quinta-feira, 17 de maio de 2012

A simplificacao da historia e os mitos que nao morrem...

Instalou-se no Brasil uma "Comissão da 'Verdade'". 
Coloco comissão e verdade entre aspas (esta última duplas) porque não acredito que será uma comissão, e sim uma confusão, e que ela não chegará à verdade.
Minha visão é a mais pessimista possível, e não prevejo resultado feliz para os trabalhos dessa comissão, pelo simples fato de que mais da metade de seus membros trabalha, de fato, para culpar um dos lados pelas tragédias do regime militar.
Enquanto a esquerda não assumir sua responsabilidade pelo endurecimento do regime militar, e não fizer sua autocrítica, não teremos verdade no Brasil.
Não tenho nenhum problema em admitir isso, já que fiquei sete anos fora do Brasil durante o regime militar, opositor que eu era da "ditadura". Ditadura, sim, mas os que lutaram contra ela, ou seja nós, não queríamos uma democracia, e sim uma outra ditadura.
Tentei iniciar um esforço de reflexão histórica menos passional sobre esses anos por meio deste texto: 
Falácias acadêmicas, 7: os mitos em torno do movimento militar de 1964, Brasília-Rio de Janeiro, 20 março 2009, 23 p. Continuidade do exercício, tocando no maniqueísmo construído em torno do golpe ou da revolução de 1964, condenando a historiografia simplista que converteu-se em referência nos manuais didáticos e paradidáticos. Espaço Acadêmico (n. 95, abril 2009; arquivo em pdf).
Espero continuar o trabalho...
Paulo Roberto de Almeida 

Um comentário:

  1. Me parece dificil chegar num consenso razoavel nesse assunto, simplesmente porque a ditadura é ainda muito proxima de hoje.

    Outros paises tiveram experiências "boas" com tal regimes autoritarios.

    De Gaulle (e tambem Putin, de algum jeito), ficam bem proximos de Geisel e Vargas...

    O Brasil teve sorte : poderiamos ter enfrentado um século de Collor.

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