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segunda-feira, 30 de março de 2020

O momento exige união, disse comandante do Exército - Ricardo Bergamini

“O momento exige união, organização e especial cuidado com nossa saúde e a daqueles que nos cercam”, afirmou o comandante. “O braço forte atuará se for necessário, e a mão amiga estará estendida mais do que nunca a nossos irmãos brasileiros”, seguiu Pujol, fazendo referência ao lema da caserna.

Ricardo Bergamini: 
Prezado Senhores

Com as palavras acima do comando do Exército, eu me orgulho do nosso Exército e de ser brasileiro.

Estou radiante de felicidades com as palavras maduras e sábias do comandante do Exército Geral Edson Leal Pujol sobre o comportamento irresponsável do presidente da república em fazer oposição ao seu próprio governo. Acredito que na história da humanidade nunca se viu algo tão irracional, estúpido e idiota.

Ninguém está contra ao direito sagrado e legitimo de qualquer pessoa se manifestar sobre tudo no Brasil, nunca esquecendo que: “somente os ignorantes têm opinião formada sobre tudo”. 

Em vista do acima exposto, cabe ao presidente da república tomar as medidas necessárias para colocar a sua tese em prática, e assumir a responsabilidade do seu ato, mas não desmoralizar os seus ministros, e consequentemente o seu governo. 

Comunico aos aliados do Bolsonaro que se ele estiver provocando uma convulsão social para justificar a implantação de uma ditadura no Brasil, o comando será de um general de quatro estrelas da ativa do Exército. 

Passado tenebroso de Bolsonaro: em 27 de outubro de 1987, Jair Bolsonaro informou à repórter Cássia Maria, da revista Veja, sobre a operação "Beco Sem Saída". Na época, Bolsonaro apoiava a melhoria do soldo e era contra a prisão do capitão Saldon Pereira Filho. A operação teria como objetivo explodir bombas de baixa potência em banheiros da Vila Militar, da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, e em alguns outros quartéis militares com o objetivo de protestar contra o baixo salário que os militares recebiam na época.

O trabalho silencioso do Exército para aplacar a crise do coronavírus


Nessa guerra de Bolsonaro com governadores, o Exército decidiu atuar como força silenciosa de estabilização. Enquanto o presidente cria intrigas, as tropas começaram a atuar de maneira silenciosa no front. Em todos os estados, sem discriminar inimigos do presidente.

A caserna, aliás, anda incomodada com o jogo político na gerência da crise. Consideram que o momento não é de briga, dizem que a maneira de falar de Bolsonaro desagrega e que não há espaço para confrontos.

Na terça-feira passada, dia em que o presidente atacou as ações da OMS contra o vírus, o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, divulgou um contundente pronunciamento classificando a guerra ao coronavírus de “a missão mais importante de nossa geração”.

“O momento exige união, organização e especial cuidado com nossa saúde e a daqueles que nos cercam”, afirmou o comandante. “O braço forte atuará se for necessário, e a mão amiga estará estendida mais do que nunca a nossos irmãos brasileiros”, seguiu Pujol, fazendo referência ao lema da caserna.

O Radar já mostrou que as Forças Armadas adotaram medidas contra a crise. Para blindar a tropa de contaminação, os militares estão revezando equipes entre o trabalho  interno e externo. Até esta semana, eram menos de dez os militares e familiares isolados por coronavírus na tropa. 

Com Agências | noticias veja

Ricardo Bergamini

Entrevista do chanceler sobre a Covid-19 - Fernando Rodrigues, SBT, Poder 360


Liderança de combate à covid-19 é de países, não da OMS, diz Ernesto Araújo

Isolamento total é draconiano
Não há conflitos com a China
Ministro foi ao Poder em Foco
Poder em Foco com Fernando Rodrigues em parceria editorial do Poder 360 com o SBT, entrevista ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo. Sérgio Lima/Poder360 17.dez.2019

30.mar.2020 (segunda-feira) - 0h01
atualizado: 30.mar.2020 (segunda-feira) - 7h46
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Henrique Fraga Araújo, 52 anos, diz ser contra a liderança da OMS (Organização Mundial da Saúde) no combate à pandemia da covid-19 –doença causada pelo novo coronavírus.
Para o chanceler, apesar de a propagação da doença ter se estabelecido como uma crise global, “isso não significa necessariamente que a solução tenha que ser única”. O ministro defende a liderança dos países. Considera que deve ser levada em conta a especificidade demográfica e econômica de cada nação.
“A liderança disso [do combate à covid-19] tem que ser dos países, pois cada governo nacional sabe qual é a sua situação e pode avaliar, sobretudo países que têm a capacidade de ação, como nós temos, que têm serviços de saúde, que têm ao mesmo tempo uma economia com as características que a gente tem”, defende Ernesto Araújo em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, apresentador do programa Poder em Foco, uma parceria editorial do SBT com o jornal digital Poder360.
“Acho importante que as pessoas vejam a OMS como algo que facilita a coordenação entre os países”, diz. Para ele, o  organismo mundial não tem condições de impor políticas globais para todos os seus membros.
Assista à entrevista gravada em 27 de março de 2020 (47min01s):
O ministro defende que os órgãos internacionais atuem somente como 1 espaço para que as nações se coordenem, compartilhem estudos e facilitem a resolução dos problemas com novas ideias. No entanto, essas entidades multilaterais não devem se “sobrepor aos países”.
“Em qualquer ramo, 1 organismo internacional [que venha a] se sobrepor aos países, aos governos nacionais, que sabem o que eles precisam, não é a melhor prática. Respeitamos muito a OMS, mas talvez parte desse problema seja oriundo dessa percepção de que aquilo que a OMS diz tenha que ser uma regra mundial”, afirma.
Ernesto Araújo afirma que a OMS é uma “organização importantíssima” e está cumprindo seu papel de “chamar a atenção para o tema”, divulgando informações relevantes diariamente. Porém, segundo ele, a entidade deve ser vista como “1 intercâmbio de ideias sobre o que os países estão fazendo” e não 1 órgão que centraliza as medidas que devem ser adotadas no mundo.
“É claro que essas organizações têm prestígio, mas esse prestígio não deve levar [ao pensamento de] que se tenha essa obrigação de se ter políticas mundiais. Acho que está claro isso, [quando se percebe] que os grandes países no mundo estão com políticas diferentes. Alguns fecharam logo as fronteiras, outros não. A própria OMS, se eu não me engano, era contra [ao fechamento das fronteiras]”, diz.

