O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sábado, 31 de maio de 2014

Alberto da Costa e Silva vence o Premio Camoes 2014

Alberto da Costa e Silva vence Prêmio Camões
Diplomata e historiador brasileiro é um dos principais conhecedores da história e da cultura africana
O GLOBO 31.05.14
Alberto da Costa e Silva é o 11º brasileiro a receber a distinção 

Guito Moreto / Guito Moreto/11-12-2012
LISBOA — O poeta, diplomata e historiador brasileiro Alberto da Costa e Silva recebeu, hoje, o Prêmio Camões, o mais importante destinado a um autor de língua portuguesa pelo conjunto da sua obra. O anúncio foi feito esta sexta-feira, em Lisboa, pelo júri, composto por Rita Marnoto, professora universitária, José Carlos Vasconcelos, jornalista, e os escritores Affonso Romano de Sant'Anna, Antônio Carlos Secchin, José Eduardo Agualusa e Mia Couto, vencedor em 2013.

— Foi um prêmio inesperado, não estava em minhas cogitações — disse o autor, que fez questão de destacar sua “constância e presença” em Portugal e na África. — É um prêmio que engrandece a história de um escritor. Já foi atribuído para os nomes mais expressivos da língua portuguesa. A notícia me deu grande alegria, embora eu ainda não esteja totalmente convencido de que sou merecedor.
Formado pelo Instituto Rio Branco em 1957 e membro da Academia Brasileira de Letras, Alberto da Costa e Silva serviu como diplomata em Lisboa, Caracas, Washington, Madrid e Roma, antes de ser embaixador na África. Participou de missões em Angola, Etiópia, Costa do Marfim, Camarões, Togo, Gabão, Guiné, Senegal, Libéria, entre outros países. Aproveitando sua longa passagem pela África, tornou-se um dos principais especialistas na cultura e na história do continente, com obras como “A enxada e a lança: a África antes dos portugueses” (1992) e “A manilha e o libambo: a África e a escravidão” (2002). Seu último livro, “Imagens da África” (2013), reúne fragmentos de textos de viajantes estrangeiros que passaram pela região, da Antiguidade ao século XIX
O escritor moçambicano Mia Couto, um dos membros do júri, lembrou a “arte e elegância” com que o historiador e poeta desmembrou a memória da África. Já o angolano José Eduardo Agualusa, também do júri, afirmou que a atribuição à Costa e Silva “também para a África”.
— Não creio que prêmios sejam para países ou continentes, mas sim para a ação e a reflexão de um escritor — avalia Costa e Silva, nascido em 1931. — Porém, fico muito feliz que me considerem um autor de interesse africano e emotivamente africano.
Para o escritor Antônio Carlos Secchin, ninguém melhor do que Alberto da Costa e Silva estuda e divulga, em alto nível, a confluência cultural e histórica dos povos de língua portuguesa. 
— A isso se alia uma refinada expressão estilística em todos os gêneros em que se expressa: o poético, o memorialístico, o ensaístico — avalia. — Sinto-me feliz e honrado por ter feito parte do júri que lhe concedeu por unanimidade o prêmio, com toda justiça.
Com a atribuição, o Brasil se torna o país com mais vencedores do Camões. Já são 11 premiados, incluindo nomes como Dalton Trevisan, Ferreira Gullar, Autran Dourado, João Cabral de Melo Neto e João Ubaldo Ribeiro.

