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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Uniceub contrata professores para programa de pos em Direito

Edital referente a concurso para contratação de professor para o Programa de Mestrado e Doutorado em Direito do Centro Universitário de Brasília.

http://www.uniceub.br/pdf/ChamadaProfDireito.pdf

O futuro da industria no mundo: estudo da McKinsey (resumido pelo IEDI)

Produzindo o Futuro Industrial: A Nova Era Global de Crescimento e Inovação
Sumário

A Carta IEDI elabora uma resenha de importante estudo da McKinsey&Company “Manufacturing the future: the next era of global growth and innovation”. O relatório pretende elucidar qual será a contribuição da indústria da transformação nas economias avançadas e em desenvolvimento no século XXI. Através de um modelo de segmentação, o estudo aponta quais serão as condições de sucesso em cinco segmentos gerais da indústria de transformação, apontando caminhos para políticas públicas.

Os segmentos que se diferenciam bastante entre si no que se refere às suas fontes de vantagens competitivas e em como os fatores de produção influenciam suas decisões de onde produzir, investir em P&D e chegar ao mercado, são:

1)    Produtos de inovações globais para mercados locais

2)    Produtos de processamento regional

3)    Commodities intensivas em recursos naturais e energia

4)    Produtos de inovação e tecnologias globais

5)    Produtos de bens comercializáveis trabalho-intensivos

Segundo o relatório a transição da atividade primária para a industrial ainda é a rota para aumentar a produtividade e elevar os padrões de vida das economias em desenvolvimento. No futuro, a indústria da transformação continuará tendo um papel muito importante na economia, e a próxima era de inovação e oportunidades inspirarão uma nova geração de empregados da indústria.

De acordo com a McKinsey, o setor manufatureiro que detinha apenas 16% do valor adicionado mundial em 2010, gerava 70% das exportações das maiores economias industriais emergentes ou desenvolvidas naquele mesmo ano. É também responsável por 77% das inovações privadas em grandes países industriais, além da China, e, segundo uma pesquisa entre os países europeus, sua participação no aumento de produtividade das economias chega a 37%, muito superior à participação da indústria no PIB dos países.

A McKinsey identifica as principais tendências para o futuro da indústria da transformação, algumas novas e muitas já em curso, relacionadas à demanda, oferta, regulação e políticas governamentais, inovação e tecnologia, riscos e incerteza.

A observação e a adaptação a essas tendências são primordiais para o sucesso de empresas e nações no futuro. Por isso o relatório apresenta ainda algumas estratégias de atuação no âmbito do setor privado e do setor público. Da parte das empresas será preciso recriar suas estratégias atendendo aos requisitos de granularidade, agilidade, adoção de novas abordagens e capacidades gerenciais e operacionais, investir em mudança organizacional e formação de talentos.

Do lado dos governos, o papel crucial do Estado para o desenvolvimento industrial é com relação à criação de um ambiente para empresas inovadoras e competitivas, gerando condições das empresas manufatureiras locais se sustentarem ao longo do tempo. Não se trata apenas de um estado regulador, mas de corrigir falhas de mercado, apoiar indústrias nascentes etc. Os setores público e privado terão de atuar mais conjuntamente, incluindo as empresas multinacionais, gerando um ecossistema que atraia os talentos e promova inovações.
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O Relatório. O recém-lançado relatório da McKinsey&Company “Manufacturing in the future: the next era of global growth and innovation”, de 180 páginas, foi elaborado pelo Instituto Global da McKinsey (MGI) e pelo departamento de práticas operacionais em novembro de 2012. Seu objetivo é elucidar qual será a contribuição da indústria da transformação nas economias avançadas e em desenvolvimento no século XXI. O relatório resultou de 10 meses de análises macroeconômicas e pesquisas junto a líderes e profissionais especializados da empresa e associados. Para tal, realiza antes uma radiografia do setor na atualidade e das novas tendências. Através de um modelo de segmentação, a empresa consegue entender quais serão as condições de sucesso em cinco segmentos gerais, trazendo insights úteis tanto para os líderes das empresas quanto para as políticas públicas.

A Indústria da Transformação Continua Importante, Mas Sua Natureza Está Mudando. A indústria da transformação continua crescendo, a taxas de 2,7% entre 2000 e 2007 em economias avançadas e 7,4% em economias em desenvolvimento – que estão cada vez mais importantes no ranking dos maiores produtores mundiais. Dos gastos em P&D mundiais, até 90% são realizados na atividade manufatureira. Devido à sua alta competitividade, a parcela da indústria da transformação é duas vezes maior do que a do emprego na União Europeia (15) e três vezes nos EUA. Essa tendência deve continuar no longo prazo.

Números da indústria de transformação em 2000:

- 16% do PIB global, 70% do comércio internacional;

- 62 milhões de empregos nos países avançados em 2000, 45 milhões em 2010 - ou 270 milhões globalmente em 2000, 300 milhões em 2010;

- Nos EUA, 30 a 55% dos empregos na indústria da transformação são de atividades do tipo serviços, sendo que 19 centavos de cada dólar produzido pela indústria destinam-se a serviços;

- 3 grupos industriais globais eram liderados pelos chineses e 2 pelos norte-americanos;

- déficit comercial das indústrias avançadas em bens trabalho-intensivos somava US$ 342 bilhões, mas o superávit em bens inovadores era de US$ 726 bilhões.

A McKinsey considera que construir o setor manufatureiro permanece sendo fundamental para o desenvolvimento nacional, aumentar o nível de renda e para prover as máquinas, ferramentas e equipamentos necessários para construir uma moderna infraestrutura e habitação. Não houve nação que se tornou rica sem se industrializar. Até mesmo a Índia, que é conhecida por se desenvolver apoiada no setor de serviços, paralelamente tem investido bastante na infraestrutura para apoiar o crescimento industrial e de sua produtividade.

A transição da atividade primária para a industrial ainda é a rota para aumentar a produtividade e elevar os padrões de vida das economias em desenvolvimento. A indústria da transformação é reconhecidamente o motor da dinâmica nessas economias, retirando populações agrárias da pobreza. Nas economias avançadas, os bens industriais são a expressão da capacidade de inovação e competitividade do país. O setor remunera altos salários e é o principal responsável pelo progresso técnico. Além disso, a relevância da indústria, à medida que o país se desenvolve, passa a ser principalmente seu potencial de alavancar a produtividade, as exportações e as inovações. A transformação industrial adquire também importância no que tange a redução dos níveis de consumo de energia e de recursos naturais.

É fato, também, que o papel da indústria de transformação vem mudando ao longo do tempo. Quando a economia atinge certo grau de desenvolvimento, em geral a parcela da indústria da transformação no emprego e no PIB chega ao seu máximo, passando, então, a decrescer a favor dos serviços (fato estilizado conhecido como curva do U invertido entre PIB per capita e parcela da indústria no PIB). Mas a separação entre serviços e indústrias está cada vez menos perceptível.

Atualmente, até mesmo países no mesmo grau de desenvolvimento apresentam diferenças quanto ao peso da indústria de transformação no PIB, o que depende das políticas industriais e regulatórias, da importância do setor de recursos naturais na economia, do acesso e custo dos fatores produtivos, da demanda doméstica por bens manufaturados, dos desequilíbrios na balança corrente e do regime macroeconômico, destacando a política cambial.





A manutenção de um setor industrial vigoroso depende de alguns aspectos fundamentais, como acesso a mão-de-obra qualificada, com o menor custo possível, proximidade aos mercados demandantes, estrutura logística eficiente, disponibilidade de matérias-primas e energia a preços competitivos, proximidade a centros de inovação.



Box 1 – O sucesso da indústria de transformação na Suécia

A Suécia é um dos poucos casos de nações desenvolvidas em que a indústria da transformação manteve sua parcela no produto nos últimos 25 anos, com aumento da produtividade superior ao dos países avançados. O foco se voltou para setores de auto crescimento, como equipamentos de comunicação, veículos automotores e químicos. Mas todos os setores em geral cresceram muito, o que é atribuído às reformas após a crise dos anos noventa. Tais reformas incluíram a desvalorização da moeda e estabelecimento de padrões salariais nos setores de exportação, além da adesão à União Europeia em 1995 – o que contribuiu para a internacionalização de suas multinacionais. Logo, em 2007 apenas 10 empresas transnacionais contribuíam com 20% do valor adicionado total e 35% do crescimento da indústria de transformação sueca. Além disso, houve um movimento de ascensão na cadeia de valor rumo a setores de alta tecnologia, com investimentos em pessoal, por exemplo, bem superior aos outros países da União Europeia.



Em termos de comércio internacional, os bens manufaturados continuam dominando o cenário, representando mais de 70% do comércio de bens e serviços em valor. Nos países avançados, os serviços contribuem mais para o comércio internacional (23%, de acordo com a amostra selecionada no relatório) do que os países em desenvolvimento (13%, excluindo a China). Porém estes dados nada dizem sobre os bens intermediários importados que entram na produção dos bens industriais exportados – por exemplo, na China, subtraindo a importação de bens intermediários, as exportações industriais se reduzem pela metade. E ainda, fatores de produção do tipo serviços estão contribuindo na exportação de bens manufaturados. Por exemplo, em 2009, 81% das exportações de bens da Alemanha era de manufaturas (ou 32% do PIB), sendo que serviços e bens intermediários importados corresponderam a mais da metade desse valor. Já as exportações de serviços, que equivaleram a 7% do PIB, geraram valor agregado integralmente doméstico. Considerando esses pontos, a contribuição das exportações de serviços passaria a ser 13% do PIB, bem semelhante aos 15% das manufaturas. Portanto, as comparações de comércio internacional e produção doméstica devem se dar em termos das cadeias de valor.

Nesse sentido, o relatório examina cinco grupos de atividades da indústria, que se diferenciam bastante no que se refere às suas fontes de vantagens competitivas e em como os diferentes fatores de produção influenciam suas decisões de onde produzir, investir em P&D e chegar ao mercado.

Os setores e os segmentos que cada um deles compreende são:

1)    De inovações globais para mercados locais: químicos, veículos automotores, outros equipamentos de transporte, maquinário elétricos, máquinas e equipamentos.

2)    Processamento regional: produtos da borracha e plástico, produtos fabricados de metais, alimentos, bebidas e tabaco, papel e impressões.

3)    Commodities intensivas em recursos naturais e energia: produtos da madeira, petróleo refinado e derivados, papel e celulose, minerais básicos, produtos baseados em metais.