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Na entrevista, o chanceler também fala sobre como o governo se posicionou em reunião do G20 –grupo das 20 maiores economias do mundo– e como as medidas adotadas pelos países em relação ao coronavírus podem servir de exemplo ao Brasil.
Segundo Ernesto Araújo, além do Brasil, apenas 6 dos 20 países do grupo adotaram o isolamento horizontal (para toda a população). O presidente Jair Bolsonaro é contrário à medida, que foi implementada pelos governos estaduais, e defende o isolamento vertical (somente para os grupos de risco).
Ao tratar sobre o processo de repatriação dos brasileiros, o ministro afirma que até o momento houve 14.000 pedidos de assistência para retorno ao país. Já foram atendidos 7.000.
O chanceler comentou as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que culpou a China pela pandemia da covid-19. Segundo ele, a declaração do filho do presidente “não é a opinião do governo”. Indagado sobre se os chineses teriam demorado em informar ao mundo sobre a doença, o ministro disse que não adianta olhar para trás, pois o momento agora é “de evitar o colapso econômico” e se concentrar no combate ao novo coronavírus.
Ernesto Araújo afirma que a aproximação de Bolsonaro do governo dos Estados Unidos não afeta as relações comerciais com o país asiático. “Nossa aproximação dos Estados Unidos, que tem sido muito intensa e produtiva, não significa problema ou afastamento da China”, diz.
O ministro descreve ainda como é sua relação com Olavo de Carvalho e a influência que o escritor conservador brasileiro radicado nos EUA tem sobre a política externa do país. A respeito de Nicolás Maduro, afirma que o governo venezuelano tem “simbiose com o narcotráfico”.

SÓ 6 DOS 20 PAÍSES ESTÃO EM ISOLAMENTO

Ernesto Araújo diz que, além do Brasil, apenas 6 países do G20 fazem isolamento horizontal (confinamento de toda a população para conter a propagação do coronavírus): África do Sul, Argentina, Itália, Espanha, Índia e França. Os Estados Unidos e a Alemanha têm quarentena total em alguns Estados. Para o chanceler, a adoção da medida “depende da realidade de cada país”.
“Cada país sabe o que é melhor para a sua população de acordo com sua estrutura demográfica e econômica”, defende.
Ao se posicionar contra o isolamento integral no Brasil, o ministro diz que o confinamento promovido em alguns países europeus não deve ter 1 impacto econômico tão grande quanto pode haver ao realizado no Brasil em 1 mesmo período.
“Alguns países europeus em confinamento integral têm a população com a estrutura etária bem mais idosa e com todo tipo de mecanismos sociais. São países que praticamente não têm uma economia informal. Então, uma pessoa [desses países] ficar em casa 1 ou 2 meses recebendo algum tipo de subsídio é uma coisa. Outra coisa é no Brasil, com a quantidade de pessoas que são autônomas e que dependem de estar na rua, de haver uma circulação de pessoas para conseguir desempenhar sua função e conseguir renda”, argumenta.
Depois da gravação da entrevista, o ministro conversou por telefone com o Ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, que confirmou que também adotou o isolamento compulsório total. Com isso, 7 países do G20, além do Brasil, adotam o isolamento horizontal. São eles: África do Sul, Argentina, Itália, Espanha (não faz parte do G20, mas é convidada para as reuniões do grupo), Índia, França e Reino Unido.

ISOLAMENTO TOTAL É DRACONIANO

Ernesto Araújo rebate críticas à estratégia defendida por Bolsonaro de isolar somente as pessoas que estão no grupo de risco (idosos, diabéticos, hipertensos e quem tem insuficiência cardíaca, renal ou doença respiratória crônica) da covid-19.
O posicionamento do presidente foi manifestado em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na última 3ª feira (24.mar.2020). Ao menos 13 governadores criticaram e lamentaram a fala do chefe do Executivo.
Para o ministro, o isolamento integral, adotado nos Estados por determinação dos governadores, é uma medida draconiana.
“De repente, começou-se a achar que todos os países começaram a determinar a quarentena integral e só o Brasil e só o presidente Jair Bolsonaro que quer uma solução diferente. Não é. A maioria dos países, dentro do G20, pelo menos, estão implementando outro tipo de medida que não essa medida tão draconiana, que digamos [que seja] a quarentena integral”, diz.
Segundo o ministro, a proposta de fazer com que a população deixe o isolamento horizontal e seja implementado o confinamento só para os mais vulneráveis à doença ainda está em estudo. “Há 1 esforço de todo o governo. Estamos fazendo 1 esforço de coordenação diária, várias reuniões por dia. Isso [o fim do isolamento horizontal] tem que ser visto”, afirma.
Na última semana, o governo lançou nas redes sociais vídeo com o slogan “O Brasil não pode parar”. O comercial reforça mensagens pregadas nos últimos dias pelo presidente Jair Bolsonaro, que critica a paralisia da economia em nome do isolamento social para prevenção à covid-19.
A Justiça mandou o Planalto suspender a campanha porque a medida propagada pelo presidente “pode violar os princípios da precaução e da prevenção”, impactando e colocando em risco “os grupos vulneráveis, notadamente os idosos e pobres”.
O governo contratou por R$ 4,8 milhões a agência iComunicação para cuidar de serviços digitais. A contratação foi classificada como “emergencial” e realizada sem licitação.
Em nota, o governo negou que a campanha fosse oficial, embora o site do próprio Planalto tenha divulgado (e depois apagado) o slogan.

