segunda-feira, 1 de março de 2010

1727) Cronica das mentiras ordinarias (e como...)

Acredito que Moisés Naím foi inclusive leniente com dirigentes que, mais que mentir, pensam que somos idiotas, e que não sabemos julgar as atitudes desprezíveis que adotam com respeito aos direitos humanos...

Los derechos humanos en Cuba
Tramposos, hipócritas y mentirosos

MOISÉS NAÍM
El País, 28/02/2010

Estamos acostumbrados a que los políticos nos mientan. O que nos digan una cosa y hagan otra. En algunos países los gobernantes no parecen incurrir en mayores costes cuando mienten, o cuando prometen lo que todos saben que no se cumplirá o describen la realidad de maneras que nada tienen que ver con lo que de verdad sucede. Estas son tendencias universales y son excepcionales los países en los cuales esto no ocurre. Pero es peligroso acostumbrarse tanto. Esta tolerancia ha hecho que en algunos países la complacencia del público con las flagrantes mentiras de los gobernantes o con la hipocresía de los políticos alcanza niveles insólitos. Nos hemos acostumbrado tanto a que nos mientan que ya no nos importa; es parte de un juego en el que todos participamos. Los gobernantes mentirosos saben que sabemos que nos están mintiendo y que, o no nos importa, o no hay nada que podamos hacer al respecto. Cuentan también con el hecho de que la mayor parte de la población no presta mucha atención a lo que dicen, y que quienes sí prestan atención tiene la memoria corta.
En todo esto juegan un rol crítico los medios de comunicación y la buena noticia es que las nuevas tecnologías como Google o YouTube facilitan el recuento de las promesas incumplidas, las mentiras y las contradictorias posiciones de gobernantes y políticos. Siempre y cuando, claro está, esos líderes no tengan el control de los medios, incluyendo Internet. O que a la población le importe que le mientan.

Los ejemplos sobran y en cada país -y continente- se pueden hacer largas listas de las mentiras gubernamentales o de los políticos que engañan haciendo trampas con el idioma. América Latina, por ejemplo, es una fuente inagotable de hipocresía gubernamental.

Hace poco, en Cancún, los presidentes latinoamericanos crearon una nueva organización que quizás se llame Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños. Sus integrantes son todos los países del hemisferio menos Estados Unidos, Canadá y... Honduras. ¿Por qué no Honduras? Porque su nuevo Gobierno, elegido en un proceso que nadie objeta, es el sucesor de un Gobierno que derrocó a un presidente democráticamente electo. Pequeño detalle: Cuba, ese bastión de la democracia, es miembro de la nueva Comunidad de Estados Latinoamericanos. Cuba sí; Honduras, no. ¿No les da vergüenza? Otro pequeño detalle: esa reunión, convocada con el nombre de la Cumbre de la Unidad (¿será por eso que no se invitó a Estados Unidos?) incluyó violentos intercambios de insultos entre los presidentes de Colombia y Venezuela y mostró claramente que hay más unidad entre muchos países de la región con Estados Unidos que entre ellos mismos.

La nueva organización incluye entre sus principios fundacionales "promover el respeto al derecho internacional". Este sagrado principio fue aclamado por los mismos presidentes que no dijeron absolutamente nada cuando uno de ellos, Hugo Chávez, un día decidió prohibir, arbitraria y unilateralmente y en contra de todas las normas del derecho internacional, el comercio entre su país y Colombia. El embargo aún se mantiene y las empresas brasileñas lo han aprovechado para quitarle el mercado venezolano a los exportadores colombianos. ¡Viva la unidad!

En las reuniones del Grupo de los 20, la presidenta Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, truena contra las manipulaciones y la falta de transparencia del sistema financiero internacional. Tiene razón. Pero que esto venga de una presidenta cuyo país ha caído al foso de la lista de los países más corruptos del mundo compilada por la organización Transparencia Internacional es una deliciosa ironía que no parece importarle. Para ella esta contradicción no tiene consecuencias.

"No se puede juzgar a un país o la actitud de un gobernante en función de la actitud de un ciudadano que decide empezar una huelga de hambre", dijo el presidente brasileño Lula da Silva minimizando la muerte del cubano Orlando Zapata, fallecido en la cárcel después de un prolongado ayuno en protesta contra las torturas y maltratos que allí sufrió. Lula aceptó que en su época de líder sindical había hecho huelgas de hambre, pero que "jamás" lo volvería a hacer. Sobre esto último estoy seguro de que es absolutamente sincero.

Sobre el tema de la sinceridad vale la pena recordar a George Orwell: "La gran enemiga de la claridad en el lenguaje es la insinceridad... El lenguaje político está diseñado para hacer que las mentiras parezcan verdades y que el asesinato parezca respetable...".

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Os outros 25 Zapatas
O GLOBO, 26 Fevereiro 2010

Famílias temem pela sorte de presos políticos que estão com a saúde mais deteriorada

O homem na cadeira de rodas que desde 2008 vive de hospital em hospital penitenciário lembra muito pouco o boxeador que foi campeão na categoria dos pesos-pesados pela província de Matanzas, em Cuba. Ariel Sigler Amaya, de 44 anos, que foi presidente do Movimento Independente Opção Alternativa (de direitos humanos), é "um dos 75", os presos detidos na onda repressora de 2003. Com a saúde deteriorada, sua família teme que tenha o mesmo destino que Orlando Zapata Tamayo e pede por sua libertação para tratamento.