4)    De inovação e tecnologias globais: computadores e equipamentos de escritório, semicondutores e eletrônicos, equipamentos de precisão, óticos e médicos.

5)    Bens comercializáveis trabalho-intensivos: têxteis, vestuário, produtos de couro, móveis, joias, brinquedos, outros.





O primeiro grupo, de inovações globais para mercados locais, é o maior de todos, responsável por 34% do valor agregado na indústria de transformação global em 2010. São indústrias de média a alta intensidade em P&D, cujas competitividades dependem de um fluxo contínuo de inovações. Para minimizar custos de transporte, costumam se localizar próximas ao mercado consumidor, são bastante influenciadas por aspectos regulatórios (como padrões de segurança e qualidade) e acordos comerciais. O subsetor de químicos é o mais importante em termos de geração de valor agregado, enquanto máquinas e equipamentos é o que mais emprega. A China é o principal produtor desse grupo, seguida por EUA e Japão; as economias desenvolvidas correspondem a 60% do mercado.

O segundo grupo, indústrias de processamento regional, representou 28% do valor agregado da transformação industrial em 2010, sendo o maior empregador em países avançados. Localizam-se próximas ao mercado consumidor e aos fornecedores de matérias-primas, com produção altamente automatizada, mas em geral, não intensivas em P&D e se destinam primordialmente aos mercados domésticos. O subsetor que gera maior valor adicionado e também é responsável por empregar mais trabalhadores é o de alimentos, bebidas e tabaco – sobretudo nos países em desenvolvimento. Os maiores produtores mundiais são China e EUA.

Para o terceiro grupo, das commodities intensivas em recursos naturais e energia, os preços das matérias-primas e da energia são fundamentais. Portanto, tentam maximizar a proximidade às fontes energéticas e aos mercados finais, devido aos altos custos de transporte. Estes bens equivaleram a 22% do valor agregado mundial de transformação industrial. O subsetor que mais contribui para a geração de valor agregado do segmento é o de metais básicos, enquanto o que mais emprega é o de produtos derivados de minerais. Os grandes países em desenvolvimento ricos em recursos naturais, como Brasil, Indonésia e Rússia concentram essas indústrias, mas o maior produtor é a China, seguido dos EUA.

Já o quarto grupo, de inovação e tecnologias globais, são dependentes das redes globais de produção e de geração de P&D, mas não necessitam se localizar perto de um mercado específico, tendo sua cadeia produtiva espalhada pelo globo conforme as vantagens de custos de cada etapa da produção. O grupo produz 9% do valor agregado mundial da indústria de transformação, sendo que os EUA é o principal produtor mundial, seguido da China. O subgrupo de maior peso é o de eletrônicos e semicondutores.

E o grupo de mão-de-obra intensiva corresponde a apenas 7% do valor agregado da indústria da transformação global, são bens altamente comercializáveis e sua produção privilegia a proximidade à localidades de mão-de-obra abundante e barata, com infraestrutura de transporte disponível. Esse segmento costuma ser o primeiro a se desenvolver durante a industrialização dos países, para depois perder a importância gradualmente perante as outras indústrias. O principal subgrupo em termos de geração de valor agregado e de emprego é o de têxteis, vestuário e couro. A China é a maior produtora mundial.


Box 2 – Metodologia de segmentação da indústria de transformação

A classificação levou em conta seis aspectos que influenciam os custos, a inovação e a comercialização dos bens de cada indústria. No que tange o critério de custos, considerou-se a intensidade em capital, trabalho e energia. Para inovação, adotou-se a variável gastos em P&D sobre o valor adicionado. E para comercialização, usou-se um parâmetro para intensidade de comércio (medido por exportações sobre o produto industrial) e o valor sobre o volume exportado.

A principal base de dados foi uma amostra de 75 países disponível no IHS Global Insight, e também dados internos da McKinsey, da OECD e do governo dos EUA.







Observa-se que estes grupos estão espalhados pelos continentes seguindo certa lógica de especialização, de forma que os países avançados concentram os produtos globais de tecnologias locais, e os países em desenvolvimento, concentram os trabalho-intensivos. Por sinal, a competição nesse último segmento é acirrada e suscita frequentes intervenções internacionais no campo da regulação, principalmente da OMC. Por exemplo, o acordo da OMC sobre têxteis e vestuário em 2004 alterou bastante a distribuição espacial da indústria no globo, acelerando a realocação para localidades de baixo custo como China, Camboja, Vietnã, Egito e Paquistão.

A estrutura do emprego em países avançados está atualmente concentrada em bens de processamento regional (37%) e bens globais de tecnologias locais (30%). Aliás, esta última categoria é a mais importante também nas economias em desenvolvimento (28%), seguida por bens de processamento regional (26%). As indústrias de commodities e trabalho-intensivas representam maior parcela do emprego nos países em desenvolvimento do que nas economias avançadas.








Vale notar que, como dito anteriormente, a separação entre indústria e serviços está cada vez mais turva, nos EUA 37% do emprego na indústria é em atividades do tipo serviços. A parcela varia em cada grupo industrial, sendo 55% nos bens de inovação e tecnologias globais, 40% nos de inovação global para mercados locais, 31% em processamento regional, 31% em commodities intensivas em recursos naturais e energia, e 30% nos intensivos em mão-de-obra. De acordo com o relatório, a relocação de empregos do setor trabalho-intensivo para outros países apenas explica 20% das perdas no emprego da indústria de transformação entre 2000 e 2010, o restante se deveu aos ganhos de produtividade.

Assim, o papel da indústria de transformação na criação de empregos tem diminuído conforme se eleva o investimento das firmas em novas tecnologias para aumentar a produtividade. Além disso, as empresas têm procurado mão-de-obra mais qualificada, substituindo postos de trabalho na produção por atividades do tipo serviços.

O crescimento do emprego no setor de indústria de transformação entre 2000 e 2010 (de 270 para 300 milhões) se processou totalmente nos países em desenvolvimento. Por outro lado, nas economias avançadas, o emprego na indústria de transformação vem se retraindo (com destaque para Japão e EUA) por conta também de fatores como realocação, automação, inovações tecnológicas e organizacionais e pelo próprio crescimento do setor de serviços. Até 2030, nessas economias, tal movimento deve continuar, de forma que o emprego da indústria de transformação se reduza dos atuais 45 milhões para 40 milhões.

A propósito, a remuneração em serviços nas economias avançadas está se tornando tão boa quanto na indústria. Na média, a remuneração na indústria é superior à de serviços. Mas quando se agrupa cada setor pela intensidade do fator em cada atividade, resulta que a remuneração é similar nos dois casos. Assim a média industrial apenas é superior do que a de serviços porque a primeira apresenta maior peso dos setores altamente tecnológicos. 




Box 3 – A perda do emprego na indústria de transformação dos EUA

A McKinsey decompôs a queda do emprego na indústria de transformação norte-americana, demonstrando a contribuição de cada uma das forças abaixo para as perdas de quase 6 milhões de postos entre 2000 e 2010:

- mudanças na demanda doméstica (6%)

- mudanças na posição comercial líquida (20%)

- diferenças de crescimento de produtividade (70%)

- outros (4%).

Examinando por setor, especificamente na questão da posição comercial, as maiores quedas do emprego na indústria dos EUA foram em eletro-eletrônicos e têxteis e vestuário. De acordo com os cálculos apresentados no relatório, se o déficit na conta corrente fosse eliminado, as perdas no emprego industrial seriam recuperadas.


A conclusão é a de que os setores de indústria de transformação e serviços são altamente sinérgicos, ambos apresentam fortes efeitos de transbordamento e constituem fontes de demanda uma para o outro, de forma que o desenvolvimento mútuo é uma tendência evidente que continuará no futuro.

Novas Oportunidades em um Cenário de Negócios Mais Incerto. Após a crise de 2008, a economia global adentrou em um período de alta volatilidade e incerteza que tem sido particularmente desafiador. A lenta recuperação econômica mundial traz consigo uma série de tendências - algumas já em curso, outras novas - que reconfigurarão a indústria no futuro.

A McKinsey analisa as novas tendências, enfatizando os aspectos principais da demanda, oferta, políticas e regulação, tecnologia e inovação, e risco e incerteza. A seguir, comentam-se com mais profundidade as tendências essenciais desses aspectos.

a)    Demanda

A demanda está aceleradamente se deslocando para mercados emergentes

Nos próximos 15 anos, mais 1,8 bilhões de pessoas pelo mundo farão parte do mercado de consumo (provenientes principalmente da Ásia e África) enquanto o consumo quase dobrará nesse mesmo período, somando U$ 64 trilhões. A tendência de globalização da produção continuará e o crescimento dos bens industriais continuará sendo puxado pelas economias em desenvolvimento, que representarão 70% do mercado em 2025 - sendo tão importantes enquanto demanda, como quanto fornecedoras da cadeia produtiva. Deve haver crescimento também das vendas por internet, tanto entre empresas e consumidores finais, quanto entre produtores de diferentes estágios da cadeia de valor.

Observa-se que poucas multinacionais estão preparadas para essa transformação. Uma pesquisa recente da McKinsey junto às cem maiores multinacionais do mundo com matriz em economias avançadas revela que suas vendas nos países em desenvolvimento correspondem, em média, a apenas 17% do total.

Maior fragmentação da demanda e customização

A tendência de proliferação de produtos para atender à fragmentação da demanda já está acontecendo. Esse fenômeno está relacionado ao anterior, já que os novos entrantes no mercado global terão diferentes necessidades a serem atendidas pelos produtos. Há que se considerar que mercados como Índia, Brasil ou China são extremamente diversificados, o que abre flanco para a proliferação de produtos. Também, nas economias avançadas, os consumidores demandarão mais variedade e produtos com ciclo de vida mais curtos, acentuando a tendência à customização.

Por exemplo, no setor de automóveis, entre 2002 e 2011, a BMW ampliou seu portfólio de carros de 12 modelos para 22, reduzindo o ciclo de vida dos produtos em 19%. A Ford ampliou sua linha de 71 para 81 modelos, também reduzindo o ciclo de vida dos produtos em 6%.