domingo, 29 de março de 2020

Depois da cronologia, vem novidades pela frente... - Paulo Roberto de Almeida

Vou partir daqui, postagem que fiz há pouco: 
https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/03/uma-cronologia-diplomatica-paulo.html

Vamos ter novidades na sequência...



segunda-feira, 4 de março de 2019


Nota sobre minha exoneração como diretor do IPRI - Paulo Roberto de Almeida


Nota sobre minha exoneração como diretor do IPRI

Paulo Roberto de Almeida
 [Objetivo: esclarecimento público; finalidade: informação preliminar] 

Durante os treze anos e meio do regime lulopetista, do início de 2003 até o impeachment de meados de 2016, permaneci à margem de qualquer cargo na Secretaria de Estado, por motivos que podem ser facilmente detectáveis por todos aqueles que acompanham meus escritos e minha atividade intelectual: nunca escondi minha postura em face de uma diplomacia que eu considerava, em termos objetivos, inadequada aos interesses do Brasil. Reflexos dessa grande travessia do deserto, um ostracismo até irregular no plano administrativo, apareceram em meu livro de 2014: Nunca antes na diplomacia...: a política externa brasileira em tempos não convencionais (Appris). 
Resgatado de um exílio totalmente involuntário, que durou o dobro de meu exílio voluntário durante o regime militar, assumi, em agosto de 2016, o cargo de diretor do IPRI, Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, e tudo o que fiz nestes dois anos e meio pode ser visto em meu blog Diplomatizzando (relatório e programa de trabalho: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/03/relatorio-de-atividades-do-diretor-do.html). Aparentemente, esse mesmo blog, que me serviu como quilombo de resistência intelectual durante os anos do lulopetismo diplomático, abriu a justificativa, agora, para minha exoneração, pelo fato de ter postado artigos críticos à política externa atual – do ex-ministro Rubens Ricupero, e ex-chanceler e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – juntamente com um artigo do próprio chanceler atual, e convidando a um debate sobre a diplomacia corrente. Adicionalmente, meu blog trouxe críticas a uma personalidade bizarra do momento político brasileiro, totalmente inepta em matéria de relações internacionais, mas ao que parece grande eleitor nas circunstâncias atuais.
Voltarei a fazer da Biblioteca do Itamaraty o meu escritório de trabalho, como foi o caso durante os longos anos de ostracismo sob o lulopetismo. Aproveito para anunciar meu próximo livro: Contra a Corrente: ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil, 2014-2018 (Appris). A vida continua...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4 de março de 2019


Aproveito para informar que depois do Contra a Corrente publiquei diversos outros livros.
Para um relatório completo sobre minhas atividades nos dois anos e meio em que me tive prazer em servir como diretor do IPRI, vejam aqui: 



De Adam Smith a Karl Marx: na origem do marxismo econômico - Alain Alcouffe

Um economista historiador, Alain Alcouffe, de uma das listas acadêmicas que sigo, a Societies for the History of Economics, colocou uma questão interessante, vinda de um desconhecido articulista de meados do século XIX (1846) que conforma uma primeira crítica liberal à desigualdade existente entre capitalistas e trabalhadores, o que conforma o exato ambiente no qual se constitui o pensamento marxiano sobre a desigualdade inerente ao capitalismo.
O debate, no entanto, é sobre as diferenças entre riqueza e prosperidade, ou entre prosperidade e felicidade geral da população.
Paulo Roberto de Almeida 

National Wealth not to be confounded with national Prosperity
Societies for the History of Economics <SHOE@YORKU.CA>

Dear all,
The enigmatic last sentence of Adam Smith's obituary published by the Times (Saturday, 24 July 1790) stressed a distinction between "national wealth" on the one hand and "national prosperity" on the other hand  which can be compared with the contemporary contrast between the GDP and the Gross National Happiness.

        he [A. Smith] deserves the chief praise, or the chief blame, of propagating a system which tends to confound National Wealth with national Prosperity. 

I tried to trace the history of this distinction and found an anonymous article in the Tate's magazine about 'The law of primogeniture', in the Tait's Edinburgh Magazine edited by William Tait, Christian Isobel Johnstone (December 1846, pp. 797-801 (I have taken it from a google book easy to download).  It includes some developments about national prosperity versus national happiness. 
  • It is a great and vulgar error to confound national prosperity and national happiness. The distribution rather than the amount of wealth among a people, contributes principally to general happiness. There can be no doubt that our country has added to its riches during the present century; but it is very clear that the well-being of the bulk of the community has not increased in a corresponding ratio. Between capital and labour there is a great gulf fixed, and while the one ascends in the social scale, the course of the other is one continued descent. To obtain the greatest happiness for the greatest number ought to be the object of political economy: but while the interests of the many are thus sacrificed to the few, we can hardly expect that the arrangements of society and the distribution of property should be in unison with the spirit of the age, and the march of intellect. 
No name of author is given and I wonder if anybody has an idea about this author.  I just cannot find who was this opponent to the law of primogeniture and proponent of  the "national happiness" through equality.
Thanks for any hint or simply guess
Best
AA

