quinta-feira, 22 de julho de 2010

Venezuela: economia em frangalhos

O que tinha de acontecer, aconteceu. Aliás, estava demorando para que as lecciones de economía al revés del Profesor Chávez resultassem no que se tem agora: a total destruição das bases produtivas da economia venezuelana.
A Venezuela, o seu povo e sua sociedade, recolhem hoje os resultados de uma das mais ineptas administrações econômicas da economia já conhecidas no século 20, abrindo uma exceção para o Zimbabue e alguns outros casos dramáticos desse tipo.
Demorou para acontecer, pois os preços do petróleo estiveram altos durante muito tempo, o que deu uma margem de manobra para o caudilho venezuelano.
Parece que a conta chegou...
Paulo Roberto de Almeida

Chávez deu errado
Miriam Leitão
O Globo, Quinta-feira, 22/07/2010

O preço do caminho escolhido por Hugo Chávez ficou claro no relatório divulgado pela Cepal. A América Latina cresce este ano mais de 5%. O Brasil mais de 7%. A Venezuela vai ter uma queda de 3%. É a segunda pior recessão depois do Haiti, que tem uma boa explicação para seu número negativo. A crise da Venezuela é resultado das escolhas de um governante equivocado.

Os erros políticos do presidente Hugo Chávez são mais falados, mas ele é também um péssimo administrador e tem criado para a economia venezuelana uma série espantosa de incertezas. Isso inibe o investimento.

A Venezuela enfrentou uma severa crise energética provocada por uma seca, mas como sabem todos os que têm hidrelétricas: secas acontecem. Por isso é preciso ter garantias em investimentos em outras fontes de energia que possam suprir as oscilações da oferta.

Não era de se esperar que a Venezuela, com suas enormes reservas de petróleo, tivesse que enfrentar uma crise de energia, com racionamento. Isso mostra falta de planejamento.

O autoritarismo de Chávez virou incerteza regulatória.

Ele muda as regras quando quer. As políticas e as econômicas. Tem hostilizado empresas estrangeiras e até o capital nacional privado. Qualquer divergência com um de seus ditames pode ser suficiente para que desabe sobre a empresa alguma mudança de regra. E tudo tem sempre o objetivo explícito de perseguir qualquer voz discordante.

Recentemente, o Banco Central venezuelano encampou o Banco Federal, uma instituição privada, que acabou sendo estatizada. Agora fica claro por quê. O banco tinha ações da TV que tem uma posição mais crítica a Chávez, a Globovisión. O governo está anunciando que vai nomear conselheiros para a emissora, coisa que pode fazer, já que é agora um dos acionistas.

A Venezuela já está pagando o custo político de um governo como esse. O país há muito tempo não é uma democracia. As regras das eleições são manipuladas para favorecê-lo; mas quando não favorecem, Chávez tira poderes do administrador de oposição que foi eleito. A Constituição tem sido alterada com frequência apenas para favorecer seu projeto de eternização do poder. Tudo é tão claramente autoritário que é espantoso que o regime chavista tenha tantos defensores no governo brasileiro.

Nunca é demais dizer: uma coisa é manter boas relações com a Venezuela, outra, diferente, é defender Hugo Chávez. O presidente Lula e seus dois ministros das relações exteriores — Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia — defendem Chávez. Parecem desconhecer as lições da História de governantes que chegaram ao poder pelo voto e usaram o poder para destruir as bases da democracia que os elegeu.

A Cepal trouxe números inequívocos no relatório divulgado ontem. As projeções da instituição para o crescimento na região são: Brasil, 7,6%; Uruguai, 7%; Paraguai, 7%; Argentina, 6,8%; Peru, 6,7%; Bolívia, 4,5%; Chile, 4,3%, apesar do terremoto; México, 4,1%.

Dois países estão em recessão: Haiti, 8,5%; e Venezuela, -3%.

Outras análises mostram a mesma tendência de que a Venezuela tenha recessão este ano e continue no ano que vem com o PIB negativo.

Além disso, o país enfrenta uma longa inflação, a maior da região. Há vários anos a inflação está em dois dígitos e este ano está próximo de 30%. Em maio, a enviada especial do GLOBO a Caracas, Mariana Timóteo da Costa, mostrou que a inflação e a grave crise de desabastecimento estão tirando popularidade do presidente.

É por isso que Chávez está mais uma vez tentando um espetáculo de marketing.

Este ano há eleições para o Congresso e há risco de que ele perca. Ele saiu à cata de algo espetacular para capturar a atenção pública.

Foi mais fundo que podia: exumar o cadáver de Simón Bolívar. Seria cômico se não fosse uma forma patética de manipular a opinião pública.