Crescente demanda por serviços relacionados à indústria de transformação

Mais e mais os produtos da indústria da transformação carregarão serviços em sua produção, especialmente nos mercados de business-to-business (B2B). Os serviços já correspondem até 55% do valor dos produtos, sendo particularmente representativos no setor de bens de capital. A crescente importância de serviços de maior valor agregado implica o aperfeiçoamento tecnológico e a proliferação de centros de inovação, não apenas nas atividades de alta tecnologia, mas em termos gerais.

b)    Oferta

Crescentes salários em regiões de baixo custo

Espera-se que a maior riqueza e produtividade dos países em desenvolvimento acarretem em aumento dos salários. Entre 2000 e 2008, enquanto nos países avançados os salários cresceram menos de 1% ao ano, nos asiáticos o aumento foi superior a 7% ao ano. Na China e na Índia o custo unitário do trabalho expandiu 16% e 8% ao ano entre 2003 e 2010, respectivamente. Já a produtividade cresceu 14% na China e 17% na Índia.

O incremento dos salários atinge especialmente os segmentos intensivos em mão de obra, de bens transacionáveis e as montadoras dos produtos de alta tecnologia. A solução mais comum, nas indústrias que a permitem, é a transportação da produção para regiões de menor custo. Mas esta possibilidade ficará cada vem menos viável.

Escassez de talentos

Vislumbra-se maior escassez de técnicos para desenvolver e operar ferramentas e sistemas industriais, com elevação dos salários em regiões de baixos custos. Os cálculos da McKinsey apontam para a falta de mais de 40 milhões de empregados altamente qualificados em 2025, principalmente na China e outras economias em envelhecimento. Os trabalhadores com qualificação média também estarão “em falta”, enquanto os de baixa qualificação apresenta a demanda inferior à oferta. As profissões com maior déficit são engenharia, vendedores de comércio internacional e técnicos.

Uma pesquisa da empresa revelou que em 2011 quase 80% das indústrias japonesas reportaram a dificuldade de encontrar mão-de-obra altamente qualificada. Esse percentual é de 26% na Europa, Oriente Médio e África. Mesmo nos EUA, 43% das firmas de indústria de transformação investigadas revelavam ter vagas de alta qualificação disponíveis por longo tempo, sem que se encontrassem funcionários para as vagas.

Preços de commodities mais elevados e voláteis

Os preços das commodities já estão em níveis altos, sem precedentes na história. E a expectativa é de contínua escalada, pois a demanda deve crescer de 30% a 80% nos próximos 20 anos. A razão fundamental é o ingresso de mais chineses e indianos aos mercados, com aumento do consumo diário de calorias.

E ainda, a volatilidade dos preços também deve aumentar, o que pode ser repassado para preços principalmente no segmento de firmas globais mas atuação local, como alimentos, bebidas e tabaco (onde a matéria-prima corresponde a até 65% do custo total) ou a de aço (70 a 80%). Esse componente pesa negativamente na decisão de investimento em capacidade produtiva, por isso deve-se encontrar soluções inteligentes para contornar os riscos associados.

Maiores custos de transporte e gargalos logísticos

Essa tendência está associada com o crescimento dos mercados, principalmente nos países em desenvolvimento – em que ocorrem paralelamente processos de acelerada urbanização. Mesmo as economias avançadas têm dificuldade em lidar com o maior volume de trocas de bens, tanto que nos EUA o tráfego rodoviário cresce 3% ao ano – ao passo que a capacidade se eleva 1%.

O peso desse custo é particularmente oneroso em produtos de baixo valor agregado. É por isso que empresas como a P&G, IKEA e Emerson estão regionalizando suas operações em praças próximas aos mercados consumidores.

c)    Políticas e regulação públicas

Persistência de políticas comerciais restritivas

Recentemente, os fluxos de comércio crescem a taxas mais de duas vezes maior do que a do crescimento da produção mundial, em um contexto onde as redes de negócio estão se tornando mais complexas. A Europa e os EUA deixaram de ser os principais polos, isolados, do comércio mundial – pois o trânsito de mercadorias e negócios na Ásia vem progressivamente aumentando.

O comércio mundial disparou, também, incentivado pela queda de barreiras e redução de tarifas, de um lado, e pelo aumento de mais de 5 vezes dos acordos comerciais entre 1980 e 2010, de outro. Mas políticas como a de conteúdo nacional continuam sendo bastante utilizadas, facilidade de financiamento, subsídios etc. As intervenções são comuns nas indústrias correlatas à energia e aos recursos naturais.

Contínuo declínio dos impostos sobre as empresas.

Os impostos sobre as empresas já vinham caindo desde os anos oitenta, como por exemplo, na França, Alemanha e Reino Unido – onde eram de cerca de 50% e hoje são inferiores a 30% (média OCDE é 23%). As taxas mais elevadas são nos EUA, que em 2012 eram de 39%, seguido do Japão (38%), França (30%) e Índia (32%).

Há casos em que os países reduziram as taxas seguindo políticas industriais de fomento de segmentos industriais específicos. Mas dificilmente somente este fator justifica a escolha de um local para a implantação de uma fábrica.

d)    Inovação e tecnologia

Inovações em materiais, em design de produto e processos produtivos

Espera-se, também, uma forte onda de inovações em materiais (como biotecnologia, nanotecnologia e compostos de baixo peso – como fibra de carbono), tecnologias da informação, processos produtivos e operações da indústria da transformação (por avanços da robótica, de visualização dos bonecos de produtos, additive manufacturing - das impressões em 3D – e a indústria de transformação “verde”). Esses avanços colaboram para elaboração e escolha de protótipos, dos sensores e da chamada “internet das coisas”.

Haverá maior engenhosidade nos processos e acabamento dos produtos para diminuir uso de recursos e monitorar a cadeia de valor. Nesse ponto se enquadra a questão do uso de matérias-primas, cujas fontes estão mais disputadas. Por isso, as inovações como o shale gas nos EUA, são fundamentais para mudar os custos relativos de energia – conferindo grande vantagem competitiva às indústrias que acessam os novos recursos. Por exemplo, de 1990 para cá, o custo da automação diminuiu 40 a 50% dos custos de trabalho nas economias avançadas. O setor automotivo, em 2010, adquiriu cerca de 33 mil robôs industriais, e o de eletrônicos 31 mil.

e)    Riscos e incertezas

Volatilidade da demanda

O ambiente internacional, de acordo com a McKinsey, apesentará mais riscos e incerteza do que o atual, tornando-se mais complexo. A combinação de rápido crescimento do consumo global, com fragmentação de demanda e resultante proliferação de SKUs, crescentes demandas para investimentos em bens de capital devem aumentar a volatilidade da demanda mundial no futuro.

Algumas indústrias, como semicondutores e eletrônicos, estão acostumados com a rotina de produtos de ciclos de vida curtos; mas outras como a aeroespacial, automóveis, máquinas e equipamentos estão mais expostas aos ciclos de negócios relacionados a fatores externos como o regime macroeconômico e a política industrial.

Volatilidade do preço das commodities

Como dito anteriormente, além dos altos patamares que os preços das commodities alcançaram nos últimos anos – e que devem continuar se elevando nos próximos, a tendência é maior volatilidade. Por exemplo, na última década, a volatilidade de produtos como petróleo, trigo, cacau e o PET (polietileno tereftalato) superou a média em mais de um desvio padrão. A principal causa é a maior correlação entre os preços dos recursos naturais, de forma que um choque de oferta em um deles afeta mais rapidamente o preço dos outros.

Além disso, inovações continuamente contribuem para a reorganização das estruturas de mercado das commodities. Um exemplo é o shale gas, cuja tecnologia está impactando a geração, transporte e exportações de energia, concorrendo com o carvão, a hidroeletricidade, o petróleo e até mesmo a energia nuclear e eólica.

Flutuações cambiais

A taxa de câmbio é um fator primordial para a competitividade e os resultados financeiras das indústrias. Tanto é que a internacionalização das empresas japonesas após meados da década de oitenta se deveu, em grande medida, à valorização contínua do iene após o Acordo de Plaza em 1985. O câmbio afeta principalmente as indústrias de alta tecnologia e as empresas domésticas de processamento, como alimentos.

Empresas do setor automotivo, máquinas e equipamentos têm usado a sua pegada global para se proteger contra tal volatilidade, aprofundando sua internacionalização e participação nos mercados locais.

Riscos da cadeia produtiva

Dada a intensificação da complexidade das cadeias produtivas globais, a habilidade em administrar os riscos relacionados se constituirá num fator competitivo crucial. Nas palavras do CEO da Caterpillar, “na nossa indústria, o executivo que melhor administra a cadeia produtiva provavelmente será o competidor mais bem-sucedido ao longo do tempo” (McKinsey, 2012, p. 99).

De acordo com pesquisas da McKinsey, executivos de diversas empresas globais afirmam que administrar cadeias produtivas tem se consolidado uma atividade mais frequente e 82% deles acreditam que os riscos associados à cadeia produtiva das empresas devem aumentar nos próximos cinco anos. Esses riscos afetam todas as indústrias, principalmente as mais globais.

Riscos de localidade

Desastres naturais que geram perdas tremendas como terremotos, tsunamis, inundações etc. têm aumentado desde 1980 a uma taxa de 3%, de acordo com estatísticas de seguradoras. Esses acidentes tornam as indústrias globalizadas mais vulneráveis, não apenas por causa das suas cadeias produtivas interconectadas, mas também porque em alguns casos o fornecimento de matérias-primas é concentrado em uma só região.

Incertezas quanto aos custos e acesso ao capital

Nos últimos 30 anos os custos de capital convergiram na maior parte dos países, com finanças globalizadas e taxas de juros de longo prazo menores. Um dos fatores principais para tal declínio foi o menor investimento em infraestrutura e maquinário, que globalmente decaiu de 26.1% do PIB em 1970 para 20,8% em 2002.

O capital barato fez com que as empresas não priorizassem tanto a eficiência nesse fator. Porém, inevitavelmente quando o crescimento da economia internacional se firmar novamente e o custo do capital se elevar, tal questão se tornará mais relevante. Projeta-se uma demanda por capital em 2030 recorde na história, com o agravante de que a poupança global não acompanhará o ritmo desse crescimento. Então haverá um cenário de maior escassez de capital e taxas de juros mais elevadas. As empresas terão, então, de melhorar a eficiência e a gestão desse recurso.

Implicações para as empresas multinacionais

Esses desafios e oportunidades tendem a transformar os processos empresariais de busca de novos mercados e fornecedores, de expansão da produção e da sua pegada tecnológica. Em termos de segmentos, as decisões estratégicas quanto a cada tendência serão ponderadas pelos diferentes desafios em que cada um deles precisa se concentrar, a saber:





As empresas terão de literalmente recriar suas estratégias, sendo chave os seguintes requisitos:

a) “Granularidade”: as indústrias precisam conhecer bem o contexto produtivo e mercadológico, desenvolvendo uma visão altamente detalhada e granular dos novos requisitos do mercado para traçar estratégias apropriadas de negócios.