Coronavirus, China's Responsibility - A. J. Cave

Coronavirus, China's Responsibility

Q and A (A. J. Cave, USA)
(Recebido: 29/03/2020)


A. J. Cave writes:

It looks like my points weren't clear in my previous post(s), so here is another crack at it. 
Q: Is China (meaning the Chinese Government) responsible for the spread of the coronavirus globally? 
A: Yes. 
Q: Should China (meaning the Chinese Government) pay for the coronavirus pandemic? 
A: Yes. 
Q: How? Confiscate their assets in US? Impose additional tariffs? 
A: No and no. 
As I said, it's a lot simpler than that. No, I am not going to say what, because we are not there yet, so there is no point in bringing it up. We need to stay focused on beating the pandemic and stay away from any distractions, especially all the partisan nonsense we have to digest on hourly and daily basis. The Chinese government and Chinese (and hyphenated Chinese, like Chinese-Americans) are not the enemy. The pandemic was not started intentionally. 
So, let's keep our eyes on the ball and stop poking each other in the eye until we all go blind! 
Bonus: 
Q: When did the President know about the pandemic? 
A: I don't know. If I were going to guess, I would say by January 20 the latest. By then, coronavirus was detected outside of China in Japan, South Korea, and Thailand. This is the very definition of a pandemic (when it crosses borders). 
January 20 is the date when coronavirus is finally registered on Wikipedia's current events portal as a pandemic. Right now, it's the line in the sand, but it could probably move backwards. 
CDC announced the first coronavirus case in US on January 21. 
China locked down Wuhan on January 23. China is a day ahead of the US (so, January 22 in US, the next day). It is a virtual impossibility that we (meaning the President and the administration or the intelligence community) weren't given the heads-up (informed) about the lockdown of a major Chinese city to stop the spread of the virus. Wuhan has a population of about 11 million. It is like the "Chicago" of China. 
On February 2, a man died from coronavirus in the Philippines. That was the first death outside of China. And from there, it snowballed. 
Q: Is the President responsible for the spread of the pandemic in US? 
A: No. 
He did try to slow down its spread by imposing travel bans first on China and then on Iran, which was probably the best of a series of bad options. It was already too late by then, because this virus can spread without manifesting symptoms in the carriers for as long as 21 days in some cases. Deaths represent 1.5-2% of the infected population. Each death means at least 50 people are already infected. 
And the infection rate is exponential: 
1x2=2x2=4x2=8x2=16x2=32x2=64x2=128x2=256x2=512x2=1,024x2=2,048x2=4,096x2=8,192x2=16,384x2=32,768... That's just back-of-the-napkin math. It means one infected person coming in contact with 2 people can create an avalanche to bring down the whole mountain. This is something that people can't get their heads around. 
I am sure someone in the administration must know the factual state of our healthcare system (not the glossy fictional TV/movie/commercial sanitized version of it). As I always say, US healthcare system is both state of the art and archaic. Our medical research is cutting edge, but our hospitals (where rubber meets the road) are a mess, thanks to cost-cuttings down to the bone. 
When you go to a US hospitals, the first question is not what is wrong, or why are you here, or how are you feeling? It is "Do you have insurance?" So, the focus of our healthcare system hasn't been and isn't on curing the sick, it is to make sure the sick can pay for the services. The system is not designed from the start to handle a massive pandemic like this. In computing terms, we call this "garbage in, garbage out." It means bad input always produces bad output. You simply can't flood our hospitals with massive patients infected with a serious disease (that we don't even know how to treat) and expect anything other than the massive death rates we are experiencing. 
Q: Could the President have done more at the beginning? 
A: Yes. 
You can always do more. Monday morning quarterbacking is always 20/20. In my view, he should have sent the entire CDC (Center for Disease Control) to collect as much data and samples as possible from Wuhan and China's neighboring countries (like South Korea, Taiwan, Singapore, Japan, and others, because of their brush with SARS and other infectious diseases) and get our scientists to start working on a vaccine as soon as possible--preferably collaborating with countries with experience in creating vaccines. If the virus hadn't crossed to US, he would have been hailed a humanitarian. And once the virus crossed to US, we would have had a headstart (however small) on the road to a vaccine. 
Q: Didn't the Chinese invent "social distancing"? 
A: No. 
"Social distancing" and "flattening the curve" are marketing concepts, designed to make "physical distancing" (sort of opt-in house-arrest) palatable in a democracy, by putting a "social" wrapper around it. However, that "social wrapper" is not fake or useless. Setting aside the social predators, just about anyone with an internet-connected device (laptop, phone, tablet) can connect to anyone on Facebook, Twitter, and other social media sites for various forms of mental and emotional and parental support. Chinese citizens don't have that "social" luxury. They are under strict government surveillance. Their online activities are constantly monitored and any word against the government can end in their disappearance. It was that very impulse to suppress all the bad news out of Wuhan that created this unholy mess in the first place. US citizens can criticize the President, the administration, and every single politicians until the kingdom comes and no one shows up at their doors to haul them to jail! 
Q: Why the world should be lining up behind US during this emergency? 
A: Is this a trick question? 
This is not a "national emergency," or even an "International catastrophe." It is total war. 
So, who should the world follow here? 
Let me see: South Korea, Singapore, Japan, and Taiwan, all have a much better playbook (benchmark for best practices) on how to handle this pandemic at their own national levels, than we do. Which one is inspiring enough? Which one should we pick to follow? 
Microsoft wasn't the first, or the best, either. 
Let's say, there are 197 countries in the world. Which one can kick-start the global economy after the crash of the financial markets? 
The President and the administration, the Feds, and all the hangers-on, don't have to be inspiring, or using best practices, or even wash their hands regularly, they just have to guarantee liquidity in the financial markets. 
Q: Are we going to survive this pandemic? 
A: Yes. 
JE comments:  Your final optimism is reassuring, A. J.  But the world has already changed, for good.  (And I mean permanently, not for the better.) 
I have to ask:  When are you going to share with us your China Solution?

