segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

1665) Depoimento: Ginasio Vocacional Oswaldo Aranha, SP

What a difference a school makes...
O traço todo de minha vida no Vocacional Oswaldo Aranha

Paulo Roberto de Almeida
Aluno da primeira turma (1962-1965) do Ginásio Estadual Vocacional Oswaldo Aranha (Avenida Portugal, Brooklin, São Paulo, SP)

“O traço todo da vida é para muitos um desenho da criança esquecido pelo homem, mas ao qual ele terá sempre que se cingir sem o saber...”, escreveu Joaquim Nabuco no começo de Minha Formação (1900), quando ele se refere ao período transcorrido no Engenho Massangana, no qual passou os primeiros oito anos de sua vida e onde recolheu suas primeiras impressões sobre o mundo. Nabuco continua dizendo que esses anos teriam sido decisivos na constituição de sua personalidade: “Pela minha parte acredito não ter nunca transposto o limite das minhas quatro ou cinco primeiras impressões...”
De minha parte, o traço todo de minha vida foi indelevelmente marcado pelos quatro anos que passei, adolescente, no Ginásio Estadual Vocacional Oswaldo Aranha, inaugurado em 1962 justamente pela minha turma, pioneiríssima de uma experiência inédita no Brasil, de educação integral e radicalmente diversa de tudo o que se fazia até então em matéria de formação de jovens. A “minha formação”, se eu tivesse de escrever um livro equivalente de memórias, teria de reservar um largo espaço ao Vocacional, tão importante ele foi para a formação de meu caráter, para a definição de minhas orientações intelectuais, das minhas quatro ou cinco primeiras impressões do Brasil e do mundo. Ao “Ginásio” devo o que sou, hoje, e o reconheço plenamente, com toda a saudade que uma memória fugidia pode trazer para a mente do homem maduro, que sou hoje, esses anos de juventude passados num ambiente verdadeiramente excepcional para o jovem que eu era no começo dos anos 1960.

Leia o texto completo neste link.

2 comentários:

  1. Que ótimo, pude conhecer seu blog anterior pelo link contido nesse texto. A descrição é muitíssimo apropriada: "Não se trata de um herói, apenas de uma pessoa diferente."

    Não fosse o aviso, certamente pensaríamos todos que você é um herói.

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  2. A ironia se refere, obviamente, ao filme AntZ, no Brasil FormigaZ, suponho, uma gozação com os anti-heróis.
    Não sei se você percebeu, mas se trata daquilo que os franceses chamam de auto-dérision, algo similar ao self-deprecating dos americanos, um hábito entre italianos e brasileiros.
    Mas, você também deve ter feito de gozação, o que é não apenas é plenamente aceitável, mas publicável.
    Nada como rir de si próprio.
    Pessoas que se levam muito a sério costumam ser chatas e amargas...
    Paulo Roberto de Almeida

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