Primeiramente, as empresas deverão entender a dinâmica dos seus segmentos produtivos, atentando-se para as novas tendências, de forma a adquirir e sustentar vantagens competitivas. Em segundo lugar, deverão também ter uma visão granular dos segmentos de seus clientes, para identificar e customizar produtos e estratégias. Terceiro, as empresas precisarão combinar essa visão granular com operações granulares. Não apenas os fatores de arbitragem nos custos da mão-de-obra serão privilegiados, mas a produtividade total dos fatores. Além disso, o planejamento deve ser aprimorado, deixando de contar apenas com previsões pontuais, evoluindo para projeções de cenários. Nessa empreitada, o uso de grandes bancos de dados será bastante relevante, melhorando as resposta das empresas às demandas dos seus clientes, e também de suas operações e utilização do maquinário em geral.

b)  Agilidade: a nova era será marcada por empresas muito ágeis e interconectadas, que utilizam a informação e análises disponíveis em muito maior escala tão bem quanto empregam talentos e maquinário avançado para trazer aos diversificados mercados globais bens e serviços de alta qualidade.

A busca por processos de produção mais enxutos deve continuar, sendo a maior produtividade um objetivo fundamental para manter-se competitivo, de forma que o empenho em consolidar, simplificar, reduzir ineficiências nas operações das empresas deve continuar e expandir para outras áreas, destacando a produtividade nos recursos. Por isso o gerenciamento de dados, sobretudo em uma era de rápido progresso da tecnologia da informação, é um eixo estratégico muito relevante para as empresas do futuro.



Box 4 – Método para aumentar a agilidade da empresa

A McKinsey propões uma metodologia de quatro passos para conferir maior agilidade aos processos produtivos e de decisão: preempção (escolha de procedimentos que evitam descontinuidades operacionais), detecção (de problemas e oportunidades), fortalecer reação (criando claros direitos e procedimentos decisórios e de intervenção), capturar oportunidades (habilidade de efetivamente usar a volatilidade para ganhar vantagens competitivas).


c)    Adotar novas abordagens e capacidades: as empresas precisarão aprender novas formas de gerar ideias de negócios, contando cada vez mais com seu ecossistema de fornecedores e parceiros comerciais. Utilizarão uma abordagem baseada no desempenho de todos os fatores para elevar a produtividade.

A competitividade estará muito além de meros ganhos de arbitragem sobre custos do trabalho, precisando considerar todos os fatores envolvidos na produtividade total dos fatores: trabalho, capital, transporte, talentos de liderança, materiais e componentes, energia, políticas de comércio e regulação. Os empresários deverão assumir compromissos de maior responsabilidade em um cenário de maior risco, e para isso precisarão realizar investimentos diversos e ágeis, traçando um planejamento dos investimentos de longo-prazo condizente com as transformações em curso na demanda. A diversificação do portfolio será importante para tornar cada decisão estratégica menos crítica, menos permanente e mais fácil/ menos custosa de reverter.

d)    Investir em mudança organizacional e formação de talentos: para operar num ambiente mais complexo, com agilidade e granularidade, as empresas precisam remover barreiras organizacionais e construir novas capacidades e mentalidades de negócio. Para tal empreitada, precisam de empregados com as habilidades certas.

Implicações para o setor público

Do lado do setor público, será preciso encarar o setor industrial não apenas como um grande empregador, mas também como crucial para a elevação da produtividade, das inovações e da competitividade. Deve-se levar em conta que a indústria carrega um grande setor de serviços associados, cada vez mais relevantes na produção doméstica e também no comércio exterior. Além disso, as cadeias produtivas ficarão mais complexas, de forma que as políticas industriais precisam ter amplo conhecimento dos segmentos das indústrias e das interconexões existentes.

O papel crucial do Estado para o desenvolvimento industrial é com relação à criação de um ambiente para empresas inovadoras e competitivas, gerando condições das firmas manufatureiras locais se sustentarem ao longo do tempo. Não se trata apenas de um estado regulador, mas corrigir falhas de mercado, apoiar indústrias nascentes etc. Diante da maior competição internacional para atrair empresas globais e encorajar sua expansão, os governos que atuarem mais fortemente junto ao setor privado (incluindo empresas multinacionais e encorajando sua expansão), gerando um ecossistema que atraia os talentos e promova inovações, terão maiores chances de por em marcha modelos econômicos bem-sucedidos.

Uma prioridade para política, neste sentido, é a educação e a qualificação da mão-de-obra, tanto em termos sociais e públicos, quanto no âmbito das empresas, para ampliar a capacidade da nação de pesquisa e desenvolvimento – o que requer maior aproximação entre o setor público, privado e as instituições de ensino.

Em termos práticos, o relatório propõe um modelo de elaboração de políticas públicas que conta com os seguintes estágios:

i)    Realizar o benchmark da posição competitiva no contexto das novas tendências: é preciso entender o ponto de partida do país, os custos de fatores, as novas demandas dos mercados; apoiar inovação – com suporte à pesquisa, criação e difusão; administrar os riscos e colaborar com o setor privado de maneira ágil.

ii)    Estabelecer objetivos e alinhamentos: em termos econômicos, tecnológicos, sociais. É preciso ser realista e envolver todos os agentes relacionados a cada objetivo. 

iii)    Escolher a política certa para a tarefa: há quatro categorias de políticas, com diferentes graus de intervenção. A primeira é a imposição de regras e direcionamentos, a segunda é a construção de viabilizadores dos objetivos, a terceira é a coordenação de intervenções localizadas e a quarta é ser o principal agente.

Nesse sentido, o quadro abaixo apresenta exemplos dessas quatro categorias de políticas em diversos países, por segmento industrial.





iv)    Monitorar o progresso das políticas e corrigir desvios.

Moralidade politica nao existe mais; mas podemos impedir um imoral de ascender ao poder...

Não concordo com tudo, ou com muita coisa do que vem proposto por essa comunidade de politicamente corretos, e de ecologistas irracionalistas, mas nesta causa é preciso embarcar, do contrário eu passaria vergonha por permitir que o Brasil passe mais essa vergonha em face do mundo.
Que o principal partido governista apoie um imoral, não é mais surpreendente...
Paulo Roberto de Almeida

Caros amigos do Brasil,

O Senador Renan Calheiros é o favorito para ser o próximo presidente do Senado. Ele acaba de ser denunciado criminalmente ao STF pelo Procurador-Geral da República. Somente uma mobilização gigantesca pode impedir esta vergonha e garantir que a presidência do Senado seja assumida por um candidato Ficha Limpa. Clique abaixo e assine:

O Senador Renan Calheiros, que acaba de ser denunciado criminalmente ao STF pelo Procurador-Geral da República, é o favorito para ser o próximo presidente do Senado. Somente uma mobilização gigantesca pode impedir esta vergonha.

A última vez que Renan Calheiros foi Presidente do Senado, em 2007, ele teve que renunciar após sérias denúncias de que um lobista pagava suas despesas pessoais, paralisando o Senado por meses. A denúncia agora é que para se defender daquelas acusações ele apresentou notas falsas. Após a aprovação da lei da Ficha Limpa e do julgamento do Mensalão o país precisa deixar claro que não aceita mais que a moralidade pública fique em segundo plano.

Antes da denúncia ao STF, Renan era franco favorito, mas agora está surgindo uma forte articulação entre os Senadores contra sua candidatura e uma mobilização popular gigantesca nas próximas 48 horas -- antes da eleição na sexta-feira -- pode enterrar de vez os Planos de Renan. Assine agora essa petição, que foi criada pela ONG Rio de Paz, e ao atingirmos 100.000 assinaturas ela será lida no plenário do Senado por Senadores que se opõem a Renan: 

http://www.avaaz.org/po/ficha_limpa_no_senado_renan_nao/?bnoVzdb&v=21486

Não podemos assistir de braços cruzados um Senador que acaba de ser denunciado criminalmente ser eleito Presidente de um dos Poderes da República, que tem o poder de decidir quais os projetos devem ser ou não votados e é o terceiro na linha sucessória da Presidenta da República.

A acusação mais recente contra o Senador é que ele apresentou notas falsas para se defender das acusações anteriores. Além dos danos à imagem de nossas instituições causados por essa eleição, está claro que Renan passará sua gestão se defendendo de acusações ao invés de conduzir votações importantes no Senado. Um país que se orgulha de ter uma lei como a Ficha Limpa deve se mobilizar contra isso.

Nossos informantes em Brasília afirmam que apenas uma enorme mobilização popular pode fazer os Senadores perceberem que suas reputações estarão em risco caso insistam em conduzir Renan Calheiros para a Presidência do Senado. Por isso, é fundamental espalhar essa petição por todos os cantos para chegarmos a 100.000 assinaturas e podermos ter nossas vozes amplificadas no plenário do Senado durante a votação. Assine aqui e compartilhe com todos:

http://www.avaaz.org/po/ficha_limpa_no_senado_renan_nao/?bnoVzdb&v=21486

Nos últimos anos a comunidade da Avaaz tem se fortalecido e lutado contra a corrupção no Brasil. Juntos ajudamos a aprovar a Lei da Ficha Limpa, proteger comunidades indígenas e os direitos dos trabalhadores. Vamos nos unir mais uma vez pela eleição de um presidente Ficha Limpa para o Senado, uma conquista de todos nós.

Com esperança e determinação,

Pedro, Diego, Carol, Alice, Laura, Dalia, Ricken e toda a equipe da Avaaz

MAIS INFORMAÇÕES:

Gurgel afirma que provas contra Renan Calheiros são consistentes (Terra)
http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/gurgel-afirma-que-provas-contra-renan-calheiros-sao-consistentes,a60ea4522f68c310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html

Gurgel apresenta denúncia no Supremo contra Renan Calheiros (G1)
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/01/gurgel-apresenta-denuncia-no-supremo-contra-renan-calheiros.html

Senadores articulam nome alternativo a Renan Calheiros para presidir Senado (Zero Hora)
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/politica/noticia/2013/01/senadores-articulam-nome-alternativo-a-renan-calheiros-para-presidir-senado-4026909.html

Gurgel diz que acusação contra Renan é 'extremamente consistente' (G1)
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/01/gurgel-diz-que-acusacao-contra-renan-e-extremamente-consistente.html

Eduardo Suplicy pede que Renan Calheiros desista de candidatura (Gazeta do Povo)
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=1340001

Renan Calheiros é denunciado por supostas notas frias (UOL)
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2013/01/27/renan-calheiros-e-denunciado-por-supostas-notas-frias.htm

Aécio Neves sugere que Renan Calheiros desista de presidir Senado (Gazeta do Povo)
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=133999
==========
Depois da minha assinatura: 

Obrigado por agir para impedir o senador Renan Calheiros de se tornar o presidente do Senado e para manter aqueles que são acusados seriamente de corrupção fora do poder.