Internacionalização da Amazônia? Não, mas... - Uma crítica iliterata, por Paulo Henrique Faria Nunes

Se me perguntarem se sou a favor da INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA, eu responderei de imediato que SIM, SOU A FAVOR.
Isso não tem nada a ver com a retirada da nossa Amazônia geográfica da soberania do Brasil, a entrega aos estrangeiros, essas coisas horríveis que levam imediatamente à reação tosca, ignorante, de patriotas ingênuos, que querem continuar apoiando a continuidade do subdesenvolvimento da Amazônia puramente nacional.
A Amazônia só se aproximou de um pouco de melhorias e bem-estar no boom da borracha (1870-1913), que durou pouco, mas permitiu a criação de todas aquelas coisas que os turistas admiram em Manaus e Belém ainda hoje.
Depois, ela entrou numa profunda letargia, até a criação da Zona Franca de Manaus, que é a solução errada, mas que permitiu criar empregos (a um custo alto para a economia brasileira, sem mencionar fraude fiscal, corrupção e deformação da economia regional).
E a Amazônia só será desenvolvida plenamente, quando ele for inteiramente internacionalizada, ou seja, integrada à economia mundial. Isso não tem nada a ver com a questão (paranoica) da soberania.
Mas, deixo essa conversa para lá, para apresentar um texto interessante, de um professor inteligente (deveria ser uma redundância, mas não o é, necessariamente).
Paulo Roberto de Almeida

Crítica iliterata

*Paulo Henrique Faria Nunes
Ler é um hábito incômodo. Segurar um livro e lê-lo em um espaço público no Brasil – ou mesmo na esfera doméstica – causa desconforto e mal-estar social. “Por que você está lendo?”; “é para o trabalho?”; “é para a escola?”; “coitado! No fim de semana… por isso tanto jovem está com depressão…”. Para os atrevidos que exibem livros por aí, os dispositivos de leitura de ebooks foram providenciais, pois eles se misturam aos milhões de celulares conectados às redes sociais e poupam o leitor da vergonha de ler em público.
Se consumir livros é complicado, imagina escrevê-los. É mudar o status de usuário para traficante. E o pior: o escritor está sujeito à crítica e ao ódio de quem não tem qualquer disposição para conhecê-lo. Paulo Freire que o diga. Tornou-se o bode expiatório de todos os males da educação brasileira. Escolas sucateadas, salários miseráveis, desvio de dinheiro público, plágio, outorga de diplomas universitários a analfabetos funcionais: é tudo culpa do Paulo Freire!
Já faz algum tempo que observo com certa inquietação a era da citação dos livros jamais lidos, estágio atual da erudita sociedade da informação do Século XXI. No entanto, como professor universitário nunca imaginei que eu próprio seria vítima dos críticos iliteratos.
No último ano, meu livro A institucionalização da Pan-Amazônia (Prismas, 2018) foi agraciado com o Prêmio Manuel Gomes Guerreiro, concedido pela Universidade do Algarve em Portugal. Obviamente, uma grata surpresa para um acadêmico tupiniquim e goiano. Ser elogiado publicamente por Lídia Jorge, um dos grandes nomes da literatura portuguesa, foi um momento ímpar. No entanto, maior surpresa me causaram as manifestações de vários de meus compatriotas. É impressionante como tanta gente confundiu o título de meu trabalho com internacionalização da Amazônia e logo concluiu que sou um intelectual a serviço das potências estrangeiras interessadas em roubar as riquezas do Brasil, neoliberal, esquerdopata, ambientalista radical, amigo de Greta Thunberg.
Uma pseudoleitora, que provavelmente se considera muito informada e nacionalista, me enviou um e-mail tragicômico: “Confesso que fiquei bastante assustada em saber que existe pessoas que concordam com a internacionalização da NOSSA AMAZÔNIA. A AMAZÔNIA, até onde eu sei, é DO BRASIL, ou seja, ela não pode ser COMERCIALIZADA. […] Sou Patriota e não permito, que nenhum aventureiro ponha a mão em nossas riquezas. São anos de luta, por um Brasil melhor e sem corrupção. Sei que chegaremos lá, com a ajuda de Deus e Jesus Cristo, pois somos a Pátria do Evangelho, Coração do Mundo. O Brasil é nosso. O povo acordou, não tem mais espaço para oportunistas” (sic).
Outros brasileiros reagiram ao ler a notícia da premiação concedida a meu livro em um portal de notícias português e prontamente se posicionaram. Um escreveu: “Ninguém vai por as mãos na Amazônia, Macron e sua turma de socialistas da ONU podem perder a esperança” (sic); outro bradou contra o colonialismo: “O Brasil não é mais uma colônia de Portugal, vcs europeus imperialistas não pisarão mais em nosso solo para roubar nossas riquezas e explorar nosso povo” (sic); e um mais destemperado e agressivo, mas igualmente desinformado, partiu para a agressão direta ao autor do livro cujo conteúdo desconhecia: “Mais um imbecil se metendo onde não foi chamado vai cuidar das suas florestas do seu pais en ves de ficar fazendo Balburdia […]. Primeiro resolva os problemas do seu país antes de se meter onde não foi chamado escritor mediocre” (sic).
Até mesmo um tio, após me parabenizar pelo reconhecimento em Portugal, resolveu fazer elucubrações sobre o risco de pan-americanização da Amazônia, “aspiração do Foro de São Paulo, da Unasul, do George Soros, do Vaticano e outras organizações internacionais”.
Não entender o conteúdo de um livro e chegar a teses equivocadas é esperado, principalmente onde a leitura é tão deficiente em termos quantitativos e qualitativos. Conclusões acerca de um texto desconhecido a partir de uma suposta (e errônea) interpretação do título revela a preocupante condição da educação brasileira em todos os níveis e o estágio de maturidade intelectual do país… preconceito no sentido mais literal: não li, não gostei, sou contra e inimigo do autor.
Paulo Henrique Faria Nunes é Jurista, professor, pesquisador na PUC Goiás e Conselheiro Fiscal da Apuc (Associação dos Professores da PUC Goiás)