VEJA TAMBÉM

Piketty e seu erros elementares de teoria economica - Steve Kates

Retiro, de uma lista de discussão sobre história econômica, esta postagem de um professor que também gastou 25 dólares pensando comprar boa mercadoria. Acho que o produto vai conhecer uma alteração na sua curva de demanda rapidamente...
Paulo Roberto de Almeida

I think if might be of interest to this list to find that Thomas Piketty begins his Capital in the Twenty-First Century with a discussion of classical economic theory although of some dubious merit, but that he has also made a fundamental error in the use of supply and demand in that same discussion.
Only five pages in, he begins a section he titles, “Ricardo: the Principle of Scarcity” (Malthus shows up on page 3). He focuses on Ricardo in his book on income distribution because he interprets the Ricardian theory of land rents to mean that landowners will continuously earn a larger proportion of national income. He states that Ricardo’s “chief concern was the long-term evolution of land prices and land rents” (p. 5). I have my doubts about his interpretation of Ricardo, and I certainly don’t agree where he writes “David Ricardo and Karl Marx, who were surely the two most influential economists of the nineteenth century” (ibid.: p. 5). There is a case for Marx although not in terms of his influence on economics. Ricardo is superseded by J.S. Mill and if not Mill then certainly by Marshall if we are thinking about influence within economics, and that is only looking at economists in the English speaking world. 
But Piketty then, in discussing these notions, makes a fundamental error in basic economic theory. As can be seen from the passage quoted below, he has confused a shift in demand with a change in quantity demanded.

“To be sure, there exists in principle a quite simple economic mechanism that should restore economic equilibrium to the process: the mechanism of supply and demand. If the supply of any good is insufficient, and its price is too high, then demand for that good should decrease, whichshould lead to a decline in its price.” (p.6 - my bolding)

He has here basically stated that insufficient supply (a shortage) will lead to a fall in price which you can see from the bits in bolding. I find it absurd that Piketty cannot tell the difference between a shift of the demand curve and a movement along the demand curve. You really do have to wonder how much sound economics there actually is embedded in the hundreds of pages of stats and data he then compiles if he is prone to make such a startling error. Even more curious is to me is that no one so far as I know has bothered to point this out.
-- 

Dr Steven Kates
Associate Professor
School of Economics, Finance
    and Marketing
RMIT University

O ataque a propriedade por Thomas Piketty e companheiros - Robert P. Murphy (Mises)

Algumas frases aterradoras contidas no livro de Thomas Piketty
por , sexta-feira, 30 de maio de 2014

 