Uma enorme mobilização está crescendo em todo o país e dentro do Senado. Ajude a influenciar essa decisão encaminhando este email para todos os seus amigos e familiares e publicando o link abaixo no Facebook, Orkut e Twitter:

http://www.avaaz.org/po/ficha_limpa_no_senado_renan_nao/?tnoVzdb

Obrigado mais uma vez pela sua ajuda,

A equipe da Avaaz 

Nossos aliados no BRICS: um caso exemplar de truculencia estatal...

Acho que os companheiros gostariam de ter o mesmo poder, deter as mesmas técnicas, importar os mesmos hackers, para fazer alguns trabalhinhos ordinários...
Paulo Roberto de Almeida

BREAKING NEWS
The New York Times, Wednesday, January 30, 2013 9:30 PM EST
Hackers in China Attacked The Times for Last 4 Months
For the last four months, Chinese hackers have persistently attacked The New York Times, infiltrating its computer systems and getting passwords for its reporters and other employees.
After surreptitiously tracking the intruders to study their movements and help erect better defenses to block them, The Times and computer security experts have expelled the attackers and kept them from breaking back in.
The timing of the attacks coincided with the reporting for a Times investigation, published online on Oct. 25, that found that the relatives of Wen Jiabao, China’s prime minister, had accumulated a fortune worth several billion dollars through business dealings.
READ MORE »
http://www.nytimes.com/2013/01/31/technology/chinese-hackers-infiltrate-new-york-times-computers.html?hp&emc=na

Eis o motivo: 
O repórter DAVID BARBOZA, do New York Times, investigou o crescimento de patrimônio da família do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao. De acordo com documentos públicos, a riqueza acumulada ultrapassa US$ 2.7 bilhões. Em retaliação, desde setembro o jornal identificou uma invasão de hackers chineses aos computadores e sistemas do Times, de onde obtiveram todos os arquivos relacionados à Wen e planejavam sabotar a impressão de algumas edições.

A matéria, tal como publicada:

Hackers in China Attacked The Times for Last 4 Months

A Cyberattack From China: TimesCast: Chinese hackers infiltrated The New York Times’s computer systems, getting passwords for its reporters and others.
SAN FRANCISCO — For the last four months, Chinese hackers have persistently attacked The New York Times, infiltrating its computer systems and getting passwords for its reporters and other employees. 
After surreptitiously tracking the intruders to study their movements and help erect better defenses to block them, The Times and computer security experts have expelled the attackers and kept them from breaking back in.
The timing of the attacks coincided with the reporting for a Times investigation, published online on Oct. 25, that found that the relatives of Wen Jiabao, China’s prime minister, had accumulated a fortune worth several billion dollars through business dealings.
Security experts hired by The Times to detect and block the computer attacks gathered digital evidence that Chinese hackers, using methods that some consultants have associated with the Chinese military in the past, breached The Times’s network. They broke into the e-mail accounts of its Shanghai bureau chief, David Barboza, who wrote the reports on Mr. Wen’s relatives, and Jim Yardley, The Times’s South Asia bureau chief in India, who previously worked as bureau chief in Beijing.
“Computer security experts found no evidence that sensitive e-mails or files from the reporting of our articles about the Wen family were accessed, downloaded or copied,” said Jill Abramson, executive editor of The Times.
The hackers tried to cloak the source of the attacks on The Times by first penetrating computers at United States universities and routing the attacks through them, said computer security experts at Mandiant, the company hired by The Times. This matches the subterfuge used in many other attacks that Mandiant has tracked to China.
The attackers first installed malware — malicious software — that enabled them to gain entry to any computer on The Times’s network. The malware was identified by computer security experts as a specific strain associated with computer attacks originating in China. More evidence of the source, experts said, is that the attacks started from the same university computers used by the Chinese military to attack United States military contractors in the past.
Security experts found evidence that the hackers stole the corporate passwords for every Times employee and used those to gain access to the personal computers of 53 employees, most of them outside The Times’s newsroom. Experts found no evidence that the intruders used the passwords to seek information that was not related to the reporting on the Wen family.
No customer data was stolen from The Times, security experts said.
Asked about evidence that indicated the hacking originated in China, and possibly with the military, China’s Ministry of National Defense said, “Chinese laws prohibit any action including hacking that damages Internet security.” It added that “to accuse the Chinese military of launching cyberattacks without solid proof is unprofessional and baseless.”
The attacks appear to be part of a broader computer espionage campaign against American news media companies that have reported on Chinese leaders and corporations.
Last year, Bloomberg News was targeted by Chinese hackers, and some employees’ computers were infected, according to a person with knowledge of the company’s internal investigation, after Bloomberg published an article on June 29 about the wealth accumulated by relatives of Xi Jinping, China’s vice president at the time. Mr. Xi became general secretary of the Communist Party in November and is expected to become president in March. Ty Trippet, a spokesman for Bloomberg, confirmed that hackers had made attempts but said that “no computer systems or computers were compromised.”
Signs of a Campaign
The mounting number of attacks that have been traced back to China suggest that hackers there are behind a far-reaching spying campaign aimed at an expanding set of targets including corporations, government agencies, activist groups and media organizations inside the United States. The intelligence-gathering campaign, foreign policy experts and computer security researchers say, is as much about trying to control China’s public image, domestically and abroad, as it is about stealing trade secrets.
Security experts said that beginning in 2008, Chinese hackers began targeting Western journalists as part of an effort to identify and intimidate their sources and contacts, and to anticipate stories that might damage the reputations of Chinese leaders.
In a December intelligence report for clients, Mandiant said that over the course of several investigations it found evidence that Chinese hackers had stolen e-mails, contacts and files from more than 30 journalists and executives at Western news organizations, and had maintained a “short list” of journalists whose accounts they repeatedly attack.
While computer security experts say China is most active and persistent, it is not alone in using computer attacks for a variety of national purposes, including corporate espionage. The United States, Israel, Russia and Iran, among others, are suspected of developing and deploying cyberweapons.
The United States and Israel have never publicly acknowledged it, but evidence indicates they released a sophisticated computer worm starting around 2008 that attacked and later caused damage at Iran’s main nuclear enrichment plant. Iran is believed to have responded with computer attacks on targets in the United States, including American banks and foreign oil companies.
Russia is suspected of having used computer attacks during its war with Georgia in 2008.
The following account of the attack on The Times — which is based on interviews with Times executives, reporters and security experts — provides a glimpse into one such spy campaign.
After The Times learned of warnings from Chinese government officials that its investigation of the wealth of Mr. Wen’s relatives would “have consequences,” executives on Oct. 24 asked AT&T, which monitors The Times’s computer network, to watch for unusual activity.
On Oct. 25, the day the article was published online, AT&T informed The Times that it had noticed behavior that was consistent with other attacks believed to have been perpetrated by the Chinese military.
The Times notified and voluntarily briefed the Federal Bureau of Investigation on the attacks and then — not initially recognizing the extent of the infiltration of its computers — worked with AT&T to track the attackers even as it tried to eliminate them from its systems.
But on Nov. 7, when it became clear that attackers were still inside its systems despite efforts to expel them, The Times hired Mandiant, which specializes in responding to security breaches. Since learning of the attacks, The Times — first with AT&T and then with Mandiant — has monitored attackers as they have moved around its systems.
Hacker teams regularly began work, for the most part, at 8 a.m. Beijing time. Usually they continued for a standard work day, but sometimes the hacking persisted until midnight. Occasionally, the attacks stopped for two-week periods, Mandiant said, though the reason was not clear.
Investigators still do not know how hackers initially broke into The Times’s systems. They suspect the hackers used a so-called spear-phishing attack, in which they send e-mails to employees that contain malicious links or attachments. All it takes is one click on the e-mail by an employee for hackers to install “remote access tools” — or RATs. Those tools can siphon off oceans of data — passwords, keystrokes, screen images, documents and, in some cases, recordings from computers’ microphones and Web cameras — and send the information back to the attackers’ Web servers.
Michael Higgins, chief security officer at The Times, said: “Attackers no longer go after our firewall. They go after individuals. They send a malicious piece of code to your e-mail account and you’re opening it and letting them in.”
Lying in Wait
Once hackers get in, it can be hard to get them out. In the case of a 2011 breach at the United States Chamber of Commerce, for instance, the trade group worked closely with the F.B.I. to seal its systems, according to chamber employees. But months later, the chamber discovered that Internet-connected devices — a thermostat in one of its corporate apartments and a printer in its offices — were still communicating with computers in China.
In part to prevent that from happening, The Times allowed hackers to spin a digital web for four months to identify every digital back door the hackers used. It then replaced every compromised computer and set up new defenses in hopes of keeping hackers out.
“Attackers target companies for a reason — even if you kick them out, they will try to get back in,” said Nick Bennett, the security consultant who has managed Mandiant’s investigation. “We wanted to make sure we had full grasp of the extent of their access so that the next time they try to come in, we can respond quickly.”
Based on a forensic analysis going back months, it appears the hackers broke into The Times computers on Sept. 13, when the reporting for the Wen articles was nearing completion. They set up at least three back doors into users’ machines that they used as a digital base camp. From there they snooped around The Times’s systems for at least two weeks before they identified the domain controller that contains user names and hashed, or scrambled, passwords for every Times employee.
While hashes make hackers’ break-ins more difficult, hashed passwords can easily be cracked using so-called rainbow tables — readily available databases of hash values for nearly every alphanumeric character combination, up to a certain length. Some hacker Web sites publish as many as 50 billion hash values.
Investigators found evidence that the attackers cracked the passwords and used them to gain access to a number of computers. They created custom software that allowed them to search for and grab Mr. Barboza’s and Mr. Yardley’s e-mails and documents from a Times e-mail server.
Over the course of three months, attackers installed 45 pieces of custom malware. The Times — which uses antivirus products made by Symantec — found only one instance in which Symantec identified an attacker’s software as malicious and quarantined it, according to Mandiant.
A Symantec spokesman said that, as a matter of policy, the company does not comment on its customers.
The attackers were particularly active in the period after the Oct. 25 publication of The Times article about Mr. Wen’s relatives, especially on the evening of the Nov. 6 presidential election. That raised concerns among Times senior editors who had been informed of the attacks that the hackers might try to shut down the newspaper’s electronic or print publishing system. But the attackers’ movements suggested that the primary target remained Mr. Barboza’s e-mail correspondence.
“They could have wreaked havoc on our systems,” said Marc Frons, the Times’s chief information officer. “But that was not what they were after.”
What they appeared to be looking for were the names of people who might have provided information to Mr. Barboza.
Mr. Barboza’s research on the stories, as reported previously in The Times, was based on public records, including thousands of corporate documents through China’s State Administration for Industry and Commerce. Those documents — which are available to lawyers and consulting firms for a nominal fee — were used to trace the business interests of relatives of Mr. Wen.
A Tricky Search
Tracking the source of an attack to one group or country can be difficult because hackers usually try to cloak their identities and whereabouts.
To run their Times spying campaign, the attackers used a number of compromised computer systems registered to universities in North Carolina, Arizona, Wisconsin and New Mexico, as well as smaller companies and Internet service providers across the United States, according to Mandiant’s investigators.
The hackers also continually switched from one I.P. address to another; an I.P. address, for Internet protocol, is a unique number identifying each Internet-connected device from the billions around the globe, so that messages and other information sent by one device are correctly routed to the ones meant to get them.
Using university computers as proxies and switching I.P. addresses were simply efforts to hide the source of the attacks, which investigators say is China. The pattern that Mandiant’s experts detected closely matched the pattern of earlier attacks traced to China. After Google was attacked in 2010 and the Gmail accounts of Chinese human rights activists were opened, for example, investigators were able to trace the source to two educational institutions in China, including one with ties to the Chinese military.
Security experts say that by routing attacks through servers in other countries and outsourcing attacks to skilled hackers, the Chinese military maintains plausible deniability.
“If you look at each attack in isolation, you can’t say, ‘This is the Chinese military,’ ” said Richard Bejtlich, Mandiant’s chief security officer.
But when the techniques and patterns of the hackers are similar, it is a sign that the hackers are the same or affiliated.
“When you see the same group steal data on Chinese dissidents and Tibetan activists, then attack an aerospace company, it starts to push you in the right direction,” he said.
Mandiant has been tracking about 20 groups that are spying on organizations inside the United States and around the globe. Its investigators said that based on the evidence — the malware used, the command and control centers compromised and the hackers’ techniques — The Times was attacked by a group of Chinese hackers that Mandiant refers to internally as “A.P.T. Number 12.”
A.P.T. stands for Advanced Persistent Threat, a term that computer security experts and government officials use to describe a targeted attack and that many say has become synonymous with attacks done by China. AT&T and the F.B.I. have been tracking the same group, which they have also traced to China, but they use their own internal designations.
Mandiant said the group had been “very active” and had broken into hundreds of other Western organizations, including several American military contractors.
To get rid of the hackers, The Times blocked the compromised outside computers, removed every back door into its network, changed every employee password and wrapped additional security around its systems.
For now, that appears to have worked, but investigators and Times executives say they anticipate more efforts by hackers.
“This is not the end of the story,” said Mr. Bejtlich of Mandiant. “Once they take a liking to a victim, they tend to come back. It’s not like a digital crime case where the intruders steal stuff and then they’re gone. This requires an internal vigilance model.”