O Chile pediu para enviar senadores para acompanhar as eleições venezuelanas em setembro e pediu à OEA uma atitude de maior vigilância às eleições. O Conselho Nacional Eleitoral — controlado por Chávez, como tudo mais — rejeitou com uma nota em que afirma que: “não permitiremos que nenhum ator alheio à Venezuela intervenha e coloque sob suspeita a vontade soberana do povo.” Curioso. Hugo Chávez interfere e dá palpite em todas as eleições da região — principalmente no Peru, Equador e Bolívia — sem mostrar o mínimo respeito à vontade soberana do povo desses países.

Há entre os governistas mais aguerridos a impressão de que o país deve agradecer ao presidente Lula por ter sido magnânimo e não ter tentado um terceiro mandato; que ele o teria se tivesse tentado. Um equívoco.

A indiscutível popularidade do presidente Lula não era garantia de que ele ganharia a eleição se tivesse a possibilidade de tentar. Para abrir o caminho para essa tentativa, Lula teria que mudar a Constituição. Na Colômbia, o ex-presidente Álvaro Uribe foi informado pela Suprema Corte de que nem deveria tentar um terceiro mandato apesar da popularidade que tinha. Aqui, Lula também teria os mesmos obstáculos. O Brasil não aceitaria que o presidente seguisse o caminho do continuísmo chavista e tem estado atento a qualquer tentativa de se repetir aqui alguns dos truques do modelo Hugo Chávez.

O caminho do desrespeito às leis não tem volta e leva ao fracasso político e econômico.

É apenas uma questão de tempo. Para a Venezuela, a conta econômica chegou. A proposta intervencionista e autoritária de Chávez deu errado. A Venezuela está perdendo o melhor momento da região.

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La verdadera razón de la eliminación del mercado paralelo: las reservas cayeron 34% entre enero y mayo

El ritmo de consumo de divisas durante los primeros 5 meses del 2.010 era insostenible. La merma en la capacidad de producción de crudo de PDVSA, a la que se le resta el incremento desbocado del consumo interno a precios subsidiados, no pudo sostener el creciente nivel de importaciones a través de CADIVI, las demandas del mercado paralelo y las dádivas petroleras a Cuba, PetroCaribe un cuanto pedigüeño estuvo dispuesto a adular a Estéban y pedir petróleo barato a cambio. El diario El Nacional reportó que las reservas internacionales disminuyeron 20% en el primer semestre, al pasar de 35,8 millardos de bolívares a 28,8 millardos de bolívares, pero el descenso en las disponibilidades e inversiones en divisas que integran las llamadas reservas operativas es aún más pronunciado. Los estados financieros del Banco Central de Venezuela muestran que la parte más líquida de las reservas internacionales bajó de 14,1 millardos de dólares el 31 de enero a 9,3 millardos de dólares el último día de marzo, un retroceso de 34% en 4 meses. En enero, las disponibilidades sumaban 1,7 millardos de dólares, mientras que las inversiones ascendían a 12,4 millardos. En mayo, las primeras aumentaron a 3,5 millardos de dólares, pero las segundas cayeron a 5,8 millardos de dólares. Dólares El saldo de 9,3 millardos de dólares con que las reservas operativas cerraron el quinto mes del año es insuficiente para cubrir 3 meses de importaciones. Las compras en el exterior sumaron 38,4 millardos de dólares en 2009, un promedio mensual de 3,2 millardos de dólares, según el BCV. Los balances del ente emisor indican que, al cierre de mayo, dos tercios de las reservas se encuentran en activos menos líquidos, como el oro monetario, las tenencias en derechos especiales de giro y la posición crediticia neta en el Fondo Monetario Internacional. El oro representa 13,9 millardos de dólares, casi la mitad de las reservas, mientras que las tenencias en derechos especiales de giro suman 3,3 millardos de dólares. Con esta reducción en las reservas internacionales era imperativo tomar medidas drásticas. CADIVI, Cuba y PetroCaribe, armas políticas de Estéban, no podían sufrir. El chivo expiatorio ideal era el mercado paralelo y sus operadores. Prendieron la pira incendiaria, y tiraron al pajón a las Casas de Bolsa y Sociedades de Corretaje, que no tienen doliente

4 comentários:

  1. Sem comentar a (mais recente) ruptura de relações entre venezuela e Colombia...

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  2. Sò mais um ponto, discordo que Lula teria fracassado se tivesse tentado um terceiro mandato. Do povo ignorante, pouco instruido do Brasil, ele certamente teria obtido apoio, bem como dos petistas e demais politicos em situação confortável em sua administração... se ele conseguiria de fato, é outra história, mas certamente haveria uma discussão.

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  3. paulo araújo23/07/2010, 14:36

    Caro Paulo

    Como complemento ao artigo

    La verdadera razón de la eliminación del mercado paralelo: las reservas cayeron 34% entre enero y mayo

    http://www.guia.com.ve/noticias/?id=64667

    abs.

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  4. Supõe-se que em um governo popular as decisões sejam tomadas de baixo para cima. Consequentemente o governo não pode inibir a livre iniciativa e ditar a vida dos cidadãos.

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