PikettyMarx.jpgVários artigos, inclusive na grande mídia, já foram escritos comentando os vários erros teóricos, bem como as flagrantes manipulações de dados, encontrados no livro-sensação do momento, Capital no Século XXI, do francês Thomas Piketty. 
Financial Times, por exemplo, descobriu que o livro contém dados que foramdeliberadamente adulterados.
Juan Ramón Rallo decidiu testar empiricamente a tese central propagandeada pelo livro — a de que a riqueza dos bilionários aumenta quase que por inércia, a uma taxa maior que a do crescimento da economia — e tambémdescobriu que ela não se sustenta
E Hunter Lewis mostrou que os dados utilizados por Piketty não apenas foram erroneamente interpretados por ele como também, e ainda pior, são baseados em extrapolações criadas pelo próprio autor.
Meu intuito aqui é outro: quero chamar a atenção para o estupefaciente ódio à propriedade privada e aos básicos direitos à privacidade financeira que permeia todo o livro.  A maneira mais rápida de fazer isso é simplesmente reproduzindo algumas das mais aterradoras frases contidas no livro, as quais vão logo abaixo.
À medida que você for lendo as frases abaixo, lembre-se de que o livro de Piketty vem sendo celebrado por toda uma gama de intelectuais progressistas, os quais, mesmo quando eventualmente o criticam pontualmente — como fez Larry Summers, ex-secretário do Tesouro de Bill Clinton —, fazem questão de ressaltar que o livro é simplesmente maravilhoso. 
O motivo de tais intelectuais estarem dispostos a relevar os vários erros metodológicos, teóricos e empíricos encontrados no livro é simplesmente porque eles endossam o espírito do livro.  E quando você finalmente entender qual é exatamente esse espírito, você ficará extremamente preocupado quanto ao futuro.  Apenas leia o material coletado.
"Impostos não são uma questão técnica.  Impostos são, isso sim, uma questão proeminentemente política e filosófica, talvez a mais importante de todas as questões políticas.  Sem impostos, a sociedade fica destituída de um destino comum, e a ação coletiva se torna impossível." (p. 493)
"Quando um governo tributa um determinado nível de renda ou de herança a uma alíquota de 70 ou 80%, o objetivo principal obviamente não é o de aumentar as receitas (porque essas altas alíquotas nunca geram muita receita).  O objetivo é abolir tais rendas e heranças vultosas, as quais são socialmente inaceitáveis e economicamente improdutivas..." (p. 505)
"Nossas descobertas [de Piketty e de seus co-autores] possuem importantes implicações para o grau desejável de progressividade tributária.  Com efeito, elas indicam que impor alíquotas confiscatórias sobre as altas rendas não apenas é possível como também é a única maneira de acabar com os aumentos observados nos altos salários.  De acordo com nossas estimativas, a alíquota ótima de imposto de renda para os países desenvolvidos é provavelmente uma maior que 80%." (p. 512)
"Uma alíquota de 80% aplicada a receitas maiores que US$500.000 ou US$1 milhão por ano não traria ao governo muito em termos de receita, pois ela rapidamente alcançaria seu objetivo: reduzir drasticamente as remunerações, mas sem reduzir a produtividade da economia, de modo que os salários subiriam a níveis menores". (p. 513)
"O propósito primário dos impostos sobre ganhos de capital não é o de financiar programas sociais, mas sim o de regular o capitalismo.  A meta é, em primeiro lugar, acabar com os contínuo aumento na desigualdade de renda, e, em segundo lugar, impor uma regulação efetiva sobre os sistemas bancário e financeiro para evitar crises." (p. 518)
"[A transparência financeira associada ao imposto global proposto por Piketty] iria gerar preciosas informações sobre a distribuição de riqueza.  Os governos nacionais, as organizações internacionais, e os institutos de estatística ao redor do mundo iriam pelo menos ser capazes de produzir dados confiáveis sobre a evolução da riqueza global... [Os cidadãos] teriam acesso a dados públicos sobre fortunas, cujas informações seriam fornecidas por lei.  Os benefícios para a democracia seriam consideráveis: é muito difícil ter um debate racional sobre os grandes desafios enfrentados pelo mundo atual — o futuro do estado de bem-estar social, os custos da transição para novas fontes de energia, o tamanho do estado em países desenvolvidos, e muito mais — porque a distribuição global de riqueza continua muito opaca." (pp. 518-519)
"Um imposto de 0,1% sobre o capital não seria apenas mais um imposto; ele teria, acima de tudo, o intuito de ser uma lei que obriga o relato compulsório de informações pessoais.  Todos seriam obrigados a divulgar informações sobre a natureza de seus ativos para as autoridades financeiras mundiais.  Só assim poderão ser reconhecidos como os proprietários legais daquilo que possuem..." (p. 519)
Referindo-se à necessidade de se abolir todos os paraísos fiscais por meio da obrigatoriedade de especificar todos os seus ativos às autoridades globais: "Ninguém tem o direito de determinar suas próprias alíquotas de impostos.  Não é certo que indivíduos enriqueçam por meio do livre comércio e da integração econômica, obtendo lucros à custa de seus vizinhos.  Isso é roubo puro e descarado." (p. 522)
"Se, amanhã, alguém descobrir em seu quintal um tesouro maior do que toda a riqueza existente em seu país, seria correto aprovar uma emenda constitucional para que esta riqueza seja redistribuída de uma maneira mais sensata (é o que devemos desejar)." (p. 537)
"Na África, a saída de capitais sempre excedeu o influxo de ajudas estrangeiras.  Não há dúvidas de que foi algo bom vários países ricos terem impetrado medidas judiciais contra líderes africanos que saíram de seus respectivos países com grandes fortunas.  Porém, seria algo ainda mais proveitoso criar uma instituição de âmbito global voltada para a cooperação tributária e para o compartilhamento de dados com o objetivo de permitir que os países da África e de outros continentes descubram essas pilhagens de maneira mais sistemática e moderna, especialmente quando se leva em conta que empresas internacionais e acionistas de todas as nacionalidades são, no mínimo, tão culpados quanto as inescrupulosas elites africanas.  De novo, a transparência financeira e um imposto global e progressivo sobre o capital são a solução correta."  (p. 539)
"Do ponto de vista do interesse geral e do bem comum, é preferível tributar os ricos a tomar emprestado deles." (p. 540)
Essas frases revelam que Piketty na realidade não tem nenhum interesse em apenas aumentar as receitas dos governos com seus esquemas tributários; o que ele realmente quer é acabar de uma vez por todas com a formação de fortunas.
Para finalizar, um alerta a todos que ainda prezam valores ultrapassados como privacidade financeira e estado de direito: preocupem-se.  Piketty e todos aqueles que estão tecendo louvores a seu livro não têm a mais mínima consideração pela maneira como uma pessoa construiu sua fortuna.  Não importa se você trabalhou duro, poupou e foi um corajoso empreendedor.  Tudo será confiscado.  Eles, aliás, nem sequer têm "planos nobres" para como irão utilizar toda a propriedade que pretendem confiscar — o objetivo é apenas o de garantir que uma pessoa rica deixe de ser rica. 
Se você for razoavelmente rico, é melhor se tornar amigo de Piketty e sua turma, e bem rápido.  Talvez assim eles permitirão que você mantenha pelo menos uma fatia de suas propriedades.
______________________________________
Leia também:

Robert P. Murphy 
é Ph.D em economia pela New York Universityeconomista do Institute for Energy Research, um scholar adjunto do Mises Institute, membro docente da Mises University e autor do livro The Politically Incorrect Guide to Capitalism, além dos guias de estudo para as obras Ação Humana e Man, Economy, and State with Power and Market.  É também dono do blog Free Advice.

Radiografia implacavel da decada lulo-petista: Jose Gobbo Ferreira

Estudo de caso, José Gobbo Ferreira - Dez Anos de PT e a Desconstrução do Brasil

O trabalho de 108 páginas que vai no link a seguir, intitulado “Dez Anos de PT e a Desconstrução do Brasil”, é um denso estudo, com gráficos e tabelas, que demonstra de que modo os governos Lula e Dilma Roussef desconstroem os fundamentos da política de estabilização e crescimento sustentada implementada pelo ex-presidente FHC, o Plano Real.

. A economia brasileira segue em marcha batida para o precipício da estagnação econômica e da inflação descontrolada, dragões que durante décadas infernizaram a vida dos brasileiros.

. O autor, José Gobbo Ferreira, possui um currículo extraordinário no exterior e no Brasil, que vai todo detalhado logo na abertura do trabalho.

. Vale a pena ler, estudar e passar adiante.

CLIQUE AQUI para baixar tudo e ler. O editor aconselha imprimir e estudar em casa, aos poucos. Baixar o arquivo pode demorar, porque ele é pesado. 

BRICS: vc acredita nesse grupo? Entao escreva algo a respeito... - Moscou, 30/10/2014

Peoples’ Friendship University of Russia
International Conference, October 30-31, Moscow, Russia

Call for Papers
The BRICS Countries: International Unstability, Growth Trajectories and Structural Transformations ?