This article has been revised to reflect the following correction:
Correction: January 31, 2013

An earlier version of this article misstated the timing of a cyberattack that caused damage at Iran’s main nuclear enrichment plant. Evidence suggests that the United States and Israel released a computer worm around 2008, not 2012.

Antiamericanismo primario: uma reacao conhecida, em varias paragens...

Não, não é no Brasil, mas poderia ser. Certas medidas são tipicamente conhecidas em certos ambientes, muito conhecidos, também.
O pessoal é do mesmo tipo...
Paulo Roberto de Almeida

Russian politics

The Kremlin's new Anti-Americanism


IF ONE were to judge by the recent behaviour of Russian lawmakers, the country is under assault. Not by foreign armies—though that threat, too, always looms large in the rhetoric of Russia’s political leaders—but by hostile and unfamiliar values, films, television personalities, even words.
Over the past months, the Russian Duma has been on a campaign to dig up and cast out what it sees as the many traces of foreign involvement or meddling in Russian life. Most egregious is a new law banning Americans from adopting Russian orphans. Another proposed law would require children of state officials to return home after studying abroad or perhaps bar them from leaving at all; yet another would require cinemas to show Russian-made films at least 20% of the time; or be subject to fines up to 400,000 rubles ($13,3000).
Although all these disparate initiatives share the same underlying goal of somehow being seen to purify Russia and to serve as building blocks for a nascent (yet to be defined) ideology, they vary in their immediate purpose. Some, such as the adoption ban, were retaliatory measures, meant to lash out at the United States for its passage of the Magnitsky Act. Cynicism is surely at play, but one should not underestimate how sincerely much of the Russian political class is fed up with what it sees as hypocrisy and condescension from the United States and Europe.
Others, such as a nationwide ban passed last week on promoting “homosexual propaganda” to minors, were meant to aggravate social cleavages and to consolidate support among what advisers in the Kremlin see as the natural conservative base of Vladimir Putin, the president. Before the vote, Dmitry Sablin, a deputy from the pro-Kremlin United Russia, party cited the need to protect country’s “traditional values” and added, "We live in Russia, not Sodom and Gomorrah.”
Still more proposed laws were targeted against specific individuals: a provision to keep Americans from working in politically-oriented NGOs was directed at Lyudmila Alexeyeva, head of Moscow Helsinki Group and a dual Russian-American citizen; another, since rescinded, would have made it illegal for foreigners to appear on state television if they “discredited” the Russian state, a clear missive to Vladimir Pozner, a host on Channel One who criticised the Duma on air for the adoption ban and holds an American passport. But it is telling that in order to discredit or to otherwise make life difficult for Ms Alexeyeva and Mr Pozner, deputies seized on their American citizenship–that, it would seem, is now the Scarlet Letter in Russian politics.
The efforts to purge Russian civic life of foreign elements reached a farcical crescendo last week, when Vladimir Zhirinovsky, the bombastic and clownish leader of Liberal Democratic Party, proposed a law that would bar the use of “Americanisms” and other foreign words. (Violators could face fines or even sacking from their jobs.) Gone would be the Russian cognates for “leader,” “boutique,” and “sale,” among dozens of others. “There is a good Russian word, zakusichnaya, not all just ‘bar,’ ‘restaurant,’ ‘café,’” Mr Zhirinovsky said in announcing the bill.
The notion of the law may seem laughable, but as Masha Lipman of the Carnegie Moscow Centre says, it is not that Mr Zhirinovsky in any way misread the current mood, but simply that he has an “unparalleled talent for hardening policies into a travesty.” Not much is likely to come of Mr Zhirinovsky’s initiative: after all, as many have pointed out, he might have to start by changing the name of his own party.
That raises an intriguing question. If much of this proposed legislation is never meant to actually be enacted, then what is the point? Above all, the various laws serve as trial balloons, able to test public mood and cast about for those anti-Western and anti-foreign measures with the most social traction. One United Russia deputy says, “Russian society is living through a transition to the restoration of conservative values”, a shift that the Kremlin and the Duma are happy to nurture, the deputy says.
At the same time, opportunists can use the moment to demonstrate their loyalty or to advance long-harboured ambitions. The United Russia deputy says this was case with the adoption ban, for example. Those “who have proposed such a ban many times before,” the deputy says, used heightened anti-American sentiment “to simply propose it one more time.”
Lastly, once started, any purge, of real people or of ideas and cultural products, quickly takes on a kind of self-perpetuating momentum. As Nikolai Zlobin of the Center on Global Interests explains, today’s Russian bureaucrats and legislators suffer from an “old illness,” in which “you cannot be wrong in proposing something too extreme”. Better to be on the safe side, then, and be more anti-American and anti-Western than is required, Mr Zlobin says.
Mr Putin appears to have settled on the formation of a new ideology. It is a blend of the church, patriotism, and adulation of the province, which serves to consolidate his rule and defend it against those social and political forces opposed to him. But precisely articulating this new Russian idea and why it is different than the Western one is difficult: after all, Russia is nominally democratic, capitalist, and nearly everything else that defines the West. That leaves one obvious move. “If you don’t have it your own idea, take somebody else’s idea and trash it,” says Mr Zlobin. “And then there’s your idea.”

1933: a data sombria da ascensao de Hitler ao poder...

Pode ser que qualquer comparação com a situação do Brasil atual seja exagerada. Pode ser.
Mas do meu ponto de vista o Brasil já vive uma situação de fascismo corporativo, que é uma forma soft do mesmo fascismo que dominou a Alemanha 80 anos atrás. Nossa situação ainda é relativamente benigna, tanto que eu posso escrever o que quero, mesmo sob a ameaça velada de sanções indiretas dos companheiros. Outros países, em nossa região, infelizmente, já enfrentam uma situação de fascismo explícito, que os mesmos companheiros consideram e confundem com um regime progressista, de esquerda, avançado, anti-imperialista, enfim, essas coisas que eles gostam de proclamar como sendo "progressistas" e populares, quando não socialistas. Eles são, na verdade, fascistas, mesmo sem o saber, e sem ter sequer consciência de que tudo o que proclamam, desejam, promovem, é fascismo puro, ou seja, o controle do Estado sobre os cidadãos.
Eu, que não sou sequer um cidadão anarco-libertário, apenas um espírito livro, sei reconhecer quando o fascismo avança. E ele está avançando, pouco a pouco. Não com o meu silêncio ou a minha conivência. Sempre vou denunciar empreendimentos fascistas, onde quer que estejam, e venham de onde vierem, até de certos serviços estatais que consideramos "normais".
Por isso posto o que vai abaixo, não por concordar com todas as posturas do autor, seus argumentos ou afirmação, mas como uma forma de lembrar os perigos que rondam o Brasil, e nossas vidas, quando companheiros comprometidos com a mesma ideologia totalitária dominam o poder, e ameaçam submergir nossas liberdades, minha liberdade de dizer o que penso e de proclamar livremente minhas opiniões.
Paulo Roberto de Almeida

Há exatos 80 anos, ele chegou ao poder. Em nome da reparação e da igualdade, exterminou milhões de vidas. E a marcha do terror se fez no silêncio cúmplice
 Reinaldo Azevedo
30/01/2013 13:42:53

Há exatos 80 anos, Adolf Hitler se tornava o chanceler da Alemanha. O resto é horror, perpetrado, em boa parte, sob o silêncio cúmplice do povo alemão e das demais nações.