Os Melo Franco: uma família que se confunde com a República - Fabiano Leal (JB)

Excelente síntese, sobre um grande herdeiro de uma família que tem o seu nome identificado com a política, a cultura, a diplomacia do Brasil.
Paulo Roberto de Almeida

Affonso Arinos, filho

Jornal do Brasil, 29/03/2020
FABIANO LEAL, redacao@jb.com.br  
Affonso Arinos foi o ultimo representante de um tipo raro de dinastia. Aquela que, devota à vida política, o é também da cultura. No sentido de que a experiência do político jamais se dissociou de um alto patamar cultural, como se o desempenho público não fosse tão somente outra forma de arte, ou seja, sem se revestir de quaisquer traços de elitismo estéril. Herdeiro do que uma tradição tem de melhor, sendo ele filho de outro Affonso – Affonso Arinos de Mello Franco (1905-1990) o político, diplomata, imortal: escritor de obras seminais, como “Índio Brasileiro e a Revolução Francesa” (1937), bem como da imensa catedral proustiana que é a memorialística de “Alma do Tempo”, agora finalmente reeditada pela Topbooks de José Mario Pereira; seja pela longa história parlamentar com a qual nos legou a primeira Lei contra o racismo, assim pela atuação destacada nos sucessivos momentos constituintes da ziguezagueante história política brasileira do século XX. Desse tesouro familiar, fazem parte também os nomes de Afonso Arinos (1868-1916) e Afrânio de Melo Franco (1870-1943). O primeiro, o tio-avô romancista e contista, cuja obra literária (“Pelo Sertão”, 1898) foi pioneira do moderno regionalismo. O segundo, o avô, um diplomata e político, cuja competência expedita fez com que fosse chamado no curso do governo de Delfim Moreira, de o “Primeiro Ministro do Brasil”.
 
Assim Arinos, filho não fugiu ao espelho desta seara. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Brasil (1953). Iniciou na carreira diplomática em 1952 na Comissão de Organismos Internacionais da Divisão de Atos, Congressos e Conferências Internacionais do Ministério das Relações Exteriores. Sendo que, entre 1956 e 1959 atuou como segundo-secretário na embaixada do Brasil em Roma e como segundo secretário em Bruxelas entre 1963 e 1964. Nos anos seguintes, galgou vida política própria, ao se tornar deputado da Assembleia Constituinte e Legislativa do Estado da Guanabara, e depois, deputado federal de 1964 a 1966. Paralelamente, exerceu atividade docente, além de ter sido contribuinte contumaz de diversos órgãos culturais.
 
Mas, essa extensa produção cultural, se consagra em uma dupla mirada. Primeira, pelo zelo em ser fiel aos seus. Na forma com que após o desaparecimento do pai, não deixara que esse vulto maior se apagasse. Uma preocupação bem exemplificada em um livro como “Diplomacia Independente: um legado de Afonso Arinos” (1999), ou na majestosa reunião de ensaios esparsos agora coligidos sob o título de “O Espírito e a Ação” (2005), um manancial dos mais fecundos de análise política, história e filosofia, intimamente mescladas, quando não de plena atualidade.
 
Ao passo que a outra se realiza, também, dentro de uma atmosfera intelectual bem familiar – a memorialística. Uma marca já presente em “Primo Canto” (1976), com que deslumbra o leitor com evocações da mocidade, passando por obras como “Três Faces da Liberdade” (1988), “Mirante” (2006) e “Tramonto” (2013). Essa última, aliás, vem a ser um por do sol último. Uma obra cuja força originária e final se encontra no elo de uma vida, no amor pela companheira Beatriz. É este o signo que o rege nessa obra, pois na vida vale aquilo que nos toca. Assim, Arinos desce à memória no dia em que, como ministro conselheiro, recebera a missão de relatar acerca dos protestos em Washington no início da década de 70; ou seja, no contexto da Guerra do Vietnã, sendo que para o qual não pensou duas vezes em, juntamente com a esposa, se disfarçar de hippie a fim de colher as impressões mais fidedignas possíveis da convulsiva cena americana.
 