In the framework of the international conference organized by the Peoples’ Friendship University of Russia (RUDN), Mosco in cooperation with CEMAFI International (France), the BRIC Seminar (EHESS-Fondation Maison des Sciences de l'Homme, Paris) and the Department of International Economy (RUDN) organize a two sessions-panel on the following topic: " BRICs Countries: International unstability, growth trajectories and structural transformations."
Since 2010, when the concept of BRICS has given birth to a new geopolitical group, emerging economies have continued to grow and now account for a larger share of the world GDP than before. At the same time, the international financial crisis and its consequences have hit developed market economies and BRICS countries in a different manner. Advanced countries have stagnated in relative terms, applying diverging policies (quantitative easing in the US and Japan, deflationary budgetary policies in the vast majority of the Eurozone countries) in an attempt to relaunch their economic growth. The BRICS countries and other emerging economies have also reported diverging results both in terms of growth path and external accounts dynamics. For instance, the rate of growth is rapidly declining in Brazil and Russia, India and Russia proved to be very sensitive to interest rates fluctuations and international capital outflows, and China, in spite of a still high GDP growth rate and large current account surpluses, is showing signs of vulnerability, prompting some observers to diagnose the so-called "middle income trap".
Beyond these recent economic fluctuations, we believe that the problems that these economies are currently facing are of a structural nature: they lie in their productive specialization, in the nature (or the lack) of structural and innovations policies implemented, but also in institutional peculiarities that characterize most emerging economies. To discuss this hypothesis, we propose that the 2-sessions panel of the RUDN Moscow Conference could address the following themes :
- Growth trajectories of BRICs and emerging economies: where do we stand?
- International trade, international value chains and the BRICs
- How big is the productive gap between developed market economies and the BRICs?
- Contents, nature, implementation of industrial and innovation policies
- Are domestic-led growth models more desirable than export-led models?
- Commodities exporting countries: how to avoid the "dutch disease"?
- Whither role for the State: reducing inequalities, improving infrastructures, stimulating high value added industrial growth, attracting FDI?

Number of papers discussed: 16
Deadline for submission: July 15, 2014

Send abstract (in english, french, russian) to :
Vladimir Matyushok, RUDN, Moscow, vmatyushok@mail.ru
Julien Vercueil, INALCO, Paris, julien.vercueil@inalco.fr

Information about the conference :

Pausa para... uma querela religiosa: o pastor e a cafetina (este Brasil inzoneiro...)

Da coluna sempre finamente irônica do jornalista Carlos Brickmann, 30/05/2014:


Deus e o diabo

Em Aquiraz, pertinho de Fortaleza, CE, Tarcília Bezerra começou a construir um anexo em seu cabaré; e a igreja neopentecostal fez forte campanha contra a construção, com orações contínuas. Uma semana antes da inauguração, um raio incendiou o cabaré. Tarcília processou a igreja e o pastor, responsabilizando-os pela "intervenção divina" que destruiu a obra. A igreja alegou que não houve prova de intervenção divina a partir das orações.

Comentário do juiz, na audiência de abertura: "Pelo que li até agora, temos de um lado a proprietária de um prostíbulo que acredita firmemente no poder das orações e do outro lado uma igreja inteira que afirma que as orações não valem nada".

Eleicoes 2014: Joaquim Barbosa chanceler da Republica? De qual republica? - Carlos Brickmann

Da coluna do jornalista Carlos Brickmann, 30/05/2014:

Por que saiu?

Joaquim Barbosa diz que vai aposentar-se porque já tem 41 anos de serviço público. E também porque nada perde: mantém o salário integral e pode se dedicar a outros afazeres. Mas também diz que o motivo "sairá no momento oportuno". Não quer estar num tribunal dirigido por Ricardo Lewandowski, de quem não gosta (não gosta também dos demais ministros, no que é correspondido).

Não pode concorrer a eleições; mas pode fazer campanha, se quiser.

Saiu por que?

Há quem diga que ele quer apenas descansar, há quem diga tê-lo ouvido dizer que vai "entrar pesado" na campanha. Há quem sustente que apoiará Aécio Neves, do PSDB, e em caso de vitória iria para o Itamaraty. Barbosa acha que, quando trabalhou nas Relações Exteriores, foi vítima de racismo. Esta seria sua oportunidade de dar o troco.

Seu jeito truculento, arrogante, autoritário não casa bem com o Itamaraty. Mas, enfim, não existe mais Ministério da Guerra.