Antes que se tornasse um homicida em massa, ele já havia atentado contra a ordem democrática, mas o regime o anistiou. Deram a Hitler em nome dos valores democráticos o que ele jamais concederia a seus adversários em nome dos valores nazistas.

Antes que se tornasse um homicida em massa, ele fundiu a chancelaria com a Presidência da República. E se fez silêncio.

Antes que se tornasse um homicida em massa, ele anexou a Áustria e a Renânia. E se fez silêncio.

Antes que se tornasse um homicida em massa, ele já havia ordenado, em 1933, a conversão de uma antiga fábrica de pólvora, em Dachau, num campo de concentração. E se fez silêncio.

Antes que se tornasse um homicida em massa, a França e a Inglaterra aceitaram que anexasse a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia. Assinaram com ele um “acordo de paz”. E se fez silêncio. No ano seguinte, ele entrou em Praga e começou a exigir parte da Polônia. Depois vieram Noruega, Dinamarca, Holanda, França… É que haviam feito um excesso de silêncios.

– Silêncio quando, em 1º de abril de 1933, com dois meses de poder, os nazistas organizaram um boicote às lojas de judeus.
– Silêncio quando, no dia 7 de abril deste mesmo ano, os judeus foram proibidos de trabalhar para o governo alemão. Outros decretos se seguiram — foram 400 entre 1933 e 1939.
– Silêncio quando, neste mesmo abril, criam-se cotas nas universidades para alunos não alemães.
– Silêncio quando, em 1934, os atores judeus foram proibidos de atuar no teatro e no cinema.
– Silêncio quando, em 1935, os judeus perdem a cidadania alemã e se estabelecem laços de parentesco para definir essa condição.
– Silêncio quando, neste mesmo ano, tem início a transferência forçada de empresas de judeus para alemães, com preços fixados pelo governo.
– Silêncio quando, entre 1937 e 1938, os médicos judeus foram proibidos de tratar pacientes não judeus, e os advogados, impedidos de trabalhar.
– Silêncio quando os passaportes de judeus passaram a exibir um visível “j” vermelho: para que pudessem sair da Alemanha, mas não voltar.
  – Silêncio quando homens que não tinham um prenome de origem judaica foram obrigados a adotar o nome “Israel”, e as mulheres, “Sara”.

Os milhões de mortos do nazismo, muito especialmente os seis milhões de judeus, morreram foi de… SILÊNCIO. Morreram porque os que defendiam a ordem democrática e os direitos fundamentais do homem mostraram-se incapazes de denunciar com a devida presteza o regime de horror que estava em curso.

Nos nossos dias
É pouco provável que aquelas barbaridades se repitam. Mas não se enganem. Oitenta anos depois, a democracia ainda é alvo de especulações as mais destrambelhadas. Cometei aqui a tese delinquente de certa senhora, estudiosa do Islã e aboletada na Universidade Harvard, segundo quem os islâmicos estão dando à luz uma nova democracia, que ela classifica de “iliberal”. Pois é… Em 1938, um ano antes do início da Segunda Guerra, cogitou-se o nome de Hitler para o Nobel da Paz. As leis raciais contra os judeus já estavam em vigência…

Aquela tal senhora — Jocelyne Cesari — escreve, como quem diz “Bom dia!”, que essa forma particular de democracia não implica necessariamente o fim da discriminação religiosa ou de gênero. Dona Jocelyne acha possível chamar de “democrático” um regime que segregue as pessoas por sua religião e gênero…

Um “intelectual” como Salavoj Zizek dedica-se a especular sobre as virtudes do moderno terrorismo, conquista admiradores mundo afora, inclusive no Brasil, e passa a ser uma referência do pensamento de esquerda. Reitero: ele não está a falar na tal “redenção dos oprimidos”. Ele empresta valor afirmativo a ações terroristas.

Mundo afora, direitos individuais são solapados pelo Estado — em nome da igualdade ou da reparação —, e a criação de leis que discriminam homens segundo a cor de sua pele ou sua origem é vista como um avanço.

Programa
Não custa lembrar aqui algumas “exigências” do programa que os nazistas tinham para a Alemanha, que certamente deixam encantados alguns dos nossos esquerdistas ainda hoje — especialmente aqueles que defendem, como é mesmo?, o controle social da mídia. Eis aqui parte do que eles queriam para a Alemanha:
(…)
11. A supressão dos rendimentos a que não corresponda trabalho ou esforço, o fim da escravidão do juro;

12. Levando-se em conta os imensos sacrifícios em bens e em sangue derramado que toda guerra exige do povo, o enriquecimento pessoal graças à guerra deve ser qualificado de crime contra o povo. Exigimos, portanto, a recuperação total de todos os lucros de guerra;

13. Exigimos a nacionalização de todas as empresas (já) estabelecidas como sociedades (trustes);

14. Exigimos participação nos lucros das grandes empresas;

15. Exigimos que se ampliem generosamente as aposentadorias;

16. Exigimos a constituição e a manutenção de uma classe média sadia, a estatização imediata das grandes lojas, e o seu aluguel a preços baixos a pequenos comerciantes, cadastramento sistemático de todos os pequenos comerciantes para atender às encomendas do Estado, dos Länder e das comunas;

17. Exigimos uma reforma agrária apropriada às nossas necessidades nacionais, a elaboração de uma lei sobre a expropriação da terra sem indenização por motivo de utilidade pública, a supressão da renda fundiária e a proibição de qualquer especulação imobiliária;

18. Exigimos uma luta impiedosa contra aqueles cujas atividades prejudicam o interesse geral. Os infames criminosos contra o povo, agiotas, traficantes etc. devem ser punidos com pena de morte, sem consideração de credo ou raça;

19. Exigimos que se substitua o direito romano, que serve à ordem materialista, por um direito alemão;

20. Com o fito de permitir a todo alemão capaz e trabalhador alcançar uma instrução de alto nível e chegar assim ao desempenho de funções executivas, deve o Estado empreender uma reorganização radical de todo o nosso sistema de educação popular. Os programas de todos os estabelecimentos de ensino devem ser adaptados às exigências da vida prática. A assimilação dos conhecimentos de instrução cívica deve ser feita na escola desde o despertar da inteligência.  Exigimos a educação, custeada pelo Estado, dos filhos – com destacados dotes intelectuais – de pais pobres, sem se levar em conta a posição ou a profissão desses pais;

21. O Estado deve tomar a seu cargo o melhoramento da saúde pública mediante a proteção da mãe e da criança, a proibição do trabalho infantil, uma política de educação física que compreenda a instituição legal da ginástica e do esporte obrigatórios, e o máximo auxílio possível às associações especializadas na educação física dos jovens;

22. Exigimos a abolição do exército de mercenários e a formação de um exército popular;

23. Exigimos que se lute pela lei contra a mentira política deliberada e a sua divulgação através da imprensa. Para que se torne possível a constituição de uma imprensa alemã, exigimos:
a) que todos os redatores e colaboradores de jornais editados em língua alemã sejam obrigatoriamente membros do povo (Volksgenossen);
b) que os jornais não-alemães sejam submetidos à autorização expressa do Estado para poderem circular. Que eles não possam ser impressos em língua alemã;
c) que toda participação financeira e toda influência de não-alemães sobre os jornais alemães sejam proibidas por lei, e exigimos que se adote como sanção para  toda e qualquer infração o fechamento da empresa jornalística e a expulsão imediata dos não-alemães envolvidos para fora do Reich.
Os jornais que colidirem com o interesse geral devem ser interditados. Exigimos que a lei combata as tendências artísticas e literárias que exerçam influência debilitante sobre a vida do nosso povo, e o fechamento dos estabelecimentos que se oponham às exigências acima.

(…)

Começando a encerrar
Não, senhores! Qualquer semelhança com um programa de esquerda — e me digam quais esquerdistas não endossariam ainda hoje o que vai acima — não é mera coincidência. O fascismo, também na sua vertente nazista, sempre foi de esquerda nos seus fundamentos mais gerais. Erigiu, sim, uma concepção de poder e de organização de estado diferente daquelas estabelecidas pela Internacional Comunista e repudiava o entendimento que tinha esta do “internacionalismo”. Mas o ódio ao liberalismo econômico, à propriedade privada e às liberdades individuais era o mesmo.

Essa cultura da “engenharia social”, que cassa direitos individuais em nome de um estado reparador, ainda está muito presente no mundo. Como se percebe, ela se estabelece oferecendo o paraíso na terra, um verdadeiro reino de justiça e igualdade. Deu no que deu.

Neste ponto, alguém poderia objetar: “O Reinaldo agora acha que a luta por justiça resulta em fascismo…”. Não! O Reinaldo não acha isso. Pensa, isto sim, que as tentações totalitárias manipulam o discurso da igualdade para criar um ente de razão, estado ou partido, que busque substituir a sociedade.

E não se enganem: oitenta anos é quase nada na história humana. Não faz tanto tempo assim. Em 1933, a humanidade já dispunha de boa parte da literatura que vale a pena, de boa parte do pensamento que vale a pena, de boa parte até mesmo do conhecimento científico que ainda hoje serve de referência.

