sábado, 30 de julho de 2011

O charme discreto e os "lacos de sangue" (mas de que tipo?)...

Na continuidade do post anterior, o assunto ainda é a Síria e os protestos da população civil por mais liberdade e democracia e a violenta repressão do regime Assad.
Seria o caso de perguntar quais "laços de sangue" vigoram, exatamente, entre o Brasil e o povo sírio, a que se refere o porta-voz da diplomacia brasileira. Esperemos que não sejam os mais indesejados...
Paulo Roberto de Almeida

Forças de segurança matam 20 pessoas na Síria; Ibas promete buscar diálogo com Damasco
Eliane Oliveira
Com agências internacionais, 29/07/2011 às 20h53m

BRASÍLIA - Em mais um dia de violenta repressão, forças de segurança da Síria mataram 20 pessoas no país, informou o grupo de direitos humanos Sawasiah. Ainda nesta sexta-feira, Brasil, Índia e África do Sul anunciaram que vão buscar juntos um diálogo com o governo do presidente Bashar al-Asad.

- O governo continua a reagir com violenta repressão contra manifestantes pacíficos que pedem por liberdade e pelo fim do regime de Asad. Soldados atiraram em civis em várias cidades do país - disse a organização à agência de notícias Reuters.

Segundo o Sawasiah, civis foram assassinados em Latakia, Hama, Homs, na capital Damasco, nos subúrbios de Douma e Qadam, em Kiswa, Deir al-Zor, onde cinco pessoas teriam morrido, e na cidade de Deraa, onde começaram os protestos antigovernistas em meados de março deste ano.

Brasil, Índia e África do Sul prometem diálogo 'construtivo'
Brasil, Índia e África do Sul decidiram realizar gestões conjuntas junto ao governo da Síria em busca de um diálogo construtivo. Os três países, que são membros do Conselho de Segurança da ONU e formam o bloco político denominado Ibas, enviarão a Damasco, na próxima semana, uma missão com a tarefa de estimular um entendimento, para evitar que a situação se agrave ainda mais.

De acordo com o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, a decisão foi tomada na quinta-feira passada. Ele afirmou que o Brasil tem procurado, no Conselho de Segurança, extrair um consenso em torno do assunto.

- Nós achamos que uma decisão sobre a Síria, qualquer que seja ela, que não goze de consenso ficará fragilizada. O Brasil já indicou que uma condenação não seria útil politicamente. Não dá para acirrar o ambiente político interno - disse o diplomata.

Ele lembrou que a condenação ao governo sírio já existia no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e destacou que a saída é resgatar o diálogo. Tovar também citou os "laços de sangue" entre o Brasil e o povo daquele país.

- Diferentemente de todos os outros membros do Conselho de Segurança, o Brasil tem laços de sangue com a comunidade síria, a maioria formada por cristãos que vivem aqui.

O porta-voz garantiu que o governo brasileiro persegue o caminho do diálogo político e afirmou considerar leviano acusar o Brasil de conivência aos abusos de direitos humanos na Síria. Segundo ele, há cerca de dez dias, durante um encontro entre o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o vice-chanceler sírio, Fayssal Mekdad, Patriota salientou a posição brasileira.

- Ele (Patriota) instou o governo sírio a acelerar a adoção de reformas. E indicou que a situação de violência tornou-se crônica - relatou Tovar.

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