EUA vs China: de volta a bipolaridade? Que coisa mais aborrecida... - Gu Jinglu (WP blogs)

Obama says the U.S. will lead the world for the next 100 years. China disagrees.

The sun sets behind the Chinese national flag fluttering on top of the Great Hall of the People in where a plenary session of the Chinese People's Political Consultative Conference is held in Beijing Monday, March 11, 2013. China took another step toward completing its leadership handover Monday with the appointment of Yu Zhengsheng, an official best known for his communist pedigree, to head a top government advisory body. (AP Photo/Ng Han Guan)
The sun sets behind the Chinese national flag fluttering on top of the Great Hall of the People in March 12013.  (Ng Han Guan/AP)
This week, President  Obama said that the U.S. will remain the one indispensable nation in the century to come. One country who has its own dreams of leadership wasn't quite so sure, however.
On Thursday, at a regular briefing, Chinese Foreign Ministry spokesperson Qin Gangcommented with sarcasm. “It seems that the U.S. really enjoys being the leader of the world,” he said, before casting doubt on Obama's prediction by making reference to a World Cup-predicting sea creature. “However, in the field of international relations, I wonder if there exists a 'Paul the Octopus' who can predict the future.”
His comments were a direct response to remarks delivered by  Obama at the U.S. Military Academy at West Point, N.Y., commencement ceremony this Wednesday. In his speech,  Obama reflected on America’s foreign policy agenda and articulated his vision of America’s role in the world.
“America must always lead on the world stage," Obama declared. "If we don’t, no one else will.”
Qin's comments weren't the only sign of an official reaction. The Global Times, China’sstate-run nationalist-leaning newspaper, later published an editorial and challenged that view, asking, “America wants to lead the world for another 100 years, but with what?”
The editorial went on to say that America was not powerful enough to support its “luxurious dream” of leading the world, arguing that America was “greedy for all kinds of power” but lacks “a big heart,” which is “a key factor to be a leader.”
“The revival and rise of China and Russia makes America extremely anxious,” the editorial said. With volatile policies towards China and Russia, America will “be importing its anxiety to the world if it is to ‘lead the world.' ”
Another editorial published in Party mouthpiece People’s Daily said Obama’s remarks on the U.S. world leadership “once again revealed that America wanted to seek hegemony with the cold war thinking of a global alliances system.” The rapid development of technology, integration of world economy and people has never “changed America’s old weakness of seeing the new world with old thoughts and exceptionalism,” the editorial said.
Comments from the U.S. about foreign policy often stir discussion in China, and both leftists and rightists fiercely debate whether the Chinese adore the West too much. Even the self-reflection of a U.S. president on its own foreign policy has caused blatant criticism from state media.
Compared with direct criticism from state media, however, the comments from Qin Gang, the Foreign Ministry spokesperson, seemed to be more restrained and veiled. He resorted to ancient Chinese wisdom. “China once led the world for more than one hundred years in history. The rise and fall in history left us with both experience and lessons.
“Today, we still talk about the wisdom recorded over 2,000 years ago in a chronicle called Zuo Zhuan. It reads: Some rulers can lead their states to unstoppable prosperity because they examine themselves instead of blaming others, like Emperor Yu and Emperor Tang, while some bring their reigns to swift demise because they always criticize others, like Emperor Jie and Emperor Zhou.”

O Barao do Rio Branco e Oliveira Lima: vidas paralelas - Paulo Roberto de Almeida

Reparei que um breve texto meramente comemorativo sobre o historiador e diplomata Manuel de Oliveira Lima, preparado pelo Itamaraty, conheceu um sucesso extraordinário ao ser postado neste blog, sendo acessado dezenas de vezes, o que me faz suspeitar que o personagem, o historiador, o diplomata Oliveira Lima ainda goza de certa notoriedade entre os estudantes universitários, ou simples curiosos.
Por isso vou postar aqui um grande texto que fiz sobre ele e suas relações sempre tempestuosas com Juca Paranhos, mais exatamente com o Barão do Rio Branco, preparado para um livro sobre os 100 anos da posse do Barão como chanceler brasileiro.
Transcrevo apenas o início desse meu texto, e depois remeto ao link onde ele pode ser descarregado em formato pdf.
Paulo Roberto de Almeida