No entanto, o mundo viveu sob o signo da besta.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

UE-America Latina: melancolico encontro em Santiago

Comentar o que? Rigorosamente, nao há nada, absolutamente nada a comentar. A rigor, haveria, mas o bom senso indica que é melhor ficar calado...
Paulo Roberto de Almeida


Pobreza de ideias
Editorial O Estado de S. Paulo, 30/01/2013
 
Galináceos, bovinos e suínos são por enquanto os beneficiários mais prováveis dos planos e roteiros de cooperação acertados na semana passada com representantes da União Europeia (UE), em reuniões em Brasília e Santiago. Os bichos continuarão sendo sacrificados, porque o transporte de animais vivos em longas viagens perdeu muito de seu encanto depois da aventura na Arca de Noé. Mas serão mortos com boas maneiras, depois de uma vida mais confortável e com menos estresse, se for aplicado o Memorando de Entendimento Administrativo na Área de Bem-estar Animal entre o governo brasileiro e a Comissão Europeia. Quanto ao Arranjo de Cooperação Científica e Tecnológica, provavelmente produzirá resultados tão chochos quanto os anteriores, exceto na retórica oficial. O acordo sobre picanhas, costelinhas e coxinhas será de certo implementado com mais empenho e acompanhado com mais atenção, porque assuntos sanitários afetam o comércio e são um pretexto fácil para protecionismo.
A mesma pobreza de ideias e compromissos marcou as reuniões do pessoal da União Europeia, em Santiago, com representantes da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e do Mercosul ou sua parte remanescente. Em seu discurso de sexta-feira, na abertura do encontro Celac-UE, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, empenhou todo o seu talento - e com inegável sucesso - para evitar qualquer ideia original, interessante ou prática.
Ele falou sobre o valor de uma "nova aliança estratégica para balizar o futuro", lembrou a importância econômica do bloco europeu e perorou sobre a "cultura milenar" da Europa e o compromisso da região com a liberdade, a democracia e os direitos humanos. Faltou, talvez, alguma palavrinha sobre os objetivos, limitações e outros aspectos práticos de um acordo comercial.
Dar prioridade a um acerto de livre comércio entre Mercosul e União Europeia seria a decisão mais prudente e com maior possibilidade de êxito neste momento. Um entendimento mais amplo, com toda a Celac, poderia ser discutido mais facilmente em seguida.
Mais limitada, a negociação inicial, entre União Europeia e Mercosul, envolveria dois blocos razoavelmente estruturados, pelo menos em termos formais, e seria possível aproveitar a experiência da negociação iniciada em 1999. Houve vários impasses, a tentativa foi quase enterrada em 2006 e um novo compromisso de retomar o projeto foi formalizado em 2010. Em março do ano passado, representantes dos dois blocos concordaram em cuidar da definição de questões normativas necessárias para um novo exercício de troca de ofertas. A definição dessa prioridade parece inevitável, se os negociadores tiverem pelo menos um pouquinho de juízo.
Mas juízo continua sendo um insumo escasso na América Latina e especialmente no Mercosul. Na quinta-feira, enquanto ocorria a Cúpula Brasil-União Europeia, em Brasília, circulava em Buenos Aires a notícia de uma nova encrenca regional. O governo argentino voltou a dificultar a importação de carne suína brasileira. Foi o terceiro recrudescimento desse conflito em um ano, em mais uma violação dos compromissos de normalização do comércio regional.
Governo e empresários argentinos, cada vez mais protecionistas, têm dificultado qualquer compromisso de liberalização de mercados. Tiveram papel significativo no abandono da Rodada Doha, entravaram qualquer acerto com os europeus e criam obstáculos ao funcionamento do próprio Mercosul. Além disso, Christina Kirchner já mostrou sua disposição: o Mercosul, segundo ela, só poderá negociar com os europeus depois da eleição no Paraguai, em abril.
A própria Kirchner liderou, no ano passado, a suspensão do Paraguai como membro do Mercosul. Agora usa o país como pretexto para bloquear a discussão de um acordo. De repente, a opinião paraguaia é importante para a senhora Kirchner. Em 2012, essa opinião foi silenciada para facilitar o ingresso da Venezuela bolivariana. Por que os europeus, afinal, insistem no acordo com essa gente?

Brasileiro; mais rico que o americano...(no combustivel)

Nao se enganem com as estatísticas de renda nacional: apesar da renda média dos americanos ser 5 ou 6 vezes maior do que a dos brasileiros, nós, brasileiros comuns, somos pelo menos 50% mais ricos que os americanos, a julgar pelo preco da gasolina.
Claro, isso tem a ver com o nível extorsivo dos impostos (a Europa possui carga fiscal semelhante ou mais alta do que a do Brasil, mas também é 4 ou 5 vezes mais rica, no plano da renda per capita), com a cartelizacao do setor (monopólio de fato da Petrobras) e com os lucros excessivos de produtores, distribuidores e varejistas.
Somo, isso é conhecido, um país notoriamente caro, o que diminui nossa competitividade interna e externa. Só se pode esperar, assim, que a indústria continue a perder partes de mercado, e que o Governo continue a impulsionar políticas defensivas (ou seja, protecionistas), para tentar contornar o problema, em lugar de solucioná-lo de verdade com medidas estruturais.
Vamos continuar sendo um país avestruz, ao que parece.
Paulo Roberto de Almeida

Com reajuste, preço da gasolina no Brasil será 51% maior que nos EUA

Litro do combustível vai custar em média US$ 1,45 no Brasil, enquanto nos EUA o preço é US$ 0,96; antes do  reajuste, a gasolina brasileira já custava 44% a mais que a norte-americana

O Estado de S.paulo, 30 de janeiro de 2013
Fernando Nakagawa, correspondente
LONDRES - Com o aumento do preço da gasolina em vigor a partir desta quarta-feira, 30, brasileiros passarão a desembolsar cerca de 5% a mais para encher o tanque. Assim, a gasolina brasileira passa a ser, na média, 51% mais cara do que nos Estados Unidos, mostram dados da Administração de Informação de Energia dos EUA.
Se a comparação for com a Europa, o quadro é contrário: abastecer o carro no Brasil é 37% mais barato que em países como a Itália e a Holanda.
Brasil X EUA
O consumidor brasileiro pagou, na média nacional, R$ 2,7630 por litro do combustível na semana entre 20 e 26 de janeiro, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Com o esperado repasse de cerca de 5% na bomba, o preço médio deve passar para R$ 2,9012.
Confirmado o novo valor e com o dólar a R$ 2, isso significa que o brasileiro pagará, na média, US$ 1,45 por litro ou US$ 5,49 por galão de gasolina (o equivalente a 3,78 litros).
Os postos norte-americanos cobraram média de US$ 3,64 por galão na semana encerrada em 21 de janeiro, segundo a Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês), órgão do Departamento de Energia (DoE) dos EUA.
Isso equivale ao preço de US$ 0,96 por litro nos Estados Unidos. O novo preço brasileiro (US$ 1,45 por litro) será, portanto, 51% maior que o dos EUA. Antes do aumento anunciado ontem, a gasolina brasileira já era 44% mais cara.
Europa
Apesar da desvantagem em relação aos motoristas dos EUA, o Brasil segue com um combustível mais barato que o europeu. A mesma pesquisa da EIA mostra que a Itália e Holanda têm o preço mais elevado dos países pesquisados, onde o galão custava US$ 8,78 - ou R$ 4,64 por litro - na média na semana encerrada em 21 de janeiro.
Em seguida, todos os demais mercados europeus têm preços maiores que os novos do Brasil: o galão custa US$ 8,05 na Bélgica (R$ 4,25/litro), US$ 8,03 na Alemanha (R$ 4,24/litro), US$ 7,94 no Reino Unido (R$ 4,20/litro) e US$ 7,84 na França (R$ 4,14/litro), país que tem o título de gasolina europeia mais barata da pesquisa.

Emprego no Brasil: faltam profissionais qualificados locais

As estatísticas do MTE de ingresso de profissionais estrangeiros  no Brasil confirmam a falencia do terceiro ciclo brasileiro em formar profissionais adequados (geralmente em areas técnicas e científicas) e nos números necessários para atender a demanda local. A situacao vai persistir por algum tempo até que o próprio mercado estabilize oferta e demanda nos níveis apropriados.
Precisamos de Ciencia Sem Fronteiras nas humanidades? Certamente nao, e provavelmente vamos ter de continuar insistindo nas áreas científicas e técnicas.
Paulo Roberto de Almeida

MTE (30/01/2013) – VISTOS DE TRABALHO CONCEDIDOS EM 2012, BALANÇO.

BRASIL CONCEDEU 73 MIL VISTOS DE TRABALHO A ESTRANGEIROS EM 2012. OS PROFISSIONAIS SÃO ALTAMENTE QUALIFICADOS E VIERAM EXERCER PROFISSÕES NAS ÁREAS DE GERÊNCIA E SUPERVISÃO DE EMPRESAS. Em 2012 foram concedidas 73.022 autorizações de vistos a estrangeiros, segundo dados divulgados pela Coordenação Geral de Imigração (CGig) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Das autorizações concedidas no ano, 64.682 foram temporárias e 8.340 permanentes. Nas autorizações temporárias, o visto destinado ao profissional com vínculo empregatício no Brasil teve um crescimento de 26% com relação a 2011. Nos últimos três anos esta categoria teve um crescimento de 137%, passando de 2.460 profissionais autorizados em 2009 para 5.832 em 2012. Esses profissionais são altamente qualificados e vem ao Brasil exercer profissões nas áreas de gerência e supervisão de empresas que demandam conhecimento não disponível. As principais áreas são engenharia, tecnologia, analise de sistemas, petróleo e gás, construção civil e obras de infra-estrutura. Portugal, Espanha e China foram as nacionalidades mais beneficiadas por esses vistos. Houve aumento de 81% no número de vistos emitidos a portugueses com relação a 2011, de 53% a espanhóis e de 24% a chineses. Ainda no total de autorizações temporárias, houve um crescimento de 23% nos profissionais estrangeiros ligados à assistência técnica, com 19.990 profissionais em 2012. Esse crescimento é decorrente do aumento na demanda por máquinas, equipamentos e transferência de tecnologia para empresas no Brasil. Já no trabalho a bordo de embarcações ou plataforma estrangeira houve queda, passando de 17.738 autorizações em 2011 para 15.554 em 2012. No visto permanente, houve aumento de 15% no número de investidores que ocasionou ao Brasil investimentos de R$ 286 milhões de reais, representando aumento de 40%, passando de 3.834 em 2011 para 8.340 em 2012. Também nesta categoria, Portugal foi a nacionalidade que mais demandou a concessão de vistos, com aumento de mais de 100% em relação a 2011. Os profissionais autorizados a trabalhar no Brasil estão mais qualificados. Entre 2011 e 2012 houve aumento de 9,5% no total de mestres e doutores autorizados a trabalhar temporariamente, sendo que, entre 2009 e 2012 esse aumento foi de 560%. Esse é um dos grupos que mais cresce em números relativos no Brasil. Os dados também demonstram o impacto da concessão de residências especiais de caráter humanitário pelo Conselho Nacional de Imigração (CNIg) aos haitianos, com 4.706 autorizações expedidas em 2012. Na avaliação dos técnicos, a situação é transitória e emergencial, tendo impacto importante já que são autorizações especiais e de viés humanitário em relação ao agravamento da situação recente do Haiti após o terremoto de 2010, mas que não devem se refletir no longo prazo.