Lá estão igualmente os relatos de momentos passados ao lado de grandes figuras brasileiras, como Sergio Porto, Paulo Mendes Campos e Vinicius de Moraes. Sendo que o autor de “Forma e Exegese” (1935) foi o responsável por lhe apresentar ninguém menos que, João Cabral de Mello Neto – o funcionário cujas gavetas estavam sempre repletas de analgésicos, e com quem viria a travar uma amizade duradoura, dentro de uma filosofia de convivência que foi a marca célebre de uma época do Itamaraty. O livro ainda comporta revelações que ensinam muito sobre a necessária discrição diplomática, bem como pela grandeza d’ alma, como o episódio em que abrigou funcionários, a mulher e filha do presidente deposto da Bolívia Siles Zuazo.
Assim, “Tramonto” seduz, diverte e dignifica, já que a pena está nas mãos de um humanista e dos mais sábios.
Por vezes a vida se passa em honra a uma trajetória pública, forjada por antepassados ilustres e na firmeza de uma conduta inexaurível – em suave continuidade modelar – e que se inscreve em um legado verdadeiramente significativo. Porque esses são os Mello Franco, nosso enclave de um mundo latino clássico de princípio e ação – de um império como expressão da mais alta cultura. Ó Senhor proteja-nos da agonia da perda! Para Affonso Arinos, os louros do tempo e do pensamento; que, de memorialista passe agora à memória – daqueles que jamais se furtarão de procurar aquilo que existe de mais Excelsior.
Historiador

Uma cronologia diplomática - Paulo Roberto de Almeida (2003-2019)

Cronologia pessoal-funcional em tempos não convencionais: Um diplomata, do limbo ao limbo, 2003-2019 

Paulo Roberto de Almeida
  
1. Pré-história
2003, março: Convite recebido do Diretor do Instituto Rio Branco para coordenar o mestrado em diplomacia (disciplinas, pesquisas, publicações, segundo regras da Capes), do qual eu já era professor orientador, tendo vindo de Washington a Brasília, em férias, para orientar pelo menos seis candidatos a dissertações na área.
2003, março-maio: Oposição dos dirigentes do Itamaraty, Ministro Celso Amorim e SG Samuel Pinheiro Guimarães, ao convite; com tentativa de superação do impasse. Cartas minhas ao Ministro e ao SG, com propostas relativas ao curso.
2003, maio: Mensagem do Diretor do IRBr: “Infelizmente o SG não me autorizou a levar a ideia adiante. Acho que está convencido da necessidade de uma reestruturação do IRBr e de termos pelo menos um ou dois professores em dedicação exclusiva, mas parece não ser este ainda o momento para tomar essas decisões. Assim, lamento muito e é o próprio Instituto que está perdendo com isto, mas não senti clima para prosseguir com a iniciativa agora. Havendo novidades, lhe aviso. Continuaremos em contato.”
2003, junho: Vinda a Brasília, em férias, para decidir quanto ao futuro na carreira, depois de 4 anos em Washington: sem possibilidades de função na Secretaria de Estado. Alternativas: ficar mais tempo em Washington ou negociar a chefia de uma embaixada em país a ser oferecido pela SERE. Recebido convite do chefe da Secom-PR e diretor do Núcleo de Assuntos Estratégicos da PR, Luiz Gushiken, para me associar ao NAE.
2003, agosto-outubro: Remoção para SERE, e Portaria 642, de 24/10/2003, de cessão para a PR; Início de trabalho no NAE: proposta de plano prospectivo “Brasil em 3 Tempos”.
2004-2020: Professor de Economia Política no Centro Universitário de Brasília (Uniceub).
2005: Publicação da 2ª. edição do livro: Formação da Diplomacia Econômica no Brasil.

2. Início da primeira, longa, travessia do deserto
2006, outubro-novembro: Depois de três anos no NAE, com o afastamento de seu titular e designação de um novo responsável (Ministro de Estado da Secretaria de Assuntos Estratégicos da PR, Roberto Mangabeira Unger), desliguei-me do órgão e retornei à SERE. Ao início de dezembro, a Chefe de Gabinete do chanceler Amorim ofereceu-me três cargos na SERE, para assumir aquele que me fosse mais conveniente de modo imediato. A despeito do oferecimento, não ocorreu nenhuma providência da SG para elaboração e publicação de portaria de posse. Tentativas posteriores frustradas.
2006-2010: Sem nenhum cargo na Secretaria de Estado, sem qualquer escritório à disposição, permaneci quatro anos na Biblioteca do Itamaraty, período no qual redigi e publiquei os seguintes livros: O Estudo das Relações Internacionais do Brasil (2006); O Moderno Príncipe (Maquiavel revisitado) (2009: e-book; 2010, Senado Federal).
2010: O Secretário de Promoção Comercial do Itamaraty oferece serviço provisório no Consulado em Xangai, para trabalhar no pavilhão do Brasil no quadro da Exposição Universal realizada na cidade de maio a outubro desse ano. Retorno à SERE.
2011: Sem funções na SERE, permanência na Biblioteca, aproveitando para redigir e publicar este livro: Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização.
2012: Sem definições quanto a qualquer função na SERE, aceitei um estágio como professor convidado no Mestrado em Estudos Latino-Americanos da Universidade da Sorbonne, Institut de Hautes Études de l’Amérique Latine, beneficiando-me para isso de uma licença-prêmio de 180 dias. Redigi e publiquei este livro, Relações internacionais e política externa do Brasil: a diplomacia brasileira no contexto da globalização, com base em duas edições precedentes do livro publicado em 1998 e 2004 pela UFRGS. Participação em seminário e livro Barão do Rio Branco: 100 anos de memória (2012). Participação na organização da obra coletiva: Pensamento Diplomático Brasileiro: Formuladores e Agentes da Política Externa, 1750-1964 (3 vols., 2013).

