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domingo, 1 de novembro de 2015

A corrupcao companheiro, na ponta do seu iceberg - Revista Epoca

http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/10/relatorio-do-coaf-mostra-movimentacoes-milionarias-nas-contas-de-lula-palocci-pimentel-e-erenice.html
 
Relatório do Coaf mostra movimentações milionárias nas contas de Lula, Palocci, Pimentel e Erenice

Um relatório da agência do governo de combate à lavagem de dinheiro revela que os quatro, entre outros petistas, movimentaram quase meio bilhão de reais em transações com indício de irregularidades
THIAGO BRONZATTO
Revista Época, 31/10/2015 - 00h17 - Atualizado 31/10/2015 00h40
Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana

Há duas semanas, analistas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, mais conhecido pela sigla Coaf, terminaram o trabalho mais difícil que já fizeram. O Coaf, subordinado oficialmente ao Ministério da Fazenda, é a agência do governo responsável por combater a lavagem de dinheiro no Brasil. Reúne, analisa e compartilha com o Ministério Público e a Polícia Federal informações sobre operações financeiras com suspeita de irregularidades. Naquela sexta-feira, dia 23 de outubro, os analistas do Coaf entregavam à chefia o Relatório de Inteligência Financeira 18.340. Em 32 páginas, eles apresentaram o que lhes foi pedido: todas as transações bancárias, com indícios de irregularidades, envolvendo, entre outros, os quatro principais chefes petistas sob investigação da PF, do Ministério Público e do Congresso.

Revista ÉPOCA - capa da edição 908 -
O dinheiro suspeito

Eis o quarteto que estrela o relatório: Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República, líder máximo do PT e hoje lobista; Antonio Palocci, ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma Rousseff, operador da campanha presidencial de 2010 e hoje lobista; Erenice Guerra, ministra da Casa Civil no segundo mandato de Lula, amiga de Dilma e hoje lobista; e, por fim, Fernando Pimentel, ministro na primeira gestão Dilma, também operador da campanha presidencial de 2010, hoje governador de Minas Gerais. O Relatório 18.340, ao qual ÉPOCA teve acesso, foi enviado à CPI do BNDES. As informações contidas nele ajudarão, também, investigadores da Receita, da PF e do MP a avançar nas apurações dos esquemas multimilionários descobertos nas três operações que sacodem o Brasil: Lava Jato, Acrônimo e Zelotes. Essas investigações, aparentemente díspares entre si, têm muito em comum. Envolvem políticos da aliança que governa o país e grandes empresários. No caso da CPI do BNDES, os parlamentares investigam as suspeitas de que os líderes petistas tenham se locupletado com as operações de financiamento do banco, sobretudo as que beneficiaram o cartel de empreiteiras do petrolão.

SEGURO
O ex-presidente  Lula e o relatório do Coaf (acima). Também foram identificadas operações de compra de títulos  de previdência  por R$ 6,2 milhões (Foto:  )
Ao todo, foram examinadas as contas bancárias e as aplicações financeiras de 103 pessoas e 188 empresas ligadas ao quarteto petista. As operações somam – prepare-se – quase meio bilhão de reais. Somente as transações envolvendo os quatro petistas representam cerca de R$ 300 milhões. Palocci, por exemplo, movimentou na conta-corrente de sua empresa de consultoria a quantia de R$ 185 milhões. Trata-se da maior devassa já realizada nas contas de pessoas que passaram pelo governo do PT. Há indícios de diversas irregularidades. Vão de transações financeiras incompatíveis com o patrimônio a saques em espécie, passando pela resistência em informar o motivo de uma grande operação e a incapacidade de comprovar a origem legal dos recursos.

