domingo, 5 de junho de 2011

Miseria educacional brasileira: um pequeno retrato...

Alguns que frequentam este meu blog (e comentam anonimamente, achando que sou muito pessimista), podem reclamar da minha seleção de temas para comentar.
Mas, reconheçamos, a realidade não ajuda.
Fatos, são fatos, como diria alguém, e não deixam de existir se não gostamos deles.
Mas, em lugar de fatos, vou apenas transcrever declarações, com todo o subjetivismo inerente a coisas ditas por pessoas que talvez não pensaram muito no que estavam dizendo, mas o fato é que disseram, e disso não podem se retratar, apenas se desculpar e tentar se explicar.
Vamos lá:

"Há uma diferença entre o Hitler e o Stalin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stalin lia os livros antes de fuzilá-los."
Ministro (!?) Fernando Haddad, do MEC (do MEC?!!)

Confesso que não entendi: que livros Stalin lia? E ele comentava com os seus desafetos, convencendo que eles estavam errados, antes de mandar fuzilá-los?
E não me parece que Hitler tenha mandado fuzilar seus inimigos: ele fez assassinar seus aliados do Partido Nazista na "noite dos longos punhais" e depois conseguiu adesão absoluta de todos. Os inimigos ele mandava para campos de concentração. Mas ele não teve tempo de matar muita gente em campos de concentração, pois só teve poucos anos de ditadura; Stalin fez muito mais: deve ter encarcerado 22 milhões, e um quarto disso deve ter desaparecido no Gulag.
Mas vamos à outra frase ilustrativa:

"Nunca li um livro inteiro. Na época da escola, copiava os resumos da internet para fazer as provas".
Thor de Oliveira Fuhrken Batista, filho do megaempresário Eike Batista.

Taí um garoto esperto: ele logo percebeu que os professores não tinham mesmo nada de muito interessante para ensinar, e preferiu ficar "googlelizando" para fazer seus trabalhos. Fez muito bem: é a geração Wikipedia, os wikiestudantes...

Bem, isso é o Brasil.
Agora vocês me perguntam se eu sou pessimista demais...
Paulo Roberto de Almeida

4 comentários:

  1. Não sei se Stalin realmente leu os livros dos seus inimigos antes de mandá-los ao pelotão de fuzilamento.
    Todavia, se for verdade, tenho certeza que ele leu obras melhores do que este lixo que o MEC elabora...
    O que me deixa mais escandalizada não é apenas o erro grosseiro dos nossos governantes; é a persistência no mesmo, a insistência com que tentam legitimar o absurdo.

    ResponderExcluir
  2. Bem, minha cara, se isso a consola, o hoje ministro Haddad, quando era apenas um mestrando, defendeu uma dissertação exaltando o socialismo soviético. Daí veio o deslize verbal em favor do Stalin: ele deve achar que algumas qualidades, pelo menos, ele tinha...
    Só isso explica a persistência no erro...
    O socialismo real demorou setenta anos para ser desmantelado pelas suas próprias inconsistências.
    Esperemos apenas que o socialismo do MEC não dure tanto.
    A julgar, porém, pelas pedagogas freireanas, a coisa vai longe, muito longe...
    Paulo Roberto de Almeida

    ResponderExcluir
  3. O Brasil é um caso clássico de sucesso esquerdista-marxista. Tento imaginar o quadro cultural nacional daqui a 10 anos... A história toda recontada, a língua nacional deteriorada e desprezada, o apreço pela busca da verdade e engrandecimento cultural relegado a alguns e alguns ideológicos ferozmente...

    Lembro-me das sábias palavras de Charles de Gaulle que uma nação se faz grande culturalmente pela domínio e amor pela língua materna, alta cultura e religião.

    Abraços,

    Gustavo

    ResponderExcluir
  4. Gustavo,

    Quanto ao domínio e amor pela língua materna e à alta cultura, concordo plenamente, estão na base de qualquer nação que se pretenda civilizada.

    Quanto à religião, ou à ausência de religião, vai de cada um...

    ResponderExcluir

Comentários são sempre bem-vindos, desde que se refiram ao objeto mesmo da postagem, de preferência identificados. Propagandas ou mensagens agressivas serão sumariamente eliminadas. Outras questões podem ser encaminhadas através de meu site (www.pralmeida.org). Formule seus comentários em linguagem concisa, objetiva, em um Português aceitável para os padrões da língua coloquial.
A confirmação manual dos comentários é necessária, tendo em vista o grande número de junks e spams recebidos.