Dos 200 presos políticos cubanos, de 20 a 25 estão com a saúde muito deteriorada, contam os dissidentes. No caso de Sigler, a lista de doenças é longa e começa com uma polineuropatia, um distúrbio neurológico em que nervos periféricos por todo o corpo começam a não funcionar corretamente. E passa por desnutrição, problema nos rins, garganta e estômago, que o irmão, Juan Francisco, acredita serem agravados pelas condições na prisão.

- Ele era um homem forte, atlético, quando começou esta tragédia - diz Juan Francisco, por telefone. - Se demorarem mais dois ou três anos, todos os presos vão morrer

Sigler não é um caso isolado. Alida Viso, uma das Damas de Branco, conta que o marido, o jornalista Ricardo González Alfonso do Repórteres sem Fronteiras, está perdendo a visão, vítima de um glaucoma que não consegue tratar adequadamente na prisão.

- As condições são terríveis. A comida é ruim e às vezes está estragada. Há ratos, baratas e mosquitos. Meu marido fica numa cela pequena, sem ventilação artificial ou janela e tem que se proteger das goteiras com uma capa de nylon - conta. - Não pedimos só a libertação dos presos políticos doentes, mas de todos. Mesmo os mais jovens não resistem a essas condições - diz Alida.(Cristina Azevedo)

De homem do ano a errante na ilha
'El País' condena a atitude de Lula em Havana

Apesar da responsabilidade do regime de Cuba, a morte do dissidente Orlando Zapata Tamayo acabou arrastando o presidente brasileiro aos holofotes internacionais. O jornal espanhol "El País" - que no ano passado elegeu Lula a personalidade de 2009 - criticou duramente o silêncio do presidente, que se limitou a lamentar o episódio.

"A morte de Zapata é uma acusação adicional e motivo de condenação enérgica contra a mais longa ditadura da América Latina. É um desafio para a comunidade internacional e principalmente para Lula, que tem nas mãos o papel de porta-voz da condenação à repressão política, tanto por seu lugar de potência emergente como pela coincidência de sua visita à ilha", diz um trecho do editorial.

"A ida a Havana foi uma chance perdida de mostrar que é possível uma opção de esquerda capaz de oferecer progresso e bem-estar pelo fortalecimento da democracia. O trato com Havana e o mito que a revolução castrista representa para partes da esquerda latina colocam todos os dirigentes da região numa situação difícil, principalmente o presidente brasileiro", afirma outro trecho.

No "El Mundo", a jornalista e escritora cubana Gina Montaner classificou o abraço de Lula ao líder Fidel Castro como "o abraço da morte". Na Flórida, o diário "Miami Herald" destacou que Zapata "não precisava morrer, mas sucumbiu diante do consentimento silencioso de líderes democráticos".

Enquanto no hemisfério norte, imprensa e governos reagiram em uníssono, criticando o regime dos Castro, na América do Sul, apesar da avalanche de condenações na imprensa, o presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, foi o único líder da região a "condenar energicamente" a morte de Zapata e defender a democracia no bastião comunista.

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Exilados cubanos ocupam consulado do Brasil em Miami
Agencia EFE, 26 Fevereiro 2010

Miami, 26 fev (EFE).- Um grupo de exilados cubanos ocupou hoje pacificamente durante uma hora o consulado do Brasil em Miami para denunciar a "cumplicidade" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no "assassinato" do prisioneiro político Orlando Zapata Tamayo.
Cerca de 15 pessoas da Assembleia da Resistência, entre ex-presos políticos cubanos e membros de organizações do exílio, entraram nas instalações do consulado do Brasil e ocuparam uma das salas enquanto exclamavam: "Lula, cúmplice!", "Vergonha para Lula!" e "Viva Orlando Zapata Tamayo!".
"Lula é cúmplice da ditadura castrista e do assassinato de Orlando Zapata", expressou à Agência Efe Orlando Gutiérrez, diretor do Diretório Democrático Cubano, que liderava o grupo que entrou no consulado brasileiro.
Gutiérrez ressaltou que o objetivo da ocupação era pôr em evidência a "vergonha que representa para o Brasil Lula aparecer abraçado aos irmãos Castro no momento em que estão assassinando um homem pelo mero fato de discordar".
O presidente brasileiro se reuniu na quarta-feira passada com seu colega cubano, Raúl Castro, e com seu irmão Fidel, no dia seguinte da divulgação da morte de Orlando como consequência de uma greve de fome de 85 dias.
O grupo de exilados, pertencentes a organizações como Plantados e Madres y Mujeres Antirepresión por Cuba (MAR), entregou ao cônsul brasileiro, Luiz Augusto de Araújo Castro, uma foto na qual aparece Lula se abraçando a Fidel Castro com a imagem de Zapata Tamayo impressa no meio.
No verso da fotografia se lê: "Fidel Castro, assassino; Lula, cúmplice".
Essa fotografia, que pediram ao cônsul para entregar ao presidente, "deve envergonhar Lula".
"Não há melhor documento que o rosto do prisioneiro político que ia ser assassinado pelo regime castrista", disse a presidente da MAR, Sylvia Iriondo.
"O caso de Orlando é uma mostra da trajetória e história de crimes e violações perpetradas pelo castrismo", disse.
Sylvia denunciou que "ainda restam muitos presos políticos cubanos em condições críticas", ao mesmo tempo em que pediu à comunidade internacional para que não tolere a "impunidade e falta de vergonha" do regime de Havana.
Gutiérrez explicou que a ação realizada hoje é o "começo de uma campanha para alertar o povo brasileiro que as ações de Lula são prejudiciais para o povo cubano".
EFE

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