3. Cargo subalterno no exterior
2013-2015: Aceitei cargo de Cônsul-Geral Adjunto no Consulado Geral do Brasil em Hartford, CT, período no qual, ademais das funções oficiais, participei de diferentes programas acadêmicos (universidades do Illinois, Yale, Columbia, Johns Hopkins, e na própria academia diplomática americana, com palestras em duas ocasiões no George Schultz Training Center of the Foreign Service Institute, em Washington).

4. Retorno ao Brasil: limbo e diretoria do IPRI
2016: Ainda sem funções na Secretaria de Estado, permaneci na Biblioteca, tendo, no entanto, colaborado com a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) em seminário, exposição e livro sobre os 200 anos de nascimento do patrono da historiografia brasileira: Varnhagen (1816-1878): diplomacia e pensamento estratégico.
2016, 3 agosto: A partir da mudança de governo, com o impeachment da presidente, fui convidado a assumir a direção do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), órgão da Funag: Portaria n. 407, de 19/07.2016, de cessão do MRE para a Funag; Nomeação para o cargo pelo Ministro Chefe da Casa Civil em 3/08/2016.
2016: Introdução e publicação do livro: Carlos Delgado de Carvalho: História Diplomática do Brasil (Brasília: Senado Federal, 2016).
2016/08 – 2019/03: Diversas atividades à frente do IPRI, registradas neste relatório geral: https://www.researchgate.net/publication/329905640_Relatorio_de_Atividades_Gestao_do_diretor_do_IPRI_Paulo_Roberto_de_Almeida.
2017-2018: Publicação de diversos livros pessoais e organização de obras coletivas: O Homem que Pensou o Brasil: trajetória intelectual de Roberto Campos (2017); Formação da Diplomacia Econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império (3ª. ed.: 2017); Oliveira Lima: um historiador das Américas (com André Heráclio do Rêgo: 2017); A Constituição Contra o Brasil: ensaios de Roberto Campos sobre a Constituinte e a Constituição de 1988 (2018). Capítulos em obras coletivas: Oswaldo Aranha: um estadista brasileiro (2017); Lanterna na Proa: Roberto Campos ano 100 (Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Rabello de Castro, 2017); Brasil: o futuro que queremos (Jaime Pinsky, 2018); Relações internacionais, política externa e diplomacia brasileira: pensamento e ação (Celso Lafer, 2018); Um diplomata a serviço do Estado: na defesa do interesse nacional (Rubens Barbosa, 2018); Política externa brasileira em debate: dimensões e estratégias de inserção internacional no pós-crise de 2008 (Ipea, 2018); Editoras comerciais ou institucionais (Funag, Ipea).
2018: Preparativos para uma nova edição, com adição de novos autores, da obra O Itamaraty na Cultura Brasileira (edição original: 2001; sem continuidade a partir de 2019).

5. De retorno a uma nova travessia do deserto?
2019, 02/01: Nova administração instruiu-me, no dia 2/01/2019, a não empreender nenhuma atividade no IPRI, até a definição de nova administração e programa de trabalho, a despeito de já estarem agendadas diversas atividades, canceladas pela chefia da Casa. Aproveitei o “ócio forçado” para compor alguns trabalhos que deveriam integrar novo livro, mantido, porém, sem título e sem decisão quanto à eventual publicação até o período posterior à exoneração; entre eles este aqui: “Auge e declínio do lulopetismo diplomático: um testemunho pessoal” (Brasília, 15 janeiro 2019, 26 p.), depois incluído como apêndice ao novo livro preparado nessa época, trabalho disponível neste link: https://www.academia.edu/41084491/Auge_e_decl%C3%ADnio_do_lulopetismo_diplom%C3%A1tico_um_testemunho_pessoal.
2019, 25/01: Composição de novo livro, relativo ao período 2014-2018 – Contra a corrente: Ensaios contrarianistas sobre as relações internacionais do Brasil (2014-2018) –, mas só publicado em abril, posteriormente à exoneração: Curitiba: Appris, 2019, 247 p.
2019, fevereiro-março: Elaboração de trabalho “Rubens Ferreira de Mello: o primeiro tratado brasileiro de direito diplomático” (Brasília, 3 março 2019, 20 p.), contribuição à obra coletiva dirigida pelo Consultor Jurídico do Itamaraty, George Galindo, sobre “História do direito internacional no Brasil: entre universalismo, localismo e identidades”, sobre autores de obras de Direito Internacional no Brasil (link: https://www.researchgate.net/publication/331482703_Rubens_Ferreira_de_Mello_o_primeiro_tratado_brasileiro_de_direito_diplomatico).
2019: Publicação da 2ª edição do livro em Kindle: Volta ao Mundo em 25 ensaios: relações internacionais e economia mundial.
2019, 04/03, 01:30hs: “A política externa brasileira em debate: Ricupero, FHC e Araújo” (Brasília, 4 março 2019, 18 p.), introdução, em 2 p., à transcrição de três textos sobre a política externa, de Rubens Ricupero (25/02/2019), de Fernando Henrique Cardoso (03/03/2019), e do chanceler Ernesto Araújo (3/03/2019); postado duas vezes no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/03/a-politica-externa-brasileira-em-debate.html) e novamente no dia 9/03/2019 (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/03/ricupero-fhc-e-ernesto-araujo-em-debate.html).
2019, 04/03, 08:30hs: Telefonema do chefe de Gabinete do chanceler, ministro Pedro Wolny, comunicando minha exoneração do cargo de diretor do IPRI, “com efeito imediato”.
2019, 04/03: “Nota sobre minha exoneração como diretor do IPRI”. Blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2019/03/nota-sobre-minha-exoneracao-como.html).
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 29 de março de 2020