael Correa has become a Venezuelan satellite, had lesser but also incriminating ties to the group, which specializes in drug trafficking, kidnapping and massacres of civilians.

On its face the evidence is enough to convict Mr. Chávez and his collaborators of backing terrorism against a democratic government. If Venezuela were a European or Asian country, it would surely become an international pariah virtually overnight. But Venezuela is in Latin America -- where governments are reluctant to criticize their neighbors, terrorist groups professing a left-wing ideology have often won sympathy in Europe and the United States, and demagogues such as Mr. Chávez are able to turn hostility from Washington to their advantage. That of course is the Venezuelan strategy: Rather than even attempt to respond to the contents of the laptops, Mr. Chávez is describing them as a CIA plot and a pretext for a U.S. invasion.

Therein lies the best approach for Colombia and the United States. Since neither Mr. Chávez nor Mr. Correa has offered any credible or even serious response to the laptop material, they should be firmly, repeatedly and relentlessly confronted with the evidence and asked for answers. Colombia can do this by petitioning the Organization of American States to determine whether Venezuela and Ecuador have breached its charter; it could also ask the U.N. Security Council to judge whether the two governments violated Resolution 1373, passed in September 2001, which prohibits all states from providing financing or havens to terrorist organizations. President Álvaro Uribe should order that all of the captured material be posted on the Internet. This should at least expose Mr. Chávez's behavior to global scrutiny and make it more difficult for countries and political leaders who have tried to ignore or excuse it, ranging from neighbors such as Brazil to some U.S. Democrats.

Some in Congress are already calling for Venezuela to be placed on the State Department's list of state sponsors of terrorism. While the designation may be justified and even mandated by U.S. law, it could simply bolster Mr. Chávez's anti-American narrative. A better course would be to single out and sanction Venezuelan companies and individuals compromised by the laptop evidence, such as the generals who have been secretly meeting and doing business with FARC leaders. Punishment of Venezuelans as a whole would serve little purpose. After all, the country recently voted down Mr. Chávez's attempt to prolong and institutionalize his rule. If managed correctly, the laptop scandal will surely deepen the domestic political hole into which the would-be "Bolivarian" revolutionary is sinking.