FARTURA
A empresa de Palocci movimentou as maiores quantias. O relatório (acima) mostra, entre seus clientes, a Caoa, suspeita de comprar uma medida provisória

MISTÉRIO
O governador Pimentel também fez aplicações de R$ 676 mil no mercado segurador sem prestar informações sobre a origem do dinheiro, segundo o Coaf

LOBISTA
Erenice, ex-ministra de Lula. Uma empresa de seu filho recebeu dinheiro de Fábio Baracat, suspeito de pagar propinas por contratos com o governo 

O Coaf não faz juízo sobre as operações. Somente relata movimentações financeiras suspeitas de acordo com a lei e regras do mercado, como saques de dinheiro vivo na boca do caixa ou depósitos de larga monta que não tenham explicação aparente. O Coaf recebe essas informações diretamente dos bancos e corretoras. Eles são obrigados, também nos casos previstos em lei, a alertar o Coaf de operações “atípicas” envolvendo seus clientes. É obrigação do Coaf avisar as autoridades sobre operações suspeitas de crimes. A lavagem de dinheiro existe para esquentar recursos que tenham origem ou finalidade criminosa, como pagamentos de propina. Não cabe ao Coaf estipular se determinada transação é ilegal ou não. Cabe a ele somente informar a existência dessa transação às autoridades competentes, caso essa transação contenha características de uma operação de lavagem de dinheiro. Foi isso que o Coaf fez no caso do quarteto petista. Cabe agora à PF, ao MP e ao Congresso trabalhar detidamente sobre as informações reveladas pelo Coaf.

 GRANDE FAMÍLIA
Lula e família. Uma de suas empresas transferiu R$ 48 mil a Fernando Bittar, sócio de um dos filhos do petista e dono de um sítio atribuído ao ex-presidente

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Argentina: da excelencia 'a decadencia e 'a...? - Mario Vargas Llosa

Uma esperança argentina
Mario Vargas Llosa
El País, 1/11/2015

Os resultados das eleições de domingo passado na Argentina desmentiram todas as pesquisas de opinião segundo as quais o candidato Daniel Scioli, apoiado pela chefa de Estado Cristina Fernández de Kirchner, ganharia no primeiro turno. E abriram a possibilidade de que o país, que já foi uma espécie de farol da América Latina, saia da decadência econômica e política em que se afundou há mais de meio século e recupere o dinamismo e a criatividade que no passado fizeram dele um país do Primeiro Mundo.

A condição é que no segundo turno eleitoral, em 22 de novembro, Mauricio Macri vença e o eleitorado confirme a rejeição frontal do primeiro turno ao kirchnerismo, um dos mais demagógicos e corruptos ramos dessa quimera indecifrável chamada peronismo, um sistema de poder semelhante ao antigo PRI mexicano, no qual cabem todas as variantes do espectro ideológico, da extrema direita à extrema esquerda, passando por todos os matizes intermediários.

A novidade que Macri encarna não consiste tanto nas ideias modernas e realistas do seu programa, na sua clara vocação democrática, nem na sólida equipe de plano de Governo que reuniu, e sim em que pela primeira vez o eleitorado argentino tem agora a oportunidade de votar por uma efetiva alternativa ao peronismo, o sistema que conduziu ao empobrecimento e ao populismo mais caótico e retardatário o país mais culto e com maiores recursos da América Latina.

Não será fácil, certamente, mas (pela primeira vez em muitas décadas) é de fato possível. A vitória de María Eugenia Vidal, de inequívocos créditos liberais, nas eleições para o Governo provincial de Buenos Aires, tradicional bastião peronista, é um indício claro do desencanto de um vasto setor popular com uma política que, por trás da aparência de medidas de “justiça social”, antiamericanismo e pró-chavismo, fez a inflação disparar, reduziu drasticamente os investimentos estrangeiros, abalou a credibilidade financeira do país em todos os mercados mundiais e deixou a Argentina à beira da recessão.

O sistema que a senhora Kirchner encarna vai se defender com unhas e dentes, como é natural, e já é um indício do que pode vir a acontecer o fato de, no domingo passado, o Governo ter permanecido mudo, sem anunciar os resultados, por mais de seis horas após conhecer o escrutínio, logo depois de ter prometido que o tornaria público imediatamente. A possibilidade de fraude está sempre aí, e a única maneira de esconjurá-la, para a aliança de partidos que apoia Macri, seria garantir a presença em todas as seções eleitorais de fiscais que defendam o voto genuíno e – se houver – denunciem sua manipulação.