O Barão do Rio Branco e Oliveira Lima
Vidas paralelas, itinerários divergentes


Paulo Roberto de Almeida
Doutor em Ciências Sociais, mestre em Planejamento Econômico
Publicado in:
Carlos Henrique Cardim e João Almino (orgs.).
Rio Branco, a América do Sul e a Modernização do Brasil
(Brasília: Comissão Organizadora das Comemorações do Primeiro Centenário da Posse do Barão do Rio Branco no Ministério das Relações Exteriores, IPRI-Funag, 2002, ISBN: 85-87933-06-X, pp. 233-278).

“Rio Branco was the greatest combination
of scholar and statesman I ever knew.”
Carta de John Basset Moore (julho de 1944) a
Aluizio Napoleão in Rio-Branco e as relações entre o Brasil e os
Estados Unidos (Rio de Janeiro: Ministério das Relações Exteriores, 1947), p. 8

Les délégués [syndicaux] abordent la question du programme économique et social:
“Mon général, comme nous l’avons déjà dit à l’un de vos prédécesseurs...”
Le secrétaire général des syndicats chrétiens ne va pas plus loin.
De Gaulle: “Le général de Gaulle n’a pas de prédécesseur.”
Temps d’arrêt dans la conversation.
De Gaulle: “Mais continuez, messieurs, je vous en prie...”
Jean-Raymond Tournoux: Secrets d’État (Paris: Plon, 1960), p. 351


O Barão do Rio Branco, antecipando-se historicamente ao General De Gaulle, tampouco teve predecessores. De resto, sua figura histórica paira sobre seus sucessores, quase como uma entidade mítica e, portanto, inatingível. Ele foi, em todo caso, único no panteão de nossas (raras) unanimidades nacionais, possuindo todas as condições de ombrear-se historicamente com Tiradentes, com…?
Bem, deixemos esse terreno comparativo com alguns dos “mitos fundadores” de nossa identidade nacional e vejamos um outro personagem, em carne e osso, que, toutes proportions gardées, poderia ter sido um êmulo intelectual e diplomático do Barão, não fosse pelo seu espírito provocador, suas imprudências e precipitações, sua “incontinência da pena”, justamente acusada por contemporâneos, sua vaidade (de certa forma legítima, em vista da importante obra realizada, desde muito jovem), seus repentes de sinceridade déroutante, quando não chocante, seu caráter, por fim, de “diplomata dissidente”, dentre algumas das características multifacéticas desse Dom Quixote Gordo que foi Manuel de Oliveira Lima, no dizer de Gilberto Freyre.
Este ensaio – inclusive pelo fato de ter sido preparado à distância dos arquivos do Barão, no Rio de Janeiro, e, inversamente, nas proximidades dos livros e papéis de Oliveira Lima, depositados na biblioteca que leva o seu nome, junto à Universidade Católica de Washington – deveria em verdade ter o título invertido, “Oliveira Lima e o Barão do Rio Branco”, e de certa forma é disso que se trata quando queremos, não comparar, mas “confrontar”, no bom sentido, um gigante como Rio Branco e qualquer outro personagem de nossa história política e diplomática do final do Império e do início do século XX. Vamos portanto descrever e analisar como essas duas vidas – essas duas inteligências – se cruzam e interagem, e como, do ponto de vista de Oliveira Lima, os resultados traduzem o mais notório sentimento de frustração, de fato uma sensação de trajetória interrompida, que perpassa e transcende as mais diferentes avaliações da vida e da obra do historiador pernambucano, de tão fugidia memória até um período ainda bem recente de nossa République des lettres.

Acesse o texto completo neste link: http://cl.ly/VpqC