TRT nega liminar a pedido de parar as obras em Jirau
Ministério Público do Trabalho pediu a paralisação das obras na usina até que sejam reconstruídos 36 alojamentos queimados por um grupo de vândalos
06 de abril de 2012 | 16h 45
Nilton Salina, especial para o Estado de S. Paulo
PORTO VELHO - O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) negou liminar à ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que pediu a paralisação das obras na Usina Jirau até que sejam reconstruídos 36 alojamentos queimados por um grupo de vândalos na última terça-feira, 3. Mesmo assim as atividades ainda não foram reiniciadas na hidrelétrica, porque a empresa Camargo Corrêa primeiro teria decidido resolver algumas pendências.
Também foi negado pela Juíza federal do Trabalho Maria Rafaela de Castro um outro pedido do MPT. Os promotores queriam a concessão de liminar determinando que os contratos de todos os operários fossem mantidos, incluindo o direito à antecipação de "baixadas", como são classificados os períodos de descanso para visitar as famílias nos Estados de origem, com direito a passagem aérea, alimentação e hotel.
A juíza do Trabalho também determinou que a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) envie uma equipe de fiscais neste sábado, 7, ao canteiro de obras da Usina Jirau para verificar as condições de segurança e acomodação dos mais de 4 mil funcionários que estão em alojamentos no local. Dos 3,2 mil trabalhadores que estavam nos quartos que foram queimados, cerca de 400 decidiram voltaram à usina e ficar em dormitórios improvisados.
A Camargo Corrêa acomodou em hotéis e enviou às suas cidades de origem mais de 2 mil trabalhadores, sendo que alguns teriam pedido cancelamento do contrato, se desligando da empresa. Ocorre que algumas pessoas disseram a promotores que não tinham recebido a opção de aguardar em casa a reconstrução dos alojamentos e os contratos estavam sendo cancelados, por isso o MPT entrou com a ação judicial.
A previsão é que as obras recomecem na Usina Jirau na próxima semana, quando alguns alojamentos forem reconstruídos, para abrigar trabalhadores que estão em hotéis de Porto Velho o que pediram para ficar em quartos improvisados na própria hidrelétrica. Não houve mais incidentes depois que a Força Nacional de Segurança se instalou no local e também no canteiro de obras da Usina de Santo Antônio.
Os trabalhadores de Jirau tinham entrado em greve no último dia 9, decidido voltar ao trabalho na última segunda-feira. Na madrugada do dia seguinte um grupo de vândalos ateou fogo na mata e depois incendiou 36 dos 57 alojamentos localizados na margem esquerda do rio Madeira. Gradativamente, 223 homens da Força Nacional de Segurança chegaram a Rondônia para manter a ordem nas duas usinas.
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