Dois fatos notáveis das eleições de 25 de outubro são os seguintes: Macri aumentou seu cabedal eleitoral em quase 1,7 milhão de votos, e o número de eleitores cresceu de maneira espetacular, de 72% dos inscritos na eleição anterior para um pouco mais de 80% nesta. A conclusão é evidente: um setor importante do eleitorado, até agora indiferente ou resignado perante o status quo, desta vez, renunciando ao conformismo, se mobilizou e foi votar, convencido de que seu voto poderia mudar as coisas. E, de fato, assim foi. E discretamente, sem anunciar de antemão, por prudência ou temor a possíveis represálias do regime. Daí o pavoroso tropeço das pesquisas que anunciavam um triunfo categórico de Scioli, o candidato governista, no primeiro turno. Mas em 22 de novembro não ocorrerá o mesmo: o poder kirchnerista conhece os riscos que corre com um triunfo da oposição e acionará todas as alavancas ao seu alcance, que são muitas – a intimidação, o suborno, as falsas promessas, a fraude – para evitar uma derrota. Resta esperar que o setor mais saudável e democrático dos peronistas dissidentes, que contribuíram de maneira decisiva para castigar o kirchnerismo, não se deixe deslumbrar com os chamados à unidade partidária (que não existe há muito tempo) e não desperdice esta oportunidade de corrigir um rumo político que devolveu a Argentina a um subdesenvolvimento terceiro-mundista que ela não merece.

O fenômeno peronista é mais misterioso que o do povo alemão abraçando o nazismo
Não merece pela variedade e quantidade de recursos do seu solo, um dos mais privilegiados do mundo, pelo alto nível de integração da sua sociedade e por sua elevada cultura. Quando eu era criança, meus amigos do bairro de Miraflores, em Lima, sonhavam em se formar profissionalmente não nos Estados Unidos nem na Europa, e sim na Argentina. Esta ainda tinha na época um sistema de educação exemplar, que havia erradicado o analfabetismo – um dos primeiros países a conseguirem isso – e que o mundo inteiro tinha como modelo. A boa literatura e os filmes mais populares da minha infância boliviana e adolescência peruana vinham de editoras e produtoras argentinas, e as companhias de teatro portenhas percorriam todo o continente nos deixando a par das obras de Camus, Sartre, Tennessee Williams, Arthur Miller, Valle Inclán et cetera.

O empobrecimento sistemático do país multiplicou a desigualdade e as fraturas sociais
É verdade que nem sequer os países mais cultos estão imunizados contra as ideologias populistas e totalitárias, como demonstram os casos da Alemanha e Itália. Mas o fenômeno do peronismo é, ao menos para mim, mais misterioso ainda que o do povo alemão abraçando o nazismo, e o italiano, o fascismo. Não há dúvida alguma de que a antiga democracia argentina – a da república oligárquica – era defeituosa e elitista, e que eram necessárias reformas que estendessem as oportunidades e o acesso à riqueza aos setores operários e camponeses. Mas o peronismo não levou a cabo essas reformas, porque sua política estatista e intervencionista paralisou o dinamismo da sua vida econômica e introduziu privilégios e sinecuras partidárias junto com o gigantismo estatal. O empobrecimento sistemático do país multiplicou a desigualdade e as fraturas sociais. O surpreendente é a fidelidade de uma enorme massa de argentinos a um sistema que, claramente, só favorecia uma nomenclatura política e seus aliados do setor econômico, uma pequena oligarquia rentista e privilegiada. Os golpes e as ditaduras militares contribuíram, sem dúvida, para manter viva a ilusão peronista.

Recordo minha surpresa na primeira vez que fui à Argentina, em meados dos anos sessenta, e descobri que em Buenos Aires havia mais teatros que em Paris, onde vivia. Desde então acompanhei sempre, com tanta fascinação quanto pasmo, as vicissitudes de um país que parecia empenhado em ignorar todas as vozes sensatas que queriam reformá-lo e que, em sua vida política, não deixa de perseverar no erro. Talvez por isso, comemorei com entusiasmo juvenil no domingo, dia 25, os resultados deste primeiro turno. E, cruzando os dedos, faço votos para que em 22 de novembro uma maioria inequívoca de eleitores argentinos demonstre a mesma lucidez e valentia, levando ao poder quem representa a verdadeira mudança com liberdade.

Direitos mundiais de imprensa em todas as línguas reservados a Edições EL PAÍS, SL, 2015.

