De fato, como diz o poeta -- que se revela excelente analista político e econômico, o presidente Lula fez aquilo que em navegação se chama de "navegação à vista", ou "a olho", ou seja, vai levando o barco, sem nevoeiro, sem arrecifes, sem atol ou bancos de areia.
As condições tinham sido dadas pela política econômica anterior -- E DESAFIO QUALQUER COMPANHEIRO A ME PROVAR QUE LULA INOVOU QUALQUER COISA NA POLITICA ECONOMICA -- e o governo só fez piorar o quadro, no plano fiscal e na falta absoluta de qualquer planejamento de médio prazo.
O governo atual já está tendo de navegar entre escolhos e bancos de areia, e não sabe para onde levar o navio, apenas quer evitar algum desastre. Pior que o anterior, já não tem muita folga fiscal, e talvez o ambiente externo -- que ofereceu crescimento de graça ao governo anterior -- se deteriore sensivelmente nos próximos meses.
Paulo Roberto de Almeida
O alerta do poeta Ferreira Gullar
Em sua coluna na 'Folha de S. Paulo', Ferreira Gullar adverte que, em breve, a falta de um projeto estratégico para o país vai custar caro ao governo Dilma. Por Luiz Alberto Machado
2/04/2012
Em sua coluna semanal ao jornal
Folha de S. Paulo, o poeta Ferreira Gullar revela-se um grande analista econômico e um brilhante cientista político, alertando para o agravamento da situação brasileira que caminha, a passos mais largos do que a maior parte da população consegue perceber, para um quadro preocupante.
No plano econômico, Ferreira Gullar afirma que o sucesso do presidente Lula deveu-se, acima de tudo, pela manutenção da espinha dorsal da política econômica concebida nos governos de seus antecessores Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Foi graças a essas medidas que o Brasil se livrou da inflação crônica que inviabilizava o crescimento da produção e consumia o valor dos salários. A abertura da economia e a conquista da estabilidade, tantas vezes criticadas por Lula e pelo PT, somadas ao prolongado crescimento da economia mundial permitiram que Lula adotasse seus programas assistencialistas e concedesse aumentos salariais que beneficiaram o crescimento da população mais pobre. Isso foi feito, como bem observa o ex-presidente do Conselho Federal de Economia, Carlos Roberto de Castro, “sem que Lula tivesse um programa de governo nem muito menos um projeto estratégico para o país”.
No plano político, Ferreira Gullar observa que “desde que o petismo assumiu o governo, nenhuma medida foi tomada para atender às novas condições criadas pelo próprio crescimento da economia. De fato, o que se fez foi onerar os setores produtivos, ampliar a máquina estatal e aumentar as despesas públicas. O número de ministros subiu de 27 para 39 – ou 40, já nem sei – e, com eles o número de funcionários concursados e não concursados”.
A combinação da melhora do padrão de vida de ampla camada da população brasileira e o aumento considerável do consumo foi suficiente para que o país passasse sem grandes traumas pela crise financeira internacional. Isso, por sua vez, foi essencial para que Lula deixasse o governo com índices de aprovação jamais vistos na história da República e conseguisse eleger Dilma Rousseff para sucedê-lo na presidência.
Como adverte o poeta, o preço para conseguir isso, porém, foi alto, e a hora de pagar a fatura está chegando. Estará Dilma Rousseff preparada e, acima de tudo, disposta a pagar o preço?
Pelo que consta o PT tem sim um grand projeto a realizar. O poder. Como já afirmou um de seus mais importantes líderes, o PT está no poder, mas ainda não é o poder. O que ninguém sabe é o que fará o PT quando estiver e for o poder. Somente a partir daí saberemos qual o projeto que, no momento, está em estado latente e que poderá se atualizar com todas as prerrogativas de um Estado de um único partido. Será o modelo chines com particularidades tupiniquins? Um outro sistema, tendo como base o socialismo, mas com algum grau de atividade privada na economia? Grandes empresas estatais, ou semi-estatais e pequenas empresas privadas? O que se tem ao certo é que não existe projeto explícito enquanto a caminhada para poder. O governo é totalmente reativo e o barco, para usar a metáfora do poeta, balança conforme as ondas.
ResponderExcluirDR.PAULO ..LENDO OS ARTIGOS AQUI POSTADOS , PERCEBO UMA COISA ; A FALTA DE COMENTARIOS . SERÀ QUE OS ARTIGOS TEM SIDO DE POUCOS INTERESSES ???? NÂO ESTOU FAZENDO UMA CRITICA , APENAS UMA REFLEXÂO ....
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