quinta-feira, 12 de maio de 2011

Nem tudo está perdido... na India (cirurgiao prodigio aos sete anos...)

Um bom praticante, sem muita teoria.
Dizem que quando você tem uma bela explicação para o mundo, mas nada do que você faz dá certo, isso é teoria.
Agora, quando tudo dá certo, mas você não sabe explicar por que, isso é prática.
No Brasil, temos um governo que é especialista nas duas coisas: nada do que ele faz dá certo, mas ele também não sabe explicar por quê...
Acho melhor ficar com a história do jovem indiano...
Paulo Roberto de Almeida

Menino indiano é o mais jovem cirurgião do mundo
Fantástico, Globo, 11/05/2011

O nome dele é Akrit Jaswal. Ele está com 16 anos e é conhecido como o pequeno gênio da Índia.

Com 16 anos, ele se formou em ciências biológicas e vai fazer mestrado na área (Foto: reprodução Getty Images).
Ele não chega a ser um Dalit, como o pequeno Hari, de Caminho das Índias. Mas veio de uma família bem pobre, do interior daquele país. Hoje, é uma personalidade.
Estamos falando de um menino indiano que, aos sete anos, entrou para a história da medicina como o mais jovem cirurgião do mundo! Isso mesmo: aos sete anos, ele fez uma operação!
O nome dele é Akrit Jaswal. Está com 16 anos e é conhecido como o pequeno gênio da Índia!
Num vilarejo aos pés da Cordilheira dos Himalaias, na Índia, uma menina de oito anos está prestes a ser operada.
O cirurgião é este menino, de apenas sete anos! Ákrit Jáswal.
A menina sofreu queimaduras graves quando era bebê e ficou com os dedos colados. Nunca mais abriu as mãos.
Camponeses sem recursos, os pais da criança não tinham a quem recorrer. Decidiram confiar em Akrit.
A operação durou uma hora e foi um sucesso! Esta incrível história aconteceu em novembro de 2000. A partir daquele dia, Akrit ficou conhecido na região como o pequeno gênio da índia.
Nunca se sabe de onde sairá um gênio. Akrit nasceu num vilarejo pobre, sem estrutura alguma. A escola mais próxima ficava a quase 500 km dali. Mas isso nunca foi um problema.
A mãe de Akrit conta que aos dez meses, o filho já andava e falava com habilidade. Aos dois anos, aprendeu sozinho a escrever. Aos cinco, lia clássicos da literatura.
Em uma coisa, o pequeno gênio é absolutamente igual aos amigos. Adora uma farra.
Mas a genialidade exige dedicação. A maior parte do tempo, Akrit devora tratados da medicina.
Os livros são presentes do pai, que dedicou a vida para investir nos interesses do filho. E conseguiu até que o menino acompanhasse dezenas de cirurgias nos hospitais da região. O que era um hobby virou obsessão.
“Quero acabar com os gritos, a dor e o sofrimento humanos,” diz ele.
Aos doze anos, Akrit foi aceito na universidade de Chandigar, uma cidade industrial no Norte da Índia.
Para que o menino pudesse estudar, mãe e filho passaram a dividir um cômodo pequeno na casa de um parente.
O pai de Akrit sumiu quando ele tinha onze anos. Segundo a mãe do menino, o ex-marido não aguentou a frustração de não conseguir recursos para as pesquisas do filho. Entrou em depressão e abandonou a família.
A mãe, no entanto, dedica o ar que respira ao filho. E ele percebe o sacrifício.
Como reconhecimento por tanta dedicação, o pequeno indiano está determinado a entrar pra história.
Quer encontrar a cura do câncer, da Aids, ganhar um prêmio Nobel e acabar com todas as doenças humanas.
“É tudo o que eu quero, nada mais,” diz.
Apesar de não ter prática alguma em estudos de laboratório, Akrit tem uma memória impressionante.
Com essa bagagem, o menino garante ter criado o que chama de "supermecanismos de ataque" contra a Aids e o câncer.
Entre as pessoas mais simples, Akrit é considerado um guru. Elas vêm pedir conselhos, diagnósticos. Como os indianos acreditam em espíritos, o menino é tratado por muitos como a reencarnação de um Deus.
Mas será que Akrit Jaswal vai ser o responsável pela próxima grande revolução científica?
O menino prodígio foi chamado para conversar com autoridades do governo indiano.
Tempos depois, Akrit recebeu o convite que sempre sonhou: conhecer um dos institutos de pesquisa médica mais respeitados do mundo: o Imperial College, em Londres.
O indiano finalmente vai poder explicar suas teorias para estudiosos de ponta, como o conceituado professor Mustafá Jamgôz.
Akrit revela que estudou a fundo as pesquisas mais recentes sobre o câncer e discorda de tratamentos já consagrados. Deixa o cientista de boca aberta.
Não demora muito e aparece outro colega do professor curioso em conhecer as aptidões do indiano.
Para os cientistas, a cura genética do câncer proposta por Akrit até faz sentido, mas com as tecnologias de hoje, parece apenas um sonho mirabolante.
Com muita paciência e didática, os professores mostram que o caminho para a cura exige a superação de muitos outros obstáculos da ciência. Com a teimosia típica das crianças, Akrit não se intimida.
Na avaliação dos médicos, o endeusamento de Akrit na índia pode atrapalhar um futuro promissor.
“Sua proposta é quase uma missão impossível”.
“A doença impossível precisa de uma cura impossível. E eu vou encontrá-la”.
Alguém precisa dar limites aos impulsos do menino. Falta a figura paterna.
“Meu pai me disse pra procurá-lo só depois que eu encontrar a cura do câncer,” diz o menino.
Akrit fez novos testes de inteligência na Inglaterra.
Nos exercícios orais, o indiano de fato teve um desempenho genial. Arrasou em conhecimentos gerais. A surpresa ficou nas provas de lógica.
Akrit sofreu para encaixar os blocos e encontrar padrões em desenhos. A performance do menino prodígio foi pior do que a média esperada para sua idade. Ele tenta disfarçar a decepção.
Para os psicólogos, as habilidades de Akrit não acompanham a capacidade mental dele. Isso porque o menino não viveu todas as etapas do desenvolvimento escolar. Agora elas fazem falta.
Os cientistas não querem que Akrit perca o entusiasmo pela medicina, mas é hora de aprender a aproveitar a vida.
Hoje aos 16 anos, Akrit Jaswal já se formou em ciências biológicas e vai fazer mestrado na área.
Se o menino prodígio vai realmente encontrar a cura do câncer, o mundo vai ter que esperar.
“Pode levar 10, 20 anos, mas eu vou conseguir,” conclui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.