© Mario Vargas Llosa, 2015.

Um Manifesto da revista Interesse Nacional - Rubens Barbosa

Manifesto


A convergência da crise econômica com as crises política e ética está criando uma grave ameaça ao Brasil no médio e no longo prazos. Caso o desequilíbrio da economia e o crescimento do déficit fiscal acima do produto interno bruto persistam, nos próximos anos o país corre o sério risco de se tornar inviável pela redução da capacidade de pagamento de suas dívidas.
Em razão da gravidade da situação atual – déficit fiscal em 2015 e aprovação do Orçamento de 2016 –, agravada pela ação disfuncional do Congresso Nacional, a sociedade e os agentes econômicos e políticos estão focados no curto prazo e menos atentos às questões estruturais. Mas sem atacar as causas da crise brasileira de frente vai ser difícil de evitar o pior nos próximos 10, 15 anos.
Diversas instituições e grupos organizados da sociedade civil estão discutindo essas questões e propondo soluções. A revista Interesse Nacional(www.interessenacional.com) é uma delas. Em seu número de outubro, em circulação, discute os desafios para sair da crise e a agenda nas áreas da Previdência Social, da educação, dos gastos públicos e tributária, além do papel da política e do Congresso para aprovar as medidas duras que terão de ser enfrentadas.
Dada a gravidade do contexto interno, pela primeira vez em oito anos a Interesse Nacional decidiu lançar um manifesto para chamar a atenção da sociedade brasileira para os desafios que teremos de enfrentar. Pela atualidade e pelo significado, pareceu-me útil dar repercussão a essa manifestação.

“Os anos de modernização do Estado brasileiro e de inclusão de parcela significativa da população na economia de mercado, no período 1990 a 2015, ficaram para trás. A crise política, econômica e ética acelera a hora da verdade para o Brasil, visto que não se veem saída e recuperação sem medidas estruturais de médio e longo prazo. O programa mínimo que a seriedade da crise atual exige é passar o Brasil a limpo e mudar o que tem de ser mudado, dentro dos princípios democráticos.
O Brasil enfrenta uma situação de extrema gravidade sem uma liderança política, empresarial e dos trabalhadores que expresse os anseios de todos por uma economia estável, um regime político funcional que represente a maioria da população e que favoreça uma sociedade mais justa. O grau alarmante de corrupção, facilitada pela interferência e ineficiência do Estado todo-poderoso, contamina a vida política e econômica do País e clama pelo fim da impunidade. Perdeu-se o sentido de autoridade e de garantia de segurança ao cidadão.
A retirada do grau de investimento do Brasil é a consequência da falta de rumo e da incompetência do governo na condução da política econômica, que fez o país mergulhar na recessão.
O desequilíbrio econômico, o crescimento do déficit público, da inflação, do desemprego e o gigantismo do Estado impõem a prioridade conjuntural do ajuste fiscal. O problema, contudo, é estrutural e torna urgente a discussão sobre a agenda de reformas microeconômicas, iniciada, porém interrompida. A perda da competitividade e do dinamismo do comércio exterior torna urgente a mudança da agenda interna com uma visão de médio e longo prazo.
A ausência de liderança efetiva no Executivo, no Legislativo e no Judiciário agrava o quadro nacional e exige de todos os que se preocupam com o futuro do Brasil um esforço para promover um debate que chame a atenção para as mudanças que a sociedade brasileira terá de enfrentar e aceitar e a necessidade de restaurar o crescimento e aumentar o emprego.
Qualquer que seja o governo em Brasília, essa nova agenda se imporá. O custo de ignorá-la será o caminho do Brasil, a médio prazo, para uma Argentina, uma Venezuela ou, no pior cenário, uma Grécia. O país perderá a capacidade de honrar seus compromissos, pelo nível cada vez maior da dívida, em especial da previdência social, o que levará a índices muito baixos de crescimento, ao caos com o desemprego chegando a níveis impensáveis e com graves custos sociais.
O preço do imobilismo será maior do que o custo das mudanças necessárias para restabelecer as condições de governabilidade do país. Não se pode deixar de contar com um Estado eficiente, efetivo e comprometido com o interesse público, em especial com os interesses dos segmentos mais pobres da população. Será inevitável o reexame do papel do Estado e o grau de sua interferência na vida de todos nós e da empresas.
O cidadão comum tem de aprender a defender seus direitos e participar de forma democrática na solução dos problemas que se acumulam e que parecem sem solução. A população anestesiada pela crise em todos os níveis tem de despertar e exercer seus direitos de cidadania.
A nova agenda não se limita à economia. A simplificação e a desburocratização dos procedimentos em que o cidadão tem de se relacionar com o Estado têm de voltar a ser prioridade. A reforma dos processos nos julgamentos civis, criminais e trabalhistas beneficiarão a sociedade como um todo, sempre preservando o direito de defesa e o devido cumprimento da lei.
Nesse quadro de incertezas e grandes riscos, a defesa do interesse nacional impõe a discussão de uma agenda renovada que venha a examinar medidas duras, mas realistas, que farão a economia retornar a um rumo de estabilidade e de crescimento. Esse é o primeiro passo.
A tarefa é urgente. O Brasil não pode esperar. O mundo não vai aguardar o Brasil”.

