Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
1118) Livro sobre classes sociais: um autor derrotista?
QUESTÃO DE CLASSES: Direito, Estado e capitalismo em Menger, Stutchka e Pachukanis
Adriano de Assis Ferreira
(São Paulo: Editora Alfa-Omega, 2009)
O início do século marca o desaparecimento de ilusões teóricas e de ideologias, revelando a irracionalidade nua e crua de um capitalismo em vias do colapso. Já não é mais necessário o recurso a discursos ideológicos como o direito e o Estado para se produzir e fazer circular as mercadorias e os capitais. Todos sabem que a sociedade contemporânea é profundamente desigual, que o trabalhador é explorado, que a riqueza é mal distribuída, que a publicidade engana. Mas tudo continua num mesmo curso econômico, sem perspectivas de transformação.
Agora comento:
Se "tudo continua num mesmo curso econômico, sem perspectivas de transformação", por que, então, o autor escreveu e publicou esse livro Ele já não está condenando ab initio seu esforço analítico?
Por outro lado, essa afirmação de que o início do século " marca o desaparecimento de ilusões teóricas e de ideologias", só pode ser coisa de gente jovem demais. Já em 1955, o sociólogo Daniel Bell proclamava o "fim das ideologias".
Ainda: essa coisa de "irracionalidade nua e crua de um capitalismo em vias do colapso" só pode ser argumento de quem não conhece o capitalismo, que ainda vai trazer bons lucros a esse autor, se por acaso o seu livro for bem sucedido (Deve ser: as academias vivem desse tipo de afirmação gratuita, que encanta gregos e goianos anti-capitalistas).
Quanto a isso: "Já não é mais necessário o recurso a discursos ideológicos como o direito e o Estado para se produzir e fazer circular as mercadorias e os capitais."
Sinceramente não entendi: as mercadorias e os capitais nunca precisaram de muito discurso para circular. Esse rapaz precisa urgentemente fazer um crash-course de economia capitalista.
Finalmente, se:
"Todos sabem que a sociedade contemporânea é profundamente desigual, que o trabalhador é explorado, que a riqueza é mal distribuída, que a publicidade engana."
Precisaria escrever um livro para nos dizer isso?
Ou estou muito enganado, ou já não se fazem mais acadêmicos como antigamente...
4 comentários:
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antes de começar qualquer interlocução a respeito da obra citada gostaria de saber se você leu o livro?
ResponderExcluir17 de Setembro (acho que seus pais nao pensaram muito ao lhe dar esse nome, ou estou enganado?),
ResponderExcluirEu não disse que iria comentar o livro, pois não o tenho. Comentei a apresentação, que recebi.
Se voce quiser me oferecer o livro, terei prazer em comentar.
Eu sempre leio os livros que comento. Se quiser lhe mando uma lista de todas as minhas resenhas. Alias, acho que estao no meu site (ainda que defasadas)...
Paulo Roberto de Almeida
www.pralmeida.org
críticas infundadas a sua, já que você nem se quer leu o livro! Analisar o assunto genericamente sempre é fácil, tornaria a maioria dos livros inuteis de leitura e entendimento. Você ifluencia pessoas que não leram ao falar dessa maneira, devia pensar melhor antes de postar críticas sem argumentos na internet!
ResponderExcluirCamila,
ResponderExcluirAntes de comprar um livro, ou de lê-lo, você sempre lê uma apresentação. Na apresentação, o autor, ou alguém por ele, diz exatamente o que contém o livro.
Eu li a apresentação e fiquei sabendo pelo seu autor que nada adianta fazer, pois não existem "perspectivas de transformação".
Ora, se o autor é assim imobilista, eu me pergunto para que serve o seu livro, pois ele não me disse qual o seu argumento principal.
Disso pode-se concluir duas coisas, alternativas: ou o livro é inepto, ou sua apresentação é inepta. Você escolhe com qual pretende ficar.
Eu escolho os livros que vou ler com base numa apresentação sumária.
Pela desse livro, eu concluo que nada tenho a aprender, pois não existem perspectivas.
Ficamos assim?
Paulo Roberto de Almeida