Chegou o momento de enfrentar os problemas que de fato afetam a sociedade brasileira. Governo, empresários e trabalhadores, como parceiros, juntamente com os agentes políticos, em momentos cruciais souberam superar suas diferenças e atuar em conjunto em favor do crescimento e do emprego. Não resta alternativa para evitar o que ocorreu em alguns países europeus no passado recente.

Fonte: O Estado de S.Paulo, 27/10/2015.

1952: a primeira bomba de hidrogenio - NYTimes This Day in History

ON THIS DAY

On Nov. 1, 1952, the United States exploded the first hydrogen bomb, in a test at Eniwetok in the Marshall Islands.

EXPERIMENTS FOR HYDROGEN BOMB HELD SUCCESSFULLY AT ENIWETOK; LEAKS ABOUT BLAST UNDER INQUIRY



DEAN BARES TESTS
HAILS 'REMARKABLE FEAT'
A.E.C. Head Says Eyewitnesses Who Wrote Letters About Blast May Be Disciplined
By JAY WALZ
Special to The New York Times, November 16, 1952
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Korea Raid Razes Red Power Plant: Marine Fliers Bomb Facilities in East - Action on Ground Ebbs in Snow and Cold
Eisenhower Sets Up Bureau to Handle G.O.P. Job Appeals: Applications Are Pouring In - List of Federal Openings Not Yet Fully Compiled: Lane Slated for Ouster: General Is Coming Here After Seeing Truman - Talks With Congress Chiefs Scheduled
British and French Annoyed By Rising Friction With G.I.'s
Italians Sight End Of Overpopulation
Governors Doubt 'Two Party' South: Eleven at Annual Area Parley Discount High G.O.P. Poll- McKeldin in Dissent
2 Boys Find Forgiveness at Home After Accidental Slaying of Sister
Report By Murray Asks Pay Curb End: Late C.I.O. President's Annual Resume Finds Price Controls Now Virtually Abandoned
Crime Study Shifts To Political Reigns: Hearings Resuming Today Will Bare Means of Gaining Power and Perpetuating Regimes
West End Ave. to get New Light Plan Today
Washington, Nov. 16--The Atomic Energy Commission announced tonight "satisfactory" experiments in hydrogen weapon research amid informed speculation that this meant a super-atomic bomb had been exploded in recent United States tests.
In a three-paragraph announcement, the Commission did not go so far as to state that a full-scale hydrogen bomb had been detonated, but it did say "experiments contributing" to hydrogen bomb research had been completed recently during tests in Eniwetok atoll in the mid-Pacific.
Sources close to the commission said they interpreted the commission's announcement as meaning "something new has happened at Eniwetok." In Chicago, Dr. Harold C. Urey, Nobel Prize winner and a key figure in the wartime development of the atom bomb, said he believed the A.E.C. announcement meant that the United States had successfully exploded its first hydrogen bomb.
"It sounds like official language for a successful H-bomb," Dr. Urey responded, when the announcement was read to him.
The Atomic Energy Commission, speaking cautiously for the record, said only that test officials had expressed "satisfaction" over the results as a whole.
Disciplinary Action Weighed
The announcement, issued at the unusual hour of 5:30 o'clock on a Sunday afternoon, broke the silence that the commission had maintained for a week over unofficial reports that the first hydrogen bomb in history--a super-atomic weapon--had been exploded in the recent Eniwetok tests.
The reports emanated from letters that began arriving in the United States from writers who said they had seen at first hand an explosion far more powerful than those resulting from previous atomic detonations.
Gordon Dean, chairman of the commission, said tonight his agency was looking into the question of whether the letters, presumably from Government personnel, had violated regulations or Federal law relating to security information.
Answering reporters' questions, Mr. Dean said the commission was investigating these letters to find out whether disciplinary action and possibly prosecution were called for.
Mr. Dean, who came to his office this evening to read the announcement for the benefit of radio and newsreel representatives, also said the commission, in the public interest, would have nothing further to say on the subject, at least now.
'Productive' Uses Sought
What his announcement did say was this:
"Joint Task Force 132, operating for the Department of Defense and the United States Atomic Energy Commission, has concluded the third series of weapons development tests at Eniwetok atoll in the Marshall Islands.
"Like the Greenhouse series of 1951, it was designed to further the development of various types of weapons. In furtherance of the President's announcement of Jan. 31, 1950, the test program included experiments contributing to thermonuclear weapons research.
"Scientific executives for the tests have expressed satisfaction with the results. The leaders and members of the military and civilian components of the task force have accomplished a remarkable feat of precision in planning and operations and have the commendation of the Department of Defense and the Atomic Energy Commission.
"In the presence of threats to the peace of the world and in the absence of effective and enforcement arrangements for the control of armaments, the United States Government must continue its studies looking toward the development of these vast energies for the defense of the free world.
"At the same time, this Government is pushing with wide and growing success its studies directed toward utilizing these energies for the productive purposes of mankind."
The reference, in the first paragraph of the statement to President Truman's announcement of Jan. 31, 1950, was to a directive ordering the commission to get busy on thermonuclear weapons research, or the "so-called hydrogen or super-bomb."
There had been considerable discussion in Congress of the prospects of a weapon far more powerful than the atomic bomb and from some quarters there was pressure that the President direct the Atomic Energy Commission specifically to begin research and development of this weapon.
Mr. Truman, when he made his announcement, noted it was his responsibility "to see to it that our country is able to defend itself against any possible aggressor." Since 1950 there has been tremendous expansion in the field of hydrogen weapons, notably in plants built in Aiken and Barnwell Counties along the Savannah River in South Carolina.
'Various' Weapons Tested
At the end of the spring test series in 1951, the commission reported that it was working on "thermonuclear weapons research," without leaving any inference as to the stage of the "work."
Today's announcement noted that the most recent tests had been designed to "further the development of various types of weapons." This left the clear impression in some quarters that both the standard nuclear fission and hydrogen weapons had been involved.
There had been no word officially, however, that research had developed to the "experiment" stage, and when the Defense Department and the commission announced on Sept. 9 that there would be new tests on Eniwetok, no mention was made of the hydrogen bomb. The announcement said merely that the tests, the third in a series, were "looking toward the development of atomic weapons."
There was no official expansion on this announcement. But a little more than a week ago letters that began to appear in the press described an event far more terrifying to the spectators than previous atomic explosions. The writers, including junior officers and crew members of ships near the scene, told of a weapon that seemed to be, indeed, a "hell bomb," and one writer reported seeing a mile-wide island disappearing.
Some of the letters reported an exact time for the explosion they said had taken place-- 7:15 A.M. Eniwetok time, Nov. 1.
Dean Issues Statement
Mr. Dean did not submit himself to a question-and-answer period before reporters, but he gave out a written reply to an earlier question about the letters of the last week.
It follows:
"Information issued by the Atomic Energy Commission on Eniwetok test series 1952 is limited to today's statement because any amplification might give aid to potential enemies.
"Our objectives of protecting the security of information about the tests have in general been attained. The commission is concerned, however, over the letters purporting to describe some events in connection with the tests. Investigations are under way leading to possible disciplinary action or prosecution for violation of task force regulations or the law.
"Making public further information as to the nature and results of these tests might injure the interests of the United States. We will make no further announcements."